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Diocese de Roraima apresenta a Campanha da Fraternidade: “A mudança começa nas nossas comunidades”

  Foto: Rádio Monte Roraima No início da quaresma, um tempo em que a Igreja “nos chama à conversão, à mudança de vida, a voltar ao evangelho, a voltar àquele projeto de Deus em nossa vida e na nossa sociedade”, segundo salientava dom Evaristo Spengler, a diocese de Roraima apresentou à imprensa a Campanha da Fraternidade 2025. O bispo ressaltou que “essa conversão não basta ser individual, é necessário também uma conversão comunitária, uma conversão social e que produza frutos.”  Nessa tessitura se coloca a Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema: “Fraternidade e Ecologia integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom”. Diante disso, o bispo questionou: “como é que Deus está enxergando o mundo hoje, vendo tanta destruição, tanta contaminação, tanta pobreza, Deus ainda aplaudiria que tudo está muito bom?”, vendo a Campanha da Fraternidade como instrumento que quer fazer esse questionamento: “o que nós estamos fazendo com a criação que Deus nos delegou?” Ele insistiu na necessidade do ser humano cuidar da Criação, zelar por ela. Segundo o bispo, “a Criação não é só o ser humano, não é só o homem e a mulher”, recordando que a Campanha da Fraternidade deste ano está determinada pela realização da COP30 em Belém do Pará, os 10 anos do lançamento da encíclica Laudato Si e os 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. Uma campanha que quer ajudar-nos a descobrir as causas da atual crise climática, que em grande parte vem da ação humana, relatando diversos exemplos disso na diocese de Roraima: desmatamento acelerado, criação extensiva de gado, monocultivo. Algo que prejudica claramente o lavrado, uma terra fraca para o cultivo, que acaba com a biodiversidade e pode desertificar a região. Igualmente refletiu sobre o garimpo e a ameaça de uma grande hidroelétrica. O bispo denunciou a pressão do poder económico com relação à COP30, pedindo uma legislação que cada vez mais tem que se adequar à preservação e não à destruição. Junto com isso a necessidade de conscientização de cada cristão e cada cidadão, de evitar o consumo desenfreado, de uma mudança de mentalidade e de prática, de ação para no avançar caminho a um grande desastre. A Campanha da Fraternidade tem como um dos seus instrumentos de reflexão o Texto Base, elaborado por uma equipe, da qual fez parte a professora da Universidade Federal de Roraima, Marcia de Oliveira, que foi perita no Sínodo para a Amazônia. Ela levou para a reflexão da equipe as questões centrais da Amazônia, destacando no Texto Base o chamado ao bem viver como proposta alternativa a esse modelo capitalista que tem causado essa crise climática sem precedência na história da humanidade. Nessa perspectiva, foram inseridas no texto diversas experiências exitosas que garantem que “as regiões ou os territórios ocupados pelos povos indígenas são territórios de grande preservação, são territórios de convivência, são territórios que estabelecem aqueles princípios da casa comum apresentados pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Si e eles representam para nós um grande modelo de vida, um grande modelo de ecologia integral”, enfatizou a professora. Marcia de Oliveira destacou a importância do tempo quaresmal como “um tempo de escuta, de reflexão, de conversão”, insistindo em que “eu não posso me converter se eu não reconheço onde é que eu estou falhando, onde é que eu estou interrompendo processos de participação e de vivência.” Nesse sentido, ela vê a necessidade de processos de revisão da nossa vida diante da questão ecológica, vendo a Campanha da Fraternidade como “um grande convite a revermos de forma muito profunda a nossa relação com a natureza e entrarmos num processo de conversão ecológica.” Foto: Rádio Monte Roraima Com relação à COP 30, a professora denunciou que as COPs têm sido convertido em espaços de negociação da natureza, mostrando a necessidade de levar adiante “uma proposta de mobilização de toda a igreja do Brasil para, durante o processo de preparação e realização da COP, como sociedade, como organizações da sociedade civil, a gente estabelecer outras reflexões e estabelecer outras alternativas, outros mundos possíveis.” Por sua vez, o vigário episcopal para a Pastoral da diocese de Roraima, padre Celso dos Santos, insistiu em que a Campanha da Fraternidade está dentro do processo quaresmal, destacando o método do Texto Base, que parte da necessidade de olhar a realidade, da situação que se vive, marcada por uma crise civilizatória com muito impacto na questão ambiental. Desde aí procurar como Igreja parâmetros para nos orientar, a partir da fé, da Palavra de Deus, da Tradição da Igreja, tendo em conta que “a casa comum tem seus limites e nós já estamos quase que ultrapassando esses limites”, o que tem que nos levar a nos questionar: “Qual é a nossa responsabilidade de cristãos e de cristãs para com esta realidade?”, disse o padre Celso. Uma reflexão que tem que nos levar a “um novo agir, um agir com responsabilidade”. Nesse sentido, o vigário de Pastoral destacou que “é importante que neste tempo de quaresma, onde todas as nossas comunidades se reúnem, celebram, possam de fato viver a sua fé no chão que estão inseridas. A mudança começa, claro, nas nossas comunidades. Mas isso também exige que nós lutemos por políticas que de fato mudem essa relação predatória com a terra, com o meio ambiente.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Deixar atrás o individualismo e nos convertermos ao cuidado

Na ressaca do Oscar, do carnaval e de tantas outras situações que nos envolvem iniciamos o Tempo da Quaresma, mais uma oportunidade para reforçar uma atitude que sempre deve estar presente em nossa vida: a conversão. Em 2025, o Papa Francisco nos faz um chamado a nos convertermos à esperança e à sinodalidade, e a Igreja do Brasil nos lembra a necessidade da conversão ecológica. A conversão é bem mais do que uma atitude pessoal, ela tem a ver com a dimensão comunitária, social, algo que faz parte da condição humana. Com o decorrer do tempo, o individualismo tem tomado conta da vida de muita gente, também do modo de viver a religião. Somos individualistas até na hora de fazer os nossos pedidos para Deus, esquecendo que Ele é comunidade e reduzindo o próprio ser de Deus, de quem muita gente quer a exclusividade, esquecendo que sua capacidade de amar é infinita, é para todos. Ser comunidade, vivenciar a sinodalidade, caminhar juntos, são atitudes que se pretendem opacar, colocando a individualidade como aquilo a ser mostrado acima de tudo. Muita gente esquece que juntos somos mais e que nos abrirmos aos outros nos enriquece, pois é na diversidade que cada um de nós descobre caminhos de crescimento, também naquilo que tem a ver com Deus, um Dios que é Trindade, comunidade de amor. Cada vez nos deparamos com mais pessoas com dificuldade para escutar, para se abrir à palavra dos outros. Os preconceitos dominam o pensamento das pessoas, impedem se abrir à possibilidade de crescer com aqueles que nos aportam novos conhecimentos, novas propostas, perspectivas diferentes. Não podemos ter medo da diversidade, pois nossa capacidade crítica nos oferece a possibilidade de encontrar no outro aquilo que nos ajuda a crescer. Uma falta de interesse pelos outros que também está presente com relação a nossa casa comum. O descaso para com o Planeta é uma atitude assumida por muitas pessoas, também por muitos que de diversos modos têm conseguido se colocar à frente dos governos, tendo em suas mãos a possibilidade de decidir com relação a questões que podem atingir gravemente o futuro da humanidade e do Planeta Terra. O negacionismo climático, a renúncia a abrir mão de todo tipo de comodidade, querer disfrutar de comodidades que colocam em risco o meio ambiente, são posicionamentos cada vez mais presentes. Muita gente faz ouvidos surdos diante do grito da Terra, um grito que ressoa nos mais pobres, dado que eles são as vítimas das mudanças climáticas, que cada vez mais provocam mais e maiores desastres naturais. Diante disso, qual é a nossa esperança? Temos motivos para continuar esperando, para continuar acreditando na vida, para continuar acreditando na humanidade? Vamos a nos deixar dominar por pequenos grupos que pretendem estabelecer um pensamento que busca seu benefício exclusivo às costas daqueles que defendem a vida para todos que Deus oferece? É tempo de esperança, de fé, de praticar a caridade, de entender o modo de Deus, que é o cuidado, a escuta, a comunhão. A Quaresma tem que nos levar a sair de nós, a assumir a dinâmica de Deus e assim experimentar que sua proposta sempre é válida e faz realidade seu Reino e a possibilidade de viver em Ressurreição, de viver para sempre. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “Uma conversão não é aparência, mas transforma, revigora, matura a nosso existir”

No início da quaresma, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, disse em sua homilia na Antífona da missa das Cinzas somos lembrados: “Ó Deus, vós tendes compaixão de todos e não rejeitais nada que criastes”. Na invocação da benção das cinzas rezaremos: Ó Deus, que não quereis a morte do pecador, mas a sua conversão, escutai com bondade as nossas preces e dignai-vos abençoar estas cinzas que vamos colocar sobre as nossas cabeças… consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do vosso Filho ressuscitado” (Benção das cinzas). Segundo ele, estamos diante de “um caminho que a Igreja nos propõe da confiança, e por isso, da conversão: sermos transformados pela cruz e ressurreição de Jesus”, ressaltando que “Papa Francisco na sua Mensagem para a quaresma, chama o caminho da esperança.” O arcebispo de Manaus recordou que “como seguidores e seguidoras de Jesus percorrermos juntos os passos da conversão, alimentados e fortificados pela vida nova que nos é oferecido por Jesus Crucificado e ressuscitado. Juntos, como comunidade como família percorrermos as sendas da conversão, da mudança de vida, atraídos pela esperança que nos atrai e não decepciona.” “É tempo de voltarmos para Deus como nos ensinava a primeira leitura: ‘Voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos. Voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia inclinado a perdoar o castigo’ (cf. Joel 2,12-13). Percebermos a bondade, a compassividade e a misericórdia de Deus. Converter-nos, tocados pela compaixão e a misericórdia de Deus. Como que encantados pelo cuidado compassivo e a dedicação misericordiosa de Deus, nos voltarmos para