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Comitê REPAM Manaus comemora 3 anos do Sínodo Amazônico, que arrastou para Roma um jeito ser Igreja

Fazer memória de tudo o vivido três anos atrás e ao longo de todo o processo do Sínodo para a Amazônia foi a motivação para a celebração realizada pelo Comitê REPAM Manaus no dia 11 de outubro. Uma oportunidade para entender que “a gente não perde a história e reaviva a certeza de estar colocando em prática todos os encaminhamentos, tanto do Documento Final como da Querida Amazônia”, segundo a irmã Rose Bertoldo. Encaminhamento que segundo a secretária executiva do Regional Norte1 vão se concretizando no Regional “a partir das ações que foram tiradas como prioridade e vão sendo realizadas nas igrejas particulares”. Tudo a partir do chão amazônico, de seus elementos, presentes na celebração na terra, no ar, na água e no fogo. Mas também através da Palavra de Deus e dos sonhos do Papa Francisco recolhidos em Querida Amazônia. Um Sínodo que junto com a encíclica Laudato Si, ajudou a entender que “somos chamados a entrar em sintonia no Deus que está em tudo e em todos”, segundo o padre Paulo Tadeu Barausse. O jesuíta insistiu em que “Deus habita tudo. Deus está presente em tudo e em todos. Isto requer de nós seres humanos uma dimensão contemplativa”. Desde aí apelou por “uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana”, uma Igreja onde experimentar “a força do Evangelho que atua nos pequenos”, que é convidada “a uma vida mais simples de partilha e gratuidade”. O jesuíta fez ver “o compromisso de defender em nossos territórios e com nossas atitudes a floresta amazônica em pé”; de “comprometermo-nos com uma economia integral, na qual tudo está interligado”, de “acolher e renovar a cada dia a aliança de Deus com todo o criado”. Algo presente na Eucaristia, que segundo ele é “fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e levar-nos a ser guardiões da criação inteira”. Um processo que continua dando passos, como aconteceu neste ano com o Documento de Santarém, fruto do encontro que fazia memória do realizado 50 anos atrás. Uma Assembleia Sinodal onde pela primeira vez as mulheres eram um grupo significativo, segundo lembrou a Ir. Rose, que foi uma das auditoras do Sínodo, e que “está ajudando a trazer para a realidade a questão da ministerialidade, voltada à presença da mulher na Amazônia, como alguém que faz a diferença”. Espaços ocupados há tempo, mas que agora com o Papa Francisco com mais intensidade, avançando em questões relacionadas com o diaconato feminino, mostrando a concretude do Sínodo. Um tempo que vai além dos três anos que tem passado desde a Assembleia Sinodal, que teve seu início com o processo de escuta, “onde nós fomos da periferia para o centro”, segundo o padre Zenildo Lima. Segundo o reitor do Seminário São José da Arquidiocese de Manaus, “nós arrastamos para Roma não somente as demandas, as esperanças dos povos amazônicos e da Igreja na Amazônia, mas nós arrastamos para lá um jeito de ser Igreja que marcou o centro”. Segundo o auditor sinodal, “o atual Sínodo sobre a Sinodalidade é um desdobramento do Sínodo para a Amazônia”. A tarefa agora é “voltar para as periferias e estar juntos, próximos das periferias”, afirmou o padre Zenildo. Uma urgência diante da “derrocada da democracia e de esperanças, e o que a gente vive hoje no Brasil é assustador e é muito ameaçador para nossa esperança”. Periferias onde gente pequena está defendendo dinâmicas de morte, destacou o padre, que disse que abraçar os sonhos moldados pela Igreja e pelo Papa não será tarefa do centro e sim nossa. Por isso ressaltou a necessidade de estarmos nas periferias, onde se reúne pouca gente, gente pequena, nos pequenos sinais de luta que são organizados e nos pequenos sinais de resistência, ainda mais vendo como o centro está com uma atitude avassaladora diante dos pequenos e das periferias, que “é o lugar que a Igreja tem que estar”, mesmo diante do fascínio pelo centro. Algo que tem que levar a pensar em que Igreja queremos, segundo Patrícia Cabral, refletindo sobre a realidade das áreas missionárias na Arquidiocese de Manaus, divididas em comunidades, mas que nem sempre é aceito. Segundo ela, isso “hoje se tornou um desafio, porque a gente fala de voltar às periferias, a gente fala de voltar às bases e a gente não está conseguindo isso, até porque a proposta que muitas vezes a gente leva, ela não está encantando, porque eles estão sendo encantados pelas outras propostas que estão sendo apresentadas“, deixando de lado tudo o que faz referência a questões sociais. Uma Igreja dividida que desafia a se questionar sobre