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São José, fonte de testemunho e espiritualidade do cuidado e do serviço

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  19 DE MARÇO: São José, esposo de Nossa Senhora PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado. (Mt 1,16.18-21.24)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O Papa Francisco, na Laudato Si’, nos recorda que, ao lado de Maria, “na sagrada família de Nazaré, destaca-se a figura de São José. Com o seu trabalho e presença generosa, cuidou e defendeu Maria e Jesus e livrou-os da violência dos injustos, levando-os para o Egito. No Evangelho, aparece descrito como um homem justo, trabalhador, forte; mas, da sua figura, emana também uma grande ternura, própria não de quem é fraco mas de quem é verdadeiramente forte, atento à realidade para amar e servir humildemente. Por isso, foi declarado protetor da Igreja universal. Também ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (LS, 242). Hoje, dia em que festejamos em nossas comunidades a figura do pai terreno de Jesus, repetimos as palavras conclusivas dos padres sinodais no Documento Final do Sínodo para a Amazônia: “A São José, fiel guardião de Maria e seu filho Jesus, consagramos nossa presença eclesial na Amazônia, Igreja com rosto amazônico e passeio missionário” (DF, 120). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Que os mais pobres não tenham necessidade de ir buscar fora da Igreja uma espiritualidade que dê resposta aos anseios da sua dimensão transcendente. (Querida Amazônia, 76) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“Ungir aos que se desesperam de dor, de medo, diante da tragedia que atinge milhares de irmãos e irmãs”, pede Dom Edson Damiam em Missa do Crisma

  O clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira participou de 15 a 18 de março do retiro anual, que tem sido encerrado com a celebração da Missa dos Santos Óleos. O padre Walterson José Vargas, que trabalha na diocese de Juazeiro – BA, ajudou os participantes, seguindo as reflexões do cardeal Martini, a partir das figuras de Jacó e Francisco de Assis. Segundo Dom Edson Damian, “os presbíteros fizeram um grande esforço”, destacando as meditações do pregador, onde “além de um conteúdo profundamente bíblico e existencial, o padre Walterson deu um testemunho de vida de como ele foi vivendo seu ministério”. O pregador considera que o retido “foram dias bons para rever nossa caminhada à luz da vida de Jacó e de Francisco”. Lembrando as reflexões que fizeram parte do retiro do clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira, destacava “a vida de Jacó entremeada por essas duas noites, a noite do sonho da escada e a noite da luta com Deus, uma vida marcada por dificuldades grandes, por dificuldades de ver quais eram as coordenadas de Deus na vida dele”. Segundo o padre Walterson, “pouco a pouco, no sonho da escada, ele tomou consciência da presença de Deus na vida dele, como uma presença próxima, que o animava e que lhe dava forças para ir adiante, com a promessa de que estaria com ele, de que o protegeria”. Isso foi complementado com a reflexão sobre “a noite escura da luta com Deus”, acontecida antes do e reencontro com o irmão que queria mata-lo”. Essa reflexão “mostra como é nossa vida, que embora tenhamos uma experiência forte de Deus, não deixa de ser marcada por lutas fortes com Deus também”, segundo o pregador do retiro. Para ele, “o mais importante é a presença de Deus na nossa vida, que nunca nos abandona e o imperativo de confiar nele sempre, pôr nele toda nossa esperança e a nossa confiança”. Falando da vida de Francisco de Assis, o pregador destacou as meditações em torno aos estigmas e a perfeita alegria. Segundo ele, os estigmas representam na vida do santo de Assis, “essa marca da Cruz de Cristo na vida dele, de como ele carregou sempre essa lembrança do Cristo Crucificado e olhou sempre a Cristo como humilde, pobre, ao qual ele seguia com amor tão grande”, enfatizando que “as marcas nas mãos dele foram sinal perene desse compromisso com Cristo sofredor e de atravessar com Cristo todas as cruzes e todas as dificuldades”. Ao falar da verdadeira alegria, que o padre Walterson considera em continuidade com a anterior, “nós vimos como a verdadeira alegria, ela está na participação em toda a vida de Cristo, incluída a sua paixão. Suportar todos os sofrimentos, todas as lutas, junto com Cristo, carregar a Cruz com Cristo”. O pregador resumia os dias de retiro dizendo que “foi um momento de aprofundamento, de animação, deu para perceber que o clero se aprofundou bastante, participou com alegria, com muito silêncio, com muita oração”. Na Missa dos Santos Óleos, a Missa da Unidade, que antecipa a Quinta-feira Santa, tem participado a maioria dos presbíteros, algo difícil numa diocese onde as imensas distâncias e os escassos recursos fazem com que os padres se encontrem só duas vezes por ano. Na sua homilia, o bispo local partia da citação bíblica que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar o Evangelho aos pobres”, afirmando que no Batismo e na Crisma, “também nós fomos ungidos pelo mesmo Espírito que ungiu Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres”. Dom Edson Damian destacava a importância da celebração como momento em que “são abençoados os Santos Óleos para celebrar os sacramentos que nos salvam”, afirmando que “o Espírito que recebemos no Batismo, na Crisma, penetra em nós, permanece em nós e nos torna testemunhas do Evangelho”. Ele dizia aos presbíteros, que na celebração renovaram suas promessas sacerdotais, que “somos ungidos para ungir, somos ungidos para abençoar, ninguém se torna presbítero para si mesmo, mas para amar e servir a todos”. O bispo também refletia sobre o significado da Eucaristia na vida do presbítero, momento em que “ele é configurado com Cristo, para se conformar ao Cristo que doa a se mesmo inteiramente”. O presidente do Regional Norte 1 da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, enfatizava que “Amar e servir com Jesus é a missão que se torna ainda mais exigente em meio à tremenda e cruel pandemia que já ceifou a vida de quase 300 mil irmãos e irmãs brasileiros”. “Ungir, abençoar, aos que se desesperam de dor, de medo, diante da tragedia que atinge milhares de irmãos e irmãs é nossa missão nesse tempo”, segundo Dom Edson. Ele destacava a necessidade de ser uma Igreja hospital de campanha, um oásis de misericórdia, uma casa de acolhida e solidariedade. Também refletia sobre a importância da Campanha da Fraternidade e a imagem do Papa Francisco em Fratelli tutti que nos diz que estamos todos no mesmo barco, algo que cobra mais sentido no meio dos rios da Amazônia. O bispo fazia um chamado a “abrir-se para a solidariedade, para a fraternidade, para a partilha do que somos e temos”, afirmando que “os verdadeiros presbíteros são aqueles que arriscam a vida para cuidar da vida, para salvar a vida”, fazendo um convite a “renovar os compromissos sacerdotais e assumir a missão”, e a tomar consciência da necessidade de cuidar da mãe Terra. Dom Edson Damian destacava a importância do retiro e da Missa da Unidade, para “retornando às comunidades viver com fidelidade nossa doação, nossa entrega, nosso serviço para continuar a missão de Jesus”, insistindo em que há “tanta gente golpeada e ferida nessa pandemia que precisa do nosso amor, da nossa misericórdia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Caminhar juntos, uma urgência inadiável

  Caminhar juntos sempre foi um desafio, que hoje se tornou necessidade numa sociedade dividida, onde o confronto tem sido assumido como atitude pessoal e política. Na sua última encíclica, o Papa Francisco nos diz que “uma tragédia global como a pandemia do Covid-19 despertou, por algum tempo, a consciência de sermos uma comunidade mundial que viaja no mesmo barco, onde o mal de um prejudica a todos”, recolhendo uma ideia que ele mesmo partilhava na oração que aconteceu na Praza de São Pedro vazia, no dia 27 de março de 2020. A pandemia tem nos mostrado a necessidade de cuidar uns dos outros como algo que faz possível a vida em plenitude. Nossa falta de cuidado com nós mesmos, provoca o sofrimento dos outros, do mesmo modo que os outros, quando não se cuidam, podem fazer com que a gente sofra. As consequências disso tem se tornado evidentes no Brasil, que vive uma situação dantesca, beirando os três mil óbitos por dia, algo que infelizmente, muita gente não tem e não quer ter consciência do que realmente significa. A sociedade brasileira é desafiada cada vez mais a refletir sobre essa situação, a se questionar sobre as atitudes e responsabilidades que devem ser assumidas por todos e cada um, cada uma, de nós. Fazer de conta que o que está acontecendo é normal, que é o jeito, uma atitude que parece estar presente em muitos brasileiros e brasileiras, também naquele a quem foi confiado conduzir politicamente o país, só piora uma situação a cada dia mais caótica. O diálogo deve ser assumido como caminho a seguir, em vista de um discernimento que possa ajudar a superar as gravíssimas consequências da pandemia. Mas para isso somos desafiados a escutar, a partilhar pensamentos e sentimentos que ajudem a fazer realidade um sentimento comum de fraternidade e empatia pelo sofrimento do próximo. A Igreja católica tem feito insistentes chamados nesse sentido nos últimos meses. Por isso, gostaria de destacar hoje a importância da convocatória que a Arquidiocese de Manaus, através do seu arcebispo, Dom Leonardo Steiner, fazia na semana passada, ao convocar uma Assembleia Sinodal Arquidiocesana, onde será refletida a vida da Igreja de Manaus, mas também, e sobretudo, a vida do povo, especialmente daqueles que mais sofrem, tentando assim fazer vida as palavras do Papa Francisco na Querida Amazônia, onde sonha “com comunidades cristãs capazes de se devotar e de se encarnar na Amazônia”. A pandemia da Covid-19 tem mudado a vida cotidiana da gente, também na vivência da fé. Por isso é importante tomarmos consciência da atual situação que a gente vive e das circunstâncias que determinam hoje nossa realidade social. As exigências e apelos que hoje devem ser enfrentados em consequência da nova realidade que o mundo vive devem nos levar a uma reflexão comum, algo que Dom Leonardo expressa na convocatória da Assembleia Sinodal da Arquidiocese de Manaus, que deve ser um instrumento que ajude a responder aos novos desafios, nascidos de uma realidade a cada dia mais complexa e desafiadora. É tempo de caminhar juntos, de enxergar o outro desde uma atitude de fraternidade, de poder mostrar que o sofrimento do outro também nos atinge. Assumir o cuidado da gente e dos outros se tornou uma urgência inadiável, algo a ser feito já. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Grande sofrimento dos mais vulneráveis motiva a CRB a convocar momento orante pelo nosso país

A Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB, tem convocado “a todos os irmãos e irmãs de fé a nos unirmos num grande momento orante pelo nosso país”. Segundo o texto, o Brasil vive “um momento crucial de grande sofrimento, principalmente dos mais pobres e vulneráveis, face à expansão da pandemia, devido ao comportamento inadequado do governo, na condução das ações necessárias para proteger a população, na falta de ação governamental rápida na aquisição das vacinas e sua produção por instituições nacionais”. Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro faz um chamado à responsabilidade pessoal e coletiva, pedindo respeitar “as devidas orientações sanitárias, como também a nos unirmos em ações solidárias por meio de gestos concretos de ajuda humanitária”, convidando a ajudar com alimentos. Junto com isso, a religiosa pede “nos unirmos em oração pelo Brasil, incluindo os que mais estão sofrendo, nos leitos, em casa ou nos hospitais, na fome, no desemprego, no luto, na exclusão e no desespero!”. Com esse motivo, a CRB faz um convite a participar num momento orante e compromisso solidário, que acontecerá nesta sexta-feira, 19 de março, às 20 horas, que será transmitido pelas redes sociais da CRB. Trata-se de um convite aberto a todas as expressões de fé e denominações religiosas. Por isso, a irmã Maria Inês pede: “unamo-nos afastando de nós as divisões, os conflitos e as discriminações e irmanemo-nos numa grande orquestração para o bem, implorando a misericórdia e a proteção divinas sobre nosso país”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Converter-se é voltar ao projeto de Deus para a Criação

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  18 DE MARÇO: Quinta-feira da 4ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”   E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte?   Não permitas, te peço, que os egípcios digam: ‘Foi com má intenção que ele os tirou, para fazê-los perecer nas montanhas e exterminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira e perdoa a iniquidade do teu povo. Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre”’. E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo. (Êx 32,7-14)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Na Laudato Si’, o Papa Francisco nos recorda que “somos chamados a tornar-nos os instrumentos de Deus Pai para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corres- ponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude” (LS, 53). Infelizmente, assim como o primero povo da Aliança, também o ser humano de hoje é um “povo de cabeça dura”, indo contra o projeto de Deus para a sua criação.  Eis por que é preciso falar da necessidade de uma conversão que seja também “ecológica”, uma vez que “a destruição do ambiente humano é um fato muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano e, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias formas de degradação” (LS, 5). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Toda a abordagem ecológica deve integrar uma perspectiva social que tenha em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos. (Laudato Si’, 93) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB elabora Orientações e Sugestões para a Semana Santa

Dentro do contexto da Covid-19, que está tendo consequências muito graves nas últimas semanas no Brasil, e “que desde o ano passado nos obrigou a elaborar e adotar normas e práticas de segurança sanitárias que buscassem garantir a defesa e a conservação da vida de nossos fiéis, pelo cuidado com a não disseminação do vírus em nossas celebrações litúrgicas”, a Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem elaborado Orientações e Sugestões para a Semana Santa 2021. Tem sido elaboradas algumas sugestões para cada uma das celebrações. O Texto pede para evitar as procissões; no Domingo de Ramos se pede que “os fiéis sejam previamente exortados a trazer seus próprios ramos de casa”; a Missa do Crisma será celebrada, a juízo do bispo diocesano, com uma representação de “pastores, ministros e fiéis”; na Missa da Ceia do Senhor pede-se que seja omitido o Rito do Lava-pés, e não ser substituído por nenhuma outra iniciativa, ideia ou representação, e que a adoração do Santíssimo Sacramento, que deve ser conservado no tabernáculo como de costume, seja individual, breve e sem solenidades. Nas Oração Universal da Sexta-feira Santa, se pede rezar pelos que padecem e as vítimas da Covid-19, assim como evitar o beijo na Cruz no momento da Adoração; na Vigília Pascal, a recomendação é para fazer a Celebração da Luz no local da celebração, reduzir o número de leituras bíblicas para evitar o prolongamento da celebração, na Liturgia Batismal realizar apenas a Renovação das Promessas do Batismo, e na Liturgia Eucarística, dar a comunhão na mão, sem realizar a saudação da paz. A Comissão convida “aos fiéis a cultivar momentos de oração em família ou pessoalmente a partir de subsídios propostos”, lembrando a existência do subsídio “Celebrar em Família”, elaborado desde o ano passado pela Comissão. As orientações lembram que desde a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé, se pede aos bispos “tomar decisões prudentes para que as celebrações litúrgicas se desenvolvam frutuosamente para o Povo de Deus e para o bem das almas que lhe são confiadas, no respeito da salvaguarda da saúde e das prescrições das autoridades responsáveis pelo bem comum”. As indicações completas podem ser conferidas no documento divulgado pela Comissão para a Liturgia. Baixe aqui. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Faleceu Dom David Dias Pimentel, quinto bispo brasileiro vítima da Covid-19

O bispo emérito de São João da Boa Vista – SP, Dom David Dias Pimentel, faleceu aos 79 anos na tarde desta terça-feira, 16 de março. Afetado pela Covid-19, o bispo emérito esteve na UCI da Maternidade Unimed, em São João da Boa Vista, desde 8 de março. Com o agravamento do caso, no domingo, 14 de março, foi intubado. É o quinto bispo brasileiro a morrer em consequência da pandemia da Covid-19, que nos últimos dias tem vindo a aumentar o número de infecções e mortes. N esta terça-feira foi estabelecido um novo recorde para o número de mortes no país, com 2.841 óbitos em 24 horas, elevando o número total para 282.400, o segundo país do mundo com mais mortes. Esta situação foi denunciada, mais uma vez nos últimos dias, num novo manifesto do “Pacto pela Vida e pelo Brasil“, do qual a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é membro, no qual se denuncia que “o povo não pode pagar com a própria vida“, exigindo medidas face ao elevado número de mortes e à falta de medidas governamentais. Até agora, os bispos falecidos vítimas da Covid-19 no Brasil tinham sido, Dom Aldo Pagotto, Arcebispo Emérito da Paraíba, falecido a 14 de abril de 2020, Dom Henrique Soares da Costa, Bispo de Palmares – PE, falecido a 18 de julho, o Cardeal Eusebio Oscar Scheid, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, falecido a 13 de janeiro, e Dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo de Cascavel – PR, falecido a 11 de março. Nascido no arquipélago dos Açores, em Portugal, em 18 de março de 1941 e ordenado sacerdote em 21 de dezembro de 1969 no Brasil, aonde migrou com sua família em 1960, o falecido bispo, que foi o quarto bispo da diocese de São João da Boa Vista, de 25 de Março de 2001 a 28 de Setembro de 2016, tinha sido ordenado bispo em 31 de Janeiro de 1997, assumindo a função de Bispo Auxiliar de Belo Horizonte – MG, e o lema episcopal: “Ministrare, Non Ministrari” (Servir, não ser servido). Numa nota de pesar pela sua morte, a CNBB destaca o seu ministério ao povo de Deus no Brasil através do serviço, “especialmente no Estado de São Paulo, a terra que ele adoptou como sua morada”. Nas suas palavras, a presidência da CNBB mostra os seus “sentimentos à família de Dom David, ao bispo diocesano, Dom Antônio Emídio Vilar, ao clero e ao povo da diocese e aos seus amigos, ao mesmo tempo que reafirmamos nossa fé na ressurreição e na vitória da vida sobre a morte”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A conversão que nos leva a ua nova relação com as criaturas e povos amazônicos

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  17 DE MARÇO: Quarta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura. O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou. É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente. (Sl 144)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Para o Papa Francisco, “a conversão ecológica, fazendo crescer as peculiares capacidades que Deus deu a cada crente, leva-o a desenvolver a sua criatividade e entusiasmo para resolver os dramas do mundo, oferecendo-se a Deus ‘como sacrifício vivo, santo e agradável’ (Rm 12, 1)” (LS 220). Desse modo, daremos testemunho com a nossa própria vida que “o Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura”, como acabamos de rezar.   Peçamos, portanto, a graça dessa conversão que “implica deixar escapar todas as consequências do encontro com Jesus Cristo nas relações com o mundo ao seu redor” (LS 217); uma conversão pessoal e comunitária que nos compromete a relacionar-se harmoniosamente com a obra criativa de Deus, que é a ‘casa comum’; uma conversão que promove a criação de estruturas em harmonia com o cuidado da Criação; uma conversão pastoral baseada na sinodalidade, que reconhece a interação de tudo criado. Conversão que nos leva a ser uma Igreja cessante que entra no coração de todos os povos da Amazônia” (DF, 18). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Cada criatura é objeto da ternura do Pai que lhe atribui um lugar no mundo. (Laudato Si’, 77) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

O cuidado da criação como fruto da conversão ecológica

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  16 DE MARÇO: Terça-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Conosco está o Senhor do Universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó. O Senhor para nós é refúgio e vigor, sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia; assim não tememos, se a terra estremece, se os montes desabam, caindo nos mares. Os braços de um rio vêm trazer alegria à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo. Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la. Conosco está o Senhor do universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó! Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus e a obra estupenda que fez no universo. (Sl 45)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A conversão ecológica deve nos levar a uma atitude de maior “gratidão e gratuidade, ou seja, um reconhecimento do mundo como dom recebido do amor do Pai” (LS 220), o Senhor do universo, como diz o salmo 45. Essa conversão “ao evangelho vivo, que é Jesus Cristo, pode ser empregada em dimensões interconectadas para motivar a saída para as periferias existenciais, sociais e geográficas da Amazônia” (DF, 19). Além disso, somos chamados a mudar o nosso modo de nos relacionarmos com as coisas criadas, formando uma “consciência amorosa de não estar separado das outras criaturas, mas de formar com os outros seres do universo uma estupenda comunhão universal. O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres”. Em relação a isso, muito nos ensina a sabedoria dos povos indígenas da Amazônia quando “inspira o cuidado e o respeito pela criação, com clara consciência dos seus limites, proibindo o seu abuso” (QA, 42). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Ouvir a Amazônia, no espírito do discípulo e à luz da Palavra de Deus e da Tradição, leva-nos a uma profunda conversão. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 5) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Diocese de Roraima encerra o Inquérito da Canonização de José Allamano

  A Diocese de Roraima tem encerrado no dia 15 de março o Inquérito de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e das missionárias da Consolata. Após nove dias de trabalhos, desde o dia 7 de março, tem acontecido a última sessão do Tribunal Diocesano para a Causa dos Santos, que tem estudado a veracidade da cura milagrosa do indígena Sorino, do povo Yanomami, atribuída à intercessão do agora beato. Segundo o padre Lúcio Nicoletto, Vigário Geral da Diocese de Roraima e Delegado do Bispo para o Inquérito, é momento de “agradecer a equipe que ao longo de uma semana trabalharam para a recuperação dos documentos”. O religioso da Consolata, destacava a importância da recuperação do indígena yanomami Sorino, inexplicável aos olhos da ciência, algo que espera “possa produzir frutos de amor e de um testemunho de vida plena no amor”. Também o bispo diocesano, Dom Mário Antônio da Silva, agradecia aos missionários e missionárias da Consolata, de quem destacava sua missionariedade, às testemunhas e a todos que tem participado no processo. O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, lembrava um pensamento do beato José Allamano, “a vida humana torna-se tanto mais intensa e significativa quanto mais for vivida com amor”, enfatizando que ao longo do processo realizado nos últimos dias “nos acompanhou o amor de Deus”. Dom Mário Antônio dizia que “este tribunal é algo que se conclui, mas que não finaliza, mas que se amplia, abrindo nossos olhos e o nosso coração para a missão”. Após os juramentos daqueles que tem participado do inquérito e dos diferentes procedimentos estipulados pelo Direito Canónico, as caixas com os documentos relativos ao processo de canonização têm sido fechadas e lacradas e entregues a irmã Renata Conti para serem enviadas para a Congregação da Causa dos Santos da Santa Sé. O bispo diocesano tem lido uma mensagem enviada à Diocese de Roraima pelo padre Stefano Camerlengo e a irmã Simona Bambrilla, superiores gerais dos missionários e missionárias da Consolata, que começavam agradecendo “pelo empenho na realização do processo diocesano em vista da canonização do nosso querido pai fundador, o Bem-aventurado José Allamano”. A carta afirmava que “a fama de santidade atribuída ao fundador, sempre foi motivo de alegria e esperança, o Allamano fez da santidade o seu refrão”, destacando seu exemplo de vida, algo que querem fazer presente “para que muitas pessoas possam encontrar consolação e esperança”. Os superiores destacaram que “o milagre que celebramos é um milagre missionário, que está muito em sintonia com o espírito do Allamano, para quem santidade e missão caminham juntos, são faces da mesma moeda”. O texto enfatizava que “na missão, a santidade encontra uma casa, na missão, a santidade encontra o seu significado e propósito mais profundo”, destacando a importância que o reconhecimento do milagre pode ter na missão ad gentes, que a gente não pode esquecer é algo muito presente nos missionários e missionárias da Consolata. Finalmente pediam a intercessão do fundador por aqueles que sofrem a Covid-19 e consolação para quem perdeu entes queridos e familiares nesta pandemia. Com a relíquia chegada de Roma na mão, que foi entregue pela irmã Renata Conti para a Diocese de Roraima, Dom Mário Antônio agradecia pelos mais de 70 anos de presença dos missionários e missionárias da Consolata na diocese. Segundo o bispo, “Jóse Allamano sempre caminhou nestas terras e continuará caminhando no testemunho das missionárias e os missionários da Consolata”, insistindo em que “mais do que nunca, este tribunal reforça essa presença do carisma de abertura para a missão”. No encontro com a imprensa local, após o padre Raimundo Vanthuy Neto fazer uma breve memória da história da evangelização no Estado de Roraima, o bispo destacava que “o fruto deste inquérito diocesano não são apenas folhas e páginas escritas, tem muita vida, tem muita esperança, tem muita fé, tem doação, é opção pelo Reino de Deus”. Dom Mário Antônio da Silva insistia em que nas caixas que serão enviadas para o Vaticano, “tem o coração da missão, e o que está aqui, também está no coração de Deus”. O segundo vice-presidente da CNBB, fazia uma leitura desde a Amazônia do que está acontecendo com o processo de canonização do beato José Allamano, “que é a predileção de Deus pelos povos indígenas”, algo que cobra maior valor dentro de “um contexto de muitos desafios e dificuldades para os povos indígenas, mas também para brasileiros e brasileiras mais pobres e necessitados”. Para o bispo, “o milagre é uma ação de Deus pela dignidade e vida em abundância de seus filhos e filhas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1