Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Autor: cnbbnorte1blog@gmail.com

Arquidiocese de Manaus comunica horários do velório e sepultamento de Dom Sérgio Castriani

A Arquidiocese de Manaus, em nota assinada pelo arcebispo, Dom Leonardo Steiner, acaba de informar que o velório e sepultamento de Dom Sérgio Eduardo Castriani, Arcebispo Emérito de Manaus, acontecerá no dia 04 de março. Falecido as 19 horas de 3 de março de 2021, após ser internado com infecção urinária no dia 26 de fevereiro e posteriormente ser acometido de infarto na noite de sexta-feira para sábado, a infecção não cedeu levando a óbito.  O velório acontecerá a partir das 10 horas do dia 04 em frente a catedral de Manaus, com o cuidado de evitar aglomeração. A celebração de corpo presente será às 17 horas na Catedral com restrição de presença. A celebração será transmitida pela TV Encontro das Águas, a Rádio Rio Mar e a Rádio Castanho. O sepultamento acontecerá na Catedral Metropolitana. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Regional Norte 1

Regional Norte 1 emite nota de pesar pelo falecimento de Dom Sérgio

Em nota dirigida ao Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a presidência do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB manifestou seu pesar e solidariedade pelo falecimento de Dom Sérgio Eduardo Castriani, Arcebispo Emérito de Manaus, acontecida na noite do dia 03 de março.  A nota “agradece a fecunda missão realizada por nosso querido Dom Sérgio como bispo da Prelazia de Tefé e Arcebispo de Manaus ao longo de mais de 20 anos”, destacando seu “profundo ardor missionário, inserindo-se profundamente na vida do povo, tornando-se testemunha exemplar de uma Igreja em saída, hospital de campanha, oásis de misericórdia, como nos ensina e testemunha o Papa Francisco”.  Mesmo atingido pelo mal de Parkinson, “Dom Sérgio exerceu o ministério de forma martirial, com coragem e lucidez”, destaca a nota, manifestando “a certeza de que nosso Deus é Ressurreição e Vida que vence a morte”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Faleceu Dom Sérgio Castriani, arcebispo emérito de Manaus

Faleceu na noite desta quarta-feira, 3 de março, Dom Sérgio Eduardo Castriani, Arcebispo Emérito de Manaus. Ele estava internado desde o dia 26 de fevereiro e o quadro de saúde foi se agravando até vir a falecer. Nascido aos 31 de maio de 1954, em Regente Feijó – SP, Dom Sérgio foi bispo da Prelazia de Tefé desde 1998, até o ano 2000 como bispo coadjutor, até 12 de dezembro de 2012, em que foi nomeado Arcebispo de Manaus. O Papa Francisco aceitou sua renúncia como Arcebispo de Manaus em 27 de novembro de 2019, sendo nomeado Dom Leonardo Ulrich Steiner como seu sucesor. Como recolhe a nota da Arquidiocese de Manaus, assinada pelo arecebispo, “as irformações a respeito dos funerais serão comunicadas posteriormente”. Descanse en Paz! Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Fundo Nacional de Solidariedade destina Recursos para Acre e Amazonas

O Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destinou a doação de 141 mil reais para os Regionais Noroeste e Norte 1 da CNBB para auxiliar no enfretamento da pandemia e das consequências das enchentes e da crise migratória na região. Em reunião virtual realizada na manhã desta quarta-feira, 3 de março, o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, definiu com bispos dos dois estados sobre a distribuição dos recursos. A doação de recursos, segundo dom Joel, “não é mérito de ninguém, pelo contrário, é obrigação que decorre da fé de estarmos compartilhando um pouco daquilo que nós temos”. O secretário-geral da CNBB definiu a ocasião como um “momento de oração e de celebração pela alegria de, em meio a tantas dores, a tantas dificuldades, nos alegrarmos por fazer o bem”. Participaram do encontro, além de dom Joel, o arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner; o secretário executivo do Regional Norte 1 da CNBB, diácono Francisco Lima; o bispo de Rio Branco (AC) e presidente do Regional Noroeste, dom Joaquín Pertiñez Fernandez; o bispo da Prelazia de Lábrea (AM), dom Santiago Sánchez Sebástian; a colaboradora do Regional Noroeste Célia; o secretário do bispo de Guajará-Mirim (RO), Héder Carlos; os subsecretários da CNBB, padre Dirceu Oliveira e Marcus Barbosa; o ecônomo, monsenhor Nereudo Freire Henrique; o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Batista; e o coordenador do Departamento Social da CNBB, Franklin Ribeiro. Os recursos Após o Conselho Gestor do FNS destinar recursos para 15 projetos sociais de ajuda humanitária, no mês passado, com recursos doados pela agência alemã Adveniat, uma parte do valor ainda estava disponível para aplicação em outra situação emergencial. Assim, o Secretariado Geral colocou em debate a questão com secretários executivos dos Regionais e depois decidiu pela aplicação no Norte do Brasil. O Acre enfrenta, além das consequências da pandemia do novo coronavírus, um crescimento nos casos de dengue, alagamentos e enchentes por conta da cheia histórica dos rios e uma crise na fronteira com o Peru devido à tentativa de migrantes haitianos retornarem para seu país. Por esse motivo e pelas doações que chegam à capital amazonense, dom Leonardo Steiner sugeriu a dom Joel que a maior parte dos recursos fosse destinada ao Regional Noroeste, que deve também sofrer as consequências após a diminuição do nível das águas. Assim, os participantes aprovaram a seguinte divisão: 90 mil reais serão aplicados no enfrentamento da crise no Acre e os outros 51 mil reais serão entregues para o Regional Norte 1, que compreende o Norte do Amazonas e Roraima. Amazonas Dom Leonardo Steiner começou partilhando sobre a situação atual de Manaus e do Amazonas como um todo. Os hospitais ainda lotados, segundo o arcebispo, o pico já passou na capital, mas ainda é a realidade do interior do Amazonas. “É para lá que nós temos destinado o oxigênio que temos recebido e os instrumentos necessários”, contou. “A solidariedade é muito grande. No momento, a maior dificuldade que nós estamos vendo, especialmente na cidade de Manaus, mas também em outras cidades, é a questão da fome”, partilhou dom Leonardo, lembrando que o número de beneficiados com marmitas saltou de 200 para 400 pessoas. A arquidiocese de Manaus tem praticado a partilha: “O que tem vindo para a arquidiocese, estamos procurando repartir com as outras Igrejas também, para amenizar um pouco a situação”, disse dom Leonardo. O secretário executivo do Regional Norte 1, diácono Francisco Lima, preparou um relato do encaminhamento de recursos e das perspectivas de enfrentamento da situação por meio da campanha “Amazonas e Roraima contam com sua solidariedade”. A iniciativa arrecadou R$ 819.492,23 em dinheiro e também recebeu materiais. Foi possível distribuir para as dioceses do Regional Norte 1 cilindros e concentradores de oxigênio, equipamentos de proteção individual (EPIs), material de uso hospitalar e itens de alimentação. “A crise inicial, motivadora da campanha, era a questão de oxigênio. Até o momento, conseguimos atender cerca de 23 municípios. Conseguimos com esse gesto de solidariedade chegar a todas as nossas dioceses”, destacou diácono Francisco. Dom Leonardo Steiner também pontuou que entidades têm buscado a Igreja para acompanhar a entrega de doações: “É bom ressaltar isso, a confiança que as pessoas têm na nossa Igreja”. Fonte: CNBB

Arquidiocese de Manaus continua pedindo orações por Dom Sérgio

  A Arquidiocese de Manaus, em nota divulgada pela Assessoria de Comunicação no final desta terça-feira, 2 de março, informou que o Arcebispo Emérito, Dom Sergio Eduardo Castriani, continua na Unidade de Terapia Intensiva, sedado e entubado. A nota afirma que há dois dias não é submetido a hemodiálise, e que o quadro do Arcebispo Emérito é estável, apesar de grave, a mesma situação em que se encontrava no dia 1ºde março. Mais uma vez, a Arquidiocese de Manaus pede orações. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Tecendo redes de fraternidade e vida digna para todos

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  3 DE MARÇO: Quarta-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Retirai-me desta rede traiçoeira, porque sois o meu refúgio protetor! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!   Ao redor, todas as coisas me apavoram; ouço muitos cochichando contra mim; todos juntos se reúnem, conspirando e pensando como vão tirar-me a vida.   A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor! (Sl 30,5-6.14.15-16) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ No contato com as populações indígenas da Amazônia, aprendemos que “na selva, não apenas a vegetação está entrelaçada, mantendo uma espécie na outra, os povos também se inter-relacionam em uma rede de alianças que contribuem para todos. A selva vive de inter-relações e interdependências e isso ocorre em todas as áreas da vida. Graças a isso, o frágil equilíbrio da Amazônia foi mantido por séculos” (DF, 43). Mas, infelizmente, como recorda o salmista, nem todas as redes promovem a vida e a justiça, mas ao contrário são sinais de morte e do anti-Reino. Contra essas “redes traiçoeiras”, temos que tecer redes de fraternidade e dignidade com todos os seres vivos, pois “[…] tudo está interligado. Se o ser humano se declara autónomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência” (LS, 117). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Cristo redimiu o ser humano inteiro e deseja recompor em cada um a sua capacidade de se relacionar com os outros. (Querida Amazônia, 22) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Informe REPAM Covid-19 na Pan-Amazônia

  Como acontece toda semana, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, tem lançado nesta terça-feira o informe semanal que recolhe os números da Covid-19 na Pan-Amazônia. Até 1º de março de 2021, segundo os números oficiais, os casos já chegaram em 2.174.226 e os falecidos são 53.983 desde o início da pandemia. Na última semana, na Região Pan-amazônica, o aumento dos casos foi de 60.003 e os óbitos foram 1.535. Comparando os números com a semana anterior, vemos que tanto os contágios como os falecidos têm se reduzido mais de 25 %.   No Regional Norte 1 da CNBB, o número de casos é de 366.400 e os óbitos 11.598. Nos últimos 7 dias, nas dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte 1, os casos foram 11.269 e os falecidos chegaram em 427. Mesmo sendo uma situação grave, com uma média de 61 falecidos por dia e 1.609 casos a cada 24 horas, os números vão descendo nos últimos dias.

A conversão ecológica passa pelo deixar de fazer o mal

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  2 DE MARÇO: Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. Se consentires em obedecer, comereis as coisas boas da terra. (Is 1, 16-19) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Quando olhamos a região pan-amazônica e nos deparamos com situações de fome e extrema pobreza vividas por grande parte de seus habitantes no campo e na cidade, logo percebemos que isso é consequência do pecado do egoísmo cometido pelo ser humano, em uma região riquíssima de recursos naturais, onde “a água e a terra desta região nutrem e sustentam a natureza, a vida e as culturas de centenas de comunidades indígenas, camponeses, afrodescendentes, mestiços, colonos, ribeirinhos e habitantes de centros urbanos” (DF 7). É preciso que haja, portanto, um grande processo de conversão ecológica para que todos possam comer as coisas boas da terra, como diz o profeta Isaías. E isso significa deixar de fazer o mal, não nos acostumarmos com ele e suas faces de injustiça e morte. O Papa Fancisco insiste que “não é salutar habituarmo-nos ao mal; faz-nos mal permitir que nos anestesiem a consciência social” (QA 15). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Uma ecologia integral é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. (Laudato Si’, 230) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Dom Sérgio Castriani continua na UTI, com quadro “estável, apesar de grave”

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, 1º de março, a Arquidiocese de Manaus, através da Assessoria de Comunicação, tem informado que Dom Sergio Eduardo Castriani, CSSp, Arcebispo Emérito “continua na Unidade de Terapia Intensiva, sedado e entubado”. A nota diz que no final do dia de ontem, domingo, 28 de fevereiro, “houve necessidade de realizar hemodiálise”. O quadro de Dom Sérgio é “estável, apesar de grave”. A nota encerra pedindo oração pela saúde Dom Sergio.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Maurício López: o Sínodo Amazônico é “um processo que torna possível e acompanha a irreversível conversão integral da Igreja”

