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Dom Leonardo Steiner: Praedicate Evangelium, “A razão de ser da Cúria é a evangelização”

A Reforma da Cúria tem sido um processo longamente trabalhado pelo Papa Francisco e seus colaboradores. Uma reflexão recolhida na Constituição Apostólica Praedicate Evangelium. Ela nos mostra, segundo Dom Leonardo Steiner, que “a razão de ser da Cúria é a evangelização, a missão da Igreja”. A Constituição nos faz ver que “estamos retornando às fontes. Irmos percebendo que a graça de viver o Evangelho e de anunciar está na comunidade de fé”, afirma o Arcebispo de Manaus. Ele reflete sobre o clericalismo à luz da caminhada da Igreja da Amazônia, insistindo em que “cada ministério tem seu lugar, tem sua missão”, e junto com isso que “uma Igreja sinodal ajudar-nos-á na superação do clericalismo”. O arcebispo também fala da experiência da Igreja da América Latina e o Caribe, com uma “reflexão teológica e eclesial a partir dos pobres”. Junto com isso reflete sobre uma novidade surgida do Sínodo para a Amazônia, a CEAMA, e as novas possibilidades que ela oferece. Tudo isso no caminho sinodal, sustentado na escuta, que “deverá ajudar a Igreja a ser presença transformadora”. No dia 19 de março o Papa Francisco deu a conhecer a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, que entrará em vigor no dia de Pentecostes, festa que faz memória do envio dos discípulos a evangelizar com a força do Espírito Santo. Até que ponto é importante a ênfase que a nova Constituição faz na pregação, no anúncio do Evangelho como prioridade fundamental na vida da Igreja e de todo batizado? A missão da Igreja é evangelizar. A última palavra de Jesus aos discípulos foi de envio: “Ide”; enviados para anunciar. Como Ele foi enviado pelo Pai, assim envia os discípulos a evangelizar. Nos discípulos estão todas as gerações de discípulos missionários. Os ministérios, as vocações, os carismas, as pastorais, são modos de anúncio que o Espírito Santo suscita na Igreja. A Igreja como esse movimento que o Evangelho desperta e o Espírito mantém e vivifica. As Comunidades eclesiais, as dioceses e prelazias, as Conferências Episcopais, a Cúria Romana deveriam ser a reverberação do “Ide!” A Constituição Apostólica emposta todo o serviço da Cúria partindo da evangelização. A razão de ser da Cúria é a evangelização, a missão da Igreja. Todos os batizados estão na graça do “Ide”. Como é bom sermos recordados da nossa missão e a que servem as estruturas. Supera-se, assim, o modo da normatização, da cobrança e passa-se à recordação, ao apoio, à ajuda, ao cuidado, ao pastoreio. Todos a serviço do Reino de Deus. Em um encontro que o Papa Francisco teve com os jesuítas chilenos em 2018, afirmou que o Vaticano II só seria assumido plenamente depois de 100 anos. A Reforma da Cúria e da Igreja recolhida na Praedicate Evangelium pode ser considerado um passo decisivo nesse caminho? Praedicate Evangelium evidencia o próprio da Igreja, a missão da Igreja: evangelizar. O Concílio Ecumênico Vaticano II nos colocou a caminho. O movimento de deixar-se inspirar pelo mistério da encarnação, da redenção é renovador e purificador. Mudar estruturas, modos de agir, de anunciar, exige tempo. É processo, uma cultura! Cultivar o espírito das comunidades primeiras, narrada nos Atos e testemunhada pelo Padres. Num primeiro momento vemos um caminhar animado, depois vem a insegurança e o desejo de retornar ao que era e, por fim, a busca de ser sempre mais fiel ao Evangelho sob a inspiração Espírito Santo. Existe uma caminhada. Ao lermos e estudarmos os textos do Magistério damo-nos conta do processo iniciado e desenvolvido, apesar de oposições e desinformações. Evangelii gaudium, ajudou a perceber o horizonte que ilumina e os passos que somos provocados a dar. A Constituição oferece um significado mais profundo e exigente ao serviço da Cúria, pois é um caminhar junto: todos anunciando e vendo como melhor proclamar e viver o Evangelho. A Reforma da Cúria abre maior autonomia para as Igrejas particulares e os bispos na caminhada pastoral. Como isso pode favorecer a vida da Igreja e os processos evangelizadores? As igrejas particulares são a visibilização da Igreja através de suas comunidades, de sua ação misericordiosa, da sua pastoral. Nelas acontece a ação do Espírito que tudo vivifica, transforma. Ali acontece a vida do Evangelho. Na medida em que cada igreja particular oferece a Palavra, o Pão, serve aos desvalidos e excluídos, torna-se sinal da fraternidade, do acolhimento, é consolo e reconciliação, ela testemunha, anuncia a vida que nasceu da cruz e da ressurreição. Assim, elas vão assumindo a missão, a razão de existir: evangelizar, viver o Evangelho. Assumindo os processos evangelizadores que o Magistério propõe, que a Conferência Episcopal oferece, elas crescem se tornam sinais do Reino. Uma igreja aprendendo com a outra. É na igreja particular que se torna visível o modo de ser e viver que o Crucificado-Ressuscitado deixou. Nos tempos antigos a vida do Evangelho acontecia na Igreja particular, na comunidade. Estamos retornando às fontes. Irmos percebendo que a graça de viver o Evangelho e de anunciar está na comunidade de fé. É na comunidade que se é revestido de Cristo, é a comunidade que cuida da distribuição do pão e as vestes, que acolhe os desacolhidos. É na comunidade, no testemunho de cada fiel que Cristo se torna visível. O clericalismo é um dos grandes pecados da Igreja segundo o Papa Francisco, um elemento que de novo aparece na nova Constituição. Como ajudar a superá-lo e avançar em uma Igreja sinodal, edificada a partir do Batismo? Vamos descobrindo que todo o Povo de Deus participa da missão evangelizadora; todos as pessoas batizadas participam e são Igreja. Na Amazônia percebemos como os leigos se sentem Igreja, como participam ativamente assumindo ministérios, participando das pastorais, responsabilizando-se pela Comunidade. Cada ministério tem seu lugar, tem sua missão, expressa o ser Igreja, o Reino de Deus. Vamos superando o clericalismo na medida em que oferecemos formação para aprofundamento da fé, abrimos mais espaço aos leigos e leigas, incentivamos a participação de todos no processo da sinodalidade. Uma Igreja sinodal ajudar-nos-á na superação do clericalismo. Na reflexão teológica, na formação para o presbitério,…
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Raely Cardoso: “Quem está com Deus, consegue sentir tranquilidade que vem através da nossa fé”

A garantia de que todo aquele que guardar a Palavra será revestido da força de Deus, é o que descobre no Evangelho do VI Domingo da Páscoa Raely Cardoso. A secretária da Pastoral da Juventude do Regional Norte1 da CNBB também vê na passagem a promessa do Divino Espírito Santo que Jesus nos faz, nos deixando um sentimento de paz, que é sinal da presença de Deus em nossas vidas. “Quem está com Deus, mesmo atravessando por tribulações, mesmo que o mar esteja agitado, mas consegue sentir tranquilidade que vem através da nossa fé”, segundo a jovem da Diocese de Coari. Um texto que “é uma instrução para que os discípulos soubessem o que fazer a partir da Morte e Ressurreição de Jesus”, ela afirma, “lhes dando uma garantia: todo aquele que creia será revestido de força e da glória divina”. A coordenadora da PJ vê na passagem do Evangelho do VI Domingo da Páscoa uma referência a nós, “que neste período pandémico vivemos um luto coletivo”, afirmando que “Jesus nos ensina que a morte não é motivo para sentir apenas tristeza, mas também é necessário, devido a nossa esperança alimentar a confiança na vida eterna”. Se referindo à Festa de Pentecostes que se aproxima, Raely diz que “é valioso tentar reconhecer na nossa vida a presença do Espírito Santo e assim passar a viver de uma nova maneira, com menos insegurança, menos tristeza, desânimo, falta de fé, e que possamos passar a reconhecer ainda mais a força do Espírito Santo revestindo nossas vidas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cone Sul destaca os avanços da Assembleia Eclesial e vê o clericalismo como principal obstáculo

Os Encontros Eclesiais Regionais, um novo passo no processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, foram encerrados na sexta-feira, 20 de maio. Foram realizados quatro encontros na última semana, a última com a Região Cone Sul do Conselho Episcopal da América Latina e Caribe (Celam), que inclui Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai. Apresentado mais uma vez por Paola Calderón, do Centro Celam de Comunicação, e pelo Padre David Jasso, Secretário-Geral Adjunto, o encontro começou com o hino da Assembleia Eclesial, desta vez em sua versão em português, que nos chama a ser corresponsáveis pela ação pastoral da Igreja a partir da perspectiva do discipulado e da missão, convidando-nos a aderir ao caminho sinodal, e a oração, na qual, através do símbolo do chapéu, a vida dos povos da América Latina e do Caribe foi colocada nas mãos de Deus, a vida dos mais pobres, que  sofrem as consequências da pobreza, uma realidade que aumentou com a pandemia da Covid-19. Um encontro no marco do 15º aniversário de Aparecida, comemorado na semana passada na Casa da Mãe do Brasil, onde o Celam esteve presente. Precisamente na sede do Celam, em Bogotá, de onde o encontro foi coordenado, os documentos e objetos que fizeram parte da V Conferência do Celam foram coletados e brevemente apresentados aos participantes do Encontro Eclesial Regional. A família foi um dos temas presentes em Aparecida, e uma família presente na V Conferência foi o casal chileno Pilar Escudero e Luis Jensen. Em seu testemunho aos participantes do encontro, Pilar descreveu Aparecida como “uma experiência eclesial única“, como “uma tentativa séria, uma tentativa consciente de caminhar juntos”, algo tão atual neste tempo de preparação para o Sínodo. Um caminho conjunto que começou meses antes, reunindo contribuições que foram levadas em conta e que tomou forma na experiência diária de 13 a 31 de maio de 2007. Por esta razão, ela enfatizou o estarmos juntos, “tentando descobrir a vontade de Deus para nossa Igreja em todo o continente”, com uma metodologia participativa, insistindo que “foi possível participar de tudo”. O objetivo de Aparecida era definir o que significa ser discípulo, enfatizou, focalizando a realidade latino-americana, algo inseparável de ser missionário. O trabalho intenso, dia e noite, que foi “uma experiência da ação do Espírito Santo”, mostrou a necessidade de um novo Pentecostes para a Igreja na América Latina e no Caribe, insistiu Pilar. Aparecida é “memória viva que continua a inspirar cotidianamente os passos da nossa Igreja”, segundo Dom Walmor Oliveira de Azevedo. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vê a V Conferência Geral do Celam, onde ele participou, como “um acontecimento especialmente marcante na vida da Igreja latino-americana e caribenha”. Quase três semana de espiritualidade e reflexões profundas, destacando a grande presença de milhares peregrinos, que com sua oração inspiraram os pastores e seus assessores, afirmou o Arcebispo de Belo Horizonte. O presidente da CNBB destaca a presença amorosa do Papa Bento XVI e do então arcebispo de Buenos Aires, hoje Papa Francisco, “que na atualidade afirma o potencial evangelizador do Documento de Aparecida”. Junto com isso, a “marcante presença do povo de Deus” e sua comunhão com o episcopado, “expressando do modo forte a fé em Jesus Cristo pela intercessão materna de nossa amada mãe Maria”. Em Aparecida, “o povo simples, peregrino, trouxe e sempre traz as marcas de um continente sofrido, de muitos pobres, com desafios sérios a serem superados”, afirmo Dom Walmor. Uma presença que vê como fruto da ação do Espírito Santo, para inspirar o caminho da V Conferência, ajudando a superar os momentos de impasse na elaboração do Documento. “O Espírito Santo gestou caminhos corajosos, inspirações proféticas”, interpelando à Igreja do continente e do mundo, ressaltou o arcebispo de Belo Horizonte. Uma Conferência que “reafirmou ainda mais a opção preferencial pelos pobres”, que mostrou uma Igreja que acolhe todas as pessoas, para a partilha da Palavra, da Eucaristia, da misericórdia e da missão de proclamar o Reino de Deus, segundo o arcebispo. Um Documento que continua vivo no Magistério do Papa Francisco, que consolida uma fé “que precisa ser mística, mas igualmente deve ser profética”. Dom Walmor Oliveira de Azevedo insistiu em que “não é possível amar a Deus enquanto se age com indiferença em relação ao próximo, que é meu irmão, minha irmã”, pedindo rezar por aqueles que “movidos pela sua fé, tem trabalhado incansavelmente na defesa da dignidade da pessoa humana, dos pobres e dos marginalizados”. Ele lembrou as palavras do Papa Bento no discurso de abertura: “a Igreja católica é advogada de justiça e defensora dos pobres, diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas que ainda hoje clamam aos céus. O presidente da CNBB também pediu seguir Fratelli tutti, “exercitar nossa capacidade para escutar o outro, especialmente os pobres”, e junto com isso, “contribuir ainda mais para que resplandeça a dignidade humana, para que cada pessoa seja respeitada indistintamente, para que a vida possa ser compreendida como um dom preciso, protegida e preservada em todas suas etapas”. Tudo isso no caminho sinodal, construindo um novo jeito de ser Igreja, povo de Deus para sermos cada vez mais uma Igreja de comunhão, participação e mais missionária. Como tem sido costume ao longo dos quatro encontros desta semana, foi apresentado o trabalho do Centro de Gestão do Conhecimento do Celam, que tem como objetivo reunir conhecimentos úteis para a tomada de decisões pastorais, assumindo a eclesiologia do Povo de Deus e desenvolvendo um caminho sinodal, nas palavras de seu diretor, Guillermo Sandoval, que também relatou os temas que estão sendo tratados atualmente por este centro, estudos alinhados com os desafios pastorais decorrentes da Assembleia Eclesial. Antes de se reunirem em grupos, os participantes do Encontro Eclesial Regional ouviram as palavras do Padre Agenor Brighenti, com as quais o membro da equipe teológica do Celam quis ajudar a compreender a situação atual de Aparecida e em que medida os elementos que ele considera mais destacados da V Conferência do Celam estão presentes ou ainda pendentes…
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Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, uma pandemia que mata sonhos

1.557 crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual em Manaus de abril de 2021 até abril de 2022. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o 18 de maio, deveria nos levar a tomar consciência de um crime cruel que marca a vida da pessoa desde os primeiros anos e faz com que as sequelas se torem uma lembrança que a acompanha e condiciona toda a vida. Mesmo sendo um número alto, todos sabemos, ou deveríamos saber, que as vítimas são muitas mais, que o medo em denunciar ainda está muito presente. São muitos os fatores que fazem com essas denúncias não aconteçam, dentre elas as ameaças dos abusadores, quase sempre pessoas próximas, inclusive do entorno familiar, o que condiciona gravemente o combate desse crime. Uma criança abusada vai perdendo a capacidade de sonhar, inclusive de viver em plenitude, vai se apagando sua alegria e se tornando alguém de quem a tristeza, o choro, a desolação, vai tomando conta. A criança vai perdendo o direito a viver com dignidade, a ter sua sexualidade respeitada, e isso é algo que a sociedade não pode tolerar. 18 de maio é o dia do Faça Bonito, um dia para tomarmos consciência da necessidade de mudar essa realidade, de dizer não, alto e forte, ao abuso e exploração de crianças e adolescentes, de denunciar, de mudar uma realidade cruel que não pode ser mais ignorada nem justificada, de jeito nenhum. Cobrar políticas públicas que ajudem no combate desse crime se torna uma necessidade urgente, ainda mais em um país onde o cuidado com os vulneráveis parece ter perdido o interesse daqueles que conduzem seus destinos. Sem investimento em políticas de proteção, de fiscalização, de educação, se torna cada vez mais difícil combater esse crime. Diante disso, cada um de nós, mas todos juntos como sociedade, somos desafiados a nos questionarmos: o que estou disposto fazer para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes? Até que ponto estou disposto a me involucrar para acabar com um crime que condiciona gravemente a vida das crianças e adolescentes, das famílias? Sou consciente que esse não é um problema dos outros, das vítimas, mas também meu? Só quando a gente para e pensa nas consequências das nossas ações ou omissões podemos tomar consciência daquilo que representam as nossas atitudes. Ficar de braços cruzados nunca pode ser a solução, olhar para o outro lado nunca pode ser o caminho, fazer de conta que não tenho nada a ver com isso é uma atitude covarde que nos desumaniza. Mesmo hoje, sendo 19 de maio, tenha consciência que essa é uma luta de todos os dias, que na medida em que eu me envolva, eu posso salvar a vida de alguém, de uma criança, de um adolescente. Vamos combater, vamos denunciar, vamos fazer bonito, fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, especialmente para nossas crianças e adolescentes. Será que eles podem contar com você? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

18 de maio: Pastorais e organismos do Regional participam da luta por direitos para crianças e adolescentes

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o 18 de maio, é um marco de luta contra um crime presente na sociedade brasileira. O grande desafio é a sociedade tomar consciência dessa realidade que atinge a muitas crianças e adolescentes. Junto com organismos da sociedade civil e do poder público, diferentes pastorais, movimentos e organismos eclesiais tem participado das mobilizações neste 18 de maio. Tabatinga, Anori, Santa Isabel do Rio Negro, Manaus, foram algumas das cidades onde a Caritas, Pastoral da Criança, Pastoral do Menor, Pastoral da Criança, Pastoral do Migrante, Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas na Tríplice Fronteira, Rede um Grito pela Vida, tem realizando diversos atos de conscientização. Diante do abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, a campanha Faça Bonito, proteja as crianças e adolescentes, quer, segundo a Ir. Roselei Bertoldo, “chamar atenção da sociedade para um crime que tira os sonhos, viola a vida de tantas crianças e adolescentes”. A secretária executiva do Regional Norte1 afirma que “mobilizar a Igreja para que abrace essa causa é de fundamental importância, pois quando a vida é ferida em sua dignidade, somos convocadas a cuidar, proteger, falar em nossos espaços sobre esse crime e sobretudo fazer um trabalho de prevenção, bem como de denúncia e incidência junto aos órgãos competentes”. Segundo a religiosa, que faz parte da Rede um Grito pela Vida, “precisamos nos sentirmos responsáveis, prevenir e enfrentar esse crime que é um monstro na vida de tantas meninas e meninos”. Ela insiste em que “toda criança tem direito a uma vida digna, sem violência, crescer brincando, estudando, sendo bem cuidada, protegidas”. Uma das lutas daqueles e aquelas que se emprenham no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado da Amazonas é a criação do Centro Integrado de Atendimento à criança e ao adolescente vítimas ou testemunhas de violências no Estado. Segundo Sandra Loyo, que também faz parte da Rede um Grito pela Vida e integra o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra crianças e adolescentes, esse centro “tem o objetivo de reunir em um mesmo espaço de funcionamento, diversos serviços públicos das áreas da Segurança Pública, Instituto Médico Legal, Saúde, Assistência Social e ofertar um atendimento integrado as vítimas”. Ela lembra que “a implantação do Centro Integrado atende ao disposto na Lei nº 13.431/2017, ‘Lei da escuta’, garantindo atendimento integral, evitando a revitimização de crianças e adolescentes, que além de trazer muito sofrimento à vítima, retarda a ajuda que precisa ser imediata e adequadas para crianças e adolescentes”. “O princípio da prioridade absoluta determina que crianças e adolescentes sejam tratados pela sociedade e em especial, pelo Poder Público, com total prioridade pelas políticas públicas e ações do governo”, insiste Sandra Loyo, recolhendo o colocado no artigo 227 da Constituição Federal. Por isso, ela afirma que “será um grande marco na história do Amazonas a criação e implantação do Centro Integrado, um grande legado para nossas crianças e adolescentes”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Vanthuy Neto: O presbítero de Santarém, assumir uma “vida pobre, frágil e pequena”

O Documento de Santarém, que poderia ser considerado o Vaticano II da Amazônia brasileira, está completando 50 anos, e ao elo desse acontecimento, o Padre Vanthuy Neto, reflete sobre a figura do presbítero na Amazônia com um artigo que leva por título: “Presbíteros: Ministério e Vida.Heranças e Proximidades na Igreja da Amazônia gestada em Santarém 1972”. Um primeiro elemento presenta na vida dos presbíteros da Amazônia é a coragem missionária, segundo o presbítero da Diocese de Roraima. Chegados de fora, citando nomes concretos que marcaram a vida da Igreja na região, diz que “muitos missionários se ‘embrenharam mata adentro’ no desejo do anunciar e do espalhar a fé cristã”, até o ponto de serem vistos pelo povo como “nosso irmão”. São continuadores “da audaciosa profecia do Pe. Vieira no brado quase solitário”, diante de políticos que querem acabar com a terra e os direitos dos povos indígenas. Uma defesa desses povos que acompanha a vida da Igreja da Amazônia nas últimas décadas e que fez com que “dezenas de povos saíram do silêncio em que foram forçados a se ocultar para sobreviver”, mesmo tendo que continuar lutando para isso contra o dragão do garimpo “que avança sobre a terra dos Yanomami, dos Mundurucus”. Presbíteros que carregaram as duas diretrizes do documento de Santarém: Encarnação e Evangelização, as duas de Santarém.  E junto com isso a ousadia da missão. São presbíteros que com Santarém assumiram “a encarnação na realidade, o acreditar na formação dos agentes de pastoral e das pequenas comunidades, a pastoral indígena e a companhia aos que migraram para cá”, segundo o padre Vanthuy. Um Documento que marcou a “construção dos planos de pastoral, quase na contramão da desencarnada religiosidade atual, mas emergidos da escuta comunitária, das pastorais, dos serviços, das bases, no ensaio de serem minorias eclesiais e assumidos na ousadia das assembleias pastorais diocesanas e prelatícias”. Algo que confronta com o “grande vendaval ‘tradicionalista, neopentecostal, midiático…’ que avança e se impõe de forma normativa sobre nossas comunidades, pastorais, serviços, presbitérios, bispos…”, segundo o presbítero da Diocese de Roraima. Presbíteros que carregam as dores da Casa Comum e das culturas na Amazônia, um grito que levaram até o Sínodo para a Amazônia, onde o Padre Vanthuy participou da Assembleia Sinodal. Padres que assumem a luta pela Vida para todos e a Esperança como caminho para inaugurar um outro mundo. Presbíteros que “experimentam na Amazônia, como Nicodemos, nascer de novo na água do ventre cuidadoso das comunidades e no Espírito que habita o coração amoroso dos preferidos de Deus, os pobres”, querendo assim “seguir Jesus mais de perto”, atitudes que reconhece presentes em nomes do passado e do presente. Presbíteros que aprenderam línguas e assumiram culturas, em um dinamismo kenótico, que os levou a uma “vida pobre, frágil e pequena”, determinada pelo ritmo dos rios. Assumir isso numa Amazônia cada vez mais neopentecostal e não religiosa, apostando na formação das lideranças, mesmo se deparando com “a fadiga de sempre começar de novo”, lutando assim “contra uma pastoral de manutenção e num enfrentamento desigual com a mídia massiva católica, geradora de católicos muitas vezes clericais e amantes da doutrina apologética”, denuncia o padre Vanthuy. Uma Amazônia onde a Eucaristia é privilegio das cidades, mas que muitas vezes se faz “mística da partilha, do cuidado e da comunhão com a vida”. O cuidado com a Casa Comum, assumido pelos presbíteros da Amazônia, leva o padre Vanthuy a afirmar que “ser padre na Amazônia é assumir seu grito, pois o equilíbrio da terra depende também da saúde da Amazônia”. Junto com isso destaca a importância da companhia das mulheres na vida do presbítero na Amazônia, dado que são elas as que sustentam a caminhada das comunidades na região. Daí o pedido realizado no Sínodo para a Amazônia do diaconato feminino, um “reconhecimento sacramental, pois, na vida, as mesmas já o são de fato”. Finalmente chama os presbíteros a se configurar com a pessoa de Cristo, assumir “o caminho da encarnação, da proximidade aos pobres, aos outros”, a aprender com o Jesus histórico a ser “pastor e mestre, sensível e cheio de compaixão para com os sofredores, pequenos e pecadores”, a “se configurar muito ao Cristo servo, que fugia da visibilidade e poder atrativo, que amava na gratuidade e partilhava com os seus a intimidade com o Pai e confiava-os à missão e ao trabalho do Espírito Santo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Pastoral da AIDS celebra Vigília pelos Mortos e realiza encontro de formação

A Pastoral da Aids celebrou no último final de semana, 14 e 15 de maio de 2022 a Vigília Pelos Mortos de Aids, trazendo a lembrança dos mortos por causa desta doença e sensibilizando as comunidades para a realidade da Aids, que ainda continua a provocar novas mortes. Estamos diante de uma realidade que conclama a todos a promover a vida através da corresponsabilidade humana para diminuir as fragilidades e vulnerabilidades, promovendo um espírito fraterno e solidário no cuidado com o próximo, segundo afirma a Pastoral da Aids. Na Arquidiocese de Manaus a vigília aconteceu em Presidente Figueredo. Outras vigílias aconteceram em outras Igrejas particulares do Regional Norte 1: São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Tefé, Itacoatiara, Coari, e Roraima, onde além da celebrada em Boa Vista, também aconteceu na Área Indígena Canauanim – Serra da Lua. A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional que iniciou em maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que haviam morrido por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da Aids. Este ano a vigília retoma o tema “Tantas vidas não podem se perder”, expressão que nos coloca em comunhão com as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, e nos alerta a sermos vigilantes no cuidado com a vida. Desde a Pastoral da Aids querem reforçar seu chamado, enquanto Igreja em saída, que convida à oração e recordação dos que partiram, mas ao mesmo tempo promove uma ação coletiva da cultura do encontro com os mais fragilizados, sendo testemunhas proféticas, em vista de uma sociedade mais humana, fraterna e solidária. Também lembram, ao mesmo tempo, que a morte não é a última palavra sobre o humano. Cristo ressuscitou para que transformemos os sinais de morte em sinais de vida. Junto com a Vigília, aconteceu em Presidente Figueiredo a formação para novos agentes da Pastoral da Aids. Segundo a Pastoral, foi um momento de partilha, comunhão e aprendizado com participação dos irmãos que atuam nas diversas pastorais da cidade. Desde a Pastoral da Aids destacam a acolhida do pároco local, o padre Marco Antônio, que fez tudo o possível para que acontecesse o encontro no município. Também destacam a presença do Serviço de Saúde do município, que mostrou a importância de se conhecer e levar em frente a prevenção das ISTs como também o acompanhamento psicológico. Com informações da Pastoral da Aids

Dom Ionilton participa da canonização do padre Justino Russolillo

Em entrevista concedida à Rádio Vaticano – Vatican News, o bispo da Prelazia de Itacoatiara, dom José Ionilton de Oliveira, sdv, nos fala da alegria de poder participar da solene Missa de canonizações, este domingo, 15 de maio, presidida pelo Papa Francisco. Como bispo pertencente à família Vocacionista, dom Ionilton nos fala da espiritualidade vocacionista em seu ministério episcopal à frente da Igreja particular de Itacoatiara – terra de missão -, no coração da Amazônia brasileira O bispo da prelazia de Itacoatiara – AM, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, sdv, encontra-se em Roma estes dias para participar no domingo, 15 de maio, da Missa presidida pelo Papa Francisco na qual o Santo Padre canonizará, entre outros, o bem-aventurado Justino Maria Russolillo, fundador da Sociedade das Divinas Vocações, mais conhecidos como Vocacionistas, família religiosa da qual dom Ionilton faz parte. Em entrevista concedida à Rádio Vaticano – Vatican News, o bispo da Prelazia de Itacoatiara nos fala inicialmente desta sua vinda a Roma e da alegria de poder participar desta solene celebração de canonizações. Como bispo pertencente a esta família religiosa, dom Ionilton nos fala da espiritualidade vocacionista em seu ministério episcopal à frente da Igreja particular de Itacoatiara – terra de missão -, no coração da Amazônia brasileira. Na oportunidade desta entrevista, pedimos a dom Ionilton que nos explicitasse o decreto feito por ele em sua Prelazia em defesa do Meio Ambiente e dos Povos Amazônicos da região de Itacoatiara (ouça na íntegra clicando aqui).  Canonização Como filho espiritual de São Justino Russolillo, dom José Ionilton partilha a sua alegria pela canonização do fundador da família vocacionista, com a seguinte mensagem publicada pouco antes da Missa de canonizações deste domingo, 15 de maio, presidida na Praça São Pedro pelo Papa Francisco: Bom dia! Este é um dia para mim de muita alegria porque o Padre Justino Russolillo, Fundador das Congregações Vocacionista (Religiosos e Religiosas) e do Instituto Secular, Apóstolos da Santificação Universal,  será canonizado, declarado Santo pela Igreja.  Será chamado de “Apóstolo das Vocações“. Vocação à Vida, Vocação à fé, Vocação a uma missão específica.  Partilho esta minha alegria com vocês irmãos e irmãs da Prelazia de Itacoatiara, onde este filho de São Justino, foi chamado a servir como bispo. Partilho esta minha alegria com minha família de sangue Lisboa/Oliveira que de algum modo é, também, parte desta história. Partilho esta minha alegria com os irmãos leigos e as irmãs leigas das Paróquias confiadas ou que já foram confiadas aos Vocacionistas no Brasil, especialmente aquelas por onde, como filho de São Justino, busquei servir por mais de 25 anos.  Partilho esta minha alegria com os irmãos e as irmãs da Vida Consagrada, especialmente da Vida Religiosa, com quem partilhei muitas vezes a vivência do carisma Vocacionista.  Partilho esta minha alegria com os irmãos diáconos, padres e bispos que pelas estradas, rios e mares da vida convivemos em missão.  Partilho, ainda, com homens e mulheres da sociedade civil com quem trabalhei e trabalho na luta pela Vida das pessoas e  da Casa Comum.  Jesus, Maria, José! São Justino Russolillo, rogai a Deus por nós.  Dom José Ionilton, SDV Fonte: Vatican News

Dom Edson Damian, Charles de Foucauld: ser o irmão de todos, o irmão universal

Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira é filho espiritual de Charles de Foucauld, originário da Fraternidade Sacerdotal que justamente se inspira nesta espiritualidade de Foucauld. A canonização é um momento muito importante para a Igreja, já que a mesma significa a apresentação ao mundo inteiro daquele novo Santo como modelo a ser seguido. A partir deste domingo Charles de Foucauld e a sua devoção ganha dimensão Universal. Dom Edson falando à Rádio Vaticano – Vatican News sobre o significado desta canonização para os membros da Fraternidade Sacerdotal evidenciou que a mesma já era esperada há muito tempo, porque não há dúvida que alguém que viveu com tanta radicalidade o Evangelho, o amor apaixonado por Jesus, uma doação sem medida aos pobres, merecia essa canonização. Dom Edson destaca que “ela chega em boa hora porque a nossa Igreja precisa cada vez mais voltar ao Evangelho aquilo que dizia Charles de Foucauld, precisamos ler, reler continuamente o Evangelho. Porque se nós não lermos o Evangelho, Jesus não vive em nós.  E daí botou também esse princípio que é um dos lemas dos seguidores da Fraternidade Charles de Foucauld, gritar o Evangelho com a vida. Hoje as pessoas escutam mais as testemunhas dos que os mestres; escutar os mestres que são eles os primeiros a testemunhar e a viver, que acreditam. Então Charles de Foucauld é muito atual porque hoje em dia muitas pessoas também se afastam da Igreja ou das suas comunidades cristãs, porque não encontram mais um entusiasmo por Jesus e também a vivência radical do Evangelho. É por isso que a canonização de Charles de Foucauld é muito atual e é um grande presente para a Igreja de todo mundo”. Charles de Foucauld é uma figura extraordinária, uma história belíssima e a sua espiritualidade suscita tanto interesse como o senhor acaba de descrever. Como que a Igreja No Brasil – onde existem os movimentos dos seguidores desta espiritualidade – está acompanhando e participando desta canonização? “Nós somos em seis bispos que pertencemos à Conferência Episcopal, há também mais de cem padres que pertencem à Fraternidade Sacerdotal “Jesus Cáritas” inspirada em Charles de Foucauld. E cresce a cada dia no Brasil também o interesse por esta forma de espiritualidade que no fundo é muito simples, mas muito exigente também. Quando eu fui nomeado para ser bispo de São Gabriel da Cachoeira, eu tive muita dificuldade para aceitar porque ser bispo é muito difícil, mas o que me fez aceitar foi, primeiro é ir à diocese mais pobre mais indígenas do Brasil. Charles de Foucauld viveu a mística do último lugar. Ouvindo o diretor espiritual dele uma afirmação que o marcou profundamente: que Jesus vindo à Terra escolheu de tal modo o último lugar que ninguém lhe poderá tirar. Então ser bispo de São Gabriel da Cachoeira é de certo modo está no último lugar: Mas mais do que isso Charles de Foucauld no seu tempo, ele foi revolucionário na forma de viver o Evangelho no meio do povo tuaregue: todos eram muçulmanos. Ele desde o início percebeu que seria muito difícil converter um muçulmano ao cristianismo. Então ele viveu uma forma de inculturação extraordinária. Disse: no meio desse povo o meu testemunho deve ser o da bondade. Vendo como eu sou bom, que eu me esforço para ser fraterno, acolhedor, as pessoas vão intuir: o Deus em quem ele acredita deve ser muito bom… e se eu pudesse conhecer a bondade e a misericórdia do Senhor Jesus. E houve toda uma reação de amizade e de aproximação. Ele aprendeu a língua tuaregue e prestou um grande serviço à humanidade fazendo um dicionário tuaregue-francês, francês-tuaregue que exigiu dele muito trabalho e muitos esforços”. “Ele prestou esse serviço à humanidade….escrevendo um dicionário em uma língua diferente. Depois disse: no meio desse povo o meu testemunho deve ser, ser irmão de todos. E ele conta que o dia mais feliz dele foi quando aos poucos aqueles pobres nômades tuaregues chamaram a casinha dele de fraternidade, e a ele de irmão todos, irmão universal. Ele tinha no coração esse desejo, mas não explicitava. O testemunho dele é que levou as pessoas a descobrir que ali estava aquele que queria ser o irmão de todos o irmão Universal”. Ouça a entrevista completa aqui. Fonte: Vatican News

Ir. Michele Silva: “Compromisso de um amor que se torna prática concreta de transformação”

Vivenciar o Mandamento do Amor em comunidade, é o convite que a liturgia do 5º domingo do Tempo Pascal, segundo a Ir. Michele Silva. Ao comentar a primeira leitura, a religiosa destaca como “Paulo e Barnabé encorajam as Comunidades a permanecerem unidas e firmes na fé apesar de todos os sofrimentos que enfrenta!” “O salmista nos apresenta a ternura de Deus, que abraça toda a criatura! Um amor de Deus que Pai e Mãe”, afirma a referencial da Rede um Grito pela Vida no Regional Norte1. Um Deus amoroso que também se faz presente na segunda leitura, “que vai morar no meio do seu povo! Vai enxugar toda a lagrima e que também promete construir um novo céu e uma nova terra!” O Mandamento do Amor é o núcleo da passagem do Evangelho de João deste domingo: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei, e por esse amor seremos reconhecidas como discípulas amorosas! E construiremos um novo céu e uma nova terra”, destaca a religiosa do Imaculado Coração de Maria. Analisando a passagem, ela afirma que “esse Evangelho, ele nos desafia, nos desacomoda, nos faz construir um novo pensamento, uma nova forma de ser Igreja, em comunidades amorosas, essa é a proposta de Jesus. Mas ao mesmo tempo é um desafio muito grande, como construir esse caminho de amor nas comunidades que são feridas, machucadas, as pessoas que perderam a esperança, que não conseguem tecer relações amorosas”. A religiosa também vê isso como “um grande desafio colocado para nós, como Mulheres, como lideranças, de fomentar esse caminho, de construir a civilização do amor através do nosso próprio testemunho, das pequenas iniciativas de transformação da realidade”. Diante dessa realidade, a Ir. Michele afirma que “nós sabemos que é possível construir um caminho de circularidade, um caminho de relações amorosas onde todas as pessoas tenham lugar, tenham voz, onde todos e todas sejam respeitadas nos seus direitos. Mas cabe a cada um e cada uma de nós também fazer a sua parte para transformar essa realidade”. Segundo ela, “Jesus não teve uma relação intimista com o pai, era uma relação amorosa que se transformava em ação concreta no meio do povo, esse é o caminho que nós temos para trilhar como Igreja e sociedade, construir o discipulado de iguais na transformação da realidade, que todas e todos possamos assumir esse compromisso de um amor que se torna prática concreta de transformação”. Para isso pede a inspiração da Divina Ruah nesse caminho transformador. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1