ele de todo o coração. Conversão: nos voltarmos para o Deus de nossos pais”, afirmou o cardeal Steiner. Na segunda leitura, ele destacou que “nos lembrava que podemos experimentar o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2). O caminho quaresmal como possibilidade de sermos sempre tomados pela salvação; nos sentirmos salvos e libertos, porque sempre mais seguidores, seguidoras de Jesus que deu sua vida por nós.” “Uma conversão que toque a profundeza de nossa alma, transforme nosso coração, abra o horizonte da presença de Deus. Uma conversão não é aparência, mas transforma, revigora, matura a nosso existir. Os exercícios quaresmais da esmola, da oração e do jejum que nos são indicados podem, segundo o Evangelho, permanecer na aparência, sem despertar para uma vida nova, uma profundidade da fé, da experiência do Evangelho”, enfatizou. Ele lembrou que “na proclamação, por três vezes escutávamos: ‘O teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa’. Ao dar a esmola, ao jejuar, ao rezar, Jesus pede que o façamos na simplicidade, sem ostentação, de coração sincero e puro. Talvez, esteja a indicar a transparência do jejuar, do rezar e dar a esmola, isto é, sem interesses, na gratuidade. Jesus a nos dizer que a esmola, o jejum, a oração, não são trocas, nem mesmo para sermos melhores, apenas disposição e disponibilidade para a ação de Deus. “O teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. Tudo na singeleza de quem se dispõe à graça da Cruz e ressurreição. Sim, queridos irmãos e irmãs, tudo na gratuidade, na admiração de quem se coloca a caminho para ser atingido pela ação amorosa redentora de Jesus.” O arcebispo de Manaus recordou que “hoje cedo abrimos a Campanha da Fraternidade com uma caminhada. Ao celebrarmos 10 anos da Encíclica Laudato Sì e os 800 anos do Cântico das Criaturas, a Igreja no Brasil retoma como realidade a ser meditada e rezada no tempo da quaresma a Ecologia. ‘Fraternidade e Ecologia Integral’, guiados pelo texto do Gênesis: ‘Deus viu que tudo era muito bom’.” Nessa perspectiva, ele sublinhou que “Papa Francisco de modo insistente chama a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual ‘crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior’ (cf. Laudato Sì, 217). Conversão interior que é também uma conversão ecológica, para sermos sempre mais fiéis ao Evangelho”, citando as palavras de Papa Francisco na mensagem para a Campanha da Fraternidade de 22025:  “Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, e afirmando que “somos convocados ao cuidado da Casa Comum.” O cardeal Steiner refletiu sobre as práticas quaresmais, recordando que “na abertura da quaresma o Evangelho nos indicava o jejum, a esmola e a oração o jejum, para uma verdadeira conversão. No caminho quaresmal ajudados pela Ecologia Integral, somos convidados ao jejum para superar a lógica do consumismo sem ética, sem sentido social e ambiental. Esse modo de esvaziamento para deixar evidente o significado de cada criatura e por isso, da ecologia integral.” O arcebispo destacou “o exercício da esmola, como partilha, como crescimento da vida em fraternidade. Nos pertencemos! No pertencimento o cuidado com todos os seres. Esmola que é cuidado para com o outro, mas também com as outras criaturas, com o mundo que nos rodeia. Darmos o cuidado e o cultivo para que a nossa mãe terra não seja destruída, e acabemos destruindo a Casa Comum. A esmola do cuidado, possa suscitar a fraternidade com a criação inteira para vivermos de maneira harmoniosa, integral.” Ele refletiu sobre “a oração: contemplação! Contemplar as criaturas, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres. Deixar brotar um Cântico onde ressoe a fraternidade: irmão sol, irmã luz, irmãs água, terra mãe! Como lembra a Carta aos romanos: oferecer a Deus um sacrifício vivo, santo e agradável (12,1).” Voltando em sua reflexão aos exercícios quaresmais, o cardeal Steiner disse que “talvez, nos exercícios quaresmais do jejum, da esmola e da oração, como caminho de conversão, possa brotar a gratidão e gratuidade. Gratidão e gratuidade que nascem do reconhecimento de que Deus…
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Abertura da Campanha da Fraternidade 2025 na Diocese de Borba: “Cuidar da vida e da criação é um ato de fé”

Louvar a Deus pela beleza da criação e seguir o caminho da conversão por meio do jejum, da caridade e da oração é dizer Sim ao chamado da Santa Igreja. Em resposta a esse chamado, a diocese de Borba realizou a cerimônia de abertura da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como Tema; Fraternidade e Ecologia Integral e o Lema; Deus viu que tudo era muito bom; (Gn 1,31). O momento celebrativo aconteceu neste dia 05 de março de 2025, na Paróquia de Cristo Rei. A oração inicial foi teatralizada por jovens da Paróquia de Cristo Rei, que trouxeram a mensagem da beleza da Criação, seguida da Oração da Campanha da Fraternidade 2025. A cerimônia envolveu a sociedade civil, com a presença de crianças, da juventude e demais comunitários. No ensejo, a mesa de honra foi composta pelas autoridades eclesiais, como o Bispo diocesano Dom Zenildo Luiz Pereira, o pároco da Paróquia de Santo Antônio, padre Joseph Raj, bem como os párocos de Cristo Rei e da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, padre Manuel e