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Diante da atual situação social e política não podemos ficar calados

Anunciar o Evangelho e denunciar as injustiças é missão de todo batizado e batizada. Diante da realidade a Igreja é continuamente desafiada a ser profética, uma atitude presente no episcopado brasileiro, que no final da primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, dirigiu ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil. “O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem!”, denunciam os bispos, afirmando que “a fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade”. Uma realidade que não pode nos deixar indiferentes, que tem que nos levar como Igreja a tomar postura. Não podemos ficarmos calados diante da “dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum”, algo que tem muito a ver com a Amazônia, onde a cada dia que passa vemos as consequências dessas atitudes. A violência tomou conta do Brasil, algo presente no campo e nas cidades, vemos como a liberação do garimpo em terras indígenas, a flexibilização da posse e do porte de armas, e tantas outras realidades fazem com que o sofrimento aumente, algo que denunciam os bispos. Não podemos olhar para o outro lado diante do desrespeito pela Constituição, não podemos contribuir com um clima que transforma adversários em inimigos, que deteriora o tecido social. Ainda mais neste ano eleitoral, carregado de incertezas e radicalismos, onde ser cidadãos é algo que ninguém pode deixar de assumir, ainda mais sabendo das tentativas de ruptura da ordem institucional. Os bispos insistem em algo que algumas pessoas podem considerar estranho, mas que só relata a atual realidade que o Brasil vive: “a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo”. Jesus denuncia no Evangelho a manipulação religiosa, algo que foi usado para conduzi-lo à morte, se servindo de mentiras, outra realidade muito presente hoje no Brasil no fenómeno da “disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade”, nos dizem nossos bispos. Diante disso o chamado é claro: um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. Os bispos conclamam “toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve”. O chamado é claro e não pode ser diferente diante da realidade atual, mas será que a gente vai assumir? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Padre Dário Bossi: “Laudato Si´, talvez tenha seus principais profetas em populações minoritárias”

A mega mineração está cada vez mais presente na América Latina, com um grande aumento durante a pandemia, uma época em que os lucros das empresas de mineração dispararam. É uma conta que é paga pelas comunidades, pelos trabalhadores e pela natureza. Lutar contra isso é um dos objetivos da Rede de Igrejas e Mineração, da qual o Padre Dário Bossi é membro. Nesta entrevista ele nos fala sobre a realidade das comunidades afetadas, os passos dados, destacando a Caravana pela Ecologia Integral em Tempos de Extrativismo, que recentemente percorreu vários países europeus, incluindo uma visita à Cúria do Vaticano. O desafio é avançar em tudo o que é apontado na Laudato Sí, que as Igrejas façam “um exame de consciência muito severo e exigente para se perguntar até que ponto corre a Igreja o perigo de ser cumplice deste sistema de morte que está saqueando os territórios e a natureza”. Renovar a “opção, como diz a encíclica Laudato Si´, pelos pobres e pela Mãe Terra”. Qual é a realidade latino-americana em torno à mineração atualmente? A opção pelo extrativismo predatório em América Latina vem de longe. Foi uma opção que atravessou diversos países e diversos espectros políticos, da direita à esquerda, no continente todo. Porém, neste último período, a crise da pandemia, o aumento da pobreza, da inflação, os impactos que a guerra na Ucrânia tem provocado na segurança no acesso às matérias primas, aos combustíveis fósseis, aos fertilizantes, em general ao minério, junto com a falta de segurança dos fluxos financeiros e uma volta ao ouro como instrumento que garante a estabilidade financeira, tem contribuído para aumentar ainda mais o ritmo avassalador do extrativismo. Tanto é que nos anos da pandemia, os lucros das mineradoras em América Latina têm aumentado vertiginosamente. O que é escandaloso se a gente for olhar a queda do Produto Interno Bruto dos países, a queda do acesso mínimo a salários e direitos da população. O aumento da distância entre os mais ricos e os mais pobres tem sido contribuído também pelo aumento dos lucros das grandes mineradoras. Quem está pagando a conta de tudo isso? Estão pagando três grandes categorias: as comunidades, que tentam defender seus territórios e modos de vida, os trabalhadores e a natureza. Cada vez mais as comunidades estão sendo ameaçadas, porque a necessidade de um extrativismo que expanda as fronteiras, o freio é a chamada licença social, que as empresas nem sempre conseguem obter. A licença ambiental é conferida pelos estados, que são geralmente cumplices das grandes empresas, mas a licença social tem que ser garantida pelas pessoas que moram nos territórios, e nem sempre isso é tão fácil de conquistar. Frente a este conflito aumenta a ameaça, a ameaça aos indígenas, como acontece aqui no Brasil com os projetos de liberar a mineração em terras indígenas, a ameaça aos camponeses, ameaças às comunidades que querem manter um outro tipo de relação com seus territórios. Também os trabalhadores estão pagando a conta, porque a gente viu isso fortemente na pandemia, mas repercute ainda hoje. A força de negociação das empresas frente a uma perda de direitos, a uma perda de salários, a uma necessidade de trabalho das pessoas, aumentou. As pessoas tiveram que se submeter cada vez mais a descontos na reivindicação de direitos trabalhos. A mineração foi reconhecida durante a pandemia como uma atividade essencial, o que é absurdo, paradoxal. Se a gente for olhar os estoques de minérios que estão estocados em muitos países, não era tão essencial. Era possível reduzir ou até suspender por um tempo a extração durante a pandemia. Mas ela aumentou de ritmo durante a pandemia, o que mostra a perda de força de negociação do trabalhador frente ao poder da empresa. Disso é obvio que quem paga a conta é a natureza porque a expansão da mineração em regiões até então, como territórios indígenas, áreas protegidas, parques naturais, áreas de fronteira, que até então vinham sendo vinculadas a uma legislação mais rigorosa, se perdeu. Tanto do ponto de vista da mineração ilegal, do garimpo, como do ponto de vista da mineração industrial, a expansão acaba afetando os direitos da natureza. Está fazendo algumas denúncias que vêm sendo feitas nos últimos anos por diferentes organizações, inclusive da Igreja católica, em referência à mineração. Recentemente, uma caravana latino-americana visitou 6 países da Europa, fazendo essas e outras denúncias, inclusive no Vaticano. Qual a importância que essa caravana pode ter de cara ao futuro? A caravana quis dialogar tanto com a sociedade civil como com as Igrejas, tinha um dúplice objetivo. Queria primeiramente levar solidariedade do Sul Global a uma Europa que vem se sentido fortemente ameaçada pela guerra, que é uma guerra de disputa de territórios por matérias primas. Uma guerra que disputa canais de escoamento e de fluxo de matérias primas. Por tanto é uma guerra que os países do Sul vivem constantemente, talvez de modo menos visibilizado, mas constantemente efetivo, nas mortes, na militarização dos territórios, na aliança entre exércitos, empresas e atividades ilegais extrativas. Um Sul Global que quer mostrar sua solidariedade a Europa e gritar que a fonte deste tipo de violência bélica não é nada mais que o modelo de extrativismo predatório que vem se reproduzindo em terras que até então se sentiam protegidas, seguras, em paz. Além dessa solidariedade, a caravana quis levar a denúncia desse modelo e das guerras vividas desse lado. Inclusive a denúncia das consequências e perspectivas que o novo contexto de conflito internacional irá provocar nos países do Sul Global, não só na América Latina, mas também em África. Por último, a caravana quis fazer um apelo à solidariedade, levantar a capacidade que a sociedade civil e a Igreja europeia sempre tiveram, e que precisa reanimar de aliar-se às Igrejas e às comunidades latino-americanas. Depois de 7 anos da encíclica Laudato Si´, até que ponto ela tem sido assumida pela Igreja? Até que ponto a Igreja tem assumido que defender a Casa Comum é uma missão que não pode ser deixada para trás?…
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Padre Lúcio Nicoletto é escolhido Administrador Diocesano da Diocese de Roraima

A Diocese de Roraima escolheu seu administrador diocesano na manhã desta terça-feira, 3 de maio, após ter ficado como sede vacante com o início da missão do anterior bispo, Dom Mário Antônio da Silva, como novo Arcebispo de Cuiabá (MT), acontecida no dia 1º de maio. Aquele que vai conduzir a Diocese de Roraima pastoral e administrativamente até a chegada do novo bispo é o padre Lúcio Nicoletto, atual Vigário Geral da Diocese de Roraima. Após ser escolhido pelo Colégio de Consultores, em entrevista à Rádio Monte Roraima, o novo administrador diocesano agradecue “a  confiança dos meus irmãos padres, e que representa a confiança de toda a Igreja de Roraima”. O padre Lúcio Nicoletto disse que sente-se “muito pequeno neste momento, mas o que me fortalece é a confiança e a amizade que sempre me acompanhou até agora e que eu acredito que não vai dimunuir”. O novo administrador diocesano chegou na Diocese de Roraima em junho de 2016, depois de 11 anos como missionário na Diocese de Duque de Caxias (RJ). Ele é originário da Diocese de Pádova (Itália). O administrador diocesano disse esperar que seja o mais rápido possível a chegada do novo bispo. Ele vê este momento que está vivendo a Diocese de Roraima como uma oportunidade “para aprendermos que a Igreja é comunhão de pessoas”, algo que explicita o que significa uma Igreja sinodal, neste tempo em que a Igreja Universal está vivenciando um novo Sínodo. O padre Lúcio vê seu papel como “ajudar o Colegio dos Consultores a governar a Diocese nesse tempo interino”. Em relação à posse de Dom Mário Antônio da Silva como Arcebispo de Cuiabá, o padre Nicoletto diz ter sido uma experiência muito bonita. “Experimentamos uma acolhida além das nossas expectativas”, afirmou, “a gente percebeu nos olhos de todos uma grande expectativa, um grande desejo de se encontrar com o novo pastor que estava chegando, um desejo de caminhar juntos dentro de uma perspectiva de renovação da história daquela diocese”. Finalmente, o novo administrador pediu que “todos se unam no só coração, numa oração incessante ao Espírito Santo para que Ele possa suscitar um novo pastor para nossa diocese, e ao mesmo tempo rezar para que o Espírito Santo possa iluminar o coração de todos nós”, fazendo um chamado à “maturidade para que cada um continue na própria missão”, insistindo em que, mesmo na sede vacante, “a nossa história continua”, algo que é fruto “do compromisso de tantos batizados e batizadas das nossas comunidades, da cidade, do interior, do entusiasmo com que cada um vive e testemunha a própria fé”, se comprometendo a continuar o que se estava fazendo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Altevir: “Que Deus me conceda esta graça de amar este povo e em defesa da vida”

