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Abertura do Seminário das Pastorais Sociais: formar-se no Compromisso Sociopolítico da Fé

87 representantes das dioceses e prelazias do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se reúnem de 15 a 18 de junho na Maromba de Manaus para participar do Seminário das Pastorais Sociais, buscando a Formação de Lideranças no Compromisso Sociopolítico da Fé. O Seminário, iniciado com um momento de mística e apresentação, aborda questões decisivas na vida da Igreja, destacando que as pastorais sociais não podem ser consideradas um apêndice, insistiu Dom Adolfo Zon, bispo da diocese de Alto Solimões, vice-presidente e referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1. A formação dos agentes de pastoral na dimensão sociopolítica da fé é uma das urgências presentes nas Diretrizes da Ação Evangelizadora Do Regional Norte 1 da CNBB 2022 a 2024, algo que está se concretizando nas escolas de fé e cidadania. O Seminário pretende aprofundar nos documentos da Doutrina Social da Igreja, proporcionando instrumentos que ajudem no engajamento e compromisso na defesa e promoção da vida. O Seminário contará com a assessoria de Dom Adolfo Zon, que irá refletir sobre a dimensão sociopolítico da Fé a partir da Doutrina Social da Igreja. Essa dimensão também será abordada desde o encantar a política, com a assessoria do padre Paulo Adolfo Simões e Odete Rigato Mioto. Durante o Seminário, os participantes conhecerão aspectos significativos de formação e o compromisso sociopolítico que as pastorais sociais realizam nas dioceses e prelazias e no Regional Norte1 da CNBB. Também serão apresentados os trabalhos da Escola de Fé e Política e haverá um momento de formação sobre o Grito dos Excluídos. Na partilha das dioceses, prelazias e pastorais, os participantes foram conhecendo como se concretiza o trabalho social da Igreja, dentro das especificidades de cada uma das igrejas particulares, buscando a participação nos conselhos e órgãos da sociedade civil onde são elaboradas e controladas as políticas públicas. Um trabalho que é realizado em parceria entre as diferentes pastorais sociais, buscando o bem-estar do povo, sobretudo daqueles que são excluídos pela sociedade. Mas também buscando criar pontes com a sociedade civil através do trabalho das Pastorais Sociais. São experiências que mostram um compromisso com a vida, com as pessoas, mostram a importância do compromisso social, da incidência política, em busca de direitos e melhoras para o povo, pequenas ações que ajudam a encarnar o Evangelho. Mas também partilhas que podem ajudar as pastorais sociais das diversas dioceses e prelazias a encontrar caminhos para impulsar esse trabalho em todos os cantos do Regional Norte1. Sem um compromisso sério com a sociedade a Doutrina Social da Igreja perde seu valor, afirmou Dom Adolfo Zon. O bispo insistiu em que a Doutrina Social é um instrumento para ajudar a organizar melhor a sociedade, onde deve acontecer um diálogo com outros organismos sociais e políticos. O vice-presidente do Regional vê um desafio conhecer muito bem a política pública para poder trabalhar nas pastorais sociais e incidir nas políticas públicas. Tem que se procurar criar clareza diante da confusão existente na atual sociedade, conhecendo a natureza dos instrumentos que ajudam a fazer política pública. Junto com isso fez um chamado a ter mais pessoas comprometidas nas pastorais sociais.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação Regional Norte1

38ª Semana do Migrante: “Para o Migrante, Pátria é a terra que lhe dá o Pão”

A migração é uma realidade que aumenta a cada dia, tendo dobrado o número de migrantes no mundo nos últimos 10 anos. Diante disso o Papa Francisco chama a “acolher, proteger, promover e integrar” os migrantes, insistindo em que migrar é um direito. Em sua Mensagem para o 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no 24 de setembro com o tema “Livres de escolher se migrar ou ficar”, ele faz um chamado “a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante; e isto significa acompanhar e gerir da melhor forma possível os seus fluxos, construindo pontes e não muros, alargando os canais para uma migração segura e regular”. A Igreja do Brasil inicia no próximo domingo, 18 de junho, a 38ª Semana do Migrante, realizada pela Pastoral dos Migrantes (SPM) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com apoio da Misereor e Adveniat, do programa Puentes de Solidaridad e da Rede Clamor. Ao longo da semana, que será encerrada no dia 25 de junho, será refletido sobre Migração e Soberania Alimentar, tendo como lema: “Para o Migrante, Pátria é a terra que lhe dá o Pão”. A abertura da 38ª Semana do Migrante será realizada no Santuário Nacional de Aparecida (SP), no domingo 18 de junho com uma Eucaristia presidida por Dom José Luiz Ferreira Salles, bispo da diocese de Pesqueira (PE), presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e referencial do Setor da Mobilidade Humana da CNBB. O tema da Semana do Migrante está inspirado na Campanha da Fraternidade 2023, que teve como tema Fraternidade e Fome.   A falta de acesso a alimentos saudáveis e nutritivos é uma das causas da migração forçada, sendo muitos os migrantes e refugiados que enfrentam a fome e a miséria, uma realidade que demanda uma reflexão. Para isso, durante a Semana do Migrante, irão acontecer atividades em todo país, com rodas de conversa, debates, oficinas, gestos concretos com os migrantes, além de atividades virtuais. A segurança alimentar “compreende, sobretudo, oportunizar ao indivíduo que exerça seu protagonismo, gerar a sustentabilidade e promover a dignidade humana”, segundo afirma Dom José Luiz Ferreira Sales no Texto Base da 38ª Semana do Migrante. Um texto que quer fomentar a reflexão e o diálogo sobre o esperançar da superação da fome, buscando identificar as causas e, assumindo nosso papel e missão, caminharmos atentos e comprometidos, inspirando nossa prática na metodologia de Jesus, o Bom Pastor: “Dai-lhe vós mesmo de comer!”. O Texto Base analisa a relação entre fome e migração, e a globalização da fome e da pobreza, mostrando as diferentes fomes presentes na sociedade: habitação, água potável e saneamento básico, reforma agrária, educação e trabalho digno. Junto com isso é realizado um pequeno mapa do tempo sobre a fome no Brasil e a migração forçada, mostrando esboços da institucionalização de políticas de prevenção e combate à fome. O material elaborado também inclui um roteiro de celebração ecumênica para o Dia Nacional do Migrante. Durante a Semana do Migrante, a Cáritas Brasileira realizará atividades que ajudem para que seja “uma semana de visibilidade da realidade das pessoas migrantes no Brasil e as lutas que precisam ser assumidas, por elas e pelas organizações da sociedade civil que caminham junto a essa população”, segundo Cristina dos Anjos, assessora nacional que coordena a área de Migração, Refúgio e Apatridia da Cáritas Brasileira. A Cáritas Brasileira quer promover momentos de diálogo com a população migrante e refugiada de todo o Brasil para olhar para a política que está sendo construída pelo Governo Federal. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Uma Igreja servidora e defensora da vida

Uma Igreja que segue o caminho de Jesus tem que ser uma Igreja que serve e defende a vida em todas suas etapas, e essa sempre foi uma prioridade em nossas igrejas do Regional Norte1, comprometidas em reafirmar a “formação de agentes nesta dimensão sociopolítica da fé por meio das escolas de fé e cidadania, à luz da Doutrina Social da Igreja”. Nesta quinta-feira dá início o Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1, buscando “contribuir na formação de lideranças que possam atuar na dimensão sociopolítica da fé, dando a conhecer às lideranças os documentos sociais da Igreja, contribuindo para um engajamento e compromisso na defesa e promoção da vida”. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, que pode ser considerada o programa pastoral do Papa Francisco, ele diz: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida”. O Papa insiste em que “mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’”. Somos chamados a entender que não adianta ser católico dentro dos templos, que o nosso compromisso é com o Evangelho, que deve ser anunciado com o nosso compromisso em defesa da vida, mais do que com as palavras. Um compromisso que transforma a realidade seguindo os parâmetros de Jesus de Nazaré, que sempre foi ao encontro do povo, especialmente dos descartados pela sociedade. O que fazer como Igreja para mudar a realidade social? Qual deve ser meu compromisso como discípulo, discípula de Jesus, em favor de um mundo melhor para todos e todas? Como fazer realidade em nosso relacionamento com os outros a defesa da vida e o serviço como Igreja e como batizados e batizadas? Sejamos Igreja em saída, segundo nos pede o Papa Francisco, lutemos para que os valores do Reino de Deus sejam assumidos como modo de olhar a vida e nos comprometermos com ela. É tempo de fazer realidade aquilo que cada dia pedimos em nossa oração: “venha a nós o vosso Reino”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Uma experiência missionária encarnada na realidade, em uma evangelização libertadora

Cristo aponta para a Amazônia, e a Igreja de Manaus foi convidada a sediar a 1ª Experiência Vocacional-Missionária. Vimos nisso um sinal de Deus! Durante o processo de construção da Experiência, entendemos ser importante partilhar dessa responsabilidade com as Igrejas Particulares vizinhas, Itacoatiara e Coari, que participam do mesmo caminho como Igrejas amazônidas. Nesses espaços, estiveram quase trezentos participantes que puderam fazer essa experiência de Missão, experiência de ser Igreja na Amazônia. Foram mais de quinhentas comunidades visitadas nos diversos contextos da realidade eclesial, das pequenas comunidades aos grandes santuários, na várzea, nos ramais, nas estradas, no grande centro urbano, na periferia, em novas ocupações e assentamentos, nas comunidades indígenas, com os diversos grupos de pastorais e movimentos. É preciso considerar que a Amazônia é um grande mosaico, caracterizada por gigantesca biodiversidade e marcante sociodiversidade. Aqui, a diferença “que pode ser uma bandeira ou uma fronteira, transforma-se em uma ponte” . A missão feita a partir do diálogo reconhece e está atenta aos “aspectos sociais, culturais, religiosos e políticos da situação, como também dá atenção aos sinais dos tempos, por meio dos quais o Espírito de Deus está falando, ensinando e guiando. Essa sensibilidade e atenção são desenvolvidas através do espírito de diálogo” . Os participantes puseram os pés no Caminho que a Igreja que está na Amazônia faz, encarnada na realidade, em uma evangelização libertadora. Estou convencido de que o Espírito falou muitas coisas a todos e todas que puderam participar e fazer a Experiência Vocacional-Missionária. Em tempos de extremismos religiosos e de uma ligeira tendência de retorno às atitudes de clericalismo do passado – por vezes desligada do mundo concreto – o sinal que a Amazônia emite pela articulação de novos caminhos para a missão cristã é, em si, profecia. Um grito para que não percamos a chance de influenciar positivamente os outros, pelo testemunho de quem, como Jesus, passa pelo mundo fazendo o bem. Testemunhamos o empenho em aprender, desaprender e reaprender ao nos inserir, progressivamente, na lógica decolonizadora da missão, confiando que o diálogo é mesmo “poder de Deus, não uma força que esmaga e força, mas uma força que leva pacientemente e gentilmente para a liberdade e a vida abundante” . Chegamos a essa compreensão tão antiga, mas particularmente nova nos tempos hodiernos, de que a missão é encontro, superando monólogos, desde uma compreensão de que o outro não tem aquilo que o missionário pretensiosamente acha que pode oferecer. Foram dias de celebração da vida missionária de nossas comunidades. Louvamos e agradecemos a Deus por tantas mãos estendidas, de homens e de muitas mulheres, por tantas preces que ajudaram a concretizar essa Experiência, bem como pelo testemunho desses missionários e missionárias que puderam ver nossa Igreja da Amazônia de perto, nela se inserir, integrar-se nessa Igreja discípula-missionária, sinodal, servidora, profética, defensora da vida, testemunha do diálogo, irmã e cuidadora da criação e, de mártires. Fonte: POM Pe. Matheus Marques da Costa

