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Encontro da PJ Regional Norte1 revê processos e a caminhada da Pastoral

A Coordenação Regional da Pastoral da Juventude (PJ) se reuniu em Manaus de 25 a 27 de março de 2022. Segundo Raely Cardoso, que atualmente assume a Secretaria Regional da Pastoral da Juventude, o encontro da Coordenação Regional acontece duas vezes ao ano, e dele participam os coordenadores e coordenadoras de cada diocese e prelazia do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), onde a Pastoral da Juventude está articulada. É um momento de espiritualidade, rever processos e ver como está a caminhada da Pastoral da Juventude em cada uma das Igrejas particulares que fazem parte do Regional Norte1. De fato, afirma Raely Cardoso, o coordenador ou coordenadora de cada diocese e prelazia é um elo entre a Coordenação Regional e a Igreja local. O encontro que aconteceu em Manaus “serve para que a gente possa repensar o projeto, conhecer a realidade de cada uma das Igrejas e planejar nossas ações”, afirmou Raely Cardoso. O encontro também está sendo momento para renovar a Equipe de Coordenação Regional, que segundo a jovem “é momento de renovação na Igreja, renovação na nossa espiritualidade e principalmente no nosso processo”. Os jovens têm mostrado sua felicidade por poder retomar os encontros presenciais, algo que foi dificultado nos últimos dois anos em consequência da pandemia da Covid-19. Também destacam que estão tendo um feedback positivo das realidades, dado que os grupos de base nas dioceses e prelazias estão voltando a se rearticular, um sinal de que “a Pastoral da Juventude continua firme e forte na caminhada”, enfatizou Raely Cardoso.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário de Formação sobre Tráfico Humano: um crime invisibilizado que “crucifica milhões de pessoas em todo o Planeta”

Mais de 90 lideranças de todas as regiões do Brasil estão reunidas nos dias 24 e 25 de março para participar do Seminário Nacional (online) de Formação para o Enfrentamento ao Tráfico Humano. O evento conta com a organização da Comissão Episcopal Pastoral Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Seminário foi aberto com uma Audiência Pública, onde em uma mesa de diálogo, que teve como tema “O papel da Igreja, da Sociedade, do Estado no Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”, representantes da Comissão dos Direitos Humanos do legislativo, Ministério Público do Trabalho e organizações da Sociedade Civil tem debatido, em um olhar amplo, aprofundando as realidades que promovem o tráfico de pessoas, os mecanismos de acompanhamento e a construção concreta de articulação e formação nas bases. Estamos diante de um tema difícil, pois ele é “invisibilizado pela sociedade”, segundo Dom Evaristo Spengler. O Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB lembrava a Campanha da Fraternidade de 2014, que abordou essa temática, que levou as paróquias, as comunidades a se perguntar se o tráfico de pessoas ainda é um problema. Cabe lembrar, segundo o bispo da Prelazia de Marajó, que a escravidão foi legal no Brasil até pouco mais de 100 anos atrás, e que “essa mentalidade ainda persiste em muitas pessoas ainda, e talvez na sociedade como um todo”. O bispo falava de uma realidade que trata as pessoas como mercadoria e de como o tráfico de pessoas se reinventou com a pandemia, usando muito as redes sociais, buscando aumentar o lucro para pessoas gananciosas e sem escrúpulos. Nessa conjuntura em que o lucro domina, a pessoa vira um objeto, algo que se faz realidade de uma forma muito sutil. Dom Evaristo lembrou as palavras do Papa Francisco, em que diz que “o mundo não terá paz enquanto não houver uma cultura do cuidado”. Frente a isso, ele falou da cultura da guerra, que começa pela competição, a concorrência, o fato de querer mais, educando para o vale tudo, o que demanda uma nova mentalidade de solidariedade, de cooperação, da cultura da paz que nos fala o Papa Francisco. O presidente da Comissão chamou a todos a contribuir, também a Igreja, segundo nos lembram os documentos do Concílio Vaticano II, algo que tem sido assumido pela Comissão Episcopal Pastoral Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB. A mesma atitude deve estar presente na sociedade e no Estado, em um trabalho em rede que leve a fazer realidade uma vida digna para todos.   Os desafios para o combate ao tráfico humano no Brasil foram abordados por Natália Suzuki da Organização Repórter Brasil. A jornalista partiu da ideia de que estamos diante de uma questão que impacta a sociedade como um todo. Essa é uma realidade que “deve nos incomodar profundamente, deve nos provocar todos os dias a nos indignar e a lutarmos contra”. De fato, estamos diante de uma temática nova na Agenda Pública, que até poucos anos atrás era só abordado por grupos específicos. Aos poucos tem entrado dentro das políticas públicas, algo que ainda não é algo simples, segundo Suzuki. Estamos diante de um crime que vem camuflado com outras coisas, dificultando os diagnósticos. Isso deve nos levar a entender que “o tráfico de pessoas, quase sempre está relacionado com alguma outra prática criminosa”, como algo que ajuda a entender onde está o problema, afirmou a jornalista. A isso se junta a escassez de recursos do Poder Público, o que demanda o envolvimento da sociedade civil e da Igreja, para ajudar a mudar o contexto, para mudar a vulnerabilidade dos indivíduos e reduzir a desigualdade. Para isso se torna de grande importância a incidência em nível local, trabalhar em rede, superar o que já sabemos e fazer diagnósticos novos que levem a uma política de combate ao tráfico de pessoas. Uma expressão do tráfico de pessoas é o trabalho escravo, uma temática que foi abordada pelo Procurador Italvar Filipe de Costa Medina do Ministério Público do Trabalho, que começou sua fala definindo o trabalho escravo como um crime, segundo recolhe a legislação brasileira. No Brasil existem trabalhadores que são “tratados como uma coisa, desprovidos da sua dignidade”, segundo o Procurador. Ele mostrou as diferentes modalidades de trabalho escravo: trabalho forçado, jornada exaustiva, mostrando exemplos de como isso se torna realidade no país, recordando também os passos dados nas últimas décadas no combate ao trabalho escravo, onde a Igreja católica teve um papel decisivo. A legislação brasileira recolhe os fatos que determinam o que constitui trabalho escravo, sendo reclamadas pelo Procurador políticas públicas que enxerguem essa realidade. Nesse sentido, relatou alguns dos passos que já foram dados e as atuações que estão sendo realizadas desde o Ministério Público e a Polícia Federal, insistindo na importância de que as pessoas sejam conscientes que essa realidade existe e que “as denúncias sejam levadas aos órgãos competentes para que o trabalho escravo seja combatido e definitivamente erradicado no país”. O papel do Governo Federal no Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foi abordado pela deputada Erika Kokay, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. O Brasil participa de uma história que “é permeada por um povo escravizado, são milhões de pessoas que foram arrancadas da sua própria existência e foram escravizadas aqui no Brasil”, segundo a deputada, que refletia sobre a coisificação e desumanização vivida por essas pessoas, algo que foi “carregado no corpo e na alma”. Em suas palavras refletiu sobre a condição de sujeito e a liberdade como algo que determina a humanidade da pessoa, o que rompe o tráfico de pessoas, que promove a visão da pessoa como mercadoria. No Brasil desaparecem 226 pessoas por dia, muitas delas submetidas ao tráfico de pessoas, segundo a deputada, que também refletiu sobre a discriminação como causa da exploração sexual de crianças e adolescentes. Ela chamou a fazer um grande movimento no conjunto da sociedade, a construir redes, buscando condições de cuidado para todos…
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Florestas, água, seu cuidado é decisivo, mas será que nós temos consciência disso?