padre Jair. O coordenador de Pastoral diocesano Ademir Jackson, a professora Francelina Souza, representante da Coordenadoria Regional de Educação e a representante da secretaria de obras foram convidados a compor a mesa de honra do evento. Nas diversas reflexões foram pontuadas que o ser humano foi feito para cuidar de tudo que Deus criou. Esta responsabilidade dada por Deus tem sido negligenciada e que com o passar do tempo a humanidade esquece do propósito selado com Deus de cuidar da criação. O que Deus fez é bom, mas o homem não cuidou dos rios, dos animais, das matas e nem da própria humanidade. Contudo, para selar o compromisso com o futuro da criação, vamos atender ao chamado da Igreja, por meio do Papa Francisco na encíclica, Laudato Si’, também conhecida como “Sobre o cuidado com a nossa casa comum”. A Laudato si’ (“Louvado sejas”) é a primeira encíclica na história da Igreja Católica Romana a ser dedicada inteiramente à questão do meio ambiente, por seu tratamento e cuidado com a terra. Para engrandecer o evento, os jovens da Pastoral da Juventude diocesana apresentaram uma dança coreografada com a música “Terra, uma grande maloca”, dando ênfase aos nossos povos originários. O vigário forâneo, Padre Joseph afirmou que “a Campanha da Fraternidade de 2025 nos faz lembrar da nossa responsabilidade com a criação de Deus”. Para o coordenador de pastoral diocesano, Ademir Jackson “a Ecologia Integral deve estar interligada com toda igreja e com toda a sociedade civil”. A responsabilidade de cuidar é de todos, assim, a partir de hoje a Diocese de Borba fará uma grande mobilização com retiros, encontros, rodas de conversas, círculos bíblicos e celebrações nas comunidades, nas paróquias e áreas missionárias, fortificando o momento com a semana da ecologia em setembro, culminando com a Caminhada Ecológica. O Bispo diocesano, Dom Zenildo afirmou que “cuidar da vida e da criação é um ato de fé, a palavra em sua harmonia, cria, pois a criação surge pela palavra, como nos ensina o livro de Gênesis”. A reflexão de Dom Zenildo apontou o Documento do Papa Francisco, Laudato si’, que traz a Ecologia Integral como um tema transversal, que abre caminhos para inúmeras esferas sociais, econômica, educacional, cultural, e entre outros. A afirmativa de Dom Zenildo quanto a consciência ecológica é de que devemos trabalhar e aprofundar o ato de fé, promovendo em espírito quaresmal um processo de conversão integral e reestruturar a “Casa Comum”. E com o sentimento de Esperança no Deus vivo, autor de toda criação e com espírito de solidariedade fraterna, Dom Zenildo declarou aberta a Campanha da Fraternidade 2025 na Diocese de Borba. Para finalizar o momento celebrativo, foram distribuídas mudas de plantas para os coordenadores de pastorais das paróquias que se fizeram presente. E o gesto concreto se intensificou com o Bispo diocesano plantando uma pequena muda, chamada por Dom Zenildo de planta da esperança, na praça de Cristo Rei.  Que este tempo quaresmal nos ensine a desvincularmos da ganância social e vivenciar o zelo pela Ecologia Integral, defendendo a vida e a nossa casa comum! Diocese de Borba

Abertura da Campanha da Fraternidade em Manaus: “Recordar a necessidade urgente de uma conversão ecológica”

Manaus, a maior cidade da Amazônia, é um claro exemplo de falta de cuidado com a Casa Comum. O descaso do poder público e a falta de consciência da população mostra a importância de a Campanha da Fraternidade abordar o tema da ecologia integral e fazer um chamado à conversão ecológica. Um caminho que na arquidiocese de Manaus foi iniciado na manhã da Quarta-feira de Cinzas, continuando uma tradição presente há muitos anos na Igreja da capital do Amazonas. Os bispos junto com todo o povo de Deus iniciaram uma caminhada nas portas da catedral de Nossa Senhora da Conceição para, percorrendo as ruas do centro da cidade, chegar na Orla do Rio Negro, onde foi realizada uma celebração da Palavra, presidida pelo arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Uma caminhada que foi oportunidade para refletir sobre a moradia, a reciclagem, o cuidado com a água, as mudanças climáticas, para escutar a voz daqueles que sempre foram mestres no cuidado da casa comum, os povos indígenas. Mas também para realizar gestos concretos, como foi o plantio de várias mudas nos jardins do Santuário de Aparecida pelos bispos de Manaus, um gesto que depois se repetiu no Parque Rio Negro. A Campanha da Fraternidade 2025 nos recorda, segundo salientou o cardeal Steiner, os 10 anos da Laudato Si´, “um texto belíssimo do Papa Francisco, que nos ilumina, vai iluminando a Igreja e a sociedade”, um texto baseado no Cântico das Criaturas de São Francisco, que “vem a nos recordar a necessidade urgente de uma conversão ecológica”, destacou o arcebispo de Manaus. Comentando a parábola do semeador, lida na celebração, o cardeal Steiner ressaltou que “o semeador é um homem de esperança. Ele semeia, e nem todas as sementes chegam a dar fruto, mas ele semeia”, fazendo um chamado para poder descobrir que “a Campanha da Fraternidade deste ano quer que cada um de nós, mulheres e homens, sejamos de esperança”. Junto com isso, ele pediu que “semeemos uma ecologia integral, semeemos sempre, despertemos sempre, ajudemos a abrir os olhos para que realmente a ecologia seja integral, quer dizer, seja de todos, todas as criaturas sejam respeitadas, cuidadas. Todas as criaturas, conforme o texto de Papa Francisco, sejam cultivadas.” O arcebispo de Manaus disse que “nós, com a Campanha da Fraternidade, queremos recordar alguns pecados nossos. Nós queremos abordar as realidades difíceis que nós vivemos, os nossos rios que se enchem de mercúrio, as nossas florestas que são devastadas pelo garimpo, pela ganância da madeira, os nossos peixes que são roubados e vendidos. Queremos recordar também que o saneamento básico na nossa cidade ainda é pouco.” Diante dessa realidade, o cardeal Steiner pediu nesta quaresma, “fazer o caminho da conversão ecológica”, pedindo a contribuição de todos, “porque, dando a nossa contribuição, seremos também nós, semeadores e semeadoras da esperança de uma ecologia integral”, recordando algumas iniciativas presentes na Igreja de Manaus e fazendo um convite a outras novas, pois assim, “devagarinho vamos dando uma contribuição para que a nossa ecologia realmente seja integral”, e a Igreja de Manaus, irá “mostrar que estamos dispostos a nos converter junto à ecologia.” No final da celebração, o arcebispo de Manaus insistiu na necessidade de gestos concretos, como é o fato de evitar que o lixo acabe nos igarapés, recordando que se isso fosse assumido pelas mais de mil comunidades que fazem parte da Igreja de Manaus, “só isso já seria uma benção enorme”. Um pedido que é uma urgência, pois no momento em que o arcebispo falava, uma balsa recolhia toneladas de resíduos das águas do Rio Negro, um fato comum nos rios e igarapés da cidade de Manaus. O cardeal Steiner fez um pedido à Igreja de Manaus: “lá na comunidade, reflitam, discutam, vamos tentar fazer esse gesto durante a campanha e depois da campanha levar adiante, reflitam isso para que assim nós possamos dar uma contribuição realmente grande na Campanha da Fraternidade.” Ele recordou o Papa Francisco, internado no Hospital Gemelli de Roma, “que sempre nos animou tanto no caminho da ecologia integral, sempre nos colocou diante dos olhos a necessidade de uma conversão ecológica e de maneira insistente. Nós queremos também acompanhá-lo com as nossas orações nesse momento de sofrimento, para que ele possa nos ajudar a sermos realmente testemunhas de uma ecologia integral, mas especialmente missionários, missionárias de Jesus.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Francisco pede na Campanha da Fraternidade “deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”

Na Igreja do Brasil, o tempo da Quaresma ée acompanhado há mais de 60 anos pela Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom.” Mais um ano, o Papa Francisco tem enviado uma mensagem à Igreja do Brasil com motivo da Campanha da Fraternidade, felicitando aos bispos brasileiros “pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos.” O Santo Padre lembra em suas palavras que “com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Laudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.” Francisco recorda seu propósito com nestes documentos: “chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual ‘crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior’ (Laudato Si’, 217).” Igualmente, o texto cita a alerta de São João Paulo II em 17 de janeiro de 2001 sobre o cuidado da Casa Comum, onde disse que era “preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que tornou a humanidade mais sensível.” O Papa louva “o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo”, e pede “que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.” No texto, Francisco lembra que “o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.” Para o itinerário quaresmal, o Papa espera “dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu.” Igualmente, ele disse fazer votos que “a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.” Votos que Francisco confia “aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida”, concedendo sua Bênção Apostólica “a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.” MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CF 2025 Queridos irmãos e irmãs do Brasil! Com este dia de jejum, penitência e oração, iniciamos a Quaresma deste Ano Jubilar da Encarnação. Nesta ocasião, desejo manifestar a minha proximidade à Igreja peregrina nessa Nação e felicitar os meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos e que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a passagem da Escritura na qual, contemplando a obra da criação, “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31). Com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta EncíclicaLaudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023. Nestes documentos, quis chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual “crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” (Laudato Si’, 217). Neste sentido, o meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era “preciso estimular e apoiar a “conversão ecológica”, que tornou a humanidade mais sensível” (Audiência, 17 de janeiro de 2001) ao tema do cuidado com a Casa Comum.  Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações. Desejo que esse itinerário quaresmal dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu. Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral. Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim. Roma, São João de Latrão, 11 de fevereiro de 2024, memória…
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Dom Altevir ao povo de Deus em Tefé: “Os 40 dias da Quaresma são dádivas do Criador, de um Deus que ama seu povo”

Em vista do início da Quaresma 2025, o bispo da prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, enviou uma mensagem ao povo de Deus que lhe foi confiado. Ele começou suas palavras afirmando que “Quaresma não tem fim em si mesma, mas é um caminho de conversão, no qual, Deus sempre espera por nós. A quaresma é como setas que nos conduzem à Páscoa do Senhor. É um período litúrgico que nos prepara para a maior celebração de todas as festas cristãs: a Páscoa!” Segundo o bispo, “a palavra Quaresma está relacionada com o número 40. Os números na Bíblia são simbólicos. O número 40, indica um período de preparação para um grande acontecimento, no caso da Quaresma, este grande acontecimento, é a Páscoa do Senhor. Outros exemplo, o dilúvio durou 40 dias e 40 noites, e foi um tempo de preparação para uma nova humanidade; o povo hebreu passou 40 anos no deserto, preparando-se para entrar na Terra Prometida; 40 dias e 40 noites passou Moisés na montanha se preparando para ser o guia do povo no deserto; os habitantes de Nínive passaram 40 dias fazendo penitência, antes de receberem o perdão de Deus; Isso aconteceu com Elias ao caminhar 40 dias e 40 noites para subir à montanha de Deus; Jesus ficou 40 dias no deserto antes de sua missão.” Dom Altevir faz um chamado ao povo de Deus: “Acredite, os 40 dias da Quaresma, são dádivas do Criador, de um Deus que ama seu povo, e aguarda a todo momento o retorno de seus filhos e filhas que Dele se afastaram. Como o filho pródigo que caiu em si, reconheceu o seu erro, e voltou para dizer, Pai pequei contra Deus e contra ti; também nós possamos nos voltar para Jesus Cristo e com Ele celebrar a verdadeira Páscoa.” O bispo da prelazia de Tefé lembrou as palavras do Papa Francisco nas mensagens para Quaresma, onde ele sempre nos pede: “não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão”. Para isso, segundo o bispo, “permitamos que os exercícios espirituais, o compromisso com a vida, nos conduzam neste caminho de conversão e de esperança.”  “A espiritualidade quaresmal vai nos mostrar que Jesus salva a humanidade não pelo triunfo e nem pela fama, mas pelo sofrimento e morte de cruz. Que o caminho da conversão nos ajude a eliminar entre nós, todo e qualquer tipo de divisão, pois nossa fé nos une num ponto fundamental: a Ressurreição de Jesus. Se permitirmos fomentar divisões, então nossa fé ainda não é perfeita, ou quem sabe, nem a temos, pois sem caridade não há fé”, disse dom Altevir. O bispo lembrou que “Fé, esperança e caridade, são inseparáveis! Neste Ano Santo, como ‘Peregrinos da Esperança’, no qual o povo desta Igreja Local, celebrará no dia 11 de agosto, 75 anos da elevação de Prefeitura Apostólica, à Prelazia de Tefé, precisamos da força do testemunho, da união de todos e todas para que ocorra, à luz da verdadeira conversão, o fortalecimento da fé e esperança em todas as nossas comunidades.”  Citando mais uma vez o Papa Francisco, dom Altevir lembrou que “nos exorta em uma de suas mensagens quaresmais, para que ‘abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para Páscoa de Jesus: façamo-nos próximos dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais’.”  Na mensagem, o bispo da prelazia de Tefé recordou os exercícios quaresmais que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis: jejum (Mt 6, 16ss), oração (Mt 6, 5ss) e esmola (Mt 6, 1ss). O bispo lembrou das palavras do cardeal Leonardo Steiner, quando era secretário da CNBB: “os exercícios físicos-espirituais para se deixar tomar pelo seguimento de Jesus Cristo”, e que “a Quaresma nos provoca e convoca à conversão, mudança de vida para cultivarmos o caminho do seguimento de Jesus Cristo. A Quaresma desperta a necessidade de partilha e nos aproxima da irmandade”.  Junto com isso, o bispo pede ao povo de Deus da Prelazia de Tefé: “para nos ajudar também neste caminho da conversão, durante esta Quaresma, vamos acolher e assumir o apelo que nos faz a CNBB com a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem por tema ‘Fraternidade e Ecologia Integral’ e por lema, inspirado em Gn 1,13, ‘Deus viu que tudo era muito bom’. Promover uma conversão integral, ou seja, uma mudança de atitudes e convicções, em defesa da Nossa Casa Comum, eis o objetivo geral desta Campanha, no Ano do Jubileu da Esperança.” Finalmente, dom Altevir fez um chamado para que “caminhando com Maria, nossa Senhora com tantos nomes, peçamos a interseção de Santa Teresa de Ávila, padroeira da nossa Prelazia, para nos ajudar a fazermos o verdadeiro retiro espiritual, que os quarenta dias da Quaresma, nos propõe. Feliz tempo quaresmal!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner denuncia na ONU “violações sistemáticas de omissão estatal” nos territórios indígenas

Os ataques aos povos indígenas no Brasil têm se tornado uma constante ameaça, inclusivo no plano legislativo, principalmente com o Marco Temporal. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), é atualmente um dos grandes defensores dos direitos dos povos originários, tanto no Brasil como no âmbito internacional. Nesta terça-feira, 4 de março, o arcebispo de Manaus e presidente do Cimi, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, se dirigiu à comunidade internacional por vídeo durante o Diálogo Interativo da 58ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que acontece em Genebra, na Suíça. Desde 2022, a ONU tem se preocupado de maneira crescente e tem realizado relatorias especiais contra o Marco Temporal, tendo sido a última no dia 26 de fevereiro, quando, segundo informa o Cimi, “três relatorias especiais do organismo internacional classificaram como um ‘grande retrocesso’ a proposta complementar do ministro Gilmar Mendes à Lei 14.701/23, a Lei do Marco Temporal.” Nesse sentido, a postura do organismo das Nações Unidas foi claro: “expressamos nossa profunda preocupação com a proposta apresentada pela Comissão Especial de Conciliação do STF, que contradiz diretamente a Constituição do Brasil, as decisões do próprio Supremo Tribunal Federal e o direito internacional dos direitos humanos”, segundo diz trecho do pronunciamento das relatorias. Em seu pronunciamento, o cardeal Steiner agradeceu ao Alto Comissionado “seu incansável apoio aos povos indígenas do Brasil”, denunciando abertamente que “os direitos desses povos estão sendo, neste momento, reformados e negociados para atender interesses particulares que querem explotar economicamente os territórios, principalmente o minério. Isto acontece através de uma mesa de negociação criada pela Suprema Corte, que pretende buscar acordos sobre direitos que são indisponíveis e inalteráveis, um retrocesso gravíssimo.” Em suas palavras, o presidente do Cimi deixou claro que “os povos indígenas já manifestaram claramente seu não consentimento à mesa de negociação.” Diante da postura do governo brasileiro, que, segundo lembrou o cardeal Steiner, tem dito que “não pode avançar na demarcação e proteção dos direitos territoriais por causa deste ambiente de inseguridade”, ele sublinhou que “nos territórios existem violações sistemáticas de omissão estatal, como os ataques armados contra a comunidade dos povos Avá-Guarani e Guarani- Kaiowá.” Diante dessa situação, o cardeal disse: “apelamos a este alto comissariado e ao Conselho de Direitos Humanos, reforce a obrigação do Estado brasileiro e a garantia dos direitos dos povos indígenas”, enfatizando que “o caminho é voltar ao que já foi estabelecido pela Corte Suprema em 2023 sob a inconstitucionalidade do Marco Temporal e anular a Lei 14.701.” Tudo isso porque “Direitos Humanos fundamentais não podem ser negociados e conciliados, devem ser garantidos”, concluiu o presidente do Cimi. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Evaristo Spengler: CF 2025, “recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador”

“O que estamos fazendo com a criação que recebemos de Deus, após ser criado?”. Essa é a pergunta que lança o bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, no vídeo difundido pelas redes sociais da diocese e da Rádio Monte Roraima, com motivo da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Uma questão que ele considera crucial. O bispo lembra que “na Quarta Feira de Cinzas, a Igreja do Brasil lança a Campanha da Fraternidade, convidando todo mundo a reflexão sobre a ecologia integral.” Ele recordou o tema da CF 2025, e o lema que vai acompanhar a caminhada da Igreja do Brasil durante a próxima Quaresma: “Deus viu que tudo era muito bom.” Segundo dom Evaristo Spengler, “a ecologia, para ser integral, pressupõe toda a criação, pressupõe que toda a criação está submetida a um mesmo processo sob as mãos de Deus. E a criação não se restringe só aos seres humanos, envolve a fauna, a flora, os animais, as florestas, os ecossistemas, as águas, o ar, as pedras, os rios, os mares, enfim, tudo.” O bispo franciscano recordou a figura do seu fundador, enfatizando que “São Francisco de Assis, há 800 anos, viveu uma relação harmoniosa com toda a criação. Se relacionava com tudo como sendo seus irmãos e irmãs. Chamava de irmãos e irmãs o sol, a lua, a água, o vento, as estrelas.” O bispo da diocese de Roraima, ainda recordou que “à Terra, Francisco deu o título de Irmã e Mãe Terra, porque dela vem os frutos do nosso sustento”, mostrando que esse é o motivo que faz com que o cartaz da Campanha da Fraternidade traz a imagem de São Francisco. Finalmente, dom Evaristo Spengler pediu que São Francisco “nos inspire a recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador, nosso Pai, e com todas as criaturas, nossos irmãos e irmãs.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Cardeal Steiner: “Ser como o mestre! Ser como Jesus que vive no cuidado de todos, especialmente dos mais necessitados”