Diocese de Roraima comunica falecimento do Pe. Mário Castro Ribeiro. Regional Norte1 envia Nota de Solidariedade

Segundo comunicado da Diocese de Roraima, assinado pelo bispo diocesano, Dom Evaristo Spengler, fez sua Páscoa o Pe. Mário Castro Ribeiro, nesta manhã de 14 de junho de 2023. Com sofrimento e dor, a diocese mostrou sua “solidariedade e comunhão com a família Ribeiro Castro, os amigos e toda a comunidade da nossa Igreja de Roraima”. O velório será realizado na Catedral de Roraima, tendo início nesta quarta-feira às 16:00 horas e a missa de corpo presente será realizada nesta quinta-feira, 15 de junho, às 9:00 horas. O padre Mário foi ordenado presbítero em 1999 por Dom Aparecido José Dias, atuando em seus 23 anos de ministério como pároco da Catedral, da paróquia Nossa Senhora de Fátima em Mucajai, na paróquia São Francisco das Chagas e atualmente na recém-criada paróquia de São Jerónimo. Segundo divulgou a Rádio Monte Roraima FM, Dom Evaristo Spengler recordou: “Senhor, para os que creem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada”, seguindo o Prefácio dos Fiéis Defuntos. O bispo mostrou sua surpresa diante da triste notícia da morte do padre Mário, que “fez da sua vida uma doação ao serviço do anúncio do Evangelho e entregou-se totalmente em favor dos irmãos e irmãs”. Dom Evaristo Spengler ressaltou que “somos gratos a Deus pela sua vida e missão em nossa Igreja de Roraima”. Diante da morte do presbítero, o bispo diocesano afirmou que “diante do mistério da morte, que faz a todos sofrer, consolam-nos as palavras de Jesus: ‘Eu sou a Ressurreição e a Vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá’. Confiamos a vida do padre Mário à misericórdia de Deus”. O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, emitiu uma Nota de Solidariedade, assinada pela Presidência do Regional, onde diz se solidarizar e estar “em profunda comunhão neste momento de dor diante do falecimento do padre Mário Castro Ribeiro”. Igualmente, o Regional Norte1 manifestou sua “proximidade com a Igreja de Roraima e com a família e os amigos de nosso irmão em Cristo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Na mesa com Jesus há lugar para todos”

Lembrando que “o nome Mateus significa dom de Deus, presente de Deus, dádiva de Deus”, iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua homilia do 10º Domingo do Tempo Comum. O arcebispo de Manaus disse que “Mateus sabia de seu pecado, da sua traição, do seu desalinho em relação à Lei e seu povo. O dom de Deus narrando o seu encontro com Jesus, como foi atingido pelo mestre, como foi chamado e veio a participar da pregação do Reino”. Antes do chamado de Mateus, “Jesus acabara de curar um paralítico, dizendo: os teus pecados estão perdoados, levanta-te toma a tua maca e volta para casa (Mt 9,1-8)”, mostrou Dom Leonardo. “Ele cura, redime, transforma e devolve à casa o homem que jazia em uma maca. E ao chamar Mateus entra na sua casa: ‘Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: Segue-me!’ Continua a curar a levar a salvação, apresenta a misericórdia, se faz misericórdia. Entra na casa de Mateus e faz refeição com ele. E na casa de Mateus busca curar e sanar a todos os necessitados de saúde, de salvação”, afirmou o cardeal. Se perguntando “Quem era Mateus?”, Dom Leonardo disse que “ele desempenhava a função de cobrador de impostos. Era um dos que cobrava impostos aos israelitas, para entregar aos romanos: um traidor da pátria. Cobradores de impostos, os publicanos eram homens, desprezados, odiados; considerados pecadores, impuros. Os publicanos, transgressores, eram pessoas indesejáveis de quem se deveria guardar distância, deveriam ser excluídos, pois não viviam segundo a Lei. Os publicanos eram pessoas desclassificadas, excluídas da vida social e religiosa, catalogadas como pecadoras, e sem possibilidade de salvação”. O cardeal lembrou as palavras de São Lucas “ao narrar a subida do fariseu e do publicano ao templo: ‘Não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros e nem como esse publicano’. E Jesus ao olhar para Mateus viu nele um anunciador, testemunhador, propagador do Reino de Deus. O chamou e Mateus não se desviou do chamado, mas logo seguiu: ‘Ele se levantou e seguiu a Jesus’”. O arcebispo de Manaus considera “admirável que o pecador, o transgressor, se levante imediatamente e siga a Jesus. Admirável que deixe a banca, o lugar do ganha pão, do lucro seguro, sem objeções nem pedidos de esclarecimento, deixa tudo e aceita ser discípulo, numa adesão plena, total e radical a Jesus e ao anúncio do Reino. Um verdadeiro discípulo que na sua cotidianidade se encontra com Jesus, escuta o seu convite e segue: ‘levantou-se e o seguiu’”. “Ao se levantar, tem estradas a percorrer, caminhos a experimentar, itinerários por fazer, veredas por ensinar. Desalojado de sua banca é tomado pela alegria do seguimento, pela graça da salvação. Na emoção do chamado convida o Mestre para sentar-se à mesa em sua casa, para refeição. Não mais impostos, enganos, servir os estrangeiros, mas convívio, fraternidade, partilha, vida nova”, afirmou o cardeal. Dom Leonardo recordou que “o sentar-se à mesa, o banquete, era na tradição judaica, o lugar do encontro, da fraternidade, dos laços de família, de comunhão. Sentar-se à mesa com alguém significava estabelecer laços profundos, íntimos, familiares, com essa pessoa. Jesus nos ensina em outras passagens que o banquete é o símbolo do Reino de fraternidade, de comunhão, de amor sem limites, que Ele veio anunciar a todos”. Citando o texto do Evangelho de Mateus: “Enquanto Jesus estava à mesa em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentam-se à mesa com Jesus e seus discípulos.”, o cardeal disse que “os publicanos e os pecadores, os transgressores, vieram participar do banquete, da mesa, da mesa do amor; do amor sem limites. Jesus à mesa do publicano sem encontra entre os pecadores, entre outros publicanos. Soava mal sentar-se entre pecadores, cobradores de impostos. Um verdadeiro escândalo! Mas, o Mestre sente-se bem entre eles, conversa, dialoga, ensina. Foi para isso que vim: salvar os pecadores, dar saúde aos doentes, oferecer misericórdia. Vim sanar, recuperar, devolver a saúde, reintegrar, para que vivam eticamente, sejam misericordiosos, anunciadores do novo Reino. Levem uma vida justa e honesta, nada mais de negócios escusos, corrupção, de vida a serviço do dinheiro”. Segundo o arcebispo de Manaus, “Jesus na casa de Mateus a nos mostrar que ninguém excluído. Na mesa com Jesus há lugar para todos. Ele busca a todos para participar do banquete da misericórdia, da vida. Ele vai em busca, pois ‘Aqueles que tem saúde não precisam de médico, mas sim os doentes’. Deus não se afasta de nós quando pecamos, quando agimos mal, pelo contrário se aproxima para que tenham a vida, vivamos com dignidade”. Dom Leonardo recordou as palavras do profeta Oseias na primeira leitura: “Quero a misericórdia, o amor, e não os sacrifícios, conhecimento de Deus, mais que que holocaustos”, e que “o Evangelho nos admoestava: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’”. Ele insistiu em que “Jesus viu, olhou, repousou seu olhar sobre Mateus e ofereceu-lhe misericórdia. O olhar de Jesus o desperta e ele se vê, se sabe pecador: sabia que não era amado por ninguém, e até era desprezado. Precisamente aquela consciência de ser pecador abriu a porta à misericórdia: deixou tudo e seguiu”, inspirado nas palavras do Papa Francisco. Seguindo com o ensinamento pontifício, disse que “todos os pecadores que encontraram Jesus tiveram a coragem seguir, mas se não se sentissem pecadores não o podiam seguir. A primeira condição para ser salvo é sentir-se em perigo, é perceber-se pecador; a primeira condição para ser curado é sentir-se doente. E ao sentir-se pecador é a condição para receber olhar de misericórdia. O olhar de Jesus que nos busca, deseja, afável, belo, bom, misericordioso, amorável. É o olhar do amor, o olhar da misericórdia, o olhar que nos salva e nos oferece a confiança da salvação, da reconciliação, do novo Reino”. Dom Leonardo fez ver que “aos que se sentem agredidos com a presença de Jesus entre os publicanos, ele adverte: ‘eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores’. E poderíamos pensar que se refere aos…
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Cristãos Leigos e Leigas do Regional Norte 1 participa da 41° Assembleia Nacional do Laicato do Brasil

De 8 a 11 de junho, em Igarassu/PE, acontece a Assembleia Geral Ordinária (AGO) do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), com a participação de mais de 200 leigos e Leigas de todo o Brasil, com tema: Cristãos Leigos e Leigas “Não deixemos morrer a profecia” com a iluminação bíblica: “Ele me ungiu para a anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). No primeiro dia, aconteceu a abertura com a acolhida das delegações de todos os regionais presentes na 41ªAGO. Em seguida, a presidência do CNLB propôs a pauta e pediu a aprovação do regimento interno da Assembleia. A presidente do CNLB Sônia Gomes nos exorta e convida o laicato a anunciar Jesus fora da Igreja.  A professora Tânia Barcelar de Araújo conduziu a Análise de Conjuntura com as dimensões mundial, nacional e do nordeste. Na noite do primeiro dia, procissão e celebração de Corpus Christi além de reuniões privativas da presidência nacional com os presidentes regionais do CNLB e os demais participantes assistiram o filme documentário A Carta refletindo a Laudato Si de Papa Francisco. Na sexta-feira, estamos partilhando e refletindo testemunhos de urgências falando da Criação e economia, da educação e da incidência política. À tarde seguiremos com o testemunho e profecia de Dom Helder, conduzida por Marcelo Barros, momento de partilha dos avanços dos organismos e momento orante. Próximos passos No sábado além de momento orantes vamos meditar sobre a Vocação à Profecia do Laicato e n parte da tarde com celebração da Profecia: início do itinerário Jubilar dos 50 anos do  CNLB, concluindo o domingo com os encaminhamentos e celebração eucarística de envio aos Regionais e organismos filiados. Tivemos a presença do Presidente do Regional Norte 1 Francisco Meireles, além de Antônio Nascimento da Prelazia de Tefé; Mercy Soares, da Arquidiocese de Manaus; Odete, da Diocese de São Gabriel da Cachoeira; Maria Joselha e Cleia da Diocese de Roraima, além de Patrícia Cabral que é Secretária Adjunta do CNLB Nacional e Edney Manauara da Comissão Nacional de Comunicação do CNLB. Francisco Meireles – Presidente CNLB Regional Norte1

Dom Leonardo: “Não seguimos ideologias, seguimos o pão descido do céu”

A Arquidiocese de Manaus celebrou neste 8 de junho a Solenidade de Corpus Christi, ocasião para “testemunharmos a presença de Jesus, uma presença humilde, simples, alimentícia”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner no início da celebração eucarística realizada nas ruas do centro da cidade, que também acolheram o decorrer da procissão posterior. Segundo o arcebispo, “podemos testemunhar andando com Ele pelas ruas da nossa cidade essa presença de Deus que nos alimenta, nos fortifica y nos transporta”. O cardeal Steiner começou sua homilia citando as palavras de Jesus na passagem do Evangelho do dia: “Eu sou o Pão Vivo descido do Céu”. Dom Leonardo destacou que “Jesus vai descrevendo o Pão que é Ele mesmo, Ele que alimenta, a vida dele que nos é dada, nos é transmitida, a vida dele, sua palavra, que nos alimenta, nos ilumina, nos guia. Por isso, ele insistiu em que “o pão vivo descido do céu não é o fermento, é o pão vivo, a pessoa de Jesus, a pessoa de Jesus que vai nos iluminando, guiando, nos transformando, vai criando vida da comunidade”. “O pão vivo descido do céu, Jesus que veio ao nosso encontro, o sentido da nossa fé, o sentido das nossas comunidades, o sentido das nossas vocações, o sentido de nos encontrarmos aqui”, ressaltou. Ele lembrou que “quem vive de Jesus, quem se alimenta de Jesus, quem se dessedenta de Jesus, tem a vida eterna”, que segundo o arcebispo “vem na medida que vamos nos deixando tomar por Jesus, vamos nos alimentando de Jesus, vamos bebendo a vida de Jesus”. O arcebispo repassou as leituras do dia, destacando na primeira que “o povo nem sempre foi fiel, mas Deus cuidou de ter um alimento, um alimento que eles não conheciam, mas os alimentou, fez a travessia, chegaram à terra da promessa”. Segundo Dom Leonardo, “é esse pão descido do céu que nos faz fazer a travessia, que nos faz atravessar os desertos da vida, nas dores e os sofrimentos”, uma travessia de esperança, segundo o arcebispo, que nos leva à terra da promessa. Dom Leonardo comparou a terra da promessa com “o Reino novo, anunciado, transformado, vivificado por Jesus”, insistindo em que “não vivemos só de esperança, nós vivemos de uma realidade, o Reino novo, o Reino do céu”. Na segunda leitura destacou que “repartir traz comunhão”, afirmando que “Jesus se reparte, não se reserva, não se retrai, caminha, se entrega, divide, oferece a própria vida”. Se referindo à vida de casa, ele insistiu em que “criamos comunhão quando sabemos nos acolher, sabemos amar, sabemos codividir”, algo que também se dá nas comunidades, “onde existe partilha, existe comunidade, existe comunhão”. Ele também disse que “uma sociedade onde se divide há comunhão”, afirmando que “é tão difícil na nossa sociedade de hoje codividir, é mais fácil dividir, segregar, afastar, fechar a porta de quem às vezes tem um cheiro de droga, tem um cheiro de bebida alcoólica, tem cheiro de urina, tem cheiro de fezes”. O cardeal denunciou que “nós não conseguimos criar comunhão na nossa sociedade, nós vivemos segregados, nós vivemos divididos, porque não sabemos codividir, não sabemos sair ao encontro”. Igualmente destacou que “a Eucaristia é sinal de unidade”, falando de “uma unidade que cria comunhão”, algo que lhe levo a dizer que “muitas vezes como Igreja, também aqui em Manaus, nós não sabemos criar uma profunda comunhão, uma profunda unidade, é apenas os meus interesses, as minhas compreensões”. Frente a isso, insistiu em que “quando olhamos para Jesus na Eucaristia, todos nós pertencemos a Ele, todos nós dele nos alimentamos, todos nós com nosso olhar voltado para Ele, porque dele vivemos, a Ele nós seguimos. Não seguimos ideologias, seguimos o pão descido do céu”. Daí, o arcebispo fez um chamado a “que cresçamos na nossa comunhão, na nossa unidade como Igreja, como Arquidiocese”, denunciando nas comunidades “um outro grupo querendo separar, um outro grupo achando que eles são os verdadeiros adoradores”, questionando se eles são adoradores de Jesus e da Eucaristia, e chamado a que “tenhamos um grande amor a Jesus Eucaristia”.  O arcebispo lembrou dos homens e mulheres que ao longo da história “viveram de Jesus pão descido do céu, repartiram, doaram sua vida, porque olharam para Jesus e viram que a vida é para o outro”, pedindo que “Deus nos dê a graça de saber celebrar bem as nossas Eucaristias, e que Deus nos dê a graça de termos Eucaristia nas comunidades que tem às vezes duas, três vezes por ano”, inclusive na Arquidiocese de Manaus. Isso “porque toda Igreja se alimenta de Jesus, toda Igreja vive de Jesus, o pão descido do céu”. O arcebispo pediu “que Ele nos ajude a caminhar, que Ele nos ajude a esperançar, mas que Ele nos ajude também a repartir para que ninguém passe fome”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo: “Como Igreja, é necessário manter uma opção preferencial pelos povos indígenas”

Foi com cântico que os indígenas receberam Dom Evaristo Spengler, Bispo de Roraima, na concentração da manifestação contra o Marco Temporal, em Boa Vista. O bispo esteve junto a sacerdotes, religiosos e religiosas e com irmãs da Pastoral indigenista, na manhã desta quarta-feira (07), reafirmando a posição da Diocese de Roraima, contrária ao Marco Temporal e a favor da vida e direitos dos povos originários. Direcionado aos indígenas Dom Evaristo diz que a igreja é aliada e parceira dos povos originários: “Como igreja é necessário manter uma opção preferencial pelos povos indígenas. Somos aliados, somos parceiros, queremos caminhar juntos”, disse Dom Evaristo. O Bispo ainda diz que esse Marco Temporal significa uma grande injustiça: “O marco temporal  significaria cometer uma grande injustiça, porque só aceitaria com direito ao território quando o indígena estava sobre a terra em 1988, quando foi promulgada a constituição”, disse o Bispo. Dom Evaristo ainda reafirma que a igreja quer lutar contra todo projeto de morte. Cita o garimpo e diz que todo direito de vida deve ser preservada.  “O garimpo é um projeto de morte porque traz doença, violência, narcotráfico, a invasão dos territórios indígenas são violência“. “Nós queremos que a vida seja garantida e preservada em todos os seu direitos”, finalizou o Bispo. A manifestação concentra indígenas e suas lideranças contrários ao PL 490 sobre o Marco Temporal, na praça do Centro Cívico, no centro de Boa Vista. Rádio Monte Roraima 

Eucaristia, quando vai ser um direito de todos?

No dia em que a Igreja católica celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, a festa da Eucaristia, que é a fonte e o cume da vida cristã, somos desafiados a nos questionarmos sobre as dificuldades que muitas comunidades têm no interior da Amazônia e em tantos outros lugares para celebrar a Eucaristia. As grandes distâncias, o escasso número de presbíteros, o alto custo para chegar em locais afastados, condiciona essa celebração continua. De fato, o primeiro Mandamento da Igreja diz: “Participar da Missa inteira aos domingos, de outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho”. E o que acontece com quem vive em locais onde a presença do padre é uma ou duas vezes por ano, inclusive a cada vários anos? Como cumprir aquilo que a Igreja manda? O Sínodo para a Amazônia refletiu sobre essas questões, uma reflexão que foi deturpada com questões que não tinham nada a ver. Simplesmente foi planteada a necessidade de procurar caminhos para que as comunidades tenham a possibilidade de celebrar a Eucaristia cada domingo, uma dificuldade que, em menor medida, também é vivida nas cidades, inclusive em Manaus. Não colocamos em dúvida as leis da Igreja, mas também não podemos ter medo a refletir sobre se leis elaboradas séculos atrás continuam respondendo às necessidades daqueles que vivenciam sua fé na Amazônia no século XXI. Na medida em que o medo, ou outros condicionantes, não deixam pensar em caminhos de futuro eclesiais, isso condiciona e deteriora a caminhada da Igreja e a vivência da fé. Não podemos esquecer que a Eucaristia é alimento que fortalece nossa vida e missão como discípulos e discípulas de Jesus. Seu Corpo e Sangue nos aportam o valor necessário para enfrentar os desafios da missão, para ir além e para enxergar a presença daqueles que tem fome de pão, uma dimensão que a Campanha da Fraternidade deste ano nos levou a refletir durante a Quaresma. Quando Jesus é meu alimento, minha vida tem maior energia e isso me ajuda a fazer realidade seu projeto de Reino, um pedido que fazemos cada dia quando rezamos a oração que Ele mesmo nos ensinou. A Eucaristia visibiliza o Reino, porque a entrega, a partilha, são sinais do Reino. Valorizemos a Eucaristia, que ela seja celebração de vida, que não fique só em uma série de ritos e rubricas. Que possamos levar esse alimento para nossa vida cotidiana, uma vida que somos chamados a dar sentido pleno à luz de Jesus e de seu querer nos alimentarmos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1