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Cardeal Steiner: “São as boas obras que nos transformam, abrem a porta”

Cardeal Steiner: “São as boas obras que nos transformam, abrem a porta”

Manter as lâmpadas acessas, manter a luminosidade para o
tempo da visitação
”, disse o cardeal Leonardo Steiner no início da homilia do
32º Domingo do Tempo Comum. Segundo o arcebispo de Manaus, “a visitação pede
luz. Luz, lâmpadas acessas, óleo para manter a luminosidade na noite. Luz,
lâmpadas acessas que o Evangelho nos indica como sair, aguardar e participar; tudo
na graça do encontro!”


Falando sobre a noite, o cardeal
destacou que “tem nuances diversos: descanso, espera, vigília, novo dia. A
espera acontece o cansaço, a vigília tem o seu peso, o aguardar traz o seu
fardo. Mas para quem vigia, o despertar do novo dia traz esperança, novo ânimo.
Quando a noite é vigília e espera, ela mesma se faz luminosidade, pois
esperança de encontro
”. Analisando a parábola, ele disse que “a espera, a
visitação do noivo, do amado ilumina a própria espera. E será as lâmpadas com o
óleo da vigilância a abrir a porta e conduzir para a participação da vida do
noivo. Toda a preparação, toda a dedicação, ilumina a noite, o aguardar. Todo
fazer e a afazer iluminado pela expectativa da chegada do amado”.


Diante do pedido ao
Senhor que abrisse a porta, ele disse que “para aquelas que não levaram
 óleo para as lâmpadas, a porta se fechou. Estavam
ausentes na festa das núpcias. Para as virgens cujas lâmpadas estavam
abastecidas com óleo, a porta estava aberta e participaram das núpcias”, algo
que iluminou com as palavras de Santo Agostinho, onde refletia em torno aos
cinco sentidos. Seguindo essa reflexão, o cardeal enfatizou:
Todos os que buscam guardar os
cinco sentidos, ter uma vida na justiça e na verdade, na caridade e perdão, na benignidade
e gratuidade, são virgem. Guardar, aguardar, viver na liberdade, na
transparência, na limpidez da fragilidade deixando-nos tomar sempre mais pela
vida do Evangelho, é ser virgem
. Virgens eram todas, e também nós, no movimento
da espera, numa vida movimentada pela bondade e a misericórdia, na expectativa
da vinda do Senhor. Seguidores e seguidoras de Jesus que entram na sintonia e
harmonia da receptividade de sua visitação. Nos ‘rins cingidos’, está a
virgindade! Nas ‘lâmpadas ace­sas’, as boas obras”.



Entre
as boas obras colocou “o bem, a bondade, a benignidade que ilumina a noite, a
espera”, que definiu como “o óleo para as lâmpadas. O óleo que conserva a
disposição e a disponibilidade para entrar pela porta aberta do amor, das
núpcias
. São as boas obras que nos transformam, abrem a
porta e entramos para as bem-aventuranças
como meditamos no domingo passado”.
Uma passagem analisada pelo Papa Francisco, que
insiste em que “a condição para estarmos prontos para o encontro com o Senhor
não é apenas a fé, mas uma vida cristã rica de amor e de caridade pelo próximo”.

O arcebispo de Manaus ressaltou que
o Evangelho de hoje nos interpela a mantermos nossas lâmpadas acessas, pois
Jesus vem ao nosso encontro todos os dias e pede o nosso empenho e o nosso
compromisso na construção de um mundo novo, o Reino. Ele nos questiona na
miséria do pobre que nos interpela, no pedido de socorro da pessoa escravizada,
na solidão da velhice abandonada, carente de amor e de afeto, no sofrimento do
doente terminal abandonado por todos, no grito aflito de quem sofre a injustiça
e a violência, no olhar dolorido de um imigrante, no corpo esquelético de uma
criança com fome, nas lágrimas do oprimido. Somos convidados a superar nossa
autossuficiência e a escutar os apelos do Senhor: em saída, com lâmpadas
acessas. Assim nos tornamos como as virgens que trouxeram óleo consigo”.


Lâmpadas acessas para continuar
teimosamente a propor a paz diante da violência da guerra
, a propor o cuidado
diante do descarte existencial, a propor uma convivência digna e edificante com
o meio ambiente. Lâmpadas acessas, pois anunciamos a vinda do Esposo, o novo
Reino. Lâmpadas acessas sinal de que acordamos para alegria da missão. Lâmpadas
acessas que nos concede corações ardentes e a benção dos pés que se colocam a
caminho”, segundo o cardeal Steiner.


O “Ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora”, levou Dom Leonardo a
afirmar que
“a
missão do tempo da visitação, do tempo da graça pede obras, um estilo de viver
que alimenta, revigora, transforma, ilumina. A missão que nos foi confiada de
despertar para horizontes realizadores, para um modo de vida que nos leva a
estatura de Jesus
”.



Ele lembrou que “o Senhor está vindo sempre e por
isso, nos movimentamos nas boas obras, no obrar da sabedoria. Não no receio e
cautela, mas na alegria e júbilo porque Jesus está por vir e nós podemos entrar
e participar do banquete sua vida. Ele está sempre por vir, pois deseja nos
oferecer a vida plena, a plenitude da vida; um amor inaudito, insuperável, que
nos faz perceber o amor matricial do Pai. A caminho, nos mantemos na atenção
reverente e quase infantil da espera de que Ele está por vir. Assim, na atenção
e disponibilidade de abrir a porta quando aquele que esperamos bater, e abrir
. Estar preparado”
passa por fazermos da nossa vida as boas obras
, em cada instante, um dom aos
irmãos, no serviço, na partilha, no amor, ao jeito de Jesus”.

Na primeira leitura, o presidente do Regional Norte1 da CNBB descobre “o modo
manter as lâmpadas acesas, termos o óleo necessário para a visitação
”, afirmando
que “a sabedoria se antecipa, dando-se a conhecer aos que a desejam e buscam.
Nos antecipamos às núpcias deixando nos guiar nas obras pela Sabedoria. A
sabedoria conduz os passos, suporta a noite e se alegra com as núpcias”.


Na segunda Leitura destacou que “nos
desperta para um encontro definitivo, as núpcias eternas”, destacando que “o
nosso viver é uma antecipação da eternidade. Viver na liberdade do hoje que
encaminha o amanhã: a eternidade
. Assim, o hoje se apresenta com o sabor e a
cor da esperança. Esperamos com serenidade a chegada do esposo, do amado. Temos
o óleo das boas obras de cada diauma verdadeira reserva na
disponibilidade para o encontro definitivo com Jesus”.

Finalmente, Dom Leonardo Steiner fez um convite a que “fixemos
os olhos nas dinâmicas da eternidade, fixemos nossa vida, no horizonte da
plenitude da vida
: a vida da Trindade! As boas obras do dia a dia, a missão, iluminam
a visitação de Jesus que transforma todas as nossas atividades e serviços numa
preparação para as núpcias eternas”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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