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Refletir diante de números que deixaram de interessar

Refletir diante de números que deixaram de interessar

Nos próximos dias, o Brasil vai ultrapassar os 500 mil
óbitos
em decorrência da pandemia da Covid-19, uma marca que deve nos levar a
parar e pensar. Mas será que o povo brasileiro sente necessidade de refletir
diante desse fato lamentável? Será que os números interessam ou o povo já se
acostumou com uma realidade que se tornou corriqueira?

Se realmente for assim, a gente deve refletir,
pessoalmente e como sociedade, e nos perguntarmos qual é o nosso grau de
humanidade
. A insensibilidade diante da morte é uma prova de que a gente perdeu
aquilo que nos torna humanos. Aos poucos nossos corações vão se endurecendo e
perdendo a empatia
, uma atitude da qual a gente não pode abrir mão na medida em
que a gente se diz gente.

Todos nós conhecemos muitas pessoas que partiram,
vítimas desta pandemia que tanta dor e sofrimento tem provocado na vida da
humanidade. O luto se fez presente em muitas famílias, que viram como seus
entes queridos, inclusive vários da mesma família, partiam de modo prematuro.
São perdas diante das quais somos chamados a ser sinal de esperança e de
consolo
.


A Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
quer que este momento possa servir como oportunidade para rezar, homenagear e
se mobilizar
, fazendo memória de tantos brasileiros
e brasileiras que partiram. Não se trata de números, são pessoas concretas, com
quem a gente partilhou momentos importantes da nossa vida. Sim, momentos da
vida, pois toda vida importa.

Quando a gente fica impassível diante dos fatos, se torna
difícil mudar a realidade. Uma transformação social que possa ajudar a
construir um Brasil melhor para todos e todas, onde a defesa da vida seja
colocada em primeiro lugar, se torna mais do que urgente. Cobrar políticas
públicas
que ajudem a estancar uma sangria e um sofrimento cada vez maiores é
algo que não pode mais ser adiado.

Diante do empenho que muitos têm em querer mostrar
grandes números de apoiadores e seguidores, de gente que se deixa guiar por
líderes autoproclamados salvadores da pátria, estamos ante fatos concretos que
não deveriam ser negados, mesmo que alguns, cegados por quem nunca se importou
com a morte, mostrem menosprezo.

Se 500 mil mortos não mexem com a gente, se fazemos de
conta que tudo está ok, se nos justificamos dizendo que isso não tem a ver com
a gente, se deixamos de lado nossa necessária solidariedade, nos tornaremos
cumplices de uma sociedade que ignora o sofrimento alheio. Ou a gente para,
pensa e busca soluções concretas, também a longo prazo, ou estaremos condenados
para sempre a viver como seres irracionais
.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1- Editorial Rádio Rio Mar

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