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Na Festa da Eucaristia, buscar respostas para as comunidades que não podem celebrá-la

Na Festa da Eucaristia, buscar respostas para as comunidades que não podem celebrá-la

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade de Corpus Christi, a festa da Eucaristia, que na arquidiocese de Manaus tem como tema “Eucaristia: Pão da Esperança”, somos chamados a refletir sobre a impossibilidade que muitas comunidades da Amazônia, do Brasil e do mundo têm para celebrar a Eucaristia cada domingo.

O primeiro mandamento da Igreja diz: “Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho”. Diante disso surge uma pergunta: Aqueles que não participam da missa aos domingos estão pecando? O que acontece com os católicos que moram em comunidades onde a celebração da Eucaristia acontece uma vez por mês ou uma vez por ano? Como possibilitar que cada comunidade católica possa celebrar a Eucaristia, que segundo o Concílio Vaticano II é fonte e cume da vida cristã?

No dia 15 de outubro de 2024, na Sala de Imprensa do Vaticano, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, durante a Segunda Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, disse que lhe preocupa o atendimento às comunidades na arquidiocese de Manaus, uma arquidiocese com mais de mil comunidades e pouco mais de 170 presbíteros, “pois não se consegue acompanhar a vida sacramental das comunidades”.

Diante dessa realidade, ele afirmou que “para determinadas realidades não seria uma dificuldade admitir homens casados à ordenação”, reconhecendo que “para outras realidades na Igreja, é uma grande dificuldade”. Junto com isso, o cardeal, seguindo as reflexões de Papa Francisco, pedia continuar dialogando, olhando a comunidade, que é o motivo da existência da Igreja.

A escuta e o diálogo, pilares de uma Igreja sinodal, um caminho assumido pelo Papa Leão XIV, deve ser uma atitude cada vez mais presente na vida da Igreja católica. Não adianta impor modos de viver a fé, nem mudanças que não são fruto do discernimento comum. Mas diante da realidade de muitas comunidades, onde a Eucaristia é um sacramento raramente celebrado, se faz necessário encontrar novos caminhos, de acordo com a Doutrina e a Tradição, mas sem esquecer que a realidade atual demanda respostas concretas.

Um caminho que não pode estar fechado às mulheres, que durante muitos anos “levaram adiante as comunidades e hoje estão levando a frente as nossas comunidades”, segundo disse o arcebispo de Manaus nesse 15 de outubro de 2024. O cardeal Steiner ainda ia além, sublinhado que “várias das nossas mulheres são verdadeiras diaconisas, sem terem recebido a imposição das mãos”. Segundo o arcebispo, “é admirável, admirável, o quanto as mulheres são responsáveis pela nossa Igreja, é admirável”, até o ponto de dizer que “a nossa Igreja, não seria a Igreja que é sem a presença das mulheres”.

Mais uma vez, a festa da Eucaristia é uma oportunidade para refletir sobre a vida da Igreja, sem medo de dialogar abertamente, sem medo de pensar na vida de fé de tantas pessoas que hoje não tem a possibilidade de celebrar assiduamente a Eucaristia, que não podemos esquecer que é fonte e cume da vida cristã.

Editorial Rádio Rio Mar

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