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TiKunas do Brasil, Colômbia e Peru procuram ser uma “Igreja Sinodal com Rosto Magüta”.

Assumir a sua cultura, as suas raízes, raízes levadas para o futuro, foi o pedido do Papa Francisco aos jovens indígenas na última Jornada Mundial da Juventude realizada no Panamá. Um convite que podemos dizer que encontrou eco no povo Tikuna, o mais numeroso da Amazônia, um povo transfronteiriço, que está a avançar no caminho para tornar realidade uma Igreja com rosto amazónico. Numa tentativa de aproximação das tradições, reuniram-se de 24 a 26 de maio na comunidade indígena Magüta (Tikuna) de Yahuma, departamento de Loreto, Peru, para realizar o primeiro encontro de formação de “Agentes de Pastoral Magüta”, segundo Rodrigo Castells Daverede, leigo missionário que vive na comunidade indígena Tucuchira-Progreso (Colômbia), onde participaram catequistas e agentes de pastoral das comunidades indígenas Magüta da tríplice fronteira: Brasil (Umariaçu), Peru (San Juan de Barranco e Yahuma) e Colômbia (Nazaré, Arara e Progreso). Este encontro faz parte do projeto “Igreja Sinodal com rosto Magüta“. É o primeiro de seis encontros de formação previstos para 2023 e 2024, divididos em três partes: recolher as nossas tradições; alimentar o nosso caminho de fé; oferecer os nossos frutos. Nesta dinâmica, o primeiro encontro teve como objetivo “acolher e reconhecer a realidade ou situação dos processos celebrativos nas comunidades, tanto a nível eclesial como cultural“, segundo Rodrigo Castells. Superar os desafios logísticos, causados pelas deficiências e negligência do Estado peruano, juntamente com a falta de organização dos próprios indígenas que vivem no território peruano, dominado pelo narcotráfico. Segundo o leigo missionário, “abandonados para que, na sua fragilidade e vulnerabilidade socioeconómica, fiquem expostos e reféns do narcotráfico“. Apesar das dificuldades, foi destacada a alegria e o espírito de serviço da comunidade de Yahuma, pela primeira vez na sua história anfitriã de um evento com mais de 60 participantes, durante três dias, o que levou os participantes a desfrutarem da sua estadia apesar das inúmeras carências. Destacam como admirável, “a disponibilidade para oferecer alojamento, alimentação, espaços para trabalho em equipe e constante vontade de resolver, com amor e simplicidade, os imprevistos que surgiam”. Foi uma oportunidade de partilhar a espiritualidade da Nação Magüta através das suas histórias de origem (Pai Gütapa e os quatro irmãos) e das suas celebrações rituais (enquadradas no grande ritual do pelazón ou Moça Nova) e no que diz respeito às práticas atuais de celebração de sacramentos e catequese, o que permitiu iniciar um processo de reflexão. O sonho é fazer nascer a “Igreja Sinodal com Rosto Magüta”. Um processo de recuperação e conservação da sua cultura, que é diferente em cada um dos três países, tem vindo a ser desenvolvido há anos pelos Magüta, embora reconheçam que o processo de reflexão, aprendizagem e apropriação do valor simbólico-conceptual das suas histórias de origem e práticas rituais é ainda incipiente. Por isso, Rodrigo Castells insiste que “na procura de um diálogo frutífero, de uma integração assertiva e consistente dos elementos da cultura Magüta na celebração da fé católica, estes processos de reflexão devem ser aprofundados e dinamizados com mais ênfase”. Conscientes de que há ainda um longo caminho a percorrer, reconhece-se que o trabalho está já em curso. Para o efeito, o caminho será percorrido tendo como protagonistas os próprios Magüta, espaços de encontro e de reflexão.  O método será perguntar, ouvir e propor, com avôs e avós, catequistas, sábios e xamãs. Um trabalho de paciência, de “horas de tabaco, masato e Casa Grande (Maloca), sob a proteção dos antepassados e com o rio e a selva no coração, continuaremos a caminhar”. Um bom ponto de partida, sem esquecer que “a espiritualidade Magüta, marcadamente amazónica, procura entrar na Igreja com toda a sua sabedoria para cuidar e fazer crescer a vida“. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“Espírito Santo, ajuda-nos a repartir”, pede a Igreja de Manaus na Solenidade de Pentecostes

Pentecostes é uma das grandes festas, inclusive podemos dizer que é a grande festa da Igreja de Manaus. No dia em que é comemorado o nascimento da Igreja, milhares de pessoas das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais e movimentos se reuniam no sambódromo para celebrar a Festa do Divino Espírito Santo, tendo como lema: “Espírito Santo, ajuda-nos a repartir”. O lema, inspirado na Campanha da Fraternidade deste ano, foi uma oportunidade para clamar por moradia, comida, pão, amor, paz, educação, justiça, lazer, saúde. Uma temática que cobra maior atualidade diante da ação que a Prefeitura de Manaus realizava nesta sexta-feira, 26 de maio, deixando sem pertences e documentos a um grupo de moradores de rua, algo que foi lembrado repetidas vezes durante a homilia pelo cardeal Leonardo Steiner, que presidiu a celebração eucarística. Na homilia, o arcebispo de Manaus começou lembrando o medo dos discípulos, sendo preciso “um vento que abrisse as portas”, fazendo com que se “espantasse o medo, o temor, o receio, o medo da morte”, insistindo em que “no momento em que a impetuosidade do Espírito tomou conta deles, saíram a pregar”, se iniciando assim a Igreja com o envio desses discípulos que aparece relatado nos evangelhos. “Com a força do Espírito esses homens se sentem enviados, e é por causa dessa pregação deles que nós aqui estamos, nós somos herança da pregação dos apóstolos, nós somos herança do envio que o Espírito Santo fez”, insistiu o cardeal Steiner. Ele insistiu na diversidade de línguas em que Jesus foi anunciado, algo que se repete em nossa Amazônia, “em nossa Amazônia em quantas línguas diferentes é anunciado o Reino de Deus”. Se referindo a uma homilia do Papa Francisco, em que invocava o Espírito como o Paráclito, o Consolador, aquele que nos acompanha, ilumina e indica os caminhos, lembrando que o Papa Francisco afirmava que “nós devemos ser hoje os consoladores e consoladoras, assim como o Espírito é para toda a Igreja, para todas as comunidades”. Ser consoladores e consoladoras, “não na palavra, não no discurso, mas na proximidade, na acolhida, na partilha”. O arcebispo chamou a “sermos próximos, não distantes”, destacando as muitas coisas que acontecem de proximidade na Arquidiocese, dentre elas o trabalho com os moradores de rua, com as pessoas que passam fome, insistindo em que “queremos ser cada vez mais uma Igreja que partilha, uma Igreja que cada vez mais seja uma Igreja que consola, não nas palavras, mas na mão estendida, no olhar, na proximidade, no abraço, no afeto, no amor”. Junto com isso, o Espírito como advogado, como aquele que nos diz o que temos que fazer, convidando os presentes a termos a mesma atitude para com os outros. Tendo como referência a segunda leitura, Dom Leonardo Steiner falou sobre a diversidade de ministérios, de vocações, de serviços, insistindo na necessidade de um mesmo Espírito, uma só Igreja. O arcebispo ressaltou que “nós não queremos combater-nos entre nós”, dizendo ter a sensação de que “não sabemos mais o que é a Igreja, porque vivemos falando mal do Papa, vivemos falando mal uns dos outros, e quanta palavra felina e violenta”. Diante disso, ele disse que “é um só Espírito que nos alimenta, que nos guia, um só, não meu espírito, não meu grupo, não a minha Igreja, não o meu movimento, é do Espírito”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte1: “A questão dos abusos é uma questão difícil, mas é uma questão que nós queremos enfrentar na fé”

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realizou nos dias 26 e 27 de maio o Encontro da Comissão de Escuta e Proteção Crianças, Adolescentes e pessoas Vulneráveis, que contou com a participação de dois representantes das dioceses e prelazias do Regional, que foram nomeadas como papel auditor e notario. O objetivo geral do encontro era “capacitar os membros que são referências das dioceses e prelazias na Comissão Arquidiocesana de proteção de crianças, adolescentes e vulneráveis para atuarem nas Igrejas locais na função de notário e auditor”. Durante o encontro, os participantes conheceram os conceitos básicos de abuso, exploração sexual, pedofilia no que se refere a crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. Igualmente conheceram e aprofundaram a legislação referente a criança, adolescente e pessoa vulnerável. Finalmente, o encontro foi oportunidade para apropriar-se da estrutura da comissão e questões prática: Comissão Lux Mundi. A Dra. Joyce Coelho Delegada da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), mostrou a legislação referente a criança, adolescente e pessoa vulnerável, e como fazer os encaminhamentos. Junto com isso, o que é e como funciona a Rede de Proteção. Num segundo momento, o padre Hudson Ribeiro, explicitou os conceitos básicos de abuso, exploração sexual, pedofilia no que se refere a crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, refletindo sobre as consequências dessas violências. Dom Leonardo Steiner, presidente da Comissão explicou o que é a Comissão Lux Mundi e como funciona, insistindo na importância do trabalho de prevenção nos espaços eclesiais. Segundo o arcebispo de Manaus, disse que “a Comissão de escuta para podermos ouvir as crianças e adolescentes que foram abusadas sexualmente é uma comissão muito importante que foi constituída no Regional Norte1, e nós estamos reunindo os representantes das dioceses que farão a escuta”.  Segundo o cardeal Steiner é “uma espécie de treinamento, mas especialmente animar para que nós como Igreja podermos ouvir bem e bem podermos encaminhar”. O presidente do Regional Norte1, insistiu em que “a questão dos abusos é uma questão difícil, mas é uma questão que nós queremos enfrentar na fé, porque nós queremos ser anunciadores, anunciadoras do Reino de Deus, e por isso temos pessoas das diversas dioceses e prelazias que nos ajudaram na escuta, e se for confirmado é muito importante”. “Da minha parte, como arcebispo que está confirmando essa comissão, eu queria agradecer a disponibilidade desses irmãos e irmãs que foram nomeados pelas dioceses e prelazias”, ressaltou Dom Leonardo Steiner. O cardeal pediu que “esse nosso serviço à Igreja seja um serviço eficiente, mas também seja um serviço de esperança e um serviço de consolo”.   Com a ajuda da Dra. Desembargadora Joana Meirelles, os notários e auditores partilharam os elementos que deveriam ser ressaltados como importantes neste trabalho que está se fazendo como Igreja na proteção de crianças e adolescentes e pessoas vulneráveis. Isso, a partir de sua experiencia na defesa dos direitos das crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. Os participantes, conheceram com a ajuda de Pietro Bianco Epis, a estrutura da comissão e as questões práticas em relação com ela. A Comissão está presidida pelo cardeal Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, o padre Flavio Gomes dos Santos Chanceler da Cúria Metropolitana e coordenador da Comissão, padre Gilson da Silva Pinto, Assessor Canônico, Pietro Bianco Epis, Canonista,  Kareen Lima do Amaral, Psicóloga, Roselei Bertoldo, religiosa. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Pastoral do Povo de Rua de Manaus denuncia limpeza social da Prefeitura

Em nota de repúdio, publicada neste sábado 27 de maio, a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Manaus quis “repudiar com veemência a ação coordenada pela SEMACC (Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comercio Informal), com apoio de vários órgãos da Prefeitura de Manaus que realizou na manhã do dia 26/05 uma limpeza social em regiões próximas à Praça dos Remédios e Mercado Municipal”. A nota denuncia a “falta de políticas públicas de moradia e de assistência social”, e o fato de ter promovido “uma violação de direitos fundamentais à dignidade humana”, algo que denunciam como ilegal e criminoso, dado que “tomou e apropriou-se dos bens dessas pessoas”. O texto faz um chamado para que sejam promovidas “ações positivas junto a População em Situação de Rua”, e pensar isso no coletivo, buscando assim “o compartilhamento de responsabilidades e competências que cabem ao órgão público de direito”. O que defende a Pastoral do Povo de Rua é a promoção de “propósitos legítimos e humanizados”. A Pastoral define como algo que não se pode permitir, o “higienismo social”, e junto com isso as afrontas aos direitos do cidadão, seja quem for. Segundo a nota, “onde falta a oportunidade de educação, tratamento, trabalho e rede de apoio, há um aumento da desigualdade social e todas as mazelas que a acompanham”. O texto pede não confundir “o ato ilícito que ocorreu na noite anterior em um comércio da região com a ação infeliz que foi realizada na manhã seguinte“, solicitando os esclarecimentos cabíveis. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Pastoral Familiar Regional Norte 1 realiza encontro em Manaus

