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Novas missionárias no Alto Solimões: mais um esforço para testemunhar una Igreja de presença

“Querida Diocese de Alto Solimões, a Comunidade Missionária de Cristo Ressuscitado está muito feliz de estar finalmente aqui, junto a vocês, no município de Tonantins”. Essas são as palavras da nova comunidade chegada na Diocese de Alto Solimões, mais uma presença da missionária no Alto Solimões, segundo Dom Adolfo Zon Pereira. As novas missionárias, afirma o bispo, irão colaborar com as Irmãs de Santa Catarina na Paróquia de São Pedro no Município de Tonantins. Dom Adolfo destaca que essa nova presença é “mais um esforço para estar mais perto do povo ribeirinho e testemunhando una Igreja cada vez mais de presença”. A novas missionárias são uma leiga (Maria Virgínia) e duas consagradas (Maria Inês e Mariana), que irão ficar “pelo menos este ano nesta terra, fazendo caminho de comunidade intercongregacional junto às irmãs de Santa Catarina, quem nos acolheram com muito amor e alegria”.  Eles estão vivendo este momento desde “a certeza que Deus guia os nossos passos, que foi a mesma Ruáh, o ‘Vento de Deus’, o Espirito que guiou o caminho de Jesus, quem inspira agora esse sonho e nos trouxe até aqui”.  As recém chegadas, que participaram do Curso de Realidade Amazônia, insistem que “nossa maior expectativa é partilhar a vida com esse povo que vamos ir conhecendo, fortalecer o que o mesmo Deus já vem fazendo aqui na vida das pessoas e através da congregação que nos acolhe”. Finalmente afirmam esperar “no caminho ter elementos para continuar o nosso discernimento: com quem, aonde e como é que Deus nos chama a entregar nossas vidas nesta terra amazônica”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

CPT Regional e Arquidiocesana se reúnem em Manaus

Nos dias 3 a 6 de março, reuniram-se a na Casa de Retiro Santana agentes de pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de vários municípios da Arquidiocese de Manaus e da Prelazia de Itacoatiara. Após 2 anos sem encontros presenciais devido à pandemia, a CPT conseguiu realizar este encontro de formação. Segundo a irmã Agostinha, “como sempre, a convivência e troca de experiências foram especialmente enriquecedoras”. Ao longo dos dias foram realizadas diversas atividades. A primeira noite foi dedicada à escuta sinodal da CPT na Arquidiocese de Manaus. Já no segundo dia de manhã Valeria Regina Gomes da Silva, advogada e Coordenadora Territorial do Memorial Chico Mendes, dialogou com os participantes do encontro sobre vários conflitos de terra no Estado do Amazonas, esclarecendo sobre várias situações fundiárias e seus impactos socioambientais. Irmã Jeane Bellini, da CPT Nacional, apresentou a Missão e Metodologia da CPT e Manuel da Carmo, filosofo e teólogo e agente da CPT da Arquidiocese de Manaus apresentou a integração da CPT nas pastorais das dioceses e prelazias no Amazonas. O encontro também serviu para acolher duas irmãs que chegaram em Manaus faz pouco tempo e pretendem somar com a Rede Grito pela Vida e a CPT. Aos poucos, vai se criando uma rede de articulações entre as pastorais e outras entidades que apoiam e acompanham as comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas. Luis Miguel Modino, assessor de Comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CPT

“Na Câmara dos Deputados não se discute pensando no povo”, afirma Dom Ionilton sobre “PL do Veneno”

Um Projeto de Lei que estava em discussão na Câmara Federal desde 2002 e que finalmente, depois de 20 anos, tem sido aprovado. Com o PL 6299/2002 estamos diante da legalização da produção de agrotóxicos genéricos no Brasil, e flexibiliza os critérios de controle dessas substâncias com a intenção com a intenção de favorecer o pessoal do agronegócio, segundo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Uma aprovação que decreta “a morte da floresta, a morte dos ecossistemas e o adoecimento da população do Brasil de forma legalizada, um ecocídio e um genocídio legalizado, de gigantescas proporções”, afirma Tainá Marajoara. A diretora do projeto CATA – Cultura Alimentar Tradicional Amazônica – da ONG Amazônia Viva defende que na Amazônia, “os investimentos deveriam ser em conservação, preservação e a economia gerada na floresta, a partir da justiça social e do bem viver”. Para alguém que é uma das lideranças nacionais pelo reconhecimento da comida como cultura, “os investimentos no veneno são o oposto do que o próprio G20 está colocando como amenização dos impactos das mudanças climáticas. É uma política de destruição e de devastação, que ela vem para acirrar conflitos, ela dá muita força para o agronegócio, e ela decreta uma guerra aos povos da Amazônia, é a morte dos povos da Amazônia pelo envenenamento”, até o ponto de dizer que “o agro recebe o poder de envenenar os povos da Amazônia”.  Não podemos esquecer que o atual Governo Federal já aprovou 1517 novos agrotóxicos, em um país que é o que mais gasta em agrotóxico no mundo com 10 bilhões de reais. As consequências a gente vê nas doenças que provocam os venenos: “doenças neurológicas, dificuldades respiratórias, irritações na pele, problemas gastrointestinais, alterações no sistema reprodutor masculino e feminino, câncer no cérebro, câncer de mama, câncer no esófago, câncer de pele, câncer no sistema digestivo, fibrose pulmonar, o mal de Parkinson, as alergias respiratórias e as lesões renais”, afirma Dom José Ionilton. Junto com isso, nos deparamos com as consequências para o meio ambiente. Nesse ponto, o bispo da Prelazia de Itacoatiara, insiste em que “para nós que estamos aqui na Amazônia, os agrotóxicos, eles contaminam o solo e contaminam as águas. Evidentemente que contaminando o solo e contaminando as águas, eles vão trazer problemas sérios na saúde das pessoas que estão aqui, vivendo na Amazônia, na margem dos nossos rios, lagos e igarapés, que só tem acesso a essas águas, a população que consome o peixe, que vão estar já contaminados”. Segundo Tainá Marajoara, “o Pacote do Veneno não gera alimento, gera fome, escassez, conflito, morte”. Ela insiste em que estamos diante de “um pacote de maldades que está aliado a legalização da grilagem, destruição das políticas ambientais, concentração de terras e renda e a violação dos Direitos Humanos”. Por isso, a conselheira nacional de Cultura Alimentar, denuncia que o veneno “é usado cada vez mais como arma química em sobrevoos acima das populações e a contaminação dos solos, água e plantações provoca o deslocamento das populações, sendo essas áreas tomadas pelo agronegócio, seja na bala, seja na contaminação, seja por decreto”. Tainá insiste em que existem alternativas, fazendo um chamado a dar “visibilidade às economias que mantem a floresta em pé e o seu povo vivo, que são produções baseadas em justiça social, sem precarização do trabalho, são processos de produção que são aliados à conservação da floresta, é a geração de renda sem gerar escassez”. Insistindo em que isso é possível, se posiciona abertamente contra “a narrativa de que é preciso destruir e os povos têm que deixar suas terras”, algo que define como “uma narrativa do sistema hegemónico, que transforma a nossa realidade de conservação aliada ao bem viver dos povos em utopia”. Diante da falta de reação da população brasileira diante desses fatos, tanto o presidente da CPT como Tainá Marajoara, fazem um “chamando a fazer pressão para fazer valer a lei. É tempo de mobilização e fazer os nossos protestos diante de uma lei que traz doenças e morte”, insiste o bispo. Segundo a Diretora do projeto CATA, “o governo foi eleito com um discurso fascista, um discurso racista, um discurso machista e um discurso de eliminação dos povos da floresta, dos quilombolas, das comunidades locais, aonde esse discurso é financiado por esse lobby nacional e mundial, para que haja uma comunicação de convencimento de que o desenvolvimento do pais, ele está concentrado na mão de uma pequena parcela da população aonde essa parcela que é detentora do poder económico, ela se apresenta como um exemplo de saída da miséria, de saída pobreza”. Ela denuncia o discurso colonialista do bolsonarismo, chamando a derrubar o que ela denomina “os pilares fascistas que estão calcados no colonialismo”.  Nesse sentido, Tainá vê a aprovação do PL do veneno, como “uma vitória do agronegócio que está sendo sustentada pelo governo da morte”. Estamos diante de mais um projeto pensado a partir de “interesses de grupos que tem poder econômico e que influenciam essas votações”, segundo Dom José Ionilton. Ele lembra que os membros do poder legislativo “são eleitos para representar o povo”, mas “na Câmara dos Deputados não se discute pensando no povo”, algo que diz ser “muito triste, muito lamentável”, fazendo um chamado à Igreja da Amazônia a se posicionar diante dessa realidade e a lutar pela vida e pela natureza, dons de Deus que precisam ser preservados, um pedido do Papa Francisco em Laudato Si e Querida Amazônia. Tainá Marajoara faz um chamado a se tornar conscientes das inúmeras atividades que geram riqueza, frente ao agronegócio, que “traz a oneração do governo brasileiro em suas mais diversas formas, não contribui com impostos, ele gera um adoecimento da população, desde a hora que ele começa o manejo no campo, com veneno, com transgénicos, até o consumidor que está dentro da barriga da mãe, quando essa criança já tem problemas genéticos provocados por esse tipo de produção do agronegócio”. Por isso, ela insiste em que “barrar o PL do Veneno…
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Missionários de Guadalupe assumem Missão na Amazônia para superar as fronteiras

Os Missionários de Guadalupe, inspirados e desafiados pela mensagem da Exortação Apostólica pós-sinodal Querida Amazônia, estabeleceram o objetivo de um projeto missionário que transcende as fronteiras em uma Amazônia onde os rios se unem. A decisão foi tomada no XI Capítulo Geral dos Missionários de Guadalupe, um Instituto fundado em 1949 pelos bispos do México para impulsar a missão ad gentes, realizada em novembro de 2020 na cidade mexicana de Guadalajara, onde decidiram “ser um Instituto em movimento que responda a todas as áreas da missão“. Uma decisão que os levou a rever seus compromissos e a proceder para cumprir, preservar e abrir novos compromissos.  Querida Amazônia, em seu número 61, diz que “A Igreja é chamada a caminhar com os povos da Amazônia”. Já em seu número 90, chama “…a promover a oração pelas vocações sacerdotais” e “a ser mais generoso em levar aqueles que mostram vocação missionária a optarem pela Amazônia“. Na Tríplice Fronteira Brasil-Peru-Colômbia, os Missionários de Guadalupe trabalharão na Diocese de Alto Solimões, na cidade de Tabatinga, nos bairros da periferia Umariaçu I e II (Ticuna) e na área de Ifam-Kokama. Também o farão no lado peruano, no Vicariato de San José del Amazonas, onde assumirão a paróquia de Caballo Cocha e a Comunidade de Pebas, este último lugar, onde também colocarão o ano de formação pastoral e espiritual dos seua seminaristas (CESPA). Os Missionários de Guadalupe pretendem “retomar nosso carisma missionário de acordo com a realidade atual; responder ao chamado da Missão inspirada na Querida Amazônia: estar presentes e a serviço de nossos irmãos e irmãs dos povos originários, das comunidades ribeirinhas e das periferias; seguir uma rota amazônica de Pucallpa (Ucayali) ao Amazonas (Manaos), passando por pontos estratégicos, Solimões, Javari, etc.”. Em relação ao Povo Ticuna, pretende unir o esforço que está sendo realizado para relacionar, comunicar e integrar a atividade evangelizadora entre os Ticuna que vivem na Colômbia, no Brasil e no Peru. Para realizar esta missão, os Missionários de Guadalupe estão criando equipes missionárias formadas por missionários leigos, seminaristas, diáconos, sacerdotes diocesanos associados aos Missionários de Guadalupe e os sacerdotes Missionários de Guadalupe, em colaboração com os bispos das Igrejas particulares, onde realizarão sua missão, acompanhando e realizando os Planos Pastorais das dioceses e vicariatos. Segundo o padre Eugenio Romo, a nova missão visa realizar algo que o cardeal Pedro Barreto, presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), lhe indicou, o que o fez ver que “era necessário ir além das fronteiras geográficas e políticas para olhar a Amazônia como uma realidade territorial onde vivem grupos étnicos e precisam ser acompanhados pastoral e espiritualmente em seu caminho”. O Padre Geral afirma que “os Missionários de Guadalupe decidiram romper com esta realidade geográfica e política para ver e ir em direção a estes grupos étnicos“. Por isso decidimos concentrar nossa presença missionária no Vicariato Apostólico de Pucallpa, no Vicariato Apostólico de São José do Amazonas, na Diocese de Alto Solimões e na Arquidiocese de Manaus”, insistindo em sua decisão de acompanhar o que os bispos pedirem. Os Missionários de Guadalupe pretendem acompanhar as comunidades indígenas, algo que já fazem com diferentes povos, e que é visto por seu General como “um passo muito importante que os Missionários de Guadalupe estão dando ao considerar a Amazônia como uma missão ad gentes”, algo pelo qual eles se confiam à Virgem de Guadalupe. Uma missão que eles querem realizar junto com os leigos, “entendendo a vocação dos leigos não como alguém que vem nos ajudar como sacerdotes, mas como alguém que tem sua própria vocação para pregar Cristo“, afirma o Padre Romo, que insiste que “sacerdotes e leigos se complementam e nós podemos responder às necessidades destas comunidades”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Taracuá, na Diocese de São Gabriel da Cachoeira, acolhe voluntarias da REIBA

A comunidade indígena de Taracuá, no Rio Uaupés, na Região conhecida como Triângulo Tucano, recebeu nesta quinta-feira 3 de março as duas missionárias enviadas pela Rede de Educação Intercultural Bilíngue Amazônica (REIBA). A REIBA, que faz parte da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) está realizando o processo de articulação e fortalecimento das propostas educativas em perspectiva intercultural bilíngue nos países da Pan-Amazônia,e conta com o apoio da Confederação de Religiosos de Latino-américa e Caribe (CLAR), da Confederação dos Religiosos do Brasil (CRB), e da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Fundada em 2020, a REIBA quer responder aos desafios do Sínodo para a Amazônia, recolhidos no Documento Final e na Querida Amazônia, buscando novos caminhos para uma educação que responda às necessidades das comunidades, respeitando e integrando a identidade cultural e linguística. O programa conta com educadores voluntários, que acompanham a dinâmica educativa local, aprendendo com os professores das comunidades para ensinar melhor, conhecendo a cultura, a língua, o modo de ser das comunidades. A Irmã Tatiana Barbosa, chegada da Bahia, e Luciana Maran Ferreira, chegada de Belo Horizonte, são as voluntárias que vão permanecer na comunidade de Taracuá por dois anos. Elas foram acompanhadas na sua viagem desde São Gabriel da Cachoeira por Dom Edson Damian, que presidiu a Eucaristia onde as voluntárias foram apresentadas pelo bispo diocesano e acolhidas com grande alegria pela comunidade. Segundo a Ir. Mariluce Mesquita, “a chegada das missionárias significa a concretização do resultado do Sinodo da Amazônia”. A religiosa salesiana, que foi uma das representantes dos povos indígenas na Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia, e é professora na escola indígena da comunidade, afirmou que “são voluntarias da REIBA que vão colaborar na escola indígena bilíngue intercultural em Taracuá, principalmente vão ajudar aos professores de Língua Tukano que é língua materna nas séries iniciais da alfabetização”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Destacada presença de profissionais da educação no lançamento da CF na Diocese de Coari

Com uma Celebração Eucarística na catedral de Sant’Ana presidida pelo bispo diocesano, Dom Marcos Piatek, a Diocese de Coari lançou na Quarta-feira de Cinzas a Campanha da Fraternidade 2022, que tem como tema “Fraternidade e Educação”, e como lema “Fala com Sabedoria, ensina com amor”. Na celebração, segundo o bispo local, foram convidados os gestores e gestoras das 35 escolas municipais e estaduais, juntamente com as instituições do ensino particular. Dom Marcos Piatek mostrou sua satisfação diante da grande presença de profissionais da área da educação na celebração. Segundo o bispo da Diocese de Coari, essa presença mostra “o grande interesse pelo tema da Campanha da Fraternidade deste ano”. Na sua homilia, o bispo apresentou o significado da Quaresma, sua espiritualidade e compromissos, e junto com isso refletiu brevemente sobre o conteúdo do Texto Base da Campanha da Fraternidade 2022. Seguindo o pedido do Papa Francisco, que convocou a Jornada Mundial de Oração e Jejum pela Paz na Ucrânia, Dom Marcos Piatek convidou todos para orar pela paz no mundo, especialmente pelo fim do conflito no país do Leste da Europa. Na hora da imposição das cinzas, querendo valorizar os profissionais da educação, a primeira pessoa que recebeu as cinzas das mãos de Dom Marcos foi a gestora de uma das escolas, que depois impus as cinzas na fronte do bispo. No final da celebração o bispo da Diocese de Coari agradeceu a presença dos professores e servidores da área da educação e mostrou o desejo de “colaborarmos juntos pela educação integral das pessoas no mundo atual”. Para ajudar a trabalhar a Campanha da Fraternidade na cidade de Coari, todos os gestores e gestoras receberam o Texto Base da Campanha da Fraternidade e o Cartaz. Junto com Dom Marcos Piatek, participaram da celebração de abertura da Quaresma e da Campanha da Fraternidade, os padres que trabalham na cidade de Coari, a Vida Religiosa, os seminaristas e numerosos fieis. Finalmente, o bispo diocesano pediu “para que esta Quaresma seja copiosamente abençoada por Deus e para que saibamos ‘falar com sabedoria e ensinar com amor’”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A necessidade e a urgência de não nos cansarmos de fazer o bem

A Carta aos Gálatas nos diz: “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos”. Esse texto tem inspirado o Papa Francisco em sua mensagem para a Quaresma de 2022. Quem participou da celebração das Cinzas escutou: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. É um chamado pessoal, mas também comunitário. Somos chamados a mudar de vida, mas também de horizonte social, uma necessidade mais do que urgente em um mundo enfrentado pelas guerras, fruto do ódio cada vez mais presente na vida da humanidade.  O texto da Carta aos Gálatas nos fala de colheita, algo que é consequência da semeadura. Mas o que a gente está semeando, será que temos semeado o bem? Quais atitudes se fazem presentes na nossa vida? Em que valores educamos as futuras gerações? O Papa Francisco nos faz ver que “muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir”. Daí o chamado da Quaresma “à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo”, afirma o Papa. Muitas vezes nós reclamamos do que vemos em volta, mas esquecemos que isso é consequência do plantio em tempos passados. Pouco temos nos preocupado de semear o bem para os outros, nos deixando prender pelas “lógicas mesquinhas do lucro pessoal”, deixando de lado toda atitude de gratuidade, segundo nos diz a mensagem pontifícia.   A pandemia nos lembrou que estamos todos no mesmo barco, que ninguém se salva sozinho, algo que muitos não querem entender. Por isso somos desafiados a cada dia a não nos cansarmos de extirpar o mal da nossa vida, e assumir a necessidade de não nos cansarmos de fazer o bem, de praticar a caridade, de cuidar de quem está próximo de nós, especialmente de quem está ferido “para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão”, insiste o Papa Francisco. Essa mudança pessoal e comunitária deve ser constante, aos poucos, juntos, porque juntos somos mais e chegamos mais longe. Porque no cuidado mutuo encontramos os melhores caminhos para alcançar os frutos. Porque o amor fraterno é sinal de alegria e presença na vida da gente de um Deus que sempre ama, que sempre se doa, que nunca cansa de fazer o bem. E a gente, será que vai cansar? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Caritas Alto Solimões e Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Tríplice Fronteira planejam ações para 2022

A Diocese do Alto Solimões realizou de 26 a 28 de fevereiro a Assembleia da Caritas Diocesana, que teve como tema: “Economia de Francisco e Clara” e como lema: “O trabalho dignifica”. Segundo Marcia Maria de Souza Miranda, articuladora da Caritas Regional Norte 1, “foram três dias de reencontro, aprendizado e planejamento das ações para 2022”, contando com a assessoria da Ir. Michele Silva. Segundo a articuladora da Caritas Regional Norte 1, “a Caritas diocesana pretende aprofundar o conhecimento na área de ação da economia solidária, através do fortalecimento dos grupos e investindo na promoção humana”. Após a reflexão ao longo da Assembleia, onde fizeram-se presentes 50 agentes Caritas, entre padres, leigos, religiosos e religiosas, representantes das oito paroquias da diocese, surgiram propostas de planejamento, que devem repercutir no trabalho que é realizado nas bases. Em continuidade com a Assembleia da Caritas, no dia 1º de março, a Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira se reuniu em uma roda de conversa. Participaram 35 pessoas dos três países: Colômbia, Peru e Brasil, e teve também como assessora a Ir. Michele Silva da Rede um Grito pela Vida, contando com a presença de Marcia Maria de Souza Miranda, que é membro do Conselho Estadual de Proteção a Crianças e Adolescentes. Foi ocasião de diálogo e de rearticulação da Rede na Fronteira, depois de dois anos de pandemia. Segundo Verónica Rubi, foi “um momento para partilhar a realidade e situações que fazem parte da vida do povo, situações de tráfico de Pessoas, de violência, de desaparecimento de pessoas, de morte”. A articuladora da Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira, afirmou que “partindo do diálogo buscamos formas de enfrentar aquilo que está acontecendo, em base da prevenção e da visibilidade do tráfico de Pessoas”. O retorno das aulas presenciais é uma oportunidade para retomar o trabalho de prevenção nas escolas, segundo Verônica, que diz estar planejando um seminário de formação para final de julho, onde quer se dar a conhecer o trabalho da rede e avançar na parceria com instituições da Tríplice Fronteira. Verónica Rubi destaca que no encontro participaram pessoas da Paróquia Santos Anjos de Tabatinga, que estão se somando ao trabalho da Rede, da qual fazem parte missionários e missionárias leigos, padres, religiosos e religiosas, sensíveis com esta causa e dispostos a fortalecer esta rede de vida. Também se fez presente Dom Adolfo Zon, bispo da Diocese de Alto Solimões. Em resumo, a articuladora da Rede de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas da Tríplice Fronteira insiste em que foi um espaço para “retomar o contato, reconhecer novos rostos que querem se unir nesta rede e planificar os passos nos próximos meses, sobretudo naquilo que faz referência à prevenção”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo na abertura da CF: “Uma educação que nos leva a sermos mais pessoas, mais humanos”

  Promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil à luz da fé cristã, buscando caminhos de humanismo integral e solidário. Esse é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2022, que como aconteceu em muitas cidades do Brasil, tem realizado sua abertura na Arquidiocese de Manaus, em uma celebração presidida por Dom Leonardo Stenier, e que contou com a presença dos bispos auxiliares, Dom José Albuquerque e Dom Tadeu Canavarros, assim como representantes do clero, da Vida Religiosa e das pastorais e movimentos da Arquidiocese. A celebração aconteceu no Instituto de Educação do Amazonas, instituição de ensino que acompanha a vida da capital do Amazonas há 130 anos, onde foi colocado o papel da educação como “serviço indispensável à vida”. Dom Leonardo iniciou suas palavras lembrando o convite do Papa Francisco ao jejum e a oração nesta Quarta-feira de Cinzas, pedindo pela Paz na Ucrânia, insistindo na importância de educar para a Paz. A celebração foi momento para denunciar tudo aquilo que está dificultando a educação no Brasil, chamando os presentes a refletir e pedir perdão pela indiferença diante disso. Dom Leonardo chamou a assumir o espírito da Quaresma, “caminharmos com Jesus que sofrem Jesus das dores, Jesus Crucificado”, insistindo em que todo caminho conduz à Ressurreição, à vida nova em Jesus. O arcebispo definiu a Quaresma como tempo de transformação, de conversão, de jejum, de esmola, de oração, como um tempo para refletir sobre a educação, que “é tão importante na nossa vida”, como algo que “vai nos introduzindo na vida”, que nos ajuda a ir descobrindo “valores que dão direção à nossa vida”, a ir percebendo “quais são dimensões maiores e necessárias para podermos viver e viver com dignidade, justiça, amor e paz”. Dom Leonardo também fez referência à educação na fé, a despertar para relações profundas, necessárias, relações realizadoras. O arcebispo destacou que “toda educação deseja ser o caminho da dignificação, da transformação, o caminho da fraternidade, do amor, da justiça e da paz”. Por isso, chamou as comunidades e as escolas a refletir a Campanha da Fraternidade, a gerar espaços para “uma educação humana, não apenas informativa, mas transformativa, uma educação que nos leva a sermos mais pessoas, mais humanos”. Ele chamou a refletir sobre o descuido que hoje acontece com a educação, especialmente a educação pública. Às escolas católicas, o arcebispo as chamou a promover uma educação não apenas na fé, mas na cidadania. Finalmente, Dom Leonardo lembrou da Mensagem do Papa Francisco com motivo da Campanha da Fraternidade, onde ele lembrou da importância da educação. Uma oportunidade para descobrir a educação como instrumento de elevação da pessoa, a pessoa que se sente de novo dignificada, inserida e não condenada à morte, segundo o arcebispo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Papa Francisco chama os brasileiros a “uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral”

O Papa Francisco enviou nesta Quarta-feira de Cinzas uma mensagem à Igreja do Brasil refletindo sobre a importância da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema: “Fraternidade e Educação”. Na mensagem, o Santo Padre convida a refletir a relação entre Fraternidade e Educação, que ele considera “fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a ‘cultura do descarte’ – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação”. O Santo Padre adverte sobre a “urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral”. O Papa Francisco lembra suas palavras no convite para um Pacto Educativo Global, onde diz que “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”. Em suas palavras, o Papa chama a “reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo”, algo que deve ir unido com a “responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola”. Nesse sentido, ele insiste em que: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal”. Que a educação “torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas”, é o desejo do Papa Francisco para a Igreja do Brasil nesta Quaresma, “tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas”. Também insiste na verdadeira conversão que deve nascer da reflexão proposta pela Igreja do Brasil para esta Quaresma, e ao mesmo tempo, “que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade”. Finalmente, confia a Campanha da Fraternidade aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, dando a Bênção Apostólica “a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna”, encerrando sua mensagem com seu já conhecido pedido que “continuem a rezar por mim”. Texto íntegro da Mensagem: Queridos irmãos e irmãs do Brasil!   Ao iniciarmos a caminhada quaresmal de conversão rumo à celebração do Mistério Pascal de Cristo, nos dispomos a ouvir o chamado de Deus que deseja conduzir-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, ao encontro pessoal e renovador com o Ressuscitado, em quem temos a verdadeira vida e do qual devemos ser fiéis testemunhas. Para auxiliar os fiéis nesse percurso de encontro, a Igreja no Brasil propõe à reflexão de todos, na Campanha da Fraternidade deste ano, o importante tema da relação entre “Fraternidade e Educação”, fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a “cultura do descarte” – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação. Efetivamente, ao olhar para a sociedade hodierna, percebe-se de maneira muito clara a urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral, como recordado no convite para um Pacto Educativo Global: “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna” (Mensagem, 12/09/19). Ao mesmo tempo que se reconhece e valoriza a responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola, deve-se igualmente reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal” (Discurso, 5/10/21). Desejo de todo o coração que a escolha do tema “Fraternidade e Educação” torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas, a fim de que, tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas. Desejo igualmente, queridos irmãos e irmãs, que o itinerário quaresmal, iluminado pela reflexão proposta, seja ocasião de verdadeira conversão e que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade. Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim. Roma, São João de Latrão, 10 de janeiro de 2022. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1