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35º Congresso da SOTER debaterá sobre a Amazônia e o futuro da humanidade

A SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião), realiza nesta semana, de 11 a 14 de julho seu 35º Congresso Internacional, que tem como tema: “A Amazônia e o futuro da humanidade: povos originários, cuidado integral e questões ecossociais”. Fundada em 1985, com sede na PUC Minas de Belo Horizonte (MG), e dividida em seis regionais, a SOTER busca incentivar e apoiar o ensino e a pesquisa no campo da Teologia e das Ciências da Religião, tendo como perspectiva a opção preferencial pelos pobres. Conta com 650 membros e desde sua fundação organiza seu Congresso Internacional anual, considerado um fórum privilegiado para o debate. O 35º Congresso quer se inspirar no poeta amazonense Thiago de Mello, falecido em 2022, considerado um “incansável defensor da vida e da dignidade do povo da Amazônia”. Exilado no Chile durante a ditadura militar, saiu do país em consequência de sua luta pela liberdade. “Homem que encarnava a coragem e a bravura dos nossos povos originários e quilombolas, tão enraizados na Amazônia e que ainda resistem a despeito de tanta violência, perseguição, negação de direitos fundamentais, falta de políticas públicas”, afirmam os organizadores do Congresso.  “A Amazônia, com seu simbolismo, com sua relevância ecológica enquanto ecossistema complexo, frágil e interligado com os demais, com suas incontáveis nascentes, chuvas e rios, plantas, florestas e animais, com sua rica diversidade de povos sábios, criativos e resistentes, com suas graves ameaças pela voracidade incontida e inconsequente da avidez humana por riquezas e lucros, é nossa fonte maior de inspiração e reflexão”, é o objeto de debate ao longo do Congresso. Isso tendo em conta, como a própria SOTER afirma, que “revela-se decisivo conhecer com profundidade a Amazônia, a riqueza de suas possibilidades e a gravidade de sua exploração irresponsável, de seu desequilíbrio e de destruição para o presente e o futuro do nosso país e da humanidade”. O Congresso acontece em formato híbrido, presencial, no Auditório João Paulo II da PUC Minas, e on-line, com transmissões que serão realizadas pelo site do Congresso da SOTER, sendo exclusiva aos participantes inscritos. As temáticas abordadas serão o Sínodo para a Amazônia; comunicar a Amazônia; evangelização na Amazônia; espiritualidade, ecologia e migração; a história do Cehila; a contribuição dos povos da Amazônia para o futuro da humanidade; os desafios para a ecologia integral e a eco espiritualidade; e as perspectivas teológico-sinodales y territoriales para o futuro da Amazônia. Entre os conferencistas aprecem os nomes de Paulo Suess, Luis Miguel Modino, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Márcia de Oliveira José Oscar Beozzo, Patrícia Gualinga, Moema Miranda e Maurício López. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A fascinante Missão da Boca do Tefé

1897, ano da chegada dos primeiros missionários espiritanos à Amazónia. Para um feliz e sábio encontro com a História, nada melhor que ouvir o Dr. Claudemir Queiroz, autor de várias obras sobre Tefé. Em conversas à mesa de almoço, explicou-me como foi formado pelos Espiritanos, no Seminário, e depois estudaria Direito, estando sempre ao serviço da Igreja. Falou-me da coragem enorme dos primeiros missionários que gastavam meses e meses rio acima e abaixo, sendo vítimas das febres (o ‘paludão’ era terrível!). Muitos deles morreram jovens, como me mostrou, no Cemitério, o P. Firmino Cachada, Superior da Missão da Boca do Tefé, lugar escolhido para a realização do Capítulo com a presença de todos os Espiritanos que trabalham na Amazónia. Fiz, por isso, duas idas e voltas de barco da cidade até à Missão que está na Boca do Lago Tefé com o Rio Solimões. Numa delas, só com o P. Firmino. A outra congregou, no barco da Diocese, todos os Espiritanos, ali juntinhos, a rezar para que não houvesse naufrágio, caso contrário não sobraria ninguém para contar a história e continuar uma Missão mais que centenária! Voltemos à História, ajudados agora pelo P. Firmino que continua a escrever e a publicar escritos e diários de missionários dos tempos mais antigos. O Bispo do Amazonas, D. José Costa Aguiar, esteve a 1 de Março de 1897 na Casa Mãe dos Espiritanos em Paris com o objetivo de pedir Missionários para a Amazónia, ‘para organizar a Missão dos índios’. O ‘sim’ foi imediato e os primeiros quatro saíram de Lisboa a 13 de Abril para chegar a Manaus a 23 de Maio. No dia de Pentecostes (6 de Junho) tomaram conta da Paróquia de S. Sebastião, onde eu fui rezar, situada na grande praça da Ópera. A 10 de Junho, subiram o Rio Solimões até Tefé, parando na Boca do Lago, local escolhido para construir a Missão. A partir de 1901, Tefé será a única Missão espiritana na Amazónia. É tempo de enchentes e o barco pára junto às escadarias da Missão. Feita a ginástica necessária com as cautelas para não cair á água, há 89 escadas a subir, quase a pique e encontramos o edifício da Missão e, mais à esquerda, o cemitério e a Igreja. Tive direito a visita guiada. Começamos pela Missão, continuamos na Igreja (dedicada ao Espírito Santo), fomos até 2 das comunidades indígenas e terminamos no Cemitério. O P. Firmino chamou-me a atenção para a parte ocupada pelos Missionários: são 23, muitos deles falecidos com 20, 30, 40 e tais anos de vida, na flor da idade, derrubados por febres malárias, pestes diversas, acidentes de barco ou vítimas de animais ferozes. Foram duros os primeiros tempos aqui, como o foram em toda a África, bastando ver os cemitérios da Huíla (Angola) ou Bagamoyo (Tanzânia), como exemplos de muitos outros. Na sua obra ‘À sombra da Missão’, o P. Firmino escreve uma pequena biografia de cada um destes 23 heróis da Missão, aqui sepultados. Já durante o Capítulo, alertei os Espiritanos aqui presentes para um dado comum e profundamente simbólico: eram 10 da França, 4 de Portugal e da Alemanha, 2 da Holanda e 1 da Itália, Suíça e Brasil. Ou seja, de sete países diferentes. Hoje, o Grupo da Amazónia tem Espiritanos de Portugal (2), Nigéria (2), Porto Rico, Brasil, Paraguai, Cabo Verde, Tanzânia e Madagáscar, estando a chegar um de Angola…ou seja, de 9 países diferentes! É a riqueza da diversidade, imagem de marca de uma congregação intercultural! O Capítulo rasgou novas perspetivas ao futuro da presença Espiritana aqui na Amazónia. E foi boa, profundamente simbólica, a escolha deste local. Viemos ao encontro de uma história rica, plural, corajosa, cheia de fé e de risco, ontem como hoje. Tudo isso, com a convicção profunda de que o Evangelho é um valor acrescentado à humanidade e abre portas a vidas e sociedades mais humanas, mais justas, mais fraternas, mais solidárias e mais salvas. Vou iniciar 18 longas horas de barco, rio acima, até Fonte Boa, sentado na minha rede. Ali, levado pelos confrades, visitarei diversas comunidades ribeirinhas que são animadas pelos Espiritanos. É uma Igreja de barco sempre à procura de novos remadores. Pe. Tony Neves – Fonte: Vatican News / Fotos: Pe. Firmino Cachada

Dom Leonardo: “O olhar dos simples, dos pequeninos, é em geral mais límpido. Eles vão diretamente ao essencial”

“Qual o segredo dos pequeninos que desperta louvor, oração, ação de graças? Os pequeninos, as crianças, os de pouco estudo? Quem são os pequenos que abrem as portas da admiração, da louvação? Quem são os sábios e entendidos a quem Deus esconde ou se esconde; para quem Ele permanece velado?”, se perguntou o cardeal Leonardo Steiner no início de sua homilia do 14º Domingo do Tempo Comum, após citar o texto do Evangelho do dia. Segundo o arcebispo de Manaus, “Deus esconde as coisas, as belezas, as preciosidades, as sutilezas, os encantos do Reino dos Céus aos ‘sábios e entendidos’, mas as revela aos pequeninos. Deus nega-se aos doutos ensoberbecidos pela aparência do próprio de saber, e se revela aos simples, os que não sabem que sabem, os pequeninos”. “Sábios e entendidos, aqueles que já sabem, sabem demais. Os que pensam tudo saber, já não necessitam saber, pois fundados no próprio entendimento. Os sábios e entendidos, fechados em si mesmos. Ao saber do já sabido, nada mais pode ser revelado; nada mais para o qual possa ser despertado. Mas é do encantamento, da admiração, da surpresa, da revelação que nasce a gratidão, a abertura de novos horizontes, novas compreensões, sonhos, verdades”, refletiu Dom Leonardo. “Os sábios e entendidos, os autossuficientes, os fechados; os que compreendem, mas pouco sabem. Os entendidos que acumulam saber, sem sabedoria; que pensam ter-se apropriado da sabedoria, mas permanecem na ignorância. Aqueles que por ‘saberem demais’, pouco espaço sobra para o outro com suas fraquezas e necessidades. O mistério da fraqueza, da finitude, não os atrai, não os toca. Existe uma espécie e autossuficiência, auto asseguramento. Justificam a finitude, o limite, fecham-se ao Mistério da salvação”, insistiu o cardeal. Em palavras do arcebispo de Manaus, “as pessoas que pensam entender do céu e da terra, tudo verificam pouco entendem; tudo comprovam, pouco percebem; tudo interrogam com respostas já sabidas. Esse tipo de saber baseado no cálculo, na soma, esquecido da receptividade de deixa-se tomar pelas manifestações admiráveis dos céus, da presença dos pássaros do céu, das ervas dos prados, dos lírios do campo. Tantos seres que manifestam a graciosidade da presença de Deus. Esses que se sentem espertos, inteligentes, na acumulação e devastação, apenas para a cumulação. Pouca admiração e reverência para com o Mistério que tudo deixa surgir, emergir, que tudo guarda e recria”. “Os grandes e poderosos, os sábios e inteligentes do Evangelho de hoje, não percebem a presença do Reino de Deus e não acolhem o seu horizonte, o seu sentido. O Reino se esconde, resiste