como trabalhar, especialmente com os jovens, que “não querem se reunir mais dentro da Igreja”. Uma Assembleia Sinodal diferente, desde a procissão inicial, “desorganizada, mas cheia de sentido, porque era o povo com o Papa, o Papa com o povo”, segundo lembrou o padre Júlio Caldeira. Um processo que mesmo devagarzinho vai caminhando, como está sendo mostrado nos testemunhos sobre os frutos do Sínodo. Iniciativas pequenas, nas periferias, que estão ajudando a concretizar o Sínodo, o que tem que levar a celebrar sem olvidar os desafios do Sínodo e a realidade que faz parte dos diferentes países da Pan-Amazônia. Por isso, o religioso da Consolata insistiu em “não desanimar e fazer coisas concretas. Por menores que sejam, isso ajuda a transformar o mundo”. Gorete Oliveira destacou a importância da proximidade entre os movimentos sociais e o Papa Francisco, a importância das comunidades eclesiais de base, o declínio atual das Pastorais Sociais, da Pastoral Operária, que deve levar à Igreja a se questionar sobre sua inserção nas periferias. Propostas do Sínodo que devem ser refletidas, segundo a Ir. Fátima, Cônega de Santo Agostinho, que falou sobre a separação presente dentro da própria Igreja, que desafia a estar se misturando, especialmente nas periferias, buscando fazer realidade “o tempo novo que a gente quer”. Mercy Soares falou sobre as referências do Documento de Santarém 2022 à Querida Amazônia, refletindo sobre a vacância muito grande na Igreja…
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CNBB condena veementemente “exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos”

A atual situação política brasileira, agravada pela campanha para o segundo turno da eleição presidencial, a ser realizado em 30 de outubro, provocou diversas reações da hierarquia católica no país. Na semana passada, foi o arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira, que reagiu à presença do Presidente Bolsonaro, candidato à reeleição, nos eventos em torno do Círio de Nazaré. Nesta segunda-feira, 10 de outubro, foi o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, que mais uma vez reagiu à presença do presidente, especialmente em um Terço a ser realizado no dia 12 de outubro, festa da Padroeira do Brasil. Na mesma linha, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota na qual, a partir da citação do Livro do Eclesiástico na qual diz que “Existe um tempo para cada coisa”, eles dizem lamentar “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno“. Segundo a presidência do episcopado brasileiro, que se pronunciou com força, “Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos”. Suas palavras são entendidas por muitos como uma crítica às atitudes do atual presidente, embora evidentemente nenhum dos nomes que concorrem à presidência do país neste segundo turno seja mencionado a qualquer momento. Diante de um fenômeno cada vez mais presente no país, os bispos insistem que “a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”. Diante de tais atitudes, eles afirmam que “é fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.”. Portanto, na nota é ratificado “que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral“. Diante deste tipo de atitude, apoiada por grupos de diferentes igrejas cristãs, especialmente do Pentecostalismo Evangélico, mas também de setores da Igreja Católica, os bispos convidam todos os cidadãos, “na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Se formos portadores de gratidão, o mundo também se tornará melhor”

Uma reflexão sobre “a condição da finitude humana desvalida, rejeitada, afastada, mas por Jesus redimida, transformada que faz nascer a gratidão”, foi o ponto de partida da homilia do Cardeal Leonardo Steiner no Vigésimo Oitavo Domingo do Tempo Comum. O Arcebispo de Manaus mostrou “a alegria da cura, uma vida-gratidão!”, a compaixão de Jesus diante do pedido dos leprosos, que “pedem para serem curados, mas também purificados, curados, no corpo e no espírito”. Diante da lepra, “Jesus, a compaixão e a misericórdia do Pai, acolhe, liberta do que corrompe e dilacera a integridade humana, abrindo espaço para quem foi descartado”.  