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I Experiência Vocacional Missionária Nacional: “Experiência de encontro e de enriquecimento eclesial”

A Igreja de Manaus acolhe de 5 a 17 de janeiro de 2023 a I Experiência Vocacional Missionária Nacional, que contará com a participação de quase 300 pessoas dos 19 regionais em que se divide a Igreja do Brasil entre seminaristas, formadores, bispos, religiosas e jovens vinculados à Juventude Missionária. Uma iniciativa que envolve diversos organismos da Igreja (Pontifícias Obras Missionárias, Pontifícia União Missionária, Juventude Missionária, Conselhos Missionários de Seminaristas, Organização dos Seminários do Brasil) e se insere dentro da dinâmica do III Ano Vocacional. “A experiência missionária, ela foi pensada a partir de uma organização dos conselhos missionários de seminaristas do Brasil e espera ser uma animação missionária com esse novo estilo de uma pastoral que tenha como eixo central a missão para todos esses que serão os futuros presbíteros da Igreja no Brasil, e ao mesmo tempo quer ser uma integração da realidade missionária da Igreja que está no Brasil”, segundo o diácono Mateus Marques, que faz parte da Equipe de Coordenação. Uma experiência que segue a reflexão do IV Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, “onde se abordou a questão da missão, se abordou a questão particular da missão ad gentes, mas se abordou a questão do paradigma da missão relacionado com o processo de formação presbiteral”, lembra o Padre Zenildo Lima. Segundo o Reitor do Seminário São José de Manaus, onde se formam os futuros presbíteros das 9 igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “naquela ocasião, sobretudo a partir dos próprios formandos, havia uma disponibilidade, senão uma interpelação, para que esse dinamismo missionário não fosse simplesmente um acréscimo, mas fosse um referencial norteador para a formação presbiteral”. Se busca essas iniciativas de caráter missionário que “de fato constituam oportunidades para que o formando assimile que a sua identidade, mesmo enquanto presbítero diocesano, mesmo enquanto incardinado em um Igreja local, seja de um homem servidor da Igreja, servidor da missão, que tenha como horizonte o Reino de Deus”, destaca o Padre Zenildo. Lembrando a Conferência de Aparecida, ele destaca que “a missão se torna paradigma para a formação presbiteral”. Uma experiência que acontece na região amazônica, e que deve nos levar a refletir sobre o fato que “desde o Sínodo da Amazônia em 2019, aliás todo o processo de construção do Sínodo, os olhos se voltam para nós, não somente como um espaço, um ambiente e uma realidade de muitos apelos missionários”, coloca o reitor do Seminário São José. Nesse ponto, ele insiste em que “é bom reconhecer também que aqui existe uma eclesialidad, uma identidade eclesial bastante aproximada daquela perspectiva da Evangelii Gaudium”. Por isso, “escolher a Amazônia para esta experiência não se dá somente por causa das necessidades evangelizadoras desse lugar, mas senão também a partir da riqueza desta identidade eclesial, eclesiológica, que pode ser compartilhada com outras perspectivas que os formandos têm a partir das experiências de suas Igrejas locais”, segundo o Padre Zenildo. Ele ressalta que os participantes da experiência missionária, “eles vêm para cá para essa experiência de missão, que é sempre um anúncio, mas também vêm para cá para uma experiência de encontro e de enriquecimento eclesial”. Uma dimensão que também é destacada pelo Diácono Mateus, que afirma que “existe um espírito da Igreja na Amazônia que está muito atrelado a esse estilo da sinodalidade, do encontro e da partilha que eu penso que é uma experiência vivida pelas comunidades”. Nessa perspectiva, ele destaca que “os seminaristas aqui encontrarão esse jeito de ser, essa eclesiologia muito própria da região, que pressupõe a partilha, o diálogo e a escuta nas comunidades”. Por isso, ele insiste em que “pode ser que alguém venha com a ideia e com interesse de querer vir entregar alguma coisa, mas eu penso que eles serão encontrados pela realidade da Igreja na Amazônia”. A experiência missionária acontecerá nas comunidades das áreas missionárias, um claro exemplo de sinodalidade, de ministerialidade, de uma Igreja com rosto laical e feminino. Nesse sentido, o reitor do Seminário São José insiste em que “a formação presbiteral tem que se reconstruir na chave da sinodalidade, uma formação que tenha a participação de outros sujeitos”. Segundo ele, “pensar na formação presbiteral sinodal é pensar em formar presbíteros como homens de diálogo e como homens de uma ministerialidade que se insere no corpo ministerial da Igreja, não em pequenos monarcas, mas em ministros que participam do serviço da Igreja, que também é desenvolvido a partir de outros ministérios, como aqueles dos cristãos leigos e leigas”. Isso fez com que “a escolha dos lugares aqui, primeiro foi para tentar dar uma aproximação da nossa realidade ribeirinha e de periferia, mas também para um encontro com essas comunidades eclesiais que têm outro dinamismo, e dentre esse dinamismo a questão do protagonismo do laicato. Para que o presbítero seja formado como homem cujo ministério vai ser um ministério de articulação do corpo ministerial da Igreja”, destaca o Padre Zenildo Lima. Ele lembra o que foi refletido na Assembleia Eclesial de América Latina e o Caribe, “a superação dessa chaga do clericalismo que vem avançando na Igreja”. É por isso que “experiências assim, deste contato, deste encontro e desta acolhida da riqueza ministerial da Igreja é uma ferramenta muito importante”, ressaltou. Uma experiência que pode abrir essa perspectiva de que “aqueles que hoje são seminaristas possam colaborar na missão da Igreja da Amazônia no futuro”, segundo o Diácono Mateus. Ele afirma que “pode ser um indicativo de um jeito de ser Igreja também nas suas realidades. Mais do que uma forma de atrair para cá os missionários, mas também de exportar o modo como a Igreja se organiza, o modo como a Igreja está presente na região amazônica, ali nos seus espaços”. Ele diz que “é verdade que tem muitos até angustiados por não saber nada da região, muito preocupados com o que vão encontrar aqui, mas eu penso que nessa dinâmica da presença deles aqui para um futuro, eu acho que o jeito da Igreja na Amazônia vai estar…
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Cardeal Leonardo Steiner: Papa Bento XVI, “Um fiel seguidor de Jesus! Homem de Igreja!”

“Papa Bento XVI foi um fiel seguidor de Jesus! Homem de Igreja!”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner pouco depois da morte do Papa eleito aos 19 de abril de 2005. O Arcebispo de Manaus lembrou que no momento da sua eleição, o Papa Bento apresentou-se como “simples humilde trabalhador na vinha do Senhor”, sentindo-se “consolado pelo fato do Senhor saber trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes”. No momento da sua renúncia, anunciada aos 11 de fevereiro de 2013, “despediu-se, agradecido, como ‘simples peregrino iniciando a etapa final de sua peregrinação nesta terra’, que terminou no dia de hoje”, destacou o cardeal Steiner. Da sua trajetória como Papa, ressaltou que “as catequeses, os escritos permanecem como ensinamentos, como obra teológica e catequética de inspiração”. Dom Leonardo definiu Bento XVI como “o Papa do amor!”, lembrando a Encíclica Deus caritas est, que “é um dos textos que acorda para a essência da vida humana, mas também da fé. Buscou apresentar os fundamentos da fé, especialmente ao retomar o mistério da encarnação e a fé como encontro”. Dos encontros com o Papa Bento XVI, o Arcebispo de Manaus ressaltou a sua afabilidade, que “permanece como sinal de sua personalidade, colegialidade e comunhão”. Em entrevista à Rádio Rio Mar da Arquidiocese de Manaus, ele lembrou um encontro com o Papa hoje falecido por ocasião da visita ad limina, sendo Bispo da Prelazia de São Felix do Araguaia. Naquele momento, Dom Leonardo disse ter ficado impressionado com uma pergunta em relação aos povos indígenas: “eles têm terra suficiente?”. O cardeal Steiner disse que depois até comentou com Dom Pedro Casaldáliga, “dizendo que ele tem uma percepção, ele tem uma sensibilidade e ele sabe que a terra para os povos indígenas é essencial, é a casa, é o lugar, é a morada, é a terra, mas é mais do que a terra, é o lugar da vida, do encontro”. Por isso, o Arcebispo de Manaus insistiu em relação ao Papa Bento XVI que “distante de todas essas questões, ele estava atento a questões tão importantes para os povos indígenas como era a questão da terra”. Igualmente, o cardeal destacou em seu Ministério Petrino que “serviu à causa da paz, do ecumenismo, da dignidade da pessoa humana, na fidelidade ao Concílio Ecumênico Vaticano II”. Um Papa que “viveu em um tempo muito difícil, das denúncias de pedofilia, de abusos sexuais, e ele tentou dar passos, ele deu passos, ele buscou enfrentar a questão de maneira muito digna. Também foi ele que começou uma reforma profunda dentro do Banco do Vaticano, foram realmente momentos muito exigentes para um homem que era um intelectual”. Dom Leoanrdo insistiu em destacar que estamos diante da figura de “um grande Papa, nós somos muito agradecidos a Deus por ele ter dado Bento XVI”. Após sua renúncia, “percebendo que não tinha mais condições de estar a frente da Igreja no Ministério Petrino”, Dom Leonardo Steiner afirmou que o Papa Bento XVI “continuou a servir a Igreja como Papa Emérito estando em comunhão com Papa Francisco, oferecendo a sua vida pela Igreja”, destacando desse tempo de Papa emérito que “permaneceu ali, como alguém que é fiel à Igreja, como alguém que é obediente ao Papa Francisco, essa obediência colegial, essa obediência ministerial que ele expressou de maneira tão bonita”. Finalmente, o cardeal Steiner afirmou que “unidos a Papa Francisco, rezamos agradecidos pela vida e pelo ministério de Bento XVI e que ele seja recebido no amor da Trindade Santa”, pedindo que “ele possa participar da glória da Vida, do Amor, da Trindade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Verônica Rubi: “Louvar e Glorificar a Deus, preciosas atitudes de quem percebe a vida como um dom”

Na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, que acontece neste domingo 1º de janeiro, Verônica Rubi nos faz ver que “continuamos a contemplar o mistério do Natal, o Deus conosco, o Jesus menino, o recém-nascido deitado na manjedoura que recebeu a visita dos pastores depois do anuncio dos anjos, eles contaram o que lhes fora dito sobre o menino”. A missionária na Diocese de Alto Solimões mostrou que “Maria guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. Maria, mulher prudente, atente e disponível ao querer de Deus”. Guardar e Meditar, nos lembra, dizendo que “Maria ensina-nos a viver com atenção o momento presente, a voltar a passar pelo coração as experiencias da vida cotidiana, os presentes que as relações com os outros nos deixam: palavras, atitudes, olhares, silêncios das relações interpessoais. Nos ensina a viver com um olhar de fé, como quem procura perceber a presença de Deus em cada situação da vida”.   Comentando a passagem do evangelho, Verônica nos mostra que “os pastores voltaram a suas atividades habituais, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido”. Ela considera que “Louvar e Glorificar a Deus, preciosas atitudes de quem percebe a vida como um dom, com tudo que ela traz de bom e de desafio. Louvar a Deus na felicidade pode ser fácil, mas louvá-lo na dificuldade, é só para quem já descobriu que Seu Amor de Pai não produz o mal, não manda provações, não quer nosso sofrimento, Seu Amor se manifesta também na dificuldade sendo sustento na dor, conforto nas privações, por isso podemos louvá-lo e glorificá-lo sempre e a todo momento”.    Em relação ao Dia Mundial da Paz, Verônica Rubi diz que “a liturgia nos lembra na primeira leitura a benção de Deus sobretudo o criado, que essa Benção chegue a nossas vidas, famílias, lugares de trabalho, preocupações, como o Amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”. Ela lembra algumas palavras do Papa Francisco na Mensagem deste dia, que se repete por mais de 50 anos, nos fazendo ver já no título que “Ninguém pode salvar-se sozinho”. No texto aparece que “é urgente buscar e promover, juntos, os valores universais que traçam o caminho da fraternidade humana… Só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado nos pode ajudar a superar as crises pessoais, sociais e mundiais”, e junto com isso que “devemos repensar-nos à luz do bem comum, com um sentido comunitário, como um ‘nós’ aberto à fraternidade universal”. Por isso a missionária considera que “as reflexões do Papa no início deste novo ano são um programa de vida para alcançar a Paz, e Juntos construir a tão desejada Fraternidade universal”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom José Albuquerque: “Eu preciso antes de tudo respeitar a caminhada da Igreja local e colocar-me numa atitude de escuta”

Depois de seis anos e meio como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus, no dia 21 de dezembro de 2022, o Papa Francisco nomeou Dom José Albuquerque de Araújo como Bispo da Diocese de Parintins, sendo marcado o início de sua nova missão para o dia 12 de fevereiro de 2023. Uma nomeação que Dom José está vivendo “com alegria e tristeza, tristeza no sentido de que quando fui ordenado bispo, eu já sabia que eu poderia ser chamado para servir em outro lugar”. O Bispo eleito da Diocese de Parintins lembra sua grande ligação com a Arquidiocese de Manaus, “toda minha vida até hoje foi ligada à vida da Igreja aqui”, o que o leva a afirmar que tem ficado com o coração apertado, vivendo o convite para seu novo serviço “como um turbilhão de emoções, alegrias, tristezas, uma grande satisfação porque vou poder continuar na Amazônia, mas por outro lado tenho que me desligar da família, dos amigos”. Dom José Albuquerque diz ter em relação à sua nova diocese “bastante proximidade e identificação, a começar do bispo, Dom Giuliano. Quando era padre aqui em Manaus, ele nos ajudou muito nas periferias, os missionários do PIME (Pontifício Instituto de Missões Estrangeiras), sempre foram uma presença muito importante na Igreja local, aqui em Manaus”, lembrando que ele participou da ordenação episcopal de Dom Giuliano Frigenni acontecida na Catedral de Manaus em 1999. O novo bispo mostra sua alegria em “poder dar continuidade e conviver com ele, porque o convite já foi feito para que ele pudesse continuar em Parintins, pela sua experiência, pela sua relação de mais de 20 anos que está lá”. Junto com isso afirma já se sentir envolvido com a vida da Igreja local, lembrando que “a maioria dos padres que estão lá, foram nossos formandos aqui no Seminário (Dom José foi formador e reitor do Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e os padres que já têm mais de 20 anos de ministérios foram meus colegas como seminaristas, um ou outro que eu não convivi, eu me sinto muito em casa”. De fato, Dom José se mostra impressionado com a acolhida das pessoas, lembrando que em Manaus tem muitos parintinenses e dos municípios que fazem parte da diocese: Nhamundá, Barreirinha, Boa Vista do Ramos e Maués. A Igreja de Parintins sempre teve uma relação muito próxima com Manaus, vários bispos trabalharam como padres missionários na Arquidiocese, lembra o bispo. Alguém que tem trabalhado a dimensão vocacional como padre e como bispo, vai para uma diocese com um bom número de padres locais, reconhecendo que a Diocese de Parintins, “ela nasceu da ação missionária dos padres e das religiosas que vieram de fora, e sempre teve muito essa preocupação de formar o clero local”, sendo uma das dioceses da Amazônia com um número expressivo de padres incardinados. Segundo Dom José, o desafio, ainda mais neste Terceiro Ano Vocacional que a Igreja do Brasil vive, “é continuar nessa animação ajudando que cada deles se torne perseverante, possam continuar na formação permanente e possam ajudar a formar a Igreja para que a Igreja de Parintins também seja missionária, termos missionários de Parintins que possam ajudar em outras regiões do Brasil e do mundo”, recordando que já tem missionários e missionárias nascidos na diocese em outros países. Dom José insiste em que “precisamos incentivar e ajudar a criar essa cultura vocacional, fazendo com que as lideranças leigas, todo mundo possa trabalhar nesse mesmo projeto da evangelização e que neste Ano Vocacional possamos ter muitos frutos”. O bispo lembra que a Diocese de Parintins tem 11 seminaristas, a final de janeiro acontecerá mais uma ordenação presbiteral, e mais um concluiu o curso de Teologia recentemente. Também lembra as comunidades religiosas, muito inseridas na pastoral, morando no interior da diocese, o que “mostra essa dimensão profética da Vida Consagrada”. O Bispo eleito insiste em seu desejo de que “a Igreja de Parintins possa ser uma Igreja aberta, que possa valorizar todos os ministérios, todos os carismas”, destacando que “a Igreja da Amazônia é caracterizada por esse protagonismo dos leigos e dentre estes temos o papel das mulheres, que é fundamental para a animação das comunidades”. Ele insiste em seguir nesta linha, “que o Ano Vocacional também ajude a cada um dos cristãos leigos e leigas a se sentirem chamados e envolvidos na construção dessa história, valorizando todos os ministérios”. Nesse sentido, Dom José lembra da presença do diaconato permanente, da realidade das comunidades indígenas, que ele vê como uma riqueza, mas que “nos coloca nessa atitude de poder escutá-los e poder perceber que as lideranças dessas comunidades indígenas precisam ser ajudadas e apoiadas para que eles possam levar adiante os projetos da evangelização. Não recebam de fora, mas que possam surgir dentro dessas comunidades, até mesmo vocações ao ministério ordenado e à Vida Consagrada”. O Bispo lembra que “a presença da Igreja nas comunidades indígenas, para nós sempre foi muito valioso e prioritário, isso que eu quero continuar”. Ser o primeiro bispo amazonense depois de quatro bispos italianos na Diocese de Parintins, é visto por Dom José Albuquerque desde sua história pessoal, filho de migrantes, evangelizado numa comunidade paroquial animada por missionários, insistindo em que “sempre tive muita admiração e tenho muita gratidão por todos esses missionários que nos ajudaram aqui em Manaus, nas nossas periferias”. Inclusive, ele afirma que “também foi por isso que o Senhor me colocou em mim essa inquietação para ajudar a termos um clero autóctone, que podem servir à Igreja daqui, inclusive no ministério episcopal”. Segundo o Bispo eleito da Diocese de Parintins, “eu aceitei porque quero ser o primeiro de muitos, dado que aqui as comunidades se alegram de ter seus padres, seus bispos daqui da região. Eu sinto esta alegria, mas ao mesmo tempo esta responsabilidade, de ser o primeiro amazonense que está em Parintins”. Algo que ele vê como fruto de todo um trabalho, ressaltando que “os missionários do…
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Paz, uma urgência para o novo ano que estamos a iniciar

Pedir paz para o ano que nasce é um dos desejos presentes no coração de muita gente quando se encaram os últimos dias do ano. Uma paz que nasce da esperança, mesmo diante do “túnel obscuro e difícil da injustiça e do sofrimento”, que faz parte da realidade atual, segundo nos lembra o Papa Francisco em sua mensagem para o 56º Dia Mundial da Paz, que irá acontecer no dia 1º de janeiro. Uma paz que se faz cada vez mais urgente e necessária, se tornando um desafio inadiável, também no Brasil, onde a violência tomou conta da vida cotidiana do povo. Na missa do dia de Natal fui testemunha de algo que se tornou corriqueiro na cidade de Manaus e no Brasil todo. Uma jovem mãe agradecia a Deus diante do fato de que no dia da Noite de Natal mais um ônibus, onde ela viajava foi assaltado, agradecendo porque mesmo tendo sido roubados diferentes pertences dos viageiros, não tinha acontecido nada fatal com ninguém. Na Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, ele afirma que “a guerra na Ucrânia ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos”. Ele reflete sobre os efeitos colaterais da guerra, algo que pode ser aplicado à violência no Brasil e em tantos lugares do mundo. A guerra “representa uma derrota não apenas para as partes diretamente envolvidas, mas também para a humanidade inteira”, afirma o Papa Francisco. Ele desafia a encontrar soluções adequadas para o vírus da guerra, que segundo ele provém “do íntimo do coração humano, corrompido pelo pecado”. Do mesmo modo, a violência deve ser entendida nessa mesma perspectiva, e sua superação só será possível na medida em que nos deixemos mudar o coração para poder ver a realidade com um olhar diferente, um olhar que nasce da necessidade de promover a paz. Algo que vai além de um interesse pessoal e que tem que nos levar a ver o bem comum como necessidade. Não se trata de buscar instrumentos para me defender e sim de incentivar um sentimento comunitário que nos leve a buscar a fraternidade universal. Um sentimento coletivo que transcende nossas individualidades e faz com que a vida seja vista desde um todo, buscando assim “a cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca dum bem que seja verdadeiramente comum”, como nos diz o Papa Francisco. Políticas públicas que ajudem a superar essas situações deve ser um dos pedidos para o novo governo que também assume o cargo no dia 1º de janeiro. Uma sociedade mais justa é fermento de uma sociedade em paz, sem violência, mais fraterna e humana. Todo ano é um novo recomeço e cada um e cada uma de nós somos chamados a fazer parte desse novo caminho que com o novo ano começa. É tempo de paz, mas isso também depende de mim e de você. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

PJ da Diocese de Parintins acolhe Dom José e pede a benção de Deus “pela disponibilidade em servir”

A Pastoral da Juventude da Diocese de Parintins publicou neste 27 de dezembro uma mensagem em que acolhe Dom José Albuquerque de Araújo, Bispo eleito da Diocese de Parintins, de corações abertos, “como nosso 5º bispo diocesano, o 1º com o rosto e coragem da Amazônia, motivo de alegria para todos nós”. A mensagem afirma que “cremos que Deus reserva um frutuoso e abençoado serviço à frente da Igreja de Parintins, principalmente junto aos jovens”, lembrando as palavras do Papa Francisco: “a Igreja tem o dever de ouvir o jovem e este tem a necessidade de ser ouvido”. O texto enviado pela Pastoral da Juventude, que diz estar “no processo de reestruturação da nossa pastoral”, faz um relatório “desta Igreja particular, ilustrando a diocese, cidade e a Pastoral da Juventude”. Uma diocese que “vem desenvolvendo uma Igreja com o rosto local, ou seja, um rosto dos povos da Amazônia. Colaborando na formação e espiritualidade cristã do povo, dos futuros padres e dos jovens da diocese. Com um zelo missionário e pastoral”. A PJ “há mais de 40 anos, ajuda os jovens em seus projetos de vida de maneira integral”, na Diocese de Parintins, “com 52 grupos ativos e cerca de 1040 jovens distribuídos em toda a diocese, na zona urbana e rural”. Entre as dificuldades, colocam que após a pandemia, “ficou extremamente difícil manter os jovens ligados à PJ”. Junto com isso, a saída dos jovens para Manaus. Os jovens da PJ convidam Dom José a se sentir “em casa em cada pedaço de terra que nesta diocese o senhor pisar, pois aqui o senhor sentirá a alegria e o amor que já deve ter recebido desde a sua nomeação”. Finalmente pedem a intercessão de Nossa Senhora do Carmo e de Santa Terezinha, “e que Deus lhe abençoe grandemente pela disponibilidade em servir”, se colocando a disposição do Bispo eleito “para encontrar os caminhos de uma igreja ainda mais sinodal, vocacional, amazônica e atentos a uma ecologia integral”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir. Rose Bertoldo: “Deus se faz presente no rosto sofrido de cada criança abandonada, deixada de lado, violentada”

“Com alegria celebramos a Solenidade da Natividade de Jesus que nos convida a contemplar o amor de Deus pela humanidade”, afirma a Ir. Rose Bertoldo comentando as leituras deste domingo. Segundo a religiosa, “sua encarnação expressa a profunda comunhão de Deus com o ser humano”. Umas leituras que “nos fazem transbordar em nosso interior muitos sentimentos que nos situam diante do Mistério e nos fazem vivê-lo com intensidade”, destaca a Secretária Executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que nos faz ver que “celebramos, o grande Mistério da Encarnação de Deus em cada coração humano e em todo o Universo”. “O Verbo se faz carne na pessoa de um Menino que, dentro de sua corporeidade, sua realidade como ser humano, interioriza Deus na Humanidade: ‘Tão humano, tão humano… só podia ser Deus’”, destaca a religiosa citando a Leonardo Boff. A Ir. Rose ressalta na primeira leitura “a chegada do Deus libertador, que vem trazer a paz e a salvação a toda a terra. O profeta anuncia a transformação da realidade de tristeza para um tempo de jubilo, porque o mensageiro da paz, enviado por Deus, vai inaugurar um novo tempo na história de Israel, fazendo que novamente reine a paz”. Isso a leva a fazer um convite: “sejamos nós as mensagerias, mensageiros da paz, não às armas, guerras, violências, o menino que nasce em Belém nos traz paz, justiça esperança”. Na Carta aos Hebreus, a religiosa diz que “recorda as tantas vezes que Deus nos falou e fala de muitos modos: por meio dos patriarcas, matriarcas, líderes, por meio da criação, dos sonhos dos anjos, dos profetas, dos sábios, da escritura, aqui vemos o plano salifico de Deus, com a vinda de Jesus ao mundo. Jesus é a Palavra viva, somos convidadas a acolher e escutar e ser suas testemunhas”. Já no Prólogo do Evangelho de João, ela destaca que “a Palavra de Deus se torna existência humana na pessoa de Jesus Cristo, o filho de Deus enviado ao mundo. Ele é a luz do mundo”. “O Natal nos enche de paz, por saber que carregamos Deus dentro de nós, Deus deixa de ser desconhecido para se tornar Emanuel, Deus conosco, que faz caminho com a gente”, segundo a religiosa do Imaculado Coração de Maria. “Ele chega sem um alojamento digno, na pobreza e rejeitado, excluído, veio ao mundo como vem uma criança frágil, migrante, negra, pobre, porque não havia lugar nas casas, nem nos corações, nos faz perceber que seu amor perpassa pela condição de nossa humanidade, toca com seu amor concreto nossas fragilidades, nossas desumanidades nossa corporeidade”, destaca a Ir. Rose. “Os pastores, pastoras foram as primeiras testemunhas da salvação, os empobrecidos, mulheres, homens são os primeiros a ver, acolher, cuidar, defender o a vida do recém-nascido”, segundo a Secretária Executiva do Regional Norte1. Estamos diante de “um Deus que adentrou na humanidade e de onde nunca mais saiu; um Deus que agora pode ser buscado em nossa interioridade e em tudo o que é humano”, destacou. A Ir. Rose faz um convite: “celebremos este Natal na certeza da presença de Deus Menino, do grande amor que Ele tem para com toda humanidade, pois Deus se tornou gente como a gente, Ele se faz presente no rosto sofrido de cada criança abandonada, deixada de lado, violentada. Deus não está acima de todos, mas entre a gente compartilhando alegrias e esperanças de tempos melhores”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Edson Damian: Paz na terra se constrói “quando ofensas e discriminações cedem lugar ao diálogo”

“Natal é tempo de esperançar”, afirmou Dom Edson Damian na mensagem de Natal do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O Presidente do Regional insistiu em que “em nossa Amazônia esperançar é remar juntos”. Segundo o Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, “o barco do Brasil não pode ser dividir em dois sem afundar. Precisamos remar juntos na mesma direção, reconciliados, de mãos dadas”. Dom Edson fez um chamado a acolher “a Boa Notícia dos anjos aos pastores na bendita Noite de Natal: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e às mulheres por Ele amados”. Segundo o Bispo, “Paz na terra, democracia, justiça social se constroem e se fortalecem quando ofensas e discriminações cedem lugar ao diálogo, quando ódio e intolerância abrem alas para o respeito e a fraternidade”. Olhando para a realidade atual no Brasil, o Presidente do Regional Norte1 ressaltou que “a vitória do presidente eleito para governar o Brasil expressa o desejo que o novo governo venha cuidar da nação e de seus bens, de modo especial a preservação ambiental”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira enumerou vários pedidos para o novo ano que logo inicia: “erradicar a fome, reduzir o desemprego e a inflação, adotar o imposto progressivo para as grandes fortunas, impedir o desmatamento de nossos biomas, de modo especial da nossa Querida Amazônia, demarcar terras indígenas e quilombolas, melhorar significativamente a saúde, a educação, ampliar o aceso a moradia, fortalecer a agricultura familiar, aprimorar a segurança pública e um sem-número de medidas que reduzam a desigualdade social e tornem mais sólida a democracia brasileira”. Finalmente, Dom Edson pediu “que neste Natal renasçamos com o coração desenhado em forma de presépio, para acolher o Deus menino que embala o nosso esperançar e nossos sonhos”. O Bispo lembrou as palavras de Dom Helder Câmara que nos diz: “sonho que se sonha só pode ser pura ilusão, sonho que se sonha junto é sinal de solução, então vamos sonhar companheiros, sonhar ligeiro, sonhar em mutirão”. O Presidente do Regional Norte1 encerrou suas palavras desejando um “Feliz a abençoado Natal”, e enviando a cada um e cada uma “um beijo no seu coração”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Borba inicia o Projeto “Fazenda da Esperança”

Nesta terça-feira, dia 20 de dezembro, a Diocese de Borba realizou a celebração de Bênção no terreno pertencente à Paróquia de São Joaquim e Sant’Ana, no município de Autazes. Neste local, será a construção da primeira Fazenda da Esperança na Diocese de Borba.  Este momento de bênção contou com a presença dos Vereadores da Câmara Legislativa de Autazes, bem como os constituintes da família da Fazenda da Esperança. A apresentação dos integrantes da Fazenda da Esperança foi marcada por partilhas e testemunhos de vivência e reflexões dos frutos desta experiência vivida por cada membro.  Na celebração estavam presentes o Padre Francisco Level, Vigário Geral e Pároco da Paróquia de São Joaquim e Sant’Ana, o Padre Jair Vieira Alves, Reitor do Seminário propedêutico, o Padre Joseph Raj Arockiya Samy, Pároco da Basílica de Santo Antônio de Borba, Diáconos Permanentes. Estavam presentes também o Jovem Ademir Jackson, Coordenador de Pastoral Diocesano, leigos e leigas da Diocese de Borba, bem como o ilustre Padre Vinícius Esch Gouvea (Diretor do Projeto) e demais membros da equipe.   A Diocese de Borba iniciou este valoroso projeto com o intuito de envolver todas as suas Paróquias, áreas missionárias e demais comunidades. Um dos momentos que marcaram a celebração foi a bênção do terreno e a fixação da Cruz no lugar em que será erguida a Fazenda da Esperança nesta Diocese. Assim, com este ato oficializou-se o marco inicial do Projeto.  No fim da celebração, os Padres presentes proferiram palavras de apoio para o bom andamento do Projeto. O Padre Jair transmitiu a mensagem do Bispo Diocesano Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, que revelou ter abraçado o Projeto como a realização de um sonho.  A partilha do Padre Level fortaleceu a mensagem do Bispo, com votos de alegria e entusiasmo oracional. Assim como o sentimento de gratidão que inundava o coração de Dom Zenildo.  Assim, a Diocese de Borba acolheu de braços abertos o Padre Vinícius, a Família da Fazenda da Esperança e este Projeto Salvífico que certamente dará muitos frutos para esta caçula Diocese.  Fonte: Pascom Prelazia de Borba

Um Bispo da Amazônia para pastorear o povo da Amazônia

Ontem, 21 de dezembro de 2022, Dom José Albuquerque de Araújo foi nomeado pelo Papa Francisco como novo Bispo da Diocese de Parintins. O quinto bispo dessa diocese e o primeiro nascido no Estado do Amazonas. Neste Terceiro Ano Vocacional que a Igreja do Brasil está vivenciando, a nomeação de Dom José é mais um exemplo de como as diferentes vocações vão se fazendo presentes na Igreja do Brasil, na Igreja da Amazônia. Vocações que nascem do Batismo e se concretizam nos diferentes ministérios e serviços com que a Igreja se faz presente no meio do povo. A Igreja confia aos bispos o pastoreio de cada Igreja local, de cada diocese. São eles que são chamados a cuidar e orientar para que o povo de Deus possa descobrir a presença daquele que quer caminhar no meio da humanidade. Ainda mais neste tempo de Natal que estamos prontos a celebrar. Tudo isso movidos por um espírito de comunhão, de sinodalidade, onde a escuta se torna atitude fundamental, também naqueles a quem a Igreja confia o ministério episcopal. É essa comunhão que faz assumir a missão com maior vitalidade, construindo assim uma Igreja que testemunha e faz realidade o Reino de Deus no meio de nós. Depois de ter sido dado a conhecer sua nomeação, Dom José Albuquerque mostrou sua alegria pela nova missão que Deus e o Papa Francisco tem lhe confiado. Também pelo fato de poder continuar sendo Bispo na Amazônia, no mesmo Regional onde ele nasceu, foi descobrindo sua vocação, foi ordenado presbítero e depois ordenado bispo. A Amazônia que a Igreja é chamada a cuidar e defender, tanto o bioma amazônico como os povos que a habitam. Uma região ameaçada, onde se faz necessária uma voz profética que se torne instrumento para a defesa da vida. Ser Igreja na Amazônia é aprender a enxergar a presença de Deus e tudo o que faz parte desta realidade, um desafio que o novo Bispo da Diocese de Parintins é chamado a assumir em seu dia a dia. Que Deus lhe fortaleça e lhe oriente em sua nova missão e que juntos possamos fazer realidade uma Igreja que se torne presença de Deus no meio do povo, que sente a necessidade de Deus em sua vida. É para isso que cada um, cada uma de nós somos chamados a vivenciar nosso Batismo através dos diferentes ministérios que a Igreja nos confia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar