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Núncio Apostólico aos presbíteros: “Nosso ministério, nossa vida, será eficaz se for realizado com humildade”

Os presbíteros brasileiros encerravam neste 14 de maio seu 18º Encontro Nacional, que contou com a representação de 7 presbíteros do Regional Norte1, em uma celebração eucarística no Santuário Nacional de Aparecida. O Núncio Apostólico, que presidiu a celebração, começou sua homilia dizendo aos sacerdotes que “nós somos ministros da graça que vem do amor de nosso Senhor Jesus Cristo por nós”. Segundo Dom Giambattista Diquattro, “esta é a fonte do cuidado pastoral, os cuidados pastorais provem da fé, que é moldada pelo amor”. Falando aos presbíteros, ele insistiu em que “nossa paternidade procede da primeira paternidade, nosso amor de seu amor”, algo que levou o Núncio no Brasil a afirmar que “a intensidade do amor sacerdotal vem da medida do amor recebido, sem cálculo. O caminho de Jesus é o caminho para nossa própria santidade e do povo a nós confiado”. “O amor do Pai derramado sobre o único filho, é derramado através de Jesus nos sacramentos para nós na Igreja”, segundo Dom Giambattista. Daí, ele afirmou que “Jesus nos exorta a perseverar em seu amor. O Redentor explica como perseverar, mantendo nossa vida na Lei de Deus, mantendo nosso amor no Espírito Santo do nosso Senhor Jesus Cristo”. O Núncio fez ver que “no amor reside a observância dos mandamentos, e a observância dos mandamentos testemunha o amor”. Por isso, ele convidou a que “amemos o Senhor colocando nosso coração N´Ele, só em sua vontade, como sacerdotes, como batizados, existindo, habitando em Cristo, em seu Corpo que é a Igreja”. O fundamento é que “Jesus nos ama, o amor de Jesus é a única e verdadeira fonte de nosso verdadeiro e único amor por Ele, e através de seu amor e em seu amor, guardamos seus mandamentos”, segundo o representante pontifício no Brasil. Daí, ele disse que “esta é a graça e a caridade que Jesus manifesta aos humildes, e que somente se perseguimos sua Cruz poderemos agarrar”. O Núncio vê a humilde do Filho como algo “de natureza divina e absoluta”, o que o leva a afirmar que “por tanto de natureza divina e absoluta é a capacidade de receber o amor do Pai”. Segundo o prelado, “é nos oferecida a capacidade de receber a graça do amor de Deus, não pela providência, mas pela graça, em correspondência pela graça de nossa pobreza e a súplica diária a Deus de sua caridade. Jesus Cristo, em sua natureza divina e em sua natureza humana é o mediador perfeito deste dom”. Os presbíteros foram chamados por Dom Giambattista Diquattro a descobrir que “como padres, como batizados, em nossa fragilidade, somos chamados a ser mediadores de salvação na Igreja”. Lembrando a festa do dia ele fez ver aos sacerdotes que “fomos escolhidos como Matias, nosso ministério, nossa vida, será eficaz se for realizado com humildade para levantar da poeira o indigente e do lixo retirar o pobrezinho. Por Cristo, com Cristo e em Cristo, por amor mutuo a imagem daquele amor que entra em nossas vidas, para que nossas vidas sejam fieis à vocação que recebemos e conforme ao sacrifício agradável a Deus, o sacrifício de Cristo, que celebramos in persona Christi”. Finalmente convidou a pedir “a Maria, nossa Mãe, sob o título de Nossa Senhora Aparecida, que nos guarde no coração de Cristo, que eduque nossos corações no caminho da santidade, que inspire o discernimento que oferecemos a nossos irmãos e irmãs pelo exemplo de nossa vida, segundo o Espírito Santo e de seu Divino Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo”. O 18º ENP foi momento para eleger a nova coordenação da Comissão Nacional dos Presbíteros do Brasil, que tomará posse no próximo mês depois de ser confirmada pela Comissão Permanente da CNBB. O atual presidente, padre José Adelson da Silva Rodrigues, depois dos agradecimentos, apresentou a nova coordenação, que será presidida pelo padre André Luiz do Vale, da Diocese de Uruaçu. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Aparecida: o início de um novo jeito de ser Igreja

