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Laicato do Regional Norte1 escolhe sua primeira Presidência

15 representantes da Arquidiocese de Manaus, Diocese de Roraima, Diocese de São Gabriel da Cachoeira, Prelazia de Borba, Prelazia de Tefé e Prelazia de Itacoatiara participaram do encontro da Comissão do Laicato Regional Norte1 realizado em Manaus de 23 a 25 de setembro na Casa de Retiro São Vicente Palotti. Entre os participantes se fez presente Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara e referencial do laicato no Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele apresentou o “Documento Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia”, elaborado no encontro realizado pela Igreja da Amazônia no último mês de junho no Seminário São Pio X de Santarém, fazendo memória, no mesmo local, do Jubileu de Ouro do encontro de 1972. A apresentação do Documento Santarém 50 anos foi complementada pela análise de conjuntura sociopolítica, que contou com a assessoria de Marcelo Seráfico, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ajudando os participantes a poder contemplar uma realidade cada vez mais polarizada, ainda mais diante das eleições do dia 2 de outubro. Nesse âmbito da política, Patrícia Cabral apresentou o Caderno Encantar a Política. A assessora da Comissão do Laicato Regional Norte1 mostrou a importância de “voltarmos a estudar os documentos da Igreja para que os cristãos leigos e leigas possam estar preparados para a ação transformadora no mundo”. Foi apresentado a estrutura organizacional do Conselho Nacional do Laicato, mostrando aos participantes o que é, quem participa e onde está atualmente. O encontro também serviu para escolher a primeira presidência do Regional. O novo Presidente é Francisco Meireles, da Arquidiocese de Manaus, e a Vice-Presidente é Maria Goreth Lopes, da Prelazia de Itacoatiara. A nova Secretária é Valdenice, da Prelazia de Borba, e o Vice-secretário será Antônio Nascimento, da Prelazia de Tefé. Finalmente o cargo de Tesoureiro foi assumido por Edney Veras, da Diocese de Roraima, sendo a Vice-tesoureira, Odete Gaudencio, da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações de Patrícia Cabral

VI Seminário Nacional de Religiosos Irmãos: “Apelo da Igreja missionária que vai rumo à Amazônia”

102 religiosos irmãos de 22 congregações, se encontraram em Belém de 22 a 25 de setembro 2022 para participar do VI Seminário Nacional de Religiosos Irmãos. O objetivo foi refletir sobre a missão do Irmão em seus variados apostolados no percurso de toda sua vida. Um encontro que acontece de três em três anos, pela primeira vez no Norte do país, um “apelo da Igreja missionária que vai rumo à Amazônia”, segundo o Irmão Edimar Fernando Moreira. O religioso carmelita, membro da equipe de organização, afirmou que “A Amazônia que clama e a Igreja que vai respondendo”. Um contexto amazônico presente no tema: “No rio da Vida o irmão é missão fecundando o Reino”, e no lema: “Os braços do rio vêm trazer a alegria”. Tudo voltado para esta dinâmica de inculturação neste contexto amazônico. Um momento para identificar o que a Igreja e a sociedade pedem aos Irmãos hoje, buscando dialogar sobre seus desafios. Segundo o Irmão Jardelino Menegat, um dos palestrantes do encontro, “o irmão precisa cultivar a alegria, esperança e fraternidade, três elementos que entendemos como pilares para o religioso, porque as pessoas esperam ver no religioso um alento, alguém que cuida, que respeita, que valoriza, e a alegria, a esperança e a esperança, elas fortalecem essas atitudes que o irmão precisa ter”. No encontro, os irmãos se envolveram, participaram, trazendo experiências da vida deles, do dia a dia, “para poder mostrar que nós como irmãos desempenhamos um papel importante dentro da Igreja e como religiosos temos a disponibilidade de poder servir o povo de Deus de uma outra forma, outros carismas, a educação, a saúde, e tantas outras que podem ser ressaltadas que estão presentes”, segundo o religioso lassalista. Um dos participantes foi o Irmão Irineu Letenski, religioso da Ordem de São Basílio Magno que participa do Rito bizantino ucraniano. Ele destacou que “cada um da sua comunidade, do seu carisma, que vem aqui vivenciar nesses dias os carismas e a espiritualidade comum”, considerando o evento uma “rica experiência de convivência, rezar juntos, partilhar juntos, falar sobre a vida, divertir, brincar, cantar, tudo isso faz parte da vida comunitária”. O Reitor da Faculdade San Basílio Magno destaca a importância das relações como oportunidade para “aprimorar as virtudes, desenvolver as potencialidades”. Ele afirma que “minha vida se dá desde as relações com meu entorno, seja desde as orações, celebrações comunitárias, na confraternização, convivência, é