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Mais de 120 mortos no Rio de Janeiro: outro episódio da violência incontrolada

Mais de 120 mortos no Rio de Janeiro: outro episódio da violência incontrolada

A operação policial, o massacre, a chacina no Rio de Janeiro, como está sendo definido o acontecido na terça-feira 28 de outubro de 2025, tem que nos levar a refletir. Um número de mortos indeterminado, mas que já superou as 120 vítimas, mesmo que o governador do Rio de Janeiro só considere como tais os quatro policiais falecidos.

Enfrentar as causas da violência

Um sucesso que tem virado manchete na imprensa internacional e que muitos organismos tanto brasileiros como transnacionais pedem sejam apuradas as circunstâncias. Mais um episódio da violência que tem se instalado nas periferias de muitas cidades brasileiras. O grande problema é que não querem se enfrentar as causas dessa realidade.

O povo das periferias sente o abandono do poder público, que aos poucos entregou o controle social ao crime organizado. Um poder alternativo que controla e determina a vida do povo e atrai de diversos modos a parte da população, sobretudo jovens e adolescentes. Soldados do tráfico que muitas vezes, como aconteceu na última terça-feira, são os primeiros a morrer.

Um povo que apenas sobrevive

As imagens que aparecem na mídia são estarrecedoras. A fila de corpos na rua e as sacolas pretas jogadas no chão às portas do Instituto Médico Legal da capital fluminense é uma situação que deve provocar uma reflexão. Mais do que um sucesso, o acontecido no Rio deveria ser visto como um chamado a enfrentar a violência de modo diferente. Encarar as causas dessa violência deveria ser a grande preocupação do poder público. Mas para isso se faz necessário acompanhar a vida do povo da periferia, um povo que apenas sobrevive, mas que não tem vida em plenitude.

Viver sob a ameaça constante da morte já foi assumido por muitos moradores da periferia como uma possibilidade real em suas vidas. Pessoas constantemente ameaçadas, vítimas dos diversos tipos de violência instalados nesses locais. Uma realidade que determina o dia a dia da população e condiciona gravemente a convivência.

Cuidar da vida

Diante do acontecido as reações são diversas. Nos deparamos, especialmente nas redes sociais, com pessoas que mostram sua alegria diante da morte dessas pessoas. Diante dessa atitude somos chamados a refletir com as palavras de Papa Francisco: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. A primeira obrigação de todos, especialmente do poder público, é cuidar da vida, e isso está acima de qualquer política de segurança.

A dor e o sofrimento é um sentimento comum. Daí a necessidade de nos colocarmos ao lado daqueles que choram diante da morte de seus entes queridos. Sejamos construtores de paz, superemos os sentimentos de ódio, de vingança, de indiferença, que destroem o tecido social. É tempo de parar e pensar, de encontrar caminhos que ajudem a superar a violência e gerar uma sociedade onde os direitos humanos sejam respeitados por todos e para todos.

Editorial Rádio Rio Mar

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