Um momento importante para a Prelazia de Tefé, assim vê Dom Leonardo Steiner a celebração da posse de Dom José Altevir da Silva que aconteceu na tarde do dia 1° de maio na Catedral de Santa Teresa d´Ávila. Ele foi nomeado pelo Papa Francisco lembrou o arcebispo de Manaus, que agradeceu ao padre Mellon pelo tempo que esteve à frente da Prelazia, e saudou quem participava da celebração pelas diferentes transmissões, especialmente as comunidades ribeirinhas do interior, que são tantas. Dom Leonardo vê o tempo atual como “um momento decisivo para a Igreja de Tefé, mas também para nossa Igreja da Amazônia”, pedindo para Dom Altevir que seja “esse pastor que acompanha cuida, e dê continuidade a essa trajetória tão bonita da nossa Igreja que está em Tefé”. Depois do chanceler ler o decreto que nomeia Dom Altevir como novo bispo da Prelazia de Tefé, Dom Leonardo passou o báculo para o novo bispo da Prelazia e o conduziu à cátedra, de onde presidirá a Igreja particular de Tefé. O báculo, que em palavras do seu arcebispo, a Arquidiocese de Manaus está devolvendo à Prelazia de Tefé, é o báculo usado por Dom Sérgio Castriani, bispo da Prelazia de Tefé e mais tarde Arcebispo de Manaus, falecido em 2021, uma figura de grande importância para o povo da Prelazia de Tefé, segundo Dom Leonardo. Na homilia, o novo bispo da Prelazia de Tefé, começou saudando os bispos e todos os que se encontravam na celebração, falando em primeiro lugar “dos leigos, das leigas, essa Igreja toda ministerial, essa Igreja Povo de Deus”, do superior geral da Congregação do Espírito Santo, chegado desde Roma. Também saudou as autoridades, lembrando que no dia anterior fez a “posse civil”, que definiu como um momento importante que abre portas e janelas na sociedade, promovendo o diálogo, e lutando juntos pelo bem comum, pelo bem do povo. O novo bispo saudou os padres, diáconos da Prelazia, “os meus diretos colaboradores“, também os religiosos, religiosas, os animadores de comunidade, ribeirinhas, indígenas, da cidade, pessoas com quem espera contar no dia a dia. Do mesmo modo cumprimentou a secretária do Regional Norte2 e os padres da Diocese de Cametá, onde até agora foi bispo. Dom Altevir pediu a intercessão de São José Operário e de Santa Teresa, lembrando da posse canônica de Dom Mário Antônio em Cuiabá, acontecida na manhã deste 1º de maio, para quem pediu orações. Falando da posse, ele disse que não é posse da Prelazia, porque “a Prelazia é uma porção do povo de Deus, que pertence a Deus, não é posse de um cargo administrativo”, e sim posse do “oficio de pastor, do oficio do amor”, lembrando as palavras de Santo Agostinho que dizem que “apascentar é oficio de amor”, o que faz referência às palavras de Jesus a Pedro neste terceiro domingo da Páscoa. Segundo o novo bispo de Tefé, “amor e missão são inseparáveis”, e junto com isso que apascentar é alimentar, se perguntando de que o povo tem fome, que além do alimento, é “fome por um bom atendimento no campo da saúde, fome por educação, fome por dignidade, por justiça social, fome do Deus da Vida”. Falando sobre a Eucaristia na Amazônia, que às vezes acontece uma vez por ano, disse que “é uma Eucaristia que fortalece aquele povo por longos e longos dias, que sabe repartir o pouco remédio que tem no meio da mata, a pouca farinha que tem”. Na liturgia da Palavra disse encontrar alguns caminhos: a obediência a Deus, a convicção de que o amor e a missão são inseparáveis. O bispo recorreu três imagens do Evangelho do dia, a imagem do pastor, do agricultor e do pescador, que ajudam a compreender a missão.   No início do seu ministério pastoral na Igreja de Tefé, Dom Altevir pediu a Deus que “aumente em nós o ardor missionário, para irmos ao encontro de todos os povos, respeitando as culturas, especialmente dos povos originários, povos indígenas, ribeirinhos e falar a todos de Jesus e sua encantadora mensagem”. O bispo insistiu na imagem de um Deus que “se aproxima de nós para renovar conosco sua aliança”, que nos pergunta: Tu me amas? Tu me amas mais do que estes? Afirmando que a resposta tem que conduzir ao serviço mais radical: cuidar, alimentar, proteger, apaziguar as suas ovelhas sem medo dos lobos devoradores, afirmando que hoje existem muitos no Brasil, Dom Altevir pediu “que Deus me conceda esta graça de amar este povo e em defesa da vida dos povos, dos rios, da terra, da nossa casa comum, me entregar”. No final da celebração diversas pessoas falaram em representação da Prelazia, mostrando a alegria e a festa que está vivendo a Prelazia de Tefé. Francisca Andrade, representando a coordenação de pastoral e os leigos; o superior geral da Congregação do Espírito Santo; Dom Fernando Barbosa, atual bispo de Palmares (PE) e predecessor de Dom Altevir, que lembrou a história da Prelazia marcada por uma história construída por muitos missionários; Dom Edson Damian, que como presidente, mostrou a alegria do Regional com a chegada do novo bispo, num momento em que a Igreja da Amazônia é chamada a pôr em prática as conclusões do Sínodo e fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico, denunciando a realidade que vivem os povos indígenas e o povo do Brasil, que passa fome e vê recortados seus direitos. A acolhida contou com as palavras do padre Mellon, administrador da Prelazia até a chegada do novo bispo, que destacou a importância de sermos uma Igreja sinodal e em comunhão, que marcou os meses da vacância. Também houve as palavras do representante da Diocese de Cametá e do Regional Norte2. Finalmente, Dom Altevir deu seu obrigado a todos de coração, antes de dar a benção de Deus, pedindo que Ele entre no coração, na casa dos ribeirinhos, de todas as pessoas, para que assim possamos viver com amor a missão que Ele nos confiou”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Só quem ama percebe o Amado, e faz dele o seu bem maior

Neste terceiro domingo da Páscoa estamos lendo e rezando o Evangelho de João 21, 1-19, que se propõe a responder algumas questões: Se Jesus está Ressuscitado, onde ele se encontra, como podemos enxergar sua presença e como segui-lo? No relato, eles estão à beira do mar de Tiberíades, Pedro diz “Vou pescar, os outros também dizem, vamos junto contigo”. O caso é que tentam durante toda a noite e não pescam nada. A rede continua vazia.  No amanhecer Jesus aparece na margem, eles não o reconhecem, ele pergunta se eles têm algo para comer, ao que respondem que não. Jesus orienta que lancem a rede, que, devido a quantidade peixe, se torna difícil até de puxá-la.  É ali que o discípulo Amado reconhece, “É o SENHOR!” Quando os discípulos retornam à margem, eles veem brasas com peixe e pão, mas Jesus pede que tragam   peixes, que eles pescaram.  É Jesus quem convida, “Venham comer”! Ele toma o pão e o peixe e partilha com eles.  Após a comida Jesus pergunta a Pedro três vezes “Tu me amas?” Pedro responde que Sim, só na terceira vez, Pedro se abaixa e, compreende que estão falando de experiencias diferentes de amor. Ele recebe uma missão: “Apascenta minhas ovelhas!” De fato, o relato nos apresenta de forma simples que Jesus Ressuscitado, escolhe se manifestar no nosso trabalho, o que nos faz recordar o dia primeiro de maio, como o dia do trabalho-; Ele se manifesta na vida cotidiana dos discípulos, no ato mais comum, que é a pescaria. A pesca sem Jesus é vazia, não há peixes, mesmo que se persista por toda a noite. Sem Jesus nada conseguimos, se ele não faz parte da nossa vida ela é vazia, sem gosto, sem cor, sem sabor, nossa pastoral se torna cansativa, exaustiva e estéril. Quem reconhece Jesus por primeiro é o Discípulo Amado, só quem ama percebe o Amado, e faz dele o seu bem maior, o seu tesouro. É na experiência do Amor, no encontro com Jesus que oferece o pão, o peixe, OFERECE A SIM MESMO, mas pede um pouco de nós que nos alimentamos de VIDA, de Ressurreição! Podemos pensar que no ciclo da vida seguimos do nascer para o morrer, do novo para o velho, do saudável para o doente, há uma ordem decrescente. Esta ordem se inverte no encontro com Jesus. Estamos no terceiro domingo da pascoa, vamos fazendo uma travessia, da: NOITE- AMANHECER, ESCURIDÃO-LUZ, FALTA -ABUNDÂNCIA, AUSENCIA- PRESENÇA, MORTE-VIDA ! Jesus fala do amor ágape, de entrega, misericórdia, Pedro responde com o amor-filia, o que ele experimentou até agora, o amor de amizade. Quando se trata do amor, falamos a partir do que experimentamos e vivenciamos, mas em Jesus, o amor é o que faz dar a vida, partilhar tudo, reconhecer o outro, ele nos faz enxergar vida onde só aparece morte e, por isso, lutamos e cuidamos da vida, pois bebemos da Fonte do AMADO que se aproxima de nossa vida cotidiana e a transforma em grandeza, no gesto mais simples de partilhar e transformar o VAZIO EM ABUNDÃNCIA. Que neste terceiro domingo da páscoa, possamos experimentar a nossa vida cotidiana com a presença de Jesus e transformar tudo em vida nova, em ressurreição, no encontro profundo com o Amado e assim o nosso trabalho pastoral, o cuidado das ovelhas se torna alegria, e leveza,  ação de graças, dando a nossa colaboração, deixando-nos conduzir por Ele que continua dizendo: “Segue-me!” Maria Aparecida Marques Fernandes-CF

Dom Edson, em nome dos bispos do Regional, acolhe Dom Altevir

“Bem-vindo Dom José Altevir da Silva!” Com essas palavras Dom Edson Damian, em nome da presidência e de todos os bispos do Regional Norte1 da CNBB, acolhe “de braços e coração aberto o nosso querido Dom José Altevir da Silva, que no dia 1º de maio, às 5 horas da tarde assume a Prelazia de Tefé”. A posse canônica do início do ministério de Dom Altevir no nosso Regional, diz seu presidente, será dada por Dom Leonardo, arcebispo metropolita do nosso Regional. Dom Edson afirma receber com imensa alegria este irmão que é amazonense, nascido em Guajará. Lembrando da missão de Dom José Altevir, o presidente do Regional Norte1 diz que ele trabalhou na CNBB, como secretário do Conselho Missionário Nacional de 2007 a 2012, sendo “uma pessoa muito conhecida e muito querida de todos os bispos do Brasil. Desde 2017, ele foi bispo em Cametá, no Regional Norte2”. Dom Edson diz que “agora ele vem para o Regional Norte1, por tanto ele faz parte da nossa Am “Bem-vindo Dom José Altevir da Silva!” Com essas palavras Dom Edson Damian, em nome da presidência e de todos os bispos do Regional Norte1 da CNBB, acolhe “de braços e coração aberto o nosso querido Dom José Altevir da Silva, que no dia 1º de maio, azônia e vem dar continuidade à missão na Prelazia de Tefé”. O bispo de São Gabriel da Cachoeira insiste que “é com imensa alegria que acolhemos este irmão, e dizemos: Bendito o que vem em nome do Senhor. Você já está no coração dos bispos do nosso Regional, e logo em seguida estará no coração de todos os agentes pastorais aqui da nossa região”. “Nos desejamos que você continue com coragem, com alegria e fidelidade o ministério que assumiu pela imposição das mãos, e seja entre nós, com um espírito novo, aquele que vem reanimar a esperança e nos ajudar construir esta Igreja com rosto amazônico e com espírito sinodal, vivendo a comunhão, a participação, a missão e irmanado com todo o povo de Deus do nosso Regional Norte1”, afirma Dom Edson. É por isso que mais uma vez o presidente do Regional Norte1 reitera: “Bem-vindo Dom Altevir, sinta-se em casa e acolhido no coração de cada um e de cada uma de nós. Um grande abraço!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Fernando Barbosa tem “o coração em festa” com a chegada em Tefé de Dom Altevir

Em Carta a Dom Altevir e ao povo da Prelazia de Tefé, Dom Fernando Barbosa dos Santos, bispo de Palmares (PE) e último bispo da Prelazia de Tefé disse se encontrar “com o coração em festa”, agradecendo a Deus pela nomeação do novo Bispo. Sua gratidão é pelo fato “desta querida Prelazia ter um novo sucessor dos apóstolos que vem para pastorear, com zelo, esta porção do Povo de Deus”. Dom Fernando lembra de alguns bispos que a Prelazia já teve, homens de Deus, “que, cheios de coragem, doaram suas vidas em favor deste chão amazônico e com seu testemunho foram capazes de dizer sim ao chamado do Senhor, não medindo esforços para trabalhar pela edificação do Povo de Deus”. Lembrando das palavras do Papa Francisco, em que fala dos missionários, Dom Fernando lembra que “o bom Senhor concedeu-me a alegria de trabalhar junto a este povo por sete anos. Anos que marcaram profundamente a minha vida e o meu ministério episcopal”, lembrando a caminhada juntos, em sinodalidade. Afirmando sua condição de missionário, Dom Fernando afirma que “devemos estar sempre dispostos a servir à Igreja como sinal de sinodalidade”, o que o levou para a Diocese de Palmares, onde diz se encontrar “com a mesma alegria e disposição de trabalhar pelo Reino”. O último bispo da Prelazia de Tefé agradece “o Colégio de Consultores, na pessoa do Padre Mellon, por conduzirem com maestria os trabalhos missionários desta Prelazia preparando o povo para a chegada de um novo pastor”. Também saúda especialmente o CIMI pela passagem dos 50 anos de existência e serviços prestados. Finalmente, Dom Fernando deseja ao seu sucessor “um ministério frutuoso, suplicando que todas as graças que promanam do Sagrado Coração de Jesus sejam derramadas sobre a inteira Prelazia de Tefé e que Santa Tereza de Jesus interceda por todos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Mensagem Assembleia CNBB: “O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem!”

Uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil, enviaram os bispos do Brasil no final de sua 59ª Assembleia Geral, que em 2022 acontece em dois momentos, um virtual, que começou dia 25 de abril e foi encerrado no dia 29, e uma outra presencial, que será realizada no final de agosto e início de setembro. Em suas palavras, os bispos mostram sua alegria diante da “explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19”, relatando as muitas coisas que foram feitas, afirmando que “não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias”. Os bispos também têm reconhecido o papel dos educadores, um tema abordado na Campanha da Fraternidade 2022, que “nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade”. A mensagem denuncia a complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, acentuada com a pandemia, “escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira”. Os bispos não duvidam em afirmar que “o quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País”, e junto com isso “a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum”. A consequência disso, denuncia a Carta, é uma “violência latente, explícita e crescente”, consequência da “liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres”, insistindo em que “não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal”. Os bispos esperam dos governantes que “promovam grandes e urgentes mudanças”, e façam isso “atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”. Com isso, pedem que “não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres”, que se supere a lógica do confronto, algo que cobra especial relevância neste ano eleitoral, num cenário “de incertezas e radicalismos”. Por isso, a Carta insiste em que as escolhas nas eleições “determinarão o projeto de nação que desejamos”, fazendo um chamado ao “exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a ‘boa política’, como nos diz o Papa Francisco”. O Brasil necessita, segundo os bispos “de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos”. Diante das “tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente”, a Carta denuncia que “tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro”. A manipulação religiosa, mostrando que “a autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja”, e as fake news , que falseiam a realidade, são colocadas como ameaças, ressaltando que a democracia brasileira “não pode ser colocada em risco”. Diante disso, os bispos chamam “a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade”, buscando se preocupar “com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz”. Tudo isso, insistindo em se deixar “guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna”.

Tefé acolhe com grande alegria Dom José Altevir da Silva

Já está em Tefé seu novo bispo, Dom José Altevir da Silva, que foi recebido em meio a uma grande expectativa pelas pastorais, movimento e o Povo de Deus da Prelazia de Tefé. O novo bispo, desde 2017 bispo de Cametá (PA), vai ter sua posse canônica no dia 1º de maio. O novo bispo destacou da sua acolhida o fato de ser uma expressão da sinodalidade. Na posse canônica está prevista a presença de Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, do presidente e vice-presidente do Regional Norte1, Dom Edson Damian, bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, e Dom Tadeu Canavarros, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, o bispo da Diocese de Coari, Dom Marcos Piatek, e seu bispo emérito, Dom Gutemberg Freire Regis, e Dom Fernando Barbosa, bispo da Diocese de Palmares e último bispo da Prelazia de Tefé. A carreata desde o aeroporto até a Catedral de Santa Teresa, percorrendo as ruas da cidade, acima do carro dos bombeiros, e as manifestações de alegria do povo, fazem prever uma grande festa no próximo domingo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dá início a 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Começou nesta segunda-feira a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece de 25 a 29 de abril em modo virtual, com a participação de mais de 300 bispos. Uma assembleia que acontece, segundo lembrou dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, no marco dos 70 anos de criação da Conferência Episcopal e dos 15 anos da Conferência de Aparecida, além do processo sinodal vivido pela Igreja. O tema central, segundo lembrou o arcebispo de Belo Horizonte (MG) é: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”, buscando “resgatar aquilo de mais genuíno e forte que é a identidade missionária da nossa Igreja”. Isso numa assembleia em que participar é “uma experiência importante e bonita de reavivar o dom da graça recebido”. A assembleia conta com a presença do núncio apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, que transmitiu a saudação do Papa Francisco, e disse esperar que a Assembleia seja “um momento de comunhão e de discernimento fecundo para a vida da Igreja no Brasil e para a sociedade brasileira em seu conjunto”. A Análise de conjuntura, apresentada por dom Francisco de Lima Soares, teve como ponto de partida as “muitas guerras, muitas pestes e pouca democracia”. O bispo de Carolina (MA), apontou que a fome e a insegurança alimentar “voltou a se agravar e a castigar a população brasileira”. Segundo o coordenador do grupo de Análise de Conjuntura da CNBB, a volta da fome é fruto de uma herança estrutural do Brasil, o segundo maior exportador de alimentos do mundo, insistindo nos maus mecanismos de distribuição da riqueza. Em relação com as eleições, elas acontecem num momento: “autoritário, transformação dos adversários políticos em inimigos, destruição das conquistas e dos direitos consolidados, desmonte das políticas públicas e a desinstitucionalização e desgaste da democracia, forte presença das redes sociais e de um ‘ódio’ político que transformou o debate em embate”. Também destacou a cada vez maior ligação de deputados e ministros às Igrejas neopentecostais ocupando funções e áreas estratégicas do governo. Na coletiva de imprensa, o arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, e o bispo de Tocatinópolis (TO), dom Giovani Pereira de Melo abordaram a questão da política e as eleições. Foi apresentada a Cartilha de Orientação Política 2022 produzida pelo regional Sul 2, que busca “ajudar na conscientização do povo sobre a questão política”. Dom Geremias abordou a questão das fake News, que definiu como “verdadeiras ameaças à democracia. É uma mentira trabalhada para favorecer candidatos que não têm boas propostas ou que têm atuações duvidosas na sociedade”. Dom Giovane Pereira de Melo vê isso como um trabalho a longo praço em vista da formação política da população brasileira, algo expressado no texto “Encantar a política”, inspirado nas encíclicas do Papa Francisco: “Evangelli Gaudium”, “Laudato Si” e Fratelli Tutti”. Para isso acontecerá de 13 a 15 de maio um seminário em Brasília, buscando capacitar multiplicadores e parceiros, que ajudem a entender a política “como decorrência da ética e do amor e procura atribuir o sentido mais profundo deste mandamento, que é o do amor”, asseverou dom Giovane. Os bispos também refletiram sobre a comunicação no processo eleitoral de 2022, com os aportes do professor Venício Lima. Ele partiu do compromisso comum com a democracia, recordando que ela é um regime político caracterizado pela soberania popular com direitos iguais e liberdade de expressão. Segundo ele, o Brasil é inexperiente em democracia, insistindo em que “no Brasil, a mídia constitui um oligopólio do ponto de vista econômico e opera como um monopólio, do ponto de vista político”, algo que atinge à democracia. Tudo isso foi abordado no diálogo com os bispos, que realizaram seus aportes. Nesta etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da CNBB serão tratados os assuntos que exigem dos bispos reflexão e discernimento. As votações e outras temáticas específicas serão tratadas na etapa presencial, em agosto. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação Regional Norte1 da CNBB, com informações da CNBB