A lepra era “o sinal mais expressivo da desintegração interior e religiosa do homem…, todo leproso era considerado como um excomungado por Deus, que devia ser excluído da comunidade”, segundo lembrou o cardeal, citando o Livro do Levítico. O arcebispo relatou como os leprosos eram “separados, segregados, descartados; fora da cidade, fora da sociedade, distantes de todos. Um muro de isolamento os separava de tudo e de todos”, mostrando que eles “eram vistos como pessoas degradadas, religiosamente castigadas”. Dom Leonardo disse se sentir encantado com “o extraordinário mover-se desses homens tomados pela doença. Não aceitam a sua situação, não se acomodam; sentem-se necessitados, excluídos, mas esperançados. Abandonados, mas não abandonados por Deus. Necessitados, desejam recuperar a dignidade no meio do povo, da comunidade, desejam participar das celebrações; rompem com as normas, transgredem as regras, abrem espaço no meio da multidão. Estão tomados por uma medida que é de vida ou morte: serem purificados”. O Arcebispo de Manaus também disse como “nos toca profundamente estes homens feridos em sua humanidade, em sua integridade, na sua dignidade, na sua religiosidade”. O purpurado os vê como “ícones da fragilidade humana que da fraqueza, da miséria, do descarte fazem o caminho da purificação, da salvação”, como “pessoas que com coragem carregam, cuidam, amam, assumem a lepra de sua miséria e, acima de tudo, tem a humildade e a coragem de, quebrando todos os grilhões, depositá-las diante de alguém que pode libertá-los. Não só carregam a dor, mas creem que Jesus há de conceder a liberdade e a purificação”. Um Jesus que, segundo o cardeal, “se enternece como a mãe diante da vulnerabilidade de seu filho, de sua filha. Tomado, pego pela afeição das entranhas os envia pelo caminho da transformação. Tomado por tal afeição, diz: ‘Ide apresentar-vos aos sacerdotes’. Jesus é, ‘com-paixão’: a mais pura boa vontade, pura receptividade e puro acolhimento do outro e, ao mesmo tempo, a pura doação de si ao desvalido, segregado”. Dom Leonardo convidou a “entrar na dinâmica de Jesus: pôr-se a caminho, sair!”. Segundo ele, “na receptividade amorosa, no toque do sopro do Espírito, na vontade da doação gratuita, um leproso se apercebe livre do corpo chagado e do descarte em que vivia”. Cada um dos leprosos, “na purificação de toda a sua pessoa sente-se reintegrado a seu Povo, à Comunidade dos eleitos. Mergulhado na compaixão e misericórdia do Filho de Deus volta a sentir-se eleito. Já não está só, já não necessita do grito impuro, agora pode oferecer o sacrifício do testemunho de sua purificação; pode voltar a oferecer e rezar com os outros”, afirmou o Arcebispo de Manaus. Ele chamou a descobrir “a sensibilidade necessária para darmo-nos conta do prazer, da alegria, do júbilo, da gratidão de quem sente-se acolhido por Deus e reintegrado na vida social e familiar”. Refletindo sobre a atitude daquele que volta para agradecer, Dom Leonardo destacou que “integrado, devolvido, libertado, agradece! A sua vida a partir daquele momento será uma vida de gratidão”. Mas também destaca que é “um samaritano, um estrangeiro, marginalizado do povo eleito”, e junto com isso que “a gratidão fez-se estrela guia”. Citando o Papa Francisco, o cardeal vê que “esta narração, por assim dizer, divide o mundo em dois: os que não agradecem e os que o fazem; os que tomam tudo como se lhes fosse devido, e os que aceitam tudo como dom, como graça”. “O samaritano nos desperta para a beleza e a profundidade da gratidão”, segundo o Arcebispo de Manaus, afirmando que “uma fé gratuita de viver da compaixão de Deus, nos leva a viver na gratidão. Cultivar a alegria e não deixar de agradecer”. Por isso, segundo ele, “se formos portadores de gratidão, o mundo também se tornará melhor, talvez só um pouco, mas o suficiente para transmitir esperança. Estamos necessitados de esperança!”. Uma necessidade diante da “agressão, notícias falsas, especialmente nesse tempo de eleições”.  Dom Leonardo insistiu em que “nos faz falta o espírito da verdade, um espírito livre, solidário, acolhedor e não agressor, para realizar as nossas opções, escolhas. Escolhas baseadas na verdade, não em notícias de WhatsApp. Verdade que preza a convivência, o respeito, o dom da vida”, que o leva a ver o viver como graça recebida. Finalmente pediu: “Espírito Santo, espírito da esperança, faça nascer em nós e entre nós a gratidão! Livra-nos da violência e da destruição, da mentira e divisão. Dai-nos a graça de perceber que tudo está unido e interligado! Concede-nos viver o Evangelho da liberdade, da esperança, da filiação divina, da irmandade. Cuidemos e cultivemos em nós o Espírito que nos leva à gratidão, à salvação. Amém”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Verônica Rubi: “Algumas de nossas atitudes não nos ajudam a viver em sociedade”