A Coordenação Regional da Pastoral Familiar RN 1, com apoio da coordenação nacional da Pastoral Familiar do Regional Norte 1 da CNBB (AM/RR) promoveram o 1º Encontro de dinamização para integrantes da Pastoral Familiar e convidados, visando a Preparação para Catequistas sobre o Itinerário Vivencial Personalizado para o Sacramento do Matrimônio, nos dias 19 a 21 de maio de 2023, na Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, localizada na Avenida André Araújo, 2230C bairro Petrópolis, Manaus – AM.  O referido Encontro teve início com a Santa Missa às 18h do dia 19 de maio e término às 12 h30min, com almoço, e contou com participação de representantes da Arquidiocese de Manaus/AM, Dioceses de Parintins, Roraima, Coari, São Gabriel da Cachoeira, Prelazias de Tefé e Itacoatiara, Assessor eclesiástico regional, Dom Marcos Piatek, bispo referencial da Pastoral Familiar RN 1, e Dom Leonardo Steiner. A Programação, sob coordenação de Padre Crispim Guimarães, Assessor da Comissão Episcopal para Vida e a Família da CNBB, e Secretário Executivo da Pastoral Familiar, constou de: Situar a Exortação Apostólica Amoris Laetitia; Itinerários Catecumenais do Matrimônio (Dicastério); Reunião em Grupo que avaliou as práticas de Catequese Matrimonial das Dioceses – Regional; Guia Pré-Matrimonial da Pastoral Familiar do Brasil; Contextualização do Itinerário de Acompanhamento Personalizado para o Sacramento do Matrimônio; Testemunhos de casais catequistas, casais que foram acompanhados pelo Itinerário, casais de noivos que estão no processo, padres que acompanham com os casais catequistas; Encenações da Aplicabilidade do Itinerário; Apresentação breve do Itinerário de Recém-casados (como processo de continuidade). O Encontro objetivou promover reflexão, contextualização e aplicabilidade regionalizada sobre a preparação catecumenal para o Sacramento do Matrimônio. Como parte da programação houve participação dos participantes do Encontro, na celebração da Santa Missa no dia 21 de maio, às 7h30min na Catedral Metropolitana, Nossa Senhora da Conceição, Arquidiocese de Manaus/AM, presidida por Dom Leonardo Steiner- Arcebispo e Cardeal da Amazônia. Destacamos como positivo e oportuno a realização do Encontro, situando os agentes da pastoral, padres e bispo, na dinâmica da catequese para noivos, a partir do Itinerário Vivencial Personalizado para o Sacramento do Matrimônio, juntamente com outros itinerários na caminhada pastoral, como para namorados, casais recém-casados, e casos especiais e trocas de experiências sobre as preparações em nosso regional. O apoio recebido da coordenação nacional e de nosso Regional, foi imprescindível para a realização desse primeiro encontro de dinamização, e nossas perspectivas são que muitos frutos venham ser colhidos em prol de nossas famílias, pois além das exposições também tivemos vivências e convivências que ajudarão em novas relações e parcerias, sendo ponto de apoio de nós mesmos.  Pastoral Familiar Regional Norte1

Legislativo do Amazonas homenageia as Salesianas no Centenário da sua presença na região

O Poder Legislativo do Estado do Amazonas, em nome do povo do Estado, homenageou nesta quinta-feira, 25 de maio, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas), pelo centenário de sua presença na Amazônia. Uma presença que segundo foi relatado no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, começo no Brasil em 1892 em Guaratinguetá (SP), aonde chegaram para, seguindo o carisma de Dom Bosco e a Madre Maria Mazzarello, ser proposta de salvação para os jovens e idosos. Em fevereiro de 1923 as primeiras salesianas chegaram em São Gabriel da Cachoeira, a pedido dos salesianos, que tinham se instalado lá em 1915, assumindo a educação das meninas, o dispensário e o hospital da cidade. Posteriormente elas irão se espalhando em diferentes locais do Alto Rio Negro: Taracuá (1925), Iauarete (1930), Barcelos (1934), Pari Cachoeira (1946), Santa Isabel do Rio Negro (1950), Assunção do Içana (1956). As salesianas também iniciariam seu trabalho missionário em Manaus em 1930 com o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Na atualidade, 10 mil crianças, adolescentes e jovens são atendidos pelas Filhas de Maria Auxiliadora na Amazônia em 21 casas, algo que é motivo de gratidão para aquelas que foram suas alunas. Um sentimento de gratidão que também se fez presente no deputado estadual Wilker Barreto, promotor da homenagem, que disse estar vivendo um momento histórico, “estamos aqui fazendo história”, querendo “agradecer em nome do Amazonas pelos que vocês fizeram e ainda vão fazer”, reconhecendo a coragem de ir para o interior, algo que hoje perdura, pois, segundo o deputado ressaltou, as salesianas ainda estão em muitas comunidades de difícil acesso. Segundo ele, “só a vocação, só o amor para desbravar”, que fizeram possível essa presença. O deputado estadual insistiu em tornar conhecida a obra das Filhas de Maria Auxiliadora, defendendo a necessidade de ajudar com recursos públicos às obras que elas têm na atualidade. Segundo membro do Poder Legislativo, “quando o Estado falha, são entidades como essas que socorrem”. Por isso, ele insistiu em que estava se dando uma justa homenagem, o que foi explicitado nas placas entregues à Ir. Paola Battagliola, representante da Madre Geral, e a Ir. Carmelita Conceição, Provincial da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia. Os povos indígenas do Alto Rio Negro foram destinatários da missão das Filhas de Maria Auxiliadora desde sua chegada na Amazônia. Esses povos agradeceram esse trabalho realizado ao longo de 100 anos, mulheres que “carregam nossa ancestralidade”, destacando o legado da educação feminina, que possibilitou a transformação na sociedade da região. Segundo as indígenas, “a gente transforma com essa educação para fazer a nossa luta da defesa dos direitos dos povos indígenas e nós mulheres indígenas nos orgulhamos de fazer parte dessa história e transformar nossa cultura sem perder a nossa essência de mulheres indígenas”, insistindo em que “esse carisma está nos nossos corações, lutas, resiliências”, sendo carregado “na universidade, na escola, nas nossas malocas, nas nossas lutas, o legado de vocês Filhas de Maria Auxiliadora está em nós”. Em nome da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, sua superiora, Ir. Carmelita Conceição, agradeceu ao deputado Wilker de Azevedo Barreto pela homenagem e a todos os que fazem parte das diferentes obras da Congregação no Amazonas. A religiosa destacou o fato de a presença ter se iniciado não na capital, e sim “em um dos locais de difícil acesso da nossa região, a cidade de São Gabriel da Cachoeira”. A superiora ressaltou a coragem que fez possível estar realizando a homenagem fruto “da generosidade das superioras da época que acreditaram na proteção divina e na solidariedade de tantas pessoas envolvidas nessa obra desafiadora”. Tudo isso para fazer realidade o sonho de Dom Bosco e Maria Mazzarello: “Até o meu último suspiro será pelos meus queridos jovens”. Um trabalho onde a Provincial da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia destacou a missão realizada com os povos originários, “os primeiros a habitarem esta terra, pátria das águas”, ressaltando que “muitas FMA pertencem às etnias e traduzem hoje o carisma salesiano na linguagem diversificada dos povos da Amazônia, para nós motivo de muito orgulho e reconhecimento a Deus, autor de toda vocação”. A Ir. Carmelita fez memória de “todas as irmãs que nos precederam”, destacando que “essas irmãs venceram barreiras da língua, da alimentação, do clima, da forma de viver o dia a dia das comunidades”, religiosas que “ensinaram e aprenderam a amar e cuidar da mãe terra, de acolher a diversidade cultural e construir juntos um modo de ser comprometidos com a vida do planeta”. Falando do hoje da missão salesiana, a religiosa destacou o trabalhou que continua sendo realizado no campo da educação, nos centros sociais e casas de acolhimento, paróquias e itinerâncias nas comunidades indígenas e ribeirinhas. A Ir. Carmelita fez um pedido: “que as dificuldades não nos tirem a coragem de sermos profetas de um mundo onde todos têm direito à vida, saúde e educação”, insistindo em que “caminhar em sinodalidade é urgente”, e iniciando assim o segundo centenário da presença das Filhas de Maria Auxiliadora na Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Construir uma sociedade com Espírito

Vida, força, coragem, Espírito, são elementos que quando fazem parte do caminhar da Igreja, ela tem a capacidade de ir além, de não desanimar diante das dificuldades, de levar a boa notícia do evangelho até os confins do mundo. No final das contas, o chamado à missão, com a força recebida do Espírito Santo é a grande tarefa que Jesus encomenda a seus discípulos e discípulas. Em Pentecostes, a festa do Divino Espírito Santo, a Igreja nasceu, e nesse dia a Igreja de Manaus mostra que continua viva, renovando assim seu chamado a ser uma Igreja em saída missionária. Poderíamos dizer que é a grande festa da arquidiocese de Manaus, a festa em que o povo reunido carrega as baterias para continuar iluminando a vida da sociedade, uma luz que se faz presente em cada batizado e batizada, mas também em cada comunidade, em cada área missionária, em cada paróquia. Um discípulo sem a força do Espírito vai perdendo o sentido de seu ser cristão, vai se apagando, pois deixa de fazer realidade aquilo que é fundamento de sua vida: testemunhar que Deus se faz presente no meio de nós em seu Espírito. É Ele que continua enviando e somos nós que temos que chegar nos outros e fazer vida esse Deus. Isso tem que ser traduzido em atitudes, em modos de reagir diante das situações com as quais vamos nos deparando no dia a dia. Se o Espírito de Deus habita em mim, eu tenho que reagir segundo seus princípios, me tornando presença de Deus, gente de Deus, na vida dos outros. É assim que Deus ilumina todas as dimensões da vida da nossa sociedade, evitando considerar seu Espírito como algo etéreo, que não tem a ver com as realidades concretas. O Espírito de Deus não fica preso nos templos, Ele vai com quem o recebe e acolhe, Ele é força que dinamiza a vida dos discípulos e discípulas e faz com que o modo de viver se torne diferente. O Espírito quer acompanhar o agir dos discípulos missionários, quer animar as lutas cotidianas, quer levar além aqueles que se esforçam cada dia para que o Reino de Deus se torne presente no meio de nós. Nestes dias em que estamos nos preparando para a Solenidade de Pentecostes deixemos que o Espírito de Deus entre a fazer parte de nossa cotidianidade, que Ele se torne companheiro de caminho e infunda em nós a força de seu Amor que nos leva a um compromisso cada dia mais forte. É tempo do Espírito, Ele quer habitar em você e a través de você na vida da humanidade, na sociedade à qual todos nós, como discípulos e discípulas missionários somos enviados. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Leonardo: “Cristo foi elevado ao mais alto dos céus; contudo continua sofrendo na terra”

“Antes de ocultar-se, Jesus envia os discípulos, lhes entrega uma missão: ‘ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!’”, afirmou dom Leonardo Steiner na Solenidade da Ascensão do Senhor, recordando que São Marcos diz: “Ide e anunciai o Evangelho a toda a criatura”. Segundo o cardeal Steiner, “Jesus ressuscitado envia os seus discípulos a difundir o Evangelho por todo o mundo e se eleva ao céu. Ascensão exorta-nos a elevar o olhar para o céu, e seguir a missão recebida: ir a todo os povos, a toda a criatura e anunciar que existe nova vida, uma boa notícia; agora, esperança: não mais a morte, mas a vida”. O Arcebispo de Manaus considera “admirável que Jesus confie essa missão a um grupo pequeno, quase insignificante”, lembrando as palavras do Papa Francisco, para quem “este grupo restrito, irrelevante diante das grandes potências do mundo, é enviada para levar a mensagem de amor e de misericórdia, da mansidão e do consolo a todos os recantos da terra”. “Ide e fazei discípulos! Ide e fazei seguidores, ide e fazei anunciadores. Em todos os povos haja discípulos de Jesus. Em todos os povos Jesus seja anunciado, amado e seguido. Em todos os cantos da terra possa ressoar a presença do Crucificado-ressuscitado, o novo Reino. Novo Reino, novas comunidades que na alegria de conhecer a Jesus, no significado de sua morte e ressurreição, testemunhem que todos podem participar da alegria, da beleza e do júbilo da salvação”, é o chamado de Jesus, segundo o cardeal. Lembrando a primeira leitura, que “nos fez ver a estaticidade dos discípulos apesar de terem sido enviado”, Dom Leonardo insiste em que “os homens de branco os enviam, pois não devem permanecer parados olhando para o céu. Nos Atos dos apóstolos lemos como eles são transformados em pregadores destemidos, em testemunhas vivas do Ressuscitado. Eles ao iremos a povos diversos oferecem a própria vida como pregação”. Segundo o arcebispo de Manaus, “neles também nós recebemos a missão”, que nos pede: “Ide discípulos e discípulas; a caminho, falando, testemunhando a vida, a morte e a ressurreição de Jesus. Visibilizar a sua vida, a sua paz, o seu bem, a sua misericórdia, a magnanimidade, a superabundância de bem e bondade. Não podemos guardar para nós esse tesouro extraordinário. Ide e fazei missionários, missionárias, anunciadoras e anunciadores”. “É a missão que recebemos no batismo e nos foi confirmado pela crisma. Pelo batismo e pela crisma somos enviados a anunciar e testemunhar a Jesus.  