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Pastorais, movimentos e organismos do Regional Norte1 avaliam a Caminhada e programam 2023

Representantes das pastorais, organismos e movimentos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB-Norte1), se encontraram na sede do Regional na tarde do dia 22 de novembro para avaliar a Caminhada do ano 2022 e programar os passos a serem dados em 2023. O encontro foi oportunidade para partilhar os avanços e desafios vivenciados pelas pastorais, organismos e movimentos ao longo do presente ano, um tempo ainda marcado pela pandemia e a retomada das atividades presenciais, tanto em nível nacional como regional. Os coordenadores e coordenadoras relataram que na maioria dos casos puderam se fazer presentes em boa parte das dioceses e prelazias, buscando reconduzir a caminhada, que foi atingida pelas restrições vividas no tempo da pandemia. Em relação com o Calendário para 2023, a Ir. Rose Bertoldo, Secretária Executiva do Regional Norte1 da CNBB, que agradeceu a participação de todos e todas nas atividades realizadas durante o ano de 2022, destacou a importância de colocar as atividades de cada pastoral, movimento e organismo no calendário do Regional, em vista de uma melhor articulação em nível regional, buscando que a caminhada comum do Regional seja fortalecida. Ainda em 2022, de 2 a 4 de dezembro acontecerá na Maromba de Manaus a formação para a Campanha da Fraternidade 2023, que tem por tema “Fraternidade e Fome”, e como lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Do encontro participarão representantes das igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 e das pastorais, movimentos e organismos e será assessorado pelo padre Patriky Samuel Batista, subsecretário adjunto geral da CNBB Nacional. Finalmente, foram marcados encontros da coordenação do Regional Norte1 para 2023, que serão realizadas nos dias 30 de março, 24 de agosto e 30 de novembro. O encontro finalizou com um momento de confraternização. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Walmor: “Abrace com coragem a sua vocação na vida da Igreja, sabendo escutar e acolher o chamado de Deus”

A Igreja do Brasil iniciou no último domingo 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, o Terceiro Ano Vocacional. Por ocasião deste Ano, Dom Walmor Oliveira de Azevedo fez um chamado à Igreja do Brasil: “Acolha o chamado de Deus”. Segundo o Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “eis a convocação que ressoa mais forte na vivência do Ano Vocacional, vivido pela Igreja a partir do tema ‘Vocação, Graça e Missão’”. O Arcebispo de Belo Horizonte lembro que “Deus chama-nos pelo nome, confia a cada um de nós uma bonita tarefa na missão de edificar uma sociedade mais justa, fraterna e solidária à luz do Evangelho”. Daí, Dom Walmor fez ver que “precisamos, pois, buscar ouvir o que Deus tem a nos dizer, a partir da oração e também do serviço às nossas comunidades”. O Presidente do Episcopado Brasileiro enfatizou que “somos todos Igreja Povo de Deus, cada um é protagonista muito importante na nossa peregrinação deste mundo”. Nesse sentido, o arcebispo disse que “reconhecer o próprio protagonismo na missão é assumir o compromisso de ser sempre e cada vez mais, servidor e servidora, anunciando incansavelmente o Evangelho em toda circunstância e em todo lugar”. Em relação ao lema que inspira este Terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil: “Corações ardentes, pés a caminho”, o Presidente da CNBB insistiu que ele “possa reverberar nas nossas comunidades”. Segundo o Arcebispo de Belo Horizonte, “os autênticos discípulos de Jesus deixam se conduzir pelo fogo do Espírito Santo de Deus. Iluminados pela graça divina, colocam-se a caminho, no serviço ao próximo, que é irmão e irmã”. Finalmente, Dom Walmor Oliveira de Azevedo fez um chamado ao povo católico no Brasil em relação ao Terceiro Ano Vocacional, que vai acompanhar a vida da Igreja do Brasil até 26 de novembro de 2023: “Abrace com coragem a sua vocação na vida da Igreja, sabendo escutar e acolher o chamado de Deus”.

