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Encontro Formativo Nacional da Pastoral Familiar em Manaus, “para estudar os desafios da evangelização da família”

Manaus acolhe de 08 a 10 de novembro de 2024 o Encontro Nacional de formação da Pastoral Familiar, com representantes dos diversos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema do encontro, segundo os coordenadores da Pastoral Familiar no Regional Norte1 da CNBB, Antônio Ronildo Viana dos Santos e Rosenilda Azevedo Ferreira, é “Os desafios da evangelização da família na perspectiva familiar”. O casal coordenador considera “muito importante essa reflexão”, destacando igualmente que o Regional Norte1 está acolhendo essa formação em Manaus. Uma oportunidade para que aqueles que têm chegado de todos os cantos do Brasil possam “conhecer as nossas realidades e passem a ter convivência conosco”. Igualmente, foi colocando que “nesse momento de partilha, nesse momento em que nosso assessor está refletindo sobre a temática, nos ajuda muito posteriormente para nossa caminhada”. Do encontro participa, além da coordenação nacional da Pastoral Familiar, o bispo da diocese de Coari e referencial da Pastoral Familiar no Regional Norte1, dom Marcos Piatek. Igualmente foi destacada a presença do arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, que ajuda a avançar “nessa troca, nesse compromisso do Regional Norte1 com a Pastoral Familiar”. O encontro é “oportunidade para refletir, para estudar os desafios da evangelização da família”, segundo o bispo de Ponta Grossa e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, dom Bruno Elizeu Versari. Uma oportunidade para descobrir “como chegar às famílias para evangelizar em um mundo marcado pela internet, em um mundo marcado pelos desafios da correria, um mundo marcado pelo desafio da educação dos filhos, um mundo marcado pelo acético, onde as pessoas deixam de acreditar em qualquer forma de organização, mesmo na Igreja, e começam a se isolar”. Diante dessa realidade, o bispo de Ponta Grossa sublinhou que “a Pastoral Familiar é uma pastoral de encontro, a Pastoral Familiar é uma pastoral que promove a família“. Ele insistiu em que “precisa estudar para fornecer subsídio, fornecer material formativo para os cassais caminharem com mais segurança, caminhar com mais firmeza nesta proposta, desde ajudar os jovens que desejam constituir família no sacramento do matrimónio, também na educação dos filhos, na formação religiosa, na formação da família, para a educação da fé das crianças”. “É um mundo amplo, é uma realidade diversificada que a família vive, e neste ambiente é que a Pastoral Familiar busca trabalhar, falar do Evangelho, anunciar a beleza do matrimónio, anunciar a beleza de viver na família, dizer que vale a pena se casar para ser santo, como um convite a buscar e viver a santidade”, disse dom Bruno Elizeu Versari. Segundo ele, esse encontro é para “ajudar os casais a se fortalecer naquilo que é propósito da Pastoral Vocacional, para que eles sejam multiplicadores, agentes nos regionais deles”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro Pastoral Diocesano da Diocese de Alto Solimões: Igreja Sinodal que Caminha na Esperança

A diocese do Alto do Solimões realizou o encontro pastoral diocesano de 4 a 7 de novembro de 2024 na cidade de Tabatinga, Brasil.  O encontro teve como tema principal: “Igreja Sinodal que Caminha na Esperança”, e como lema: “Acolhei a todos no Senhor de maneira digna, como convém aos Santos” (Rm 16,2) Durante quatro dias, todos os agentes pastorais das diferentes paróquias da diocese do Alto do Solimões se reuniram para identificar, estudar e consolidar os ministérios de cristãos leigos e leigas para contribuir com a liderança, experiência e missão de nossas comunidades.  Para atingir esse objetivo, cada paróquia teve um trabalho prévio para identificar os ministérios que já estão sendo exercidos e os que estão de fato sendo desenvolvidos. Além dos ministérios que a Igreja reconhece nos leigos como Catequistas, Ministros da Palavra e Ministros da Eucaristia, foram identificados de forma geral na diocese do Alto do Solimões: ministérios para o serviço de liderança de comunidades, ministérios para a vida de fé das comunidades, ministérios para o cuidado da casa comum, ministério da construção, ministério da inculturação, ministério da recepção com ênfase na juventude. Dom Adolfo Zon convidou a discernir e exercer os ministérios com formação adequada e, assim, poder instituí-los para o bem da Igreja local. O encontro pastoral não foi apenas um espaço para identificar os ministérios que estão sendo exercidos, mas também um momento de formação especialmente nos temas da sinodalidade, ministérios leigos, Comunidades Eclesiais de Base e cuidado de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. Celebrações de grande importância foram abordadas, como o Jubileu da Esperança para o próximo ano e o jubileu diocesano por conta dos 115 anos de Igreja local. Também as diversas atividades pastorais foram planejadas tanto em nível diocesano quanto paroquial em um calendário comum. Este encontro pastoral da diocese do Alto do Solimões é um importante evento eclesial para a avaliação, programação, projeção e execução das diferentes atividades pastorais que ajudam esta Igreja local a caminhar com sentido sinodal, com atitude de acolhimento e com a firme esperança no Senhor que não desilude. Diocese de Alto Solimões

