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Abril, oportunidade para aprender com os povos indígenas o sentido da vida

Olhar para os povos indígenas, para os princípios que sustentam sua vida, é um exercício que pode nos ajudar a descobrir aquilo que deveria fundamentar nossa existência pessoal, mas também nosso ser sociedade, nosso modo de nos relacionarmos com os outros e com nosso entorno. No mês de abril celebramos o Mês dos Povos Indígenas, tendo o dia 19 como momento concreto em que somos chamados a refletir sobre sua importância no futuro da humanidade e do Planeta. A comunidade e o cuidado do ambiente, daquilo que o Papa Francisco chama casa comum, são elementos fundamentais na vida dos povos originários e seu exemplo é um aprendizado necessário para aqueles que habitamos o Planeta Terra. Tradicionalmente desprezados, ignorados, considerados cidadãos de segunda categoria, descartados pela sociedade dominante, os povos indígenas representam uma perspectiva de vida que deve ser considerada como caminho a ser seguido em vista de garantir aquilo que é comum a todos os seres humanos: a vida, vida em plenitude, o sumak Kawsay, o bem-viver, que tem permeado a vida dos povos originários ao longo dos séculos. A felicidade é uma aspiração para a maioria das pessoas, os modos de concretizar esse estado dependem do momento histórico, da cultura dominante, da própria pessoa. Uma pergunta que deveríamos saber responder é aquela que tem a ver com o que nos faz felizes, o que faz que cada um de nós, mas também todos juntos como sociedade, sejamos felizes, possamos disfrutar da vida e da existência. Nos povos originários a felicidade é um conceito que está intrinsecamente relacionado com a dimensão comunitária da vida, a felicidade é um conceito coletivo. Se faz necessário que todos participem desse sentimento de felicidade para que ele se torne pleno, para que não seja visto como algo incompleto. Diante de uma sociedade onde o lucro, ter coisas materiais é colocado como elemento decisivo para ser feliz, as cosmovisões, o modo de ver o mundo dos povos originários se apresenta como uma alternativa válida para a sociedade global, mesmo reconhecendo a dificuldade de ser assumido esse modo de entender a vida. Sempre é tempo de aprender, de entender que podemos mudar nosso modo de vida, que as propostas que vem das periferias pode ser o caminho a seguir. No final das contas, a sociedade dominante sempre é comandada por aqueles que estão no centro das decisões sociais, políticas, económicas. Eles poucas vezes reconhecem as luzes que vêm de fora dos espaços que ocupam, o que demanda novos olhares da realidade, buscando encontrar o que em verdade nos conduz até a plenitude da vida, mas da vida para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Exploração sexual de crianças e adolescentes no Amazonas, nesta quinta-feira no Arquivo A da TV Aparecida

Na Amazônia, a exploração sexual de crianças e adolescentes “é uma situação presente e recorrente que as pessoas tratam de uma maneira natural”. Essa é uma das reflexões que aparecem no “Arquivo A”, programa da TV Aparecida que será exibido nesta quinta-feira, 25 de abril, às 21 horas de Brasília (20 horas no horário de Manaus). O capítulo desta semana, que leva por título “Desafios da Igreja: Infância Roubada”, apresentando o trabalho da Igreja no enfrentamento do abuso e exploração sexual de crianças e adolescente, como a rede de tráfico humano alicia jovens para fins sexuais. No documentário aparecem testemunhos de vítimas, mas também de representantes do Ministério Público, da Polícia, da Igreja católica, querendo assim superar modos de entender essa realidade, que foi passando de geração em geração, mas que em modo algum podem ser aceitos hoje. Isso porque “os relatos de abusos em crianças e adolescentes são chocantes”, segundo é relatado. “O grande problema nosso é o medo de denunciar, é o medo de se envolver, é o medo de se