  A sinodalidade, que não é uma estrutura e sim uma dinâmica, está se impondo como uma prática e uma reflexão cada vez mais presente na Igreja. Estamos diante de uma tentativa de voltar ao espírito que guiava as primeiras comunidades cristãs, um jeito de ser Igreja que busca assumir o discernimento como como caminho que ajuda nas mudanças, tendo como base a comunhão, numa perspectiva escatológica, que mostra que estamos colaborando no caminho do Reino. Nessa perspectiva, a aula inaugural da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte – MG, versava sobre “Sinodalidade, um jeito de ser Igreja na Amazônia e no mundo”. O palestrante foi Maurício López Oropeza, um dos melhores conhecedores do que significa a sinodalidade na prática, algo que descobriu e assumiu ao longo do processo do Sínodo para a Amazônia. Ele refletia partindo das vozes que fizeram parte desse processo sinodal, vozes do território e da própria Igreja, e a partir daí fazia uma leitura espiritual inaciana da Igreja, do que representa sentir com a Igreja. O Sínodo para a Amazônia representou um novo tempo de caminhada comum entre os povos originários e a Igreja, segundo Anitalia Pijachi, indígena colombiana, palavras que serviram como preâmbulo para a fala de Maurício López. Ele, bom conhecedor da espiritualidade inaciana, já foi Presidente Mundial das Comunidades de Vida Cristã – CVX, destacava três elementos próprios dessa espiritualidade, presentes nos Exercícios Espirituais, para compreender a sinodalidade na Igreja. Segundo o Secretário interino da Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, “o maior propósito é o cumprimento da vontade de Deus”, algo que se faz realidades no relacionamento de uns com os outros de forma sinodal. Nessa realidade, o exercício sinodal da Trindade se concretiza como um processo comunitário de ver-escuta da realidade, desde a multiculturalidade, e a Encarnação que transforma a realidade. Tudo isso, segundo Maurício López, como “um ato que se origina em e para o amor”, que implica sair de si mesmo e “saber que somos convidados a ser cocriadores e contemplativos em ação”.  O caminho sinodal deve nos levar a entender que “o problema é que a Igreja não conhece nossa cultura, se ela nos conhecesse, saberia que lutamos pela mesma coisa”, uma reflexão do indígena peruano Santiago Yahuarcani. Esse pensamento está presente numa das cartas de São Paulo aos Filipenses, “uma comunidade com fortes desafios internos em termos de divisões e diferentes visões opostas”, segundo Maurício, algo que também faz parte da vida social e eclesial atuais. Isso tem aparecido de forma mais clara com a pandemia da Covid-19, que em palavras do conferencista, “ela revela sobre nosso fracasso como uma humanidade intolerante – desigual – autodestrutiva”, que torna “essencial testar e consolidar novos caminhos em nossa missão eclesial”.  Discernir uma nova maneira de ser Igreja no mundo, mais fiel ao Evangelho de Jesus, é o convite de onde surge a sinodalidade, afirmava Maurício. Trata-se de um caminho que “implica a afirmação dos sujeitos em sua diversidade, em toda sua gama de rostos e olhares pluriformes”, que tem como condições a unidade, a caridade e a paz, algo já definido na Lumen Gentium. Mas não podemos esquecer que existem “doenças” que dificultam a sinodalidade, que López Oropeza define como esclerose sinodal (farisaica) e misofobia sinodal (esenia), que provocam um gnosticismo alienante, “um sentimento de separação, de superioridade”.   Para superar essa realidade, Maurício fazia a proposta de formas de purificação, próprias do itinerário de Jesus, para avançar na plena sinodalidade. Ele destaca a necessidade de uma conversão do coração e dos fundamentos da sociedade e das instituições, fechadas e injustas. Tudo em vista do Reino de Deus, algo que fundamenta a sinodalidade, que não procura o triunfo de uma ideologia e que deve ser vivida no seguimento de Jesus. Isso tem sido assumido pelo Papa Francisco, que insiste em que o Sínodo é mais do que um Parlamento, o que, seguindo a terminologia inaciana, deve nos levar, com urgência, a “purificar a intenção, através do discernimento, diante das grandes tretas”, tendo como fundamento o sensus fidei versus o depositum fidei. O Sínodo Amazônico, que Maurício López considera “uma expressão particular, com implicações universais, da forma como o Concílio Vaticano II está tomando forma para garantir a relevância da missão da Igreja no mundo e no coração de seus gritos e esperanças”, concretizou tudo isso, gerando num mundo quebrado a possibilidade de um outro amanhã. Ele vê o Sínodo Amazônico como “um processo que torna possível e acompanha a irreversível conversão integral da Igreja”. Estamos diante de uma escuta sem precedentes, do Papa Francisco, na visita ao território amazônico em Puerto Maldonado, Peru (janeiro de 2018), do processo de escuta sinodal e da Assembleia Sinodal, que foi amplamente recolhido no Documento Final do Sínodo e ajudou o próprio Pontífice a identificar possíveis novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral na Amazônia, apontados na Querida Amazônia. Trata-se de um Sínodo que, segundo o conferencista, aborda três tensões substanciais: dimensão (território específico e universalidade), temporalidade (kairós e chronos) e reforma em andamento (passagem de um modelo centralizador, hierárquico-vertical, a outro mais participativo, colegial e comunitário, que tem em conta os gritos e esperanças da realidade, uma experiência inculturada e intercultural).   Ao longo do processo sinodal, o Papa Francisco foi dando algumas orientações: “a periferia é o centro”, que faz do secundário a pedra angular para criar novos caminhos; “não perder o foco”, que dinâmica territorial não seja diluída, evitando que o Sínodo se torne uma arena de disputa ideológica ou de lutas de poder, uma tentativa que esteve presente em alguns, centrando-se nos temas concretos do território; “a perspectiva do desborde”, superando estruturas, que mesmo importantes, são meios e não fins, e nos levando abraçar “os muitos rostos crucificados que pedem à Igreja esse papel profético e presença credível”; “o Sínodo Amazônico e filho da Laudato Si´”, algo que “expressa a visão multidimensional necessária da ecologia integral para um território específico”. Finalmente, voltando a Santo Inácio, Maurício López apresentava premissas inacianas essenciais…
Leia mais