Diocese de Roraima comemora 50 anos da Catedral, construída “para que Deus pudesse ser visibilizado no meio de nós”

Uma celebração para fazer memória de 50 nos de história, aconteceu na noite deste domingo 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, na Catedral de Boa Vista, sede da Diocese de Roraima. Em 20 de janeiro de 1967, Dom Servílio Conti colocou a pedra fundamental de uma Catedral inaugurada na Festa de Cristo Rei, em 26 de novembro de 1972, “uma data a ser gravada em letras de ouro na história religiosa do território”, em palavras do Bispo naquela data. O Jubileu de Ouro foi oportunidade para lembrar os benfeitores e benfeitoras que ajudaram a construir o templo, uma celebração de louvor à Trindade Santa, na “Casa Mãe da Igreja que deseja continuar a obra de Jesus por intermédio de cada um de nós”, uma Igreja Catedral que é lugar de acolhida, segundo foi lembrado no início da Eucaristia presidida pelo Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano de Manaus. Um Templo que, segundo o Padre Lúcio Nicoletto, “é sinal de um povo que canta a sua fé, continuando a sua caminhada nesse recanto da Amazônia”. Um povo que olha para Jesus para perceber que “Ele é a razão do nosso viver, que Ele que alimenta a Igreja, conduz a Igreja com a força do Espírito que Ele nos enviou”, segundo disse Dom Leonardo no início da sua homilia. O Cardeal da Amazônia comentou as leituras da Liturgia da Solenidade de Cristo Rei, destacando a importância da unção de Davi, a quem os anciãos de Israel lhe confiam a condução do povo, o cuidado, pastoreio e alimentar a fé do povo. Um Jesus que é colocado no centro, segundo lembra a Carta aos Colossenses, “mostrando um novo reinado e uma nova visibilidade de um novo povo de Deus que somos nós”, segundo o Arcebispo de Manaus, que insistiu em que é “Jesus que nos faz ser povo porque nos tornamos carne da sua carne, ossos dos seus ossos, sangue do seu sangue, ou melhor, Deus se fez nossa carne, Deus se fez os nossos ossos, Deus se fez o nosso sangue, Deus se fez nossa palavra, Deus se fez nosso respiro, Deus se tornou visível aos nossos olhos. É verdade, um novo reinado”. Diante de Jesus na Cruz, mesmo diante da gozação daqueles que estavam perto pedindo se salvasse a si mesmo, Dom Leonardo destacou que “Ele não quis salvar-se a si mesmo, Ele quis salvar a todos nós”. Uma Cruz que é lugar de esperança, de salvação, que se faz realidade na palavra de Jesus: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Uma Cruz que faz entrar no novo Reino, segundo o Cardeal, “o Reino do amor, o Reino do perdão, o Reino da reconciliação, o Reino da Fraternidade, o Reino do consolo, o Reino da samaritaneidade, o Reino onde todos realmente agora podemos dizer: somos irmãos e irmãs”. Um Rei que tem a ver com o cuidado de Deus, com a proximidade de Deus, algo experimentado pelas comunidades na caridade, na samaritaneidade, lembrou Dom Leonardo, que se referiu aos “irmãos, irmãs migrantes, doentes, pobres, experimentando a traves da nossa presença, a presença, a proximidade, o cuidado de Jesus”. Um povo do amor, que anuncia a fraternidade, disse o Cardeal, que se referiu ao tempo atual como um tempo “de tanta agressão, de tanta violência”, onde “nós discípulos, discípulas de Jesus, deveríamos ser sempre uma palavra de paz, de reconciliação, de fraternidade, não de agressão”, insistindo em que mesmo pensando diferente, votando em quem cada um pensar, “não podemos perder a irmandade”, a disposição para amar. Se referindo à Catedral, Dom Leonardo afirmo que ela “diz, fala da nossa Igreja, do que nós somos”, construída “para que Deus pudesse ser visibilizado no meio de nós”, uma construção que “de repente se torna o espaço da fé, o encontro com Deus”. Ele pediu “que esta Igreja se torne visível nos nossos gestos”, convidando a que “nós possamos ser o Pão Vivo (presente na Catedral), nos nossos gestos”, no acolhimento, algo assumido pela Igreja de Roraima, uma Igreja que soube acolher milhares de migrantes, mediante o esforço e abertura das comunidades, que não duvidou em definir como “sinal da presença de Deus”, definindo esses gestos como “a Catedral que nós erguemos para os outros”. Uma Catedral que, em palavras de Dom Leonardo, “nos inspira a sermos essa casa do acolhimento”, chamando às comunidades a se sentir sempre unidas entre si, sendo a Catedral sinal de comunhão, de unidade de todas as comunidades, como parte de uma mesma Igreja. O Cardeal destacou a importância da pertença a uma Igreja, agradecendo a Deus por todas as pessoas que ajudaram a construir, a cuidar e dela transmitiram a fé. Uma Catedral que tem como motivo a evangelização, ressaltou o Padre Lúcio Nicoletto, “que abrange todos os povos, cada um com a própria história, com a própria identidade, de maneira preferencial os povos indígenas”. Eles entregaram a Dom Leonardo, no final da celebração, uns símbolos que representam seus direitos que estão sendo violados, pedindo justiça e que seus direitos sejam respeitados. O Metropolita pediu no final da celebração rezar para a chegada do novo bispo para a Diocese de Roraima, insistindo, como tinha feito na homilia na disponibilidade para acolher por parte das comunidades da Diocese, algo que ele definiu como ser Igreja, animando a seguir o espírito dos primeiros missionários chegados na Diocese, e insistindo na necessidade de que todo batizado seja um missionário, uma missionária. Lembrando o início do Terceiro Ano Vocacional, Dom Leonardo chamou a rezar pelas vocações, destacando a grande necessidade de missionários, leigos, vida religiosa e clero, na Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Jesus é o rei, pois reina, supera a divisão, a maldade”

“Um rei crucificado, um rei que salva; inaugura um novo reino”. Assim nos apresenta o Rei do Universo o Evangelho de Lucas, segundo Dom Leonardo Steiner. Ele começou sua homilia da Solenidade de Cristo Rei lembrando a figura do Rei Davi, aquele que “seu reino tornou-se símbolo do reino de paz, de justiça, de liberdade que um dia Deus teria instaurado na terra”. O Cardeal Arcebispo de Manaus lembrou que “o rei era quem dirigia o povo, defendia, organizava, cuidava da justiça, da equidade, fomentava a fé”. Na figura de Davi e de Jesus, “podemos dizer que formamos com Ele uma só realidade, pertencemos a um reino”, algo que aparece no Livro de Samuel e que o Cardeal remite à figura de Jesus: “Nós nos consideramos os teus ossos e a tua carne”. Na passagem, recolhida na primeira leitura, citando ao Papa Bento, “percebemos o sentido da relação entre o rei e seu povo: uma relação íntima e profunda com Jesus nosso Rei e Senhor. Esse senhor e rei que concede sentido e dignidade inigualável”. Jesus, o rei, é colocado por Paulo como “o centro da história, o fundamento de tudo o que existe”. Daí Dom Leonardo afirma “como é extraordinário olharmos para Jesus e nele vermos a razão do existir de todo o universo, que nele se realizam todos os desejos amorosos do Pai e do Espírito Santo, que nele tudo tem sentido: a vida e morte. Por isso, o celebramos hoje como rei”. Em palavras do Cardeal Steiner, “ele é o rei, pois reina, supera a divisão, a maldade. O que nos impressiona é que esse rei que a tudo dá sentido e tudo deixa ser, é o Crucificado segundo o Evangelho. Cristo não aparece sentado num trono de ouro, mas pregado numa cruz, com uma coroa de espinhos, com uma inscrição sobre a cabeça: ‘Jesus Nazareno, rei dos Judeus’. Rodeado de dois homens condenado à morte por serem ladrões, rodeado de pessoas que o insultam, de soldados que o escarnecem”. “Nada que possa identificar com poder, com autoridade, com realeza terrena”, insistiu Dom Leonardo. Um Jesus que é “da cruz, é o Reino do serviço, do amor, da entrega, do dom da vida; o reino da reconciliação e da paz. Um reino de salvação. Participamos da sua realeza crucificada”. Mesmo diante daqueles que falam para Jesus da salvação com ironia, “Jesus não salva a si mesmo, morre crucificado, para salvar a todos. E na dor, no sofrimento, na passagem da morte, salva toda a humanidade, nele somos salvos e libertos”. O Arcebispo de Manaus refletiu sobre os dois condenados que rodeiam Jesus na Cruz, sobre a salvação que promete àquele que reconhece o seu reinado. Segundo Dom Leonardo, “a cruz é o Trono, em que se manifesta plenamente a salvação, a realeza de Jesus. Na cruz acontece a reconciliação, o perdão e a vida plena para todos. A Cruz é a expressão máxima de uma vida feita amor e entrega. O reinado de Cristo é o do amor e, por isso da esperança”. A missão “de discípulos missionários, de discípulas missionárias é continuar o anúncio do Reino de Deus e convocar a todos homens e todas as mulheres para construir aqui na terra, o Reino da benevolência, do consolo, da misericórdia, do acolhimento, da bondade, da fraternidade universal”. Um Cristo Rei, que em palavras do Papa Francisco é “centro e centralidade de nossa fé. Sinal e destinação de nossa vida cristã”. Dom Leonardo lembrou que nesta data a Igreja no Brasil celebra o dia do leigo. “Mulheres e homens que pelo batismo participam do Reino que concede a realeza da filiação divina. Leigos que ensinam a verdade da oração do Pai Nosso: pedir que seu reino venha, que todos possam participar da vida do Reino em plenitude”. Um reino de irmãos e irmãs, da paz, da esperança, segundo o cardeal. Daí, ele vê o laicato como “filhas e filhos de Deus que não se cansam de anunciar a verdade da dignidade de cada pessoa, o direito dos pobres, a exercer a samaritanidade com os descartados e abandonados ao longo do caminho da convivência de uma sociedade que exclui”. Dom Leonardo chamou o laicato “a oferecer sempre e por toda a parte a salvação nascida na cruz”, do Calvário que citando o Papa Francisco, é lugar de desatino e injustiça, onde impotência e incompreensão aparecem acompanhadas pela murmuração bisbilhotada e cínica dos zombadores de turno perante a morte do inocente, transforma-se, graças à atitude do bom ladrão, numa palavra de esperança para toda a humanidade”. Por isso, “a missão dos leigos e leigas, através das pastorais, ministérios, formação, despertam para a esperança da verdade salvífica do Reino! Assim, são ‘Testemunhas de Jesus libertador no compromisso com a vida’”. Em relação ao Terceiro Ano Vocacional, que se inicia neste dia no Brasil, após recordar o tema e o lema, mostrou o desejo de que “o Ano Vocacional desperte a todos para o anúncio do Reino e nos ajude a proclamar que Jesus é a razão do nosso viver e a possibilidade da transformação das estruturas sociais, pois anúncio do amor. Nossa vocação é graça, é uma missão!”, chamando a que “participemos do Reino da verdade e da graça, da justiça do amor e da paz. Esse é o Reino que pedimos, imploramos, buscamos. Nele nos sentimos todos irmãos e irmãs, pois é nele que somos um com Jesus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima realiza sua Pré-Assembleia, momento para “avançar no processo da evangelização”

A Diocese de Roraima está realizando neste final de semana, de 18 a 20 de novembro de 2022, a Pré-Assembleia Sinodal Diocesana. O encontro conta com a participação de coordenadores de comunidades, pastorais, movimentos e serviços da Diocese. Uma Pré-Assembleia que segundo Albanira Cordeiro, representante da Pastoral da Pessoa Idosa vê o encontro como uma forma de crescimento humano e espiritual para cada liderança presente. Em relação com o encontro, o Padre Vanthuy Neto, destaca que a cada assembleia, o coração da Igreja se desperta, principalmente daqueles que participam do encontro. Segundo ele, “a expectativa de sempre avançar no processo da evangelização. No fundo a assembleia e o Cristo nos empurram para ir e lançar as redes em águas mais profundas. Descobri que juntos somos iluminados pelo Espírito Santo”. Os participantes da Pré-Assembleia da Diocese de Roraima refletiram sobre a atual conjuntura, com a assessoria de Marcelo Seráfico. O professor Doutor em Sociologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), acredita ter sido uma oportunidade de estabelecer uma conexão entre o momento político, econômico e social do país do passado com a atualidade. “Primeiro com processos que vêm se desenrolando há décadas e, em segundo lugar, pra gente começar a fabular alternativas para construção de um país que seja justo, igualitário e livre”, insistiu o sociólogo. O professor destacou a importância da Igreja Católica e dos coordenadores de movimentos, pastorais e comunidades, saberem dessa conjuntura. Marcelo Seráfico ressaltou o fato de ser fundamental “para a Igreja e para todos os segmentos da sociedade organizados, ou que pretendem se organizar, situar as concepções sobre a realidade pautadas por essa perspectiva histórica e vinculada também ao jogo das forças políticas”. As palavras do professor da Universidade Federal do Amazonas motivaram a discussão em grupos para refletir sobre a relação entre a conjuntura atual do Brasil, a experiência de vida atual e quais os grupos e camadas sociais comprometidos com a democratização da sociedade e do Estado, no Brasil, como também, saber sobre estes grupos que resistem à essa democratização. No final da Pré-Assembleia, a Diocese de Roraima celebrará o Jubileu de Ouro da Catedral Cristo Redentor, agradecendo pelos 50 anos da construção do templo. A celebração será presidida pelo Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, e será transmitida pela Rádio Monte Roraima e pelo YouTube da Diocese de Roraima. Com informações e fotos da Rádio Monte Roraima

3º Ano Vocacional: “Falar desses carismas que Deus dá a cada um”

A Igreja do Brasil inicia neste domingo 20 de novembro, seu 3º Ano Vocacional, que tem como tema “Vocação, graça e missão”, e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Um ano que em nível nacional iniciou-se com a celebração da Eucaristia no Santuário Nacional de Aparecida, precedido por uma coletiva de imprensa que contou com a presença de Dom João Salm, Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ir. Maristela Ganassini, Assessora do Setor Juventudes e Vocações da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), e a Presidenta do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira. Um Ano Vocacional 2023 surgiu do IV Congresso Vocacional do Brasil, posteriormente aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Com o tema e o lema se procurou “refletir aquilo que a Igreja neste momento precisa, aquilo que pudesse ser de fato resposta e inspiração para essa experiência tão especial, todo um ano dedicado à questão das vocações”, segundo Dom João Salm. O Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada destacou que nos elementos recolhidos apareceu “uma Igreja de comunhão, uma Igreja de sinodalidade, que fosse uma Igreja do Vaticano II, que houvesse o espírito de uma Igreja missionária, uma Igreja em saída, uma Igreja aberta aos pobres, uma Igreja que se colocasse ao serviço de Jesus Cristo na vida D´ele doada à humanidade hoje, de acordo com as necessidades do nosso tempo”. O Bispo de Novo Hamburgo destacou a importância de trabalhar a vocação como “uma experiência, uma realidade que diz respeito a toda vida humana”, insistindo em que todo batizado, “cada um, cada uma, vive uma vocação específica”. Lembrando a exortação do Sínodo da Juventude, o Bispo definiu a vocação como “um entrelaçamento entre Deus que toma a iniciativa e a pessoa humana na sua resposta livre”, ressaltando a dimensão de liberdade presente em toda vocação. Daí surge a visão da vocação como graça, como dom, como algo que tem uma dimensão de Mistério, presente no tema, e o encontro com Jesus, que faz arder o coração e nos põe a caminho, elemento presente no lema, insistiu Dom Salm. Os outros dois anos vocacionais, realizados há 40 e 20 anos, “traziam a perspectiva do caminho para a cultura vocacional, algo que tem como objetivo este terceiro ano, buscando “oportunizar às nossas juventudes o despertar vocacional”, segundo a Ir. Maristela Ganasini. A religiosa destacou que a primeira vocação é à vida, o que depois leva a fazer uma escolha a uma vocação específica. A religiosa das Filhas do Sagrado Coração de Jesus destacou a importância de esta ser “uma temática transversal, que vai perpassando nas nossas comunidades, nas nossas famílias”. Junto com isso, “nos tornarmos sensíveis, olhar para todas as vocações”, sem ficar só no ser padre ou irmã.   Também destacou a importância da Teologia da graça, de ser missionários, igreja em saída, do acompanhamento personalizado das juventudes e fazer o convite direto às vocações específicas. Isso com o exercício diário da oração, em espírito de comunhão que nos conecta com Deus e com os irmãos. Um outro elemento que deve, segundo a religiosa, são as equipes vocacionais, buscando incentivar uma dinâmica que perpasse todas as pastorais e movimentos. A vocação laical nos remete ao “verdadeiro sujeito eclesial, maduro na fé, testemunha do amor à Igreja, a serviço dos irmãos, permanece à escuta da Palavra de Deus, obediente à inspiração do Espírito, que tenha coragem para dar testemunho na defesa dos irmãos”, segundo Sônia Gomes de Oliveira, lembrando as palavras do Documento 105 da CNBB. A partir daí, a presidenta do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro refletiu sobre o que é um sujeito maduro na fé, afirmando que “a partir do Batismo, nós fomos chamados a ser corresponsáveis na evangelização”. O olhar da vocação laical, segundo a Presidenta do Laicato, “tem que ser para o interno da Igreja, olhando o ministério, mas a missão específica nossa é na sociedade”. Ela insistiu no testemunho do amor à Igreja, “que vem a partir daquilo que nós recebemos a partir do nosso chão, a partir da catequese, da vida na comunidade, a partir da vida nos espaços onde nós estamos”. Junto com isso destacou o serviço aos irmãos, nas periferias, onde a vida está ameaçada, sendo bálsamo e alento. Para isso se faz necessário escutar a Palavra para entender que estamos ao serviço de Jesus Cristo e evitar que cada um se anuncie a se mesmo. Aí dar testemunho, em espaços que precisam da presença do cristão leigo, suscitando vocacionados para cada espaço, partindo do fato de assumir o Batismo, de ser Igreja. No trabalho vocacional, a Ir. Maristela fez um chamado a aprender com as juventudes, a estar com eles, a sentir, viver o que eles vivem. Junto com isso, o desafio de estar no mundo virtual, nas redes sociais, de evoluir na linguagem, de ressignificar as relações internas dentro da Vida Religiosa, a espiritualidade. Ela chamou a não se preocupar com quantidade e sim com que os vocacionados tenham o ardor missionário. Sempre em um trabalho organizado e contando com os materiais que ajudam a vivenciar o Ano Vocacional. Falar de vocação é segundo Dom Salm, “falar desses carismas que Deus dá a cada um”. Em um tempo de transformação, em que o mundo vive uma grande crise, em uma mudança de época, o Bispo de Novo Hamburgo fez um chamado a “descobrir a pessoa de Jesus, nos encontrarmos com Ele, e a partir d´Ele começar a fazer um outro trabalho de renovação das nossas vidas”. Isso em um mundo que não é mais de Cristandade e que desafia a fazer cristãos, recordando as palavras de Tertuliano, a partir do testemunho de vida, destacando a importância de saber apresentar o modo de viver de Jesus, levando o jovem a uma experiência, onde a gente reflete, encontra respostas e faz seguir um caminho novo. Diante da crise,…
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Verônica Rubi: “Não é só falar do Amor de Deus, é viver Nele muitas vezes sem dizer uma palavra”

No domingo de Jesus Cristo, Rei do Universo, em que a Igreja do Brasil comemora o Dia dos cristãos leigos e leigas, e que inicia o Terceiro Ano Vocacional no Brasil, com o tema: “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, as palavras de Jesus na passagem do Evangelho de Lucas: “ainda hoje estarás comigo no Paraiso”, é uma “preciosa afirmação que nos enche de esperança e nos permite celebrar esta Festa de Cristo Rei do Universo”, segundo Verônica Rubi. A missionária leiga na Diocese de Alto Solimões destaca que “com olhos humanos, o momento da cruz, não passa de uma condena, do fim de uma etapa”. Ela insiste em que “os olhos humanos e o coração de pedra podem fazer acreditar que a morte é solução para acabar com alguém que incomoda”. Uma realidade ainda presente, pois “o ódio provoca essa intolerância visceral, que não é só do tempo de Jesus, lamentavelmente no Brasil deste tempo também o percebemos”. Daí Verónica pergunta: “Quantas situações hoje em dia são provocadas pelo ódio? Quantas mortes são efetuadas para desaparecer, silenciar, eliminar alguém?”. Ela responde que “igual que aconteceu com Jesus… Cuidado com o ódio que se instala em nossas vidas! Ele nos cega e nos faz justificar qualquer opressão”. A missionária relata que “em Jesus o ódio não tem lugar, ele que desde um olhar humano tinha motivos para o ressentimento, por tudo o sofrimento experimentado, só teve mansidão e palavras de misericórdia ‘ainda hoje estarás comigo no paraíso’”. Frente a isso destaca que “o Amor vence o ódio, sabemos que o ódio é forte mais o Amor sempre é maior. O Amor venceu a morte, ela já não tem a última palavra, Jesus com sua morte e ressurreição nos deu a Vida Eterna, este é o grande presente, esta é a Boa Nova… Jesus Ressuscitou!”. Algo que leva a proclamar: “Jesus Cristo Rei do Universo, Senhor de tudo o criado, Cabeça do corpo que é a Igreja, Messias anunciado, Filho amado de Deus. Ele é o nosso Mestre e Senhor, Nele estamos chamadas e chamados a pôr toda nossa atenção para aprender a viver em Seu Amor”. Isso porque “o Reino de Deus não fracassou com a morte em cruz, pelo contrário, com a força do Espírito Santo continua a espalhar-se até os confins da terra”, segundo a missionária. Ela faz ver que “esta é a missão de todos os batizados, especialmente dos cristãos leigos e leigas, levar o Amor de Deus a nossos lugares de trabalho, ao convívio de nossas famílias, as situações da rua, do trânsito, do mercado, das redes sociais. Não é só falar do Amor de Deus, é viver Nele muitas vezes sem dizer uma palavra”. Finalmente, Verônica pede “que nesta Festa de Jesus Cristo Rei do Universo reconheçamos a força do Amor de Deus em nossas vidas e tenhamos a coragem de viver nele com todos e todas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo agradece pela nova Diocese de Borba chamada a “agir em uma corresponsabilidade que gera comunhão sinodal”

O Bollettino da Sala Stampa da Santa Sé anunciou nesta sexta-feira 18 de novembro de 2022 a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a Diocese. Junto com isso foi anunciado que Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, até o momento Bispo prelado, será o primeiro Bispo diocesano da Diocese de Borba. Erigida em 13 de julho de 1963 pelo Papa São Paulo VI por meio da bula Ad Christi, depois do tempo em que foi administrada por Dom João de Souza Lima, Arcebispo de Manaus, foi nomeado seu primeiro bispo prelado, frei Adriano Jaime Miriam Veigle, que tomou posse em 8 de setembro de 1964. Em 6 de julho de 1988 foi nomeado Dom José Afonso Ribeiro, franciscano da Terceira Ordem Regular, como segundo bispo da Prelazia Apostólica de Borba, que permaneceu no cargo até 14 de julho de 2006, em que foi nomeado Dom Elói Roggia. Seu sucessor foi Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, nomeado bispo coadjutor em abril de 2016 e que assumiu o governo da Prelazia em 23 de setembro de 2017. Com a criação da nova Diocese de Borba, Dom Zenildo foi nomeado pelo Papa Francisco primeiro Bispo diocesano. Natural de Linhares (ES), Dom Zenildo nasceu em 6 de junho de 1968. Ele é Redentorista e foi ordenado presbítero em 11 de agosto de 2001. Na congregação, Dom Zenildo foi formador, pároco e vice provincial, antes de ser nomeado Bispo coadjutor da Prelazia de Borba, escolhendo como lema episcopal “Apascenta minhas ovelhas”. Atualmente, o novo Bispo diocesano de Borba é Secretário do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Presidência da CNBB enviou uma mensagem onde diz que “a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu com alegria a decisão do Papa Francisco em elevar a então Prelazia territorial de Borba a Diocese, nomeando Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva como o primeiro bispo diocesano”. Em nome do episcopado brasileiro, eles enviam “a nossa saudação e votos de que a missão evangelizadora da Igreja seja cada vez mais frutuosa nesta região, encarnando os sonhos apresentados pelo Papa Francisco para a Querida Amazônia”. Dom Zenildo diz ter recebido com alegria a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a Diocese. Segundo o novo Bispo diocesano, “o Papa Francisco instituiu nossa diocese dentro de um processo de evangelização, cuja missão passou pela organização de uma região de missão, para uma porção do Povo de Deus”, um termo usado no Concílio Vaticano II para definir uma diocese. Por isso, o bispo faz um chamado ao povo dizendo que “na Diocese de Borba devemos cultivar todas as qualidades e virtudes que devem caracterizar a Igreja católica: a unidade, a santidade, catolicidade, Apostolicidade, sinodalidade e proximidade”. Segundo o bispo, “a elevação da Diocese de Borba faz parte de uma experiência de carinho e de amor que o Papa Francisco tem pela Amazônia”. Dom Zenildo destaca que o Papa percebeu que houve sintonia com o processo do Sínodo para a Amazônia, colocando como exemplo disso o protagonismo dos leigos, a ministerialidade, a defesa da vida, a luta por passar de uma Igreja de visita para uma Igreja de presença. Agradecendo o trabalho realizado no processo de evangelização e daqueles que fazem parte da missão na atualidade, Dom Zenildo destaca que “organização, comunhão e participação são notas fortes desta caçula diocese. Pois, dentro de uma dinâmica de proximidade, a recém-criada diocese alcançou o que chamamos de maturidade”. Mas também faz um chamado para que a nova diocese avance em algumas dimensões, fazendo ver a necessidade de priorizar a dimensão ecológica, organizar melhor a dimensão social e insistir na evangelização. O Povo de Deus da nova Diocese de Borba, reunido na Assembleia anual para avaliar e planejar a caminhada da igreja como missão, tem acolhido com muita alegria a decisão do Papa Francisco, que acontece dentro da comemoração pelos 60 anos da criação da Prelazia de Borba. Uma Igreja que segundo seu Bispo quer trabalhar e viver como igreja ministerial, o que representa “agir em uma corresponsabilidade que gera comunhão sinodal”. Uma Igreja que seguindo o pedido do Papa Francisco quer ser uma igreja em saída, uma igreja pé no chão, uma igreja pautada no amor de Deus, uma igreja samaritana com os pobres e para os pobres, que é presença e testemunha o amor de Deus na vida do outro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Com informações e fotos da CNBB e da Diocese de Borba

Dom José Albuquerque: “Vocação pessoal e igreja entendida como comunidade de vocacionados e vocacionadas são inseperáveis”

O 3º Ano Vocacional do Brasil deseja promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus. A iniciativa convida a todos a refletir e aprofundar o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Às vésperas de sua abertura nacional, prevista para ocorrer no próximo sábado, 19 de novembro, a partir de 16h30, com uma coletiva de imprensa e missa solene no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), o bispo auxiliar de Manaus e referencial do Serviço de Animação Vocacional/ Pastoral Vocacional, dom José Albuquerque, concedeu entrevista e falou sobre o planejamento e organização do Ano Vocacional.  Confira a entrevista: A abertura do Ano Vocacional 2023, em nível nacional, se dará no próximo 19 de novembro.  Qual é a importância desse dia? O 3ª Ano Vocacional do Brasil será inaugurado no dia 20 de novembro. Nessa ocasião celebraremos a Solenidade Cristo Rei do Universo. E no Brasil já em vários anos nós celebramos a vocação e a missão dos cristãos leigos e leigas. Essa data foi marcada para dar início ao Ano Vocacional. No domingo, dia 20, a abertura se dará à nível de comunidade, paróquia, diocese, regional, mas à nível nacional nós estamos nos programando para celebrar no Santuário de Aparecida no dia 19, sábado, com uma missa que será transmitida pelas emissoras católicas – TV Aparecida e TV Pai Eterno – e redes sociais, às 18h.  O que comemora o terceiro ano vocacional e em que foi inspirado? O 3º Ano Vocacional do Brasil irá celebrar os 40 anos do primeiro Ano Vocacional que aconteceu em 1983 cujo lema foi “Vem e segue-me”; o segundo Ano aconteceu em 2003 cujo tema foi “Batismo, fonte de todas as vocações” e o lema “Avançem para águas mais profundas”. Nesse ano de 2023, o Ano Vocacional traz como tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”, inspirado no encontro de Lucas com os discípulos de Emaús, então essa data é muito significativa para nós porque vamos dar continuidade a toda uma caminhada bonita que estamos fazendo no Brasil para a promoção vocacional, para promover todas as vocações e ministérios que estão à serviço do Evangelho e do povo de Deus.  Em que se fundamenta o tema “Vocação: Graça e Missão”? O tema e o lema do Ano Vocacional foram definidos a partir de indicações provenientes dos vários organismos e comissões da CNBB envolvendo o povo de Deus. Foram considerados alguns critérios como a caminhada vocacional no país e seus eventos nacionais desde o primeiro ano vocacional realizado em 1983 e o contexto atual da Igreja neste caminho sinodal que estamos trilhando. Também foram levados em conta alguns aspectos da vida da sociedade marcada fortemente pela pandemida da Covid-19.  No processo de escolha do tema surgiram várias sugestões: manifestaram um anseio muito forte por uma igreja mais unida, mais sinodal, mais diaconal e próxima das pessoas. Desejava-se que este ano vocacional trate da vocação no seu sentido mais profundo e mais amplo no âmbito pessoal e comunitário.  Nas reflexões ficou evidente que a ocasião deveria promover com muita clareza a identidade das mais diversas vocações específicas da igreja, compreendida como um povo de vocacionados e vocacionadas, tendo o cuidado de superar tanto uma visão reducionista de vocação que seja excludente, uma visão clericalista, mas também evitar uma generalização que não impacta a pessoa, a quem na verdade Deus chama pelo nome. Vocação pessoal e igreja entendida como comunidade de vocacionados e vocacionadas são inseperáveis. Vocação pessoal e também a dimensão missionária do chamado. Como é organizado o texto-base do 3º Ano Vocacional ? O texto-base é fruto de um trabalho muito empenhativo e dedicado de várias pessoas que representam as Comissões da CNBB. Ele é dividido em três partes. Logo após a introdução nós temos a primeira parte que reflete sobre a vocação, todo o seu aspecto teológico, uma compreensão de que a vocação é ser chamado a ser povo de Deus, onde somos convidados a sermos discípulos missionários de Jesus, então trazemos referências do Concílio Vaticano II, da Conferência de Aparecida, textos inspirados no magistério do Papa Francisco. A segunda parte é onde é refletida a dimensão bíblica, onde temos referências de vários textos do Evangelho para compreendermos que a vocação é dom, é graça. E na terceira parte iremos refletir sobre a dimensão missionária, onde o chamado de Deus nos coloca na perspectiva de caminharmos juntos, de estarmos unidos para fortalecer a esperança e, é claro, que o texto nos aponta desafios para promovermos a animação vocacional em nossas comunidades, dioceses ao longo desse ano.  Na prática, qual a proposta do Ano Vocacional 2023? Nós encontramos no texto-base do 3º Ano Vocacional como objetivo geral o desejo de promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias, na sociedade para que sejam ambientes favoráveis no despertar de todas as vocações, como graça e missão à serviço do Reino de Deus. Temos como tarefa buscar o cultivo da sensibilidade vocacional que favoreça a compreensão de que toda pastoral é vocacional; toda formação é vocacional; toda espiriualidade é vocacional. São palavras que o Papa Francisco nos escreveu na Exortação Apostólica Christus Vivit, no número 254. Esse é o objetivo do Ano Vocacional: fazer com que todos nós possamos ser conscientes de que o chamado é para todos e todas. As atividades pastorais que realizamos, toda formação, toda espiritualidade é profundamente vocacional, porque ser cristão significa ser vocacionado, ser chamado a amar a Deus, a seguir Jesus Cristo e a servir o povo de Deus. Quais as atividades previstas para o Ano? As atividades que estão sendo programadas certamente vão acontecer à nível local. Temos à nível nacional a abertura do Ano Vocacional marcada para o próximo final de semana, mas as atividades vão acontecer à nível de comunidade, paróquia, diocese, regional. É importante termos essa consciência de que tudo aquilo que formos vivenciar…
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Encontro Diocesano de Pastoral de Alto Solimões: “Igreja encarnada e libertadora neste chão”

A Diocese de Alto Solimões realiza de 14 a 17 de novembro de 2022 seu Encontro Diocesano de Pastoral, que neste ano tem como tema: “Igreja encarnada e libertadora neste chão” e como lema: “O Verbo se faz carne e planta sua tenda entre nós” (Jo 1, 14). Um encontro onde estão participando umas 100 pessoas representando as paróquias, pastorais e movimentos presentes na diocese. O Encontro teve como ponto de partida a análise de conjuntura na região do Alto Solimões, destacando a importância da construção de políticas pública paras as diferentes problemáticas da região. Para isso se faz necessário um mapeamento para compreender a realidade. Um dos grandes desafios na região é manter a floresta em pé com a ajuda dos povos indígenas, dado que a floresta mantém o solo nutritivo, possibilitando os produtos locais. Nesse sentido, foi feito um chamado a valorizar os produtos da região, como o cacau Tikuna em benefício dessas comunidades. Dentre as realidades presentes na região foi colocado a existência de facões criminais envolvidas com o narcotráfico que têm o controle da Tríplice Fronteira. Também foi relatado a falta de emprego, muito alcoolismo, drogas, violência, a crise econômica, a falta de oportunidades de formação e o desmatamento, extração ilegal de madeira e tráfico ilegal de animais. Em relação à realidade eclesial, se faz necessário fortalecer e animar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), dar resposta desde a Palavra de Deus e viver a dimensão comunitária da fé, procurar que as comunidades analisem desde a Doutrina Social da Igreja as problemáticas e pecados estruturais em prol de uma sociedade organizada. Para isso, como cidadãos e cristãos se faz um chamado a participar nas decisões da região. Foi questionado em relação à Juventude qual é o objetivo da Diocese em relação ao acompanhamento da juventude e quais são as realidades juvenis presentes. Daí foi sugerido a possibilidade de aplicar a metodologia sinodal para se aproximar da realidade juvenil. A Diocese de Alto Solimões sente a urgência de conhecer a vida cotidiana, as dificuldades, as esperanças-sonhos, as realidades particulares da juventude. Para isso se faz a proposta de escutar os jovens nas escolas, universidades, grupos juvenis e outros lugares. Para isso será criado uma guia para escutar a juventude. No trabalho com a juventude foi colocado o Projeto Juvenil dos Capuchinhos em Benjamín Constant “A Juventude Quer Viver”. As Comunidades Eclesiais de Base foram confirmadas na Amazônia no Encontro de Santarém de 1972, buscando estar junto aos movimentos populares, fomentar o ecumenismo, as políticas públicas e a juventude, além dos trabalhos no campo da saúde, educação, paz, política, ecologia, segurança, alimentação. Nesse sentido, foi refletido sobre o fato de que a Igreja deve promover a dignidade, a justiça e a liberdade, ser uma Igreja profética e defensora da vida, uma Igreja cuidadora da criação, uma Igreja martirial, missionária, em saída. Nas Comunidades Eclesiais de Base, a leitura bíblica é um elemento importante, buscando ler a realidade por meio de círculos bíblicos, fomentando assim a união de fé e vida, a formação das lideranças e ministros. Comunidades que visitam, que fazem missão em outras comunidades, que fomentam a pastoral vocacional, que vivem a comunhão. Comunidades que ajudam a fazer realidade os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia. São comunidades que nascem do chão, do povo, da ação de Deus e de seu Espírito, sabendo que são fortalecidas nos sacramentos, na oração (Lectio Divina), e que cada uma tem suas próprias particularidades e necessidades. Em relação com as comunidades indígenas e ribeirinhas foi colocado que precisam de estudos bíblicos, de mais encontros vocacionais e mais presença dos missionários nas comunidades, que os missionários aprendam as línguas indígenas, que sejam escutadas para depois evangelizar, fortalecer o caminho sinodal e a formação em diálogo com políticas públicas. Também foi colocado que cada paróquia crie uma equipe para atender essas comunidades na formação, catequese, liturgia. As comunidades urbanas são chamadas a fomentar a acolhida, o diálogo, a formação; buscar uma metodologia para trabalho com os jovens; construir políticas públicas em benefício das comunidades; melhorar a comunicação; buscar um maior conhecimento entre os membros das comunidades e uma maior participação; utilizar os médios de comunicação para evangelizar. Em relação com o Documento de Santarém e sua atualização, realizada no encontro que aconteceu em Santarém no mês de junho, foi colocado a necessidade de ter pastorais de acordo à realidade; buscar a encarnação do próprio Jesus Cristo; ajudar o povo a se libertar de tantas escravidões; ser mais humanos; assumir o Sínodo para a Amazônia como algo que é para toda a Igreja. Como retos aparecem a interculturalidade e o diálogo interreligioso com os povos indígenas e a necessidade de reconhecer o serviço das mulheres nas comunidades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1