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Os Bispos do Regional Norte1 da CNBB mostram indignação e profunda solidariedade ao Povo Yanomami

Os Bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançaram neste 21 de janeiro uma nota de indignação e solidariedade diante da situação que vive o Povo Yanomami. Os Bispos se mostram “estarrecidos e profundamente indignados, estamos vendo as imagens dos corpos esqueléticos de crianças e adultos do Povo Yanomami no Estado de Roraima, resultado das ações genocidas e ecocidas do Governo Federal anterior, que liberou as terras indígenas já homologadas para o garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a floresta, contaminam as águas e os rios, geram doenças, fome e morte. Mais de 570 crianças já perderam a vida”. A Terra Indígena Yanomami (TIY) é a mais extensa terra indígena no Brasil com cerca de 9 milhões de hectares, sendo habitada por cerca de 28.000 indígenas Yanomami, falantes de 6 línguas distintas e divididos em mais de 300 comunidades além de grupos indígenas em isolamento. O garimpo ilegal, com uma presença estimada de cerca de 20.000 garimpeiros, associados a organizações criminosas que configuram o chamado “narco-garimpo”, envolvidos em tráfico de drogas, de armas e lavagem de dinheiro, que contam com a cumplicidade de funcionários públicos e o apoio de uma parcela das elites locais, empresários e políticos, mantêm uma relação com a floresta marcada pelo extrativismo predatório. Trata-se de uma atividade que afeta a 273 aldeias yanomami, uma situação ainda mais agravada pelo desmonte das ações de saúde junto às comunidades Yanomami. As consequências do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é a devastação ambiental, a destruição das comunidades indígenas, o desequilíbrio da economia indígena que permite sua sobrevivência, o agravamento da situação sanitária, até o ponto de que comunidades que vivem no meio da floresta amazônica, estão sem atendimento de saúde, são milhares de indígenas abandonados sem qualquer assistência num momento de explosão exponencial de doenças provocadas também pela presença dos garimpos, uma situação que atinge sobretudo às crianças e às pessoas idosas, que sucumbem por doenças que tem tratamento. Diante de uma situação de colapso sanitário, o atual governo brasileiro declarou no dia 20 de janeiro de 2023 a emergência em saúde pública no território Yanomami. O Governo Federal montou uma força-tarefa para avaliar a tragédia na Terra Indígena Yanomami, visitando as regiões mais afetadas para montar um plano de ação e tentar evitar mais mortes. Os Bispos do Regional Norte1 tem manifestado sua “profunda solidariedade ao Povo Yanomami, às famílias que perderam seus filhos e adultos, aos tuxauas e lideranças”. Junto com isso, eles dizem se colocar “ao lado dos missionários e missionárias da Igreja de Roraima e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que há tempo vem denunciando a invasão do território yanomami e suas trágicas consequências”. O Regional Norte1 da CNBB apoia “as decisões corajosas do Presidente da República e vários ministros, ministras e assessores que visitaram a região, tomando as medidas necessárias e urgentes para expulsar os invasores e salvar muitas vidas de pessoas à beira da morte”, segundo a nota. Citando as palavras da Querida Amazônia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia, onde eles participaram como padres sinodais, a nota diz que “estamos diante de mais uma situação em que se repete o que foi denunciado pelo Papa Francisco na Querida Amazônia: ‘os povos nativos viram muitas vezes, impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se, curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido’ (QA 13)”. Movidos pela esperança, os Bispos suplicam “a Deus Pai, Defensor dos pobres e oprimidos, que proteja o Povo Yanomami a todas as pessoas que lutam para defender seus direitos”. Igualmente, eles pedem a intercessão pelos Yanomami de “Maria, Mãe da Amazônia e Mãe dos Povos Indígenas”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir. Michele Silva: “Jesus chama no cotidiano da vida do povo”

“No 3º domingo do Tempo Comum, a liturgia nos apresenta o início do caminho missionário de Jesus, e nos convida a participar deste grande Projeto de Amor de Deus Pai e Mãe pela humanidade”, segundo a Ir. Michele Silva. Comentando a primeira leitura do livro do profeta Isaías, a religiosa afirma que “nos enche de esperança com o anúncio de uma grande luz que traz alegria e libertação ao povo, o próprio Deus que se faz um de nós e caminha ao nosso lado e nos conduz a libertação de toda forma de opressão. É tempo de esperançar coletivamente!”