comprometer, até de pessoas que deveriam proteger”, algo que aparece como um dos grandes desafios a enfrentar. Um crime que acontece em todo o país, mas na Amazônia brasileira tem suas facilidades, se dando por exemplo nos garimpos, algo que não é visibilizado. Realidades difíceis de enfrentar dadas as distâncias e os lugares remotos que existem na Amazônia, onde é difícil os órgãos de fiscalização chegar. O documentário monstra a grande rede de atuação que a Igreja faz, sendo um exemplo disso o Projeto Iça, Ação, Proteção da Caritas Arquidiocesana de Manaus. Um projeto com o qual a Igreja católica quer levar um esperançar. Um projeto que “nos dá muito orgulho”, mas que o sonho é que ele não exista um dia, segundo o bispo auxiliar de Manaus, dom Hudson Ribeiro. Estamos diante de um crime que “na vida de uma pessoa isso é um flagelo”, que “tem uma incidência tão forte, tão grande na vida inteira”, ressaltou o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Curso diocesano de Liturgia capacita agentes de pastoral na diocese de Coari

A Igreja por sua natureza é missionária. Evangelizamos e construímos o Reino de Deus anunciando, realizando as obras de caridade e celebrando os mistérios de Deus. A liturgia bem celebrada nos evangeliza e aproxima de Deus e dos irmãos. Esta tarefa cabe aos ministros ordenados e a todos os batizados. A Diocese de Coari reafirma seu compromisso com a formação dos leigos e leigas, promovendo cursos, encontros e troca de experiencia num clima de sinodalidade. Entre os dias 19 e 21 de abril de 2024, a Casa de Retiro Santo Afonso e Centro de Formação Missionária da Diocese de Coari acolheu o Curso de Liturgia Diocesano, uma iniciativa promovida pela Coordenação Diocesana de Pastoral.  O curso diocesano de Liturgia trouxe uma abordagem atualizada e inteiramente enriquecida, pautadas nos documentos litúrgicos e na edição mais recente do Missal Romano. Os temas abordados foram: “Os Ministérios na Igreja”, “Ano Litúrgico” e “Instrução do Missal Romano” na parte da Missa com o Povo. O curso reuniu ao todo 86 pessoas, provenientes das paróquias de Codajás, Anori, Anamã, Manacapuru e Coari. Os participantes retornando as suas Paroquias vão repassar o conteúdo as suas respectivas Comunidades. O curso iniciou com a Santa Missa na sexta feira, presidida por Padre Felipe Jorge, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Codajás e Assessor Diocesano da Pastoral Litúrgica. Após a Celebração Eucarística, o Padre Valdivino Araújo, pároco da Paróquia Sant’Ana e São Sebastião, em Coari, foi um dos palestrantes abordando, no início do curso, a função e a sacralidade dos diversos Ministérios na Igreja e a Instrução Geral do Missal Romano. Sua apresentação enfatizou a necessidade de uma assembleia atuante, participante da Missa como Corpo de Cristo. Outro destaque foi a contribuição da Irmã Graça, Pia Discípula do Divino Mestre, que enfatizou a importância do mistério celebrativo durante o Ano Litúrgico na Igreja e fez algumas vivências rituais. Suas colocações trouxeram reflexões valiosas sobre a vivência e compreensão dos ritos ao longo do Ano Litúrgico. Esses três dias foram marcados por intensos momentos de aprendizado sobre o mistério celebrado na Missa, reforçando a importância de uma preparação adequada para uma participação ativa e consciente no Mistério Pascal de Jesus. A Diocese de Coari reafirma seu compromisso com a formação dos leigos e leigas, promovendo cursos como este na Casa de Retiro e Centro de Formação Missionária. Além de capacitar os agentes de pastorais, essas iniciativas contribuem para o fortalecimento da vida litúrgica e pastoral na diocese. Que estes momentos de formação seja também um impulso para que todos possam rezar e trabalhar pela promoção das vocações na Igreja particular de Coari, fortalecendo assim a missão evangelizadora de toda a Diocese. Diocese de Coari

Seminário São José lança sua Festa 2024, a ser realizada 31 de agosto

No dia posterior do Domingo do Bom Pastor, em que a Igreja católica celebra a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, um momento importante na vida daqueles que se preparam para assumir o ministério presbiteral, o Seminário São José da Arquidiocese de Manaus, onde se formam os seminaristas das nove Igrejas particulares que formam o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), lançou a Festa do Seminário São José 2024, que irá acontecer no dia 31 de agosto. Neste ano, o tema da festa, bem como todo material visual, é inspirado na Campanha da Fraternidade 2024, que teve como tema “Fraternidade e Amizade Social”, e como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23, 8). Uma temática de grande importância para a sociedade, para a Igreja e para aqueles que percorrem o caminho formativo em vista do presbiterato. A Festa do Seminário São José é uma iniciativa que promove o encontro dos seminaristas com as paróquias e comunidades da arquidiocese de Manaus, sendo também um momento em que se promove a captação de recursos para sustentar as despesas do próprio Seminário. Um evento que envolve as comunidades, áreas missionárias e paróquias, assim como as pastorais, serviços e movimentos da arquidiocese de Manaus. A festa do Seminário São José foi estabelecida em 1990 por iniciativa do arcebispo de Manaus, dom Clóvis Frainer, como modo de criar corresponsabilidade para com a formação do clero local. Ao longo dos anos a festa foi alterando o seu formato original quando cada paróquia e área missionária se tornava responsável por uma barraca de venda e no final doava toda a arrecadação para o Seminário São José. Chamada inicialmente de “Festa das Comunidades no Seminário”, atualmente o grande movimento da festa gira em torno da realização de um grande bingo e na medida do possível desde o ano de 2023, as paróquias e áreas missionárias retornam ao formato original da festa assumindo as barracas com doações e serviços na noite da festa. A festa será realizada na sede do Seminário São José, na Rua Maromba 116, e Super Bingão terá como prêmios: 6.000 reais como primeiro prêmio; 3.000 reais para o segundo prêmio; um fogão e 500 reais, como terceiro prêmio; uma Smart Tv e 250 reais, no quarto prêmio; sendo o quinto prêmio um Smart fone e uma caixa de som. Desde já todos são convidados a colaborar e participar em um momento importante do Seminário São José de Manaus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Jesus é a bondade em operação, atuando sempre, sempre ação bondosa. Não sabe não cuidar!”

No 4º Domingo da Páscoa, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner iniciou sua reflexão lembrando que nos é oferecido a passagem do bom pastor, para a meditação. “Somos provocados a contemplar a proximidade de Jesus ressuscitado, o verdadeiro Cordeiro sem mancha que tira o pecado do mundo, o verdadeiro Bom Pastor”, afirmou dom Leonardo. Citando o texto de Evangelho que diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas”, o cardeal disse que “a figura, a imagem do pastor que aparece na sagrada Escritura, está ligada ao cuidado. Ovelha o somos, pois experimentamos o cuidado benevolente de Jesus. Ele a nos guiar, confortar, oferecer vida, alimento, bebida, proteção. Somos a suas ovelhas e Ele o nosso pastor”. Lembrando que Jesus diz: “Eu sou o bom pastor”, ele afirmou que “não um pastor qualquer”, insistindo em que Jesus diz: “bom pastor”. Ele recordou que “pastor significa cuidador, protetor, condutor. No texto grego encontramos a palavra kalós para bom. Poderíamos dizer: bom, belo; Pastor belo, o belo pastor. Belo o esplendor, o brilho da manifestação de si mesmo, a beleza que se irradia da bondade e da verdade do ser. O belo é, aqui, o esplendor, o brilho da auto manifestação, da verdade do ser. Jesus é o belo pastor, pois nele brilha o esplendor da verdade, da essência do ser pastor. Bom é aquilo que é segundo o Todo. Jesus, portanto, é o bom pastor porque é o pastor “segundo o todo”, isto é, segundo Aquele Bom originário, que é o único bom, que, em sua benignidade difusiva, comunica todo o bem aos seres”, inspirado em Fernandes e Fassini, “Um pastor que guia pela bondade, o pastor guiado pela bondade; Ele a bondade a nos conduzir. Quando diz sou a bondade que cuida, guia e conduz, está a dizer que sempre e em todos os momentos, em todas a situações, em todos os desprazeres, em todas as realizações, Ele a nos conduzir com sua bondade. Eu sou, é que está sendo sempre, de modo intermitente, sem paradas, sem descuidos, sem cochilos, sem desatenção. Eu sou! O meu ser é a bondade!”, segundo o arcebispo de Manaus. Segundo dom Leonardo, “é sempre um hoje, é sempre presente, sempre um aqui e agora, sem passado, sem futuro, sem descanso, sem tempo, sem espaço, contendo todos os espaços e tempos no espaço e tempo da bondade. Ele a bondade em operação, atuando sempre, sempre ação bondosa. Não sabe não cuidar! Ele cuidando, velando a todas as criaturas com a sua bondade. Com desvelo materno-paternal cuida de cada criatura e gera e regenera a cada pessoa. Ele trabalha sempre! Sempre no desvelamento amoroso de não deixar nenhuma criatura, nenhuma pessoa, fora do desvelamento de sua bondade maternal”. Maternal, ressaltou o arcebispo, “porque cuida preferencialmente, dedicadamente, cuidadosamente, sem dia e hora marcada, sem reservas, sem descanso, sem restrições, a cada uma de suas ovelhas. Ele serve sempre, porque ama sempre. O serviço-cuidado intermitente, generoso, cordial, acolhedor, guardador, justo, reto, jovial, gratuito. Assim, no seu cuidado-bondade Ele é o descanso, onde tudo descansa, repousa, se refaz e deixa-se na cordialidade da existência”, inspirado nas palavras de Cirilo de Alexandria. “Ele é sempre presente, sem passado, sem futuro: ‘Eu sou’! Como se ressoasse aos nossos ouvidos durante toda os dias da nossa vida: sou! Jamais deixa de ser a bondade a nos cuidar. Sou! É extraordinário podemos nos dar conta que está sendo sempre, não deixa de ser e não será: sou! Talvez, não consigamos intuir a força da presença de Jesus, o Pastor. em nossa vida, na nossa cotidianidade. É confortante ver que Ele em nenhum instante, nem segundo, nem milésimo de segundo, nem um lampejo nos deixa com sua bondade cuidadosa. “Eu sou o bom pastor”; está sendo sempre”, afirmou o cardeal. Seguindo com o texto, “o bom pastor dá a vida por suas ovelhas”, dom Leonardo Steiner destacou que “esse modo do cuidado, de pastorear bem dito como dar a vida. Coloca a sua vida à nossa disposição, a sua vida é nossa, mas a nossa na dele. A sua bondade a nos carregar até sentirmo-nos as suas ovelhas amadas. Mais, até nos darmos conta de que a bondade que nos tomou é a sua, a nos carregar”. “O bom e belo pastor se expos à morte, despojou-se de sua vida por nós suas ovelhas, o tesouro de seu coração. Amou-nos até a morte e morte de cruz. Cuidou bondosamente de nós até a morte concedendo-nos honra, grandeza e dignidade. O pastor, o Cordeiro imolado, alimento, comida e bebida, para nós suas ovelhas, sermos conduzidas à plenitude de vida as criaturas todas. Quando menor a ovelha, quanto mais ferida a ovelha, quanto mais distante, mais bondade, desvelo, busca”, afirmou o arcebispo de Manaus. Dom Leonardo lembrou que “somos neste domingo do evangelho do Bom Pastor, convidados a rezar pelas vocações: Dia Mundial de Oração pelas vocações. Somos pelo batismo chamados a participar da vida do Reino instaurado por Jesus com sua vida, morte e ressurreição. Toda a pessoa batizada possa colocar-se à disposição de Deus para, no exercício de uma vocação, edificar o Reino de Deus. O Reino da bondade; participar da bondade do pastor”! O Dia Mundial de Oração pelas Vocações, segundo o cardeal, “nos convida, a admirar o dom do chamado que Deus dirige a cada um de nós. O chamado para tomar parte no seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida. A vocação é o modo mais seguro que temos para alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo. A nossa vida se torna plenificada, realizada plenamente, quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e descobrimos o caminho que podemos percorrer para nos tornarmos sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz onde vivemos”. O arcebispo recordou as palavras de Papa Francisco em sua mensagem para o dia de hoje. “Ele nos ensina que o Dia Mundial de Oração pelas Vocações traz…
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Dom Ionilton iniciará sua missão na Prelazia do Marajó 27 de julho

No dia 27 de julho de 2024, o administrador apostólico da prelazia de Itacoatiara (AM), dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, iniciara sua missão como bispo da Prelazia do Marajó (PA), para onde foi nomeado em 3 de novembro de 2023, segundo comunicado assinado pelo bispo, dirigido aos irmãos e irmãs da Prelazia de Itacoatiara. Segundo o comunicado, a decisão foi tomada após de algumas reuniões com o Nuncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, representante do Papa no Brasil, durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril. A confirmação da transferência acontece depois de serem superadas “as dificuldades surgidas no mês de dezembro de 2023”. Até sua viagem para seu novo destino, dom José Ionilton continuará como bispo administrador da prelazia de Itacoatiara, cumprindo com as atividades programadas, dentre elas atender na Cúria, visitar as paróquias e comunidades, realizar reuniões e formações. Finalmente, o bispo pede que “rezem por mim, pela nossa Prelazia de Itacoatiara, pelo Administrador que assumirá depois do dia 27 de julho e pelo novo bispo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo Lima: “Nós temos um caminho de sinodalidade, e nós voltamos mais comprometidos”

No final da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o bispo auxiliar de Manaus (AM), dom Zenildo Lima, faz um balanço do que foi vivenciado de 10 a 19 de abril de 2024 em Aparecida (SP). Ele, que já tinha participado das assembleais gerais da CNBB sendo secretário executivo do Regional Norte1, participou pela primeira vez em sua condição de bispo. “A experiência é também uma experiência de reencontro, reencontro com este espaço e reencontro com a totalidade da Igreja do Brasil”, afirmou o bispo auxiliar. Segundo dom Zenildo, “a final de contas, a assembleia geral da CNBB é sempre um momento muito intenso de comunhão, e a gente percebe, experimenta de participar agora dessa comunhão de um modo muito mais comprometido”. Falando sobre o tema central da 61ª Assembleia Geral da CNBB, Dom Zenildo afirma que “acredito que esta assembleia, ela teve uma particularidade, ela foi uma assembleia de início de trabalho, as diretrizes não foram concluídas nesta assembleia. Na verdade, foi uma ocasião que apresentou elementos desafiadores para a Igreja, com a análise de conjuntura social, com análise de conjuntura eclesial, com alguns temas prioritários que foram apresentados aqui, da juventude, da inteligência artificial, nós nos descobrimos como uma Igreja diante de um mundo muito desafiador, e agora colocamos elementos para que as novas diretrizes nos ajudem a sermos uma Igreja capaz de oferecer respostas”. Falando sobre a Igreja que está na Amazônia, o bispo auxiliar de Manaus afirma que “temos uma caminhada de sinodalidade, e essa experiência de construção das diretrizes reforça o caminho que nós já fazemos como Igreja na Amazônia”. Entre os desafios a ser enfrentados, dom Zenildo afirma que “a partir do que foi apresentado aqui na análise de conjuntura social, a gente percebe esse mundo que se está construindo, muito pautado no individualismo, que gera um modelo económico muito específico, que é um modelo económico que não atende a grande parte da população, por tanto segue essa perspectiva individualista que desafia a concepção do bem comum”. Se referindo à análise com conjuntura eclesial, ele destacou “algumas tendências de um modelo eclesiológico que também corresponde a essa espiritualidade um pouco mais intimista, um pouco mais recolhida”. Diante disso, ele considera que um grande desafio da Igreja é “um desafio de abertura, saber viver nesses novos tempos, mas também um desafio de clareza, é muito importante que nós tenhamos uma comunhão aberta, participativa, mas queremos uma comunhão muito consciente, de uma Igreja que é bastante orientada no Reino de Deus, que sabe do seu compromisso na defesa da vida, no cuidado com a casa comum, e que sabe evidentemente da sua tarefa irrenunciável do anúncio de Jesus Cristo”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “embora nós tenhamos muitos desafios pontuais, esses dois grandes elementos, acolher as novidades e ao mesmo tempo a segurança da proposta comprometedora do seguimento de Jesus”. No dia dos povos indígenas, lembrando o cuidado que o Papa Francisco pede à Igreja para os descartados, ele lembrou da imagem da catequista indígena da Igreja de Roraima que recebeu seu ministério no Santuário de Aparecida durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB. O bispo destacou que “a presença desta mulher indígena, para nós sinalizou o encontro da fé com a vida desses povos, um encontro que não pode ser colonizador, um encontro que é capaz de um diálogo, mas sobretudo um encontro que reconhece a primazia desses povos em seus territórios e por tanto na história da construção da nossa Pátria. O dia de hoje é uma oportunidade para retomar que um grande desafio muito concreto da Igreja do Brasil é afirmar a dignidade desses povos, sobretudo nesses tempos de muito embate, inclusive embates no campo legislativo, onde se tenta construir legalidade para processos de comprometimento do território e da vida desses povos”. De volta para casa, dom Zenildo Lima reconhece que “de volta para casa é voltar para a arquidiocese de Manaus, é voltar para nosso Regional Norte1, é voltar para o espaço. Nós temos um caminho de sinodalidade, e nós voltamos mais comprometidos. As informações, as clarezas que a gente vai alcançando numa assembleia nacional nos ajudam depois a situar, a pontoar, a localizar esses desafios no nosso espaço, no nosso universo amazônico”. Ele lembrou que “temos um caminho, temos uma pauta, temos pela frente um novo encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, temos uma retomada do Documento de Santarém. Nós vamos continuar o caminho que já fazemos como Igreja, que é um caminho do anúncio do Evangelho, que é um anúncio de Jesus Cristo encarnado, que é um anúncio do crucificado, ressuscitado, que é um anúncio de vida para todos, e vida em abundância no cuidado da casa comum, na perspectiva da ecologia integral, na vida que Deus quer para cada comum e para cada mulher”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Presidência da CNBB encerra 61ª AG pedindo união pela causa do Evangelho e da vida

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) protagonizou a coletiva de imprensa de encerramento da 61ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024, com a participação de 442 bispos. Dom Jaime Spengler O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, que iniciou sua fala agradecendo o trabalho dos jornalistas, recordou a natureza da CNBB, “uma instância de comunhão entre os bispos do Brasil”, uma comunhão experimentada nos 10 dias “de encontro, de oração, de estudo, de debate, de construção de indicações viáveis para a evangelização no nosso Brasil’, um empenho da Conferência dos Bispos e da Assembleia Geral. Dom Jaime destacou a diversidade do Brasil, o que faz com que encontrar pontos de consenso seja um desafio, vendo cada Assembleia Geral como “um Pentecoste, é uma experiência única, pessoas, homens, de realidades tão distintas”. O presidente da CNBB relatou os passos dados ao longo da Assembleia, ressaltando o tema geral, a elaboração das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora. Dom Ricardo Hoepers Recordando que “a Assembleia é o órgão supremo da Conferência”, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, falou sobre o esforço realizado para preparar uma assembleia com recorde de participação. Ele agradeceu o trabalho realizado em equipe pelos colaboradores da Secretaria Geral, com uma participação efetiva e afetiva dos bispos. Dom Justino de Medeiros Silva Definindo a Assembleia como “um aprendizado de escuta”, onde os bispos partilham “muito da nossa vida, da nossa missão, do nosso pastoreio, dos desafios que a Igreja vive neste tempo”, o arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Justino de Medeiros Silva, afirmou que “trazemos preocupações e esperanças”, insistindo em que “escutamos uns aos outros”, criando um tecido de tantas escutas que “fortalece cada um de nós no sentido da missão”, vendo o retorno às dioceses como algo “marcado por um ânimo, um revigoramento dessa experiência de servir à Igreja no Brasil”. Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza Segundo o arcebispo de Olinda-Recife (PE) e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, “há um movimento das nossas dioceses para a Assembleia Geral, aqui trazemos nossos anseios, os grandes desafios vividos, a força pujante da Igreja, as nossas comunidades eclesiais, a beleza da Igreja católica”. Da Assembleia e do que nela é realizado e vivido, “nós saímos daqui como um grande rio caudaloso da Assembleia para a vida concreta, para as nossas dioceses”, que ele definiu como “dois movimentos que caracterizam a força e a vitalidade da Assembleia Geral da Conferência episcopal brasileira”. Uma Assembleia Geral que desafia à Igreja do Brasil a entender que “diferenças sim, mas sempre unidos pela causa do Evangelho e da vida, da vida plena para todos”, segundo frisou no final de sua intervenção o presidente da CNBB. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Adolfo Zon: “As novas Diretrizes resgatam a primazia da missão”

Os bispos do Regional Norte1 participam da 61ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024. O bispo da diocese de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte1, dom Adolfo Zon, diz ter vivido a Assembleia “com muita alegria, com muita serenidade”, destacando o fato de ter iniciado neste ano a Assembleia “do jeito que melhor se podia iniciar, com o retiro, com a orientação do Secretário de Estado Vaticano, o cardeal Parolin. Ele nos criou o ambiente espiritual para estar mais bem situados nesta assembleia onde tem se pensado as novas Diretrizes e ao mesmo tempo um aprofundamento na sinodalidade da Igreja”. Falando sobre as novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora e a sinodalidade, que tem como palavras-chave comunhão participação e missão, dom Adolfo Zon, que é missionário e bispo numa diocese onde o trabalho missionário nem sempre é fácil, afirma com relação à concretização da missionariedade na Igreja do Brasil, na Igreja da Amazônia, que “a própria assembleia, ela resgatou a prioridade da missão. Antes, que as Diretrizes estavam organizadas em pilares, a missão estava no final do processo evangelizador”. Segundo o bispo, “as novas Diretrizes resgatam essa primazia, e sobretudo essa presença ao longo de todo o processo evangelizador, porque é a missão que inicia e que nos leva a ser missionários em saída”. “Na hora de replanejar novos ministérios para a Igreja do Brasil, está se resgatando esse ministério que e fundamental e que todas as comunidades têm que ter, que é o ministério missionário”, ressaltou o bispo de Alto Solimões. Ele enfatizou que isso vai adiante, “anunciando a Palavra de Deus e fazendo que essa Palavra entre nos corações das pessoas, porque é a Palavra que transforma e que dá vida nova a nossa sociedade”. Finalmente, abordando a repercussão na vida dos bispos, na vida das Igrejas locais e no trabalho pastoral, de tudo o que é trabalhado na Assembleia, bispo enfatizou que “na diocese de Alto Solimões, as assembleias da CNBB, sobretudo quando é uma assembleia que prepara as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, marca nosso trabalho posterior. É a partir dessas Diretrizes, dessas propostas, que nós vamos elaborando nosso plano de pastoral”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

61ª AG da CNBB, coletiva de imprensa: 90 anos do Pio Brasileiro, 70 da CRB e as Causas dos Santos

Os 90 anos do Colégio Pio Brasileiro, os 70 anos da Confederação dos Religiosos do Brasil e o trabalho da Comissão para as Causas dos Santos pautaram a coletiva de imprensa do penúltimo dia da 61ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada de 10 a 19 de abril em Aparecida (SP). O Colégio Pio Brasileiro foi criado em 1934 a pedido do Papa Pio XI, lembrou o arcebispo de Olinda-Recife (PE) e segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, que foi aluno dessa instituição. O objetivo foi atender a formação dos seminaristas brasileiros, até esse momento estudantes no Colégio Latino-americano, sendo confiada a direção aos Jesuítas, que permaneceram até 2013, momento em que a CNBB assumiu a direção, enviando padres diocesanos para dirigir o Colégio. Na atual Assembleia Geral da CNBB foi nomeado o terceiro reitor dessa nova etapa. No Pío Brasileiro, que hoje forma padres que fazem mestrado, doutorado e pós-doutorado nas 20 universidades católicas com sede em Roma, já passaram 2.200 estudantes, dos quais 172 se tornaram bispos e seis cardeais, alunos nesse “espaço qualificado de formação”, afirmou dom Paulo Jackson. “Falar da Comissão para a Causa dos Santos é falar do coração de Deus, porque Deus quer que todos nós sejamos santos, porque Ele é santo”, destacou o arcebispo de Pouso Alegre (MG) e presidente dessa comissão, dom José Luiz Majella. Essa comissão nasceu em 2016, em vista de um trabalho conjunto com o Dicastério dos Santos. O objetivo é, segundo o arcebispo, “orientar as nossas dioceses ou igrejas particulares nas causas que já iniciaram ou vão iniciar”, assumindo a missão de acompanhar as dioceses nesse trabalho, sobretudo dos postuladores, aquele que vai levar a causa para o dicastério Roma. Ele destacou que a causa dos santos quer “olhar as virtudes de fé de um cristão, como é que o cristão viveu seu batismo”. A Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil (CRB) completou em 11 de fevereiro 70 anos. Fundada em 1954 no Rio de Janeiro, no Congresso Nacional da Vida Religiosa. Congrega as ordens religiosas, congregações, institutos de vida religiosa consagrada, uma história que se iniciou com a chegada dos jesuítas junto com os portugueses, e que “se expressou em muitas obras de evangelização na Igreja do Brasil”, segundo o bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Ademir Mezzari. Celebrar 70 anos é “fazer uma memória da história”, de homens e mulheres que professam os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, vivem a experiência de fé de um carisma, de uma missão”, que se concretiza na vida fraterna em comunidade, na espiritualidade, e que “estão presentes em todas as realidades da evangelização”, enfatizou o bispo, que é religioso Rogacionista. 70 anos que querem “recordar a profecia da Vida Religiosa”, segundo dom Ângelo, querendo assim promover a presença dos religiosos, presentes em diversos campos e realidades. Igualmente os 70 anos querem trazer presente a esperança, em vista do Jubileu 2025, “Peregrinos de esperança”, mostrando que há esperança para a Vida Religiosa Consagrada, mesmo diante da crise vocacional, querendo tocar o coração das novas gerações para que também possam se consagrar a Deus. Tudo isso será celebrado no Congresso da Vida Religiosa, de 30 de maio a 2 de junho, em Fortaleza, com mais de 700 participantes de todo Brasil, com o tema “Memória, profecia e esperança”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1