Florestas, água, elementos fundamentais para a sobrevivência da vida no Planeta Terra, para a humanidade ter um plano de futuro. Seu cuidado resulta decisivo, mas será que nós temos consciência disso? Na última segunda-feira 21 de março, foi comemorado o Dia Internacional das Florestas, e no dia 22 de março o Dia Mundial da Água. Infelizmente, para muita gente, isso passou batido, estamos diante de algo que de fato pouco ou nada importa para uma grande parcela da população. Será que somos conscientes das consequências dessa falta de cuidado, ainda mais dessa falta de interesse? A destruição das florestas, especialmente da Floresta Amazônica, tem aumentado exponencialmente nos últimos anos. A mesma coisa podemos dizer da poluição das águas, um bem cada vez mais escasso para bilhões de pessoas. Poderíamos dizer que florestas e água são elementos intrinsecamente relacionados. Sem florestas, a água diminui e sem água as florestas morrem. As causas dessa situação muitas vezes têm a ver com a ganância de uns poucos que prejudica toda a população, mas também com a falta de um compromisso sério da sociedade em defesa daquilo que garante a vida em plenitude para todos e todas. Na Amazônia está sendo notícia nas últimas semanas algo que muita gente já sabia, a alta concentração de mercúrio nos rios, o que está atingindo a cada vez mais pessoas. Em algumas regiões 90 por cento da população ribeirinha e 70 por cento da população urbana tem altas concentrações de mercúrio no corpo, o que provoca doenças, em alguns casos muito graves. Isso é consequência do garimpo, uma atividade cada vez mais presente na região, muitas vezes com a conivência do poder público, que ameaça gravemente as águas e em menor medida as florestas, mas que sobretudo tem consequências muito sérias para a vida do povo e para a sobrevivência dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. Não podemos esquecer que eles têm sido os guardiões seculares das águas e florestas amazônicas. A preocupação com esse cuidado deve ser atitude presente em todas as pessoas, mas esse chamado ainda é mais forte para aqueles que acreditam no Deus Criador de uma Casa Comum que Ele mandou cuidar e preservar. Um cristão que não se preocupa com o cuidado das águas, das florestas e de tudo aquilo que é expressão do Deus Criador, deve se questionar em referência a sua fé, pois o primeiro elemento que define Deus é ser Criador. Mais uma vez estamos diante de uma oportunidade de nos questionarmos como humanidade, de fazer escolhas sobre os caminhos a serem trilhados. Diante do espólio que vemos em relação com as florestas e as águas, qual é nossa atitude como pessoas, como sociedade, como igrejas? Somos conscientes da importância do nosso compromisso urgente para com um maior e melhor cuidado? Nosso descaso terá consequências graves, o que nos faz responsáveis pelo futuro da humanidade. Somos desafiados a um compromisso sério que faça com que o rumo mude e a toma de consciência sobre o cuidado se torne prioridade para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 -Editorial Rádio RioMar

Papa Francisco envia carta aos bispos pedindo unir-se ao Ato de Consagração do dia 25

É com um senso de proximidade e gratidão que o Papa Francisco se dirige aos bispos do mundo inteiro em uma carta divulgada em 23 de março de 2022. Em sua carta (Ver Aqui), o Santo Padre quer que os prelados se unam a este “gesto da Igreja universal, que neste momento dramático leva a Deus, através da Mãe d’Ele e nossa, o grito de dor de quantos sofrem e imploram o fim da violência, e confia o futuro da humanidade à Rainha da Paz”. Segundo o Papa Francisco afirma em suas palavras iniciais, “já passou quase um mês do início da guerra na Ucrânia, que está a causar sofrimentos cada dia mais terríveis àquela atormentada população, ameaçando mesmo a paz mundial”. Neste contexto, a carta afirma: “Nesta hora escura, a Igreja é fortemente chamada a interceder junto do Príncipe da Paz e a fazer-se próxima a quantos pagam na própria pele as consequências do conflito“. O Santo Padre sente-se agradecido “a todas as pessoas que estão a responder, com grande generosidade, aos meus apelos à oração, ao jejum e à caridade”. Referindo-se à Consagração das nações em conflito ao Imaculado Coração de Maria, que acontecerá no dia 25 de março, e na qual ele diz acolher “numerosos pedidos do Povo de Deus”, o Papa diz que deseja “realizar um Ato solene de Consagração da humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria“. O fato de que o Ato de Consagração, programado para por volta das 18h30, vai ser realizado no contexto de uma Celebração da Penitência, que acontecerá na Basílica de São Pedro