aos soberbos, por mais santos que imaginam ser”, disse o arcebispo, citando as palavras de Santo Hilário, onde diz: “estão ocultos aos sábios os segredos e as virtudes da Palavra de Deus e para os pequeninos estão abertos: aos que são pequenos em malícia, mas não em inteligência; aos que são sábios aos olhos da presunção, mas não aos da prudência”. “E porque pensam tudo compreender e saber, tudo dominar e assegurar, dificilmente experimentam o que nos disse Jesus”, afirmou Dom Leonardo citando o texto do Evangelho: “vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e meu peso é leve”. Segundo o cardeal, “o saber que pensa saber é um fardo, perde a suavidade das revelações e manifestações do Espírito: a Bondade, a Misericórdia, a gratuidade. Desaparece aquela abertura e disponibilidade própria da receptividade, do acolhimento. Os sábios e entendidos correm o risco de estarem assentados sobre os seus saberes e passam a vida sem perceber que Deus deseja oferecer o seu amor paterno-materno. O caminho da fé tem outra tonância: tem suavidade, leveza, mesmo na dor e no sofrimento. É a vida dos pequeninos”. Com as palavras de Santo Agostinho: “Sábios e prudentes, se entende os soberbos, segundo manifesta o Senhor com as palavras: ‘Revelaste estas coisas aos pequeninos’. E quem são os pequeninos, senão os humildes?”, Dom Leonardo disse quem são “os pequenos, os humildes como nos ensinava a primeira leitura: ‘Eis que vem teu rei ao teu encontro; ele é justo, ele salva; é humilde e vem montado num jumentinho!’”. Ele insistiu que “o verdadeiro encontro acontece na humildade, no ainda não saber. Os pequeninos, os simples, os humildes, os disponíveis, os abertos, os procurantes, os caminhantes, os que não sabem, mas desejam saber, os do não-saber, abertos às revelações que Deus oferece”. “Os pequenos, os despojados, os abertos ao porvir, os que não vivem de estruturas pré-fabricadas, os que são abertos, livres diante da vida, do futuro. Os reverentes diante dos sofrimentos, da dor; os escutantes da Fonte da gratuidade da Água viva. Os pequenos, os que não entram em desespero, mas se recolhem para descobrir o mistério presente no desconforto do viver, no mistério do embate da vida. Os pequenos são como criança. Criança-criança, na sua originalidade, na sua espontaneidade, no seu límpido dar-se, no ser apenas criança, sem as amarras e sonhos de adultos. Nesse sentido, no pequenino se manifesta a humildade. Humildade como o húmus, como o lugar do nascer, do vir à luz, da possibilidade de plenifica a vida”, refletiu o arcebispo de Manaus. Segundo ele, “o olhar dos simples, dos pequeninos, é em geral mais límpido. Eles vão diretamente ao essencial. Não há muitos interesses tortuosos, mesquinhos. Sabem do sofrer, do sentir-se mal e do viver sem segurança. Não teorizam, não complicam, conseguem viver na insegurança, e na necessidade. Vivem conduzidos pela esperança! São os primeiros a entender o Evangelho. Pessoas de coração simples, pessoas próximas de Deus. Mulheres e homens sem grande possibilidade de estudo, outras com alto grau de acadêmico, que transpiram simplicidade, humildade, limpidez, transparência, disponibilidade”, destacando que “os pequenos, os humildes, os do não-saber, despertam, buscam a sabedoria, as belezas e nobrezas do Reino de Deus: a liberdade e liberalidade, o amor e a gratuidade, a esperança e…
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Encontro da Coordenação Regional da PJ: “Uma juventude profundamente encarnada, que sabe das problemáticas e não se faz ausente”

A Coordenação da Pastoral da Juventude do Regional Norte1 está reunida na sede da Faculdade Católica do Amazonas em Manaus de 7 a 9 de julho com representantes das dioceses de Coari, Borba y Roraima, a prelazia de Tefé e a arquidiocese de Manaus, um encontro que contou com a presença do cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Os representantes das diferentes igrejas locais mostraram ao cardeal a realidade dos 700 grupos que fazem parte da PJ no Regional Norte1, uma pastoral que quer ser presença junto aos jovens e ajudá-los em seu projeto de vida e se inserir na Igreja. Eles relataram as dificuldades que muitas dioceses enfrentam pelas grandes distâncias e o alto custo dos deslocamentos. Diante disso, Dom Leonardo afirmou a necessidade da PJ retomar algumas questões no Brasil, dado sua importância em seus 50 anos de caminhada, marcando a vida de jovens que hoje tem uma alta responsabilidade no país, citando o exemplo do ministro Flávio Dino, que constantemente destaca a importância da PJ em sua vida, algo que também faz parte da vida de pessoas que participaram da PJ e hoje são uma presença no mundo da justiça e da política. A Pastoral da Juventude, segundo o arcebispo de Manaus, tem como vocação “viver o Evangelho na comunidade”, fazendo um chamado a refletir sobre a importância de seguir ligada à comunidade e de ter uma caminhada em comunhão com os agentes de pastoral. Em sua caminhada como PJ um elemento importante tem sido a Palavra de Deus, enfatizou Dom Leonardo. Ele vê na PJ “uma juventude profundamente encarnada, que sabe das problemáticas e não se faz ausente, se faz presente a partir do Evangelho”. Daí que ele veja “a realidade como ponto de partida e participar do debate como como missão da PJ”. O cardeal Steiner insistiu em levar em consideração a necessidade da PJ se fazer mais presente entre os indígenas, “ajudá-los a despertar para a grandeza do Evangelho, não como ideologia, mas como vivência existencial a partir de sua cultura, lhes ajudando a não perder sua cultura, sua língua”, insistindo em não impor. Para isso se faz necessário ânimo e coragem, pois “Jesus nos ensinou que o Reino de Deus é algo extraordinário e queremos anunciar esse Reino”. A PJ quer fazer memória dos 50 anos de caminhada, segundo a Ir. Maria Couto, assessora regional da Pastoral da Juventude, buscando assim ressignificar o rosto que tem a caminhada da PJ. Finalmente, Dom Leonardo refletiu sobre a realidade da droga e das fações, uma situação extremamente difícil que está muito presente na vida da juventude. São as fações que mandam, que controlam a vida do povo, e diante disso se faz necessário se questionar sobre como ir ao encontro dos jovens que são cooptados por esses grupos. Uma realidade marcada pelo assassinato dos jovens, em muitos casos sem ser informado na mídia. É por isso que a juventude é desafia a pensar nisso, sem medo de refletir sobre essas questões, sobre a violência, se perguntando “o que nós como Igreja estamos fazendo”, concluiu.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro da Pastoral Vocacional Regional: “A vocação nunca é para mim, a vocação é para o povo de Deus”

Retomar as vocações na Igreja, retomar as vocações no Povo de Deus foi o desafio que Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresentou aos mais ou menos 30 representantes das dioceses e prelazias do Regional que participam do Encontro da Pastoral Vocacional que se realiza no Seminário São José de Manaus de 7 a 9 de julho. Um encontro que já acontece no mês de julho por mais de 30 anos, segundo Dom José Albuquerque de Araújo, bispo de Parintins e bispo referente da Pastoral Vocacional no Regional Norte1 da CNBB, que é momento de formação, de avaliação da caminhada feita e de planejamento, um momento para compartilhar o que pode ser compartilhado o que as dioceses e prelazias estão preparando para o Mês Vocacional, que acontece todo ano no Mês de Agosto. Um momento para revitalizar a Pastoral Vocacional nas dioceses e prelazias, segundo Dom José, para acolher os novos, um dado importante dado a muita mobilidade na região, principalmente no interior, insistindo na importância da participação dos leigos “para garantir que vai haver continuidade, que cada diocese vai ter alguns leigos que façam depois esse repasse para as paróquias e comunidades”. Um encontro que “neste ano tem um sabor especial”, segundo o bispo de Parintins, dado que o Brasil está vivendo o 3º Ano Vocacional, compartilhando o que se fez desde a abertura do Ano Vocacional em novembro de 2022, buscando “se animar e contagiar outros, sempre com essa proposta de que o Serviço de Animação Vocacional, ele quer ser uma forma da gente concretiza a sinodalidade da Igreja”, pois a vocação está presente na vida de todos aqueles que fazem parte da comunidade, e tudo o que SAV realiza é “sempre com esta convocação de que todo mundo possa caminhar juntos”. Ele insistiu em “não reduzir a reflexão vocacional a simplesmente promover as seminários e as casas religiosas”, e sim para que “todo mundo se sinta chamado, vocacionado, para ser cristão e para que na comunidade possa colocar em prática os ensinamentos de Cristo”. Pertencemos todos ao povo de Deus e se faz necessário conceber a Igreja como povo de Deus destacou o cardeal Steiner, afirmando que “nós somos descendência do Verbo Encarnado, nós somos descendência de Jesus Crucificado, Ressuscitado”. Segundo o presidente do Regional Norte1, “nós todos somos chamados a viver o discipulado”, lembrando que o Documento de Aparecida nos chama a todos de discípulos e discípulas missionários, algo que nasce do Batismo, que é o primeiro chamado, pelo fato de pertencermos ao povo de Deus. Um modo de ser discípulos missionários que tem uma diversidade muito grande dentro da Igreja. Segundo o cardeal, “para que o povo de Deus caminhe, para que o povo de Deus se dinamize, para que o povo de Deus seja povo de Deus, o Espírito Santo vai suscitando dentro da Igreja ações e vai suscitando ministérios diferentes, serviços pastorais diferentes”. Por isso, ele chamou aqueles que trabalham na Pastoral Vocacional a ajudar “as nossas comunidades a refletirem, a pensarem, a rezarem as vocações a que cada um, cada uma é chamado, mas para o bem do povo de Deus”. Ele insistiu em não ver a vocação como algo em benefício próprio, afirmando que “a vocação nunca é para mim, a vocação é para o povo de Deus”. Isso todas as vocações, que são “para visibilização do Reino de Deus”, chamando a abordar a questão das vocações “para que o povo de Deus seja servido, para que o povo de Deus seja mais dinamizado, para que nossa Igreja seja cada vez mais uma Igreja em saída, para que a nossa Igreja seja cada vez mais uma Igreja samaritana, para que nossa Igreja seja cada vez mais misericordiosa, para que nossa Igreja seja cada vez mais consoladora”. O trabalho vocacional tem que olhar não só o chamado, mas a missão dentro do povo de Deus, segundo Dom Leonardo. Ele relatou sua experiência de vida na infância, numa “comunidade que tinha consciência de ser comunidade”, uma comunidade que mais de 60 anos atrás, não tendo presbítero, a comunidade se reunia para a oração e a leitura da Palavra de Deus, “sempre com a consciência de que eles pertenciam à Igreja e que eles tinham um papel importante dentro da Igreja”, até o ponto de enviar alguém para se formar para ser professor e catequista, e de rezar sempre no final das celebrações pelas vocações. Quando chegou o primeiro padre para aquela região, ele não tomou conta da comunidade, ele percebeu que era uma Igreja organizada e ele entrou dentro da dinâmica, fez ver o cardeal. É por isso que ao falar de vocação, “nós estamos falando de vocação do Batismo, essa responsabilidade de se sentir Igreja, leigos e leigas que se sentem Igreja, celebram como Igreja”, destacando a importância dos muitos ministérios presentes hoje na Igreja, “que ajudam as nossas comunidades a se sentirem comunidade, a se sentirem povo de Deus”, chamando a mostrar como Pastoral Vocacional em primeiro lugar que “nós somos povo de Deus e que como povo de Deus, o ser leigo, leiga dentro da Igreja é uma vocação”. O ponto mais essencial do serviço de acompanhamento vocacional é mostrar “esse aspecto de responsabilidade da comunidade, do batizado, da batizada, esse ser Igreja”. Nesse sentido, pensando na sinodalidade, o cardeal Steiner, que será membro da Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade, destacou “a importância que tem a vocação laical”. Uma toma de consciência de ser povo de Deus que faria com que cada batizado fosse muito mais atuante dentro da sociedade, muito mais presentes na questão da justiça, da política, mas como Igreja. Toda vocação tem como base o ser Igreja, “nós primeiro somos batizados, depois que vamos assumindo as vocações para a qual Deus vai nos chamando”, ressaltou Dom Leonardo. O Sínodo ajuda a perceber, afirmou o cardeal, que “a nossa Igreja, ela só é Igreja na medida em que todos nós vamos participando ativamente, assumindo…
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Dom Leonardo e Padre Adelson Araújo dos Santos na lista de participantes do Sínodo

Nesta sexta-feira 7 de julho foi publicada pelo Vaticano a lista de participante no XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Na lista aparece o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, eleito pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e o jesuíta amazonense Adelson Araújo dos Santos, que será um dos facilitadores da Assembleia Sinodal que será realizada em Roma de 30 de setembro a 29 de outubro. Os brasileiros presentes na assembleia sinodal, junto com alguns outros que fazem parte da Secretaria do Sínodo são o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana, dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Pedro Carlos Cipollini, bispo de Santo André e dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari, eleitos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Entre os bispos participantes também estará Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, que participa como presidente da do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), o cardeal Sérgio da Rocha, como membro do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo, e o cardeal João Braz de Aviz, Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica. Eleitas como participantes da Assembleia Continental foram escolhidas Maria Cristina dos Anjos da Conceição, da Caritas Brasileira e Sônia Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional dos Leigos do Brasil. Junto com o padre Adelson Araújo dos Santos, serão facilitadores o padre Agenor Brighenti e o jesuíta padre Miguel Martín. Para Sônia Gomes de Oliveira, “é uma emoção muito grande enquanto mulher, preta, do sertão, estar nessa lista”. Uma alegria que nasce do fato de “estar representando as outras mulheres, mulheres da Igreja, mulheres da sociedade”, enfatiza a presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil. Junto com a alegria afirma estar diante de uma responsabilidade muito grande, ela diz sentir “uma certa apreensão pela responsabilidade que a gente tem”. Uma oportunidade para poder levar para a assembleia sinodal “aquilo que foi ouvido, que foi debatido, e muitos anseios que existem ainda, que muitas vezes a gente não conseguiu trazer nas pautas”. A leiga brasileira destaca a importância de levar o “que eu ouvi durante essa caminhada, essa trajetória que nós fizemos, das escutas que nós fizemos, mas também muitos gritos que foram ecoados aqui durante essa etapa do Brasil”. Ela insiste “nesse olhar de vencer o clericalismo, esse olhar maior e mais amplo para as mulheres da Igreja do Brasil”. Daí o pedido de “uma certa autonomia, de uma Igreja mais aberta, que nós mulheres possamos nos sentir mais evangelizadas, mas também evangelizadoras, e esse ser evangelizadoras é muito mais do que ficar ocupando espaços, é também ocupar um espaço de testemunho e de profecia na sociedade e no interno da Igreja”. Dentre os facilitadores, o padre Agenor Brighenti vê que “o nosso papel é sermos apoiadores aos membros da assembleia no sentido de encaminhamento das dinâmicas dos trabalhos e também com relação à organização da pauta e das fichas que serão trabalhadas nos grupos e estar presente também ali depois em apoio à redação das contribuições que cada grupo vai aportar à assembleia geral, porque a maior parte dos encaminhamentos, das discussões, dos trabalhos serão feitos em grupos menores para depois convergir para o discernimento e a votação da assembleia como um todo”. O teólogo brasileiro destaca a importância da dinâmica em grupos menores durante a assembleia sinodal, “a diferença de outros sínodos é que as questões estão todas colocadas para o discernimento, discussão e também para encaminhamentos de forma muito aberta em forma de perguntas”, insiste. “Serão os grupos que tendo presente todo o processo que foi feito até aqui durante três anos. Inclusive se recomenda que entram na assembleia os documentos anteriores e as escutas, e por tanto tudo aquilo que se recolheu durante esse processo à luz do Instrumentum Laboris, caminhando em consensos a partir dos grupos que depois vai para o discernimento e uma decisão da assembleia como um todo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Eucaristia: um rito ou presença de Jesus transformadora?

Todos os meses, o Papa Francisco coloca uma intenção de oração, e no mês de julho de 2023 essa intenção é “Por uma vida eucarística”, algo que foi divulgado na última segunda-feira. A Eucaristia é a fonte e o cume da vida cristã e penso no que significa a Eucaristia em nossa Amazônia, especialmente nas comunidades do interior, onde a Eucaristia é algo pouco frequente. Penso nas comunidades da Área Missionária São José do Rio Negro, aqui na Arquidiocese de Manaus, com as mais de 25 comunidades que acompanho, onde às vezes passam dois messes sem missa. Mas também penso em outras comunidades onde passa um ou vários anos sem a presença do padre, e em consequência sem a presença da celebração eucarística. O Papa Francisco começa dizendo que “se ao sair da missa estás como entraste, alguma coisa não funciona”. Ele afirma que “a Eucaristia é a presença de Jesus, é profundamente transformadora. Jesus vem e deve transformar-te”, refletindo sobre a necessidade de entender a Eucaristia como algo que vai além de uma obrigação. “Nela, é Cristo que se oferece, que se dá por nós, que nos convida para que a nossa vida seja alimentada por Ele e alimente a vida de nossos irmãos”, afirma o Papa Francisco. É por isso que ele insiste em ver a celebração da Eucaristia como “um encontro com Jesus ressuscitado e, ao mesmo tempo, uma forma de nos abrirmos ao mundo, como Ele nos ensinou”. O vídeo nos chama a enxergar o Cristo que nos alimenta naquele que está jogado na rua, aquele a quem nós não queremos ver quando saímos da celebração e ainda menos reconhecer a presença daquele que se fez presente no meio de nós através de seu Corpo e seu Sangue. Tudo isso porque “cada vez que participamos de uma Eucaristia, Jesus vem e Jesus nos dá a força para amar como Ele amou”. Segundo o Papa Francisco temos que assumir “a lógica da Eucaristia”, que “nos dá a coragem de sair ao encontro, sair de nós mesmos e de nos abrirmos amorosamente aos demais”. Se comungar não me compromete com aqueles que Jesus define como os prediletos de Deus: os pobres, os doentes, os que são abandonados e ignorados pela sociedade, alguma coisa está acontecendo. É por isso que o Papa faz um chamado a que “rezemos para que os católicos ponham no centro de suas vidas a celebração da Eucaristia, que transforma as relações humanas e abre ao encontro com Deus e com os irmãos”. Mas também rezemos para que em um discernimento comunitário, a Igreja encontre caminhos para que a Eucaristia possa se tornar algo cotidiano na vida de todos aqueles que se dizem católicos, que as comunidades do interior da Amazônia não sejam obrigadas a ficar sem celebrar a Eucaristia por messes, por anos, perdendo assim aquilo que tem um lugar importante na vida dos católicos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Redes eclesiais para a ecologia integral reúnem-se no Vaticano

De 2 a 4 de julho, no Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, no Vaticano, realiza-se o encontro da “Aliança de Redes Eclesiais para a Ecologia Integral“, com representantes da América Latina, América do Norte, África, Ásia, Oceânia e Europa. A “Aliança de Redes Eclesiais para a Ecologia Integral”, uma rede de redes de diferentes biomas e regiões do mundo, está a realizar o seu encontro de discernimento e reflexão sobre a sua identidade, vocação e missão, com o acompanhamento do Disasterio para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, no Palácio de São Calisto, Vaticano, de 2 a 4 de julho. Participam no evento quarenta e cinco representantes de sete biomas do mundo, incluindo alguns onde foram criadas Redes Eclesiais de Ecologia Integral: Amazônia (REPAM), Mesoamérica (REMAM), Aquífero Guarani e Gran Chacho (REGCHAG), Bacia do Congo (REBAC), Ásia Pacífico e Oceânia (RAOEN), e redes da Europa, Canadá e Estados Unidos. O Cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério, sublinha que este encontro pretende “mostrar que há novas formas de enfrentar os desafios da ecologia integral em várias partes do mundo, sem querer homogeneizá-la, torná-la igual em todo lado, ou institucionalizá-la”. Neste momento, “estar juntos, escutar, trocar, rezar e poder continuar este caminho juntos, nesta aliança de Redes Eclesiais de Ecologia Integral, fortalecendo uma colaboração e reflexão mais profundas”. Pela Ecologia Integral Para Mauricio López, coordenador desta aliança de Redes Eclesiais Territoriais, este é um momento histórico para o processo que começou num encontro fundacional em março de 2019 em Washington, “em torno da reflexão do Sínodo da Amazônia para a ecologia integral, o acompanhamento dos povos indígenas e novos caminhos para a Igreja”.  Nos últimos anos, foram realizadas várias reuniões virtuais, devido às limitações impostas pela pandemia, e muitas atividades conjuntas de advogacia em fóruns como as COPs e contribuindo para o atual processo sinodal da Igreja, até chegar a este importante encontro presencial que reúne todo esse caminho para continuar avançando. “Este encontro presencial procura reunir o caminho que temos vivido, os diferentes processos das redes e plataformas, alguns mais consolidados, outros em construção e outros que ainda não começaram, para definirmos juntos para onde queremos ir, como respondemos ao que o Papa nos pede e para estarmos em constante diálogo com este Dicastério (para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral)”, afirma López. Este encontro, polvilhado de muita esperança, a partir das vozes dos povos originários, dos agentes pastorais do território e dos organismos eclesiais, está a ser realizado numa atitude de discernimento e reflexão para avançar na consolidação da identidade, vocação e missão desta Aliança de Redes. Aliança com os povos indígenas A líder indígena da Amazônia, Marcivana Sataré Mawé, afirma que “a Igreja no mundo tem sido uma grande aliada dos povos indígenas, promovendo a discussão internacional sobre esta realidade“. Para ela, “o Papa Francisco tem sido um grande incentivador das causas indígenas no mundo, demonstrado pela nossa presença aqui para esse trabalho em rede em defesa da Mãe Terra”. Este encontro das Redes Eclesiais para a Ecologia Integral, representado pela diversidade de vozes de povos indígenas, leigos, religiosos e religiosas, padres, bispos e cardeais presentes, expressa a importância de a Igreja integrar o tema da Ecologia Integral na sua ação pastoral e para o futuro do planeta. Em várias intervenções, o Papa Francisco é recordado na sua encíclica “Laudato Si”, fonte de inspiração para o trabalho das redes, onde reconhece que “tudo está interligado” (LS 137), exigindo acções interligadas para o cuidado da Casa Comum e das pessoas que nela vivem. Julio Caldeira / REPAM

CEETH da CNBB lança ações em vista do 30 de julho, Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas

Em 2013 a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu o 30 de julho como Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Buscando mobilizar ações para lembrar essa data, a Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), elaborou vários materiais e sugestões para ajudar nesse sentido, querendo responder ao objetivo desse dia: conscientizar e promover direitos para as vítimas, um empenho presente na Igreja católica sempre esteve presente nestas ações. São ações para ajudar a comissão a reforçar a caminhada pela dignidade, que colocou como lema: “Tráfico de pessoas existe e precisa ser enfrentado. Basta!”, querendo mostrar a existência desta violência no Brasil. No mundo, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 50 milhões de pessoas são vítimas da escravidão moderna, reconhecendo a dificuldade em identificar as vítimas em razão da dinâmica do crime que muda a todo momento. No Brasil, dados do Ministério do Trabalho, apontou que 2.575 pessoas foram resgatadas de trabalho análogo a escravidão em 2022. Diante desses números, Aa igreja católica reforça que são pessoas que sofrem graves violações e precisam que seus direitos e vida digna sejam respeitados. Dentre os materiais elaborados pela comissão está o cartaz (baixar aqui) e o folheto (baixar aqui), disponíveis para fazer downloads e ser impresso. O folheto sugere um roteiro de reflexão que pode ser adaptado de acordo com a realidade local. Junto com isso, um seminário de formação e prevenção previsto para 31 de julho e 01 de agosto em Lages (SC). Segundo Dom Evaristo Spengler, bispo de Roraima e presidente da comissão as ações são uma forma também de denunciar o tráfico de pessoas e reforça para que as comunidades coloquem o cartaz em exposição e que dediquem um momento para pensar na caminhada e promover a dignidade para as vítimas da violência do tráfico.  “A mentalidade mercantilista e escravocrata ainda persiste em nossa sociedade e precisamos tomar consciência deste grave problema que é invisibilizado até mesmo em nossa igreja. Muitas vezes as pessoas perguntam: ‘será que ainda existe tráfico de pessoas?’ Esta comissão reafirma que o Tráfico de Pessoas existe e precisa ser enfrentado”, enfatizou dom Evaristo Spengler, que reforça que toda a sociedade pode e deve contribuir para combater esse crime. Um dos primeiros passos é debater a temática nos grupos organizados das comunidades, igrejas e coletivos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1, com informações de Cláudia Pereira | Comunicação CEETH

Encontro Vocacional Indígena na Diocese de Alto Solimões: “Um olhar de Deus para se formar um desejo de vida em Jesus Cristo”

44 jovens indígenas, do Povo Ticuna, Kokama e Kanamari participaram de 25 a 29 de junho do 1º Encontro Vocacional Indígena 2023, realizado na paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, na diocese de Alto Solimões. São jovens das comunidades das paróquias de Benjamin Constant, Tabatinga e Belém do Solimões. O encontro, que teve como tema: Tupana cuca naca’! (Deus te chama!), foi uma oportunidade para participar de momentos de formação e testemunhos sobre cada vocação: Matrimonio, Vida Laical, Religiosa e Sacerdotal, mas também um encontro com momentos de oração: Leitura Orante, Eucaristia, Terço, Adoração, um tempo de trabalho, mas também de fraternidade e lazer. Os organizadores do encontro destacam a grande participação, mas também a seriedade, alegria e generosidade dos jovens e o fato de que, no final do encontro, cada vocacionado e vocacionada indígena renovou seus compromissos. Dentre os compromissos adquiridos, foram destacados rezar pessoalmente todos os dias e na comunidade toda semana, sobretudo o terço e a celebração da Palavra, pedindo pela própria vocação e pela vocação dos outros e das outras. Junto com isso, prestar um serviço em sua comunidade toda semana, na catequese, visita do Dízimo, grupos de jovens, animação do terço, visitas missionarias, dentre outros. Finalmente, falar de sua vocação com pessoas com mais experiência: ministro da Palavra, diácono, catequista, padre, frei, irmã. Uma das vocações indígenas nascidas na paróquia de Belém do Solimões é Hércules Vitorino, seminarista da diocese de Alto Solimões, que estuda 3º ano de Filosofia no Seminário São José de Manaus. O indígena do Povo Ticuna define a vocação como “um olhar de Deus para se formar um desejo de vida em Jesus Cristo”. Ele insiste em que “sempre Deus nos chama para ser a verdadeira Igreja de Cristo. Cada dia nosso coração sente o chamado a ser feliz”. Vocação que é um desejo de “fazer missão para o povo”, mas também “provar a vida de Jesus Cristo”, algo que ele disse estar fazendo, “provar sua vocação para se formar no bem”. Ele afirma se sentir chamado por Deus para seu povo, “um pequeno caminho para eles, eu sou porta para eles”, algo que ele vê nas palavras de Jesus. Uma vocação que para o seminarista indígena é “uma grande missão na Amazônia, não ter medo de falar de Deus”, algo que vai se compreendendo aos poucos. Como seminarista indígena se sente desafiado e chamado a se formar um bom pastor para seu povo, olhando para Jesus como Caminho, Verdade e Vida, o que lhe leva a não ter medo de falar de Deus e da fé nele, algo que aos poucos tem ido aprendendo na vivência de sua vocação. Os participantes do encontro agradeceram a toda a Equipe Vocacional Indígena, aos Frades Menores Capuchinhos, as Irmãs Missionárias da Imaculada e as Irmãs Cônegas, à equipe que cuidou da acolhida e alimentação. Finalmente, os organizadores do 1º Encontro Vocacional Indígena 2023, pedem rezar a fim de que, pela intercessão de Maria Mãe das Vocações, o Espírito do Senhor ilumine e conduza os vocacionados e vocacionadas do mundo inteiro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações do Blog Povo Ticuna de Belém do Solimões