Na homilia do oitavo domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner iniciou lembrando que “o Evangelho de hoje continua o sermão da planície que iniciamos a dois domingos em nossa liturgia dominical. Quantos direcionamentos, quantas elucidações, quantas direções, quantas iluminações, quantas implicações, quantos horizontes nos sugere o Evangelho oitavo domingo do tempo comum! Quantas dinâmicas a nos oferecer e desafiar! Ficamos admirados com o caminho que Jesus nos oferece neste na liturgia deste domingo.” Citando texto: “Um discípulo não é maior que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre”, ele disse que “Jesus nosso mestre e Senhor e nele somos todos discípulos, discípulas! Somos seguidores e seguidoras de Jesus, somos seus discípulos missionários e discípulas missionárias, e, por isso, suas testemunhas. Ele o verdadeiro e único mestre que recebemos, a quem ouvimos, seguimos e anunciamos. Não nos tornamos mestres para os outros. Com Ele mestre, caminhamos juntos, nos ensinamos mutuamente, apreendendo uns com os outros. Ele, caminho, verdade e vida! Só Ele o nosso caminho, a nossa verdade e a razão do viver. Ele a nos ensinar, guiar, transformar, conduzir, despertar para a razão de nosso viver, amar! Ele a guiar, a conduzir, a frutificar.” Seguindo com o texto: “Todo discípulo bem formado será como o mestre!”, ele fez um chamado a “Ser como o mestre! Ser como Jesus que vive no cuidado de todos, especialmente dos mais necessitados no corpo e no espírito. Ele caminhando ao encontro dos enfermos, dos sem olhos, sem língua, manchados no corpo e na alma, excluídos da sociedade e da religião. O mestre da vida e da salvação! Mestre que desperta para a vida, a intimidade, os amores; desperta para o outro, nos conduz pelas sendas da paz. Desperta em nós a esperança que não decepciona. Como nos ensina Papa Francisco: “a partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro. Feitos para o amor, existe em cada um de nós uma espécie de lei de êxtase: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acrescimento do ser. Por isso, o homem deve conseguir um dia partir de si mesmo, deixar de procurar apoio em si mesmo, deixar-se levar”, citando Fratelli tutti 88. “Atraídos, iniciados e guiados por Jesus, nos desviamos de caminhos difíceis, dos abismos existenciais, das violências, das mortes. Ele a nos guiar, somos salvos, redimidos, percorremos veredas verdejantes, mesmo no deserto, pois bem guiados pelos olhos que Jesus nos concede com o dom de sua vida”, enfatizou o arcebispo de Manaus. Sengo ele, “A quem não é dado ver, não despertado para ver da alma, pode levar a outra pessoa para o abismo, seguir caminhos indesejados. Os olhos impedidos do sensorial veem com outra sensibilidade que vê veredas, obstáculos, belezas, grandezas, desvios, encantos. O sentido do ver passa por outros sentidos que possibilitam ver o invisível. O ver invisível que conduz para paisagem sempre mais livres, admiráveis, encantadoras, pois despertados pela graça da fé que faz ver sem ver.” “A cegueira no Evangelho proclamado a nos falar do caminho a percorrer. Mas também de quem está na disponibilidade de ajudar no caminhar”, disse o cardeal, que lembrou as palavras de Papa Francisco no Angelus de 3 de março de 2019: Com a pergunta: “Um cego pode guiar outro cego?” (Lc 6,39), nos indicar sabedoria para conduzir pelos caminhos da salvação, da misericórdia, da esperança, caso contrário corre-se o risco de causar danos às pessoas que a Ele se confiam. Jesus a nos dizer da responsabilidade da nossa presença na vida dos irmãos e irmãs, dos filhos: os pastores de almas, as autoridades públicas, os legisladores, os mestres, os pais. Somos todos alertados do papel delicado de despertar vidas e ajudá-las no caminho da maturação e a discernir sempre o caminho certo pelo qual conduzir as pessoas, nos diz Papa Francisco.” O presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil refletiu sobre “como ir ao encontro do próximo, como participar do ministério do seu ensinar”, lembrando a pergunta do texto evangélico: “Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho?” Segundo ele, “ver é mais que ver com os olhos. Ver é uma abertura própria do humano que possibilita abrir mundos e perceber realidades, belezas, encantos, mas também as decadências, as deficiências, as restruturações do viver e conviver. Essa possibilidade humana que nos leva a percepção da vida verdadeira, da comunhão com Deus, da vida em santidade. Um ver que pode ter sua opacidade, o ver que distorce a verdade, as virtudes, o bem-querer. No Evangelho vem denominado de trave, isto é um empecilho significativo, impeditivo. O que impede inclusive de libertar os olhos de ciscos que em determinadas ocasiões fazem lagrimejar e impedir de ver a beleza e a grandeza. É pouco, mas ofusca no lagrimejar; um incomodo. Mas os olhos que foram limpos e, com Ele a nos guiar, até vemos sem ver; olhos de salvíficos, de benditos. Com ele sempre vermos, mesmo sem a retina dos olhos.” Ele lembrou que “Santo Agostinho, nos ajuda na meditação do Evangelho diante da ensinar de Jesus: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco que tens no olho’. Primeiro, diz ele, afasta o ódio para longe de ti; poderás então corrigir aquele a quem amas. E Ele chama ‘hipócrita’ com justiça, porque censurar os vícios deve ser uma atitude própria de homens justos e bondosos; quando tivermos de censurar ou corrigir, façamos com escrupulosa preocupação esta pergunta a nós próprios: e eu, nunca cometi este erro? E fiquei curado? Mesmo que nunca o tenhamos cometido, recordemos que somos humanos e que podíamos tê-lo cometido. Se, por outro lado, o tivermos cometido, recordemos a nossa fragilidade, para que seja a benevolência, e não o ódio, a ditar-nos a reprovação ou a censura. Um homem peca por cólera, e tu vais repreendê-lo com ódio. Ora, entre…
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