A graça do batismo e o dom da crisma que nos envia, nos faz missionários, missionárias, do Crucificado-ressuscitado. Com nossos gestos e palavras nos tornamos os pregadores de Jesus. Com nosso modo de viver da bondade e da misericórdia, da magnanimidade e gratuidade, vamos visibilizando a presença de Jesus que sobre ao céu”, destacou o cardeal.   Citando as palavras de Papa Francisco sobre a Ascensão do Senhor, que “inaugura uma nova forma de presença de Jesus no meio de nós”, o cardeal disse que “Cristo foi elevado ao mais alto dos céus; contudo continua sofrendo na terra através das tribulações e aflições que experimentamos ao tentarmos viver do Evangelho. Elevado ao céu continua na terra estar com fome, com sede, sem casa, preso, doente, nu”, lembrando as palavras de Mateus 25: “Eu estava com fome e me destes de comer”. Segundo Dom Leonardo, “o Ide e batizai, tem essa grandeza de perceber a presença de Jesus em cada irmã e cada irmão que sofre e passa por necessidade. E não só as necessidades corporais, mas também as da alma”. Inspirado nas palavras de Santo Agostinho, o arcebispo questionou: “Porque não havemos também nós, enquanto trabalhamos ainda sobre a terra, de descansar já com Cristo no céu, por meio da fé, esperança e caridade, que nos unem ao nosso Salvador?”. Segundo ele, “Cristo está no céu, mas está também conosco; e nós, permanecendo na terra, estamos também com Ele. Ele está conosco pela sua divindade, pelo seu poder, pelo seu amor; nós, embora não possamos realizar isso pela divindade, como Ele, podemos realizá-lo ao menos pelo amor para com Ele”. Dom Leonardo também lembrou que na Solenidade da Ascensão a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Ele recordou que na Mensagem somos chamados a “falar com o coração. Testemunhando a verdade no amor”, segundo nos diz a Carta aos Efésios. Citando um trecho da Mensagem, ele insistiu na necessidade de falar com o coração, pois “só no amor será possível a paz, a fraternidade”. Igualmente, recordou que com a Solenidade da Ascensão do Senhor iniciamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Inspirada no texto de Isaias que irá guiar nossa oração neste ano, o cardeal insistiu em “fazer o bem, e buscar a justiça. Nós seguidores e seguidoras de Jesus, nós cristãos, nos unirmos no bem; que o Bem possa nos unir. No bem e na bondade, a justiça possa guiar nossas relações. A justiça que supera o racismo, o preconceito religioso, os antagonismos”. “Ascensão do Senhor! Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com ele o nosso coração. E assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subamos com ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido”, disse, lembrando as palavras de Santo Agostinho. Daí chamou a que “caminhemos e anunciemos o novo Reino, acreditemos que só o amor é capaz de transforma nosso corações e relações”. Finalizando com a oração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Solenidade da Ascensão: “Jesus nos encarrega de sua missão e obra”

“A Ascensão é o momento em que Jesus nos encarrega de sua missão e obra, prometendo que estará sempre conosco”, afirma Conceição Silva, comentando o Evangelho deste domingo. Segundo a representante das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, “o evangelho da Ascensão do Senhor, convida a todos para nos comprometermos a viver de acordo com o que Ele ensinou: praticar a justiça em favor dos pobres e marginalizados, pois sua presença sempre estará conosco no meio da comunidade”. Ela afirma que “Jesus nos fala que para sermos discípulos precisamos guardar seus ensinamentos. Isso não significa ser perfeito e sim estar comprometido com tudo que ele ensinou sem diminuir nada. Também precisamos praticar seus ensinamentos e segui-lo com dedicação exclusiva”. “Diante da realidade que nos cerca precisamos criar estratégias, metodologias que nos leve a uma evangelização libertadora, onde fazer visitas nas famílias, reunir pequenos grupos, conhecer comunidades ribeirinhas indígenas, elaborar projetos em suas pastorais ou movimentos que lutem à favor da vida digna isso é compromisso com o reino”, segundo Conceição Silva. “Nesse dia em que também comemoramos o dia das comunicações, que cada um de nós se sinta um verdadeiro comunicador da alegre notícia que nos tornou felizes e deu sentido as nossas vidas”, enfatizou a representante das Pastorais Sociais. Finalmente, fez um chamado: “não tenhamos medo! O convite para evangelizar, não é tão atraente, vai custar nosso tempo, nosso dinheiro, nossa reputação, e até pode custar nossa própria vida, poucas pessoas vão acreditar no que temos a dizer, e muitos vão nos excluir, até perseguição estamos sujeitos, mas nos sentiremos sempre felizes e seguros, pois a partida de Jesus não foi um afastamento de nós, Ele está para sempre no interior e realmente presente no coração da Igreja e de cada fiel, através da potência do seu Espírito Santo. Amados irmãos e irmãs não tenhamos mêdo, é dessa maneira que glorificamos o Cristo, bendito para sempre!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

18 de maio: Defender as crianças e adolescentes do abuso e exploração sexual é nossa obrigação

Você considera o abuso e exploração de crianças e adolescentes como algo normal, como algo que não tem jeito, que dificilmente pode ser resolvido? Se você pensar que isso é assim, deve parar, pensar e mudar seu pensamento, porque a exploração sexual de crianças e adolescentes é algo intolerável, inadmissível, que de jeito nenhum pode ser tolerado, e além de tudo é crime. Hoje é 18 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o dia do Faça Bonito. Desde o ano 2000 em que foi promulgada a lei, neste dia é uma oportunidade que ninguém pode deixar passar para a sensibilização sobre a importância e a necessidade de se enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, em todos os níveis e de forma ampla na sociedade. Todos somos chamados a nos mobilizarmos e tomarmos consciência que a sociedade brasileira é obrigada a combater esse crime que acaba com a vida e os sonhos de tantas crianças e adolescentes Brasil afora. É uma grande oportunidade para um debate amplo e coletivo sobre as diferentes manifestações da violência sexual, sobretudo aquelas que podem ser ainda pouco debatidas, pouco conhecidas para muita gente, como a violência sexual online, a violência sexual no namoro, o assédio e a importunação sexual. Tem coisas que não dá e tudo o que de qualquer modo pode levar a uma criança ou adolescente a se tornar vítima de abuso e exploração sexual é algo que não dá de jeito nenhum. Não tem desculpa, não tem conversa, não tem para onde correr, é crime e as vítimas têm que ser sempre defendidas e os abusadores têm que ser presos, para assim evitar que eles possam continuar cometendo esses crimes. Nós que somos adultos, estamos obrigados a conhecer sobre como agir diante de um caso ou suspeita de violência sexual. Temos que estar preparados para ajudar as vítimas, para conhecer os sintomas e para poder acompanhar àquelas crianças e adolescentes que passam por essa situação de abuso e exploração. Se você suspeitar que alguém está sendo vítima desse crime, não fique olhando para o outro lado e assuma sua obrigação como cidadão, como gente que olha para o outro com um olhar de cuidado e proteção. Salvar uma criança, um adolescente de cair nas redes desse tipo de crime, é cuidar da vida, é motivo suficiente para viver de olho aberto e não ter medo de denunciar e acompanhar aqueles que precisam de sua ajuda, da minha ajuda. Crianças e adolescentes que poucas vezes têm as condições de enfrentar sozinhas essas situações que provocam tanta dor e sofrimento em suas vidas, É tempo de fazer bonito, de tirar da nossa sociedade tudo aquilo que acaba com a vida de tantas crianças e adolescentes no Brasil e no mundo, tudo aquilo que suja essa vida, que impede as crianças e adolescentes de seguir sonhando e olhando para o futuro com ilusão e esperança. Não esqueça, essa é sua obrigação e se você não faz está se tornando cúmplice dos criminosos que matam a vida de tanta gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar