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70 anos de Arquidiocese em Manaus: “motivo de louvor e ação de graças”, segundo Dom Leonardo

No dia 27 de abril de 1892 o Papa Leão XIII erigiu a Diocese do Amazonas. Desmembrada do território da então Diocese de Belém do Pará. Em 16 de fevereiro de 1952, o Papa Pio XII elevou-a a Arquidiocese, passando a ser denominada Arquidiocese de Manaus. Neste domingo, 20 de fevereiro de 2022, na Eucaristia celebrada na Catedral Metropolitana, presidida por Dom Leonardo Steiner, 7º arcebispo de Manaus, foi comemorado o 70 aniversário da Arquidiocese. No início da celebração foi acolhido o brasão da Arquidiocese de Manaus, “um momento solene onde nós agradecemos a Deus por esta Igreja de Manaus, cuja vida é missão”, segundo lembrou o padre Hudson Ribeiro, pároco da Catedral Imaculada Conceição de Manaus. Dom Leonardo iniciou a celebração afirmando que “agradecemos a Deus, rendemos graças, pelos 70 anos da nossa Arquidiocese”. O arcebispo de lembrou “quantos homens e mulheres, quantos filhos e filhas de Deus construíram a nossa Arquidiocese, quantas pessoas nestes 70 anos se santificaram na nossa Arquidiocese, quantos missionários e missionárias nestes 70 anos para que a nossa Igreja fosse uma Igreja em missão, em saída, quantas pessoas que ajudaram a fundar e animar as nossas comunidades”. “Queremos louvar e bendizer a Deus por tudo o que foi possível realizar para que nossa Arquidiocese pudesse se tornar sinal do Reino de Deus”, insistiu o arcebispo. Olhando ao futuro, Dom Leonardo pediu também “a graça de continuarmos sempre o nosso caminho, continuarmos o caminho como Arquidiocese para que Deus seja sempre louvado e bendito, e seja visibilizado o Reino de Deus”. Na homilia, Dom Leonardo insistiu em que “ao celebrarmos 70 anos de Arquidiocese, quantas pessoas participando intensamente da vida do Evangelho, tentando ser presença de Jesus, foram transbordantes”. O arcebispo disse que “se formos olhar a vidas das nossas comunidades, a vida da nossa Igreja, veremos quantos padres generosamente foram transbordantes, quantas religiosas, religiosos, foram transbordantes, quantas pessoas das nossas comunidades, ministros da Palavra, ministros da Eucaristia, lideranças, pessoas das nossas pastorais foram transbordantes”. Diante disso, o arcebispo se perguntou: “Não é motivo de louvor e ação de graças? Não é momento de agradecer e pedir que sejamos perseverantes no transbordar, que sejamos transbordantes no amar, que continuemos a testemunhar a Jesus e o seu Reino?”. Ele prosseguiu no seu questionamento dizendo: “quantas pessoas profundamente inseridas na sociedade, nos meios de comunicação, na política, foram testemunhas do Evangelho?”, insistindo que “hoje temos medo da política, caluniamos a política”. Por isso, o arcebispo fez um chamado a vê-la como “lugar do nosso testemunho para o bem comum, como lugar da caridade”, lembrando as palavras de São Paulo VI. Isso é algo “tão difícil de compreender nu momento político que nós vivemos”. Por isso, fez um chamado a que “continuemos a gostar da nossa Igreja, a participar ativamente da nossa Igreja, participarmos das nossas pastorais, participarmos de todos os momentos celebrativos quando possível, e assim sermos a presença do transbordamento de Deus”. Finalmente, o arcebispo afirmou que “a nossa Assembleia Sinodal Arquidiocesana há de nos ajudar a sermos uma presença ainda mais missionária, consoladora, transbordante”. Os 70 anos de caminhada, que o Dom Leonardo Steiner definiu como extraordinária, o levou a lembrar novamente de “quantas pessoas em nossas comunidades dando vida às vidas, quantos irmãos e irmãs procurando viver o Evangelho de Jesus, quantas lideranças nossas construindo comunidades, quanta entrega, quanta doação, quanto cuidado. Mas apesar dos 70, quanto caminho a ser feito na sociedade em que nós vivemos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Edinei Lima de Souza é ordenado presbítero na Diocese de Coari

Na noite deste sábado, 19 de fevereiro, a Diocese de Coari ganho mais um padre. Em uma celebração presidida por Dom Marcos Piatek, realizada na cidade de Anori, o diácono Edinei Lima de Souza foi ordenado presbítero, contando com a presença do bispo emérito Dom Gutemberg Freire, e de um bom número de padres da Diocese de Coari e de outras dioceses. Na homilia, Dom Marcos começou agradecendo os presentes numa noite que o bispo diocesano definiu como especial. Ele destacou a importância do Simpósio Sacerdotal realizado de 17 a 19 de fevereiro no Vaticano, promovido pela Congregação para os Bispos para discutir pontos importantes da vocação e missão do sacerdote. Dom Piatek lembrou a presença do Papa Francisco na abertura do encontro, onde o Pontífice através de 25 pontos fez um convite a eles para que se abram à cultura da proximidade. O bispo diocesano de Coari insistiu em três marcas características de um presbítero. A primeira ser rei, “a pessoa que governa, a pessoa que administra, a pessoa que faz o discernimento, que guia”, insistindo, seguindo as palavras do Evangelho, na necessidade de amar e de dar a vida, de entender o ser presbítero como ser homens da fraternidade, da sinodalidade, deixando de lado o individualismo e o subjetivismo. Em segundo lugar ser sacerdote, entrar no caminho da santidade desde o seguimento de Jesus. O bispo insistiu na “primazia de Deus em nossa vida presbiteral”. Em terceiro lugar falo da profecia na vida do presbítero, que deve ser vivida na evangelização, no anúncio. Lembrava nesse ponto as palavras do profeta Isaias que falam do envio e as condições desse envio para evangelizar. Finalmente, Dom Marcos Piatek agradecia a família do novo presbítero, por oferecer “seu filho a Deus e à Igreja de Coari”. Nesse momento, o bispo invitou ao diácono Edinei a ter Maria como companheira no seguimento de Jesus. No final da celebração, o novo presbítero após agradecer aos presentes na celebração e aqueles que o acompanhavam pelas redes sociais, agradecia pelo chamado de Deus e pela sua história vocacional vivida nos últimos anos em diferentes lugares e junto com muitas pessoas. O padre Edinei agradeceu a sua família, ao bispo diocesano, ao clero da Diocese de Coari e ao Seminário São José de Manaus, representado pelo seu reitor, o padre Zenildo Lima, onde se formou ao longo de 7 anos, dentro outras pessoas e instituições que foi citando nas suas palavras.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dois seminaristas da Diocese de Coari recebem leitorado

Em uma celebração presidida pelo bispo diocesano de Coari, Dom Marcos Piatek, os seminaristas do terceiro ano de Teologia Leonardo Rufino e William Aragão receberam o ministério do leitorado. A celebração aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2022, na paroquia Imaculada Conceição de Maria, de Anori, e contou com a participação de vários padres, religiosas, seminaristas e o Povo de Deus da Diocese de Coari. Também se fez presente o padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dentre eles os seminaristas da Diocese de Coari. Segundo o bispo diocesano, “os novos leitores são chamados a proclamar e testemunhar a Palavra cumprindo a tarefa deixada pelo próprio Jesus: Ide pelo mundo inteiro e pregai a Boa Nova a toda a criatura! Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Curso de Realidade Amazônica: 39 missionários buscando colocar o pé no chão da Amazônia

Conhecer a realidade é um requisito para a missão, algo que a Igreja do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem fazendo com o Curso de Realidade Amazônica desde 1991. Mais uma vez, o Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES), em parceria com o Regional Norte 1 da CNBB, a Comissão Episcopal para a Amazônia e em comunhão com a REPAM, depois de um ano sem curso como consequência da pandemia da Covid-19, tem juntado 39 missionários e missionárias, presbíteros, religiosas e religiosos e laicas, chegados da Europa, Ásia, África, América e também de outras regiões do Brasil, para participar do curso, que iniciou no dia 9 de fevereiro e será encerrado no dia 26. Eles estão fazendo realidade aquilo que os bispos da Amazônia brasileira, reunidos em Manaus em outubro de 2013, colocaram como compromisso: “investir na formação de presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os leigos e as leigas, evitando centralismo, clericalização e autoritarismo”. O curso pretende “oferecer aos agentes de evangelização engajados nas diversas frentes de trabalho pastoral, um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja”. Os participantes são convidados a “uma imersão no território, na história e temáticas contemporâneas da realidade amazônica, refletindo sobre as questões pastorais emergentes para compreender a missão da Igreja como ‘amazonizar’ a teologia e as práticas missionárias, a partir de uma metodologia sinodal, decolonial e intercultural”. Ao longo do curso são abordadas questões de antropologia, história, realidade, Bíblia e Teologia, Igreja e Pastoral. O curso tem momentos de aulas teóricas e vivências nas comunidades ribeirinhas e da periferia de Manaus. Mariana Salbeli é da Argentina e pertence à comunidade missionária Cristo Ressuscitado. Consagrada há 30 anos, ela veio com outra irmã e uma jovem voluntária para trabalhar em Tonantins, Diocese de Alto Solimões, sendo a primeira experiência de sua comunidade na Amazônia. É uma experiência intercongregacional junto com as irmãs de Santa Catarina. A chegada delas é “uma resposta ao Papa Francisco em seu chamado para se amazonizar, vamos fazer um discernimento do lugar para ver o que podemos fazer como comunidade”. Ela diz ter vindo para “conhecer e aprender com a sabedoria destes povos, com o caminho da Igreja aqui“, do qual ela destaca o cuidado da casa comum, “algo que hoje é uma questão para o mundo inteiro”, de acordo com a consagrada. Ela insiste que “os povos indígenas têm a sabedoria de ter vivido juntos na Amazônia e de ter cuidado e ter essa sabedoria de viver em união, todos interligados, o que o resto de nós não temos”. Da Igreja na Amazônia, ela diz conhecer o grau de comprometimento dos leigos, uma expressão da sinodalidade, que segundo ela “já é vivida há algum tempo, nas comunidades, com os catequistas, onde não há clero. É toda uma experiência eclesial que fala ao resto da Igreja“. Seguindo os sonhos da Querida Amazônia, uma reflexão presente no curso, ela afirma que “os 4 sonhos são bons para mim”, mas fala da citação que diz que os povos da Amazônia “são os primeiros interlocutores, com quem temos que aprender, e onde nossos projetos, nossos pensamentos, colocá-los, abri-los, para ver se eles respondem às suas necessidades“. Por esta razão, ela conclui dizendo que “meu sonho é poder ouvir as necessidades, os sonhos que existem aqui, as alegrias, as tristezas, e dar minha vida para construir esses sonhos”. Também na diocese de Alto Solimões, Mayra Gutiérrez, uma jovem mexicana de 25 anos, missionária leiga marista, com um compromisso de dois anos, que vive em Tabatinga com dois irmãos maristas, vai trabalhar. Ela diz que seus sonhos e ter claro que as coisas podem ser diferentes levaram-na a deixar tudo em sua Guadalajara nativa para viver na Amazônia. Ela reconhece que “é uma decisão difícil deixar a família, deixar o que se construiu, mas eu tenho uma convicção muito forte de que as coisas na sociedade, neste mundo, podem ser diferentes”. É por isso que ela diz ter vindo para a Amazônia, pensando na preservação ecológica e também em toda a sabedoria dos povos indígenas, que por mais de 500 anos foram desacreditados, historicamente foram vítimas de exclusão e discriminação, e devemos a eles a recuperação desses espaços para eles”. Daí a importância das “pequenas coisas que estamos fazendo, que não são apenas para mim, mas para todos“. Na Igreja da Amazônia ela espera encontrar novos caminhos, novas perspectivas, diferentes realidades de viver e ser Igreja, especialmente levando em conta a voz das mulheres, das crianças e dos jovens”. Padre Jaime Alfonso Quintero, Missionário de Yarumal, está na selva colombiana há 29 anos, dois deles na Venezuela. Há três meses ele chegou à Diocese de São Gabriel da Cachoeira, pensando no trabalho pastoral na fronteira, em uma região onde o Brasil, a Colômbia e a Venezuela se encontram, embora atualmente ele acompanhe os migrantes venezuelanos. O religioso entende a pastoral da fronteira, algo que surgiu fortemente durante o Sínodo para a Amazônia, como “um ir e vir, acompanhando e formando, formando catequistas, formando líderes, porque não há ninguém naquela fronteira”. É uma região onde ele vê a necessidade de formar equipes, embora também existem dificuldades econômicas para sustentar essas equipes. Em sua missão em Mitú (Colômbia) ele tinha uma estação de rádio, algo que o ajudava a enviar “um pequeno comprimido todos os dias” para aqueles que viviam no meio da selva. Padre Quintero considera o rádio como “a maneira mais fácil para a mensagem chegar àqueles que estão no meio da selva na Amazônia, um lugar de longas distâncias, chegando aos analfabetos, aqueles que estão trabalhando, aqueles que estão viajando”. É por isso…
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Rede Clamor aprova o Documento de Identidade e os Estatutos “para prestar um melhor serviço aos migrantes”

  A Rede Clamor encerrou sua Assembleia, realizada em Bogotá de 15 a 17 de fevereiro, em clima de alegria, conforme expresso por seu presidente, Dom Gustavo Rodríguez Vega. Uma das razões é que “nosso documento de identidade foi aprovado, nossos estatutos e fizemos a eleição dos vários cargos da Rede Clamor”, destacando a reeleição de Elvy Monzant como secretário executivo para os próximos 4 anos. Esta rede existe oficialmente desde 2017, “mas agora tivemos a oportunidade de repensar-nos como rede e assim fazer este documento de identidade e estatutos“, de acordo com seu presidente. O arcebispo mexicano insistiu que “isto nos fortalece como uma rede para prestar um melhor serviço a nossos irmãos migrantes, refugiados e vítimas de tráfico humano”. Uma das representantes do Brasil na Assembleia foi a irmã Rose Bertoldo, coordenadora da Rede Um Grito pela Vida no Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A religiosa do Imaculado Coração de Maria foi eleita coordenadora da Comissão de Articulação e Serviços para os próximos 4 anos. A sinodalidade marca a vida da Igreja neste momento, uma reflexão que tem estado presente na Assembleia da Rede Clamor. Neste contexto, o padre Fabio Baggio levou os participantes a se perguntarem como passar de uma pastoral de assistência para uma pastoral que procura compartilhar oportunidades. Tudo isso em uma época de mudanças que exige uma visão proativa e não reativa da Igreja. De acordo com o subsecretário da Seção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, devemos procurar ser fermento no mundo, vendo a sinodalidade como um processo comprometido com a transformação. A partir daí ele refletiu sobre o que é o Sínodo, que ele definiu como um momento eclesial, como caminhar juntos na mesma direção, rumo à unidade, uma necessidade diante das ameaças de divisão, que aumentaram com a pandemia.  Padre Baggio refletiu sobre as três palavras-chave do Sínodo: comunhão, participação e missão. O religioso scalabriniano vê o Sínodo como uma oportunidade para uma conversão pastoral em chave missionária e ecumênica, chamando a entender que não se trata de fazer outra Igreja, mas uma Igreja diferente. Neste sentido, ele alertou sobre três riscos: o formalismo, que reduz o Sínodo a um acontecimento, o intelectualismo, que separa a reflexão da realidade, e o imobilismo, que permanece no “sempre foi assim”, um veneno na vida da Igreja. É necessário, portanto, aprender a sonhar juntos, insistiu ele. Esta dimensão de sinodalidade também foi abordada por Maurício López, que partiu da experiência da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, perguntando: “Como fomos transformados pela experiência concreta que vivemos no processo de escuta em preparação à Assembleia Eclesial? O que a experiência da Assembleia Eclesial produziu em nós? Como vamos responder às interpelações do Espírito? O coordenador do Centro de Redes e Ação Pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), insistiu na necessidade de uma escuta recíproca para que ela seja verdadeira. Partindo da ideia de conversão pastoral, nascida em Aparecida, Maurício questionou como o que ouvimos nos transforma, convidando a Rede Clamor a continuar sendo, e a ser ainda mais, uma presença de escuta e diálogo, para contribuir com os processos de formação e incidência. Em seu discurso, ele insistiu que os migrantes devem ser acolhidos, protegidos, integrados, vistos como uma oportunidade e não como uma ameaça, algo que pode ser visto na crescente falta de hospitalidade. Ele enfatizou a necessidade de responder à dor e ao sofrimento dos migrantes e das vítimas do tráfico de pessoas. Analisando a Assembleia Eclesial, ele a vê como um evento único, ainda mais porque ocorreu em meio a uma pandemia, uma oportunidade de avançar como Igreja na América Latina e no Caribe, destacando a grande participação no processo de escuta e em uma assembleia presencial e virtual, que mostrou testemunhos que tornaram visíveis as muitas realidades diferentes do continente. Uma assembleia que desafia os batizados a passar do “eu” para o “você”, a superar o clericalismo, a ser uma Igreja inclusiva, que apresentou 12 urgências e 41 desafios, que “são essenciais para nossa Igreja”, e também para a Rede Clamor. Alguns migrantes participaram da Assembleia da Rede Clamor, como Jaqueline González, que pode ser considerada uma migrante por partida dupla. Nascida no departamento colombiano de La Guajira, ela emigrou para a Venezuela aos 15 anos de idade, de onde retornou ao seu país depois de trinta e poucos anos. No entanto, ela se sente como uma migrante em sua própria terra, por causa de seu sotaque, sua dificuldade de adaptação ao seu país, problemas de moradia e trabalho. Na verdade, ela é formada em enfermagem e não conseguiu um emprego porque não tem dinheiro para reconhecer seu diploma. Ela define sua participação na Assembleia como “uma prancha para aqueles que estão naufragados, como uma luz na escuridão, saber que a Igreja Católica, juntamente com outras instituições, está cuidando de seu bem-estar e para que todos os países possam aceitar e oferecer-lhes a dignidade que todo ser humano deve ter como um filho de Deus“. Ela insiste na necessidade de aceitar os migrantes, “que não importa de que país eles venham, o que eles devem ter em mente é que nós também somos seres humanos e também estamos passando por algum tipo de trauma, dor ou tragédia para deixar tudo para trás e nos jogarmos num abismo sem saber o que vai acontecer com nossas vidas”. Dom Jorge Eduardo Lozano, enviou saudações à Assembleia da Rede Clamor. Depois de definir o tráfico como “uma realidade criminosa que nos envergonha como seres humanos“, e “um drama muito sério que nos mostra a baixeza em que conseguimos cair”, ele contou situações presentes na vida das vítimas, enganadas, sequestradas, forçadas a vícios, prostituídas, entre outras situações que provocam traumas dos quais é difícil escapar para aqueles que são libertados das redes de tráfico. Estes não são crimes casuais ou isolados, mas “o resultado da operação de estruturas pecaminosas que se consolidam através de organizações criminosas cujo objetivo é explorar outros irmãos…
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Estar no meio do povo, requisito necessário para ser Igreja que evangeliza

No último sábado 12 de fevereiro, Querida Amazônia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia completou dois anos, uma boa oportunidade para refletir sobre os desafios que esse momento histórico na vida da Igreja da Amazônia, mas também na vida da Igreja universal, nos deixou. O texto do Papa Francisco tem ajudado a ir marcando o caminho a seguir, uma Igreja que escuta, que se faz presente no meio do povo, que abre espaços para que o povo possa dizer como deveríamos caminhar como Igreja católica e os passos a serem dados nos diferentes âmbitos que fazem parte da vida da nossa Igreja. Querida Amazônia nos invita a sonhar, a olhar em frente, a entrar em um caminho de conversão que faça possível responder aos anseios do povo, especialmente daqueles que surcam os rios da Amazônia, que se aglomeram nas periferias de cidades onde os direitos dos mais pobres não são respeitados, que lutam por direitos que a Constituição garante para os povos indígenas e comunidades tradicionais, que são deixados de lado pela sociedade, e muitas vezes, infelizmente, também pela Igreja. É por isso que estarmos presente como Igreja nas comunidades da periferia, nas comunidades indígenas, nas comunidades ribeirinhas, deve ser um esforço cada vez maior, uma reflexão que Dom Leonardo Steiner fazia recentemente. Segundo o arcebispo de Manaus, “as comunidades deveriam perceber que pertencem à Igreja, à Arquidiocese. Um elemento importante é que elas sintam que a Arquidiocese está com elas; elas são Igreja, Arquidiocese, e não tenham a percepção de que foram abandonadas. Estar com elas! ajudar e apoiar na criação e organização de novas comunidades. Elas percebam a solidariedade entre todas as comunidades”. Os questionamentos de Dom Leonardo devem nos levar a olhar a realidade de um modo diferente, a nos fazermos presentes na atenção e no diálogo, mas também a descobrir as riquezas que encerram, levando em consideração tudo o que faz parte da sua vida, descobrindo que “tudo deveria ser transformado pela força do Evangelho”, segundo nos lembra o arcebispo de Manaus. A presença nas comunidades, mesmo limitada, é sempre motivo de felicidade para um povo que acolhe de coração e sente-se contemplado com essas visitas que alegram a caminhada das comunidades. Mesmo diante das dificuldades motivadas pelas distâncias, o custo e uma agenda cheia de compromissos, essa presença, esse estar no meio do povo, se faz requisito necessário para ser Igreja que evangeliza. Sonhar nos leva a encontrar forças para descobrir caminhos que nos ajudam a superar dificuldades, a deixar para trás obstáculos que pareciam insuperáveis. Sonhemos com uma Igreja mais presente, mais companheira de caminho, mais preocupada em construir juntos, mesmo que devagar, aquilo que pode ajudar a fazer carne o Evangelho da Vida. Ver o sorriso com que aqueles que sempre ficaram do lado de fora da história recebem a gente é algo que faz esquecer as dificuldades que a gente enfrenta para chegar até lá. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

3 vocacionados acolhidos no Centro Vocacional São João Maria Vianney da Diocese de Alto Solimões

Na manhã de 13 de fevereiro de 2022, na Missa Dominical das 07 horas, a Igreja Matriz da paróquia São Paulo Apóstolo, na cidade de São Paulo de Olivença, Diocese de Alto Solimões, acolheu a apresentação dos vocacionados que iniciarão a experiência vocacional neste 2022 no Centro Vocacional Diocesano São João Maria Vianney. Os jovens que irão participar dessa experiência são: Alciney Benedito, natural da comunidade de Vendaval, Paróquia Indígena São Francisco de Assis de Belém do Solimões; Allan Roberto, natural de São Paulo de Olivença, Paróquia São Paulo Apóstolo; e Jonathas Januário, natural de Santo Antônio do Içá, Paróquia Santo Antônio de Lisboa. 2022 será um ano de preparação em vista do seu futuro ingresso no Seminário Propedêutico. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Leonardo: “Querida Amazônia nos incentiva a sermos uma Igreja que leva em consideração todas as realidades”

Querida Amazônia inspirou a vida da Igreja na região amazônica, também na Arquidiocese de Manaus. Dom Leonardo Steiner, arcebispo da circunscrição eclesiástica com mais população da região, analisa os passos dados na Arquidiocese, que está vivenciando a Assembleia Sinodal Arquidiocesana. O arcebispo destaca a importância da escuta, o que vai ajudar a descobrir “como deveríamos ser como Igreja Católica”. A tarefa será “despertar as pessoas para novos caminhos, especialmente quanto à inculturação da fé, da espiritualidade, dos ministérios”. Dom Leonardo insiste no “esforço de estarmos nas comunidades da periferia, nas comunidades indígenas, nas comunidades ribeirinhas”. Mas também de fazer com que essas comunidades “caminhem autonomamente, assumindo os ministérios, celebrando a presença de Jesus e do seu Reino”. É momento de sonhar, de entender que “se desenvolvimento significa destruição, estamos mal”. Sempre em vista de “uma Amazônia com menos contrastes sociais”. Depois de dois anos da Querida Amazônia, como estão sendo concretizados os sonhos do Papa Francisco na Igreja da Amazônia, particularmente na Arquidiocese de Manaus? O Regional Norte I da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil (CNBB), na elaboração de orientações ou Diretrizes buscou inspiração e força na Querida Amazônia. As igrejas da Pan-amazônia estão contribuindo e na expectativa de orientações que estão sentido discutidas e elaboradas pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Além de refletir a Carta de Papa Francisco, na Arquidiocese, o passo mais significativo que temos dado é a Assembleia Sinodal Arquidiocesana. É a tentativa de envolver todas as comunidades e as expressões eclesiais no processo sinodal. A escuta realizada como processo sinodal que levou a documento final e a Carta com os quatro sonhos, iluminará nosso caminho eclesial. Papa Francisco em Querida Amazônia nos apresenta quatro sonhos que indicam a totalidade da vida que está a na Amazonía. A sinodalidade busca ouvir as realidades que os sonhos apontam. Escutar para propor a presença da Igreja mais missionária, mais misericordiosa, mais profética. Abrir espaços sempre mais significativos para que as comunidades possam se manifestar e dizer como deveríamos ser como Igreja Católica; que ministérios são necessários, como levarmos em consideração as expressões de religiosidade, como levar em consideração as culturas. Como ir mais ao encontro dos necessitados, dos pobres. A grande diversidade da Igreja que está na Arquidiocese de Manaus exige muita escuta, para caminharmos juntos com nossas diferenças e diferentes tradições. O Sínodo para a Amazônia tinha como objetivo a busca de novos caminhos. Até que ponto a Igreja e a sociedade amazônica sentem a necessidade de avançar nesses novos caminhos? A Igreja na Amazônia foi buscando caminhos, foi encontrando modos de navegar nessas terras, nesses rios, para anunciar a Jesus e ser expressão do reino. Se buscarmos sonhar como nos propõe Papa Francisco, necessitamos caminhar, navegar. A ameaça em relação ao meio ambiente, fica sempre mais crítica, a ameaça aos povos indígenas fica sempre mais incontrolável. A participação dos leigos é extraordinária, mas como expressar essa participação em todos os momentos da vida eclesial, sem clericalismo. Certamente será tarefa despertar as pessoas para novos caminhos, especialmente quanto à inculturação da fé, da espiritualidade, dos ministérios. Provavelmente as comunidades indígenas, as comunidades ribeirinhas nos oferecerão elementos importantes para o caminhar de nossa igreja arquidiocesana. Levar em consideração a escuta, já presente nas Assembleias Arquidiocesanas, ajudará nessa busca. A Arquidiocese de Manaus está marcada pela realidade urbana, principalmente da periferia, mas também pelas comunidades ribeirinhas e indígenas. Quais os passos que estão sendo dados em cada uma dessas realidades a partir da reflexão do Sínodo para a Amazônia, recolhida na Querida Amazônia e no Documento Final do Sínodo? Existe um esforço de estarmos nas comunidades da periferia, nas comunidades indígenas, nas comunidades ribeirinhas. As comunidades deveriam perceber que pertencem à Igreja, à Arquidiocese. Um elemento importante é que elas sintam que a Arquidiocese está com elas; elas são Igreja, arquidiocese, e não tenham a percepção de que foram abandonadas. Estar com elas! ajudar e apoiar na criação e organização de novas comunidades. Elas percebam a solidariedade entre todas as comunidades. Também que elas caminhem autonomamente, assumindo os ministérios, celebrando a presença de Jesus e do seu Reino. Estar na atenção e no diálogo, a buscar expressões religiosas que possam fazer parte da liturgia, nas celebrações das comunidades, especialmente indígenas e ribeirinhas. O texto Querida Amazônia nos incentiva a sermos uma Igreja que leva em consideração todas as realidades, não apenas eclesial. Tudo deveria ser transformado pela força do Evangelho. Como arcebispo de Manaus, a maior cidade da Amazônia, quais são seus sonhos para a Amazônia e para a Igreja que caminha nesta região? Os sonhos são muitos. É importante sonhar. Os sonhos nos motivam. Sermos mais atuantes quanto à vida das comunidades eclesiais. Na nossa realidade atentos e atuantes quanto ao meio ambiente. A Laudato Sì´ nos abriu o horizonte da compreensão: passarmos da desfrutação e destruição para o cultivo e cuidado. Ir criando uma cultura do cuidado e do cultivo. Vemos como avança a destruição do meio ambiente e tudo em nome do desenvolvimento. Se desenvolvimento significa destruição, estamos mal. Temos uma contribuição a dar cuidando do meio ambiente, das nossas culturas os povos originários, do estilo de viver que leve harmonia. Uma Amazônia com menos contrastes sociais: possibilidades de emprego, de educação, de saúde. É missão da Igreja, faz parte da evangelização, estarmos na atenção da harmonia social, do bem cultural do cuidado da casa comum. Uma Igreja que esteja sempre mais presente nas periferias, nas realidades ribeirinhas e ali possa demonstrar o caminho das bem-aventuranças. Todos possam perceber que em Jesus e seu reino é possível transformar, viver a beleza da vida. Uma Igreja samaritana, onde as pastorais servem e interagem para o bem dos pobres, dos necessitados. Nesse sentido assumirmos o espaço da antiga cadeia pública para oferecer acolhimento e solidariedade aos pobres, necessitados, será a concretização do sonho de nossa igreja em Manaus como Igreja dos pobres. Estamos para celebrar 70 anos como Arquidiocese. Este lugar da caridade e da solidariedade será um marco e sinal do nosso desejo de vivermos…
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Padre Zenildo Lima: “Na Querida Amazônia, nós temos um novo norteamento mais lúcido para as dinâmicas do Seminário”

A formação daqueles que um dia serão os presbíteros da Amazônia foi uma das reflexões presentes no Sínodo para a Amazônia. As conclusões foram recolhidas no Documento Final do Sínodo e na Querida Amazônia, que está completando dois anos de sua publicação. O padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José de Manaus, foi um dos auditores na Assembleia Sinodal. Ele reflete sobre os encaminhamentos realizados, reconhecendo que “foi um pouco freado por esse contexto de pandemia”. Mesmo assim, está sendo oportunidade para “uma tomada de consciência da necessidade real de uma verdadeira reformulação dos caminhos, nos itinerários, dos processos pedagógicos, na formação presbiteral”. Conhecer as reflexões do Sínodo e dos documentos conclusivos, onde são confirmadas as intuições já presentes anteriormente no Seminário São José de Manaus, “se torna agora uma condição necessária aqui no nosso seminário para um jovem candidato ao ministério presbiteral para servir às igrejas da Amazônia”. Daí a importância de iniciativas que vão surgindo no Seminário São José, como o Núcleo de Reflexão Pluriétnica, “expressão de tentativas de mudanças, e o que é bonito, a partir dos seminaristas, a partir de dentro”. O padre Zenildo defende uma necessária conversão eclesial e uma revisão da ministerialidade, que ajuda em uma maior presença da Igreja nas comunidades. Um processo que está ajudando na reformulação da formação dos seminaristas, a “repensar o ministério presbiteral”, insistindo em “um ministério que é capaz de trabalhar com o ministério das mulheres”. Tudo isso gera confiança a ajuda “nesse caminho que nós vamos fazendo como Igreja da Amazônia”. Uma das reflexões do Sínodo para a Amazônia, que recolhe o Documento Final e a Querida Amazônia, que está completando dois anos da sua publicação, é a formação dos futuros sacerdotes. Como isso está se concretizando depois de dois anos? Para a gente falar de encaminhamentos ou de concretização de indicações o de pistas da Querida Amazônia, a gente pode abordar a partir de duas perspectivas, uma de um desdobramento mais prático, mais concreto, que foi um pouco freado por esse contexto de pandemia. Sobretudo no que diz respeito a articulações ou demandas pastorais que implicavam mais mobilidade da Igreja. Outra diz respeito a atualização de compreensões. Nesse campo da formação presbiteral, a grande contribuição, e isso a gente pode falar de um grande desdobramento nos processos de formação presbiteral das igrejas da Amazônia, diz respeito a uma tomada de consciência da necessidade real de uma verdadeira reformulação dos caminhos, nos itinerários, dos processos pedagógicos, na formação presbiteral. Não tenho informação que algum seminário tenha dado passos concretos nesse sentido, senão a própria CEAMA, que tem iniciado um processo, inclusive neste mês de fevereiro haverá um encontro sobre isso, que quer discutir novos caminhos para a formação presbiteral a luz do Sínodo, do Documento Final e da Querida Amazônia. Inclusive, aqui no Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas das 9 igrejas que fazem parte do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma iniciativa que surgiu no último ano foi o Núcleo de Reflexão Pluriétnica. Qual a leitura que pode ser feita disso? Concretamente no nosso Seminário Arquidiocesano São José, que é um seminário da Arquidiocese, um seminário da província, um seminário do Regional em certo modo, primeiramente o Sínodo, ele trouxe a confirmação e lucidez do que nós tínhamos como intuições aqui na casa, aqui no seminário. Se a gente pode falar de desdobramento, além do estudo, se torna agora uma condição necessária aqui no nosso seminário para um jovem candidato ao ministério presbiteral para servir às igrejas da Amazônia, ele tem que passar por um contato com as reflexões do Sínodo e as indicações dos documentos conclusivos, Documento Final e Querida Amazônia. Um segundo elemento, a concepção de como se pensa a totalidade do processo de formação no Seminário São José de Manaus, é perpassada por essas perspectivas da Querida Amazônia, e concretamente dos seus sonhos. Quer dizer, se tem em vista que o presbítero egresso do Seminário de Manaus, alguém com esta capacidade de envolvimento com as grandes questões que desafiam a vida dos pobres, o sonho social; que tem a capacidade de dialogar com as emergências culturais e teológicas das populações amazônicas, o sonho cultural; despir-se de um modelo litúrgico mais centro-europeu para um modelo mais inculturado, a necessidade de compreender que o ministério tem que ser evidenciado dentro de uma nova dinâmica eclesial que não pode ser marcada pelo clericalismo, o sonho eclesial; e necessariamente, a pastoral de um presbítero formado na Amazônia tem que considerar a grande tarefa que é o cuidado da Casa Comum, o sonho ecológico. Nós temos um novo norteamento mais lúcido para as dinâmicas do Seminário. Aí iniciativas mais concretas evidenciam esses elementos, como esse Núcleo de Reflexão Pluriétnica, num seminário que já tem 9 etnias, nos ajuda em certo modo a colocar em prática as reflexões, seja do ponto de vista do sonho social, seja do ponto de vista do sonho cultural. A compreensão das dinâmicas da fé, a partir também da experiência religiosa das populações indígenas, no caso das etnias presentes aqui no Seminário. Tudo percebe que nesse Núcleo de Reflexão, que está engatinhando, está nos seus primeiros passos, tenhamos uma nova resposta muito concreta de uma nova vertente no Seminário. Não é só uma atividade, uma nova aditividade dentro do mesmo Seminário, senão correria o risco de ser vinho novo em odres velhos. Mas já é expressão de tentativas de mudanças, e o que é bonito, a partir dos seminaristas, a partir de dentro. Uma das reflexões que surgiram no Sínodo foi passar de uma Igreja de visita, aquilo que tradicionalmente foi feito pelos padres na Igreja da Amazônia, para uma Igreja de presença. Como incentivar isso naqueles que estão se formando para serem os padres da Igreja da Amazônia nos próximos anos e décadas? Isso passa muito aproximadamente da questão da dimensão pastoral, da dimensão missionária da formação presbiteral. Os estudantes das dioceses e prelazias do interior do Estado do Amazonas e…
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Dom Ionilton: “Continuamos tentando levar adiante os 4 grandes sonhos do Papa Francisco”

A pandemia da Covid-19, que estourou pouco depois da publicação da exortação pós-sinodal Querida Amazônia, que está completando dois anos, é vista por Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira como um fator decisivo para afirmar que “nós aqui na Prelazia de Itacoatiara, não conseguimos avançar muito”. Segundo o bispo, as diferentes crises provocadas pela pandemia, que na Prelazia de Itacoatiara já causou mais de 500 mortes, e fez com que “tiveram que ser suspendidas todas nossas atividades presenciais”, pode ser visto como um dos motivos que tem provocado. Diante dessa realidade, Dom Ionilton afirma que “nós trabalhamos através das redes sociais, fizermos várias lives de formação sobre o Documento Final, sobre Querida Amazônia, usamos bastante nas nossas homilias, reflexões, encontros e também através dos programas de rádio que a Prelazia tem durante a semana e também aos domingos”. Junto com isso, o bispo da Prelazia de Itacoatiara destaca que “também a Prelazia esteve sempre em sintonia com a caminhada do Regional Norte1 nas suas reflexões e estudos com os bispos da Amazônia brasileira, que estiveram reunidos virtualmente para analisar há pouco tempo a caminhada pós-sinodal nesses dois anos do Sínodo”. Em verdade, afirma Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, “a gente tem uma certa dificuldade ainda, existe uma certa resistência por parte de muitas pessoas, por parte de alguns irmãos do clero e também por parte de algumas pessoas da caminhada laical, que apesar de tudo o que foi feito no pre-sínodo, ainda permanecem muito resistentes às principais propostas que foram sugeridas, discutidas, aprovadas e confirmadas pelo Papa Francisco na Querida Amazônia”. Nessa conjuntura, o bispo insiste em que “nós continuamos aqui tentando levar adiante esses 4 grandes sonhos do Papa Francisco, que são os sonhos do Sínodo: o sonho social, o sonho cultural, o sonho ecológico e o sonho eclesial”. Para isso, “nós organizamos, a partir de uma proposta da REPAM, um grupo que se chama multiplicadores do Sínodo, tem um padre, tem uma religiosa, tem leigos, e fazem um esforço danado para tentar criar essa sensibilização de envolver a questão do Sínodo na liturgia, na catequese, nas atividades de festa de padroeiro, e assim por diante, mas ainda é um processo bastante lento”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1