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4º Domingo da Quaresma: “Somos cegos quando olhamos e não conseguimos ver as tantas realidades de sofrimento”

No 4º Domingo da Quaresma é celebrado o Domingo da Alegria, nos lembra a Ir. Rose Bertoldo no comentário ao Evangelho desse dia, afirmando que “nos alegramos, pois a festa da Páscoa se aproxima”. Segundo a religiosa, “a liturgia deste domingo nos faz perceber o grande amor de Deus para com toda humanidade e se revela em forma de luz: ‘somos reflexos da luz, filhos da luz, e o fruto da luz é bondade, justiça, verdade’”. Ela destaca que “o Evangelho deste domingo nos põe em contato com Jesus que traz Luz. Ele não só se revela como Luz, mas, se revela através do toque, traz a luz presente naquele homem que não podia ver a luz do dia, pois era cego”. A Secretária Executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ressalta que “essa cegueira é a que impede de vermos a luz. Somos cegos quando nós nos fechamos em nós mesmos, quando não sentimos a dor do outro, quando olhamos e não conseguimos ver as tantas realidades de sofrimento de tantas crianças, adolescentes, jovens, mulheres e homens vítimas das mais cruéis realidades, da fome, da falta de moradia digna, falta de acesso à educação, saúde de qualidade”. Continuando com os exemplos de cegueira a Ir. Rose vê que “somos cegos quando nos tronamos intolerantes, preconceituosos, insensíveis, negativos… e resistimos em perceber a luz que habita naquele que pensa e sente de maneira diferente da gente”. Ela destaca que “Jesus é a Luz que toca, um toque que cura da cegueira e que põe a caminho, quero destacar a importância do contato físico na cura das pessoas”. A religiosa afirma que “o contato com o outro, outra, nos faz despertar, cura, alivia a dor, o sofrimento, o toque nos unem num profundo caminho de comunhão. Jesus ao longo de sua vida tocava pessoas feridas, quebradas, machucadas, aliviando suas dores, com seu toque restituía a dignidade a vida, restituía a vida”. Em relação ao texto, ela destaca que “Jesus diz ao cego que se rebele, que não permaneça cego à beira do caminho, que veja por si mesmo, que construa sua própria vida, que não dependa de ninguém, ele mesmo põe barro nos olhos do cego, terra com saliva, e lhe diz vá,  veja, não tenha medo, assume seu destino, seja protagonista de sua vida. Jesus não cria dependência, quer que as pessoas sejam livres, autônoma que ele seja autor de sua própria vida, inclusive correndo riscos de ser rejeitado”. Finalmente, a Ir. Rose mostra que “neste domingo da alegria somos convidadas a sermos luz, curandeiras das dores, dos sofrimentos, nos aproximando das pessoas feridas”. Junto com isso, “o convite a aguçar nosso olhar para sentir o outro o qual eu me torno próxima. Com nosso toque, nosso abraço, nossa escuta atenta sermos presença amorosa de Deus que alivia todas as formas de sofrimento que existe na humanidade”. “Na certeza de que o Senhor é o Pastor que nos conduz, e por isso não nos falta coisa alguma. Sejamos luz”, conclui a Secretária Executiva do Regional Norte1 da CNBB. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário sobre Tráfico de Pessoas: Despertar um olhar diferenciado para identificar o tráfico

Buscando ajudar a capacitar, sensibilizar, informar lideranças para o enfrentamento ao tráfico de pessoas, com conhecimento aprofundado da temática referente ao trabalho análogo ao de escravo, tráfico de pessoas para outras finalidades, especificamente a exploração sexual, foi realizado no dia 17 de março de 2023, no Auditório da Maromba da Arquidiocese de Manaus o Seminário “Tráfico de Pessoas uma realidade invisibilizada”. Organizado pela Rede um Grito pela Vida e com a parceria do Instituto Religioso Barbara Maix (IRBM) e do Ministério Público do Trabalho, e com o apoio do Instituto de Assistência à Crianças e Adolescentes Santo Antônio (IACAS) e da Faculdade Católica do Amazonas, participaram “mais de 170 pessoas, vindas dos mais diversos espaços, das Pastorais Sociais, das áreas missionárias e também do Estado e do Município, a Rede de Proteção”, segundo a Ir. Rose Bertoldo. A religiosa, neste dia bem intenso, destaca que foi “um dia de sensibilização e formação, onde foram abordadas as temáticas que foram de interesse da Rede de Proteção”. A Ir. Rose destacou a “intervenção do grupo após cada palestra, trazendo muitos casos que