. No Salmo, ela destaca que “o salmista nos encoraja a esperar no Senhor, que é luz, salvação e proteção para a vida! Nenhuma forma de opressão nos fará temer ou desanimar de construir um novo caminho”. Já na segunda leitura da carta de São Paulo aos Coríntios, “temos uma chamada ao discernimento individual e coletivo, as divisões causadas pelas diferentes opiniões, podem destruir as relações e comunidades, seguimos um único Cristo, que ensinou e testemunhou a paz, o amor e a justiça, não podemos nos destruir, seguindo ideologias de um Cristo ‘violento, autoritário, preconceituoso ou vingativo’, podemos refletir sobre esta questão: Qual Jesus eu sigo? É o mesmo do Evangelho?”, destaca a Ir. Michele. No Evangelho segundo Mateus, “Jesus inicia o seu caminho missionário, ensinando a Palavra de Deus e convidando as pessoas a fazerem um processo de conversão: ‘Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo!’”, ressalta a religiosa. Segundo ela, “Jesus convida companheiros e companheiras para constituir a comunidade, chama  no cotidiano da vida do povo, à beira do mar, nas estradas e apresenta um projeto: ‘Segue-me e farei vocês pescadores de pessoas’”. Finalmente, a Ir. Michele faz ver que “todas e todos somos vocacionados a construir o Reino de Deus onde estamos, a fazer nossa parte para a transformação da Igreja e sociedade, a experiência do Cristo que fazemos em nossas vidas, deve nos ajudar a florescer no amor, no respeito, na solidariedade e na superação de todas as injustiças!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Maurício Jardim: “Se fala muito de missão, mas precisamos crescer nas práticas, nos envios missionários”

  Um dos participantes da I Experiência Vocacional Missionária Nacional, realizada de 5 a 17 de janeiro, foi Dom Maurício da Silva Jardim. O Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, partilha o vivido nesses dias em que acompanhado de outros missionários e missionárias visitou as comunidades da Área Missionária do Cacau Pirera, na Arquidiocese de Manaus, “uma experiência de estar muito próximo das pessoas”. Dom Maurício, que foi Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias por 6 anos analisa a realidade da missão na Igreja do Brasil, os desafios que devem ser enfrentados. Mas também reconhece que participar dessa experiência coloca desafios na sua missão como Bispo recentemente iniciada. A missão sempre foi fundamental em sua vida, foi missionário na África, durante 6 anos foi Diretor da Pontifícias Obras Missionárias no Brasil antes de ser nomeado Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga. Como o senhor vê a realidade missionária na Igreja do Brasil? Na minha experiência pessoal foi crescendo a própria compreensão de missão, que não se reduz apenas em atividades, em um projeto ou outro, mas percebendo e entendendo que missão é a própria natureza, a própria identidade da Igreja. A Igreja existe para a missão, para ser uma Igreja em saída, missionária. Sendo seminarista participei no Congresso Missionário Latino-americano em Belo Horizonte, e ali foi despertando cada vez mais que eu como eu como batizado devia assumir ser missionário, estar próximo do povo. E fui entendendo que missão é proximidade, é criar aquilo que o Papa diz uma cultura do encontro, sair de nós mesmos, ir às periferias, se aproximar do povo. E isso eu estou vivenciando aqui na Arquidiocese de Manaus, uma experiência de estar muito próximo das pessoas, entrar nas casas, sentar-se com as pessoas sem pressa, ouvir o que o povo aqui sofre muito, tem muitas dificuldades sociais, uma realidade muito violenta nas periferias. Isso vai nos ajudando a não ficar só na reflexão, mas para a prática. Senti isso na minha vida, na minha vocação, tanto na minha diocese de origem, que é Porto Alegre, depois enviado pelo Sul 3 da CNBB para uma experiência de três anos e meio em Moçambique, na África, e voltando de Moçambique assumi uma paróquia, depois na direção das Pontifícias Obras Missionárias. Tudo isso é uma graça de Deus, Deus vai dando essa força da gente não ficar parado, acomodado. Essa é a tendência nossa, pessoal, e da própria Igreja, ir-se acomodando, numa zona de conforto, achando que tudo está bem. Mas a missão nos provoca ver que não está bem, que as comunidades foram diminuindo, que a realidade da Igreja do Brasil, em momentos da história foi perdendo esse ardor, esse coração missionário. Eu vejo uma retomada, vejo que está crescendo essa consciência missionária. O senhor diz que está crescendo essa consciência missionária. O Brasil foi um país que durante muitos anos foi evangelizado por missionários chegados sobretudo da Europa. A realidade foi mudando e o Brasil é um país que começa a enviar missionários para outros países e também para a Amazônia. Até que ponto a I Experiência Vocacional Missionária pode ajudar a que os futuros padres possam incentivar em sua vida e na vida de suas Igrejas locais essa consciência missionária? Eu tenho essa consciência de que o Brasil já recebeu muito, em toda sua história de evangelização muitos missionários ad gentes. E a gente respira, tanto na Amazônia, no Nordeste, e em outras regiões do Brasil, que teve muita contribuição de missionários que vieram de fora. Eu vendo isso, me senti interpelado a colocar-me a disposição para também sair, por isso eu fui a Moçambique. E nas Pontifícias Obras Missionárias, que tem como objetivo promover o espírito missionário universal, eu foquei muito nessa questão da missão ad gentes, que nisso eu penso que a Igreja do Brasil pode crescer muito ainda. Ela que recebeu, ela pode dar da sua pobreza, como diz o Documento de Puebla, não esperar a que aqui no Brasil tenha um número suficiente de missionários, mas enviar, não tem missão sem envio, sem saída. Tem uma expressão interessante de um padre que trabalho nas Pontifícias Obras Missionárias, que dizia que inventaram refrigerante light, os doces diet, cigarros sem nicotina, café descafeinado, e agora inventaram uma missão sem saída. Se fala muito de missão, também na Igreja do Brasil, mas precisamos crescer nas práticas, nos envios missionários. Por isso que nesses últimos anos se está insistindo muito no tema da missão ad gentes. O tema do Congresso Missionário Nacional aqui em Manaus vai ser esse: “Ide da Igreja local aos confins do mundo”. O sujeito da missão é a Igreja local, é a diocese, e abrir-se à universalidade da missão. Nisso estamos dando alguns passos e os futuros padres, nessa experiência missionária também, eles que saíram de todas as partes do Brasil, a Amazônia é considerada também um tipo de missão ad gentes. Ela é um território universal da missão, que reúne várias culturas, vários povos, e os seminaristas vindo aqui, eu acredito que vai despertar neles também essa consciência missionária. E eles voltando para suas dioceses, na Universidade, na academia, na formação, levando tudo o que eles experimentaram aqui na Arquidiocese de Manaus. Essas experiências missionárias, quando uma Igreja local envia missionários para outras regiões, outros países, sem dúvida enriquece a vida da própria Igreja. Em que podem enriquecer essas experiências missionárias a realidade das Igrejas locais, daquelas que enviaram seminaristas para esta experiência, daquelas que enviam missionários para a Amazônia ou para outros países? A Igreja que envia alguém é uma Igreja que se enriquece, porque o envio, eu o vejo como a expressão de uma Igreja missionária. Se a diocese não envia ninguém, se não tem projetos de igrejas irmãs, se não tem nenhum projeto ad gentes, ela vai perdendo seu ardor, seu fervor missionário. A Igreja se enriquece na medida que envia, que dá da sua pobreza. No Brasil são mais de 60 projetos que tem de igrejas irmãs e é uma contribuição muito grande. Eu vejo que missão…
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A Igreja da Amazônia não defrauda aos missionários

A missão alegra o coração de todo batizado, uma alegria que brota do povo, que ao acolher o Evangelho expressa alegria e gratidão, sentimentos que quem vai em missão agradece. A I Experiência Vocacional Missionária Nacional, realizada na Arquidiocese de Manaus, na Prelazia de Itacoatiara e na Diocese de Coari, acolheu 280 missionários e missionárias de todos os cantos do Brasil, uma mistura de sotaques, de raças, de modos de viver a fé. O que foi expresso no final dos dias de missão pela grande maioria dos participantes mostra que foi uma experiência que superou suas expectativas, que os missionários e missionárias não se sentiram defraudados. De fato, as avaliações dizem que foram dias de encontro, sustentando na interculturalidade, a escuta, o anúncio, o aprendizado. Uma experiência que tem provocado admiração, encantamento, gratidão, superando assim o cansaço de chegar até lugares de difícil acesso. Conhecer a realidade nos ajuda a superar preconceitos, muitas vezes presentes na mente da gente, também em relação à Amazônia, uma região e um povo desconhecido para muitos brasileiros e brasileiras, influenciados pelo que ouviram dizer. Chegar nos lugares com os sentidos atentos nos ajuda a abrir o coração e sentir com o espaço e as pessoas, com tudo o que faz parte daquele habitat. A Amazônia encanta pela sua beleza, mas acima de tudo encanta pelas pessoas que nela vivem, sinal de uma acolhida generosa. Uma experiência de vida partilhada que nos ajuda a crescer, a olhar para o outro como sinal de fraternidade. Um território que encanta pelo modo de ser do povo, por uma religiosidade que brota do chão, da vida das pessoas mais simples, que desde a fé superam as dificuldades, testemunhando a presença de um Deus encarnado. Como não sentir o desejo de ir em missão, de ir ao encontro diante dessa realidade? Como não querer partilhar a vida e a fé com pessoas que tanto nos enriquecem com seu jeito de entender a vida e de experimentar a presença de Deus no meio deles? Um povo aberto e receptivo, solidário diante da necessidade alheia. Um povo que faz realidade uma Igreja que concretiza aqui e agora a Boa Nova de Evangelho. A missão parte da encarnação, o testemunho missionário só é válido quando se tem os pés no chão, fincados na vida concreta, quando não esquece o lugar, o momento e os destinatários desse testemunho, que nasce de Deus e que quer conduzir até Deus àqueles que sentem necessidade dele em suas vidas. Sempre desde o serviço, um serviço gratuito, a exemplo do próprio Deus que dá tudo em troca de nada. É tempo de sair de nós, dos nossos lugares de conforto, das realidades que controlamos, para ir ao encontro daqueles que esperam essa palavra, esse testemunho que os faça enxergar esse Deus que está no meio de nós, no meio deles. Não tenhamos medo, nossa vida é missão e é nela que vamos encontrar esse Deus que nos faz plenamente felizes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

6 Luzes para o Caminho, passos a seguir após a I Experiência Vocacional Missionária Nacional

A I Experiência Vocacional Missionária Nacional, realizada em sintonia com a caminhada missionária da Igreja no Brasil, organizada pelo Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE), as Pontifícias Obras Missionárias (POM), a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), quer ser parte de um processo, evitando que fique num evento. Para isso, seguindo as indicações dos 280 missionários e missionárias, provenientes de todos os regionais da CNBB: cristãos leigos e leigas, seminaristas, padres, formadores, religiosos (as), juventude missionária e bispos, foram indicadas algumas luzes a partir do que viram, ouviram e sentiram. A primeira luz nos diz que “Jesus é o Missionário do Pai. Ele anuncia e inaugura o Reino de Deus. A Igreja que coopera com a missão de Deus, é conduzida e iluminada pelo Espírito”, inspirada no Evangelho de Lucas 4,14-21, e no Livro dos Atos dos Apóstolos 1,8. Tudo isso tendo em conta que “a realidade da região amazônica é mais complexa, rica e plural do que imaginávamos. A Igreja que está na Amazônia busca ser viva, ministerial e profética. É importante considerar a força da realidade e da proximidade com o povo de Deus, iluminadas pela sua Palavra, no processo de conversão: o que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da palavra da Vida, nós vos anunciamos”, algo que está inspirado no início da Primeira Carta de João. Uma outra luz faz ver que “a missão é vocação: em todos os âmbitos e lugares, necessitamos trabalhar em favor da construção de uma Igreja em saída, fortalecendo uma cultura vocacional missionária: ‘corações ardentes, pés a caminho’”, que nos diz o Evangelho de Lucas 24, 32-33. Ninguém pode esquecer que “a missão é fundamento da vocação cristã”, mais uma luz nascida desta experiência, o que leva os participantes a afirmar que “nós, seminaristas, padres, formadores(as), religiosos(as), leigos(as) e bispos, somos chamados a assumir a missão como estilo de vida: Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!”, segundo aparece no Evangelho de Marcos 16,15. A I Experiência Vocacional Missionária Nacional reconhece “a transversalidade da missão no processo formativo do discípulo missionário. A missão é natureza da Igreja, faz parte do cotidiano e deve levar ao deslocamento existencial e vocacional do cristão. Ela não se restringe a eventos, atividades ou a uma dimensão”, segundo aparece no Decreto Ad Gentes do Concílio Vaticano II. Uma missão que nasce do encontro com Jesus Cristo, “que exige oração, estudo e participação na vida da comunidade eclesial missionária. É compromisso com a própria vocação preparar-se bem para uma ‘Igreja em saída’. Nos seminários, o COMISE possibilita a cooperação, animação, articulação e a integração desses e outros elementos no processo formativo”, ideia recolhida na Encíclica Deus Caritas est do Papa Bento XVI. As Luzes para o Caminho são colocadas sob a intercessão de Nossa Senhora da Conceição, a Virgem Senhora da Amazônia, pedindo com o coração abrasado de gratidão que acompanhe os missionários e missionárias desta 1a Experiência Vocacional – Missionária Nacional neste caminho de discípulos missionários. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “O anúncio do Reino, ele não cabe em vestimentas, ele só cabe no coração, na vida das pessoas”

Um momento de receber, de agradecer. Assim definia o Cardeal Leonardo Steiner a celebração eucarística que encerrou a I Experiência Vocacional Missionária Nacional, realizada de 5 a 16 de janeiro na Arquidiocese de Manaus, a Diocese de Coari e a Prelazia de Itacoatiara, juntando 280 missionários e missionárias de 94 dioceses e várias congregações religiosas. Na homilia, ao elo das leituras do dia, o Arcebispo de Manaus afirmou que “não é tempo de jejum no anunciar do Reino de Deus. O Reino de Deus é que possibilita os encontros, o Reino de Deus é que possibilita a verdade do amor, o Reino de Deus é que leva à plena maturação”. Diante disso ele questionou “como então jejuar, deixar de anunciar, deixar de falar, deixar de pregar, deixar de levar?”. O Cardeal ressaltou que “não é tempo de jejum para quem compreendeu a Jesus, a sua vida, a sua morte e Ressurreição”. No texto do Evangelho, Dom Leonardo destacou que “esse anúncio não é possível colocar em panos velhos coisas novas, nem vinho novo em odres velhos, isto é, este anúncio, ele é único, ele é próprio, ele não cabe em recipientes, ele não cabe em vestimentas, ele só cabe no coração, na vida das pessoas, na nossa vida”. “Porque cabe na nossa vida, entra na nossa vida, é que não conseguimos jejuar, nos é dado o dom da Palavra, nos é dado o dom do testemunho, e então nos é dado o dom da missão”, disse o Arcebispo de Manaus. Uma missão que seguindo o texto da Carta aos Hebreus, “é para a consumação, é para o serviço”, o que o levou a afirmar que “toda vocação é serviço na missão. Toda missão nos dá o servir, servir na Palavra, servir no testemunho, servir no lava-pés, servir no consolo, servir na samaritaneidade, servir na fraqueza, servir no perdão, servir na misericórdia, servir na reconciliação, sempre servir, porque nascemos do povo de Deus, todos nós, nas nossas vocações, nascemos do povo de Deus, mas especialmente aqueles que se sentiram chamados, convocados, para servirem de modo próprio dentro da Igreja, nos sacrifícios, isto é, nos sacramentos”. “Isso é para a consumação, não é para desgraça, não é para desonra, não é para frustração, mas para a consumação, para a realização”, disse Dom Leonardo. Segundo ele, “não podemos jejuar se desejamos uma vida plena, plenificada, não