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8º Encontro Nacional da Pascom Brasil: “Tudo aquilo que está inserido nessa cultura digital também impacta na prática pastoral”

Aparecida acolhe de 12 a 14 de julho de 2024, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, o 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil). O tema será “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas” e se espera a presença de 900 participantes, com uma programação que contará com conferências, roda de conversas e diversas atividades temáticas. Segundo o coordenador nacional da Pascom, Marcus Tullius, na Igreja do Brasil, no âmbito da comunicação, “a pandemia foi um divisor de águas para pensar a Pastoral da Comunicação”, insistindo em que “quem já tinha algum trabalho, teve que se reinventar, teve que renovar, criar algo novo. Quem não tinha nada e tinha alguma resistência à comunicação, teve que entender e aceitar a duras penas que não dava para não fazer nada”. “Diante disso, os desafios se duplicaram e as perspectivas também”, afirma Marcus Tullius. Ele lembrou que “se duplicaram porque nós temos um número grande de pessoas que comunicam, mas que só fazem comunicação de uma maneira muito instrumental, e que não entenderam que é comunicar na Igreja a partir daquilo que são as próprias orientações do Magistério, aquilo que a gente vem refletindo, que é fruto das práticas, dos estudos de comunicação na Igreja do Brasil”. O coordenador da Pascom Brasil vê como principal desafio “passar da visão puramente instrumental, reducionista, para uma compreensão mais ampla de comunicação”. Ele ressalta os próprios desafios da comunicação digital, da cultura digital, lembrando que o Brasil é um dos países que se tem um maior consumo de internet, cada brasileiro passa conectado uma média de nove horas e três minutos, mais do que a media global, com grandes consumo de mídias sociais, de plataformas e redes sociais, e isso também na Igreja. Isso faz com que “tudo aquilo que está inserido nessa cultura digital também impacta na prática pastoral”, segundo Marcus Tullius. Ele coloca como exemplo “a disseminação de Fake News, os processos de desinformação, as polarizações, os debates acirrados, que estão presentes nas questões sociopolíticas, mas também nas questões religiosas”. Desafios a ser enfrentados hoje, dentro dessa mudança de época, afirmou, lembrando as palavras do Papa Francisco num discursos à Cúria Romana, “não são mais acontecimentos, mudanças lineares, mas elas são cíclicas, é tudo acontecendo ao mesmo tempo”. Diante da realidade da Inteligência Artificial e sua influência na comunicação na Igreja, ele destaca que “a Inteligência Artificial, ela só vai mudar se nós partirmos daquilo que o Papa Francisco nos orienta, que deve ser uma comunicação a partir do coração, uma sabedoria que vem do coração”. Segundo Marcus Tullius, “nós talvez ainda estejamos encantados, deslumbrados com a Inteligência Artificial pelas suas potencialidades e as facilidades que ela trouxe para nós”. Exemplos disso é a produção de textos muito rápida, áudios, vídeos, imagens, e “vamos perdendo a processualidade”, afirma. Uma realidade que demanda que “nos lançar enquanto Igreja para conhecer estas realidades, como da Inteligência Artificial, e sem perder aquilo que é processo, sem perder aquilo que humano, porque se perdermos isso, vamos perder o que está na essência dos processos de evangelização, vamos perder aquilo que está na própria tradição da Igreja, na tradição comunicadora da Igreja”, ressalta Marcus Tullius. Ele faz um chamado a “olhar para essa realidade premente da Inteligência Artificial, e com discernimento, com bom senso, buscar utiliza-la de uma maneira consciente e que seja sem substituir às pessoas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Caminhar juntos não é pretender que tudo seja do meu jeito