estão presentes na realidade das comunidades”. Igualmente foi importante a representação de vários núcleos da Rede um Grito pela Vida: Manaus, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Tefé, Itacoatiara, Coari, Borba e Roraima. Um grupo muito interessado e participativo, que permaneceu até o final, insistiu a religiosa. Um seminário que vai dar novas ferramentas para trabalhar e fazer a abordagem, segundo Márcia Clea Pereira, da Rede um Grito pela Vida Núcleo Roraima. Ela lembra que em Roraima tem duas fronteiras, em Bonfim, com a Guiana, e em Pacaraima, com a Venezuela, e “com o conhecimento que a gente está tendo aqui, a gente consegue ter uma melhor escuta, um melhor olhar, para receber essas pessoas que estão entrando por essas fronteiras, e conhecer qual a finalidade de elas vir aqui no Brasil, se elas estão sendo trazidas por outras pessoas ou se elas estão vindo por conta própria para ter uma melhor vida no Brasil”. Ela disse que Roraima tem uma grande migração venezuelana e agora está tendo uma grande migração de haitianos que estão entrando pela Guiana. Daí a importância desse “melhor olhar para reforçar nosso trabalho na rede”. Márcia destaca também o início do trabalho nas escolas, o que não estava sendo feito até agora, buscando um trabalho de prevenção. Também insiste na importância do trabalho com as pessoas que foram vítimas do tráfico e como ajudá-las para não voltar a ser vítimas. O Padre Hudson Ribeiro, que participou na assessoria do encontro em nome do Projeto da Caritas Arquidiocesana de Manaus de Ação e Proteção no Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e no Tráfico de Crianças e Adolescentes para finalidade de Exploração Sexual. Uma atividade que, segundo o Diretor da Faculdade Católica do Amazonas, “se baseia na linha da prevenção, da intervenção, e ao mesmo tempo do diagnóstico, que são as pesquisas para encontrar as caraterísticas do tráfico de pessoas pela vertente da exploração sexual de crianças e adolescentes em vista de poder dar maior visibilidade e melhorar as notificações no sistema de garantia de direitos, uma vez que a ausência dessas informações faz com que os casos sejam não denunciados ou hajam casos de subnotificação, ou mesmo eles não apareçam nas instituições”. Ele destaca o trabalho realizado mediante pesquisas nos municípios da região metropolita da Manaus e com municípios de outros Estados. Nesse sentido, o Padre Hudson enfatiza que “a gente acredita que a medida que a gente vai conversando sobre esses assuntos, identificando nos relatos que normalmente chegam na especificidade do abuso sexual, a gente consegue fazer uma leitura do tráfico de pessoas naqueles casos que são específicos de abusos”, insistindo em que muitas vezes as pessoas não conseguem identificar as características. Daí a importância do Seminário que “tem ajudado a despertar nas pessoas um olhar diferenciado, a identificar características de tráfico e outras formas de violação de direitos que normalmente acabam invisíveis, ou fragmentadas ou dissolvidas em outras formas de violência e aí não se consegue trabalhar essa especificidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário “Tráfico de Pessoas uma realidade invisibilizada”, criar instrumentos para combater esse crime

O Auditório da Maromba da Arquidiocese de Manaus acolhe nesta sexta-feira, 17 de março de 2023, das 08 às 17 horas, o Seminário “Tráfico de Pessoas uma realidade invisibilizada”, organizado pela Rede um Grito pela Vida e conta com a parceria do Instituto Religioso Barbara Maix (IRBM) e do Ministério Público do Trabalho, e com o apoio do Instituto de Assistência à Crianças e Adolescentes Santo Antônio (IACAS) e da Faculdade Católica do Amazonas. O Seminário quer ajudar a “capacitar, sensibilizar, informar lideranças para o enfrentamento ao tráfico de pessoas, com conhecimento aprofundado da temática referente ao trabalho análogo ao de escravo, tráfico de pessoas para outras finalidades, especificamente a exploração sexual”. A Mesa de Abertura contará com a presença do Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano de Manaus; a Dra. Alzira Melo, Procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho; a Dra. Gabriela Menezes Zacarelli, Procuradora do Trabalho e Vice coordenadora regional da CONAETE do Estado do Amazonas; a Ir. Michele Silva, Articuladora da Rede Um Grito Pela Vida, Núcleo