O Evangelho deste domingo Vigésimo Oitavo do Tempo Comum, nos apresenta, segundo Verônica Rubi, “dez leprosos que estavam fora da cidade, afastados por sua condição de doença. Eles gritaram pedindo ajuda, Jesus os viu e falou com eles e mandou ‘apresentar-se aos sacerdotes’, segundo orientava a Lei de Moises para os que ficavam curados, pese a que ainda estavam com lepra”. A missionária leiga na Diocese de Alto Solimões afirma que “no caminho ficaram curados, só um voltou para agradecer, glorificando a Deus. Esse que voltou era estrangeiro, de quem não se esperava nada. Jesus lhe diz: ‘Levanta-te e vai! Tua fé te salvou’”. A missionária analisa o que esta situação pode-nos dizer a cada um de nós. Nesse sentido, diz que “a lepra já não é motivo de afastamento. O que nos afasta é a soberba, o orgulho, o desejo de poder a qualquer preço, o ódio, o individualismo, o consumo indiscriminado, a indiferença, as posturas autoritárias, a violência”. Segundo Verônica Rubi, “todo isso nos afasta, nos faz ficar longe do convívio com outros, nos distancia da fraternidade de nossas comunidades, nos deixa longe do amor das nossas famílias. Os leprosos do evangelho nos dão uma dica interessante: eles aproximam a Jesus para pedir, gritar, implorar sua ajuda. Esse movimento é o início da mudança, é reconhecer que algumas de nossas atitudes não nos ajudam a viver em sociedade e precisamos mudar”.  Analisando o texto, a missionária destaca que “frente ao nosso pedido, Jesus olha para nós e -sem passe de mágica- nos manda a fazer o que temos que fazer, fazer aquilo para o que fomos criados”. Centrando-se na missão, “missão de ser filhas e filhos de Deus, missão de partilhar o que temos e que somos, missão de fazer o bem, missão de construir fraternidade… No decorrer de nossa missão, alcançamos a cura”. Por isso se pergunta, “qual será então nossa atitude?”. Ela afirma que “dos dez leprosos, um voltou glorificando a Deus e para agradecer a Jesus, aquele de quem menos se esperava algo, Jesus lhe diz: ‘levanta-te e vai, tua fé te salvou’. O milagre acontece, quando reconhecemos nossa miséria, nos aproximamos a Jesus, acolhemos sua orientação de viver no Amor e na missão do dia a dia o fazemos realidade. Só um voltou, quem agradece é aquele que reconhecer o bem recebido, e com alegria e humildade louva a Deus”. Finalmente, a missionária pede “que neste segundo domingo do mês missionário nos deixemos curar por Jesus e profundamente agradecidas e agradecidos vivamos na alegria do Evangelho”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“Tecendo Redes de Esperança”, Seminário em São Gabriel da Cachoeira busca “pacto coletivo no cuidado da vida”

Enfrentar o fenómeno da violência na Região do Alto Rio Negro foi o objetivo do Seminário realizado na Diocese de São Gabriel da Cachoeira pela Rede um Grito pela Vida. Segundo Dom Edson Damian, “Tecendo redes de esperança” foi o fio condutor das várias atividades, coordenadas pela diocese local e pela Coordenadoria Regional de Educação. Com o objetivo de “refletir sobre o fenómeno da violência em nossa região, buscamos um pacto coletivo no cuidado da vida para garantir os direitos e políticas públicas, priorizando as populações em situação de vulnerabilidade”. Foram realizados encontros com todos os professores e servidores das escolas estaduais e municipais da cidade de São Gabriel da Cachoeira, discutindo sobre as diversas formas de violência presentes na região; com os jovens para abordar o tema do protagonismo juvenil; com os muitos migrantes, sobretudo indígenas venezuelanos que diante da necessidade foram acolhidos pelos parentes brasileiros, que são acompanhados pela Pastoral do Migrante da Diocese de São Gabriel; encontro com os jovens que participam das pastorais da Igreja católica. Durante a semana foi realizado um seminário sobre os múltiplos olhares sobre a realidade, com a presença dos jovens, das Pastorais Sociais e outras instituições da sociedade local envolvidas com políticas públicas e direitos indígenas e ambientais, com mais ou menos 15 entidades envolvidas, abordando questões relacionadas com a Rede de Proteção à Criança e Adolescente, mas também a Rede de Proteção à Vida, segundo informou a Ir. Cidinha Fernandes, uma das organizadoras do Seminário. Finalmente, uma roda de conversa com as autoridades locais e representantes das instituições, donde também foram abordadas as diferentes formas de violência que existem na região do Alto Rio Negro, e as proposta de solução. Dom Edson Damian dá um destaque especial para os jovens, a presença, a atuação e a palavra. Os jovens, segundo o bispo, “mostraram sua alegria por encontrar um espaço para serem ouvidos e ficaram surpresos diante das múltiplas atividades que são realizadas, principalmente pelas pastorais sociais da nossa Igreja, que muitos deles não conheciam”. O Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), insistiu em que “os jovens gritam para serem escutados, pelos pais, pelos professores, e reivindicam um diálogo recíproco, em que possam ser escutados em nível de igualdade”. Diante da falta de escuta, os jovens, Lembrou Dom Edson, “os jovens buscam saída onde não existem saídas: o alcoolismo, as drogas, a prostituição, alguns desesperados até se suicidam, algo que acontece com muito frequência aqui na nossa região”. Ele colocou que “os jovens nos impressionaram pela consciência que tem dos problemas e também pela clareza na busca de soluções”. Entre os problemas destacados pelos jovens, segundo o bispo local, estão “o desemprego, a fome, a exploração e abuso sexual, o alcoolismo, as drogas”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira destacou que “foram muito oportunas estas atividades que acontecem no momento em que nos preparamos para segundo turno das eleições”. Ele afirmou que “as diversas formas de violência destacadas estão se tornando ainda mais alarmantes e dramáticas no atual governo, que está realizando um verdadeiro desmonte dos direitos sociais, que foram conquistados após a promulgação da Constituição Cidadã de 1988”. Segundo Dom Edson Damian, “lutar pela preservação e plena atuação das políticas públicas é um dever moral, cívico e patriótico de todos nós. Só assim será possível enfrentar os grandes problemas sociais, econômicos e políticos que geram tantas formas de violência contra os direitos fundamentais da maioria da população brasileira, e principalmente dos povos indígenas, que são 90 por cento aqui nesta região do Alto Rio Negro”. O bispo agradece a assessoria da Ir. Rose Bertoldo e de Sandar Loyo, assessoras dos diversos encontros, “de forma participativa, envolvente e motivadora para que o diálogo e a partilha realmente acontecessem”. Uma das jovens participantes foi Silvani Farias Gonçalves. Ela destacou que “a gente teve voz, a gente pode relatar tudo o que está acontecendo em São Gabriel, trazer um pouco a nossa realidade”, para o que não tem oportunidade na escola, nem nos diferentes lugares aonde os jovens vão. A jovem indígena do povo Baré, que falou sobre o esquecimento que sofrem os jovens, destacou o fato de se sentirem livres para falar, para mostrar suas dificuldades e ser voz dos jovens. Segundo a aluna do primeiro ano do segundo grau, “os jovens temos problemas, nós precisamos de ajuda, de apoio”, sendo importante para ela o fato de ter instituições dispostas a ajudar os jovens. Ela denunciou o assédio que sofrem as jovens e adolescentes, inclusive nas escolas, também o envolvimento com drogas, a falta de atenção. Cristian Cordovil enfatizou a importância do encontro, uma oportunidade para os jovens descobrir o que precisam para melhorar. O jovem de 18 anos relatou alguns problemas que fazem parte da vida dos jovens, o que muitas vezes tem como causa a falta de atenção familiar. Ele destacou como maior aprendizado, “poder ouvir que eu não sou o único que passa por esses problemas”. Josiele Nunes de Braga destacou do encontro o fato de descobrir a importância de escutar e ter uma experiência de se mesmo, se conhecer melhor”. A indígena do Povo Baré, de 17 anos, que é aspirante na Congregação das Catequistas Franciscanas ressaltou o fato dos jovens poder saber que eles podem contar com outras pessoas, para não ficar só em silêncio, e aprender a escutar os gritos de outras pessoas. Um encontro intenso, produtivo, segundo a Ir. Rose Bertoldo, que segundo a Secretária Executiva do Regional Norte1 é um pôr em prática as causas permanentes do Regional, onde aparece a questão do enfrentamento ao tráfico de pessoas e exploração sexual de crianças e adolescentes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ser Franciscos para salvar o mundo

Nesta semana a Igreja católica comemorou um dos santos com maior devoção do santoral, o poverrello de Assis. Alguém que nos mostra que é possível viver de um jeito diferente, olhando para todos e para tudo como irmãos e irmãs. O exemplo do Santo de Assis é fundamental na sociedade atual, onde a falta de cuidado tem se instalado como atitude presente, muito presente. Falta de cuidado com as pessoas e falta de cuidado com a Irmã Mãe Terra. Aquele que quis ser instrumento de paz questiona a cada vez mais presente violência em todos os âmbitos da vida. Os discursos de ódio, inclusive em aqueles que são chamados a cuidar do bem comum, se tornou algo corriqueiro. As pessoas assumem como algo normal os ataques que acontecem em todos os âmbitos da vida, no relacionamento cotidiano com os outros, na rua, no trânsito, nas redes sociais, no discurso político. Como superar essas atitudes cada vez mais presentes? Como ajudar as pessoas a entenderem que o caminho da paz nos ajuda a crescer e nos faz bem mais felizes do que o caminho da violência? Como descobrir que a fraternidade é o que realmente constrói um mundo melhor para todos? Como superar tantos sentimentos de desconfiança, enfrentamento e morte cada vez mais presentes no meio de nós? Francisco de Assis também nos ensina a sentir a necessidade do cuidado da Casa Comum, o cuidado das criaturas, de todas as criaturas, um chamado que na Amazônia tem que ser redobrado. Ainda mais neste dia 6 de outubro em que a Igreja da Amazônia comemora três anos da apertura do Sínodo para a Amazônia, que deu o pontapé inicial para os novos caminhos na Igreja e na ecologia integral. Cuidar como um sentimento que brota do coração, algo muito presente na vida de São Francisco. Um cuidado que leve a preservar a nossa Casa Comum, da qual não somos donos. Essa atitude é cada dia mais necessária, ainda mais diante daquilo que faz parte do nosso cotidiano. A gente vê como na eleição deste domingo passado, deputados e senadores foram eleitos desde um discurso que fomenta a destruição do meio ambiente, e isso deveria nos preocupar. Na medida em que nós nos dizemos cristãos, ainda mais se a gente é devoto do Santo de Assis, deveríamos assumir suas atitudes como modo de vida. A fé, as devoções, precisam se concretizar em atitudes que se fazem presentes em todo momento e circunstância. Não podemos reduzir nossa vida ao mundo das ideias, a elementos que não mudam em nada nosso modo de nos relacionarmos com as pessoas e com as criaturas. Sejamos conscientes dos desafios que a vida de Francisco de Assis coloca na vida da gente. Olhemos para ele e assumamos seu modo de vida como algo próprio, que vai nos transformando em homens e mulheres mais cuidadosos. Disso depende muitas coisas, também o futuro da humanidade e do Planeta. Nunca o esqueçamos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Aderbal Cesário da Silva Neto novo diácono da Prelazia de Borba

Neste dia 04 de outubro fomos agraciados com a ordenação Diaconal de Aderbal Cesário da Silva Neto. Servo paroquiano de Nossa Senhora de Nazaré e São José, em Nova Olinda do Norte, Prelazia Apostólica de Borba. Por meio da imposição das mãos e prece consecratória, o Bispo Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva o ordenou a Diácono Permanente para o serviço da Santa Mãe Igreja. Em seus ensinamentos, Jesus nos exorta ao trabalho para o reino de Deus nos diversos lugares onde seu evangelho há de promover a conversão de muitas pessoas pelo poder do Espírito Santo. Ele garantiu que haveria de edificar a sua Igreja e “as portas do inferno não prevaleceriam contra ela” (Mt 16.18). Que o seu Sim seja cheio de boa vontade, e que a graça de Deus esteja sempre à frente do seu ministério. Nossa Prelazia Apostólica de Borba acolhe e reza com o novo Diácono Permanente, Aderbal Cesário da Silva Neto, cuja Palavra-luz é “Entre vós seja o servo de todos”. (Mc 10, 44) Video da ordenação:  https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid02rmLeLPPEq7dWTJKxinWqe9CgJzLj8WFCQqxM49Lvm93LUGcXnu5dz62dAdbE2Apul&id=100067526781594 Fonte: Prelazia de Borba

Ordenação diaconal de Matheus Marques da Costa: mais um “guardião do serviço na Igreja”

A Paróquia Divino Espírito Santo de Manaus acolheu na noite do dia 1º de outubro, Festa de Santa Terezinha do Menino Jesus e padroeira das Missões, a ordenação diaconal do seminarista Matheus Marques da Costa. Na paróquia onde cresceu em sua fé e no início do Mês Missionário, um elemento muito presente na caminhada vocacional do novo diácono. O Cardeal Leonardo Steiner, presidente da celebração, começou destacando a importância do momento para a Arquidiocese de Manaus, “tão necessitada de tantos ministérios, que deseja cada vez mais ser uma Igreja missionária que leva a Jesus, anuncia a Jesus, e ao anunciar a Jesus vive Jesus testemunhando a sua mensagem, o seu Reino”, pedindo para a Igreja de Manaus “a graça da missionariedade, sermos uma Igreja missionária”. Na homilia, ao falar sobre a volta dos setenta e dois que tinham sido enviados, o Arcebispo destacou sua alegria, seu sentimento de realização. “Enviados e enviadas por um Amor procurante, livre, generoso. Esse amor que envia, mas antes de enviar chama”, destacou o Cardeal Steiner, que destacou que “na nossa vocação e ministério experimentamos essa benevolência de sermos buscados, chamados e enviados”, algo que acontece com os “pequeninos, os de coração simples, sem dobras”. Chamados a um ministério do qual não nos apossamos, “apenas o colocamos em favor dos necessitados e aflitos, atormentados na vida”, segundo o purpurado, que insistiu em que “somente os