Na última terça-feira, 09 de julho, foi publicado o Instrumento de Trabalho da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que será realizada em Roma de 02 a 27 de outubro de 2024. Numa sociedade marcada cada vez mais pela polarização, uma atitude também presente na Igreja católica, o Papa Francisco quer que os católicos aprendam a caminhar juntos, na escuta, no diálogo, na diversidade. A diversidade nos enriquece, mas vivemos numa sociedade e numa Igreja onde aceitar e respeitar os modos diferentes de pensar e agir se torna cada vez mais difícil. Queremos impor nossas ideias, nossas propostas, nossas formas de vida, nosso modo de viver a fé em Deus, desprezando àqueles que escolhem caminhos diferentes, mesmo que eles sejam válidos e lícitos. A publicação do Instrumento de Trabalho da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade tem provocado diversas reações, que nascem do fato de não encontrar na proposta de trabalho, algumas temáticas que essas pessoas consideram que tem que ser abordadas. A proposta do Papa Francisco vai além das temáticas e tem a ver com as atitudes, com o modo de fazer as coisas, com as atitudes que temos para com as pessoas. O fundamento da Igreja tem que ser caminhar juntos, ser comunidade, poder nos sentarmos juntos e escutar, dialogar, avançar juntos no mesmo caminho. Quando essas atitudes são garantidas, se faz possível discutir temáticas, quando isso não é possível, não adianta colocar qualquer coisa em debate. O debate avança quando podemos falar com franqueza, quando sabemos que o outro está disposto a nos escutar e assumimos a necessidade de escutá-lo igualmente, quando a opinião divergente não fere e nos leva a refletir, a aceitar que a postura diversa pode ser o caminho a seguir por todos e todas. Ter atitudes fraternas, ver no outro, na outra, um irmão, uma irmã, e não adversários, são elementos que deveriam estar presentes na Igreja e assim essas atitudes se tronar testemunho para um mundo enfrentado e dividido. O desafio é grande, ainda maior quando nos achamos cheios de razão, donos da verdade, quando olhamos para os outros com suspeita, com desprezo, com ares de superioridade. São essas as atitudes presentes naqueles que querem impor o caminho a ser seguido na sociedade e na Igreja católica. Pessoas que, independentemente de seu pensamento, se empenham em dizer como é que todo mundo deve caminhar. Nunca podemos esquecer que juntos chegamos mais longe, que a presença dos outros anima a caminhada, que encontrar uma mão, um ouvido, um olhar, é algo que sempre nos fortalece. Sintamos a necessidade de caminhar juntos, de procurar caminhos comuns, de ser Igreja sinodal, de deixar que o tempo de Deus marque o momento certo para encarar os desafios, as temáticas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Em visita a Manaus, dom Heinrich Timmerevers, bispo de Dresde, destaca a alegria das comunidades

Dom Heinrich Timmerevers, bispo da diocese de Dresde-Meissen (Alemanha), está visitando a arquidiocese de Manaus. Acolhido pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, o bispo alemão visitará diversas comunidades da arquidiocese: ribeirinhas, indígenas, comunidades da periferia da capital do Amazonas. Nas visitas, ele irá conhecendo a realidade da Igreja da capital do Amazonas. Nas primeiras visitas que dom Henrique tem feito, ele tem destacado o modo da arquidiocese de Manaus engajar os leigos, o modo sinodal dos leigos participarem da vida das comunidades da arquidiocese de Manaus. Igualmente, o bispo alemão tem ressaltado a importância dos catequistas nas comunidades, e especialmente ressaltou a alegria das comunidades. Uma visita que pode ajudar a descobrir elementos que fazem parte da caminhada da Igreja da arquidiocese de Manaus e que podem ser levadas e assumidas pela Igreja da diocese de Dresde-Meissen, e pela Igreja da Alemanha. Ele agradeceu o testemunho cristão das comunidades e animou àqueles que vivenciam sua fé nas comunidades da arquidiocese de Manaus a continuar nesse caminho de vivência do Evangelho e testemunho da fé. O intercâmbio entre diversas realidades de Igreja é de grande importância e nos mostra a catolicidade, a universalidade da Igreja. Uma diversidade na vivência da fé que enriquece a caminhada de Igreja e que nos ajuda a entender que, mesmo nesses modos diversos de viver o Evangelho, é possível caminhar juntos, em sinodalidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Filho de Maria, Deus que não quis mais que ser humano”

Lembrando as perguntas que o povo de Nazaré fazia com relação a Jesus, iniciou o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Steiner, sua homilia no 14º Domingo do Tempo Comum: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria?” Segundo o arcebispo, “todos estavam tão admirados que diziam não é este o filho de Maria? O filho de Maria! A admiração de quem o conheceu, o viu criança, viu crescer. O filho do nosso vizinho, o filho do nosso parente, o filho do carpinteiro, aquele com quem conversamos, aquele com que brincamos, aquele que fez parte de nossa vida, viveu na nossa vila, esteve aqui e andou pelos nossos caminhos, foi conosco à Sinagoga, rezava conosco, fomos com ele a Jerusalém; sim, o filho de Maria”. “O Filho de Maria, aquele que até a pouco estava no nosso meio, que ajudava o pai, que trabalhava com o pai. Aquele que é como o filho nosso, identificado como o filho de alguém, pertencente a uma família: o filho de Maria e José! Aquele que tem uma referência social, aquele que pertence a uma tribo, tem uma referência de um povo. Entre tantos e tantos, todos sabem pelos documentos, pelos documentos da convivência que ele é Jesus, o filho de Maria”, enfatizou dom Leonardo. “Mas o que aconteceu com o filho de Maria?”, disse, querendo mostrar o que poderia passar pela mente do povo. “Esteve longe da sua terra e agora, quando volta, as suas palavras causam um certo encanto: ‘De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?’. Como é admirável, como é possível? como pode? Como causa orgulho, como suscita suspiros o filho de Maria. O filho de Maria tão preparado, tão culto, tão sabido, tão entendedor da palavra de Deus. O filho de Maria capaz de despertar admiração, espanto, encanto”, refletiu o cardeal. Segundo ele, “era tão filho de José e Maria que tinha os traços do pai, apesar de se dizer pelas esquinas de que não era realmente filho de José. Mas tinha todos os traços e modos do pai: justo; sim, justo: sempre uma boa medida, generosa, nunca mesquinha, nunca tacanha. Tinha os traços de José no seu modo no seu jeito, justo: todo ouvido, meio sonhador, acolhedor, mesmo acolhendo aquele que não era filho seu. O filho de Maria e José era como ele um verdadeiro israelita, fiel, devoto, trabalhador, suave. Todos o olham e ficavam encantados como se semelhava do pai José. E não passou de filho de Maria que causa admiração e respeito”. “Mas o filho de Maria sempre foi um pouco diferente, crescia em idade sabedoria e graça. Contam algumas histórias de seu nascimento, da fuga para o Egito, de ter discutido com os doutores em Jerusalém. Tinha um que de tão não sei o que, de tão não sei dizer, de tão não sei explicar; de tão humano, que nem humano às vezes parecia, pois era humano demais o filho de Maria”, destacou o presidente do Regional Norte1. “Qual a dificuldade dos habitantes de Nazaré?”, questionou dom Leonardo. Ele respondeu que “o filho de Maria! Jesus ser o filho de Maria, esse era o problema. Ele assim grudado, encarnado, pele-a-pele, de corpo e alma da nossa humanidade e fragilidade. O filho de Maria, como ela, nada de mais singelo e frágil, nada de mais dado, doado, livre; nada de mais límpido, puro, nada de mais pobre. Nada mais ex-posto e dis-posto, que o filho de Maria. Nada de mais próximo, nada de mais palpável, nada de mais visível, nada de mais identificável que o filho de Maria. Carne da nossa carne, osso de nossos ossos, alma de nossa alma; nada de mais normal que o filho de José. Impossível que o filho de Maria seja o Ungido!” O cardeal Steiner ressaltou que “realmente causava admiração, suspiros, encanto as palavras que saiam da boca do filho de Maria. Mas, não viram nele o Filho de Deus. As palavras de encanto, de admiração não abriu os olhos para que no filho de Maria, vissem o Filho de Deus. O encanto, a admiração que o filho de Maria despertou, não despertou para a realização do cumprimento das palavras ouvidas, esperadas, ansiadas, acalentadas, sonhadas e rezadas séculos e séculos, geração e geração. Não o filho de Maria, ele não, não ele não pode ser; era apenas o filho de Maria. E Jesus não pôde ali realizar nenhum milagre”. “O Filho de Maria, fosse Deus grudado, encarnado…!?; que o filho de Maria fosse Deus pele-a-pele, na nossa humanidade e fragilidade; que o filho de Maria fosse a limpidez, a pureza, a transparência de Deus; que o filho de Maria fosse na nossa pobreza, fosse a ex-posição e disposição Deus no meio da humanidade, para eles era muito pouco, pouco demais. Que o filho de Maria como Filho de Deus, Deus seria palpável demais, seria visível demais, seria identificável demais. Que o enviado, o esperado das nações, o libertador, o condutor, Deus o Filho de Deus fosse o filho de Maria, era muita pretensão da parte dele. Eles não viram a Deus no filho de Maria”, disse o arcebispo de Manaus. “Às vezes também nós desejamos um Deus forte, onipotente, todo-poderoso, todo-onisciente, e não Deus na nossa humanidade e fragilidade como o filho de Maria”, sublinhou dom Leonardo. “Mas o nosso Deus, o Deus da encarnação, o Deus da libertação, o Deus da nossa salvação é apenas o filho de Maria. Então um Deus assim desejamos também nós fora da cidade de nossas vidas, fora da cidade de nossos anseios e sofrimentos. Jesus de Nazaré seria muito pouco. Nós estaríamos necessitados de um Deus que nos cure, um Deus que resolva os nossos problemas de saúde, os nossos conflitos familiares, um Deus que…
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Roteiro orante para refletir sobre o Tráfico de Pessoas em vista do 30 de Julho, Dia Mundial de Prevenção

O mês de julho é marcado para o Mês de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em todo o mundo, segundo nos lembra o bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Adilson Pedro Bussin. O presidente da comissão faz um chamado a comunicar e participar “na sua comunidade, pessoalmente”, algo que também pode ser feito “também os meios de comunicação social que estão aí perto, as mídias”. O objetivo, segundo dom Adilson Busin é “que tudo aquilo que se refere ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, possa ser levado ao conhecimento nas escolas, nas comunidades onde nós celebramos, nos locais também públicos”. Daí a importância de que “sejamos nós também agentes e comunicadores, assumindo esta missão de enfrentamento ao tráfico de pessoas de onde nós estamos para o mundo também ser um mundo melhor, sem esta chaga que nos diz o Papa Francisco”. O Núcleo de Belo Horizonte (MG) da Rede um Grito pela Vida elaborou um roteiro orante, que tem como título “Cuidado com a vida, prevenção ao tráfico de pessoas” (Baixar aqui), para que ao longo do mês de julho em que se realiza a Campanha do Coração Azul, possa ser refletido, rezado, e assumido um compromisso maior, em vista do Dia Mundial de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, e a defesa e o cuidado da Dignidade e da Integridade de todas as pessoas. Não podemos esquecer que “homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como escravos pelos novos mercadores de seres humanos”, o que tem que nos levar “a nos colocar diante do Senhor na confiança de que Deus vai no ajudando a acender as luzes necessárias pelo caminho”. Para isso, foi elabora o roteiro orante, com uma oração inicial, uma apresentação da realidade, que iluminada pela Palavra de Deus leva à reflexão, partilha e propostas de ação entre os participantes. Não esqueçamos as palavras do Papa Francisco: “Sabemos que é possível combater o tráfico, mas precisamos chegar à raiz do fenômeno, erradicando as suas causas (…) É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítimas do mesmo. Se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”. Tomemos consciência disso, o tráfico de pessoas pode ser combatido, só temos que abrir os olhos e os ouvidos, deixar de sermos cúmplices. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1     

A primeira missão é cuidar de quem ninguém cuida

Cuidar da vida deve ser uma atitude presente em todos nós. Na segunda-feira, 1º de julho, foi anunciado a data de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata. Para alguém ser canonizado precisa de um milagre, que no caso de José Allamano, foi a cura de um Indígena Yanomami. Atacado por uma onça, que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana, Sorino Yanomami foi socorrido pelas Missionárias da Consolata que trabalhavam na Missão Catrimani e transportado para o Hospital de Boa Vista. A Missão Catrimani foi fundada em 1965, buscando a defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, da Casa Comum. O princípio fundamental deste modelo de missão é anunciar a alegria do Evangelho no silêncio e no diálogo gerando laços de amizade na ótica do bem viver. Durante quase 60 anos de missão, os Missionários e Missionárias da Consolata fazem missão cuidando da vida de um povo que no momento da sua chegada estava condenado a desaparecer. O acontecido com Sorino Yanomami é mais um exemplo desse cuidado. Nenhum Yanomami foi batizado ao longo dos anos de missão, mas ninguém duvida que esse povo reconheça nos missionários e missionárias que lá estão a presença de Deus, de homens e mulheres de Deus. Que o milagre que vai fazer com que o fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata seja canonizado tenha acontecido com um indígena da Missão Catrimani é mais um sinal de Deus, que se empenha constantemente no cuidado da vida. Um Deus que se faz presente na vida do povo através desse cuidado, especialmente para com os mais fracos, para com os pequenos, para com aqueles que a sociedade coloca na beira do caminho. “Pregue o Evangelho, se necessário, use palavras”, disse Francisco de Assis, nos mostrando que o maior testemunho cristão é cuidar da vida daqueles que ninguém cuida. O descaso com os povos indígenas no Brasil é uma atitude que marca a história do país, daí a necessidade e a importância da Igreja católica se comprometer no cuidado daqueles que secularmente têm sido desprezados pela sociedade dominante no país. Junto com isso é interessante que a oração das Missionárias da Consolata naquele 7 de fevereiro de 1996, o primeiro dia da novena ao Bem-Aventurado Allamano, fosse em favor do outro. Não era uma oração pedindo por elas, nem pela Congregação, era uma oração pedindo a intercessão em favor de alguém que para muitos não contava, que quase todos davam por morto. O fato de Sorino Yanomami ter recuperado milagrosamente a saúde em poucos dias e até hoje ela viva em sua comunidade indígena, nos mostra a importância de colocar nossos pedidos em favor dos outros, inclusive em favor daqueles que pelo fato de não ser batizados, algumas pessoas ousam dizer que eles não são filhos de Deus. Não queiramos fazer Deus pequeno, Ele é grande e demostra sua grandeza no cuidado de todos, também daqueles que a gente pensa que Deus nunca iria cuidar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo, dom Hudson e dom Vanthuy participam de encontro formativo na CNBB: “Uma experiência de muito ganho”

Foto: Pe. Guilherme Junior (CNBB)    Os bispos ordenados no último ano no Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), os auxiliares de Manaus, dom Zenildo Lima e dom Hudson Ribeiro, e o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Vanthuy Neto, junto com mais 19 bispos, participam de 1º a 05 de julho, em Brasília, no Encontro dos Bispos de Recente Nomeação, organizado pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Conhecer a CNBB e sua dinâmica de trabalho No início do encontro, os novos bispos conheceram a organização da CNBB, com apresentação do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Ricardo Hoeppers, e refletiram sobre “o bispo e sua missão”, com a assessoria do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler. Igualmente tem sido apresentado para eles as Campanhas, o papel do bispo no Código de Direito Canônico, o Regimento e Estatuto da CNBB, a proteção de Menores, a teologia da Conferência Episcopal, e conheceram o funcionamento das Comissões Episcopais. No programa também aparece uma reflexão sobre o bispo e a liturgia, visita à Nunciatura Apostólica, a Lei geral de proteção de dados, a Gestão Eclesial, uma apresentação do Centro Cultural Missionário (CCM), da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM), do Centro Nacional de Fé e Política (CEFEP), das Pontifícias Obras Missionárias (POM), visita à Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), às Edições CNBB. Finalmente, uma reflexão sobre Saúde Integral e o encerramento. O bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Mezzari, segundo informa a CNBB, destaca que o objetivo é oferecer a oportunidade para que os novos bispos conheçam a Conferência, reflitam sobre a missão própria do bispo e também o que significa a colegialidade episcopal e a pertença à uma Conferência. Dom Mezzari ressaltou que “o encontro também favorece, de modo muito particular, a partilha, a oração, a convivência e a reflexão de modo que os bispos possam se sentir verdadeiramente animados para a sua missão”. Foto: Pe. Guilherme Junior (CNBB)    Uma experiência muito enriquecedora O encontro é visto por dom Zenildo Lima como “uma experiência muito enriquecedora”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “além do encontro e convívio com os irmãos, também a possibilidade de estar nos espaços para conhecer a dinâmica da nossa conferência episcopal”. Ele reconhece que “mesmo que já tenha sido secretário do Regional, participado de diversas assembleias gerais da Conferência, ter visitado não poucas vezes a sede aqui em Brasília, é sempre um dado novo a gente perceber como a nossa CNBB, como a nossa Conferência, vai se articulando e vai apresentando um novo modo de ser resposta diante dos grandes desafios da sociedade brasileira”. Igualmente, dom Zenildo Lima ressaltou “a possibilidade também de mergulhar nas temáticas que nos são apresentadas a respeito da teologia da Conferência, da teologia do ministério episcopal, da missão e da identidade do bispo no cuidado pastoral, mas também no que diz respeito à vida litúrgica, no que diz respeito também à capacidade de gestão dos bens, abre os nossos horizontes para compreender também a implicação do exercício do ministério na comunhão com toda a Igreja”. Estabelecer laços entre eles e laços entre suas nossas igrejas “A experiência tem sido realmente de muito ganho”, destaca o bispo. Ele vê “fundamental que um bispo recém nomeado tenha esta possibilidade, nem sempre oferecida”, algo que define como “um dom da nossa CNBB”. Igualmente se referiu ao encontro com o Núncio Apostólico, com um momento de colóquio e um almoço posterior, visto como um momento muito agradável e espontâneo. Ele também se referiu à amizade e colaboração que vai se construindo entre os bispos participantes do encontro, “começamos a estabelecer laços entre nós e laços entre as nossas igrejas, o que ressalta a força, o dinamismo de comunhão de uma experiência como esta”. Finalmente, dom Zenildo Lima disse que “o fundamental para minha experiencia pessoal, ainda como bispo auxiliar, é justamente me dar conta que fazemos parte de uma comunhão, uma colegialidade pelo ministério episcopal, mas uma comunhão por estarmos vinculados a nossa Conferência”. Igualmente, ele lembrou a experiência do Regional Norte1 da CNBB, “de um grande engajamento nas assembleias regionais, mas as dinâmicas do nosso Regional são muito reforçadas em encontro como este”. Diante do vivenciado ao longo do encontro, o bispo auxiliar de Manaus diz que retornará “com a bagagem enriquecida de comunhão, de amizade, de solidariedade e de comprometimento com as nossas igrejas locais”. Foto CNBB    Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima, onde aconteceu o milagre, mostra alegria diante do anúncio da data de canonização de Allamano

No dia 1º de julho de 2024, em Consistório Público, o Papa Francisco anunciou que a canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Institutos Missionários da Consolata, será realizada no domingo, 20 de outubro de 2024, em Roma, Dia Mundial das Missões. Diante desse anúncio, o bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Pascoal Spengler, emitiu uma nota, dirigida ao povo de Deus da diocese e aos missionários e missionárias da Consolata, onde manifesta sua alegria diante do “feliz anúncio da canonização do Bem-Aventurado José Allamano, fundador dos missionários e das missionárias da Consolata, presentes em nossa Igreja de Roraima desde 1948”. Um fato que segundo o bispo, “é o Deus misericordioso, mais uma vez agindo em nossa história. Deus não cansa de nos surpreender com seu amor e sua bondade”. Junto com a alegria para os missionários, esse júbilo também é vivido pela Igreja de Roraima, “pois reconhece o milagre por intercessão do Beato Allamano, em favor do indígena Yanomami Sorino, que mora em nossa Diocese, na Missão Catrimani, reserva indígena do povo Yanomami em Roraima. A cura milagrosa do indígena, no momento em que a cura tradicional e a ciência médica só poderiam aguardar sua morte, foi fruto da fervorosa oração das Missionárias da Consolata, pedindo socorro ao seu fundador, Beato José Allamano, no primeiro dia da novena a ele dedicada”. Segundo relata dom Evaristo Spengler, “o indígena Yanomami Sorino havia sido atacado por uma onça que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana. Era 7 de fevereiro de 1996, o primeiro dia da novena ao Bem-Aventurado Allamano. Socorrido pelas Missionárias da Consolata que trabalhavam na missão Catrimani e transportado para o Hospital de Boa Vista. As Missionárias ofereceram a novena nesta intenção e por intercessão do Pai Fundador, Sorino recuperou milagrosamente a saúde em poucos eses e ainda hoje vive em sua comunidade indígena”. O texto lembra os passos dados ao longo do processo, primeiro em fase diocesana, relatando como ele foi realizado. Igualmente destaca que “o anúncio da canonização do Beato José Allamano é um momento de júbilo para a família Consolata, de consolidação da opção evangelizadora da Missão Catrimani, de confirmação da história de aliança da nossa Diocese de Roraima com os povos indígenas e motivo de bênçãos e esperanças para a nossa Diocese que celebra 300 anos de evangeli zação nessas terras de Macunaíma”. Finalmente, o bispo de Roraima anunciou que “vamos constituir uma comissão em nossa Diocese, para bem celebrarmos o dom da fecundidade do anúncio do Evangelho entre nós, confirmado pelo milagre operado em nosso irmão Sorino, por intercessão do Beato, em breve Santo José Allamano”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Allamano, canonizado por um milagre na Amazônia, santo em 20 de outubro de 2024

Durante o Consistório Ordinário Público desta segunda-feira, 1º de julho, o Papa Francisco anunciou que a canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Institutos Missionários da Consolata, será realizada no domingo, 20 de outubro de 2024, em Roma, Dia Mundial das Missões. O milagre atribuído à intercessão do Bem-aventurado Allamano ocorreu na floresta amazônica brasileira, no estado de Roraima, onde Sorino, um homem da etnia Yanomami, foi atacado por uma onça que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana; era 7 de fevereiro de 1996, o primeiro dia da novena ao Bem-aventurado Allamano. Transportado para o Hospital de Boa Vista, socorrido pelas Missionárias da Consolata, que nunca deixaram de pedir sua recuperação por intercessão do Pai Fundador, Sorino recuperou milagrosamente a saúde em poucos meses e ainda hoje vive em sua comunidade indígena. O processo diocesano para analisar o suposto milagre foi realizado em março de 2021 em Boa Vista, enquanto o processo do Dicastério para as Causas dos Santos foi concluído em 23 de maio de 2024, com a aprovação do decreto que reconheceu o milagre. É um momento muito significativo para toda a família Consolata, composta por Padres, Irmãos, Irmãs, Leigos e Leigas. A Irmã Renata Conti e o Padre Giacomo Mazzotti, que atualmente acompanham a postulação, falam sobre o significado da canonização do Bem-aventurado Allamano. Em uma mensagem, os Superiores Gerais dos dois Institutos, o Padre James Lengarin, IMC, e a  Madre Lucia Bortolomasi, MC, escreveram: “Sua canonização é para todos nós um imenso presente que nos convida a ouvi-lo para aproveitar cada vez mais a riqueza de sua santidade. Que nossos olhos e corações estejam fixos em nosso Fundador para ouvi-lo e olhar para sua santidade, que nos estimula a continuar sua missão de maneira séria e profunda”. Stefania Raspo e Jaime C. Patias – Consolata América

Dom Leonardo: “A graça da confissão de fé transforma Pedro por dentro, na raiz”

Com as perguntas de Jesus aos discípulos, iniciou sua reflexão sobre a Solenidade de São Pedro e São Paulo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” “E vós, quem dizeis que eu sou?”, que ele vê como “duas perguntas que nos são envidas na solenidade de São Pedro e São Paulo. Duas perguntas que nos são dadas para responder”. O cardeal lembrou de Jó, que depois de seus tormentos e sofreres responde confessando: “Eu te conhecia por ouvir dizer, mas agora, vejo-te como meus próprios olhos” (Jó 42,5). Uma frase que ele comenta dizendo: “eu tinha um conhecimento de ti, um ouvi dizer, uma transmissão, uma herança que me foi passada. Agora, vejo-te como meus próprios olhos; Como se confessasse és o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus que vi, porque me tocaste”. “Quem é Jesus? O que é que dizem de Jesus? O que dizemos nós de Jesus? Quem é Jesus para nós que fomos encontrados por Ele?”, perguntou. Segundo o arcebispo, “muitas pessoas vêm em Jesus uma pessoa boa, generosa, cheio de misericórdia, especialmente para com os pobres e doentes. Se encantam com seus ensinamentos, com os seus gestos. Outros o veem com quem esteve contra a situação em que vivia o povo sob leis rigorosas. Admiram a sua proximidade com os necessitados, os órfãos se as viúvas. Deixam-se iluminar pela esperança que levou aos pobres e como despertou a sensibilidade para com o próximo, que era preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre. Deixam-se tocar pela fraternidade e a justiça esparramada. Um homem excepcional, carismático. Mas não conseguem dar o passo da cruz e da morte”. Novamente, dom Leonardo questionou: “Quem é Jesus para os discípulos? E vós quem dizeis que eu sou?”, respondendo com as palavras de Simão Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Ele insistiu em que “a pergunta aos discípulos era quem sou eu para vocês. Não mais o que os outros dizem, mas quem sou eu para cada um de vocês? ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Conviviam com Jesus, ouviam as suas pregações, viam seus milagres; Jesus se fez um mestre para cada um deles. Vislumbravam e pressentiam uma relação especial com Jesus diferente dos profetas. Uma confissão de fé ainda não podia emergir e, com ela, o conhecimento, o encontro com a verdade, de quem Jesus era. A resposta nasce nas palavras de Simão Pedro: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Como o evangelho provoca a termos a precisão da confissão de Pedro: ‘Bem-aventurado és tu Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e sangue que te revelaram isso, mas meu Pai que está nos céus’. Sim queridos irmãos e irmãs o perceber a presença do Filho de Deus não advém de nós mesmos, mas nos é revelado pelo Pai. O Filho de Deus, o Cristo, o Filho do Deus vivo nos é dado pelo Pai. Ele a nos dar essa preciosa revelação”. “Entre as afirmações, as traições, entre as entregas e recuos, entre afirmação da fé e a descrença, entre os caminhos e descaminhos, o Senhor fez de Simão pedra, Pedro”, enfatizou o cardeal. Ele lembrou as palavras de Santo Agostinho numa de suas homilias: “São Pedro, o primeiro dos apóstolos, que amou ardentemente a Cristo, e que chegou a ouvir dele as palavras: ‘por isso eu digo: Tu és Pedro’. Pois ele havia dito antes: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. E Cristo respondeu: ‘Por isso eu digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.’ Sobre esta pedra edificarei a esta mesma fé que professa. Sobre esta declaração você fez: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, edificarei a minha Igreja. Porque tu és Pedro’. ‘Pedro’ é uma palavra derivada de ‘pedra’, e não vice-versa. ‘Pedro’ vem de ‘pedra’, assim como ‘cristão’ vem de ‘Cristo’.” Nesse sentido, segundo dom Leonardo, “Santo Agostinho comenta que o Senhor não disse ‘tu és pedra’, mas, ‘tu és Pedro’. Não a Pedra vem de Pedro, mas Pedro vem da Pedra. Isto é: Simão torna-se Pedro, pétreo, graças à Pedra, que é Jesus, a ‘Pedra angular’, a quem ele confessou, reconheceu, como sendo o Cristo, o Filho do Deus vivo”. “A graça da confissão de fé transforma Pedro por dentro, na raiz. Por isso, Jesus troca o nome que Pedro recebera dos homens, de seus pais e concede um novo nome, como que dizendo: ‘Agora, Pedro você não é mais dos homens, mas é meu’. Se o velho nome – ‘Shimon’ (Simão) – que significa ‘o que ouve’, o ‘ouvinte’, enfim, o ‘obediente’ é belo para um israelita, muito mais será o novo: ‘E eu te digo: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja’”, enfatizou o cardeal; “Nas palavras do Evangelho, darmos conta que a pergunta é dirigida a cada um de nós: e você quem diz ser? E eu?”, disse dom Leonardo. Segundo ele, “quem é Jesus para mim a tal ponto que também a cruz tem sentido e justamente na cruz posso entrever o extraordinário mistério da presença de Deus no meio de nós. Não se trata de uma inspiração, mas de uma revelação. Na nossa confissão percebemos que nos foi dado, nos foi revelado. E porque revelado somos também parte da Igreja, pedra que visibiliza a Igreja”. Novamente, citou Santo Agostinho no Sermão 26: “Distingamos, vendo-nos a nós próprios neste membro da Igreja, o que é de Deus e o que é nosso. Pois então não vacilaremos, então estaremos fundados sobre a Pedra, então estaremos fixos e firmes contra os ventos, e tormentas, e correntes, as tentações, quero dizer, deste mundo presente. No entanto vede este Pedro, que era então nossa figura; ora confia, ora vacila; ora confessa o Imortal, ora teme que Ele morra. Por quê? Porque a Igreja de Cristo tem tanto fracos como fortes … Quando Pedro disse “Tu és o…
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