necessária essa postura”, vendo o encontro como algo transformador, enriquecedor. Dentro do caminho sinodal que a Igreja vive, onde “a sinodalidade é caminhar junto nas diferentes formas de ser seguidor de Jesus Cristo, nas diferentes igrejas, dentro da Igreja católica nas diversas identidades que se constituem historicamente”, Frei Vanildo Zugno fez um chamado a “não se colocar numa estrutura hierárquica, mas numa estrutura circular e num caminhar junto”. Para o Coordenador da Formação Continuada da Conferência dos Religiosos do Brasil, “a palavra irmão, ela diz exatamente isso, somos todos filhos do mesmo Pai, do mesmo Deus Mãe e todos nos sentimos dentro da mesma igualdade de irmãos e irmãs”. O religioso capuchinho o encontro expressa esse desejo “de uma Igreja circular, de uma Igreja fraterna, sororal, uma Igreja que cada um nos seus diferentes ministérios, dons, carismas, constrói a única Igreja de Jesus Cristo. E ele tem essa dimensão sinodal porque como irmãos buscamos o diálogo não apenas entre nós e dentro da Igreja, nós buscamos o diálogo também com a sociedade, com os outros grupos que não sendo identificadamente Igreja, também buscam o caminho da justiça, da fraternidade, da igualdade em toda a sociedade”. Uma relação que também deve ser dar “com a Casa comum, as outras criaturas, que junto com a humanidade compartilhamos este espaço de vida”, afirma Frei Zugno. Segundo ele, esse será “um sinal, um símbolo que dê credibilidade de um mundo novo, um mundo diferente, de uma nova sociedade, de uma nova Igreja baseada não na dominação, na sobreposição de um grupo sobre outro, mas na fraternidade, no caminhar juntos, olhando na mesma direção o Reino de Deus”. Nessa linha da ecologia integral, o Irmão João Gutemberg Sampaio afirmou que “o irmão é chamado à fraternidade universal, mas essa fraternidade se conecta com todos os seres da Criação”. O secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), fez um chamado a recuperar “a espiritualidade do irmão de Assis”. Para isso ajudou a revisar a Laudato Si´ conectando-a com o Sínodo para a Amazônia, os sonhos da Querida Amazônia e as conversões do Documento Final do Sínodo. Daí o religioso marista foi “trazendo para o contexto da vida, partilhando experiências e desafios onde os irmãos a partir da Amazônia podem se inspirar, se motivar e gerar esta fraternidade que é para com todos e para com tudo”. São elementos presentes na logomarca do encontro, desenhada pelo Irmão Luiz Carlos Lima. Nela, segundo o Irmão Marista se fazem presentes elementos amazónicos, diferentes águas, uma forma de broto, sinal de esperança, de vida, de fraternidade. Ele citou as três pessoas que dialogam entre si, pessoas ao redor de uma mesa, mas também semente, coração, onde o vermelho é sinal das “pessoas que se entregam na defesa da vida e na fraternidade universal entre nós e com a Criação”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Raely Cardoso: “A riqueza pode fazer murchar a fé e o senso da vida futura”

No vigésimo sexto Domingo do Tempo Comum “o Evangelho nos vem trazer a parábola do homem rico e do homem pobre”, segundo Raely Cardoso. A Secretária Regional da Pastoral da Juventude Norte1 afirma que “essa parábola não visa tratar sobre caridade, não diz que o rico negasse esmolas a Lázaro, talvez até ignorasse a presença dele na sua casa. Fechado como estava em seu bem-estar, não lhe permitia ver problema alheios”. A jovem insiste em que “Jesus quer chamar a atenção, não para a necessidade de amarmos ao próximo, mas para a importância das situações. Uma situação de poder e prazeres pode insensibilizar a mente, tornando-a insensível às necessidades dos outros, pode fechar a fome do céu, fechando a fome da vida eterna”. Segundo a secretária da PJ, “se já se julga satisfeito com seus bens é o contrário de uma situação de penúria, que entretém a fome, a sede de algo maior, que é a vida eterna”. “A riqueza honesta não é má nem condenável, assim como a pobreza não é garantia de salvação”, segundo Raely. Ela afirma que “ambas suscitam atitudes éticas que podem facilitar ou dificultar a procura de Deus. É para isso que Jesus que despertar os cristãos nessa parábola: a situação cómoda em que se acha que os ricos podem diminuir seu zelo pelas necessidades dos pobres e excluídos da sociedade”. A jovem insiste em que “Jesus chama os pobres, os que tem fome, sede e choram, de bem-aventurados, mas não pela pobreza, mas por causa de uma atitude ética, na fé, no amor que essa pobreza preserva ou vem a suscitar. E chama os ricos de infelizes, não por causa da riqueza, mas porque a riqueza pode fazer murchar a fé e o senso da vida futura”. Raely lembra que “Lázaro teve fome física e doenças, tinha fome de uma realidade melhor do que a vida terrestre. A fome material e espiritual