pequeninos, os necessitados é que percebem as revelações de um amor sem limites. Ele insistiu em que “na celebração da ordenação diaconal somos sempre lembrados da graça de servir, que poder, autoridade na Igreja significa servir”, fazendo ver o chamado do Papa Francisco a que na Igreja prevaleça “a lógica do abaixamento”, a entender que “os diáconos são os guardiões do serviço na Igreja”, os guardiões do verdadeiro poder. E junto com isso perceber que “o diácono não é meio-padre ou padres de segunda categoria, nem acólitos de luxo”, e sim “o servo atencioso que trabalha a fim de que ninguém seja excluído”. Dom Leonardo lembrou do texto escolhido pelo diácono Matheus: “Ele viu e teve compaixão”, um texto que “sempre nos comove e desperta para nossa missão e ministério”. Segundo o Arcebispo de Manaus, “o ver desperta compaixão, mexe com as entranhas, desmonta, torna proximidade, faz-se próximo”, ressaltando que “quando se é tomado pela compaixão, não existem justificativas”. Ele fez um chamado a “servir sem olhar aquém, servir, sem saber de raça, religião, cor, ideologia, sem saber do passado, do futuro, da pertença”, vendo o diaconado como “seguimento, correr com Jesus, imolar-se como Jesus”. Ao novo diácono, seu arcebispo lhe disse: “conhecerás a Jesus e seu Evangelho quando no exercício benevolente da diaconia, do serviço livre e benévolo. Conhecerás a Deus quando tocado pela humanidade ferida e desvalida. Conhecerás Deus quando cuidardes as feridas com o óleo da benevolência e vinho das núpcias. Conhecerás Deus e sentirás a alegria interior, quando os espíritos da violência, da destruição, da desfraternidade forem afastados”. “Parte de um processo de envolvimento com Mistério do chamamento”, de um Deus que por misericórdia lhe chamou para ser continuador da missão de Jesus. Assim vê o novo diácono sua ordenação, que pedia “sensibilidade para ver e para sentir compaixão, ver as muitas injustiças que os poderosos deste mundo impõem sobre os últimos”. Em suas palavras agradeceu sua família e à Igreja de Manaus, lembrando as palavras de Dom Leonardo, em que afirmou que “desejamos ser uma Igreja viva, de comunhão, de participação, uma Igreja onde todos anunciam o Reino de Deus”, para o que ele se colocou à disposição. Na Igreja de Manaus ao Seminário São José e as paróquias, áreas missionárias, pastorais onde ele passou no seu tempo de formação.  Mas também muitos nomes que fizeram parte desse tempo, pessoas que “testemunharam com a vida, a missão e a felicidade da disponibilidade”, citando as palavras de Dom Sérgio Castriani. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação Norte1

Ir. Rose Bertoldo: “A fé não é questão de piedade, mas de autenticidade”

“Não fechar o coração, mas ouvir o nosso Deus” é o convite da liturgia deste 27º domingo do Tempo Comum, segundo a Ir. Rose Bertoldo. Um convite “a aguçar nosso ouvido e abrir o nosso coração”, especialmente “em tempos em que o escutar tronou-se um grande desafio”. A secretária executiva do Regional Norte1 da CNBB faz um chamado a “abrir o coração a um tempo novo, marcado por um domingo decisivo para o Brasil, onde milhares de brasileiros vão as urnas exercer sua cidadania”. Segundo a religiosa do Imaculado Coração de Maria, “neste exercício da democracia pedimos a Deus lucidez e bom senso, fruto de uma fé madura”. Comentando as leituras, ela afirma que “na primeira leitura podemos perceber o diálogo do profeta com Deus, onde ele reclama para Deus toda violência pela qual o povo vive”. Trazendo isso para nossa realidade, a religiosa coloca que “diante de tantos sofrimentos do povo, consequências da violência, corrupção e injustiças, somos convidadas a não desanimar, mas ter fé, que nasce da ação e defesa da vida, que passa pela presença junto aos mais pobres, na solidariedade, na opção política que defenda um projeto popular de inclusão, onde ninguém é excluído dos direitos básicos e vida digna”.  Já na segunda leitura, a carta de São Paulo a Timóteo, “ele afirma que Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade, este Espírito que recebemos no batismo, que habita em nós, nos reveste de sabedoria e fortalece nossa fé, essa fé que não nos deixa inertes aos sofrimentos, mas nos leva a sair de nós mesmos”, segundo a Ir. Rose. No relato do Evangelho, “os apóstolos, depois de um tempo de convivência com Jesus, se dão conta de que lhes falta algo para poder compreender as exigências de Jesus. Por isso, suplicam: aumenta nossa fé”, afirma a religiosa. Ela vê em Jesus um bom “pedagogo”, pois Ele “não responde diretamente ao pedido dos apóstolos”. No texto, a Ir. Rose descobre que “Jesus dá a entender que a fé não