podemos jejuar porque Ele sempre está conosco, Ele que é o nosso anúncio, Ele que é a nossa Palavra, Ele que é o nosso testemunho”. Com relação a sua história pessoal, o Cardeal Steiner relatou como em sua paróquia, sendo coroinha, tinha um frade que foi missionário, e gostava de reunir os coroinhas e contar as histórias de missão dele. Histórias que encantavam os coroinhas e foi despertando em algum deles o desejo da missão, dizendo que o seu sonho de menino era ser missionário na África, continente onde só pisou uma vez. Dom Leonardo disse que a frustração na sua vida foi que o sonho de menino não se realizou. Uma missão que se concretizou em sua nomeação como Bispo da Prelazia de São Felix do Araguaia. “Lá é que a Amazônia me encantou, o modo de ser do povo, das comunidades, essa religiosidade quase esquecida e mesmo às vezes negada”, disse o Cardeal. Uma Igreja no Brasil que foi crescendo na missionariedade, algo que ele percebeu em seus 8 anos como Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), crescendo na consciência missionária, “e como nós fomos percebendo que realmente a missão da Igreja é evangelizar”, destacando os textos que mostravam “o desejo de sermos uma Igreja em missão”, em missão permanente segundo recolhe o Documento de Aparecida, sermos discípulos missionários. Um tempo em que desejou ir para a Amazônia, sendo nomeado Arcebispo de Manaus, que segundo Dom Leonardo, “alguns acharam que tinha sido castigo, mas era minha realização”. Nesse ponto, ele destacou “como as comunidades são acolhedoras, como os leigos estão presentes na Igreja, mulheres e homens”, algo vivenciado durante a experiência missionária. O Arcebispo de Manaus destacou a receptividade, a fé do povo, as necessidades de pobreza, de fome, que existe em muitas das comunidades, “mas como existe solidariedade, eu nunca vi tanta solidariedade como aqui no tempo da pandemia, algo emocionante”, insistiu.   Uma Igreja que tenta caminhar a partir dos sonhos da Querida Amazônia, “uma caminhada que a nossa Igreja na Amazônia já vem fazendo há muito tempo desde o Documento de Santarém”, afirmou Dom Leonardo. Ele vê esses 4 sonhos como “verdadeiras dimensões de um modo de evangelizar, um modo da Igreja ser missão. Não deixar nada de lado, tudo missionado, tudo pensado, tudo refletido, tudo rezado, mas especialmente uma Igreja profundamente encarnada”. Daí animou os missionários e missionárias a “se encarnar onde Deus deu a graça de viver”, sem esquecer que “nós saímos do povo e voltamos para o povo para servir, servir em missão”. O Arcebispo de Manaus chamou os participantes da experiência a levar consigo a alegria, a levar uma teologia que nasce da dor do povo, que ele vê como “uma riqueza para nossa pobreza”, destacando o fato de que tudo é feito na fé, de que o Reino de Deus está presente, que vivem do Reino de Deus. “Uma teologia que precisamos entender”, insistiu, fazendo um chamado aos seminaristas a que sirvam ao povo, “ser padre não é um status, estamos ao serviço do Reino. O serviço nos realiza, é a maturação da nossa vida”. Aos formadores participantes da experiência, a quem agradeceu pela sua presença, os convidou a “pensarmos o processo formativo a partir da missão da Igreja”, pedindo a todos que “Deus nos dê a alegria de vivermos o Reino de Deus, que Ele nos dê a alegria de testemunha-lo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Admiração, encantamento, gratidão resumem a I Experiência Vocacional Missionária Nacional

A Missão é uma vocação na Igreja, disse Dom Leonardo Steiner aos participantes da I Experiência Vocacional Missionária Nacional que está sendo encerrada em Manaus, depois de mais de uma semana de “levar a Palavra de Deus, de ser uma presença da Palavra de Deus” em centenas de comunidades da Arquidiocese de Manaus, a Prelazia de Itacoatiara e a Diocese de Coari. O Cardeal agradecia aos 280 missionários e missionárias pela presença nessas Igrejas da Amazônia, explicando brevemente o jeito de ser Igreja na Arquidiocese de Manaus, onde as Áreas Missionárias se tornaram o modo de ser presença do Evangelho na vida do povo. Uma experiência missionária que é fruto de um processo já realizado, de diferentes experiências missionárias em nível diocesano e regional com seminaristas, segundo explicitou Dom Maurício da Silva Jardim, Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga. O Bispo, que foi Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) por 6 anos, enfatizou que as POM buscam promover o espírito missionário na Igreja de cada país, e fez ver que a experiência vivida nasceu com o protagonismo dos seminaristas que decidiram realizar um Congresso, buscando uma reflexão sobre a missão, e esta práxis missionária. Os missionários e missionárias chegaram de todos os cantos do Brasil, 94 dioceses e várias congregações religiosas, com diferentes expectativas, que se uniram àquelas dos organizadores da experiência, com as que buscaram crescer como pessoas e como seguidores de Jesus, segundo o Padre Zenildo Lima. O reitor do Seminário São José de Manaus foi relatando as expectativas surgidas dos objetivos da experiência, em relação com a comunhão com a Igreja, com a caminhada vocacional, um elemento importante dado que a Igreja do Brasil está realizando o III Ano Vocacional, conhecer a realidade da Amazônia, aprender a caminhar com os outros, uma expressão de sinodalidade, e o que a experiência significa na caminhada formativa dos seminaristas. Uma experiência de encontro, sustentando na interculturalidade, a escuta, o anúncio, o aprendizado, segundo fez ver o Padre Zenildo Lima. Uma experiência que tem provocado admiração, encantamento, gratidão, superando assim o cansaço de chegar até lugares de difícil acesso. Daqui para frente, o importante é entender, seguindo as palavras do Livro do Atos dos Apóstolos, que “Não podemos deixar de falar o que vimos e ouvimos”, algo que leva a refletir sobre como o vivido nesses dias pode ajudar, incidir, iluminar a vida dos missionários e missionárias. Nesse sentido, os COMISEs, uma realidade cada vez mais presentes nos seminários diocesanos e nas casas de formação de diferentes congregações religiosas, segundo disse Ítalo Dalton, coordenador nacional, podem ajudar a avançar nessa vivência missionária por parte daqueles que um dia serão os presbíteros da Igreja do Brasil, superando estereótipos e preconceitos que dificultam a concretização dessa vivência missionária. De volta para a Diocese de Joinville (SC), Mateus Siedschlag disse levar “muito aprendizado, aprendizado com o povo, com a cultura e principalmente quebra de paradigmas, porque a gente vem, querendo ou não, com uma visão que a gente tem de lá”. O seminarista do segundo ano de Teologia que visitou a Amazônia pela primeira vez, afirmou que “lá se fala muito dos problemas que tem aqui, das dificuldades e das caraterísticas, das qualidades também, mas quando a gente vem para cá e vivencia, então a gente vê realmente que tem sim dificuldades, mas também não são tão como aparece lá”. Ele, que participou da experiência da Área Missionária São José do Rio Negro, destacou as muitas ações que são realizadas na Igreja de Manaus, “especialmente nas áreas missionárias onde a Igreja tenta atender, da forma que consegue, mas busca tentar solucionar os problemas e também levar a evangelização, a Palavra de Deus”. O coração de Sildo Morais já ardia desde que foi anunciado o processo de inscrição para esta Experiência Missionária Pés a Caminho. O seminarista da Diocese de Caxias (MA), chegou em Manaus carregando “a experiência do meu povo”, de uma outra região da Amazônia. Ele está levando “a acolhida generosa desse povo e aquilo que cada experiência vivida na comunidade me ensinou para esse processo formativo, para minha dimensão futuramente como sacerdote”. Ele, que acabou recentemente a Teologia, insistiu em que “não existe sacerdócio sem a dimensão pastoral, sem a dimensão missionária”. A experiência missionária ajudou a descobrir uma Igreja ministerial, com grande importância dos leigos, das mulheres, um povo que acolhe, generoso. Também foi momento de partilha de estilos de vida, de modos de viver a fé nas diferentes regiões do Brasil, momento para que os futuros presbíteros tenham abertura a todas as realidades que fazem parte da Igreja universal. Foi pedido que esta experiência e a missiologia se tornem algo ordinário no processo formativo dos futuros padres, um eixo transversal, ajudando a entender que a Igreja é muito mais do que a própria diocese. De fato, foi denunciada a pouca presença e incentivo da missão nos processos formativos. Nesse sentido, Dom Leonardo Steiner insistiu em “processos formativos que levem a ser missionários, não celebrantes de sacramentos”, e junto com isso que tudo no processo formativo é para a missão, para o bem do povo de Deus, buscando não uma Igreja de conservação e sim uma Igreja em saída, uma Igreja missionária. Os missionários e missionárias viram, escutaram e levam muitas experiências que irão enriquecer sua vida, experiências que também ajudarão às comunidades locais a refletir e crescer. Mas acima de tudo, esta experiência, que quer ser estabelecida como algo a ser continuado, cobra maior sentido no pedido que os seminaristas fizeram aos formadores, aos bispos, à Igreja do Brasil: Não deixem a missão de lado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Para degustar Deus não bastam as palavras, nem ritos, não bastam os conceitos, nem os discursos teológicos”

O encontro de Jesus com João; o encontro de João com Jesus é o ponto de partida da reflexão do Cardeal Leonardo Steiner no 2º Domingo do Tempo Comum. “João a batizar com água, Jesus a batizar com o Espírito! O preparador que reconhece o Messias e anuncia o tempo novo do Espírito. Jesus o anunciado que agora se anuncia e envia o Espírito Santo”, afirmou o Arcebispo de Manaus.  Falando sobre a conversão, ele disse que “o batismo que Jesus nos oferece, não é um banho externo parecido com as águas do rio Jordão. O batismo novo é do Espírito, um banho interior. O banho interior que comunica o Espírito que penetra, impregna e transforma o coração. Este Espírito é o Espírito da vida!”. É por isso que “Deixar-se batizar por Jesus, significa acolher o Espírito como fonte da vida nova”. Um Espírito de Jesus que “é o do amor, capaz de libertar da covardia, do egoísmo, dos nossos interesses meramente pessoais, do nosso bem-estar, do eu que nos aprisiona e reduz. Esse Espírito nos impregna do amor cordial, da partilha, da compaixão, da redenção, da floração da vida”, destacou o Arcebispo de Manaus. Segundo o Cardeal “o Espírito de Jesus é um espírito de conversão. Significa deixar-nos transformar por essa vida nova que tudo ressignifica e transforma. Aprender a viver com a sensibilidade de quem aprendeu o sentido da solidariedade, da cordialidade, da caridade”. Um Espírito que “desperta o melhor que há em cada um de nós, em cada comunidade, na Igreja. Concede um coração novo com maior capacidade de ser fiel ao Evangelho, ser fiel ao acolhimento das fraquezas pessoais e do próximo. Supera a violência, a agressão, a destruição” ressaltou.  Citando as palavras do novelista Julien Green em relação a nossa indiferença, onde diz que “todo mundo acreditava, mas ninguém gritava de assombro, de felicidade ou espanto”, Dom Leonardo disse que “nós cristãos nem sempre nos damos conta da apatia e indiferença que vai tomando conta da nossa vida interior, vai se apagando o fogo do Espírito”. Segundo Dom Leonardo, “temos a impressão de que fomos batizados com água e ainda não fomos batizados com o Espírito Santo e fogo”. “Às vezes continuamos a repetir o que aprendemos na catequese, o que os outros nos disseram, o que lemos na superficialidade de certos textos, mas falta a experiência de Deus. Muitas vezes, nos servimos de uma moral, nos servimos de determinadas ideologias, mesmo aquelas que afirmamos serem do espírito, mas falta uma relação de filha, de filho com Pai”, advertiu o Arcebispo de Manaus. Não podemos esquecer que “a vida do Evangelho não é um livro de determinações, mas livro da vida, livro da conversão, da transformação, da vida nova, do serviço, da dedicação aos pobres. Se o Evangelho apenas indicasse a assistência social, seria de grande valor, de sentido, mas indica um caminho extraordinariamente fecundo: uma relação de filhos e filhas de Deus entre nós. O outro não é objeto, posse, mas um irmão, uma irmã”, insistiu. “Podemos ser pessoas boas que cumprem fielmente e de modo admirável as nossas práticas religiosas e nossas orações, mas acabamos não conhecendo ao Deus vivo e verdadeiro que alegra a nossa vida e a transforma, liberta, amadurece, transfigura”, afirmou Dom Leonardo.  O Cardeal Steiner fez ver que “pode ser que seguimos escutando e repetindo as palavras de Jesus como vindas ‘do exterior’. Quase não nos detemos a escutar sua voz interior, essa voz amistosa e estimulante que ilumina, conforta e faz crescer em nós a vida do Reino. Dizemos de Deus palavras maravilhosas, admiráveis, mas pouco nos ajudam a pressentir Deus com proximidade e assombro, como essa Realidade na qual nos sentimos vivos e seguros, nos sentindo amados sem fim e de maneira incondicional”. Por isso, ele insistiu em que “para degustar Deus não bastam as palavras, nem ritos, não bastam os conceitos, nem os discursos teológicos. É necessária a experiência de termos sido encontrados amados, amadas. Que cada um de nós se aproxime da Fonte e beba”, citando palavras de Pagola. Refletindo sobre o ouvir e o falar, o Arcebispo de Manaus fez ver que também “falamos com o olhar, falamos com as mãos, falamos com o andar, com o rosto; toda a nossa pessoa fala. Fala como estamos, fala o que somos. O Espírito não fala em próprio nome. Fala sempre o que ouve. Ele é plena receptividade e plena doação de vida no falar e no ouvir”.   O Espírito fala “o que ouve do Pai, mas ouve também o Filho e fala o que ouve do Filho. Ele não fala por si mesmo, mas fala o que ouve”, afirmou, questionando: “Que fala é essa que o Espírito ouve e anuncia? Que fala é essa que deixou de ser nosso modo usual de fala?”. Afirmando que Deus é amor, ele insistiu em que “a sua única fala é a fala do amor, a sua fala é amor. É o amor rege a vida da Trindade”. Daí o Cardeal insistiu em que “nossa vida nasceu e renasce na graça do amor que nos gerou e nos concede a escuta e as palavras da fraternidade, da irmandade”. Comparando o Espírito que o Batismo de Jesus nos concede e o espírito que estamos a viver em diversas realidades da nossa pátria, o Arcebispo de Manaus destacou que “o Espírito do batismo e da pregação de Jesus não é o da agressão, da depredação, da confusão, da agressão, da deposição, da violência, da destruição que vimos e ouvimos. O Espírito que anuncia o futuro, ‘as coisas futuras’, é muito diferente daquele que anda a soprar em determinados locais e mentes”. Olhando para a atual realidade no Brasil, Dom Leonardo denunciou que “o Espírito que ouve e diz cria a fraternidade, oferece a conciliação, observa o respeito, desperta a cordialidade, cuida a urbanidade e cultiva as diferenças. Nada de destruição do outro, nada de ideologização da convivência, nada de destruição com notícias falsas, nada de fazer valer pela força,…
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Dom Michele Tomasi, Bispo da Diocese de Treviso (Itália), visita Diocese de Roraima

Dom Michele Tomasi, Bispo da Diocese de Treviso (Itália), está visitando a Diocese de Roraima, onde nesta sexta-feira, 13 de janeiro, foi entrevistado pela Rádio Monte Roraima FM, a Rádio da Diocese. Acompanhado do padre Lúcio Nicoletto, administrador diocesano da Diocese de Roraima, Dom Michele, falou sobre sua visita ao extremo norte do Brasil, onde o Bispo disse que se sente muito bem, e já sentia boas energias antes de chegar no Brasil. Segundo Dom Michele Tomais, “eu já sentia isso antes de chegar aqui, mas, realmente quando eu cheguei aqui, me senti muito acolhido. É muito, muito lindo e agradeço porque tudo aquilo que estou experimentando, me faz ter certeza de que realmente aquilo que eu já estava sentindo, é real. Estou bastante entusiasmado, isso me faz muito bem”. O padre Lúcio explicou sobre novos projetos de parceria entre a Diocese de Roraima e a Diocese de Treviso, ressaltando que a presença de Dom Michele Tomasi ajudará no acompanhamento pastoral de algumas comunidades. “Uma equipe começará a trabalhar aqui na nossa Diocese de Roraima assumindo a área missionária de Pacaraima, Amajari e ajudando também o acompanhamento pastoral de algumas comunidades que a gente conhece melhor com Santa Helena. Então, nós acolhemos esse projeto que já faz três anos que estava em gestação. E agora com a presença de Mons. Michele isso já nos dá a possibilidade de que esse projeto, que é um sonho, vá se realizar” explicou o administrador diocesano. O Bispo da Diocese de Treviso disso que estava com vontade de vir para o Brasil há três anos, mas por conta da pandemia teve que adiar. “Eu sou bispo há três anos em Treviso, eu estava com vontade de vir desde antes da pandemia. Agora retomando eu estou indo aqui dar uma passadinha rápida porque eu pretendo visitar também os demais locais das nossas Dioceses, e daqui estou indo para o Paraguai” finalizou Dom Michele. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da Diocese de Roraima

Conceição Silva: “Estar em pecado é quem entra na lógica desse sistema pecaminoso que calunia e difama”

No início do Tempo Comum, após as festas da Epifania e do Batismo de Jesus, que neste ano será marcado pelo Evangelho de Mateus, Conceição Silva, nos faz ver que “ele apresenta Jesus como Mestre da Justiça anunciando a chegada do Reino de Deus“. Segundo a membro das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, “para os primeiros cristãos Jesus é o Cordeiro Pascal que doa sua vida como servo e liberta seu povo do cativeiro”. Falando do Evangelho deste domingo, ele diz que “ressalta a figura de João Batista que nos confirma que o amor de Deus marcou para sempre nossas vidas. Não há mais razão para ficarmos triste ou amargurados, pois, Deus está conosco, Ele está no meio de nós”. Algo que se faz presente no fato de que “João reconheceu Jesus ao batizá-lo dizendo: ‘eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’”. “Hoje para nós estar em pecado é quem adere ao sistema de corrupção, destruição, desamor, enfim quando se torna colaborador de todos os males dessa sociedade”, afirma Conceição Silva. Por isso, ela insiste em que “estar em pecado é quem entra na lógica desse sistema pecaminoso que calunia e difama as pessoas que se engajam na promoção de um mundo mais justo e solidário. Os que lutam para eliminar os pecados desse mundo tão desigual, é que são fortalecidos com a presença do Cordeiro”. “Toda a vida de Jesus é animada pelo Espírito Santo que unge para a missão de comunicar a vida e o amor fiel de Deus. Ele assumiu verdadeiramente o Espírito do Pai ao ponto de se intensificar com Ele, pois o seu Batismo no Espírito Santo, comunica o amor de Deus a quem adere ao seu projeto de vida”, segundo a leiga. Ela insiste em que “o Espírito Santo também descansa sobre nós, pois precisamos de sua assistência, é ele quem revela Cristo e quem confirma para nós as obras que em nós são realizadas, é ele quem nos motiva a desempenhar a nossa missão aqui na terra e dá testemunho, que deve ser baseado na nossa vivência diária. Na medida que vamos assumindo nossa condição de filhos e filhas de Deus, tornando-nos também pessoas divinas”. Falando da vida, ela afirma que “em nossa realidade hoje precisamos averiguar se o testemunho que estamos dando ao mundo é realmente o de alguém que vive pleno do Espírito Santo ou de quem o guarda e não se importa com Ele. Para nós o testemunho do cristão não pode ser apenas o anúncio de que Deus nos salva em Jesus, mas deve ser antes de tudo sinal concreto de uma nova vida, fazendo de nós colaboradores da nova criação, de um novo céu e uma nova terra, onde o cordeiro quer nos conduzir”. Em relação com a Igreja, Conceição Silva destaca que ela “é sempre chamada a fazer o que São João Batista fez, mostrando a humanidade do Cordeiro que se opõe as maldades do mundo”. Nesse sentido, “o percurso sinodal da Igreja, que está atualmente em andamento, nos proporciona um ambiente favorável para somar forças, em busca de um mundo mais humano e fraterno nesses tempos de tantos desafios em consequência da pandemia, da insegurança alimentar e principalmente as constantes ameaças ao nosso sistema democrático de direito”. Finalmente, ela convida a rezarmos pelo Sínodo da Igreja: “Vem Espírito Santo, tu que suscitas novas linguagens e põe palavras de vida em nossos lábios. Livra-nos de nos tornamos uma Igreja museu, bela, mais muda, com muito passado, mais pouco futuro. Vem no meio de nós, para que na experiência sinodal, não nos deixemos vencer pelo desencanto, a profecia não dilua, não acabemos por reduzir tudo a discursos estéreis. Vem, Espírito de Amor, abre os nossos corações à escuta, vem Espírito de Santidade, renova o santo povo fiel de Deus, vem Espírito Criador, renova a face da terra. Amém”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1