Manaus; Amanda Ferreira do IACAS; e Jussara Pedrosa, Secretária Titular da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC). A fala dos representantes dos diferentes organismos presentes será seguida da primeira mesa de debate, que terá como temas a “Realidade do Tráfico de Pessoas na Região Norte: Tráfico de Pessoas para fins de exploração sexual”, com a exposição da Dra. Alzira Melo; “Realidade do Tráfico de Pessoas na Região Norte: Trabalho análogo ao de escravo”, com a exposição da Dra. Gabriela Menezes Zacarelli; e “Ações da SEJUSC referentes ao enfrentamento ao tráfico de pessoas”, com a exposição da Dr. Jaciara Pedrosa. Depois das intervenções, os participantes do Seminário terão a oportunidade de aportar ressonâncias. A Rede um Grito pela Vida, através da Ir. Rose Bertoldo; a Caritas Arquidiocesana de Manaus, através do Pe. Hudson Ribeiro; e o IACAS, com a exposição de Amanda Cristina Ferreira, partilharão a experiência do trabalho das Organizações da Sociedade Civil no enfrentamento ao tráfico de pessoas. Finalmente, será refletido na segunda mesa programada sobre Modalidades do Tráfico de Pessoas e Política e Plano Nacional, e os Mecanismos de enfrentamento e fortalecimento da rede de proteção para o enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com a assessoria da Ir. Eurides Alves de Oliveira. A parceria entre as diversas instituições é um passo a mais para avançar no combate a uma realidade que além de um crime é uma vergonha para a humanidade. A toma de consciência e o conhecimento dos mecanismos de enfrentamento podem fazer com que aos poucos essa realidade seja desterrada da sociedade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“Maria, Mãe das vocações”, tema da Festa do Carmo 2023 na Diocese de Parintins

  Dentro da celebração do 3º Ano Vocacional, um momento de graça, e sabendo que pelo nosso Batismo, somos chamados a nossa primeira vocação, a santidade, a Diocese de Parintins lançou o tema da Festa da Padroeira 2023. A vocação específica é o meio, o caminho para alcançarmos a santidade. Em toda e qualquer caminhada vocacional é muito forte a dimensão mariana, que não se resume em apresentar Maria apenas como modelo e mãe de todas as vocações. Ela é, também, modelo de missão. Maria é símbolo da humanidade chamada à comunhão com Deus, mediante a abertura ao Espírito que ilumina o caminho de todos os vocacionados: “Eis a Serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Este fiat, ilumina a nossa caminhada vocacional, e aponta para o itinerário formativo a capacidade de servir com amor e generosidade. Afinal, Maria experimentou cada etapa do itinerário vocacional, colocando-se como instrumento nas mãos de Deus. Ela nos ensina que a vocação é serviço e missão. Com esta premissa, em comunhão com a Igreja do Brasil, através da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, a Diocese de Parintins escolheu como tema para a reflexão e oração durante a festa da sua padroeira: “Maria, Mãe das vocações”. E o lema é o texto bíblico inspirador para a este ano vocacional: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33). A Diocese de Parintins pede que dirijamos o nosso olhar para a Virgem Maria e a tomemos como modelo de resposta ao chamado de Deus. Por isso, se pede que seja chamada de “Mãe das Vocações”. Ela assim o é porque é Mãe de Jesus Cristo, aquele que é o vocacionado do Pai e o caminho, a verdade e a vida (cf. Jo 14,6) para todo aquele que, quer buscar fazer de sua vida uma resposta de amor ao chamado de Deus. A Diocese de Parintins quer fazer da Festa do Carmo 2023, um grande momento de animação vocacional, poque a Mãe de Jesus, “está indistintamente próxima de todos os seus filhos e filhas, cujo coração é uma verdadeira escola vocacional para os que desejam viver Cristo, é evocada como a “máxima realização da existência cristã”, por meio de sua fé e obediência à vontade de Deus”. (Lc1,38; DAp, n. 266 – TBAV2023, n.58) Nossa Senhora, “nos educa e acompanha, orienta-nos a ser aqueles e aquelas que também podem caminhar ao lado dos que são chamados por Deus a realização plena da Vocação desde o Batismo: Sede, portanto, perfeitos como Vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48 – TBAV2023, n.59). Finalmente, pedem que Maria, a Flor do Carmelo e primeira discípula fiel, nos ajude a sermos fiéis em nossa vocação e missão de servir ao Senhor com toda a nossa vida. Que tenhamos a capacidade de responder com generosidade ao chamado de Deus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação Norte1 – Com informações da Diocese de Parintins

Dom Leonardo: “Desarmar nossas realidades e estabelecer relações que servem a água da vida”

“Dá-me de beber!”, são as palavras de “Jesus necessitado, sedento”, que pede de beber, disse o Cardeal Leonardo Steiner no início da homilia do 3º Domingo da Quaresma. “Sedento, necessitado da nossa humanidade”, afirmou o Arcebispo de Manaus, relatando a cena: “lá estava Jesus sentado junto ao poço de Jacó à espera de que alguém viesse e lhe desse de beber. Depois de longa caminhada, cansado da viagem, enquanto os discípulos vão em busca de alimento, Jesus está à espera de alguém que lhe mate a sede. Ele ali sentado, só, ao lado do poço, ao meio-dia, com sede, à espera de alguém que lhe tire água e lhe dê de beber. No meio-dia uma samaritana se aproxima”. “Ela com olhar voltado para a terra, se aproximando, à busca de água. Ela quase pronta para descer o cântaro e retirar água do poço, se surpreende, com o pedido: ‘Dá-me de beber’. Ao vê-lo, surpresa, quase incrédula, ela samaritana, mulher, mulher samaritana abordada por um homem judeu que lhe pede: ‘Dá-me de beber’. Ela samaritana, mulher, a do outro povo, da outra gente, do outro culto, da outra religião, surpresa, paralisada, espantada com o pedido: ‘Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim que sou samaritana?’ Ela apenas viu o outro, o inimigo, o não do meu povo, aquele que adora em Jerusalém, aquele que não podia pisar a Samaria. Ele homem, ele desconhecido, ele quase atrevido, falando comigo, mendigando água”, lembro Dom Leonardo. Segundo o Arcebispo, “ela nele via o judeu, o homem, o estrangeiro, o atrevido; não vira nele o seu Senhor e Deus. Ela não via, não sabia, não percebia que seu Senhor e Deus ali estava à sua espera e lhe pedia. Pedia água. ‘Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: Dá-me de beber, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva’. Não sabia e não via e não se apercebia que seu Senhor e Deus ali estava à sua espera e lhe pedia para saciar a sua sede. Pedia água, para oferecer-lhe a água viva que jorra para a eternidade”. “Olhando, fitando, perscrutando, interrogando, duvida da força e do poder daquele que pede água. Ele não era maior que o pai Jacó que dera o poço, Ele não era maior que Jacó que bebera do poço. Não era maior que Jacó dera de beber do poço a todos os seus filhos e a todos os seus animais. E pensa: como me daria Ele de beber? Ele nem sequer tem um balde para tirar água. Ele é um sedento, um pedinte inoportuno, pobre coitado que apenas me pede água e agora me oferece a água para que não tenha mais ter sede. Ele me oferecendo uma fonte de água que jorra para vida eterna. Ela não sabia, não compreendia, não intuía, não se apercebia, quem era aquele lhe pedia água e lhe oferecia a água viva”, afirmou o Cardeal em relação à samaritana. Citando Santo Agostinho, ele lembrou que “Como a mulher trazia consigo um cântaro para buscar água, admirou-se que um judeu lhe pedisse de beber, pois os judeus não costumavam fazer isso. Mas aquele que pedia de beber tinha sede da fé daquela mulher. Escuta agora quem pede de beber. Jesus respondeu: Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (Jo 4:10). Pede de beber e promete dar de beber. Apresenta-se como necessitado que espera receber, mas possui em abundância para saciar os outros. Se conhecesses o dom de Deus, diz ele. O dom de Deus é o Espírito Santo. Jesus fala ainda veladamente à mulher, mas pouco a pouco entra em seu coração, e vai lhe ensinando”. O Santo de Hipona diz no seu comentário: “se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Que água lhe daria ele, senão aquela da qual está escrito: Em vós está a fonte da vida? (Sl 36,10). Pois, como podem ter sede, os que vêm saciar-se na abundância de vossa morada? (Sl 36,9). (…) A mulher disse a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água” (Jo 4:15). A necessidade a obrigava a trabalhar, mas sua fraqueza recusava o trabalho. Se ao menos ela tivesse ouvido aquelas palavras: Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso! (Mt 11,18). Jesus dizia-lhe tudo aquilo para que não se cansasse mais; ela, porém, ainda não compreendia”. “Na tentativa de abrir-lhe os olhos ao dom da água viva, para que ela acordasse, para que ela percebesse quem estava ali sentado à espera da água e se oferecia como água era o seu Senhor e Deus, Jesus toca no desejo de sua alma, na sua intimidade, nos seus amores”, afirmo Dom Leonardo, citando o texto em que Jesus lhe pergunta pelo marido. Daí que “tocada no mais íntimo do seu íntimo, nas razões de seus viver e desviver, no mais íntimo do seu íntimo da perda de seus amores, reconhece que está só. Só quase solitária é que busca água no poço da vida. Ela era uma mulher que apenas convivia: tinha um homem, mas não tinha marido. Perdera cinco e não tinha nenhum. Ela tinha perdido o convívio, ela tinha perdido a razão da vida. Ela mulher, mas não era esposa, desposada. Ela aquela que tentara amar, que talvez, não se deixasse amar e não conseguisse amar. Ela aquela que vem à fonte na busca de água. Ela a sedenta, ela necessitada, ela que agora é buscada. Nos desencontros, agora encontrada, ela busca, agora encontrada”. O Cardeal Steiner insistiu em que “Jesus estava à sua espera. Ele ali sentado à beira do poço, pedindo: ‘dá-me de beber’. Ele pedindo para ser por ela amado.…
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Ir. Santina Perin: “O Papa Francisco, ele nos estimula a sermos cada vez mais humanos e humanizadores”

“Há 10 anos tivemos a grata notícia da eleição de um novo Papa, o Papa Francisco, um gigante para o mundo, um gigante para a Igreja católica”, afirma a Ir. Santina Perin, alguém que com 82 anos continua gastando sua vida na defesa dos migrantes e das vítimas do tráfico de pessoas, aspectos importantes para o atual Pontífice. Segundo a Religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria, “esta pessoa, o Papa Francisco, ele nos estimula a sermos cada vez mais humanos e humanizadores, que saibamos atender a todas as pessoas, que são todas dignas, principalmente os mais vulneráveis, os mais pobres”. A Ir. Santina se refere em sua mensagem em vídeo, publicado em Vatican News “as pessoas que sofrem o tráfico de pessoas, muito vulneráveis, esquecidas e também enganadas”. A religiosa, lembra as palavras do Papa Francisco, quando ele diz que “o tráfico de pessoas é uma vergonha, é uma chaga para a humanidade, é uma chaga para a sociedade”. Ele disse que “falando também nos vulneráveis, pensamos também nos migrantes”, que segundo a religiosa “são nossos irmãos que migram porque necessitam, migram porque estão a procura de uma vida mais digna”. Segundo a Ir. Santina, “o Papa Francisco não cansa de nos dizer, saibamos integra-los, saibamos respeita-los, dar a eles aquilo que eles mais precisam, uma acolhida, uma vida digna”. A religiosa insiste em relação aos migrantes que “eles são pessoas como nós, merecem a valorização, merecem o carinho, merecem serem tratados como pessoas dignas”. Segundo ela, “o Papa Francisco é uma pessoa que atende a todas as necessidades, quem quiser ter diante de si uma figura que os estimule para serem mais humanos, mais cristãos, mais humanos, mais pessoas digamos, é seguir este homem. O Papa Francisco para nós é uma luz, sigamos essa luz e não nos cansemos de fazer o bem”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Altevir: Papa Francisco, “um homem de diálogo, que respeita o diferente”

No dia 13 de março, o Papa Francisco completa 10 anos de pontificado, um tempo que Dom José Altevir da Silva vê como oportunidade de “novos caminhos para a Igreja”. Segundo o Bispo da Prelazia de Tefé, “a Igreja Católica Apostólica Romana nasce da Missão, que tem sua origem no coração da Trindade”. O Bispo destaca o zelo de todos os papas “pela tradição e continuidade da missão de Jesus Cristo”, algo que vem desde o Apóstolo Pedro, isso com a força do Espírito Santo. Uma Igreja que “existe para Evangelizar!”. Algo assumido pelo Papa Francisco em seus 10 anos de Pontificado, que “confirma este compromisso histórico que, à luz da fé, significa: visibilidade da graça de Deus no seu Ministério, como resposta às necessidades urgentes do mundo de hoje”. Lembrando que “ele é o 1º Papa latino-americano de toda a história”, Dom Altevir apresente o Papa atual como “um homem de diálogo, que respeita o diferente; de uma espiritualidade includente, onde tudo está interligado: do ser humano à nossa ‘Casa Comum’”. Junto com isso, o Bispo da Prelazia vê como notável “sua grande contribuição na mudança de postura da Igreja diante de alguns grupos, antes não aceitos pelos católicos: pessoas que não são heterossexuais, mulheres intituladas como mães solteiras, dentre outros. Vale recordar sua frase, no que diz respeito às mães solteiras: ‘Não existe mãe solteira, porque ser mãe não é um estado civil: existem mulheres solteiras que são mães’”. “O Papa abraça a causa dos pobres, dos migrantes, refugiados, da Casa Comum. Tem um olhar especial para a Igreja na Amazônia e seus territórios (Laudato Si’, Sínodo para a Amazônia, Querida Amazônia); uma preocupação inegável com a fraternidade universal (Fratelli Tutti), com o Pacto Educativo Global, com uma economia que esteja a serviço do cuidado da humanidade e da criação (Economia de Francisco e Clara)”, destaca Dom Altevir. Analisando os 10 anos de pontificado, Dom Altevir destaca que “Francisco tem lutado pela unidade não apenas de nós bispos, mas de todos os fiéis”, afirmando que “Ele, por vezes, é amado e rejeitado”, identificando essa realidade com as palavras de Simeão sobre Jesus, o Filho de Deus: “Este Menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição”. Junto com isso, o Bispo da Prelazia de Tefé lembra das palavras do Papa Bento XVI: “Se um Papa sempre recebe aplausos deve se perguntar se fez algo de errado. Pois neste mundo a mensagem de Cristo é um escândalo. Iniciando com o próprio Cristo”. Afirmando que “de fato, nos caminhos da Missão, o mensageiro também é mensagem”, Dom Altevir pede que “Deus seja louvado por estes dez anos do Pontificado de Francisco”, agradecendo ao “missionário de Deus, por tão grande bem que tem sido feito à Igreja!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

3º Domingo da Quaresma: “Com a Samaritana, Jesus rompeu com as barreiras existências”

Nesta semana que fazemos memória do Dia Internacional da Mulher, Nazaré Silva lembra das palavras do Papa Francisco na Querida Amazônia, “ao chamar atenção para a força e dom das mulheres”, dizendo “sonhar com uma igreja sinodal, que reconheça a mulher e o seu papel central nas comunidades”. Segundo a jovem, “em tempos de violência e intolerâncias, é importante destacar o diálogo de Jesus com a Samaritana, que rompeu com as barreiras existenciais daquela época.  Neste domingo, a liturgia do 3º Domingo da Quaresma, nos deixar um questionamento: “tem sede de quê? Temos sede de justiça? De igualdade?”. Nazaré destaca que “somos convidados e convidadas, a viver a Campanha da Fraternidade, que tem por tema fraternidade em fome com o Lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16)”. Daí ela destaca que “somos incentivados que em nossas comunidades a assumir suas responsabilidades, linha assistencial, promocional e social”. “Assim como Jesus, no encontro com a Samaritana, na sociedade encontramos muitas pessoas que estão sozinhas e cansadas, necessitados de água”, segundo Nazaré. Ela ressalta que “logo, ao nos colocar a serviço da escuta com o Mestre, poderemos olhar para o outro e se compadecer e conseguiremos questionar as estruturas injustas da sociedade”. Por isso, ela pede que “sejamos luzes, sejamos agua para todos os que encontra-se sozinho e cansados”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Celam conclui Encontros Regionais da Etapa Continental: “Uma experiência de aprendizagem de uma nova forma de ser Igreja”

Após quatro semanas de intenso trabalho, conversa espiritual e discernimento comunitário, as Assembleias Regionais da Etapa Continental do Sínodo 2021-2024 foram concluídas com a Assembleia do Cone Sul, realizada em Brasília, de 6 a 10 de março. Trata-se de um processo que está a ser levado a cabo em todo o mundo, como recordou o Dom Jorge Lozano, que lembrou que a participação nas Assembleias da América Latina e do Caribe se baseou no número de habitantes e dioceses de cada país, procurando reunir o que tornará possível produzir a Síntese Continental a ser enviada à Secretaria do Sínodo antes de 31 de março. O Arcebispo de San Juan de Cuyo (Argentina), e Secretário-Geral do Celam, participou desta vez como delegado, envolvendo-se nas comunidades de discernimento, uma experiência muito agradável pelo fato de poder aprofundar a escuta, aprofundar o discernimento, pensar em propostas em conjunto com outros irmãos. Por esta razão, disse que viveu este momento com um coração agradecido a Deus e ao Santo Padre por esta convocação, agradecendo também a Dom Joel Portella, Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pelo acolhimento fraterno. O Brasil teve uma grande participação neste processo sinodal, salientou Dom Joel Portella, que insistiu que o processo continua e que o encontro foi uma sala de aula de sinodalidade, algo que se aprende fazendo. Um processo que, no caso do Paraguai, como salientou a Blanca Patricia Palacios, responsável pelo processo sinodal no país, foi levado a cabo em continuidade com a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e no contexto do Ano do Laicato, com trabalhos nas diferentes dioceses que criaram as suas equipes sinodais, acompanhadas pela Conferência Episcopal, que desenvolveu ferramentas e realizou duas reuniões para partilhar estas experiências. A secretária da Comissão Pastoral Episcopal da Conferência Episcopal Paraguaia disse que se sentia reforçada como leiga pelo fato de “reconhecer o nosso papel como leigos e agentes pastorais”. Estes são processos que ajudam no crescimento da fé e permitem “ajudar os outros a crescer para que todos tenham uma voz e um lugar na Igreja“, tendo sempre presente que “o objetivo é ser discípulos missionários de Jesus”. Uma realidade também vivida por Sonia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional dos Leigos do Brasil, que definiu este momento como uma oportunidade para o Espírito indicar caminhos e ajudar os leigos, especialmente no Ano Vocacional que o Brasil está a viver, a retomar a sua vocação de responsabilidade na Igreja a partir da eclesiologia do Concílio Vaticano II. Estas assembleias regionais são vistas pelo Padre Pedro Brassesco como “uma experiência de aprendizagem de uma nova forma de ser Igreja“, reaprendendo a ser uma Igreja mais participativa que pode entrar em comunhão com o objetivo da missão de chegar a todos, especialmente aos mais pobres. O Secretário-Geral Adjunto do Celam enfatizou o método, a atitude de escuta, algo fundamental, mas a que não estamos habituados, porque na Igreja se procura mais falar, e aqui a escuta tem sido reforçada. Sublinhou também a importância da oração, porque “não foi um encontro programático, mas um encontro baseado na presença de Deus no nosso meio, que fala através dos nossos irmãos e irmãs”. Ao falar dos resultados do processo, estes aparecerão na elaboração de uma síntese continental, que juntamente com a síntese dos outros continentes permitirá a elaboração de um Documento de Trabalho para a Assembleia Sinodal em outubro de 2023. Destacou também a boa recepção do Documento para a Etapa Continental, “a partir das nuances nas diferentes formas de viver a Igreja em cada uma das regiões”. O Padre Brassesco disse estar agradavelmente surpreendido com o envolvimento e entusiasmo dos 400 participantes nas 4 assembleias da Etapa Continental na América Latina e Caribe, metade dos quais leigos e leigas, procurando ser uma Igreja missionária que leva a atender às diversas realidades. Não podemos esquecer que este é um processo de dois sentidos, que deve ser mantido ativo, como disse Dom Joel. Esta foi uma experiência muito boa, não só nas comunidades de discernimento, com a presença de diferentes países, mas em todos os momentos e ambientes, sublinhou Dom Lozano. Neste sentido, “se há algo de maravilhoso nesta fase, é a comunhão que vem da partilha, através do método de conversa espiritual que nos desafia a escutar, pois é pela escuta que empatizamos. A comunhão é criada a partir da experiência de Deus e da Igreja, quando nos conhecemos, que nos faz companheiros de caminho, superando dificuldades, como a língua”, disse Blanca Patricia Palacios. Na Assembleia, sublinhou a coordenadora do processo sinodal no Paraguai, a questão do clericalismo foi abordada a todos os níveis e é vista como um tema a ser abordado na Assembleia Sinodal em outubro. Também destacou como uma nova questão a promoção da participação das mulheres na tomada de decisões, para poder participar com voz e voto. Sonia Gomes de Oliveira destacou entre estes temas a formação integral, procurando quebrar estruturas ultrapassadas a fim de superar o clericalismo num processo de conversão. Segundo o Padre Pedro Brassesco, diferentes expressões encontraram um caminho comum para alcançar uma grande sinfonia que foi expressa no final de cada um dos encontros, algo manifestado no grande entusiasmo demonstrado em continuar com isto, que ele vê como fruto do Espírito, e assim reavivar a Igreja para encontrar novos caminhos e deixar para trás os medos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

As estacas da Tenda: afunda-las na fé para que o Senhor nos abra os olhos

No caminho sinodal, o Espírito Santo é o guia, o mesmo Espírito que guiou o Concílio Vaticano II, onde no início de cada sessão foi recitada uma oração que o Papa Francisco escolheu como invocação ao Espírito Santo para este caminho, como foi recordado pela delegação argentina na oração de abertura do dia. Um dia que teve as estacas da tenda, dadas pelos bispos argentinos, como centro da reflexão desta peregrinação que os países do Cone Sul estão a realizar na Assembleia em Brasília de 6 a 10 de março com quase 200 participantes. A peregrinação é um ato simbólico para com Deus, dispõe-nos a estar gratos e ao caminhar como povo recorda-nos a necessidade de uma salvação comunitária, recordaram na oração, enfatizando “o processo de alargamento das nossas tendas, de alargamento das mesmas com coberturas de telhados, ápses, novos corpos”.  Nestas tendas, apertamos as suas cordas, “os seus ventos” com o nó que simboliza a irmandade. Tanto a tenda como as estacas dependem do território em que se vai ficar, mas a estaca está sempre escondida debaixo do chão… E se oferece, se esconde, para que a tenda possa ser um refúgio, um lugar de vida partilhada, um lugar de descanso. Além disso, não podemos esquecer que montar uma tenda é uma tarefa coletiva, que uma estaca sozinha nada pode fazer e que as estacas devem ser constantemente verificadas e cuidadas. Tudo isto continua a refletir-se nas comunidades de discernimento, uma experiência muito enriquecedora, nas palavras de Dom João Justino de Medeiros Silva, que destaca a metodologia da conversa espiritual e a heterogeneidade, algo que abre a atenção à palavra e à experiência do outro, num exercício desafiante e edificante, mostrando a sua esperança de que “o que está sendo dialogado, trazido, seja depois de fato aproveitado nos processos seguintes“. Fabiola Camacho, que vê a Assembleia do Cone Sul como algo que encoraja o Espírito, salientando a importância do diálogo espiritual “sendo um método que continue na vida de toda a Igreja para a tomada de decisões“. A Irmã insistiu que “é o Espírito que está no nosso meio, que nos diz, nos conduz e nos inspira a essa Igreja que todos desejamos, uma Igreja mais sinodal”. Um momento para extrair do material utilizado para reflexão “os sinais mais fortes deste coletivo que se está a transformar numa comunidade“, algo que Ivone Maria Perassa considera muito importante. Ao mesmo tempo, ela sublinhou a necessidade de respeitar a escuta popular, cada pessoa e a comunidade. O Padre Richard Arce enfatizou a novidade do método de conversação espiritual e o fato de permitir a todos falar e partilhar num clima de discernimento. Destacou a beleza do encontro, de escutar “com atenção, com afeto, com amor, tentando descobrir tanta vida que existe na nossa América Latina e no nosso Cone Sul“, algo que ele vê como um sinal dos tempos, o que nos diz que “caminhar juntos é possível”, agradecendo ao Papa Francisco por nos ter convidado a caminhar juntos. Dom Oscar Ojea lembrou-nos que “eles têm de se afundar no solo, firmemente, adaptando-se a qualquer tipo de solo”, salientando que “as apostas representam a nossa fé”, uma fé recebida por quase todos nós de uma mulher. Uma fé que é “um ato de responsabilidade para com os outros, para com o nosso próximo“, ao ponto de dizer que “a nossa fé não é uma fuga à realidade, a nossa fé não é um pietismo individualista, nem uma técnica de bem-estar espiritual que acalma a nossa consciência, que nos deixa em paz”. Esta fé, que em muitos casos não conduz ao compromisso, levou o presidente do episcopado argentino a sublinhar que, comparado com Lázaro, que tem um nome, “Lázaro significa que Deus ajuda”, o homem rico “não tem nome, não tem identidade, não é ninguém, tudo o que ele é, é o que ele tem, tudo o que ele é, é puro orgulho, pura vaidade, puro nada”. A partir daí ele chamou a assumir que “afundar a estaca da fé significa pedir ao Senhor que nos abra os olhos, que não os deixe fechar, que não os deixe dormir, num mundo que nos engana constantemente neste aspecto, num mundo que nos faz olhar para o outro lado, um mundo onde não há lugar para muitos na Tenda”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1