Nesta sexta-feira, 13 de maio de 2022, é comemorado o 15º aniversário do início da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, que aconteceu no entorno do Santuário Nacional de Aparecida de 13 a 31 de maio de 2007. Poderíamos dizer que as Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano, especialmente depois de Medellín, realizada em 1968, têm marcado a vida da Igreja católica no continente, mas elas têm sido também uma referência para a Igreja universal. Isso é algo evidente em Aparecida, onde estavam presentes dois Papas, o Papa Bento XVI, e o então cardeal Jorge Mário Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, e hoje Papa Francisco. Ele levou as reflexões de Aparecida para o centro do cristianismo, para o Vaticano. Conversão pastoral, Igreja em saída, discípulos missionários, elementos que hoje fazem parte do dia a dia da Igreja, cobraram força após a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. O Cardeal Bergoglio foi o relator geral do Documento de Aparecida, uma conferência que marcou sua vida em grande medida. O vivido em Aparecida está presente no Magistério do Papa Francisco, especialmente em Evangelii Gaudium, considerado o texto programático de seu pontificado, onde coloca as linhas fundamentais que ele queria para seu ministério como Papa e para o caminhar da Igreja no século XXI, uma Igreja sinodal. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto com o Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), quis ressaltar esta data com uma série de celebrações no Santuário Nacional de Aparecida, que ajudem a fazer memória desse tempo de graça na vida da Igreja do continente, que estão acontecendo nos dias 12 e 13 de maio. Podemos dizer que Aparecida representa o início de um novo jeito de ser Igreja, que deu seus primeiros passos na América Latina e o Caribe, mas que com o decorrer do tempo, foi superando as fronteiras do continente e se espalhando até os confins da Terra. Aparecida anima a Igreja a sair de se próprio, a ir ao encontro do povo, a se comprometer com a vida das pessoas, a pensar além do que acontece dentro do templo, a ser uma Igreja missionária, em saída, que escuta e se interessa por aquilo que acontece na vida cotidiana do povo, especialmente do povo que sofre as consequências de uma sociedade injusta, das vítimas, dos descartados. Inclusive para aqueles que dizem não professar a fé cristã católica, inclusive para quem diz não ter fé, Aparecida nos ensina a construir o mundo partindo de atitudes diferentes, que nos levam a pensar no outro, a pensar naqueles em quem nunca ninguém pensou. No final das contas, Aparecida aposta em um mundo melhor para todos e todas, e essa deveria ser uma aspiração presente na vida de todo ser humano. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

15 anos de Aparecida: um Documento que conserva toda sua validade

Aparecida, um documento que permanece vivo nas ações do Papa Francisco, um documento atual, surgido de uma Conferência celebrada aos pés da Padroeira do Brasil de 13 a 31 de maio de 2007, com 266 participantes. Disso está sendo feito memória nos dias 12 e 13 de maio de 2022 no mesmo local, algo que tem começado coma inauguração de um Espaço Memorial e a reza do terço, lembrando o presidido pelo Papa Bento XVI 15 anos atrás. O Espaço Memorial é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Santuário Nacional, que lembra as conferências realizadas pelo Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), com livros, fotos, paramentos e outros objetos. A inauguração esteve presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, que após a acolhida do reitor do Santuário Nacional, que insistiu em ver Aparecida como a Casa da Mãe, mostrou sua alegria diante deste importantíssimo evento. Dom Walmor insistiu em que esse espaço memória não faz referência unicamente ao passado, e sim algo que mostra “a força espiritual e missionária da Conferência de Aparecida e o Documento de Aparecida”, destacando que mesmo sem aparecer o termo, no Documento de Aparecida “nós encontramos um programa de sinodalidade da mais alta qualidade, da mais alta pertinência”. O rezo do Terço foi presidido pelo cardeal Odilo Scherer, contando com a presença de bispos, os mais de 500 presbíteros que estão participando do seu 18º Encontro Nacional, a Vida Religiosa e leigos e leigas. Juntos meditaram os mistérios do Santo Rosário, sendo rezados por diferentes pessoas, tudo intercalado com cantos, textos bíblicos e do Documento de Aparecida, e reflexões do Arcebispo de São Paulo que foi atualizando esta devoção secular à luz daquilo que hoje o mundo vive. O cardeal Scherer afirmou que “a nós é pedido que nos renovemos no fervor missionário”, o que se concretiza no anuncio com alegria de uma Palavra que precisa ser testemunhada. O purpurado também fez um chamado à paz frente a uma violência que “acaba sendo uma grande injustiça para as pessoas”, que na guerra gera fome e sofrimento. Isso o fez mostrar a necessidade de “nós cuidar para que este mundo seja cada vez mais sadio, com menos sofrimentos”, chamado a ser testemunhas da caridade, da compaixão, da misericórdia de Deus. No final da oração do terço, Dom Miguel Cabrejos fez uma leitura de uma mensagem onde ele descreveu os 15 anos desde Aparecida como um tempo de impulso missionário. O presidente do Celam disse ver o Documento de Aparecida, citando as palavras do Papa Francisco, como algo que “nasceu precisamente desta tecelagem entre o trabalho dos Pastores e a simples fé dos peregrinos, sob a proteção materna de Maria“. Aparecida foi “um autêntico Kairos que gerou um profundo impulso missionário”, segundo o presidente do episcopado peruano, que destacou a dimensão missionária como um dos eixos norteadores de Aparecida, a partir do método de ver-julgar-atuar, e a opção preferencial pelos pobres e pelo cuidado da Criação. A partir daí ele afirmou que “a Igreja precisa de um choque forte que a impeça de se acomodar no conforto, estagnação e tibieza, às margens do sofrimento dos pobres do continente“. Em suas palavras, ele se referiu à conversão pastoral e outros aspectos da V Conferência Geral do Celam, tais como ser discípulos missionários e assumir a Missão Permanente como uma tarefa impagável. Juntamente com isto, ele o relacionou com o atual processo sinodal e a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, chamando a “reafirmar nossa identidade de discípulos missionários, a ser uma Igreja em saída, sinodal e misericordiosa”, algo que leva a “fortalecer a missão, a comunhão eclesial, a colegialidade e a sinodalidade”. Hoje, Aparecida produz “uma grande esperança, um espírito de profecia, de grande compromisso, porque ainda há desafios a serem enfrentados e outros que se abrem”, algo motivado pelo contexto histórico, segundo Dom Miguel Cabrejos. O prelado destacou que Aparecida promove o conceito do povo de Deus, que somos todos Igreja, assim como a interculturalidade, o cuidado com a casa comum e a ecologia integral. Neste sentido, ele disse não ter dúvidas de que Aparecida inspirou os quatro sonhos da Querida Amazônia: social, cultural, ecológico e eclesial. Uma riqueza reunida em Aparecida, que, segundo Dom Miguel Cabrejos, nos abre para entender que “toda evangelização deve ser um processo, as obras pastorais devem ser um processo, não eventos que são organizados, terminados e pronto”. Tudo isso olhando para o futuro, para o evento de Guadalupano de 2031 e para o ano da Redenção em 2033, caminhando sinodalmente, algo já presente na vida das primeiras comunidades cristãs. Aparecida se entende a partir da decisão pessoal do Papa Bento XVI na escolha do lugar, segundo Dom Jaime Spengler, que vê no Santuário Nacional “um lugar todo especial na história também do nosso povo. Aparecida é a referência para muitos de nosso povo, a casa da mãe”. Segundo o vice-presidente primeiro da CNBB, “na casa da mãe, a gente fala livremente, na casa da mãe, nós verdadeiramente nos sentimos em casa”, algo experimentado pelos bispos participantes da V Conferência do Celam. O arcebispo de Porto Alegre insistiu em que “foi esse sentir-se em casa, na casa da mãe, com os irmãos e irmãs que frequentam o santuário que, por assim dizer forjou a beleza, a grandeza desse documento que marca, não só a história da Igreja latino-americana, mas que também de alguma forma delineou o próprio pontificado do Papa Francisco”. Aparecida mantem a sua atualidade, segundo o cardeal Odilo Scherer, “embora depois de Aparecida até nossos dias já tem surgido muitas outras questões que não estão contempladas suficientemente no Documento de Aparecida e necessitam de novas declarações, novas posturas, enfim nova reflexão da Igreja”. Ele destaca que “as questões essenciais do Documento de Aparecida conservam toda sua validade”. O vice-presidente primeiro do Celam vê como questão de fundo, “o renovado encontro com Jesus Cristo para uma fé viva, profunda e verdadeira”. Junto com isso, “a…
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Dom José Albuquerque: “No caminho sinodal é importante nós escutar os nossos padres”

Aparecida vive nesta semana dois momentos importantes para a Igreja do Brasil e da América Latina. No dia 13 de maio completa 15 anos da abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, celebrada de 13 a 31 de maio de 2007 aos pés da padroeira do Brasil. Também de 9 a 14 de maio acontece o 18º Encontro Nacional dos Presbíteros (ENP) com o tema: “Presbítero, comunhão e missão”, e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt. 23,8). O encontro que tem a assessoria de Dom Joel Portela, Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Segundo o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, “os presbíteros estão refletindo sobre o atual momento da sua história, da sua vida, um momento marcado por incertezas, por perplexidades tanto pastorais quanto pessoais”. Um encontro que é visto como um momento de graça “depois de dois anos de pandemia, de muita angustia, sofrimento, mas também de espera, de esperança, de confiança, e de gratidão por estarmos aqui reunidos com mais de 500 presbíteros e vários bispos dos diversos regionais”, segundo o Padre José Adelson da Silva Rodrigues. Para o presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros, o tema e lema do encontro “vai nos dar essa esperança que sairemos daqui muito mais animados, mais fortalecidos, encorajados, para continuarmos a missão”. Presente no 18º ENP Dom José Albuquerque de Araújo afirma que “estamos celebrando o ministério dos nossos padres”. O Bispo Auxiliar de Manaus lembra que são 26 mil presbíteros espalhados por todo o país. Neste encontro participam 37 padres da Região Norte do Brasil, sendo 7 os presbíteros do Regional Norte1 da CNBB, “que vieram de diversas cidades, diversos municípios e estamos aqui participando deste momento tão bonito, de uma comunhão eclesial”. O membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, insiste em que “no caminho sinodal que nós estamos trilhando, é importante também, nós escutar os nossos padres”. Segundo Dom José, “os encontros nacionais, eles são importantes e necessários, para poder a gente fortalecer a fraternidade presbiteral, para poder conhecer a nossa realidade tão diversificada. Cada padre traz a sua história, a sua experiência”. O bispo destaca “o entrosamento e a troca de experiências que acontece, entre as duas gerações, os padres mais jovens, participando junto com os padres mais experientes”. O Bispo Auxiliar de Manaus destaca a importância do 18º ENP “nesta retomada que estamos fazendo após a pandemia, que ainda não terminou, mas nós sabemos que precisamos fazer memória daqueles padres que sucumbiram à pandemia”. Ele lembra que “foram dezenas de padres no nosso país, que faleceram, infelizmente, vítimas de Covid, e nas celebrações litúrgicas que estamos aqui vivenciando, nós lembramos, fazendo memórias desses nossos irmãos que partiram”. Dom José Albuquerque de Araújo coloca que “esses encontros, eles nos ajudam também a gente perceber que os padres precisam para poder cuidar daqueles que Deus os confiou, é preciso também que eles se cuidem, que a gente precisa fortalecer a pastoral presbiteral em nossas Igrejas locais”. Finalmente, afirma que “certamente, quem participa desses encontros, volta para suas dioceses, mais animado, mais entusiasmado, mais esperançoso, até para poder dar a sua contribuição àqueles que já estão no ministério, e também que possamos ajudar aqueles que estão na formação, os nossos futuros presbíteros”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Simpósio dos Povos Indígenas gera propostas e ações recolhidas na Carta final

Foi dada a conhecer a carta do Simpósio Povos Indígenas, r-existência às políticas neoliberais na Amazônia, onde recolhe os debates acontecido em um encontro realizado nos dias 27, 28 e 29 de abril de 2022 em Manaus, que teve como objetivo “pensar, discutir e propor estratégias urgentes e necessárias para o bem viver dos povos e o desenvolvimento verdadeiro da Amazônia, não exploratório como vem acontecendo” No encontro participaram representantes de diferentes organizações indígenas e movimentos sociais, contando também entre os organizadores com a Caritas Arquidiocesana de Manaus e o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES. A carta denuncia a “devastação da Amazônia por vários ângulos e em todas as direções”, afirmando que “os povos originários nesse país chamado Brasil, ainda não conseguiram ter de volta sua autonomia e seus direitos constitucionais assegurados pelos entes públicos federais”, pois uma coisa é o que está escrito e outra a prática. A carta fala sobre as temáticas das mesas redondas realizadas e o que foi discutido nos grupos de trabalho, buscando “discutir diretrizes e ações em defesa do bem-viver, que geraram propostas sobre Participação e Consulta Prévia Livre e Informada, Formação e Mobilização, Planos de Vida e Sustentabilidade, Saúde, Territórios Indígenas, Educação, e Juventude Indígena. O texto da carta recolhe as ações concretas para cada uma das propostas, dizendo que foi indicada uma comissão para acompanhar essas demandas e mobilizar as instituições indígenas e indigenistas para concretizar esses objetivos, colocando os nomes daqueles que fazem parte dessa comissão. CARTA DO SIMPÓSIO POVOS INDÍGENAS, R-EXISTÊNCIA ÀS POLÍTICAS NEOLIBERAIS NA AMAZÔNIA  Nas últimas décadas, estamos assistindo à devastação da Amazônia por vários ângulos e em todas as direções. São ambientais, culturais, sociais e político-jurídica. Tudo está sendo queimado, as leis que garantem nossos direitos à vida devastado em cada espécie da flora, da fauna, pessoas, práticas culturais e conhecimentos próprios que estão desaparecendo. Passados mais de 500 anos do início do processo colonizador civilizatório, os povos originários nesse país chamado Brasil, ainda não conseguiram ter de volta sua autonomia e seus direitos constitucionais assegurados pelos entes públicos federais. A Constituição Federal de 1988, reconheceu os direitos territoriais, sociais e políticos conforme seus usos e costumes, suas línguas e autonomia. Mas não é o que se vê na prática. Diante desse cenário, foi realizado nos dias 27, 28 e 29 de abril de 2022, em Manaus, o Simpósio Povos Indígenas, r-existência às políticas neoliberais na Amazônia, que teve como objetivo pensar, discutir e propor estratégias urgentes e necessárias para o bem viver dos povos e o desenvolvimento verdadeiro da Amazônia, não exploratório como vem acontecendo diante dos projetos de lei 191/2020 sobre mineração em terras indígenas e 490/2007 marco temporal e das políticas neoliberais que ferem os Direitos Indígenas. O simpósio foi organizado pela Cáritas Arquidiocesana de Manaus, Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES, Grupo de Estudo e Pesquisas em Educação Escolar Indígena e Etnografia – Universidade do Estado do Amazonas – UEA, Laboratório Dabukuri – Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Fórum Estadual de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas – FOREEIA, Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM. O evento contou com a participação de 99 pessoas e 56 instituições indígenas e não indígenas, a saber: AIKIRA, AIMEAM, AIMM, AIRM, AIUE, AKGV, AKIM, Aldeia Gavião, Aldeia Soares, Aldeia Tururukari-uka, Aldeia Cípia, Aldeia Miratu, AMARN, AMISM, APTRQAM, Art’s Regionais, ASPANA, ASPIARA, ASPTEAM, Maloca Bayaroa, CAPSOL, Ineamanatã, Jurupari, Karuara, Liderança Jovem, Lua Verde, MEIAM, MSE AÇÃO/RB, Mukuura Baré, Mura Parque das Laranjeiras, Nova Vida, Onça Pintada, OSBAV, OSPINA, Paroquia São Pedro, Pastoral do Migrante, São João Tupinambá, São Mateus, Uryry, Waikiru, Watchimauco, Watyamã, Yupirunga, Cáritas, CIMI, CIR, CMM, FOREEIA, MAKIRA ETA, PGE/AM, Rede Biribá, Sares, Seminário São José, UEA, UFAM, Secoya. Durante o evento foram realizadas três mesas redondas, que tiveram as seguintes temática: i) Povos Indígenas e Defesa do Bem-Viver: Violação de Direitos Meio à Devastação Jurídica da Amazônia; ii) Povos Indígenas e Defesa do Bem-Viver em Meio as Multidevastações da Exploração Mineral nas Terras Indígenas na Amazônia; iii) Povos Indígenas e a Defesa do Bem Viver: Buscando Caminhos para o Direito à Cidade. Após cada mesa redonda foram realizados grupos de trabalho para discutir diretrizes e ações em defesa do bem-viver, que geraram as propostas sistematizadas abaixo:   Participação e Consulta Prévia Livre e Informada ·         Quando forem ser indicados indígenas para ocupar cargos no legislativo e executivo é necessário observar o perfil dos candidatos. Só podem ser indicadas pessoas que não se corrompam, tenham comportamento transparente, bom diálogo e comunicação com o movimento indígena e estejam comprometidas com causas coletivas. ·         Garantia de vagas para indígenas em todas as instituições do executivo e legislativo. ·         As comissões especiais que tratam de assuntos indígenas na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas e nas Câmaras Municipais devem sempre contar com representação dos povos indígenas em todas as instituições. ·         Essencial que os povos indígenas sejam consultados de forma prévia, livre, informada, adequada e de boa fé frente a todos as medidas que afetem suas vidas ou territórios. Toda medida administrativa ou legislativa a gente tem direito de se apropriar, pedir mais informação e deve ser feita a consulta. Políticas que vem de cima para baixo, que vão contra a nossa vontade, temos direito de derrubar.   Formação e Mobilização ·             – Mobilização e união e reivindicação contínua é sempre necessária, um meio de conquistar nossos direitos e objetivos. ·  –         Existem os programas de governo que deveriam implementar políticas públicas, e temos que formar nossas lideranças para fiscalizar os orçamentos e colocar lideranças em postos estratégicos. ·           – Necessário promover a formação sobre às lideranças de forma contínua e imediata sobre os direitos indígenas e estratégias de reivindicação, especialmente sobre a constituição e convenção 169 da OIT. ·        – Elaboração de cartilhas sobre os direitos dos povos indígenas, que devem ser veiculadas para as comunidades indígenas e para todos os órgãos públicos que trabalhem oferecendo serviços…
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Prelazia de Borba recebe visita da Coordenadora Estadual da Pastoral da Criança

Maria Inês Freitas, Coordenadora Estadual da Pastoral da Criança, visitou nos dias 10 e 11 de maio de 2022 a Prelazia de Borba. No encontro, realizado na sede da Prelazia, estiveram presentes os líderes que compõem o Ramo da Paróquia Cristo Rei e Nossa Senhora Aparecida. Também estiveram presentes neste encontro o Pároco da Paróquia Cristo Rei Pe. Laércio Paz, Pe. Vylson Barbosa, Diac. João Paulo, Diac. Luiz Rosinaldo, Ir. Penha, Assessora da Pastoral na Prelazia, junto com a Coordenadora de Setor Laurene Pantoja e o Coordenador de Pastoral da Prelazia, Ademir Jackson. O objetivo da reunião foi o diálogo para o fortalecimento e animação da Ação Missionária da Pastoral da Criança nas Comunidades do Ramo. O encontro foi oportunidade para abordar a Campanha do dia 18 de maio, Dia de Combate ao Abuso e Exploração sexual de Crianças e Adolescentes. Na quarta-feira de manhã, a coordenadora e sua equipe visitaram à paróquia Nossa Senhora Aparecida, onde conversaram com Pe. Joseph Raj A Samy sobre desmembramento da Pastoral da Criança da Paróquia Cristo Rei e a implantação dessa Pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1, com informações da Prelazia de Borba

Comitê REPAM – Núcleo Manaus escolhe nova articulação

Depois de um tempo, o Comitê REPAM – Núcleo Manaus reuniu nesta terça-feira, 10 de maio, no auditório da CNBB Regional Norte 1, para retomar as atividades do comitê, partilhar das novas iniciativas e rearticular suas ações em conjunto com as pastorais sociais e organismos, fortalecendo as atividades já existentes, incluindo nas atividades tudo aquilo que é feito enquanto REPAM, sendo salientado a importância de dar visibilidade às atividades realizadas. Durante o encontro foi nomeada a nova coordenação com Padre Paulo Tadeu Barausse, Patrícia Cabral e a Ir. Elis Alberta Ribeiro dos Santos, que será a articuladora do Núcleo, e que estarão contribuindo junto a articulação da REPAM-Brasil. O comitê pretende ampliar os debates sobre a Economia de Francisco e Clara, as sugestões propostas a partir do Sínodo para a Amazônia, no Documento Final do Sínodo e a Querida Amazônia. Também foi colocada a importância da caminhada junto com a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e o processo sinodal da Arquidiocese de Manaus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1, com informações de Patrícia Cabral 

Caritas Alto Solimões organiza Seminário sobre Resíduos Sólidos

A Caritas da Diocese de Alto Solimões organizou de 06 a 08 de maio um Seminário sobre Participação Cidadã, com o tema: “Resíduos Sólidos”, e o lema: “Ecologia Integral, Bem Viver, Sem Lixo, Sem Luxo”. O encontro contou com a participação de 40 representantes das Paróquias Imaculada Conceição, de Benjamin Constant, Paroquia São Sebastião, de Atalaia do Norte e a Paróquia de Santos Anjos, de Tabatinga. O assessor do encontro foi o padre Carlos Alberto Pinto da Silva, que pontuou diversos assuntos, dentre eles Ecologia Integral e o papel que assumimos diante da sociedade e o cuidado com a mãe natureza. Ao longo do encontro foi ressaltado a importância dos 5R – Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar, sendo refletido sobre a importância de assumir ações simples e que podem mudar o mundo, lembrando a responsabilidade que temos de embelezar o mundo, esperançar as pessoas e ousar propor o evangelho adotando a missão do cuidado para com a natureza, nossa Casa Comum. No Seminário se fizeram presentes Marxer Antônio Colares Batista e Railma Pereira Moraes, professores do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Amazonas- IFAM, que abordaram a temática os Resíduos Sólidos e a diferença entre resíduos e rejeito. O Seminário teve um momento de compromisso concreto, com um mutirão de limpeza, denominado “juntando lixo com inteligência”, realizado no bairro das Comunicações onde decorria o encontro. Finalmente, após um trabalho em grupos foram apresentadas ações concretas a serem realizadas em um trabalho local, nas comunidades onde cada um dos participantes mora, sendo assumido por eles um compromisso pessoal. No momento de partilha foram apresentadas diferentes ideias, dentre elas a redução do uso de sacolas plásticas, passando a fazer uso de sacolas ecológicas, separação do lixo adequada em casa e a organização de mutirões ecológicos nos bairros e ao redor das comunidades de cada um dos participantes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações de Caritas Alto Solimões

Conceição Silva: “Nós mulheres, pastoras, temos que ter o amor por cada um dos nossos filhos”

No quarto domingo do Tempo Pascal, Conceição Silva, coordenadora das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, nos diz que o Evangelho desse dia “nos fala sobre o Bom Pastor, o pastor que cuida das ovelhas, o pastor que ama as suas ovelhas”. Ela vê isso em Jesus, “o pastor que conduz as suas ovelhas”, falando de pastor e pastoras, “as mulheres são boas pastoras também”. Se referindo à realidade, Conceição Silva afirma que “nós podemos ver nas comunidades, nas áreas periféricas, nos movimentos, sempre as mulheres são as que conduzem, são as lideranças. Elas cuidam dessas ovelhas com amor de mãe”, algo que lembra no dia em que o Brasil comemora o Dia das Mães. Para elas, “vai essa mensagem de amor, de afeto, de cuidado, cuidado com a vida, cuidado com os filhos, cuidado com os pais, cuidado com os organismos que participam, cuidado com o trabalho”, destaca. Segundo a coordenadora das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, “essas são as mulheres batalhadoras, são mães, que muitas vezes são mãe e filho, às vezes a família inteira, às vezes a avô que cuida do filho, do neto, mas são mulheres guerreiras, que durante todo o dia trabalham, e quando chega a noite vão cuidar dos filhos, dar carinho, dar amor”. Segundo ela, “essa é uma grande mensagem de Jesus, que nós mulheres, pastoras, temos que ter o cuidado e o carinho, temos que ter o amor por cada um dos nossos filhos e as nossas atividades”. A coordenadora das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, “para que aconteça a construção de um novo Reino, é necessário lutar, é necessário ter esperança”. Conceição Silva coloca um exemplo, de alguém que considera um exemplo de mãe, com uma doença degenerativa, que tem um filho autista e hiperativo. Ela conta que “essa mãe, para que seu filho tenha todo o carinho, toda a atenção, ela passa a noite inteira acordada porque ele não consegue dormir”, acompanhando-o a madrugada inteira para evitar dar remédios fortes para ele. Só dorme o tempo que ele dorme, algo que se repete todas as noites. Isso é visto por Conceição como um amor de mãe, de mulher que cuida, uma mulher que está sempre a disposição de dar carinho, de dar afeto. No Dia das Mães, ela quer homenagear todas as mães, “as mães negras, as mães indígenas, as mães ribeirinhas, e todas as mães enfim”. Por isso, ela deseja: “parabéns, somos todas vencedoras”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Ionilton decreta não aceitar recursos de políticos, de madeireiras, de mineradoras

Não receber “recursos financeiros, em moeda ou em outros bens, de políticos, de madeireiras, de empresas de mineração, de exploração de petróleo e gás”. Esse é o decreto de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara, dado a conhecer no dia 05 de maio de 2022. Segundo o decreto, dirigido aos padres e coordenadores e coordenadoras de Comunidades, Pastorais, Organismos, Grupos e Movimentos, “contribuem para o desmatamento e a expulsão de suas terras dos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pequenos agricultores”. O Decreto está inspirado na afirmação do Papa Francisco recolhida em Querida Amazônia, onde diz que “não podemos excluir que membros da Igreja tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas para as obras eclesiais”. O Papa Francisco recomenda “prestar uma atenção especial à procedência de doações ou outro tipo de benefícios”, assim como ficar atentos à injustiça e crime que se faz realidade nas “operações econômicas, nacionais ou internacionais que danificam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos nativos do território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio”. Tudo isso com a colaboração das autoridades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1