é questão de piedade, mas de autenticidade”. Além disso, a secretária executiva do Regional Norte1 diz que “a fé não pode ser aumentada a partir de fora; ela precisa crescer a partir de dentro, a partir dos encontros que vão transformando a vida da gente. A vivência da fé se dá no conhecimento da pessoa de Jesus, no encontro pessoal comigo mesma, na vivência em comunidade, na escuta atenta dos sinais no cotidiano da vida”. Diante disso, a Ir. Rose Bertoldo anima a pedir a Jesus que “nos livre de uma fé frágil, incapaz de manifestar aquela força que muda a vida, o modo de pensar, de sentir e de agir, de votar consciente, de ter clareza do projeto de Jesus”. Ela insiste em que “a fé pressupõe ação, estamos exercendo nossa cidadania neste domingo como agentes políticos, uma ação que nos leva a uma mudança de vida, isto é, de projeto político de sociedade para o país, por isso não podemos dar um voto inconsequente, pois as consequências de um voto inconsequente poder ser catastróficas para o país, que tem rosto de populações excluídas pelo sistema que destrói e mata”.  Também faz um chamado a “que possamos alimentar em nós esta fé viva, forte e eficaz. Fé que se visibiliza no serviço ao mais necessitados, uma consciência lúcida, critica, no amor gratuito e solidário, uma fé que visibiliza a justiça do Reino, comprometida com a vida de todos os habitantes da casa comum”. Finalmente, a religiosa afirma que “vivenciamos nossa fé, como entrega de vida, aprofundando nosso ser missionário, contribuindo no anúncio do Evangelho, especialmente neste mês dedicado as missões, pois toda a Igreja é missão e nós somos suas testemunhas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Para que votar?

A democracia, mesmo com suas falhas, é um sistema político que em teoria dá a possibilidade de todo cidadão e cidadã participar dos processos de decisão. Na prática a gente sabe que nem sempre é bem assim, pois os representantes eleitos muitas vezes não respondem aos interesses do povo. No sistema democrático o povo vota, escolhe seus representantes e deposita neles a confiança para que em seu exercício dos diferentes cargos no poder executivo e legislativos possam conduzir o destino da sociedade pelo caminho do bem comum. Não podemos esquecer que fazer política é buscar o bem comum, o bem para todos os homens e mulheres que fazem parte do entramado social, fomentando políticas públicas que ajudem a evitar que as pessoas sejam vulneradas e descartadas. Votar é depositar a confiança em alguém que vai me representar, que vai votar ou executar as leis que façam possível que a sociedade se torne espaço de encontro, de diálogo, de convivência, espaço onde as pessoas possam crescer e desenvolver suas potencialidades em benefício da coletividade, de todos e todas, mas especialmente daqueles que mais precisam. A sociedade precisa cuidar dos pequenos, da totalidade, não se constrói sociedade quando se pensa só em pequenos grupos de poder político, económico, religioso…, se faz necessário pensar além de nós, além daqueles com quem nos une algum tipo de ligação. O verdadeiro político, o verdadeiro cidadão tem um olhar amplo da realidade, se preocupa com o crescimento comum, socorre as necessidades daqueles que sofrem, seja qual for o motivo desse sofrimento. No último domingo, na Igreja católica era lida a parábola do homem rico e o pobre Lázaro, uma situação que deve nos levar a refletir sobre a sociedade em que a gente vive. Num Brasil onde existem alguns homens ricos e milhões de Lázaros somos desafiados a nos questionarmos para quem é que olham aqueles que na eleição deste domingo 2 de outubro são candidatos e candidatas aos diferentes cargos que serão votados. O Brasil precisa de pessoas, também de políticos, que olhem para os milhões de Lázaros que existem no país, um número que vai crescendo, aumentando assim os desafios provocados pela pobreza e a fome. A população é chamada a escolher, na medida em que quer fazer realidade o objetivo principal da política, cuidar daquilo que é de todos e não de pequenos grupos, candidatos dispostos a colocar na mesa àqueles que hoje não podem nem pegar as migalhas que os poderosos deixam cair no chão. É tempo de entender o significado e o valor do voto, é tempo de ser cidadãos e cidadãs que tenham a coragem de olhar em frente e olhar para todos e todas, mas com um olhar compassivo, misericordioso, samaritano para os que não contam. Uma sociedade que não cuida de todos, uma democracia que não olha para todos vai perdendo seu sentido e se tornando uma marionete nas mãos dos que só se preocupam por si próprio. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar