O chamado a ser sinais de esperança é ponto de partida da reflexão do bispo da prelazia de Tefé e secretário do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1). Um tempo sagrado em que “cada comunidade é convocada para um grande mutirão de animação vocacional, respondendo ao chamado que Deus continua a fazer em meio aos desafios do mundo atual”.
Dentro do contexto vivencial do Ano Jubilar, “Peregrinos da Esperança”, celebramos o 44º Mês Vocacional com o coração agradecido e os olhos voltados à esperança. Neste tempo sagrado, cada comunidade é convocada para um grande mutirão de animação vocacional, respondendo ao chamado que Deus continua a fazer em meio aos desafios do mundo atual. O querido Papa Francisco recordara que “a esperança não decepciona”, pois, brota do amor derramado em nossos corações. O lema deste ano — “Somos peregrinos porque chamados”, escolhido pelo próprio Papa — une dois elementos essenciais da fé cristã: peregrinação e vocação. Ser peregrino é caminhar com escuta, com “ouvidos de discípulos” e entrega; ser vocacionado é responder livremente ao convite divino com gestos concretos de acolhimento, beleza e paz.

Durante o mês de agosto, somos convidados a refletir e celebrar as quatro vocações que sustentam a vida da Igreja. No primeiro domingo, dedicado à vocação presbiteral, contemplamos os padres como pastores segundo o coração de Deus. Homens que, guiados pelo Espírito, entregam-se inteiramente ao povo de Deus, sendo presença sacramental, anunciadores da Palavra e promotores de esperança, especialmente nas comunidades mais distantes da nossa querida Amazônia. O segundo domingo é marcado pela vocação matrimonial, ocasião em que celebramos o dom da família e o amor vivido como missão. Neste dia, em comunhão com o Dia dos Pais, exaltamos a paternidade como expressão concreta do cuidado, da proteção e da transmissão da fé no lar.
O terceiro domingo é dedicado à vida religiosa, reconhecendo o testemunho profético dos religiosos e religiosas que consagram sua vida por amor ao Reino. Atuando com ternura e coragem junto aos povos originários, eles promovem educação, saúde e evangelização em regiões muitas vezes esquecidas. Por fim, não menos importante, o quarto domingo celebra a vocação laical, destacando a missão dos catequistas como fermento no mundo e na Igreja. Os leigos vivem sua vocação no cotidiano — no trabalho, nas famílias, na cultura, na política — sendo presença atuante e corajosa da Igreja em saída, especialmente onde o clero não pode estar.

O Mês Vocacional de 2025 convida cada fiel a escutar com profundidade e responder com coragem ao chamado divino. Que sejamos, como Igreja, sinais vivos da esperança que sustenta nossa fé e transforma o mundo. Que cada vocação seja reconhecida, valorizada e celebrada com gratidão, e que nossas vidas sejam dom e missão no caminho vocacional.
+ José Altevir da Silva, CSSp – Bispo da Prelazia de Tefé-AM