II Assembleia Avaliativa da Diocese de Borba: Uma Igreja Sinodal, comunhão, participação e missão

A diocese de Borba realizou de 04 a 06 de novembro de 2024 a II Assembleia Avaliativa, com o tema “Uma Igreja Sinodal, comunhão, participação e missão“. O ponto inicial foi a formação dos secretários paroquiais sobre o sistema “Cúria on line”.  O bispo diocesano dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, alinhou  as metas para o ano de 2025 junto aos participantes, bem como avaliou a caminhada missionária. Posteriormente, o assessor Ademir Jackson destacou que a diocese de Borba estará completando seus  dois anos de instalação.  Em suas palavras, o bispo diocesano ressaltou que Deus realizou através de nós os feitos de uma diocese ministerial, pois somos os seus instrumentos. A busca pela memória, o sentimento de gratidão, o empenho e a dedicação do povo-igreja. Dom Zenildo também frisou a máxima de que “Reinar é servir”, em comunhão com o Sínodo que encerrou em Roma. Logo, animados no processo com o apelo do Papa Francisco,  “A igreja não fique sentada, não seja muda, não seja cega.” Diante disso, o bispo questionou “Como fazer?”, respondendo que “Com esperança!” Foram  dias de intensa formação e partilha. As metas articuladas pelas quatro Foranias desta diocese foram feitas atendendo a necessidade de cada setor, coordenação de pastoral, foranias, organismos, paróquias, áreas missionária e as instituições. As ações e propostas para cada organismo eclesial estarão compondo o Calendário Diocesano do Ano de 2025.  O evento chegou ao fim após a leitura da Ata e a Celebração Litúrgica de Envio para os Leigos e leigas, missionários e missionárias envolvidos nos carismas evangelizadores desta igreja em saída. Viva o Espírito Santo que impulsiona o Povo de Deus para uma Igreja Sinodal e Ministerial! Diocese de Borba

5 Seminaristas da Arquidiocese de Manaus são admitidos às Ordens Sacras

No dia 5 de novembro de 2024, a Capela do Seminário São José acolheu um momento especial para a Arquidiocese de Manaus: a admissão de cinco seminaristas entre os candidatos às ordens sacras. Arlison Lima, Gerson Santos, Geovane Batista, Luiz Humberto e Natanael Oliveira deram mais um passo importante em sua jornada vocacional, confirmando o chamado ao presbiterado e ao serviço do Evangelho. Durante a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, e concelebrada pelos bispos auxiliares Dom Zenildo Lima e Dom Hudson Ribeiro, além da equipe formativa e outros quatro sacerdotes, os seminaristas foram acolhidos com palavras de incentivo e uma profunda reflexão sobre a missão a que são chamados. O Evangelho de Lucas 14,15-24, proclamado na celebração, recordou-lhes a importância de responder ao convite generoso de Deus, que os chama a trabalhar pela vinha do Senhor. Cada um dos seminaristas vem de uma comunidade eclesial particular: Geovane Batista e Luiz Humberto da Área Missionária São Lucas; Gerson Santos da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Manaquiri; Natanael Oliveira da Área Missionária Santo Antônio do Samaúma; e Arlison Lima da Paróquia Santo Afonso. Todos estão no primeiro ano da etapa da configuração, dedicando-se aos estudos teológicos e aprofundando sua espiritualidade presbiteral. Para Geovane Batista, que viveu intensamente esse momento, a admissão às ordens sacras tem um significado profundo. “Hoje, de forma especial, fui um dos que foram admitidos. Cada passo que damos no processo formativo da caminhada seminarística tem seu sentimento único. Quando eu entrei no seminário, vi que o caminho era longo; hoje, ao dar esse passo, percebi que já não está tão distante assim, e que aquilo que era um sonho chega mais próximo de se tornar realidade…” Geovane expressa ainda o valor de sua experiência pastoral no município de Careiro da Várzea, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde vê em cada desafio a imagem do Bom Pastor que se entrega ao cuidado do rebanho. “A realidade em que o povo (ovelhas) lá se encontra, me ajuda a entender esse sentido do Bom Pastor. Diante da realidade da seca do Rio, merecem uma atenção maior. Mesmo com a dificuldade do acesso, nunca me senti intimidado, mas sim desafiado.” Este rito de admissão marca o compromisso público dos seminaristas de seguir o caminho do Senhor, com fidelidade e humildade, tornando-se sinais vivos de Sua presença. Que toda a comunidade arquidiocesana una-se em oração por esses futuros presbíteros, sustentando-os e incentivando-os nessa caminhada de serviço ao Reino de Deus. Luiz Fernando Levati, Seminário São José

Cardeal Steiner: Memória de mulheres e homens que deixaram-se iluminar pela alegria da vida nova anunciada

“A celebração de hoje une, de modo especial, a terra e o céu, céu e a terra: celebramos a todos os Santos”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner na homilia da Solenidade de Todos os Santos. “Mulheres e homens que no seguimento de Jesus deixaram-se fecundar e transformar e agora participam do Reino definitivo. Mulheres e homens que estiveram a caminho e deixaram-se iluminar pela grandeza, pela alegria da vida nova anunciada, crucificada e ressurreta de Jesus Cristo”, segundo o arcebispo de Manaus. Segundo o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), “com a celebração de hoje somos animados a perseverar, a nos aproximar sempre mais da vida e graça do Jesus”. Comentando a primeira leitura, ele destacou que “o livro do Apocalipse nos despertava para a admiração”. O cardeal Steiner sublinhou: “marcados, pois bem-aventurados, felizes! Nas vicissitudes, injustiças, destruições da história, eles caminharam, permaneceram de pé, ‘combateram o bom combate’, passaram pela ‘grande tribulação’. E, nesse passar, permanecer na fidelidade, receberam o sopro do Espírito que purifica, pacifica, sacia, consola, alegra e eleva na perseguição. No marchar, caminhar foi-lhes dada a graça da comunhão na pureza do ser de Deus; abraçados e acarinhados, alcançaram a limpidez do ser no seu sentido ontológico. A multidão sem fim dos bem-aventurados, dos felizes no Reio do Céu”. O arcebispo de Manaus lembrou que “a Igreja celebra, memora, os irmãos e as irmãs que receberam a graça do caminho de seguir o Mestre Jesus. Celebramos e memoramos todos os discípulos e discípulas de Jesus que foram declarados santos e santas, mas igualmente memoramos e admiramos todos os que seguindo Jesus nos tormentos, no esquecimento, na humildade, no serviço, na misericórdia, foram fiéis até o fim. Fazemos memória das irmãs e dos irmãos que testemunharam a Jesus e o seu Evangelho numa vida humilde e escondida, acolhedora e recnciliadora e que, por isso, foram vistos e reconhecidos como santos e santas. Celebramos a realidade, realíssima da Comunhão dos Santos!” Bem-aventurados!, Felizes (hebraico ashrei)! Somos convidados a ser bem-aventurados, a ser felizes! Jesus no Evangelho, nos ensinando o caminho da felicidade. Somos bem-aventurados, felizes, quando percorremos o caminho, quando perseveramos no caminho. O olhar sempre voltado para o Reino de Deus. Percorrer o caminho do Reino. Andar (Ashar), conduzir por uma vida de bondade, de retidão. Santas e santos, os irmãos e a irmãos que percorreram, perseveraram na dinâmica da salvação recebida, sempre mais alimentados pelo Espírito do Reino de Deus”, segundo o cardeal Steiner. Citando o texto do Evangelho do dia: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, o cardeal Steiner lembrou que “um poeta hebreu nos diz que pobres de espírito, deveria ser compreendido como humilhados do sopro. Os humilhados (o termo hebraico ani, próximo de anav), os humildes, aqueles que na consciência pacificada de sua miséria e de seu nada herdam a mais eminente das graças divinas, o sopro sagrado, o Espírito Santo; o sopro presente na pessoa, na casa ou no templo em que mora Deus. Estes humildes e estes humilhados são as vítimas da convivência desastrada onde são rejeitados, injustiçados e vivem escondidos, mas vivem, não deixam de viver e sempre mais desejosos do sopro vivificador. São teimosamente viventes!” “À margem da sociedade reinante, eles são vocacionados para herdar o sopro sagrado, o que faz deles membros da comunhão escatológica anunciadora e obreira do mundo vindouro. Os humilhados, são teimosamente viventes, porque na sua finitude, na humanidade finita, justamente na fraqueza, continuam a confiar em Deus e a buscar a misericórdia benfazeja. Todos a caminho, de pé, iluminados pelo Reino vindouro, porque já presente e sopro do novo reino. O Reino anunciado por Jesus e nele plenificado. É caminho a percorrer, que os humilhados trilham, pois teimosamente caminham, estão de pé. E porque humilhados e desprezados, percebem que vivem do sopro do Espírito. Aquela, aquele, que se faz bem-aventurado, deixa-se, na maior humilhação, fecundar pelo sopro do Espírito. Bem-aventurado, feliz, advém do perseverar e caminhar na força e graça do Espírito”, lembrou o arcebispo inspirado nas palavras de André Chouraqui. “Bem-aventurados os humilhados! Jesus, não tem a crueldade de declarar bem-aventurados, felizes a multidão dos deserdados, dos condenados, torturados, mortos, como genocídio pelas legiões romanas porque se opunham à presença dominadora. O Jesus faz o convite de nos pormos a caminho e participarmos da vida do Reino, na vida ou na morte, na alegria ou na tristeza, na dança ou no sofrimento. Assim experimentamos o Reino que conduz na esperança, é a fraternidade, alargando o horizonte da vida do Reino. A bem-aventurança é Reino de Deus, na realização do reino”, disse o presidente do Regional Norte1. “Jesus a nos indicar um caminho a ser percorrido, uma disposição de buscar: vida nova. Ele a nos chamar para a transformação radical do Universo. Como um profeta a anunciar um novo céu e uma nova terra onde possa desabrochar, livre de toda a servidão, uma vida nova, a transfiguração da realidade, a completude do reino de Deus. Jesus a nos provocar a uma conversão radical, ao retorno à fonte de nosso ser. A nos provocar a estar a caminho sempre, de pé, na prontidão para eliminar a raiz de tudo o que impede, trava o sopro, o impulso do sopro sagrado, criador e libertador de vida, o Espírito humilhado, o Espírito Santo”, sublinhou. Na segunda leitura, o cardeal Steiner disse que “São João a nos indicar a força, a beatitude dos daqueles e daquelas que continuam a caminhar, a estar de pé em meio a todas as aflições: ‘Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados de filhos de Deus! […] E nós já somos filhos de Deus, mas ainda nem sequer se manifestou tudo o que seremos’ (1Jo 1,1-2). Caminhar na esperança de nos encontrarmos face a face com Deus e de sermos transformados Nele, de sermos ‘cristificados’, ‘deificados’. No caminhar, no estar de pé é que nos torna santos, pacientes ou padecentes de sua Paixão…
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Na linha do Papa Francisco, Regional Norte1 avança no cuidado e proteção de crianças, adolescentes e vulneráveis

A Comissão Ampliada de Escuta e Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) se reuniu vitualmente no dia 30 de outubro de 2024. Um encontro de grandes esperanças, segundo o bispo auxiliar de Manaus, dom Hudson Ribeiro, assessor da comissão. Ele disse “esperanças, no plural, porque de fato é a composição da esperança de cada um a partir daquilo que já foi realizado e vem se realizando e se realizará”. Uma cultura que deve ganhar força O bispo sublinha que “existe um empenho, existe um interesse, existe uma responsabilidade de fazer com que essa cultura do cuidado, essa proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, ela ganhe força em cada diocese e em cada prelazia”. A reunião, muito proveitosa, cheia de esperança e de comprometimento, contou com uma boa participação e acolhida e foi momento para organizar o calendário de 2025 em nível de Regional Norte1. Estamos, segundo dom Hudson Ribeiro, diante de “uma construção de muitas mãos e de muitos corações, que nos dá muita esperança da gente avançar no cuidado de crianças e adolescentes no específico da forma de abuso, e acima de tudo abuso sexual”. O planejamento das formações para o próximo ano, contará com uma parceria com o Núcleo Lux Mundi, associado à Conferência dos Religiosos do Brasil e à CNBB, que vai realizar uma formação on-line duas vezes por mês, de fevereiro a junho de 2025, com as comissões das igrejas locais, em vista da formação da equipe e da contribuição nas atividades de prevenção. O programa perpassa a área bíblica, antropológica, psicológica e da legislação, com foco no Motu Próprio do Papa Francisco. Multiplicadores de prevenção A formação visa que aqueles que participem possam se tornar multiplicadores de atividades de prevenção e de maior articulação. Igualmente, está previsto um encontro presencial onde além do estudo e aprofundamento do Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis do Regional Norte1, será usada a metodologia de trazer casos que foram encaminhados para na prática poder aprofundar e assim conseguir ter condições de atender os casos que chegarem das prelazias e dioceses. Segundo dom Hudson Ribeiro, “isso para nós é uma grande esperança porque é um trabalho articulado numa rede maior que exige esse trabalho, um planejamento construído não de agora, mas que vai se efetivar em 2025, calendário que a gente já organizou”. Cada igreja local, nas assembleias diocesanas e prelatícias que serão realizadas durante o mês de novembro, tratará essa temática em vista de avançar nesse caminho de cuidado e proteção. Junto com isso, as formações nas dioceses e prelazias acontecerão por categorias: presbíteros, diáconos, religiosas/os, catequistas, juventudes, atendentes paroquiais, colaboradores e colaboradoras, casas de formação, escolas católicas, entre outros em um processo contínuo de formação e prevenção. Primeiro Relatório Anual sobre Políticas e Procedimentos de Proteção na Igreja O trabalho realizado pela Comissão do Regional Norte1 está na linha do Primeiro Relatório Anual sobre Políticas e Procedimentos de Proteção na Igreja recentemente apresentado ao Papa Francisco, que tem como objetivo a “conversão para uma cultura de proteção”, em vista de “um compromisso de converter-se do mal e curar os feridos”. Os passos propostos são: conversão de afastamento do mal, verdade, justiça, reparações e garantias de não reincidência. O Relatório quer ser “um novo instrumento no compromisso da Comissão” e está dividido em quatro seções: A Igreja Local em Foco; a Missão de Proteção da Igreja nas Regiões Continentais; Políticas e Procedimentos de Proteção da Cúria Romana a Serviço da Igreja Local; o Ministério de Proteção da Igreja na Sociedade.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O timoneiro, o orientador e a concretude da sinodalidade

A Assembleia Sinodal terminou, mas não o Sínodo, que é um processo, nem a Sinodalidade, que é uma forma de ser Igreja. Quatro semanas podem ou não valer muito, mas estou convencido de que o tempo gasto durante a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que teve lugar na Aula Paulo VI de 2 a 27 de outubro de 2024, com dois dias de retiro prévio, dará frutos, trinta, sessenta ou cem por cento. O timoneiro Depois de tudo o que vi, resta-me aquilo a que chamaria o timoneiro, o orientador e a concretude. Os anos ajudam-nos a sedimentar, sobretudo quando vivemos e contemplamos a realidade do ponto de vista de Deus. O timoneiro de tudo o que a Igreja está a viver neste momento não é outro senão o Papa Francisco. Digo-o com base nas suas duas homilias e nos seus dois discursos, na abertura e no encerramento. Na missa da manhã de 2 de outubro, convidou-nos a procurar o caminho a seguir para chegar aonde Deus nos quer levar, tarefa nada fácil, dada a diversidade de proveniências e de ministérios eclesiais dos membros. Aqueles que sentem que perderam ou ganharam não compreendem o apelo de Francisco para que a Assembleia Sinodal seja um lugar de escuta em comunhão, não um parlamento. A arrogância está presente quando, movidos pela autossuficiência, acreditamos que a nossa é a única forma de ser Igreja, com uma agenda a impor, e desprezamos aqueles que vemos como adversários; isso é superado pela fraternidade em comunhão, que leva a falar espontânea e abertamente, sem medo de rejeição, tornando-se pequenos e querendo estar entre os pequenos, nas periferias, ouvindo a voz do Espírito consolador, imagem do Deus misericordioso, que sabe e quer perdoar sempre e a todos. O timoneiro procurou que todos remassem juntos e na mesma direção, apesar dos rebeldes que insistem em desafinar para que a sinfonia não soe bem. Na Igreja, ninguém é o que é sem o outro, incluindo o bispo de Roma, que deve também escutar para melhor orientar o leme de um barco em que ninguém falta, um barco sem muros, sem rigidez, que avançará na diversidade, sem condenações, através da experiência concreta que leva a descobrir o Espírito que sopra em todo o lado. Para isso, a Igreja não pode ficar sentada, muda, cega ou estática; temos de escutar o Senhor e sair de nós mesmos para caminhar juntos atrás d´Ele e com Ele. O orientador Considero Timothy Radcliffe como um dos grandes mentores da sinodalidade. O dominicano inglês é capaz de fazer uma leitura espiritual para ajudar a avançar nesta forma de ser Igreja a partir da escuta do Espírito Santo, que gera um sentimento de liberdade, que nos permite caminhar juntos e tomar decisões, pensar, falar e escutar sem medo. Só assim a Igreja Católica se pode renovar e responder a novas situações, assumindo “novas formas de ser Igreja que nos permitem estar em comunhão uns com os outros de uma forma mais profunda em Cristo e para Cristo”. Antes de alguns o fazerem, Radcliffe já tinha avisado que “podemos ficar desiludidos com as decisões do Sínodo”, a quem deu a resposta: “pertençam à Igreja e digam Nós”. De fato, “não precisamos de ter medo do desacordo, porque nele atua o Espírito Santo”, Deus “atua suave e silenciosamente, mesmo quando as coisas parecem estar a correr mal”, como tem feito ao longo da história, “conduzindo-nos ao Reino por caminhos que só Deus conhece. A sua vontade para o nosso bem não pode ser contrariada”. De fato, “este é apenas um sínodo. Haverá outros. Não temos de fazer tudo, apenas tentar dar o próximo passo”. Haverá sempre perguntas difíceis de responder, uma delas é: como pode a Igreja ser a comunidade dos batizados, todos iguais, e, no entanto, o Corpo de Cristo com diferentes papéis e hierarquias? Uma questão colocada pelo dominicano à Assembleia Sinodal. Para Radcliffe, “muitas pessoas querem que este Sínodo dê um Sim ou um Não imediato sobre várias questões”, daí a decepção de alguns. São aqueles que veem o Sínodo como um espaço “para negociar compromissos ou para bater nos adversários”. Perante isto, uma questão fundamental: “Teremos a coragem de confiar uns nos outros, apesar de alguns fracassos?” A concretude Finalmente, descobrir o que já temos de sinodalidade, que é algo que em maior ou menor grau existe, algo que o Arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, fez. De fato, a sinodalidade tem a ver com diferentes realidades, entre elas o meio ambiente, já que na “Querida Amazónia, o Papa Francisco dá-nos uma hermenêutica da totalidade que é tremendamente sinodal”. Mas a sinodalidade também se manifesta na caminhada da Igreja na Amazônia. Ali, as mulheres, um dos grandes temas deste processo sinodal, “fizeram avançar as comunidades e hoje fazem avançar as nossas comunidades”. Além disso, e aqui entra a questão das diaconisas, ele disse que “várias das nossas mulheres são verdadeiras diaconisas, sem terem recebido a imposição das mãos. E a estas diaconisas, gostaríamos de lhes chamar diaconisas, mas para não criar confusão com o ministério ordenado, ainda não encontrámos uma palavra adequada”. A partir daí, sublinhou que “é admirável, admirável, quantas mulheres são responsáveis pela nossa Igreja, é admirável”, mulheres que “estão à frente das comunidades”, ao ponto de que “a nossa Igreja não seria a Igreja que é sem a presença das mulheres”. São passos que estão a ser dados, talvez não ao ritmo que gostaríamos, mas ao ritmo de todos, um processo que nos deve levar a compreender que “o Sínodo para a Amazônia abriu a possibilidade de ter um Sínodo de Sinodalidade”, e que “a sinodalidade é um caminho sem retorno”, porque “estamos todos a entrar num movimento de ser Igreja, estamos a ser convidados a participar num modo de ser Igreja onde todos aqueles que receberam a graça do batismo e da confirmação, foram revestidos do Espírito Santo e de Jesus, se sentem responsáveis pela missão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Francisco aos jovens de Manaus: “Não tenham medo, se comprometam com a vida, com o trabalho”

A sinodalidade é uma dinâmica muito presente na Igreja de Manaus. Depois de realizar a Assembleia Sinodal Arquidiocesana em 2022, nas Diretrizes para a Ação Evangelizadora de Igreja de Manaus, foram definidas algumas pistas de ação no caminho com a juventude, que tem por objetivo “construir junto com os jovens um caminho de aproximação e acompanhamento que contemple a escuta, a formação e o protagonismo juvenil”. A primeira pista de ação foi realizar o Sínodo Diocesano com a Juventude, e junto com isso contemplar o Projeto de Vida e o acompanhamento vocacional no itinerário de Iniciação à Vida Cristã com os jovens; incentivar o protagonismo juvenil assegurando a participação dos jovens em todos os caminhos delineados na Assembleia Sinodal; e finalmente, incentivar os grupos de base como uma forma de organização do Setor Juventude. As palavras norteadoras desse processo são encontrar, escutar, discernir, e cada uma delas é referência para cada uma das etapas em que está dividido o caminho sinodal, e o objetivo do Sínodo Arquidiocesano da Juventude é “Ajudar os jovens a encontrar o valor do Evangelho”. Depois da primeira etapa, o encontrar, que buscou despertar o protagonismo juvenil, sensibilizar os jovens para que possam compreender o valor do processo sinodal e coletar sugestões nos muitos encontros realizados, o Sínodo Arquidiocesano de Manaus está vivenciando a etapa do escutar, iniciada na Festa de Pentecostes de 2024, a grande festa da Arquidiocese de Manaus, e vai até Pentecostes de 2025, que está ajudando os jovens a assumir o papel da liderança, elaborar a síntese do que foi escutado e elaborar um Instumentum Laboris para a assembleia sinodal. Nesse caminho, os jovens receberam um impulso especial. O Papa Francisco enviou um vídeo, exibido no Dia Nacional da Juventude, com a presença de mais de 700 jovens, onde o Santo Padre diz que sabe “que vocês estão trabalhando no Sínodo”. Diante disso, Francisco disse aos jovens de Manaus: “vão em frente, façam bagunça, façam barulho, não tenham medo, se comprometam com a vida, com o trabalho”, se despedido com seu típico: “Rezo por vocês e vocês rezem por mim”, e enviando sua benção. Um grande estímulo para continuar o caminho que deve levar à Assembleia Sinodal, prevista para julho de 2025. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Francisco encerra o Sínodo apelando à Igreja para que não fique sentada, muda, cega ou estática

Agora podemos dizer que terminou a Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, não o Sínodo, que é um processo, não a Sinodalidade, que é um modo de ser Igreja. O final coincidiu com uma missa na Basílica de São Pedro, na qual o Papa Francisco foi mais uma vez preciso nas suas palavras, como tem sido nos seus discursos desde 2 de outubro. O modo de ser Igreja “Irmãos e irmãs: não uma Igreja sentada, mas uma Igreja de pé. Não uma Igreja muda, mas uma Igreja que ouve o grito da humanidade. Não uma Igreja cega, mas uma Igreja iluminada por Cristo, que leva a luz do Evangelho aos outros. Não uma Igreja estática, mas uma Igreja missionária, que caminha com o Senhor pelas estradas do mundo”, sublinhou na sua homilia. Francisco começou as suas palavras falando da figura de Bartimeu, “um marginal sem esperança que, no entanto, ao ouvir Jesus passar, começa a gritar-lhe”. Nesta situação, “a única coisa que lhe resta é isso: gritar a sua própria dor e levar a Jesus o seu desejo de recuperar a vista. E enquanto todos o repreendem porque a sua voz os incomoda, Jesus para. Porque Deus ouve sempre o grito dos pobres, e nenhum grito de dor lhe passa despercebido”. Não ficar parado No final da Assembleia Sinodal, um momento de ação de graças, o Papa apelou a uma pausa no que acontece a Bartimeu, que se senta a mendigar. Esta é, segundo Francisco, a postura típica de “uma pessoa fechada na sua própria dor, sentada à beira da estrada, como se nada mais lhe restasse do que esperar receber alguma coisa dos muitos peregrinos que passavam pela cidade de Jericó por ocasião da Páscoa”. Perante esta posição, afirma que “para viver verdadeiramente não podemos ficar sentados: viver é sempre mover-se, caminhar, sonhar, fazer projetos, abrir-se ao futuro”. A partir daí, sublinhou que “o cego Bartimeu representa também aquela cegueira interior que nos bloqueia, que nos faz ficar parados, imóveis à margem da vida, sem esperança”, uma reflexão que devemos fazer pessoalmente e como Igreja. Isto porque “ao longo do caminho, muitas coisas podem tornar-nos cegos, incapazes de reconhecer a presença do Senhor, incapazes de enfrentar os desafios da realidade e, por vezes, inadequados para saber responder às muitas questões que nos interpelam, como Bartimeu faz com Jesus”. Não nos acomodarmos ao nosso próprio mal-estar O Papa pediu-nos para não ficarmos sentados perante as questões, os desafios e as urgências da evangelização e as muitas feridas que afligem a humanidade, não podemos ficar sentados. “Uma Igreja que, quase sem se dar conta, se afasta da vida e se coloca à margem da realidade, é uma Igreja que corre o risco de permanecer na cegueira e de se acomodar no seu próprio mal-estar”, disse o Papa. E, continuou, “se permanecermos imóveis na nossa cegueira, continuaremos a não ver as nossas urgências pastorais e os muitos problemas do mundo em que vivemos”.  Perante isto, apelou a recordar que “o Senhor passa, o Senhor passa sempre e para, para tomar conta da nossa cegueira”. Referindo-se ao Sínodo, pediu que isso nos impulsione “a ser a Igreja como Bartimeu, isto é, a comunidade dos discípulos que, ouvindo passar o Senhor, se apercebe do choque da salvação, se deixa despertar pela força do Evangelho e começa a gritar-Lhe. E fá-lo acolhendo o grito de todos os homens e mulheres da terra: o grito daqueles que querem descobrir a alegria do Evangelho e daqueles que se afastaram; o grito silencioso dos indiferentes; o grito dos que sofrem, dos pobres e dos marginalizados; a voz quebrada daqueles que nem sequer têm força para gritar a Deus, porque não têm voz ou porque se resignaram”. Por isso, afirmou com veemência que “não precisamos de uma Igreja paralisada e indiferente, mas de uma Igreja que acolhe o grito do mundo e suja as mãos para o servir”. Ser capaz de seguir Jesús Num segundo elemento, Bartimeu acaba por seguir Jesus no caminho, ou seja, torna-se seu discípulo. Agora, Bartimeu “pode ver o Senhor, pode reconhecer a ação de Deus na sua vida e, finalmente, pode segui-lo”. Algo que aplica às nossas vidas: “quando nos sentamos e nos acomodamos, quando, como Igreja, não encontramos a força, a coragem e a audácia para nos levantarmos e voltarmos a pôr-nos a caminho, lembremo-nos de regressar sempre ao Senhor e ao seu Evangelho”. Para Francisco, “sempre e de novo, quando ele passa, devemos escutar o seu chamamento, que nos põe de pé e nos faz sair da nossa cegueira. E depois segui-lo de novo, caminhar com ele ao longo do caminho”. Em “segui-lo ao longo do caminho”, reconhece uma imagem da Igreja sinodal: “o Senhor chama-nos, levanta-nos quando estamos abatidos ou caídos, dá-nos uma nova visão, para que, à luz do Evangelho, possamos ver as preocupações e os sofrimentos do mundo; e assim, postos de pé pelo Senhor, experimentamos a alegria de o seguir ao longo do caminho”. Não caminhar por conta própria Por isso, apelou a que nos lembremos sempre: “não caminhar sozinhos ou segundo os critérios do mundo, mas caminhar juntos atrás d’Ele e com Ele”. Refletindo sobre o restauro da relíquia da antiga Cátedra de São Pedro, apelou a que se recordasse que “esta é a cátedra do amor, da unidade e da misericórdia, segundo o mandato que Jesus deu ao Apóstolo Pedro, de não dominar os outros, mas de os servir na caridade. E, olhando para o majestoso baldaquino de Bernini, mais resplandecente do que nunca, redescobrimos que ele enquadra o verdadeiro ponto focal de toda a Basílica, ou seja, a glória do Espírito Santo”. Concluiu dizendo que “esta é a Igreja sinodal: uma comunidade cujo primado está no dom do Espírito, que nos torna todos irmãos em Cristo e nos eleva até Ele”. A partir daí, apelou a prosseguir “com confiança o nosso caminho juntos”, recordando as palavras do Evangelho: “Coragem, levanta-te! Ele chama-te”, e convidou-nos a “pôr de lado o manto da resignação, entregar…
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Francisco: “Testemunhar que é possível caminhar juntos na diversidade, sem condenar uns aos outros”

Após três anos à escuta do Povo de Deus e à escuta do Espírito Santo para compreender melhor como ser uma “Igreja sinodal”, o Papa Francisco se dirigiu aos participantes da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidad e à Igreja toda para reconhecer que “ao convocar a Igreja de Deus em Sínodo, eu estava ciente de que precisava de vocês, Bispos e testemunhas do caminho sinodal”. O bispo de Roma precisa praticar a escuta Ele disse que também o bispo de Roma, “precisa praticar a escuta, na verdade quer praticar a escuta, para poder responder à Palavra que se repete a ele todos os dias: Confirmai vossos irmãos e irmãs… Pastoreie minhas ovelhas”. Francisco afirmou que sua tarefa, “é salvaguardar e promover – como nos ensina São Basílio – a harmonia que o Espírito continua a difundir na Igreja de Deus, nas relações entre as Igrejas, apesar de todas as lutas, tensões e divisões que marcam seu caminho rumo à plena manifestação do Reino de Deus”. “Todos, na esperança de que não falte ninguém. Todos, todos! Ninguém de fora, todos”, sublinhou, colocando como palavra-chave a harmonia, que foi o que o Espírito faz a manhã de Pentecostes, “harmonizar todas essas diferenças, todas essas línguas…”, uma dinâmica que ele vê presente no Concílio Vaticano II. Francisco insistiu em que a graça de Deus, “por meio de seu Espírito, sussurra palavras de amor no coração de cada um. É-nos dado amplificar a voz desse sussurro, sem obstruí-la; abrir portas, sem erguer muros”. Nesse ponto, o Papa denunciou ‘como fazem mal as mulheres e os homens da Igreja quando erguem muros, como fazem mal!”. A rigidez é um pecado Insistindo no todos, o Papa disse que “não devemos nos comportar como ‘distribuidores da Graça’ que se apropriam do tesouro amarrando suas mãos ao Deus misericordioso”, lembrando o perdão pedido no início da Assembleia Sinodal “sentindo vergonha, reconhecendo que somos todos misericordiosos”. Ele citou o poema de Madeleine Delbrêl, a mística das periferias, que exortava: “Acima de tudo, não sejam rígidos”, afirmando que “a rigidez é um pecado, é um pecado que às vezes atinge clérigos, homens e mulheres consagrados”. Os versos que ele leu “podem se tornar a música de fundo com a qual daremos as boas-vindas ao Documento Final. E agora, à luz do que emergiu do caminho sinodal, há e haverá decisões a serem tomadas”. Neste tempo de guerras, ele chamou a “ser testemunhas da paz, aprendendo também a dar forma real à convivência das diferenças”. Isso levou o Papa a dizer que não pretende publicar uma “exortação apostólica, o que aprovamos é suficiente. No Documento já há indicações muito concretas que podem ser um guia para a missão das Igrejas, nos diferentes continentes, nos diferentes contextos: por isso estou colocando-o à disposição de todos agora, por isso disse que deveria ser publicado. Quero, dessa forma, reconhecer o valor do caminho sinodal concluído, que, por meio deste Documento, entrego ao santo povo fiel de Deus”. Ouvir, reunir, discernir, decidir e avaliar Ele chamou os aos dez “Grupos de Estudo”, a trabalhar com liberdade, “para me oferecer propostas, há necessidade de tempo, a fim de chegar a escolhas que envolvam toda a Igreja”, mostrando seu desejo de “ouvir os Bispos e as Igrejas a eles confiadas”. Algo que segundo ele, “não é a maneira clássica de adiar infinitamente as decisões. É o que corresponde ao estilo sinodal com o qual o ministério petrino também deve ser exercido: ouvir, reunir, discernir, decidir e avaliar. E, nessas etapas, são necessárias pausas, silêncios e orações. É um estilo que estamos aprendendo juntos, um pouco de cada vez. O Espírito Santo nos chama e nos apoia nesse aprendizado, que devemos entender como um processo de conversão”, confiando na ajuda da Secretaria Geral do Sínodo e todos os Dicastérios da Cúria. “O Documento é um presente para todo o povo fiel de Deus, na variedade de suas expressões. É óbvio que nem todos o lerão: serão sobretudo os senhores, juntamente com muitos outros, que tornarão acessível o que ele contém nas Igrejas locais. O texto, sem o testemunho da experiência, perderia muito de seu valor”, disse Francisco.  Escuta, diálogo e reconciliação para alcançar a paz Ele chamou a “testemunhar que é possível caminhar juntos na diversidade, sem condenar uns aos outros”. Junto com isso, o Papa, lembrando que “viemos de todas as partes do mundo, marcadas pela violência, pobreza e indiferença”, ele fez ver que “juntos, com a esperança que não decepciona, unidos no amor de Deus espalhado em nossos corações, podemos não apenas sonhar com a paz, mas nos comprometer com todas as nossas forças para que, talvez sem falar tanto em sinodalidade, a paz seja alcançada por meio de processos de escuta, diálogo e reconciliação. A igreja sinodal para a missão agora precisa que as palavras compartilhadas sejam acompanhadas de ações. E este é o caminho”. “Tudo isso é um dom do Espírito Santo: é Ele quem cria a harmonia, é Ele quem é a harmonia”, ressaltou, fazendo um convite a ler o tratado de São Basílio sobre o Espírito Santo, onde aparece como harmonia. Daí, o Papa pediu “que a harmonia continue mesmo quando sairmos desta sala, e que o Sopro do Ressuscitado nos ajude a compartilhar os dons que recebemos”. Antes de agradecer, o Papa lembrou as palavras de Madeleine Delbrêl: “há lugares onde o Espírito sopra, mas há um Espírito que sopra em todos os lugares”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1