Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Vítimas do tráfico humano, cuida-las é minha obrigação

Cuidar dos outros, especialmente dos mais fracos e vulneráveis é um elemento que deveria estar presente em cada ser humano, mas esse cuidado tem que ser uma obrigação na vida dos cristãos. Quem não cuida, quem não ama, algo que pode ser definido como a atitude fundamental do Deus de Jesus Cristo, não é discípulo, não é cristão. Desde 2015, uma data instituída pelo Papa Francisco, que tem no cuidado das vítimas do tráfico de pessoas uma das suas prioridades, no dia 8 de fevereiro acontece o Dia Mundial de Oração contra o Tráfico de Pessoas. Na festa de Santa Josefina Bakhita, alguém que sofreu as consequências do trafico humano, a Igreja deixa claro que tem lado, o lado das vítimas. As mais ameaçadas pelo crime do trafico humano são as mulheres e as crianças, representando 72% das vítimas. Podemos dizer que as crianças e as mulheres são as mais suscetíveis a exploração de trabalho precário e abusos. Estamos diante de uma realidade antiga, mas que a pandemia da Covid-19 aumentou. O desemprego, a fome, a violência doméstica, dentre outras, são situações que aumentam a vulnerabilidade e, em consequência, a possibilidade de cair nas redes do tráfico de pessoas. Durante muito tempo, o tráfico de pessoas foi uma realidade esquecida, também pela Igreja católica. Aos poucos, e aí a gente tem que reconhecer a importância do impulso do Papa Francisco, a Igreja vai assumindo essa causa como própria. No Brasil, o primeiro passo decisivo foi dado pela Vida Religiosa, criando a Rede um Grito pela Vida, que em 2022 comemora 15 anos de caminhada e de cuidado com a vida de mulheres, adolescentes e crianças. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também se fez consciente da importância de combater esse crime e criou a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfretamento ao Tráfico Humano (CEPEETH), promovendo essas temáticas na vida da Igreja do Brasil. O tema para 2022 é “A Força do Cuidado – Mulheres, Economia, Tráfico de Pessoas”, algo que tem levado o Papa Francisco a afirmar que “por tudo isso, uma economia sem tráfico de pessoas é uma economia corajosa – é preciso coragem. A coragem de conjugar o lucro legítimo com a promoção do emprego e de condições dignas de trabalho. Em tempos de grande crise, como o atual, essa coragem é ainda mais necessária”.  Ninguém pode ser tratado como mercadoria, e isso é algo que deve ser assumido por uma sociedade onde o lucro se tornou algo que marca a maioria das relações. Por isso é inadiável a reflexão, oração e mobilização para conhecer, debater e enfrentar a realidade de milhares de pessoas submetidas a trabalhos análogos a escravidão e outras formas de exploração. Trata-se de cuidar, das pessoas, especialmente das vítimas, da casa comum, da vida. Isso não é tarefa dos outros, é minha missão, minha obrigação, meu desafio que devo enfrentar cada dia. Cuidar nos faz humanos, mas também divinos, semelhantes daquele que cuida e ama sem medida, também da gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Abertura do Ano Letivo no Seminário Sant’Ana em Coari

No dia 08 de fevereiro de 2022, com a solene celebração eucarística presidido por Dom Marcos Piatek, iniciaram as atividades formativas no seminário Sant’Ana da Diocese de Coari. Da solene liturgia participaram o Pe. Josinaldo Plácido, reitor do nosso seminário, o Pe. Mariano, formador da Diocese do Alto Solimões, as irmãs da Sagrada Família e os 09 seminaristas – formandos. Um deles vem da Diocese do Alto Solimões onde Dom Adolfo Zon é bispo. Acolher os jovens no nosso seminário propedêutico vindos das Igrejas vizinhas é uma iniciativa que tem algum tempo e até agora deu certo. Dom Marcos acolheu os seminaristas e na sua homilia lembrou a importância da formação no processo do discernimento vocacional. Fazendo referência ao rei Salomão da primeira leitura disse, que o rei Salomão era um homem sábio, um bom administrador, um construtor, inclusive do templo, um homem famoso. Infelizmente, no final de vida, se desviou do caminho de Deus, caindo na idolatria. A falta da primazia de Deus o levou à decadência. Esse fato mostra a importância da permanente construção da nossa adesão a Deus e da formação do ser humano. Referindo-se ao evangelho do dia o bispo lembrou a importância de uma profunda experiencia de Deus na nossa caminhada vocacional. Não são suficientes apenas os atos externos de piedade como lembrou Jesus que disse aos fariseus: esse povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim (Mc 7,6). Daí a importância do coração e da verdadeira vida espiritual. Só a formação integral vai tornar um jovem, futuro presbítero “rei, profeta e sacerdote”. O Papa Francisco na “Querida Amazônia” lembra a importância do clero autóctone, da pastoral vocacional e da necessidade de ministros que possam compreender a partir de dentro a sensibilidade e as culturas amazônicas. Esta formação deve ser eminentemente pastoral e favorecer o crescimento da misericórdia sacerdotal” (QA 86-90). Nossa gratidão a todos aqueles que rezam e que colabora com a obra vocacional, inclusive materialmente. Rezemos pelos nossos presbíteros e pelas vocações sacerdotais! Diocese de Coari

Dom Edson Damian: “Os povos indígenas se identificam plenamente com os sonhos do Papa Francisco”

Ao completar dois anos da exortação pós-sinodal Querida Amazônia, Dom Edson Damian, lembra que “a convocação do querido Papa Francisco para realizar um Sínodo Especial para a Amazônia, provocou grande alegria e esperança entre as comunidades”. O bispo de São Gabriel da Cachoeira lembra que “nós ficamos muito felizes porque foi escolhido o padre Justino Sarmento Sarmento Rezende para ser perito na elaboração do documento de preparação para o Sínodo, o primeiro padre salesiano indígena da nossa região”. Junto com isso, em segundo lugar, Dom Edson faz memória de que “nós recebemos o Documento Preparatório e as comunidades indígenas responderam com muita alegria as perguntas”. Nesse ponto destaca que “ouvi várias pessoas dizer: pela primeira vez o Papa quer escutar os povos indígenas, e como se sentiam felizes em participar”. “Para a realização do Sínodo, por ser a diocese mais indígena do Brasil, teve uma representação muito significativa na Assembleia Sinodal, pois lá estava o padre Justino como perito, e foram escolhidas mais duas religiosas indígenas, de duas diferentes congregações”, lembra o bispo. Falando do conteúdo da exortação pós-sinodal, o bispo de São Gabriel da Cachoeira, reconhece que “os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia vieram fortalecer os sonhos dos povos indígenas da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, que abrange a imensa bacia do Rio Negro, com 294 mil quilómetros quadrados, e é a região melhor preservada da Amazônia”. Dom Edson Damian lembra que “menos de 10% da floresta foi derrubada, e isto se deve à presença dos povos indígenas. 90% por cento da população são povos indígenas de 23 etnias e ainda falam hoje 18 línguas”. “Esses povos indígenas se identificam plenamente com os sonhos do Papa Francisco, ainda mais quando são chamados guardiões da floresta”, insiste o bispo. Ele lembra que os povos indígenas da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, “eles conhecem os segredos da terra e a tratam como mãe, como casa comum”. Avaliando os avanços nos sonhos recolhidos na Querida Amazônia, Dom Edson disse que “no sonho eclesial, já há tempo estão acontecendo celebrações inculturadas, com danças indígenas, cantos nas diferentes línguas, um começo para irmos elaborando uma missa no rito amazônico”. O bispo lembra “um princípio pastoral que nos orienta em todas as atividades, que é seguinte: ‘a Boa Nova das culturas indígenas acolhe a Boa Nova de Jesus’. Antes da chegada dos missionários, o Espírito Santo estava agindo a través das semina Verbi, que foram colocadas nos corações dos povos indígenas e nas culturas desta região”. Em relação ao sonho cultural, destaca que “algo novo já começa a acontecer para concretizar o sonho cultural do Papa Francisco. Estamos realizando entre nós, em colaboração com a Rede de Educação Intercultural Bilingue na Amazônia (REIBA), o primeiro núcleo da educação escolar indígena bilíngue com a ajuda da REPAM e dos padres jesuítas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Mauricio López: “O ritmo da Igreja na América Latina tem o selo de Querida Amazônia”

Como “um processo que continua“, é assim que Mauricio López vê os passos dados desde a publicação de Querida Amazônia, a exortação pós-sinodal de um Sínodo no qual o atual coordenador do Centro de Redes e Ação Pastoral do Celam participou de forma muito ativa, em sua qualidade de Secretário Executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). A grande novidade deste processo está na “irrupção de um novo sujeito eclesiológico dos povos, comunidades e da Igreja encarnada na Amazônia”, elemento que, nas palavras de Mauricio López, “continua avançando e dando vida a toda a Igreja e a este território“. Mais do que apenas um documento inspirador, o auditor sinodal enfatiza que “Querida Amazônia acolheu, afirmou e abraçou um programa”. E acima de tudo, ele disse que “esta periferia que irrompeu no centro para ajudar, para iluminar, continua avançando com este programa”. Para Maurício, “há muita vida em movimento na Amazônia, independente da terrível situação pandêmica que continua a atingir, sobretudo, os povos mais vulneráveis, e que reflete precisamente a urgência de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Neste contexto de pandemia, ele insiste que “percebemos que ainda há uma necessidade imperativa e inegável de transformar a dinâmica eclesial, de continuar a tecer a conversão pastoral”. Por esta razão, ele destaca o papel do Papa Francisco, como alguém que “intui, abraça a história de um caminho já percorrido, afirma-o no momento da renovação eclesial e o projeta para frente”. A partir daí, Mauricio López enfatiza que, “neste sentido, vemos realmente que o processo ainda está vivo, que foi absolutamente decisivo na resposta muito mais profunda, mais testemunhal, profética, eficaz e consensual da Igreja em meio a esta pandemia e com uma visão absoluta de continuar tecendo esta conversão junto com a Igreja regional e com a Igreja universal“. Falando das realizações concretas, ele enumerou algumas delas: “primeiro, a apropriação que muitas comunidades, povos, organizações e órgãos eclesiais fizeram do processo”. A partir daí, ele define Querida Amazônia como “uma carta de amor do Papa para afirmar que suas propostas e vozes são relevantes e, em muitos lugares, algumas das grandes novidades ainda estão sendo refletidas, levadas em conta, incorporadas como propostas pastorais que Querida Amazônia apresenta”. Em segundo lugar, a criação da Conferência Eclesial da Amazônia, a CEAMA, “que é um fruto direto desta experiência do Sínodo e afirmada pela Exortação Apostólica, é agora o instrumento capacitador, em construção, mas já com aprovação canônica ad experimentum do Papa Francisco, para assegurar que, em uma chave estrutural, com uma visão de longo prazo e com uma perspectiva territorial-regional e plenamente eclesial, continuem a ser feitos progressos nestes processos“. No processo de desenvolvimento da CEAMA, ele enfatiza que “comissões e grupos de trabalho estão sendo criados, e alguns deles vêm articulando suas reflexões há algum tempo, definindo um caminho a seguir, e no momento atual, eles continuam a avançar com um planejamento pastoral que está sendo feito para a CEAMA”. Tudo isso focalizou “algumas das questões mais urgentes: a questão da ministerialidade, a questão da formação para essa ministerialidade, os ministérios da mulher, aspectos da espiritualidade inculturada, algumas questões associadas à ecologia integral, o cuidado com a casa comum, questões também associadas às áreas de comunicação, a defesa dos povos, os direitos humanos e, acima de tudo, outros elementos facilitadores, como a criação do rito amazônico, os diáconos permanentes, etc.”. A outra grande novidade, segundo Mauricio López, são “muitas das instâncias que já foram articuladas em torno dos processos de transformação eclesial neste território, tanto eclesial como não“. Aqui se destaca a REPAM, “que desempenhou um papel absolutamente decisivo na escuta e preparação do Sínodo Amazônico, que levou à Querida Amazônia”. Juntamente com ela, CLAR, CELAM, a Cáritas da América Latina e muitas das alianças que estão sendo estabelecidas em termos de articulação com os povos indígenas, como o Fórum Social Pan-Amazônico, como a Aliança Mundial para a Amazônia. São órgãos que “receberam um forte impulso desta Exortação Apostólica para reafirmar suas causas, seus canais, seus processos, suas agendas”, reafirma Maurício. Em sua reflexão, ele ressalta que “a amplitude de visão de Querida Amazônia conseguiu atender aos apelos do território, mas delinear, com a mão corajosa e clarividente do Papa Francisco, o impulso para o futuro porque as mudanças são necessárias agora, progressivamente, mas agora”. Tudo isso acontece “na chave da Igreja, em um ritmo lento, mas concreto, visível e evidente”. Em termos de ecologia integral, “mudanças que precisam ser feitas agora diante da enorme crise ambiental que estamos vivenciando” são reafirmadas. Para Mauricio López, “vimos como todos esses órgãos discerniram desde Querida Amazônia para reorientar suas missões, reafirmar suas missões, afirmar ainda mais as causas da incidência política e continuar a produzir transformações que durante a pandemia, como já expresso, estão agora tendo ainda maior relevância”. Por esta razão, ele não hesita em dizer abertamente que “se não tivéssemos tido a Assembleia do Sínodo Amazônico, o processo de escuta e a Exortação Apostólica, estou absolutamente certo de que a resposta da Igreja à pandemia em articulação com a sociedade e as comunidades teria sido muito mais frágil, mais fragmentada, menos decisiva”. Isto não significa que não tenha sido insuficiente, pois “os irmãos e irmãs que vivem neste território continuam sendo crucificados, assassinados por defender a vida, perseguidos, criminalizados; o desmatamento cresceu incessantemente durante a pandemia, mas a força dos processos também foi investida com a presença do Espírito Santo, graças a esta Exortação Pós-Sinodal que tem agora dois anos”. Falando de mudanças específicas no nível da América Latina e do Caribe, a partir de seu papel no CELAM e de sua destacada participação em todo o processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, tanto na escuta, na sistematização das vozes, quanto na metodologia, ele enfatiza que “toda a dinâmica de renovação e reestruturação do CELAM, já aprovada para os próximos dois anos, é explicitamente inspirado pelos quatro sonhos pastorais do Papa na Querida Amazônia, quatro sonhos que vêm do povo de Deus, que refletem a…
Leia mais

Prelazia de Itacoatiara comunica retomada de atividades presenciais

A Prelazia de Itacoatiara, que tinha suspendido suas atividades presenciais no dia 21 de janeiro até 06 de fevereiro, emitiu nesta terça-feira, 08 de fevereiro, um comunicado, assinado pelo bispo, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, onde anuncia que serão retomadas as atividades presenciais. A decisão foi tomada, segundo indica o comunicado, na reunião com o Clero, Conselho de Pastoral, Conselho do Laicato e Irmãs da Vida Consagrada Religiosa da Prelazia, realizada virtualmente no dia 07 de fevereiro. A decisão foi aprovada por unanimidade. Na mesma reunião foi decido que o retorno das atividades presenciais acontecerá com 50% dos espaços celebrativos e de atividades pastorais e de formação. A medida tem validade desde o dia 08 de fevereiro, afirmando no comunicado que serão retomadas “sejam as celebrações dos Sacramentos sejam as reuniões das pastorais, organismos, grupos e movimentos, incluindo, também, todas as atividades de formação, com 50% da capacidade de ocupação dos espaços celebrativos e das outras atividades acima mencionadas”. O bispo pede aos Párocos e o Administrador das 13 paróquias da Prelazia para acompanhar de perto na sua área de atuação “o cumprimento desta orientação dos 50% de pessoas presentes em nossas atividades, bem como das outras exigências sanitárias para a prevenção contra a Covid, como o uso de máscaras, do álcool em gel, do distanciamento entre as pessoas, da medição da temperatura”. Finalmente, o comunicado anuncia que a Assembleia da Prelazia, prevista de 11 a 13 de fevereiro, foi adiada para o mês de julho, “em data ainda a ser decidida, junto com a Assembleia conclusiva da Escura Sinodal que estamos vivendo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Eucaristia dá início ao Ano Letivo do Seminário São José

No dia 7 de fevereiro de 2022, iniciamos mais um ano de caminhada no Seminário Arquidiocesano São José de Manaus. Dom Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo da Arquidiocese de Manaus e Metropolita, presidiu a eucaristia e em breves palavras nos desejou um ano de discernimento e sensibilidade para ouvir os clamores do povo. Ainda na noite de domingo, o nosso reitor Padre Zenildo Lima nos exortava nos dando as boas vindas “neste itinerário de formação cuja referência é sempre a vida de Jesus de quem nos fazemos discípulos missionários e a Ele nos configuramos sempre mais. Este caminho o fazemos em comunhão, caminhamos juntos, esta é a expressão tão buscada pela Igreja nestes últimos tempos: “caminhar juntos – SINODALIDADE”.  “O tempo do seminário é um tempo precioso aonde nós fazemos a travessia, mas aprendemos também a nos deixarmos tocar pelos dramas, pelas enfermidades, pelas doenças, as dores e sofrimentos das pessoas. Mas também sabemos indicar o caminho salvífico; o caminho da transformação”, segundo Dom Leonardo. Neste novo ano, acolhemos os seminaristas que retornam das férias para dar continuidade ao processo formativo e também os novos seminaristas que compõe a turma do 1º ano de Filosofia. Todas as Igrejas particulares do nosso Regional Norte 1 estão representadas, no nosso seminário, por seus seminaristas. São José, rogai por nós! Luiz Fernando Levati Pereira – Seminarista da Arquidiocese de Manaus

Da exortação “Querida Amazônia” ao Sínodo sobre a Sinodalidade: A Igreja movida pelo mesmo Espírito

            Ao celebrarmos o 2º aniversário da publicação da exortação apóstolica “Querida Amazônia”, escrita pelo Papa Francisco e apresentada ao público no dia 12 de fevereiro de 2020, muitos de nós podemos estar nos perguntando que impacto causaram as palavras e os sonhos compartilhados pelo Papa a respeito do Sínodo especial sobre a Amazônia, em relação à situação eclesial e socioambiental na Amazônia, como também em toda a Igreja universal.             Ora, partindo da minha experiência de ter participado do Sínodo Pan-Amazônico e de estar colaborando atualmente na realização deste novo Sínodo sobre a Sinodalidade, iniciado oficialmente pelo Papa Francisco no dia 9 de outubro de 2021 e cuja conclusão está prevista para acontecer na assembleia sinodal de outubro de 2023, tenho a nítida convicção de que estamos a testemunhar a ação do mesmo Espírito Santo, que continua a soprar ventos de renovação em nossos corações e em nossas estruturas, o que faz deste momento histórico do pontificado de Francisco, um tempo verdadeiramente de kairós e de conversão para toda a Igreja e para todos nós, apesar de toda resistência que isso provoca em alguns grupos de católicos (incluindo leigos, clérigos, bispos e até cardeais), sempre contrários a qualquer tipo de mudança no status quo, já que entendem que qualquer tentativa de “atualização” da fé cristã não passaria de uma forma de “mundanização” da mesma.             O que essas vozes críticas (e, às vezes, desrespeitosas) ao pensamento do Papa Francisco nunca conseguirão, contudo, frear, é o inequívoco movimento que o Espirito Santo tem suscitado na Igreja, sendo Ele o autor dos recentes e históricos acontecimentos acontecidos no âmbito eclesial. De fato, é ação renovadora do Espírito sempre esteve presente na história da salvação, como recordou o Papa em “Querida Amazônia”, citando as palavras de São João Paulo Segundo, para quem “o Espírito Santo embeleza a Igreja, mostrando-lhe novos aspectos da Revelação e presenteando-a com um novo rosto”[1]. Por isso, insistirá Francisco na sua exortação apostólica que completa dois anos, “é necessário aceitar corajosamente a novidade do Espírito capaz de criar sempre algo de novo com o tesouro inesgotável de Jesus Cristo“[2]. Aliás, o que o Papa atual nos ensina é o que a Igreja sempre afirmou sobre a ação do Espírito de Cristo sobre a sua Igreja, levando-a a atualizar constantemente em si mesma o mistério da comunhão com a comunidade cristã original e com a tradição apostólica, por meio da transmissão dos bens da salvação, como ensina o grande teólogo Bento XVI. E acrescenta o nosso Papa emérito que esta atualização permanente da presença ativa de Jesus Senhor no seu povo, realizada pelo Espírito Santo e expressa na Igreja através do ministério apostólico e a comunhão fraterna, é aquilo que em sentido teológico se quer dizer com a palavra Tradição: ela não é a simples transmissão material de quanto foi doado no início aos Apóstolos, mas a presença eficaz do Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado, que acompanha e guia no Espírito a comunidade por ele reunida[3].      Portanto, não há dúvida da presença atualizadora, iluminadora e guiadora do Espírito em todo este movimento que vemos acontecer na Igreja em saída do Papa Franscisco, que nos convida a todos a caminhar juntos em um grande processo de encontro, escuta e discernimento sinodal, cujo ápice se dará na assembleia sinodal de 2023, mas que desde a realização dos recentes sínodos da família, da juventude e, especialmente, o da Amazônia, vem preparando a Igreja a abrir-se para este novo tempo, impelida pelo “fogo do Espírito que nos impele para a missão”[4].  De fato, já desde o Sínodo sobre “Os desafíos pastorais da família no contexto da evangelização”, realizado em outubro de 2014, Francisco quis que o Sínodo, metodologicamente, criasse mais momentos para ouvir, sobretudo a voz dos leigos,  promovendo duas reuniões pré-sinodais, antes da assembleia. Da mesma forma, no Sínodo sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, em outubro de 2018, ampliou-se a modalidade de escuta, resultando em maior espaço para a participação dos jovens na fase preparatória e também na assembleia. Francisco percebeu que, para ouvir o que o Espirito Santo diz, era necessário promover um amplo processo de escuta e discernimento espiritual, anteriores à assembleia sinodal conclusiva, que se realiza geralmente no Vaticano. Contudo, o maior exemplo deste movimento do Espírito na Igreja, em direção à sinodalidade, veio com a realização do Sínodo Especial sobre a Amazônia, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”, marcado por uma ampla presença do Povo de Deus em todo o processo de escuta concreta e inclusiva de todos os rostos pan-Amazônicos, como os povos indígenas, as lideranças femininas das comunidades, convidados de organismos científicos internacionais, irmãos e irmãs de outras denominações cristãs, etc.Essas experiências podem ser consideradas como as precursoras do atual momento que a Igreja vive, com a convocação de um Sínodo sobre a Sinodalidade, a ser feito em três fases distintas (diocesana, continental e universal), ao longo dos próximos dois anos. Em sua exortação “Querida Amazônia”, o Papa faz referência a experiências positivas vivenciadas pelas comunidades eclesiais pan-amazônicas, considerando-as “verdadeiras experiências de sinodalidade no caminho evangelizador da Igreja na Amazônia”. Contudo, Francisco é consciente de que os sopros de renovação do Espírito Santo sobre a Igreja implicam também em um grande processo de conversão, pessoal e institucional. Daí o seu constante apelo a que nos deixemos converter, abrindo-nos à ação do divino Espírito. Assim que, assumindo tudo o que os padres sinodais do Sínodo sobre a Amazônia disseram a respeito da necessidade de novos caminhos de conversão integral, em suas dimensões pastoral, cultural, ecológica e sinodal, o Papa em “Querida Amazônia” afirma que somente a “conversão interior é que nos permitirá chorar pela Amazônia e gritar com ela diante do Senhor”[5]. Eis por que, na celebração do segundo ano de sua publicação, esta exortação continua a ser um grito em favor da Amazônia e da Igreja na Amazônia, que deve também nos converter. E, quanto…
Leia mais

Prelazia de Borba tem mais 3 diáconos permanentes

Três novos diáconos foram ordenados neste sábado, 5 de fevereiro na Prelazia de Borba: Edilson de Souza Campo, João Paulo Marques Gonzaga e Luiz Rosinaldo de Lima Goes. Com os 3 novos diáconos já são 10 os diáconos ordenados nos últimos messes. A Celebração, que aconteceu na Paróquia Cristo Rei da cidade de Borba, foi presidida por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, bispo prelado de Borba. Na homilia, o bispo destacou que “a ordenação aconteceu em um ano muito forte para nossa Prelazia: o ano da Palavra”. Em suas palavras, ele exortou os novos diáconos a levarem a Palavra às famílias e em todos os lugares que forem chamados. Os novos diáconos têm sido formados na escola diaconal Dom Adriano da Prelazia de Borba, onde tem estudado 3 anos de Teologia. Em cada paróquia da Prelazia, segundo seu bispo, há uma preparação para os ministérios, acompanhados pela equipe de formação e os párocos. Tem outros candidatos que, depois de receber o leitorado e o acolitado, serão ordenados. Entre os atuais candidatos ao diaconato, que estão participando do processo de formação, tem alguns candidatos indígenas. “A Escola diaconal Dom Adriano foi instituída para responder as necessidades pastorais em nossa Prelazia”, segundo Dom Zenildo. Ele afirma que “trata-se de homens inseridos nas paróquias, nas comunidades, nas pastorais”. O bispo também vê a escola como uma resposta seguindo a motivação da Querida Amazônia, que está completando dois anos da sua publicação, e do Sínodo para a Amazônia. A missão principal dos diáconos permanentes na Prelazia de Borba, segundo seu bispo, é o serviço da caridade, sobretudo o cuidado das obras sociais. Também a visitas às comunidades do interior, para a formação de lideranças. Dom Zenildo considera de grande importância do diaconato na Prelazia, insistindo que “nós temos em vista diáconos que são discípulos e missionários”. No Ano da Palavra, que está acontecendo na Prelazia de Borba, “estamos motivados, impulsionados pela força da Palavra de Deus para o estudo bíblico, em grupos de reflexão, congressos bíblicos, formação de lideranças em nossas comunidades, trabalhar a temática bíblica nos novenários”, segundo Dom Zenildo. Ele considera que os diáconos estão bem integrados, porque eles fazem parte das nossas decisões. O bispo insiste em que “é uma resposta, um anseio, uma grande motivação do sonho sonhado por Deus, sonhado pelo Papa Francisco, e agora concretizado nessa Prelazia de Borba, na Amazônia”. Dom Zenildo diz se mostrar feliz, esperançoso, afirmando que serão trabalhadas algumas disciplinas com os novos diáconos, sobretudo a espiritualidade. Ele insiste em que se trata de uma formação permanente, depois de ter superado a grade preparada pelo ITEPES para sua formação. Os novos diáconos devem continuar estudando disciplinas que o Dom Zenildo considera importantes, como eclesiologia ou liturgia, sempre em uma perspectiva mais prática. Também na Prelazia de Borba, neste domingo, 6 de fevereiro, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Borba, celebrou-se a missa onde o seminarista Rodrigo de Souza recebeu o ministério da Acolitado, em uma celebração presidida por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Na celebração, que marcou a abertura do ano letivo do Seminário Menor/Propedêutico da Prelazia de Borba, o bispo incentivou a todos a rezarem pelas vocações. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Edgar Moreira da Cunha: “A Igreja dos Estados Unidos não seria o que ela é se não fosse os imigrantes”

Um imigrante que em sua condição de bispo acompanha os imigrantes. Dom Edgar Moreira da Cunha, nascido em Riachão do Jacuípe (Bahia), chegou nos Estados Unidos em 1978, sendo ainda seminarista da congregação dos vocacionistas. Depois de ser bispo auxiliar da Arquidiocese de Newark, atualmente é bispo de Fall River, no estado de Massachusetts. Dom Edgar faz parte da Comissão para América Latina da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, e em visita a alguns regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil partilha a realidade de uma Igreja onde os imigrantes dão muita força. Segundo o bispo, cada vez existe uma relação mais fluida entre a Igreja dos Estados Unidos e as Igrejas da América Latina, reconhecendo a importância de participar dos encontros promovidos pelo Celam. Uma Igreja que está bem envolvida no processo sinodal que a Igreja está vivendo, uma Igreja com protagonismo laical, especialmente entre os imigrantes latinos. Para alguém que chegou nos Estados Unidos em 1978, ainda como seminarista, o que significa ser um bispo brasileiro numa diocese daquele país? Primeiramente significa ver como os planos de Deus se realizam, aquilo que nós não planejamos e que Deus nos guia em nosso caminho. ´Também a Igreja que acolhe, que se preocupa com os imigrantes. Quando eu fui nomeado bispo, uma das coisas que eu disse para o povo foi que eu sou um imigrante também. Sempre trabalhei com as comunidades imigrantes. Na Arquidiocese de Newark quando eu fui nomeado bispo tinha muitos imigrantes, essa diocese onde eu estou, Fall River, tem muitos imigrantes. Eu disse para eles, eu sou um de vocês, um com vocês, um para vocês. A Igreja demostra isso, que ela está acolhendo, aberta a aceitar um bispo de fora, do Brasil, para trabalhar com as comunidades nos Estados Unidos. Eu vejo nisso a mão de Deus e a abertura da Igreja. O senhor fala sobre os imigrantes. A Igreja católica nos Estados Unidos tem uma alta porcentagem de imigrantes, dentre eles os imigrantes latinos. O que significa essa comunidade latina na vida da Igreja dos Estados Unidos? Significa muito, a Igreja dos Estados Unidos não seria o que ela é, não teria a mesma força, a mesma dinâmica, a mesma participação, quantidade de pessoas, se não fosse os imigrantes. Os imigrantes dão muita vida à Igreja, porque infelizmente os americanos, aqueles descendentes dos antigos imigrantes, porque os Estados Unidos é uma nação feita de migrantes e por imigrantes, os imigrantes que vieram da Europa, não fazem. Os imigrantes que vieram mais recente da África, da Ásia e das Américas, realmente dão muita força à Igreja. E os latino-americanos, como são uma população de tradição muito católica e com alto número de católicos, realmente eles dão muita força à Igreja. E hoje os católicos dos Estados Unidos a maioria é formada por imigrantes, por latinos especialmente. O senhor faz parte da Comissão para América Latina da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, que tem como missão administrar a coleta que a Igreja faz desde 1965 para ajudar a Igreja da América Latina. Isso é algo assumido por todas as dioceses, algo que que os católicos dos Estados Unidos vêm como uma realidade que ajuda a Igreja local? Sim, porque já tem mais de 50 anos, desde 1965, e continua tendo uma resposta positiva, o povo responde, o povo doa, contribui para essa finalidade, eles sabem que estão fazendo uma coisa boa para atender as necessidades dos mais pobres da América. Nem todas as dioceses respondem do mesmo jeito, tem algumas dioceses que em vez de fazer a coleta, elas simplesmente mandam uma oferta para a Conferência para esse fundo. A gente tem que estar constantemente promovendo, animando, reiterando das necessidades para conscientizar o povo da importância dessa coleta e de contar com a generosidade deles. Como criar mais pontes de união entre a Igreja da América Latina e a Igreja dos Estados Unidos? Uma das coisas que a gente tem feito, além dessa ponte de colaboração e apoio financeiro, é um intercâmbio maior entre a Igreja de Estados Unidos e de América Latina, apesar de que eu acho que existe um grande intercâmbio. Quando existem encontros do Celam para América Latina, eles sempre incluem os Estados Unidos, como a Conferência Eclesial que teve no México, eles mandaram o convite para os bispos, tinha vaga para 10 bispos e 20 leigos, ou uma coisa assim. Eles sempre incluem a gente e a gente sempre tenta participar. O presidente da Comissão para América Latina foi no Mexico para o encontro, o padre Leo Pérez estava lá no México, eu participei pela internet, assistindo as palestras. É um intercâmbio que já existe, mas pode ser sempre melhorado e fortalecido. O senhor fala da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que é vista por algumas pessoas como uma preparação para o Sínodo sobre a Sinodalidade. Como esse Sínodo está sendo vivenciado na Igreja dos Estados Unidos, sobretudo nas comunidades imigrantes? Está sendo bem recebido. Na minha diocese nós estamos promovendo muito o Sínodo com uma comissão diocesana, criamos líderes em todas as paróquias, vários encontros já foram feitos, os párocos, os líderes paroquiais, coordenando tudo isso para que o Sínodo seja uma grande oportunidade para abrir as portas à participação e envolvimento dos leigos e a conscientização do papel e da missão dos leigos na Igreja. Nesse papel dos leigos, qual a importâncias dos imigrantes nas comunidades locais da Igreja dos Estados Unidos? Os imigrantes tem um papel muito importante na Igreja, talvez mais do que os americanos em geral. Eu vejo nas comunidades brasileiras e hispânicas da minha diocese como os leigos têm assumido um papel importante. Eu tenho uma comunidade na minha diocese que não tem padres, era uma comunidade brasileira pequena, que passava de um lugar para outro. Aí, eu encontrei uma igreja que estava fechada e dei para eles e lhes falei, vocês vão ser responsáveis por esta igreja e se vocês conseguirem construir uma comunidade forte que dá para manter a…
Leia mais

Deputado Zé Ricardo analisa conjuntura brasileira e suas graves crises com os bispos do Regional Norte1

“A conjuntura brasileira, hoje, é de graves crises simultâneas como a da economia, política, social, sanitária, judiciária, ambiental”. Assim começava o Deputado Federal José Ricardo Wendling sua análise de conjuntura para os bispos do Regional Norte 1, que nos dias 2 e 3 de fevereiro se encontraram na Maromba da Manaus para sua primeira reunião de 2022. Estamos diante de uma realidade que em seu conjunto está “produzindo efeitos bastante negativos para a vida do povo brasileiro como por exemplo a volta da fome”, segundo Zé Ricardo. Para sustentar essas afirmações analisou a realidade brasileira desde diferentes perspectivas. No campo da economia apresentou a alta do desemprego, que atinge a 12 milhões de pessoas, a inflação acima de 10%, algo que repercute no aumento no preço dos alimentos, do combustível, do gás de cozinha, da energia, da água, com aumento do preço do dólar, já próximos dos R$ 6,00, da taxa de juros e que tem como consequência a queda do PIB, com uma previsão de aumento para 2022 de só 0,3 %.   Outro elemento preocupante é a situação da saúde, que no Brasil provocou 630 mil mortes pela Covid-19, quase 14 mil no Estado do Amazonas, uma região que sofreu com a crise do oxigênio, a demora na compra das vacinas, a negação da ciência, as tentativas de privatização do SUS. Nesse ponto, o Deputado Federal mais votado na última eleição no Estado do Amazonas, insistiu em que vacinas salvam vidas. O deputado colocou o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, no centro da crise política. Alguém que tem incentivado um discurso de ódio, com mais de 130 pedidos de impeachment, promotor de contínuos ataques a democracia, as instituições (Congresso, STF e MP), e a Constituição. Isso tem provocado uma criminalização da política, segundo Zé Ricardo, que falava sobre as influencias religiosas neopentecostais na conjuntura política e a tentativa de tumultuar as eleições de 2022, seguindo exemplo de Trump nos Estados Unidos. Nos últimos anos, o povo brasileiro sofreu a retirada de direitos, com a reforma trabalhista e da previdência, a terceirização dos serviços públicos, as privatizações, o fim dos programas sociais, das demarcações de terras indígenas, ameaçadas pela expansão do garimpo, o aumento da violência no campo. O Brasil voltou de novo ao mapa da fome, hoje 116 milhões de brasileiros sofrem de insegurança alimentar e 19 milhões passam fome, números que aumentam no estado do Amazonas. Uma situação que deve piorar diante das políticas de Combate a Fome do Governo Federal.   A comunicação está determinada pelas Fake News, se dando um enfraquecimento de canais populares de comunicação, das Rádios Comunitárias, com a maioria dos veículos de comunicação atrelados à prefeitura e Governo, segundo o deputado. Ele apresentou as pautas do Congresso para 2022, marcadas pelos combustíveis, os Jogos de azar, que nesta semana a CNBB mostrou uma postura claramente contrária, o piso salarial da enfermagem, licenciamento ambiental, flexibilizando a legislação, a reforma tributária e administrativa, a educação domiciliar, privatização dos correios, redução da idade mínima para trabalhar de 16 a 14 anos, a prisão em segunda instância, entre outros. Ao falar sobre o orçamento, Zé Ricardo afirmou que é controlado pelo Centrão. O deputado refletiu sobre a política ambiental e suas graves consequências, sobretudo a crise hídrica, consequência do desmatamento da Amazônia e do aumento do consumo de água pelo agronegócio e a mineração. Também abordou a questão da judicialização da política e da militarização das instituições, o que coloca em risco a democracia. O deputado apresentou os principais problemas do país segundo a pesquisa Datafolha, sendo a saúde e o desemprego as principais preocupações da população. Também refletiu sobre a realidade económica no Estado do Amazonas e a política partidária, explicando algumas novidades de cara às próximas eleições, sobretudo o que se conhece como federações de partidos, apresentando algumas possibilidades e as novas regras eleitorais. Partindo disso analisou as previsões para as eleições de outubro em nível nacional e estadual, mostrando os possíveis candidatos e as possibilidades reais de serem eleitos. Tudo isso foi debatido entre os presentes, refletindo desde a realidade local de cada uma das dioceses, que foi partilhada pelos bispos do Regional Norte 1 da CNBB. Não podemos esquecer a necessidade de um compromisso político como cristãos, uma questão abordada pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, onde fala da melhor política. A partir dai os bispos devem se pronunciar nos próximos meses, oferecendo critérios para os católicos e para as pessoas de boa vontade em vista de umas eleições que podem ter uma importância decisiva no futuro do país. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1