de Lázaro era saciada ao passo que no rico, ela não existia mais”. “Alguém pode ser rico e ter um coração pobre, cultivando o desapego, a caridade, o olhar para o outro. Assim como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, sem caridade alguma, nem humildade, nenhuma prática do bem”, segundo a jovem. “Lázaro, pobre na terra, e Abraão, rico na terra, tiveram a mesma sorte final, porque ambos nas suas circunstâncias diferentes tiveram o mesmo amor, o mesmo desprendimento dos bens terrenos”. A secretária da PJ diz que “a parábola nos lembra que o céu e o inferno começam em nosso dia a dia. Não nos faltam os fatos, acontecimentos, coisas a cada dia que são objeto de santificação”. Segundo ela, “não vivemos de milagres, mas no dia a dia é nele que devemos encontrar a vida de santificação”, insistindo em que “muitos procuram milagres e sinais, e dizem que se Deus se fizesse mais sensível ou nos desse um sinal, seriam mais fervorosos”. Algo que Raely diz ser “pura ilusão, quem não tem fé nos dons cotidianos de Deus encontrará razones falsas para conhecer os milagres dele. Abraão responde ao rico que quem não tem o hábito da fé viva, rejeitará os sinais mais significativos”. Ela lembra que “Abraão diz haver entre o céu e o inferno um grande abismo, e isto indica que é só na vida terrestre que podemos nos converter, pois o tempo da conversão é hoje e agora”. “A morte nos estabelece uma nova condição definitiva, ou o céu para sempre ou o inferno para sempre”, lembra a jovem. Seguindo a parábola, ela diz poder concluir que “quando eu e você deixarmos este mundo, teremos uma sentença”, lembrando que “Lázaro foi levado ao seio de Abraão e o rico aos tormentos do inferno. Isso pressupõe uma sentença de Deus logo após a minha e a tua morte. Ela é definitiva, pois o mal não pode passar para o lugar dos justos nem vice-versa”. Finalmente ela questiona: “e você, para onde quer ir, para o lugar justo ou para o lugar onde nesta parábola o rico foi?”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Conselho Missionário Regional Norte1 realiza Assembleia Eletiva

O Conselho Missionário Regional Norte1 se reuniu nos dias 23 e 24 de setembro de 2022 no Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus, Maromba, para realizar sua Assembleia Eletiva. O encontro contou com a presença de mais ou menos 20 representantes da arquidiocese de Manaus, as dioceses de Coari e São Gabriel da Cachoeira, as Prelazias de Tefé e Borba e organismos missionários, como a Infância, Adolescência, Juventude Missionária, Conselho Missionário Diocesano (COMIDI) y Conselho Missionário dos Seminaristas (COMISE), com a presença de seminaristas que se formam no Seminário São José de Manaus. Depois da oração inicial conduzida pela Alana Fernandes, da Juventude Missionária, aconteceu a apresentação das Diretrizes Regionais, que contou com a assessoria da Ir. Rose Bertoldo, Secretária Executiva do Regional Norte1 e a escuta das Dioceses e Organismos. Os desafios apresentados mesclam as questões da linguagem, de um implícito desânimo-pessimismo, na dificuldade nas comunicações. A Síntese das escutas foi apresentada pelo Seminarista Matheus Marques destacando como as Diretrizes Do Regional tocam nossa ação e como já estamos realizando-as. A nova equipe coordenadora do Conselho Missionário Regional (COMIRE) é formada pelo Pe. Gutemberg Gonçalves, da Arquidiocese de Manaus, como coordenador, o primeiro vice coordenador, José Kennedy, do COMIDI da Arquidiocese de Manaus, ficando como segunda vice oordenadora Helen Prestes do IAM da Arquidiocese de Manaus). Os tesoureiros serão Matheus Marques, da Arquidiocese de Manaus, e Hallana Jéssica do IAM Amazonas. Finalmente, foram eleitos secretários, Alfredo Leonardo, da Diocese de São Gabriel da Cachoeira e Pablo Gabriel, da Diocese de Parintins. O Bispo Referencial é Dom Edson Damian, Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foi proposta uma Equipe de Assessores regionais que será conhecida na medida em que aceitem cada um daqueles que foram propostos pelo Conselho Missionário Regional. Padre Raimundo Gordiano expôs um breve relatório da 37ª Assembleia do Conselho Missionário Nacional (COMINA), sobre três pontos: os assuntos principais, os destaques e  encaminhamentos. O encontro foi momento para realizar alguns apontamentos em vista da Experiência Missionária de Seminaristas que ocorrerá em Manaus no mês de janeiro de 2023, e para o 5º Congresso Missionário Nacional, também a ser realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023, com o tema “Ide! Da Igreja Local aos confins do mundo”, e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Antes da conclusão foi apresentado o conteúdo sobre a Campanha Missionária, exposto em forma de oficina, seguindo a dinâmica da Infância e Adolescência Missionária e a Juventude Missionária.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro de Capacitação busca reanimar Pastoral da Pessoa Idosa no Regional Norte1

A Pastoral da Pessoa Idosa Regional Norte1 realiza de 23 a 25 de setembro um encontro de capacitação na Maromba de Manaus, com representantes das dioceses e prelazias que fazem parte do Regional, contando com a presença da Ir. Maria Lúcia Rodrigues, Coordenadora Nacional dessa pastoral. O encontro quer “estar reanimando a Pastoral aqui neste Regional, estar trabalhando com os coordenadores, seja ele os coordenadores regionais, como diocesanos, como paroquiais, também os facilitadores, aqueles que trabalham, que dão a capacitação para novos líderes”, segundo a Ir. Maria Lúcia. A metodologia do encontro segue o método ver, julgar/iluminar, agir, perseverar, abordando questões relacionadas com a metodologia de trabalho da Pastoral da Pessoa Idosa, sua relação com as Pastorais Sociais, o sistema de informação da Pastoral da Pessoa Idosa na web, no aplicativo, nas redes sociais, a sustentabilidade e transparência. Segundo a Ir. Maria Lúcia Rodrigues, o encontro “é uma forma de fazer essa caminhada juntos, de estar recordando, de estar reafirmando aquilo que é o essencial da Pastoral, que é o acompanhamento à pessoa idosa”. Uma pastoral que se torna cada vez mais urgente. Segundo sua Coordenadora Nacional, “a Pastoral da Pessoa Idosa, ainda mais nesse tempo que o Brasil está envelhecendo cada vez mais, ela vem dar essa resposta, nesse acompanhamento à pessoa idosa, e mais importante ainda que é lá no seu domicílio, é lá na família, lá onde que ele mora que a Pastoral da Pessoa Idosa faz esse acompanhamento”. Nessa perspectiva, a religiosa considera que a Pastoral da Pessoa Idosa “é uma graça de Deus a gente ter a Pastoral na Igreja, porque nós estamos do lado daqueles que mais precisam neste momento, as pessoas idosas que estão em situação de vulnerabilidade, na solidão, no abandono”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

São Gabriel da Cachoeira: Protagonismo Juvenil caminho para superar dificuldades do cotidiano

Trabalhar em rede se torna um desafio cada vez mais urgente, uma rede que liga a Igreja com outras instituições que fazem parte da sociedade. Uma importância redobrada quando isso ajuda a construir o futuro, quando estamos diante de um trabalho com os mais jovens. Nessa perspectiva pode ser entendido o encontro realizado em São Gabriel da Cachoeira nesta sexta-feira 23 de setembro. Organizado pela Secretária Estadual de Educação, a Diocese de São Gabriel da Cachoeira, em parceria com o Centro Juvenil Salesiano e a Fazenda da Esperança, foi abordado o tema do Protagonismo Juvenil. Os participantes foram adolescentes e jovens das escolas Dom Miguel Alagna, Dom João Marchesi, CETTI, e Colégio São Gabriel. Ao longo do encontro, os adolescentes e jovens apresentaram a realidade vivenciada no seu cotidiano: ausência dos pais no processo educacional, falta de políticas públicas para os jovens, necessidade de cuidado da saúde mental, abuso sexual, uso de álcool e outras drogas, exploração sexual, homofobia, xenofobia, feminicídio, dentre outras situações presentes no seu dia a dia. Trata-se de demandas, mas também de sonhos de uma vida digna com direito a diversidade, estudo de qualidade, respeito, um mundo melhor. Sonhos que na medida em que são conhecidos pelos outros, se tornam possibilidades reais. Sonhos que se sonhando juntos deixam de ser ilusão e se tornam sinal de solução. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Informações Ir. Cidinha Fernandes e Pe. Maurício Sete

Faculdade Católica do Amazonas: “Dar continuidade a esses passos tão profundos marcados na história da nossa Querida Amazônia”

A preocupação tanto com a formação inicial como com a formação permanente dos presbíteros está presente na Igreja da Amazônia. O Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal “Querida Amazônia” faz um chamado a “rever a fundo a estrutura e o conteúdo, de modo que adquiram as atitudes e capacidades necessárias para dialogar com as culturas amazónicas”, insistindo em que “esta formação deve ser eminentemente pastoral e favorecer o crescimento da misericórdia sacerdotal”. Uma proposta que também aparece no Documento Final do Sínodo para a Amazônia quando fala de itinerários de formação inculturada. Um itinerário formativo espiritual que “deve ser uma escola comunitária de fraternidade, experiencial, espiritual, pastoral e doutrinal, em contato com a realidade das pessoas, em harmonia com a cultura e a religiosidade locais, próxima aos pobres”. Por isso, a Assembleia Sinodal propõe “um plano de formação que responda aos desafios das Igrejas locais e a realidade amazônica”. São elementos que se