às 17h00, horário de Roma, é porque “é bom predispor-se para invocar a paz renovados pelo perdão de Deus“. O Papa Francisco convida cada um dos bispos “a unir-se ao referido Ato, convocando os sacerdotes, os religiosos e os outros fiéis para a oração comunitária nos lugares sagrados, no dia de sexta-feira 25 de março, de modo que o santo Povo de Deus faça, de modo unânime e veemente, subir a súplica à sua Mãe“. Para isso, ele transmite o texto da oração de consagração, a ser recitado naquele dia, em união fraterna. Finalmente, o Papa agradece “pela disponibilidade e a colaboração”, abençoando cada um dos bispos e dos fiéis confiados a seu cuidado pastoral, implorando a proteção de Jesus e da Virgem Santa lhes guarde, e pedindo-lhes que rezem por ele.   ATO DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA   Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz. Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor! Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais connosco e conduzis-nos com ternura mesmo nos transes mais apertados da história. Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio. Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.   Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica: Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra; Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação; Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus; Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão; Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear; Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;  Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade; Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.   O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas.…
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Pastorais e Movimentos Sociais realizam em Manaus ato em Defesa das Florestas

O Dia Mundial das Florestas tem sido oportunidade para refletir sobre uma realidade cada vez mais preocupante, para assumir o que aprecia nas faixas presentes no evento que concentrou um grupo de pessoas no entorno do Teatro Amazonas da Manaus: “O Amanhã da Amazônia é Agora”. A Ir. Agostinha, da Comissão Pastoral da Terra, destacou a importância do momento, afirmando que “nós estamos indignados, revoltados, com os descasos do governo, com tudo o que está acontecendo com a nossa floresta, com o nosso meio ambiente”, denunciando o desmatamento, o garimpo, as queimadas, insistindo em que a vida precisa ser respeitada, e chamando a assumir a responsabilidade de cuidar da Casa Comum. Nas diferentes falas foram denunciados os ataques do atual governo contra as florestas, uma mostra da falta de compromisso com os diversos povos. De fato, as florestas, a questão ambiental tem sido negligenciada há décadas no Brasil pelos diferentes governos. Os ataques contra os povos tradicionais são orquestrados por grupos de poder econômico, social e político, sendo alvos do ódio. Essas pessoas são vítimas do racismo ambiental, atacadas em consequência da invisibilização e da falta de mobilização. “Nós não podemos nos calar diante dessa realidade de morte”, afirmou a Ir. Rose Bertoldo, que destacou a importância de mobilizar a sociedade para essas lutas. Segundo a coordenadora da Rede um Grito pela Vida, “durante muito tempo, a gente se acomodou, e a gente hoje se depara com essa realidade tão grande de morte, de assassinato das lideranças que defendem as causas dos povos indígenas, dos territórios, dos quilombolas, das mulheres”, insistindo em que “a gente tem que dar um basta a isso”. Diante do ano eleitoral que o Brasil está vivendo, a religiosa chamou a “mobilizar a sociedade a partir dos nossos espaços, para que a gente possa ir criando uma consciência coletiva de mudança”, que ela vê como único caminho para fazer frente a um governo de morte, e evitar continuar enterrando lideranças, ativistas, que defendem os seus territórios, os seus povos. O Brasil está vivendo “um momento delicado, extremamente desafiante”, segundo o padre Alcimar Araujo. O vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus mostrou sua preocupação porque grande parte das pessoas que se posicionam em defesa da Amazônia são pessoas de fora, algo que agradece, mas fazendo um chamado para a população local se levantar. “A gente não pode ficar calado diante de projetos que vem para a Amazônia, a toque de caixa, com a mesma lógica que tem vindo sempre, de exploração”, insistiu o padre Alcimar. Ele denunciou situações acontecidas em vários lugares da Amazônia, as falsas promessas, afirmando que “a gente não pode olhar tudo isso com tranquilidade, e ficar olhando, e contemplando, e se contentando com as nossas falas internas”. Diante disso, ele disse que “é necessário a gente se organizar, é urgente a gente se organizar”. Segundo o vice-presidente da Caritas da Arquidiocese de Manaus, “a gente está sendo tratado sempre como colônia, olhado como lugar de exploração, e nunca como sujeitos, e a gente precisa ser sujeito de nossa terra, de nossa região”, insistindo na importância de se posicionar, de ampliar e tornar maiores atos como o acontecido no entorno do Teatro Amazonas, mesmo reconhecendo que se organizar como a grande dificuldade do momento atual. Por isso, ele chamou a “juntar os outros que pensam como nós”, dado que “a Amazônia precisa se posicionar, a Amazônia precisa se levantar, a Amazônia precisa ter vez e voz, e isso não vem de graça, só vem se a gente se organiza”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Entidades eclesiais participam da Assembleia do Povo Sateré

O Centro de Formação Paraiso II, em Marau (AM) acolheu nos dias 15 e16 de março a Assembleia do Povo Sateré, onde dentre outras entidades se fez presente o SARES – Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental, e a Equipe Itinerante, assim como o padre Oziel Cristo da Diocese de Parintins, e Ir. Idalina, do CIMI – Conselho Indigenista Missionário. A Assembleia foi momento para refletir sobre o Estatuto da Associação, que busca proteger o povo, defender a terra, a cultura. Diante de pessoas que se dizem lideranças e representantes dos povos indígenas, mas que de fato não os representam, foi indicado que as associações é a forma de legal de validar a luta dos povos indígenas e suas verdadeiras lideranças. Diante disso foram esclarecidos os deveres dos associados e o papel da direção, que tem que trabalhar para que os objetivos sejam alcançados. Também foi refletido sobre a necessidade do combate a ideologias de opressão, reforçadas pela elite brasileira, sendo discutidas propostas a serem colocadas no Estatuto. A Assembleia do Povo Sateré foi momento para refletir sobre a Violência contra as mulheres e Direitos Humanos, que contou com a assessoria da Defensora Pública Estadual Elânia Cristina, abordando diversas questões em relação com as mulheres indígenas, insistindo em que “não é possível viver em uma sociedade feliz enquanto as mulheres sofrerem violência física, moral, psicológica, sexual”. Nesse sentido, descreveu a violência contra mulher como uma outra pandemia. Diante disso fez um chamado aos homens a conversar com suas mulheres, sonhar juntos, ser amigos, fazê-las felizes para assim construir uma família feliz. Por isso, insistiu em que a violência doméstica deve ser denunciada e os que a praticam precisam ser punidos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Leitorado e admissão às ordens sacras marcam Festa de São José no Seminário

O Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), celebrou hoje a festa do seu padroeiro. Na Eucaristia, presidida por Dom Leonardo Steiner e concelebrada por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, os formadores do Seminário e padres da Arquidiocese de Manaus, receberam o Ministério de Leitor Hugo Barbosa e Raimundo Nonato, e foram a admitidos as ordens sacras Leonardo Morais e Kleber Oliveira. No dia em que a Arquidiocese celebra o encerramento do Ano de São José, o Arcebispo de Manaus definiu São José como “o homem de sonhos”, como “o homem da escuta e não da palavra, ou melhor da palavra escutada, porque feito de sonhos, ouve a palavra, e no ouvir da palavra se coloca sempre a caminho”. Dom Leonardo foi descrevendo o que fez José sonhar, mas também o que significa a escuta que ele definiu como “fazer hermenêutica dos sonhos”, destacando a importância de abrir caminhos, de se colocar a caminho. Uma vida sem sonhos se torna frágil, frustrante, segundo o Arcebispo de Manaus, que pediu que “São José nos ajude a compreender os sonhos, a escutar os sonhos, para sermos aqueles que Deus confiou uma vocação e assim nos tornarmos pessoas humanas”. Àqueles que pediram a admissão às ordens sacras os perguntou se eles sonham, lembrando que “a vocação é um sonho que Deus despertou em nós”, insistindo na necessidade de escutar “para que ao assumir esse sonho, vocês estejam sempre a caminho, assim como José”. Dom Leonardo afirmou que “sonhos não são certezas, sonhos são progressões, sonhos são atrações, sonhos são impulsos, sonhos são desejos, sonhos são amores”. Aos dois seminaristas que pediram o Ministério do Leitorado, Dom Leonardo os fez ver que é um momento para se colocar ainda mais a caminho da rota presbiteral. Para isso, “necessitarão de muita escuta”, falando do seu desejo de “que sejam bons escutadores”, pois “hoje temos uma grande necessidade de escuta”, para evitar que as palavras passem e não despertem sonhos. Nesse sentido, o Arcebispo de Manaus fez ver que “quando ouvida, a palavra conduz”, lembrando que “leitores significa escutadores”, de uma Palavra que deve dizer por onde caminhar. Também mostrou a gratidão da Arquidiocese pelo pedido realizado pelos seminaristas para serem admitidos às ordens sagradas e do Leitorado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Arquidiocese de Manaus encerra Ano de São José, a quem “o sonho o coloca de novo no caminho da receptividade”

Uma Missa no Santuário São José da capital amazonense encerrou o Ano de São José na Arquidiocese de Manaus. Dom Leonardo Steiner, que presidiu a celebração, começou lembrando que “São José peregrinou pelas nossas comunidades, visitou as nossas casas, admiramos a paternidade de São José”, junto com isso “sua presença discreta, como diz o Papa Francisco, um homem que vive na sombra, não gosta de aparecer, São José o homem silêncio, o homem do trabalho, o homem da família, aquele que cuidou de Jesus”. Na homilia, o arcebispo de Manaus destacou a importância de “poder manifestar a nossa fé, nos manifestarmos em público, juntos”. Lembrando as palavras do texto do Evangelho, falou sobre o nascer de Jesus, que “é um Mistério que se manifesta na nossa realidade, mas que vai se manifestando nos sonhos, os sonhos que são para ser ouvidos, não falados. Sonhos que são ouvidos e porque José ouve, desaparece o drama, a confusão, e ele assume Maria, e cuida de Maria e do Menino Jesus, e nascido cuida até o fim”. Dom Leonardo perguntou: “Quem de nós não sonha?”, e afirmou que é “infeliz quem não sonha”. Segundo o arcebispo, “são sonhos de beleza, são sonhos dramáticos, são sonhos de amor, são sonhos de santidade, quantos sonhos cada um de nós sonha”. Por isso, ele insistiu em que “são esses sonhos, quando bem ouvidos, que nos colocam a caminho, são esses sonhos que nos abrem ao Mistério de Deus”. “Também como José, no meio da confusão, no meio da indecisão, no meio de quase abandono, o sonho o coloca de novo no caminho da bondade, no caminho do amor, no caminho da receptividade”, afirmou Dom Leonardo Steiner, que lembrou as palavras da Sagrada Escritura que o definem como “um homem justo, o homem da justiça”. O sonho relatado pelo Evangelho na Solenidade de São José é um dos seus sonhos, talvez o mais importante, pois, segundo o arcebispo, “José na sua confusão, consegue identificar a bondade de Deus”. Diante da guerra que o mundo está vivendo, mas também diante da violência que está sendo vivenciada na sociedade de Manaus, o arcebispo chamou a sonhar com a paz, algo que segundo ele fez José, “e quando ele sonhou tomou o caminho da receptividade, o caminho do acolhimento”. Dom Leonardo também refletiu sobre a realidade daqueles que “sonham com o pai que não tiveram”, fazendo um chamado a assumir a paternidade, pedindo fazer um trabalho de conscientização “para que as crianças tenham ao menos o sobrenome do pai, e quem dera que tivera um amor paterno, como teve Jesus de José”. Igualmente, Dom Leonardo chamou a sonhar com a santidade, insistindo em que “sonhar faz bem, acalenta o coração, alivia a alma, os pés se tornam mais suaves, mais ágeis, os ombros se tornam mais leves quando nós sonhamos”, sonhos cotidianos, assim como José, “um carpinteiro, que sonhou, e realizou o sonho de Deus de amar a humanidade, de amar cada um de nós e cuidando o filho seu”, pedindo realizar o sonho de Deus, “um Reino de bondade, um Reino de fraternidade, um Reino de paz”, e também sonhar como São José e nos colocarmos a caminho. No final da celebração, após os agradecimentos do pároco do Santuário São José, agradeceu a presença de todos, “uma presença bonita, participada, da nossa Igreja, que deseja publicamente manifestar a sua fé”. Também destacou a importância da visita da imagem de São José em todas as comunidades, e todos os que fizeram possível a celebração de encerramento.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Tarcísio Chagas de Castro Guimarães novo presbítero para o clero de Parintins

Na manhã desta solenidade de São José, foi Ordenado Presbítero para o Clero Diocesano da Diocese de Parintins, o Diácono Tarcísio Chagas de Castro Guimarães. Natural da Comunidade do Caburaí, do outro lado do Rio Amazonas. Tarcísio cresceu na fé em sua Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, região de Palmares em Parintins. Sua formação na etapa do discipulado se deu na Diocese de Patos de Minas onde cursou a Filosofia. Já a etapa de configuração se desenvolveu no Seminário São José em Manaus, tendo cursado a Teologia no Instituto Regional, o ITEPES. A Celebração aconteceu na Catedral de Nossa Senhora do Carmo com presença de agentes de diversas comunidades e quase todo o Clero da Diocese de Parintins, presidida pelo Bispo Dom Giuliano Frigenni. Também estiveram presentes o Pe. Alex Mota da Prelazia de Itacoatiara, companheiro de caminhada do Tarcísio e o reitor do Seminário Arquidiocesano São José Pe. Zenildo Lima. Em sua Homilia o Bispo Dom Giuliano percorreu o caminho da realidade humana alcançada pela Graça até a Missão. À Luz do Evangelho do Bom Pastor (Jo 10), destacou a vocação como “fruto da liberdade” que se dispõe a uma relação amorosa com o mistério de Cristo. Daí brota todo autêntico desejo de cuidar do povo de Deus e, de fato, a necessidade de “estar próximo dos pobres, dos jovens, dos doentes, dos idosos, dos encarcerados… estar onde o povo de Deus estiver”, exortava Dom Giuliano. Destacou a realidade do “presbitério como o espaço de comunhão onde o ministério presbiteral se realiza” e reiterou em seu discurso a acolhida junto ao clero de Parintins. Por fim apresentou o dinamismo da missão como o horizonte do ministério e destacava, até mesmo a possibilidade de se dispor para as regiões mais longínquas e conflituosas “nem que seja a África ou Ucrânia”!  Na mesma celebração foi apresentada a provisão que nomeou Pe. Tarcísio Chagas como vigário paroquial da Paróquia São Francisco Xavier na Vila Amazônia. Em seu discurso de agradecimento o novo presbítero resgatou seu trajeto de caminhada vocacional e não sem comoção, destacou o testemunho de seus pais na constância da oração: “vocês foram a minha segurança”. Na mesma celebração foram recordados os 23 anos da Ordenação Episcopal de Dom Giuliano Frigeni. A primeira Missa do Pe. Tarcísio acontecerá neste domingo, 20 de março as 17 horas em sua paróquia de origem, Nossa Senhora de Lourdes. Padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José de Manaus

Arquidiocese de Manaus inaugura Mausoléu no cemitério do Tarumã

No encerramento do retiro do clero, que aconteceu de 14 a 17 de março, assessorado por Eugênio Rixen, bispo emérito da Diocese de Goiás, com o tema “Espiritualidade quaresmal dentro do espírito do Vaticano II e da sinodalidade”, que contou com a participação de 70 padres, e teve a Palavra de Deus como eixo fundamental, foi inaugurado o Mausoléu da Arquidiocese de Manaus. Em uma celebração eucarística, presidida por Dom Leonardo Ulrich Steiner foi abençoado um projeto sonhado há alguns anos, e que se tornou realidade no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. A obra foi realizada com recursos doados por um benfeitor anônimo. Segundo informa a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Manaus, o espaço será um local de descanso, onde repousarão os corpos dos padres falecidos, onde se pode rezar e recordar a vida de sacerdotes que doaram a vida no serviço nesta Igreja de Manaus. Segundo Dom Leonardo, faz algum tempo que os padres observaram a necessidade de ter um local para enterrar membros falecidos de seu clero, sendo não apenas um espaço para deixar os corpos dos nossos padres, mas também um lugar de memória e homenagens. Em sua homilia, Dom Leonardo destacou a importância em sempre recordar a vida daqueles que já partiram, que já estão na presença de Deus, e que este será um espaço para este fim. Ao novo mausoléu serão transferidos os restos mortais de padres que foram sepultados em outros locais para concentrar ali a memória dos sacerdotes que se doaram ao serviço na Igreja católica de Manaus. Na celebração foram recordados alguns dos padres já falecidos que fizeram parte do clero da Arquidiocese de Manaus. A benção do Mausoléu foi realizada pelo arcebispo metropolitano no final da celebração, momento em que foi entronizada a imagem da Imaculada Conceição, padroeira da Arquidiocese, e os padres presentes foram convidados a depositar flores e velas aos pés de Nossa Senhora. Representando a Prefeitura de Manaus, o secretário da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (SEMULSP), Sabá Reis, entregou ao arcebispo uma certidão de propriedade do espaço, atendendo em definitivo à solicitação deste espaço que, conforme informações da SEMULSP, foi projetado pelos garis e construído pelos coveiros da SEMULSP. O novo Mausoléu da Arquidiocese de Manaus conta com oito gavetas e 33 ossuários, sendo considerado um monumento para visitação. De acordo com o secretário da SEMULSP, o espaço atende a solicitação da Arquidiocese e servirá para homenagear os religiosos que trabalharam intensamente na região metropolitana de Manaus. Com informações de Ana Paula Gioia Lourenço – Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus