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Santarém: Evangelizar desde a concretude da realidade

Ler o Evangelho, que deve ser considerado fonte de todo processo evangelizador, nos faz entender a metodologia de Jesus no anúncio da Boa Nova. Ele sempre parte de realidade concreta, da vida do povo, da cultura e da linguagem do povo simples, que em volta dele entende suas palavras e descobre nelas uma fonte de vida. O Documento de Santarém, que está completando 50 anos em 2022, também tem a realidade, neste caso amazônica, como ponto de partida no processo evangelizador da Igreja da Amazônia, afirmando a importância dos valores dos povos amazônicos, mas também as limitações e perigos.   Nessa perspectiva, no momento de elaborar as Linhas Prioritárias, atendendo a essa realidade Amazônica, “a Igreja da Amazônia opta por quatro prioridades e por quatro séries de serviços pastorais, à luz destas duas diretrizes básicas: Encarnação na realidade e Evangelização libertadora”. Nesse sentido, a encarnação na realidade é vista como “anterior e subjacente a toda Pastoral como programa ou ação, e supõe uma vontade permanente de conversão ao verbo Encarnado”. Se faz uma exigência, insiste o Documento de Santarém, “um total entrosamento com a realidade concreta do homem e do lugar”, algo que se realiza pelo conhecimento e pela convivência com o povo, na simplicidade e na amizade do dia a dia. Na realidade concreta vai se testemunhando o Evangelho, se fazendo concretude uma evangelização libertadora, sem dicotomias, que possibilita a toma de consciência. Algo que se torna visível nas comunidades, que o Documento de Santarém chama de Comunidades Cristãs de Base, chamadas a ser “como fermento no meio da massa”.  Por isso o texto insiste, dependendo da realidade de cada comunidade, em que “o processo varia de lugar para lugar de acordo com a circunstância situacional da comunidade”. Santarém insiste em que “a Pastoral deve ser de acordo com o ambiente”, tendo em conta a realidade e as situações e problemáticas que fazem parte da vida do povo. A partir daí vai se configurando os programas e serviços evangelizadores, em todos os níveis. Do mesmo modo que Jesus, quando percorria os caminhos da Galileia, apontava para o povo, para a realidade, Santarém nos lembrava as palavras do Papa Paulo VI que disse que “Cristo aponta para a Amazônia”. Hoje, a Igreja católica continua apontando para a Amazônia, algo que ficou ainda mais claro com o Sínodo Especial para a Região Pan-Amazônica. No início da Exortação pós sinodal Querida Amazônia, falando sobre o sentido da Exortação, o Papa Francisco insiste no propósito de “oferecer um breve quadro de reflexão que encarne na realidade amazónica uma síntese de algumas grandes preocupações já manifestadas por mim em documentos anteriores, que ajude e oriente para uma recepção harmoniosa, criativa e frutuosa de todo o caminho sinodal”. O Santo Padre sempre insiste nos processos, que mais uma vez podemos dizer começaram muito tempo atrás. Citando Laudato Si´, onde o Papa Francisco afirma que “a constante distração nos tira a coragem de advertir a realidade dum mundo limitado e finito”, ele afirma na Querida Amazônia que “muitas vezes deixamos que a consciência se torne insensível”, algo que deve nos levar a refletir sobre a importância da concretude da realidade no trabalho evangelizador. Isso demanda avançar no caminho da inculturação, algo que a Igreja da Amazônia vem fazendo desde Santarém, buscando entender que “Deus operou de várias maneiras, porque a Igreja possui um rosto pluriforme, vista ‘não só da perspectiva espacial (…), mas também da sua realidade temporal’”, segundo recolhe a Querida Amazônia. Por isso, vamos continuar sonhando, buscando “avançar por caminhos concretos que permitam transformar a realidade da Amazónia e libertá-la dos males que a afligem”, que nos diz Querida Amazônia. No final das contas, o Evangelho tem que nos levar a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Superar uma violência que nos tire da mira das armas

A violência deixou de ser um conceito e se tornou algo próximo, muito próximo da gente, uma violência que faz com que a vida da gente dependa de um dedo colocado no gatilho de uma arma que pode ser disparada por alguém que pouco ou nada tem a perder. Em qualquer lugar que você estiver, na rua, no ônibus, no rio, inclusive dentro da própria casa, corre o risco de ficar na mira da arma. A gente não fala de coisas que aparecem nos jornais e sim de situações pelas que nos últimos dias a gente passou e também pessoas próximas, o que nos faz ver com preocupação o futuro de uma sociedade que se precipita ladeira embaixo. A coisa mais fácil é culpabilizar aqueles que empunham as armas, que não estão livres de culpa, mas também não podemos dizer que eles são os únicos culpados. Somos também vítimas de um Estado falido, onde as políticas públicas se tornaram inexistentes, onde se quer disfarçar a falta de segurança pública querendo colocar armas na mão do povo, armas que também estão nas mãos de pessoas que as usam para delinquir. O desemprego, sobretudo entre os mais jovens e entre os estratos sociais mais baixos aumenta a cada dia, o que faz com que outras alternativas, claramente ilícitas, se tornem opção, muitas vezes a única escolha. Sem emprego, sem expectativa de vida, sem perspectivas claras de futuro, as alternativas se reduzem, e todos somos prejudicados por uma situação social que também, em maior ou menor medida, ajudamos a criar. Aí a gente logo diz que nada tem a ver com tudo isso, mas na verdade afirmar isso é consequência da nossa falta de reflexão, de nos questionarmos sobre o rumo de uma sociedade da qual todos e todas fazemos parte. Na vida social, os problemas são igual bola de neve, que só cresce na medida em que a deixamos rodar, na medida em que nos desentendemos daquilo que acontece do nosso lado. Cada vez mais, nos isolamos atrás das nossas falsas seguranças, nos desentendemos de situações que estão do outro lado do muro que temos levantado para supostamente nos proteger. Mas sabemos que não podemos viver eternamente isolados, e que antes ou depois vamos nos tornarmos vítimas desse sistema enfermo. Como mudar a realidade? O que fazer como sociedade para oferecer alternativas reais para aqueles que hoje fazem escolhas erradas? Como contribuir para superar situações que só serão resolvidas na medida em que todos nos envolvamos? O que eu posso fazer? O que eu vou fazer para que o futuro seja diferente, para que a sociedade do amanhã não sofra com aquilo que hoje nós estamos sofrendo? Não é só com os outros, também é comigo, com você, com todos nós. Antes ou depois, essa violência vai chegar próxima de você, mas nesse momento dificilmente vamos resolver o que deveria ter sido resolvido antes, muito antes. Não esqueça que estar na mira sempre é um grande risco, e cuidar da vida sempre tem que ser prioridade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Altevir iniciará sua missão na Prelazia de Tefé no dia 1° de Maio

A Prelazia de Tefé comunicou que seu novo bispo, Dom José Altevir da Silva, iniciará sua missão como novo bispo da Prelazia no dia 1° de maio, data em que acontecerá sua posse canônica. Nomeado no 9 de março pelo Papa Francisco, o novo bispo, religioso espiritano, congregação ligada estreitamente à história da Prelazia, é bispo desde dezembro de 2017, data em que assumiu sua missão como bispo da Diocese de Cametá (PA). O novo bispo sucede como bispo da Prelazia de Tefé a Dom Fernando Barbosa dos Santos, da Congregação da Missão, nomeado pelo Papa Francisco bispo da Diocese de Palmares (PE), no dia 9 de junho de 2021, cargo que assumiu em 22 de agosto do mesmo ano. Segundo informações da Prelazia de Tefé, em breve será anunciado a programação completa da acolhida e posse canônica do novo bispo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Jônisson da Silva Rolim ordenado presbítero na Prelazia de Itacoatiara

A Prelazia de Itacoatiara tem desde a noite deste sábado 12 de março mais um presbítero. Pelas mãos de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, foi ordenado sacerdote o diácono Jônisson da Silva Rolim. Em sua homilia, Dom José Ionilton, seguindo as palavras do Evangelho de Lucas pronunciadas por Jesus na sinagoga de Nazaré, afirmou que “a unção é para o envio, para a missão”, convidando o novo presbítero a “manter o olhar fixo em Jesus”. Na passagem do Evangelho de João, lido na celebração, aparece Jesus Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas. Partindo dessa imagem, chamou Jônisson, a ser “um presbítero pastor, como Jesus”, a gastar a sua vida para que “as pessoas que você vai servir como padre, tenham vida”, a “estar com suas ovelhas”, de modo especial “aquelas que mais precisam de você, de seu cuidado, de seu amor, de sua solidariedade: os empobrecidos, os excluídos, os marginalizados”. O bispo afirmou que “as ovelhas gordas e que estão no curral precisarão menos de você”, fazendo-o ver que “se tiver que escolher um dia alguém para estar próximo, escolha os últimos, os abandonados, os marginalizados”, lembrando as palavras do Documento de Aparecida que chama a “dedicar tempo aos pobres”, em todo momento e circunstância.   Para isso se faz necessário procurar em Deus sua força, na oração, na meditação da Palavra, nos sacramentos. Assim é chamado a ser presbítero de Cristo, que escolhe. Presbítero que, segundo Aparecida, deve ser discípulo, com profunda experiência de Deus; missionário, movido pela caridade pastoral que o leve a cuidar do rebanho e a procurar os mais distantes; servidor da vida, atento às necessidades dos mais pobres, comprometido na defesa dos direitos dos mais fracos e promotor da cultura da solidariedade; cheio de misericórdia, disponível para administrar o sacramento da reconciliação. Seguindo os conselhos do Papa aos presbíteros em um discurso de 22 de fevereiro de 2022, lembrou ao novo padre, mas também a todos os presbíteros, ações e atitudes com “sabor evangélico”; não cair em “espiritualismos desencarnados”, aprender a interpretar a realidade com os olhos do Senhor, sem fugir do que acontece; intensificar a vida de oração; obedecer sabendo aprender a ouvir e lembrar que ninguém pode afirmar ser detentor da vontade de Deus; viver o celibato desde relações saudáveis; ser pastores do Povo e não “clérigos de estado”, nem profissionais do sagrado; evitar a clericalização dos leigos; e para manter viva e fecunda a vocação, estar perto de Deus, perto do bispo, perto dos sacerdotes e perto do Povo de Deus. No final da celebração, o novo presbítero, formado no Seminário São José de Manaus, que esteve representado pelo reitor, padre Zenildo Lima, começou refletindo sobre a imagem do Bom Pastor, que sempre o cativou, definindo o pastor como “aquele que age, reúne, cuida, protege, escuta suas ovelhas, as conhece, as educa, as faz crescer e as ama, dá a vida por elas”. Em seu ministério disse que “não agirei por mim mesmo, mas pela graça de Deus, iluminado pelo Espírito Santo”. O padre Jônisson agradeceu aqueles que fizeram parte do seu percurso vocacional, começando pela sua família, de modo especial seus país, de quem diz foram seus primeiros animadores vocacionais. Também agradeceu ao bispo pela sua escuta, pelos seus conselhos, afirmando que pode contar com ele, ao clero da Prelazia, ao reitor do Seminário São José de Manaus, e seu irmão de turma, ao padre Edinei, ordenado no mês passado na Diocese de Coari, à Vida Religiosa, aos seminaristas e aqueles que colaboraram na ordenação. Também ao povo da sua paróquia de origem e das paróquias por onde ele passou em seu percurso vocacional. Finalmente, pediu ao povo da paróquia onde vai iniciar sua vida presbiteral, que “me amem e cuidem de mim, e colaborem com meu ministério”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Igreja Sinodal: TVs católicas aprofundam na reflexão sobre a Sinodalidade

Estreia neste sábado 12 de março o Programa Igreja Sinodal, que será exibido semanalmente nas TVs da inspiração católica. O objetivo é repercutir assuntos ligados à primeira Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe e aprofundar as reflexões do Sínodo sobre Sinodalidade. A escolha da data de estreia do programa quer também lembrar os 9 anos de eleição do Papa Francisco, em 13 de março de 2013. Ao longo de 30 minutos, o coordenador-geral da Pascom Brasil e membro da equipe de comunicação do Anima PUC Minas, Marcus Tullius irá dialogando com especialistas que ajudarão a refletir sobre a sinodalidade. Na estreia, os convidados são o teólogo Pe. Francisco de Aquino Junior, presbítero da diocese de Limoeiro do Norte (CE) e doutor em Teologia, que refletirá sobre a inspiração do nome do programa Igreja Sinodal e a também doutora em Teologia e professora da PUC-Rio, Maria Clara Bingemer, sobre os 9 anos de pontificado do Papa Francisco. Segundo os organizadores do programa, ele terá exibição inédita pela TV Horizonte todos os sábados, às 8h30, sendo também veiculado pela TV Pai Eterno todos os sábados, às 14h30. A TV Aparecida exibe o primeiro programa no 15 de março, excepcionalmente, às 23h, e a partir de 22 de março, todas as terças-feiras, às 22h30. A Rádio América, de Belo Horizonte, também exibe o programa todas as quartas-feiras, a partir de 16 de março, às 20h30. Todos os horários são no horário de Brasília. O programa tem como base a reflexão do Serviço Teológico-Pastoral, um grupo de trabalho atento às questões pastorais na realidade latino-americana e ao magistério do Papa Francisco. Um dos membros do grupo é o professor da Faculdade Jesuíta (FAJE) e doutor em Teologia, Padre Geraldo Luiz De Mori SJ, que junto com um grupo de teólogos e pastoralistas, provocados pela Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, começou a se reunir para pensar juntos como participar do processo de recepção da Assembleia na Igreja do Brasil, contribuindo com isso à “reforma” eclesial querida pelo Papa Francisco e aos processos sinodais que ele tem implementado na Igreja. Segundo o professor da FAJE, “o grupo organizou um seminário com alguns dos representantes do Brasil na Assembleia e vem se reunindo todas as semanas para pensar não só a divulgação dos resultados da Assembleia, mas também as questões que ela levanta ao conjunto da Igreja”. Nesse sentido, podemos dizer que o programa e a reflexão que está sendo realizada desde o Serviço Teológico-Pastoral, pode ajudar nos passos a serem dados no processo pós Assembleia Eclesial. Na mensagem publicada pelo Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) no dia 4 de março, foi explicado o itinerário que deve seguir a Assembleia Eclesial e os passos que o organismo deve dar na realização do Sínodo sobre a Sinodalidade. O ponto de partida está nos 41 desafios pastorais propostos pela Assembleia Eclesial e as 200 orientações pastorais nascidas do processo de discernimento, algo que deve ser concretizado até o mês de maio pela Equipe de Reflexão Teológica do Celam. O Celam considera o processo da Assembleia Eclesial como um processo de mudança paradigmático. Mas para avançar se faz imprescindível o envolvimento das Conferências Episcopais do continente e das organizações adscritas ao Celam, buscando assim avançar em sua implementação A Assembleia Eclesial é vista pelo Celam como um processo ligado ao Sínodo sobre a Sinodalidade, buscando avançar, desde a complementariedade e o enriquecimento mútuo, nos vínculos de comunhão episcopal na perspectiva da eclesialidad. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1  

Ir. Rose Bertoldo, assume Secretaria do Regional Norte1 “com o coração livre, pois percebo a presença de Deus”

A irmã Rose Bertoldo acaba de assumir sua nova missão como secretária executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria completou recentemente 10 anos de missão na Amazônia, da qual já se sente parte, dedicados de modo especial no enfrentamento ao abuso, exploração sexual e o tráfico de pessoas na Rede um Grito pela Vida.   A religiosa assume sua nova missão “com o coração livre, pois percebo a presença de Deus”, se colocando “numa atitude de muita abertura, escuta, como mulher que continua aprendendo”. Ela vai relatando os desafios que espera encontrar, mas ao mesmo tempo, enfrenta o futuro desde a perspectiva da sinodalidade, juntos, em comunhão, buscando “construir e solidificar processos”, desde “a capacidade de escutar, ser presença”.   Recentemente a senhora completou dez anos de missão na Amazônia. Como se sente diante deste novo serviço que o Regional Norte1 está lhe encomendando?   Celebrar os 10 anos de presença na Amazônia é reavivar a paixão, esse grande amor que tenho pela Amazônia. É também fazer memória de toda a construção coletiva feita juntos ao longo desses anos. O trabalho da Rede Um Grito pela Vida me possibilitou conhecer as nove dioceses e prelazias do Regional Norte 1 e isso me ajudou muito a conhecer os diversos territórios e muitas das realidades, todo o processo sinodal e a sinodalidade construída juntos.   Não me sinto alguém que olha a Amazônia de fora, mas alguém que já se sente parte dela.  Quando a gente é parte integrante, a gente caminha junto, constrói, sonha, aprende e reaprende no cotidiano da vida. Quando a gente mais conhece a história da Igreja da Amazônia mais a gente se apaixona por ela. As coisas não são fáceis, cada vez mais os territórios e seus povos estão sendo feridos, destruídos, a gente sente a dor dessa realidade no nosso próprio corpo, e por isso a gente se envolve cada vez mais nos processos de mudanças, pois sonha com tempos melhores.   Estar neste território sagrado é motivo de muita gratidão. Para mim, sempre foi uma opção estar na Amazônia, e depois de 10 anos também a gente vai avaliando essa presença, a gente vai percebendo o caminho realizado, e me dou conta de que neste caminho tem muita gente que trilhou comigo. Foram caminhos construídos juntos, é um caminho perpassado por muitos desafios, mas sempre cheio de esperança.   Na Congregação a gente prima muito pela itinerância de não ficar muito tempo numa comunidade, mas eu sempre tive a consciência de que para estar na Amazônia é necessário permanecer mais tempo, porque aqui o tempo tem outra dimensão. É presença, para poder adentrar, conhecer com mais profundidade essa realidade e também ser essa presença missionária junto às populações, e justo neste momento, eu recebo o convite para este novo serviço no Regional.    Posso dizer que não foi fácil decidir, porém não foi uma decisão individual. Rezei muito, conversei com minha comunidade e depois conversei com minha provincial. Por isso não assumo sozinha, assumo como uma presença Congregacional nesse território da Amazônia. E hoje também não entendemos os serviços como uma responsabilidade individual e sim tem a dimensão coletiva. Por isso conto com muita gente que contribuirá nesse caminho.   Me sinto e assumo essa missão com o coração livre, pois percebo a presença de Deus. Ele vai dando sinais na vida da gente e vai preparando a gente para a missão, basta a gente estar com o coração aberto. Me coloco numa atitude de muita abertura, escuta, como mulher que continua aprendendo e se desafia a continuar na tessitura da grande rede do cuidado da vida, da pastoral no nosso Regional.   Quais os desafios que enfrenta diante da nova missão? O Regional Norte 1 tem uma história de construção coletiva, o secretário tem a missão de articular os serviços no território do Regional. Por isso, o primeiro desafio é conhecer cada pastoral, serviço, me apropriar dos trabalhos de cada grupo, para poder contribuir no fortalecimento das pastorais que existem no Regional, bem como os organismos, redes e caminhar juntos, construindo pontes, tecendo caminhos coletivos. Também ser uma presença junto às dioceses, prelazias, acompanhando os trabalhos dos coordenadores e coordenadoras, dos bispos, dentro do possível. Se trata de dar continuidade de todo o processo sinodal, uma experiência vivenciada com profundidade no Regional, construída por muitas mãos. Contribuir para que as dioceses e prelazias deem vida ao Documento Final do Sínodo e a Querida Amazônia, e sejam base para a realização dos planos de pastoral. Como secretária executiva do Regional Norte1, quero continuar sendo presença enquanto Rede Um Grito pela Vida, ampliando a articulação nas dioceses e prelazias. Junto com isso conhecer toda dinâmica da CNBB Nacional mais de perto. E por fim neste processo de construção de novos caminhos, dinamizar a implementação das Diretrizes do Regional Norte 1, que a partir das Diretrizes Gerais da CNBB, foram construídas a muitas mãos e tem um rosto próprio no coração da Amazônia. Uma das funções do secretariado executivo do Regional é a articulação pastoral, marcada nos últimos anos pela sinodalidade. A senhora foi auditora no Sínodo para a Amazônia, como continuar avançando no caminho sinodal no Regional Norte1? As sementes de todo processo sinodal construído juntos estão vivas, estão guardadas na terra – coração, nos mais diversos cantos e recantos dessa Pan-Amazônia. No tempo certo vão germinando e aos poucos se tornando árvores, dando seus frutos e abrigando muitos sonhos que ao longo do tempo vão se tornando realidade nos diversos territórios. É preciso respeitar os tempos que são diferentes para cada realidade, para cada povo, nas diferentes culturas, mas nunca sufocar as sementes e impedir seu processo de germinação. Assumo o compromisso de cuidar para que no tempo certo possam germinar, diria, continuarei cultivando terrenos e ajudando nos processos. A sinodalidade é uma opção do Regional Norte1 e o caminho percorrido pelo mesmo. Todas as Assembleias do Regional foram marcadas…
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Reconhecer os direitos das mulheres, uma luta que não pode ser ignorada

Nesta semana em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher somos desafiados a refletir, cada um de nós, mas também como sociedade, sobre como a gente vê às mulheres. Ninguém pode esquecer que essa data surgiu a partir de um momento de luta por direitos, uma luta que, por outro lado, ainda continua. Devemos reconhecer que os direitos das mulheres em muitos países, também no Brasil, ainda não são garantidos. Nascer mulher é ser condenada desde o início da vida a viver com menos direitos, a ser marginalizada por uma sociedade que as inferioriza, que as coloca em um plano inferior. Como a gente reage diante dessa inferioridade? O que a gente faz, seja homem ou mulher, para combater essa injustiça instalada secularmente no meio de nós? Quais passos devem ser dados para que aquilo que aparece no papel, na lei, direitos iguais para homens e mulheres, seja vivenciado na prática, na vida cotidiana? As atitudes machistas estão presentes em muitos de nós, inclusive em muitas mulheres, que toleram situações machistas e inclusive apoiam, ou simplesmente se calam diante de injustiças com as que se deparam a cada momento. São situações que em muitos casos são assumidas como normais, quando de fato não deveriam ser vistas assim, pois na medida em que elas se perpetuam, a injustiça continua presente no meio de nós. Todos deveríamos colocar em nossa cabeça, mas também em nossa vida prática, que ser mulher não inferioriza ninguém, que o sexo feminino não faz ninguém menor, mais limitado. Ter capacidades diferentes entre homens e mulheres é algo que complementa, que enriquece, que nos faz ter visões que ajudam a crescer como sociedade, mas também como pessoas. Como Igreja também somos desafiados a descobrir o papel fundamental das mulheres nessa caminhada. Devemos reconhecer que a Igreja católica é uma Igreja de mulheres ainda “governada” por homens, que ocupam a grande maioria dos espaços de decisão. O Papa Francisco insiste constantemente em avançar nessa presença cada vez maior das mulheres nos espaços de decisão da Igreja. Aos poucos estão sendo dados passos, nem sempre tão grandes como deveriam ser dados, mas que são sinais de esperança para poder avançar em um caminho muitas vezes cheio de empecilhos. Como trazer isso para nossa realidade local, como garantir maior presença feminina nos espaços de decisão sociais e eclesiais? Como vivenciar em nossas comunidades esse protagonismo feminino que vai enriquecer a vida pessoal e comunitária de muita gente? Como ajudar no empoderamento das mulheres, também em nossa Igreja católica? Aproveitemos este tempo que estamos vivendo para avançar em uma reflexão que não pode ser adiada. É tempo de avançar na luta por direitos, por reconhecimento, por empoderamento feminino. Uma luta que é de todos, também de você, seja homem ou mulher. Não deixe passar mais uma oportunidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 -Editorial Rádio Rio Mar

Dom Altevir chega em Tefé “com o espírito missionário da sinodalidade para caminharmos juntos”

O bispo eleito da Prelazia de Tefé, Dom José Altevir da Silva, diante de sua nomeação enviou uma mensagem ao administrado diocesano da Prelatura, Pe. Waibena Atama Mahoba Mellon, demais Presbíteros, Religiosos (as) e todo Povo de Deus. Dom Altevir afirma ter recebido sua nomeação “com espírito de fé”, dizendo chegar “com o espírito missionário da sinodalidade para caminharmos juntos”. Segundo o bispo eleito, “é precisamente no contexto deste caminho sinodal que aceitei de coração aberto esta minha nomeação para ser vosso pastor”. Ele tem lembrado seu lema episcopal: “Escuta, aprende, anuncia com alegria, esperança e caridade”, que insiste o bispo “indica o que desejo construir com vocês”. Segundo Dom Altevir, “mais que palavras é um programa de vida, que quer ser um indicativo que nos aponta um dinamismo missionário de quem quer servir, respondendo generosamente o sim na direção do anúncio da alegria do Evangelho, animados pelos sonhos do Papa Francisco contidos na ‘Querida Amazônia’”. Em uma Igreja missionada por seus irmãos espiritanos, anima ao novo bispo “saber que encontrarei uma Igreja viva, missionária, acolhedora e defensora da vida”. Junto com isso saber, “que posso contar com homens e mulheres de fé, cristãos leigos e leigas dispostos em avançar para águas mais profundas”, com os presbíteros e diáconos. Para exercer seu pastoreio pede a inspiração do Espirito Santo, seguindo o pedido do Papa Francisco: “O bispo deve sempre favorecer a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma. Para isso, às vezes pôr-se-á à frente para indicar a estrada, e sustentar a esperança do povo, outras vezes manter-se-á simplesmente no meio de todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e, em certas circunstâncias, deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que se atrasaram e, sobretudo, porque o próprio rebanho possui o olfato para encontrar novas estradas”. Finalmente, o bispo eleito coloca seu ministério apostólico “sob os cuidados maternos da Mãe de Deus, Nossa Senhora da Amazônia e de Santa Tereza D’Ávila”, querendo como pastor, junto com o rebanho, “encontremos no caminho sinodal a identidade de uma Igreja, comunhão, participação e missão”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom José Altevir da Silva, CSSp, nomeado Bispo da Prelazia de Tefé

O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira 9 de março, Dom José Altevir da Silva, CSSp, novo bispo da Prelazia de Tefé (AM). Nascido em Ipixuna (AM), Diocese de Cruzeiro do Sul (AC), no dia 30 de setembro de 1962, estudou Filosofia em Manaus e Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores (Itesp), em São Paulo, realizando seus votos perpétuos na Congregação do Espírito Santo em 18 de novembro de 1989.  Após dois anos de estágio missionário na Nigéria, foi ordenado presbítero em 6 de dezembro de 1992, em Cruzeiro do Sul (AC). Dom Altevir realizou diferentes serviços na Congregação e na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde foi secretário executivo da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, sendo eleito provincial da Província Espiritana do Brasil em 2012, missão que desempenhou até ser nomeado bispo da Diocese de Cametá (PA) em 27 de setembro de 2017, recebendo a ordenação episcopal no dia 16 de dezembro de 2017, em Cametá, das mãos de Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM, sendo os co-consagrantes Dom Sérgio Eduardo Castriani, CSSp e Dom Frei Jesús María Cizaurre Berdonces, OAR, e tomou posse da diocese no mesmo dia. Seu lema episcopal é “Escuta, aprende e anuncia com alegria, esperança e caridade”. O Regional Norte 1 da CNBB publicou uma mensagem de acolhida ao novo bispo da Prelazia de Tefé, mostrando sua alegria diante da nomeação realizada pelo Papa Francisco. Dom Altevir, segundo a mensagem, “já conhece a realidade amazônica, pois nasceu no Estado do Amazonas e está sendo transferido da Diocese de Cametá (PA)”. A presidência do Regional Norte1, em nome dos seus irmãos bispos, o acolhe “de coração e de braços abertos e lhe desejamos longo e fecundo ministério entre nós”. Finalmente, suplicam “à Santa Teresa D´Avila, padroeira da Prelazia de Tefé, que o conduza em sua nova missão como pastor desta Igreja particular”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte1 nomeou Ir. Rose Bertoldo Secretária do Regional

A Presidência do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, emitiu um comunicado onde deu a conhecer “que a Ir. Roselei Bertoldo foi nomeada Secretaria Executiva do Regional”. Segundo o texto, assinado pelo Presidente, Dom Edson Tasquetto Damian, o Vice-presidente, Dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, e o Secretário, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, “a religiosa do Imaculado Coração de Maria assumirá sua missão nesta terça-feira 8 de março, Dia Internacional da Mulher”. A religiosa, segundo relata o comunicado, é “missionária no Regional Norte1 da CNBB desde há 10 anos”, tendo “acompanhado a vida das 9 Igrejas Particulares do Regional em diferentes presenças e atividades, de modo especial no enfrentamento ao abuso, exploração sexual e o tráfico de pessoas na Rede um Grito pela Vida”. A nova Secretária, “que participou como auditora na Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia”, segundo afirma o comunicado, “dará continuidade aos trabalhos que vem sendo realizados no Regional Norte1”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1