fazem presentes na Faculdade Católica do Amazonas, apresentada neste 23 de setembro com a presença dos bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e de autoridades da sociedade e da Igreja católica no Amazonas. Uma sociedade que reconhece o papel da Igreja na educação do povo do Amazonas, segundo mostrou o Dr. Aristóteles Alencar, presidente da Academia Amazonense de Letras, que fez uma resenha da educação católica no Amazonas, uma oportunidade para revisar a história da Igreja da Amazônia, definindo a nova faculdade como o coroamento de um trabalho centenário. A ideia da Faculdade Católica do Amazonas surgiu um ano atrás, no dia 23 de setembro de 2021, durante a 16ª Assembleia da Associação Amazônica para Pesquisa e Educação Cristã (AAPEC). No último ano foi realizado um amplo trabalho, que Dom Edson Damian, presidente do Regional Norte1, agradeceu em nome dos bispos. Um trabalho que teve a participação do padre Ricardo Castro, Diretor da nova faculdade, que considera um kairós, expressão de “novos tempos de mulheres e homens de corações renovados, decolonizados, para novas possibilidades na Amazônia”. Ele afirmou que “nós vislumbramos como Faculdade tempos amazônicos”, lembrando que carregam “as responsabilidades de uma longa tradição histórica, a memória da Igreja missionária nesse chão, nessa realidade, memória de nossos povos, povos indígenas, povos ribeirinhos, povos quilombolas”, mas também a memória dos mártires e sábios do campo académico e das culturas da Amazônia, buscando “o cuidado pela vida, o cuidado e realização da nossa missão”. Para isso pediu que o Cristo que aponta para a Amazônia, em palavras de Paulo VI, ele “ilumine nossas mentes, nossas ações e nossos caminhos educativos”. E junto Ele, a Mãe da Amazônia, que seja companheira e mestra de labutas para “nos tornarmos cada vez mais amazônidas”. O cardeal Steiner, que disse ter saudade do seu tempo de professor, começou afirmando que “somos seres pensantes, só o ser humano pensa”, algo que obriga “a nos responsabilizar pelo nosso existir”, fazendo com isso uma referência ao lema da Faculdade Católica do Amazonas: “Vida e Verdade”. O Arcebispo de Manaus fez ver a responsabilidade de pensar, meditar, a vida que nos é dada, algo que se faz a partir do Mistério da Encarnação. Se referindo ao pensamento do Papa Francisco em Querida Amazônia, o cardeal fez um chamado à responsabilidade de “ler a realidade em sua totalidade”, em uma hermenêutica da totalidade, uma missão que deve ser assumida pela Teologia. Tudo isso em vista de buscar a verdade do existir do humano, em meio da violência, da pobreza, de tantos conflitos, neste vale de lágrimas, ressaltando que “quando encontramos a verdade no existir, se eleva a esperança”. Uma faculdade pretenciosa, segundo Dom Leonardo, que deseja “pensar a vida e a verdade, mas a partir de um Deus Encarnado”. Uma faculdade dentro de uma trajetória eclesial, em que “a Igreja foi sempre de novo tentando evangelizar, missionar, pensar a sua ação evangelizadora, como pensar o ser humano, como pensar as comunidades, como estar presente e o fez de maneiras tão diversas, mas procurou fazer também com a academia”. Uma faculdade que o cardeal não vê como ponto de chegada e sim um “dar continuidade a esses passos tão profundos marcados na história da nossa Querida Amazônia”. Uma Faculdade que Dom Leonardo quer “nos ajude a pensar”, insistindo em que “ela está ao serviço das nossas igrejas”, mas também da sociedade, agradecendo o diálogo sempre presente entre a sociedade, o mundo académico e a Igreja no Amazonas, um diálogo necessário para que “possamos pensar como é esse Deus que parece ausente no tempo da ciência e da técnica”. A partir daí descobrir a presença do Verbo Encarnado e “como Faculdade ajudarmos a construir uma sociedade mais justa, cada vez mais fraterna, uma sociedade que sai a cuidar de se mesma, uma sociedade saudável, onde ninguém se sente descartado, violentado, desprezado”. Uma Faculdade que seja “expressão da familiaridade de nosso povo”, que se faz presente na solidariedade e receptividade do povo, que faz a quem chega se sentir em casa. Tudo isso tendo presente que pensar a educação é pensar nas futuras gerações e no futuro da humanidade, é algo profundamente arraigado na esperança e exige generosidade e coragem.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte1 encerra 49º Assembleia com propostas sobre Ministerialidade, povos indígenas e juventude

Uma Assembleia de muita escuta, uma atitude cada vez mais presente na Igreja. A 49ª Assembleia Regional Norte1, realizada de 19 a 22 de setembro na Maromba de Manaus, tem sido momento para que os participantes possam partilhar a vida das igrejas particulares, das pastorais e movimentos, e juntos construir os elementos que possam ajudar na caminhada das igrejas locais, que não podemos esquecer são “os grandes agentes de concretização das Diretrizes regionais”, segundo enfatizou o padre Zenildo Lima. Uma Assembleia sem vaidade, atitude sobre a que refletiu Dom Giuliano Frigenni, â luz das leituras da Liturgia do último dia do encontro. Segundo o Bispo de Parintins, “a vida sem Cristo se torna uma vaidade”, chamando a ficar atento diante dos ídolos, das ideologias, das construções ideológicas. Frente a isso, ele convidou a fazer memória, a reconhecer Jesus presente em toda realidade, insistindo em que “nada é vaidade para nós, tudo é encontro com Ele”. Uma Assembleia que Dom Edson Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 definiu no momento de clausura como “um tempo de sinodalidade, de comunhão“. Desde a realidade sociopolítica, eclesial e pastoral, os participantes da 49 Assembleia Regional Norte1 refletiram sobre o papel da Igreja diante da situação atual. Uma reflexão que não pode ser esquecido, tinha como ponto de partida o tema do encontro: “Santarém – encarnação na realidade e evangelização libertadora: caminho de Comunhão, Participação e Missão. Em relação à Dinamização da Ministerialidade, uma reflexão presente na Igreja universal, mas sobretudo na Igreja da Amazônia, foram propostas algumas ações, como é “um ministério conferido pelo bispo aos cristãos leigos e leigas, com mandato oficial e reconhecimento nas instâncias locais”, que exerceria, como de fato acontece em muitas comunidades nas igrejas locais do Regional Norte1, os serviços da Celebração da Palavra, o serviço à Eucaristia, introduzir os irmãos e irmãs na fé, administrar o Batismo, testemunha qualificada do Matrimônio, responder oficialmente pela comunidade, e ainda outras atribuições de acordo com a realidade da comunidade. Nesse sentido, foi destacado a importância da figura do Catequista nas comunidades ribeirinhas e das lideranças indígenas. Também o protagonismo exercido por mulheres, garantindo-lhes participação em instâncias de decisão. Deve ser procurar o reconhecimento dos serviços e a real diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazónia e procurar consolidá-los com um ministério adequado de mulheres dirigentes de comunidade, colocou a Assembleia. Junto com isso, outros ministérios, como o Ministério do Missionário e Missionária; do Cuidador da Casa Comum; a solicitação à Santa Sé a Ordenação Presbiteral daqueles que já exercem o diaconato permanente de modo frutífero, um pedido do Documento Final do Sínodo para a Amazônia; a valorização e envolvimento nas ações de evangelização dos presbíteros que deixaram o exercício do ministério e constituíram família; implementar o Ministério do Catequista instituído pelo Papa, bem como o Leitorato e Acolitato conferido às mulheres. Tudo isso valorizando os ministérios que surgem das comunidades, não ministérios que são impostos desde fora. Ver o que a comunidade necessita, o que ela está pedindo. Para fazer isso realidade, as igrejas particulares são desafiadas a estar atentas às demandas das comunidades eclesiais e assim reconhecer pessoas aptas para novos ministérios, marcando linhas para um processo de formação de ministros. O Regional também tem sido chamado a dar passos, com a realização de um Seminário Regional sobre Ministérios a partir de lideranças locais, avançar no diaconato permanente conferido às mulheres, um pedido do Documento de Santarém 2022, criando um grupo de estudos sobre a questão reunindo mulheres que pensam a partir da Amazônia. O Regional Norte1 tem entre suas prioridades a opção preferencial pelos povos indígenas, com suas culturas, identidades e histórias, apoiando o trabalho do Conselho Indigenista Missionário e das organizações indígenas da sociedade civil, o que tem levado à Assembleia a propor a ampliação da Pastoral Indigenista, apoiar as populações indígenas a partir de suas próprias indicações, com uma atitude de escuta, a fomentar e formar grupos de lideranças locais para proteção de territórios, e também incentivar a sustentabilidade dos povos a partir das perspectivas de economia solidária – Economia de Francisco e Clara. Os indígenas presentes na Assembleia partilharam a realidade dos povos originários, suas lutas, o trabalho da Igreja, dos missionários, mas também dos catequistas locais. Eles insistiram na necessidade de escutar os indígenas, de inseri-los nos processos. Também denunciaram o garimpo, as madeireiras, a pesca predatória, o álcool, as drogas, relatando situações de jovens indígenas que tomam gasolina, a falta de políticas públicas para que o povo tenha um sonho na frente. Um elemento destacado foi a necessidade de formação política nas comunidades indígenas, e junto com isso fazer alguma coisa para que o povo possa se empoderar. Áreas indígenas onde o trabalho evangelizador é muitas vezes conduzido pelos leigos, que se tornam referentes na vida das comunidades acompanhadas por eles. Isso demanda apoio para criar lideranças que assumam o trabalho de evangelização em cada uma das comunidades. Para isso, algumas dioceses criaram escolas de formação, uma ajuda na evangelização dos catequistas nas áreas mais distantes. Do mesmo modo ser presença junto aos quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, seringueiros e demais povos e comunidades tradicionais, para defenderem suas terras, territórios, águas, mediante o fortalecimento da Comissão Pastoral da Terra, do Conselho Pastoral dos Pescadores, da Pastoral dos Afro-brasileira. Trata-se de valorizar e apoiar ações comunitárias e territoriais em torno de práticas sustentáveis na agricultura familiar e do intercâmbio intercultural de saberes e conhecimentos tradicionais. Do mesmo modo, visando combater a violência cada vez mais presente nos rios, que dificulta a vida do povo e o trabalho missionário, instigar Políticas Públicas e uma Audiência Pública sobre a violência perpetrada pelos piratas nos rios. Em relação com a juventude foi colocado a necessidade de retomar um caminho de aproximação dos jovens, refazendo por eles uma opção preferencial, promovendo seu acompanhamento em todos os contextos e em suas diversas expressões: formando líderes, incentivando o protagonismo, estimulando o voluntariado, reforçando a catequese, desafiando os jovens à missionariedade,…
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Ir. Elis Ribeiro dos Santos desde Assis: “Construir projetos juntos a partir da defesa dos nossos povos”

A diversidade é um elemento presente no Encontro da Economia de Francisco que acontece em Assis de 22 a 24 de setembro. Do evento fazem parte três jovens indígenas, duas brasileiras, Bárbara Borum Cren, e Elis Alberta Ribeiro dos Santos, e a peruana Ilu Fernández, entrevistadas por Silvonei José para VaticanNews em português. Bárbara chegou em Assis desde o Alto Rio Doce, no Estado de Minas Gerais, uma região montanhosa, onde ela diz se conectar com a ancestralidade presente nas montanhas, que “guardam as memórias ancestrais dos nossos povos originários daquelas terras”. A jovem indígena afirma ter nascido na luta em defesa dessas montanhas, hoje destruídas pela mineração, diante do qual ela diz sentir “dores no meu próprio corpo, porque elas são meu próprio corpo”. Isso leva a jovem indígena a defender os povos massacrados pela questão das riquezas minerais nessa região. Ela denuncia que “foi declarada uma guerra de extinção para o meu povo”. Hoje são duzentas famílias indígenas na região, durante muito tempo escondidas para sobreviver, um tempo em que não podiam dizer que eram indígenas. Por isso, estar em Assis é “uma oportunidade imensa para ecoar as nossas vozes que há muito tempo foram silenciadas”, sendo sua presença “continuidade dessa luta das minhas ancestrais que lutaram, que morreram, que foram estupradas”. Uma presença indígena que está em todo o continente americano, não só na Amazônia, insiste Bárbara, que insiste nessa presença indígena em todos os lugares, nas cidades, nas aldeias, nas montanhas, no Cerrado, na Mata Atlântica, insistindo na estreita relação dos povos indígenas com os elementos de cada bioma. A jovem indígena relata as dificuldades para lutar pela natureza, “especialmente quando estamos no território tendo que lidar frente a frente com essa colonização que avança”. Povos indígenas que tem que “enfrentar com os próprios corpos o avanço da mineração, o avanço do capital nas terras, o avanço do agronegócio”, que provoca perseguições, violências e muitas mortes. Mesmo morando na cidade e estar aparentemente integrada, “a integração realmente não existe”, e estar na cidade é estar constantemente lidando com as tentativas de acabar com os povos indígenas. Elis é indígena do povo Mura, no Estado do Amazonas, e religiosa da Congregação da Divina Providência. Nascida em Manaus, onde seus ancestrais migraram da região do município de Itacoatiara, em consequência dos projetos coloniais, que acabaram com o ambiente onde eles viviam. A religiosa fala sobre a importância de “uma tecnologia que possa defender a natureza, o ambiente em que a gente vive, essa composição que compõe os nossos corpos”. Ela insiste na conexão entre os rios, as florestas e os nossos corpos. Como indígena, a Ir. Elis diz trazer o diferencial para a Vida Religiosa, numa congregação de origem alemã, querendo “trazer as vozes indígenas para que as irmãs possam assumir essa luta junto com a gente”. Sua congregação, presente em diferentes locais da Amazônia, diz querer se juntar a todo o movimento da Igreja, do Sínodo para a Amazônia, da REPAM, da qual ela faz parte, ao Cardeal da Amazônia, buscando promover “toda essa reflexão a partir de uma perspectiva indígena”, que leve a uma liturgia desde uma perspectiva indígena, que as vozes indígenas sejam ecoadas, que as pessoas possam aprender dos indígenas e possa ser realizada uma reparação histórica, também enquanto Igreja. Tudo isso, segundo a religiosa da Divina Providência, “para que as populações indígenas possam realmente se sentir parte, desde uma verdadeira sinodalidade, e construir projetos juntos a partir da defesa da Amazônia, a partir da defesa dos nossos povos que estão sendo ameaçados, assassinados pelo atual governo brasileiro, porque o genocídio no Brasil está institucionalizado, a polícia mata”. A Ir. Elis diz ter levado até Assis as vozes dos kaiowá do Mato Grosso, “diariamente assassinados e perseguidos, como também nós somos perseguidos quando ocupamos nossos lugares na universidade, nós sofremos de um racismo estrutural”, fazendo um chamado a ter suas vozes e conhecimentos tradicionais valorizados, e construir suas epistemologias a partir de seus saberes tradicionais. Jaén (Peru) é uma cidade onde vivem os povos indígenas Wampis e Awajun. A jovem peruana, que vive nessa cidade, diz que quer tornar visíveis os problemas enfrentados pelos povos indígenas do norte do Peru, cuja união com a natureza, que permite a sustentabilidade, se destaca. Estes problemas têm a ver com o tráfico de drogas, o corte ilegal de madeira e o tráfico de terras, um fenômeno crescente que também aumentou o número de líderes indígenas assassinados nos últimos anos por aqueles que querem assumir o controle de seus territórios e depois comercializá-los, algo que eles também fazem com o corte ilegal de madeira como um passo preliminar às plantações de monoculturas.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Juntos somos mais e chegamos mais longe

Na Igreja católica hoje se fala muito de sinodalidade, mas na verdade esse caminhar junto é uma preocupação presente há muito tempo. No Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil essa sinodalidade se faz presente nas assembleias do Regional, que acontece pela 49ª vez de 19 a 22 de setembro na Maromba de Manaus. As Assembleias do Regional Norte1, onde participam os bispos, padres, representantes da Vida Religiosa, do laicato e dos povos indígenas, são momentos em que se concretiza uma Igreja de comunhão, participação e missão, temática presente no Sínodo sobre a Sinodalidade que está acontecendo na Igreja e que vai ter sua assembleia sinodal em 2023. A 49ª Assembleia Regional Norte1 analisou a realidade sociopolítica e eclesial como elementos que ajuda a encontrar o caminho a seguir. Uma caminhada que se concretiza na vida das dioceses e prelazias, mas também das pastorais e movimentos, que tem apresentado os elementos presentes na vida cotidiana ao longo dos últimos 12 meses. A orientação dessa caminhada está nas Diretrizes para a Ação Evangelizadora do Regional, alimentadas pela vida pastoral, e no último ano de modo especial pela comemoração dos 50 anos do Encontro de Santarém, que foi motivação do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal que aconteceu em Santarém no mês de junho de 2022. Assumir que juntos somos mais e chegamos mais longe é um desafio na vida da Igreja. O conhecimento mútuo, a caminhada conjunta, ajuda a superar esses desafios. Daí a importância da Assembleia Regional, expressão de uma Igreja sinodal onde todos são chamados a estar à escuta de todos e todos à escuta do Espírito Santo, que se faz presente em todos os batizados e batizadas. A Assembleia Regional, onde são escutadas as vozes chegadas das várias igrejas particulares que fazem parte do Regional Norte1, as vozes nascidas dos diferentes ministérios presentes na vida da Igreja, representa um elemento fundamental na vida de uma Igreja que na Amazônia quer assumir uma evangelização libertadora que parte da encarnação na realidade. Como assumir a necessidade de caminhar juntos nos diferentes espaços da Igreja, mas também da sociedade? Quais os passos a serem dados para sermos presença do Deus da vida em meio a uma sociedade que cada vez precisa mais de sua presença e de sua luz? Como fomentar o diálogo, a fraternidade, a sororidade na Igreja e na sociedade? Como superar visões individualistas da realidade e da fé que nos distanciam daqueles que deveriam ser vistos como companheiros e companheiras na caminhada? É tempo de construir juntos, de entender as dinâmicas que nos ajudam a descobrir os fundamentos da nossa vida e da nossa fé. Não duvidemos que isso nos enriquece e nos aproxima dos outros, mas também de um Deus que é comunidade e que nos chama a ver nos outros a presença de um irmão, de uma irmã, e não de um inimigo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar