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“Não se pode aceitar a campanha de sabotagem em torno da vacinação pediátrica”

A vacina das crianças tem gerado uma nova polémica na sociedade brasileira, num país que infelizmente se tornou referência mundial de más práticas no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Diante disso o Pacto pela Vida e Pelo Brasil acaba de lançar mais um comunicado onde afirma que “é urgente pensar com lucidez, responsabilidade e profundo sentido ético” em milhões de crianças e adolescentes brasileiros. O texto mostra a “necessidade de imunização da população infanto-juvenil, como já vem ocorrendo em vários países”. Por isso, os presidentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), denunciam que mesmo sabendo que “a vacinação teria que chegar às crianças”, o que aconteceu foi que “mais uma vez armou-se o circo da insensatez no Brasil, buscando semear o tumulto e afastar o país do seu destino”. Os assinantes denunciam a tentativa de “minar a confiança dos pais diante do que é correto e inadiável fazer”, criticando as manobras para desacreditar as vacinas, com declarações infundadas, evitando assim o que “é correto e inadiável fazer: vacinar as crianças, garantindo-lhes proteção diante de um agente infeccioso grave”. O texto coloca em destaque o histórico reconhecimento internacional ao Brasil “pelo seu programa de imunização”. Diante disso, insistem em que “hoje não se pode aceitar a campanha de sabotagem em torno da vacinação pediátrica, no curso de uma pandemia ainda longe de ser controlada, desprezando o direito à vida e à saúde de uma faixa etária com cerca de 69 milhões de brasileiros”, algo inaceitável “no país que, tristemente, tornou-se um dos recordistas de mortes por Covid no planeta – cerca de 622 mil óbitos até o momento, boa parte deles evitável”. Desde o Pacto pela Vida e pelo Brasil se denuncia que “o Brasil pouco ou nada aprendeu nesses mais de dois anos de luta contra o vírus”. Uma prova disso são as “declarações enganosas de autoridades do governo, na contramão do que tem sido feito pela autoridade sanitária”. O texto denuncia a falha como Nação, que se tenha aberto mão de compromissos éticos e retrocedido no tempo. Diante disso destaca que a sociedade brasileira, ela “escuta o que diz a ciência e assim defenderá o direito à vacina infantil, contra o SARS-CoV-2”. Diante disso, conclamam “governadores e prefeitos a não poupar esforços para que a imunização pediátrica avance rapidamente pelo país, em grandes mutirões, alcançando todas as crianças, e sem esquecer jamais das que vivem em condição de vulnerabilidade”. O mesmo chamado faz às mães, pais, familiares e professores a exigir “o futuro dos mais jovens”, e a toda a sociedade a “formar conosco um cinturão de lucidez no enfrentamento da pandemia, que esperamos ver superada”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Arquidiocese de Manaus e Prelazia de Itacoatiara lançam orientações diante da nova onda da Covid

Diante da nova onda da Covid e o alto impacto que está tendo no Estado do Amazonas, a Arquidiocese de Manaus e a Prelazia de Itacoatiara lançaram orientações a ser seguidas diante da nova situação. Dom Leonardo Steiner, agradece em sua mensagem (ver aqui) pelas atitudes dos diferentes membros da Igreja neste tempo de pandemia, sendo “presença de ânimo, de solidariedade e de misericórdia”. Diante da nova onda determinou que a ordenação diaconal marcada para o dia 12 de fevereiro próximo na catedral, seja adiada. Junto com isso pede para que seja orientada a participação nas celebrações das pessoas já vacinadas, e que sejam respeitas as Orientações do Governo do Governo. Junto com isso devem ser guardados os protocolos de distanciamento, uso de máscara e higienização. O preceito dominical pode ser observado em uma celebração da semana, e as pessoas impossibilitadas, participem das celebrações pela TV e pelos outros meios de comunicação. Por sua parte, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, determinou a suspensão das atividades nas paróquias da Prelazia até 6 de fevereiro de 2022, tanto as celebrações dos sacramentos, inclusive as missas, como as reuniões, formações, encontros, e todas as atividades. Junto com isso, foi determinado o adiamento, por tempo indeterminado, da 19ª Assembleia Pastoral da Prelazia, prevista de 11 a 13 de fevereiro. O comunicado insiste na importância da vacina, pedindo aos católicos não disseminar informações contrárias à vacinação. Também pede que as paróquias façam o possível para transmitir as celebrações da Eucaristia. O trabalho nas secretarias será determinado de acordo com a realidade de cada paróquia. Finalmente se pede a intercessão dos padroeiros e padroeiras “pela aceleração do processo de Vacinação e pelo crescimento da consciência de nossa responsabilidade no combate desta pandemia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Vacina para crianças: a ideologia nunca pode estar acima da vida

A pandemia tem nos mostrado atitudes que durante muito tempo ficaram disfarçadas, mas que diante da crise foram aparecendo. São situações que tem que nos levar a refletir como sociedade, a avaliar o modelo civilizatório que está sendo construído, onde o povo confia mais na opinião de algumas pessoas do que no trabalho científico, avaliado por anos de estudo e trabalho. A ciência permitiu superar doenças que ao longo de muitos anos mataram muitas pessoas, doenças que hoje são quase inexistentes, pois as vacinas fizeram com que elas fossem superadas. Isso foi fruto do esforço de cientistas, que dedicaram sua vida a possibilitar que muitas vidas pudessem ser salvas. A vacina contra a Covid-19, a pandemia que já matou mais de cinco milhões quinhentas setenta e duas mil pessoas, mais de seiscentas e vinte um mil no Brasil, tem sido motivo de polémica em muitos países, sendo o Brasil um dos países que isso gerou mais divisão e enfrentamento, muitas vezes por questões ideológicas e não por questões sanitárias. O baixo número de vacinados, que muitas pessoas veem como consequência do incentivo do poder público, numa tentativa de evitar destinar recursos públicos àquilo que a Constituição garante, uma saúde de qualidade para toda a população, coloca em risco a saúde de todo mundo, pois a menos vacina, a possibilidade de contagio e a gravidade da doença aumentam. Tentar dificultar a vacina de crianças é a nova estratégia, uma atitude daqueles que querem tampar o sol com a peneira, quando na verdade a vacina das crianças contra todo tipo de doenças, ainda mais no Brasil, é algo que faz parte da sociedade brasileira há décadas, salvando a vida de muitas crianças ao longo destes anos. O incentivo da vacina, também das crianças, tem sido uma cobrança e um incentivo da Igreja católica desde o início da pandemia. O Papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande parte da Igreja católica tem apostado na defesa da vida, insistindo em superar ideologias que geram morte, dor e sofrimento em muita gente, ideologias que infelizmente são apoiadas por pequenos grupos de católicos, ou que se dizem tais, indo contra aquilo que o Papa e os bispos do Brasil defendem. Nossa sociedade deve refletir, se questionar e fazer escolhas claras. Não dá para ficar acima do muro, para estar com Deus e com o diabo, para não apostar decididamente na defesa da vida. Nestes dias em que o número de contagiados e de mortes está aumentando no Brasil e no mundo de modo alarmante, somos chamados a nos posicionarmos claramente em favor da vida. Crer em Deus deve nos levar a isso, a defender a vida sempre, a lutar contra aqueles que colocam interesses pessoais, políticos, econômicos, ou do tipo que for, acima dessa defesa da vida. É tempo de tomar posição e dizer abertamente que a vida, especialmente dos pequenos, está acima de tudo, também das ideologias que matam. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Sônia Gomes de Oliveira: “Não podemos nos furtar de caminhar nesse processo da sinodalidade que o Papa tanto nos chama”

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) acaba de lançar a “Agenda Formativa em Defesa da Vida do ano de 2022”. A presidenta do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira, em entrevista, nos fala sobre os passos a serem dados pelo laicato brasileiro para caminhar em direção a uma Igreja sinodal, em saída para as periferias, a serviço da vida. A Agenda, com 131 páginas, tem sido disponibilizada em formato virtual (ver aqui), mas também pode ser impressa. Distribuída nos 12 meses do ano, apresenta textos, imagens, reflexões e testemunhos, que podem ser usados por cada grupo para seu trabalho e reflexão, segundo insiste a presidenta do CNLB. Qual a importância da formação do laicato para assumir a proposta do Papa Francisco de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja em saída, uma Igreja que se faz presente nas periferias? Na verdade, a proposta é trazer o laicato para assumir o seu protagonismo enquanto batizados, entendendo o seu papel fora da Igreja, seu papel de testemunha nessas realidades onde ele vive, e que é isso que o Papa Francisco tem nos chamado. Por que o leigo é aquele que está nesse chão, aquele que está nessa realidade, e por isso ele tem que viver essa realidade. Por isso que nós ao elaborarmos esta Agenda Formativa, ao pensarmos esta agenda a partir do olhar, do trabalho, da visão e da espiritualidade que o Papa Francisco tem nos trazido, com esse olhar da sinodalidade, é que nós queremos trazer o laicato para entender esse chão que ele está, este processo que o Papa Francisco tem nos chamado, para que nós tenhamos um laicato maduro, um laicato que consiga entender a realidade onde ele está, o chão onde ele está, e possa testemunhar a partir desta realidade onde ele está para que ele possa viver realmente esse testemunho de onde ele vive. A Agenda Formativa é interativa e vai refletindo cada mês sobre momentos importantes na vida da Igreja e da sociedade. A partir dessas temáticas e dos testemunhos que aparecem recolhidos em cada um dos meses, como ajudar o laicato a ter esse olhar para fora do templo, para a sociedade, como se posicionar na defesa da vida fora do templo? Justamente nesse sentido que nós queremos. A Agenda é uma forma de contribuir para que o laicato tenha um subsídio. Muitas vezes se fala que não se tem como preparar uma reunião, o que refletir. A Agenda é um subsídio que nós damos para que na reunião mensal ter o que refletir, trazendo realidades de Norte a Sul do país, daquilo que o Papa Francisco tem nos convocado, realidades sociais, como a Semana Social Brasileira, Semana dos Pobres, com testemunhos de cristão leigos e leigas, de bispos, de padres que estão aí, que dão a vida pela nossa Igreja. Nós não nos furtamos de mostrar um rosto de uma Igreja que, a partir de Jesus Cristo é presente e que dá um testemunho do Evangelho, a partir de uma encarnação. Nós queremos que o laicato possa ter na sua vida diária, na sua formação, a partir do seu encontro mensal, uma sugestão que nós damos para que eles possam estar fazendo essa sintonia com o que a Igreja do Brasil está refletindo, mas o que as nossas periferias, a nossa realidade social está apontando. Este ano para nós é desafiador. É um ano que nós temos a Semana Social, é um ano que estamos discutindo a democracia do nosso país, e nós precisamos que o nosso laicato tenha clareza, que é um ano de eleição e nós precisamos ter clareza que somos chamados a testemunhar dentro da política, que é um dos campos específicos para a atuação dos cristãos leigos. A Agenda aponta muito isto para nós, e nós queremos muito pautar isto na nossa Agenda. Qual a proposta do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro para que esse trabalho seja realizado nos grupos, nas bases, ao longo de 2022? Ao longo de 2022, além de esta Agenda que a gente quer propor para o ano todo, nós temos a nossa Assembleia anual, que é uma assembleia eletiva, e que nós vamos fazer uma recuperação da Assembleia Eclesial. Nessa Assembleia Geral Ordinária, nós vamos a estar recuperando um pouco, trazendo esse olhar. Uma das propostas centrais que nós queremos trazer para nossa Assembleia Geral Ordinária, é “Sinodalidade e missão: Cristãos leigos e leigas em saída para as periferias”. Esse é o tema central para nós cristãos leigos nesse ano, entender que somos chamados para uma Igreja em saída, e como leigos e leigas, é as periferias o campo nosso. Isso, porque nós queremos continuar nessa sinodalidade, mas também pensando que o campo específico de missão nosso são as periferias, e em sintonia com a Assembleia Eclesial e o Sínodo que o Papa tanto está nos chamando. Não podemos nos furtar de caminhar nesse processo da sinodalidade que o Papa tanto nos chama. Fala sobre a sinodalidade, uma prioridade da Igreja universal para 2022 e 2023. Como esta Agenda Formativa pode ajudar a Igreja do Brasil, especialmente o laicato, a se envolver neste Sínodo sobre a Sinodalidade? O que nós queremos agora é uma divulgação maior, nós queremos que cada presidente regional possa divulgar isto no seu Regional, na sua diocese, os parceiros que nós temos em cada diocese, e chegar no grupo mais simples que tiver, e que a gente possa conseguir estar fazendo essa reflexão. O nosso material, ele está muito em sintonia com aquilo que a Igreja do Brasil traz, com aquilo que o Papa Francisco tem apresentado, com aquilo que as nossas pastorais, os nossos movimentos, os nossos organismos da Igreja têm apresentado. O Conselho de Leigos não é um organismo que está fora daquilo que a Igreja do Brasil tem pensado. Uma forma de sinodalidade, de colegialidade, que nós também queremos contribuir com esta Igreja universal, com esta Igreja do Brasil e com esta Igreja da América Latina, para nos vivenciarmos tudo aquilo que o nosso Papa tem…
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Dom Cláudio Hummes: “Concretizar a sinodalidade do processo como metodologia eclesial”

Retomar e implementar as tarefas da CEAMA para 2022, “em favor da missão da Igreja na nossa querida Panamazônia”. Este foi o objetivo da mensagem (veja aqui) em vídeo lançada pelo Cardeal Claudio Hummes, presidente da entidade. Em um caminho legitimado e iluminado pelo Sínodo para a Amazônia e seus documentos norteadores, assim como pela criação e reconhecimento canônico da CEAMA, o cardeal brasileiro chama a “caminhar juntos, respeitando as nossas legítimas diferenças, e mantendo-nos em rede entre nós e em comunhão jubilosa e real com nosso querido Papa Francisco“. Para o presidente da CEAMA, a sinodalidade deve ser a metodologia eclesial, na qual todos participam, procurando ser uma “Igreja em saída“, que “derruba os muros e constrói pontes para chegar e escutar a todos, com prioridade aos pobres”, insistindo em alcançar os povos indígenas e com eles buscar os avanços necessários. O Cardeal Hummes chamou a “socializar o que cada comunidade está fazendo e inspirar as demais em seu próprio trabalho“, lembrando a necessidade de “elaborar e pôr em prática um Plano de Pastoral de Conjunto”, algo que já está sendo feito e que “quer tornar real uma pastoral missionária de uma Igreja que visa não somente as comunidades e pessoas humanas, mas toda a criação, a natureza, numa ecologia integral”. Dom Cláudio também fez um chamado a assumir a preservação do meio ambiente e que “procuremos desenvolver o espírito e a prática sinodais” nas comunidades. O presidente da CEAMA enfatiza a urgência de treinar futuros pastores indígenas ordenados e incentiva os bispos a avançar no caminho da inculturação da fé. O cardeal Hummes também assinalou outras necessidades, tais como a criação de uma Universidade Católica Pan-Amazônica, insistindo no apoio do CELAM e da REPAM. Finalmente, Dom Cláudio enfatizou a importância do trabalho diário nas comunidades locais, insistindo que “é ali que se deve escutar as bases e com elas elaborar e realizar concretamente o básico do que nos pede todo este processo sinodal“. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte-1

Em encontro com o Papa Francisco, Dom Mário Antônio agradece sua colaboração para a Igreja na Amazônia

Na manhã desta quinta-feira, 13 de janeiro, aconteceu o encontro do Papa Francisco com a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O episcopado brasileiro foi representado pelos dois vice-presidentes da entidade, Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima (RR). O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, que ficou no Brasil acompanhando as vítimas das enchentes, e que deve chegar em no próximo domingo, 16 de janeiro, e o secretário geral, Dom Joel Portella Amado, que na semana passada testou positivo para a Covid-19 e não viajou, não participaram do encontro com o Santo Padre. Após o encontro no Vaticano os dois vice-presidentes da CNBB foram entrevistados pelo diretor da edição portuguesa de Rádio Vaticano – Vatican News, Silvonei José. Na conversa com o jornalista, os prelados partilharam o encontro que poucos minutos atrás tinha acontecido com o Papa Francisco. Dom Jaime Spengler definiu o encontro como “muito fraterno, muito simples”, afirmando que o motivo do encontro é a visita que usualmente a presidência da Conferência faz ao Santo Padre todos os anos. Já Dom Mário Antônio, salientou que “o Papa Francisco, primeiramente nos deixou muito a vontade, e até que pediu que a gente falasse com espontaneidade”. Segundo o bispo de Roraima, “comentamos com ele a realidade do nosso Brasil, da nossa Conferência, o momento que vive o Brasil nessa questão da pandemia nesses dois últimos anos, e esperanças que nos motivam a ir adiante”. Dom Mário Antônio destacou que “ele sempre nos dizia, vai em frente”. Também foi oportunidade para o bispo falar ao Papa Francisco “da nossa Amazônia, sobretudo agradecer a exortação pós sinodal Querida Amazônia, e outros desdobramentos que o Papa Francisco tem colaborado para a Igreja na Amazônia e também no Brasil e no mundo”. O segundo vice-presidente da CNBB destacou como algo que ficou bastante forte para eles, foi que “ele nos olhava a sempre nos fez entender a necessidade de ternura e proximidade, neste tempo de retomada e também de superação da pandemia”. O bispo de Roraima insistiu na “proximidade com o nosso povo, nas comunidades, proximidade com as pessoas e famílias que sofrem como luto ou com a doença”. Para Dom Mário Antônio, “como Igreja devemos passar a ternura e o carinho que sentiram no Papa Francisco a todas as pessoas”. O Papa está muito consciente “daquilo que vivemos, daquilo que fazemos no Brasil”, segundo Dom Jaime Spengler. No encontro foi partilhado o vivido na 58ª Assembleia Geral da CNBB e o que se espera da próxima, que será feita em duas modalidades online e presencial, se o vírus o permitir, em duas etapas, comentando a agenda mais importante, que seria “a aprovação do documento sobre a Palavra de Deus na vida das comunidades e a votação sobre a tradução do Missal que virá”, afirmou o primeiro vice-presidente da CNBB. Também foi partilhado sobre os desafios do Colégio Pio Brasileiro, em Roma, principalmente o baixo número de estudantes, que segundo Dom Jaime Spengler “precisamos incrementar este número”, os 15 anos da Assembleia de Aparecida, cujas comemorações terão início em maio. Nesse momento, o Papa insistiu em que “ainda precisamos avançar respeito daquilo que o documento indicou”. Um momento muito intenso e fraterno, segundo o arcebispo, em que o Papa Francisco tentou sempre “nos impulsionar”. Dom Jaime destacou do Papa as seguintes palavras: “avancem, coragem, vamos em frente, oração, juntos, comunhão, fraternidade”. Dom Mário Antônio da Silva insistiu em que “o Papa Francisco é um homem que tem esperança, e na medida em que ele confia nas pessoas, confia na Igreja, ele é um homem que abre caminhos pela sua criatividade. Ora pela palavra e ora pelo gesto e pelo silêncio”. Para o segundo vice-presidente da CNBB, o encontro “nos dá esperança de poder contar com a presença do Papa Francisco até mesmo na Amazônia”. O Papa, como é costume, pediu à Igreja do Brasil que reze por ele, segundo Dom Mário Antônio, que afirmou que “a gente sabe que ele reza muito pela nossa Igreja, no Brasil, na Amazônia, e é um homem que fala ao coração”, algo que o bispo de Roraima pede ao Espírito Santo, “que tenhamos essa capacidade de falar ao coração das pessoas neste ano de 2022”. Ao comentar sobre o momento económico, político, social do Brasil, Dom Jaime Spengler afirmou que o Papa Francisco “aponta para aquilo que Fratelli tutti propõe para as nossas comunidades”. Diante de um momento desafiador, “que exigirá de nós prudência, discernimento, oração, capacidade de diálogo“, o arcebispo de Porto Alegre chamou a “construir pontes”. Dom Mário Antônio também destacou dentro da conversa com o Papa Francisco “a questão ecológica, olhando para a Amazônia e também para todo o mundo”. Essa questão ecológica é, segundo o bispo de Roraima, um desdobramento de Aparecida, “que depois o Papa Francisco retrata de maneira contundente, clara, na Laudato Si, na chamada para a conversão ecológica, e que todos, mulheres e homens abracemos de maneira corajosa a ecologia integral”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Desastres ambientais: consequência da falta de consciência e cuidado

As últimas semanas tem nos trazido as tantas notícias das enchentes, secas, destruição, sofrimento, morte, situações cada vez mais presentes no Brasil e no mundo, realidades que devem nos levar a refletir e descobrir o que a gente está fazendo de errado. O cuidado da Casa Comum se tornou algo para ontem, algo que deve ser assumido pela humanidade como uma prioridade inadiável. Aos poucos, as pessoas vão se tornando conscientes disso, mas o caminho a percorrer ainda é longo. Fazer com que o cuidado do ambiente se torne algo assumido por todos é um desafio para o qual as pessoas precisam ser educadas. Querida Amazônia fala sobre “Educação e hábitos ecológicos”, insistindo em que “a grande ecologia sempre inclui um aspeto educativo, que provoca o desenvolvimento de novos hábitos nas pessoas e nos grupos humanos”. Por isso, seguindo a proposta do Papa Francisco na exortação pós sinodal do Sínodo para a Amazônia temos que tomar consciência de que “não haverá uma ecologia sã e sustentável, capaz de transformar seja o que for, se não mudarem as pessoas, se não forem incentivadas a adotar outro estilo de vida, menos voraz, mais sereno, mais respeitador, menos ansioso, mais fraterno”, algo que é constituído a partir de processos educativos. Estamos diante de uma disjuntiva entre cuidado e lucro, caminhos opostos que conduzem à vida e à morte. A falta de cuidado da Casa Comum é um claro exemplo daquilo que o Papa Francisco chama de economia que mata. São muitos os exemplos disso, especialmente nas últimas semanas, em que as manchetes dos jornais nos mostram as consequências da falta de cuidado com um Planeta que a cada dia sofre mais. A tomada de consciência de cada pessoa é importante, mas também somos desafiados a exigir políticas públicas que coloquem o foco no cuidado da Casa Comum, e não no interesse de pequenos grupos de poder, que colocam o lucro acima da vida, especialmente dos mais pobres, que são os primeiros em sofrer as consequências das mudanças climáticas. Diante de um poder público que olha para o outro lado, que favorece os poderosos, que promove a destruição daquilo que é de todos, somos desafiados a dar um chega e dizer que não aceitamos seguir num caminho que nos leva à destruição e a morte. É tempo de se organizar e procurar alternativas que visem a sustentabilidade do Planeta e de todas as espécies que o habitam. Os sinais são cada vez mais claros, mas também é certo que não tem pior cego do que aquele que não quer enxergar. O que fazer para ajudar a sociedade a tomar consciência da situação que o Planeta e a humanidade vivem? Como ajudar os negacionistas a enxergar os sinais que provocam sofrimento, dor e morte? Como aprender a fazer realidade um Planeta sustentável, que não seja ameaçado? Não podemos esquecer que tomar consciência e aprender a cuidar é o caminho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Pastoral ticuna transfronteiriça: avançar numa Igreja com rosto amazônico

O Sínodo para a Amazônia ajudou a Igreja da região a tomar consciência da necessidade de acompanhar a vida dos povos que habitam em países diferentes. O Documento Final, no número 13 afirma que “territórios de circulação indígena tradicional, separados por fronteiras nacionais e internacionais, exigem uma pastoral transfronteiriça capaz de compreender o direito à livre circulação destes povos”. Essa pastoral transfronteiriça tem sido um empenho na Diocese do Alto Solimões. A paróquia de Belém do Solimões, que acompanha o povo ticuna, vem dando passos para fazer realidade uma Igreja intercultural. De 4 a 8 de janeiro de 2022, 204 ticunas de 27 comunidades, que fazem parte do Vicariato Apostólico de Leticia (Colômbia) e da Diocese do Alto Solimões, se reuniram para participar do 2º Encontro Geral da Pastoral Ticuna, coordenado pelos Frades Menores Capuchinhos, e as Missionárias da Imaculada e os Missionários de Guadalupe. O encontro aconteceu na paróquia São Francisco de Assis, comunidade de Belém do Solimões, dentro da Terra Indígena EWARE. Nele participaram Ministros da Palavra, Catequistas, Agentes do Dízimo, Jovens, coordenadores, Missionários, Caciques, tanto homens quanto mulheres. Ao longo de 5 dias, tem sido um momento de partilhas, escutas dos desafios de cada comunidade, trabalhos em grupo, e formações em torno a 4 pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. Ao longo do encontro foi valorizada a língua e cultura ticuna, com instrumentos musicais indígenas, celebrações, terço e louvores todo dia. O encontro também refletiu sobre o Sínodo 2021-2023, que tem como tema “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”, sendo encaminhado tudo o que foi refletido aos bispos da Dioceses do Alto Solimões, Dom Adolfo Zon, do Vicariato Apostólico de Leticia, Dom José de Jesús Quintero Díaz e ao Papa Francisco. No final do encontro, as comunidades presentes no encontro assumiram compromissos para viver neste 2022, entre outros: celebrar de forma inculturada todo Domingo; fazer catequese e rezar o terço toda semana; cuidar melhor da natureza (ecologia); cuidar dos jovens formando grupos e lutando juntos contra o alcoolismo; continuar a preparar e enviar mais missionários/as ticuna para ajudar as comunidades e Paróquias mais enfraquecidas; rezar mais pelas vocações e organizar melhor a pastoral vocacional ticuna. Buscando uma melhor articulação e se fortalecer como povo ticuna católico em nível diocesano e transfronteiriço, foi planejado e aprovado um calendário pastoral para 2022, onde serão realizadas formações bíblicas para os Ministérios e Sacramentos como também encontros em prol da ecologia, da cultura e da luta contra os problemas juvenis (o alcoolismo, a violência e o suicídio…) educando para a feliz sobriedade. A grande participação tem sido motivo de alegria para os organizadores do encontro, que tem vivido este momento como uma grande celebração. Uma oportunidade para amadurecer uma Igreja com rosto indígena e missionário, um desafio e uma dificuldade, mas que aos poucos vai dando passos que ajudam a torna realidade uma das propostas do Sínodo para a Amazônia.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações da Paroquia de Belém do Solimões

35º Curso de Verão do CESEEP: “Reconstruir a Vida e a Sociedade com Saúde para Todas as Pessoas”

O Curso de Verão do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), tem se tornado uma referência no Brasil. Em 2022 acontecerá em modo online, “para não colocar em risco a vida de voluntários e participantes”, a 35ª edição, de 6 a 15 de janeiro, com o tema “Reconstruir a Vida e a Sociedade com Saúde para Todas as Pessoas”, e mais uma vez com a coordenação do padre Oscar Beozzo e Cecília Bernardete Franco.   Diante dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19, o 35º Curso de Verão pretende descobrir e compartilhar “as saídas construídas por comunidades, movimentos sociais, ambientais, culturais e políticos, entidades científicas e pessoas conscientes e comprometidas, aqui e ao redor do mundo”.   Segundo os organizadores do Curso, “a situação é complexa, difícil, por vezes desesperadora, como vivenciam dolorosamente nossas famílias e instituições e como apontam os estudos e vozes abalizadas”. Recolhendo as palavras da Mensagem da 58ª. Assembleia Geral da conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao povo brasileiro, em 16 de abril de 2021, “o Brasil experimenta o aprofundamento de uma grave crise sanitária, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia, que nos desafia, expondo a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. Embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais devastadoras na vida dos pobres e fragilizados”.   Nesta conjuntura, marcada pela crise global, são destacados três aspectos, que serão tratados pelo Curso de Verão nos próximos três anos: Saúde, tema abordado neste ano, tentando responder à pandemia e à morte; Educação, em 2023, frente ao obscurantismo e ao negacionismo; Trabalho, em 2024, frente à fome e ao desemprego.   O propósito, se afirma desde o Curso de Verão, “é de se construir nova sociedade, com saúde, educação e trabalho para todas as pessoas, dentro de um projeto ambientalmente sustentável, economicamente justo e socialmente igualitário, acolhedor da rica diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa de nosso país, no respeito às diferenças todas e no socorro imediato aos mais vulneráveis”.   Para isso colocam os povos originários como fonte de aprendizado, afirmando que “eles trazem do seu passado e de sua resistência milenar um modo diferente de se organizar e de conviver harmonicamente entre si e com a natureza”, insistindo em que “temos muito o que aprender com eles e com a sabedoria popular”.   O curso vai iniciar analisando “a realidade e os fundamentos que justificam escolhas entre distintos projetos de sociedade”. Num segundo momento, partindo da Bíblia e os conhecimentos das tradições de religiões não cristãs, serão discernidos “compromissos frente às mudanças necessárias, para que todas as pessoas vivam dignamente”. O 35º Curso de Verão será oportunidade para “a troca de experiências concretas de pessoas, grupos, comunidades e igrejas, sobre as formas de sobrevivência em relação à saúde neste tempo de pandemia”. Como é tradição no Curso de Verão, “a metodologia do curso seguirá os princípios da Educação Popular, com destaque para a troca de saberes e de experiências como ponto de partida; para o aprofundamento de conteúdos e compromisso ao retornar às práticas locais”. Junto com isso, o Curso de Verão “tem como pilares estruturantes o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, a arte, o cuidado com as pessoas e com nossa Casa comum e o mutirão”. Junto com a apresentação de conteúdos, haverá momentos de vivência de mística e de arte, bem como a possibilidade de reflexão dos conteúdos em pequenos grupos, nas Rodas de Conversa. Também será dedicado um tempo para a partilha de projetos e experiências acerca de diferentes maneiras de se cuidar da saúde. Se trata de um curso oferecido a lideranças de comunidades e movimentos sociais, com prioridade para jovens e leigos, e propõe que as pessoas se organizem em seus locais de origem, para acompanhar o curso em grupos, de modo que os temas e experiências sejam acessíveis ao maior número possível de pessoas das comunidades, grupos religiosos e movimentos sociais. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A exemplo dos Santos Reis, o que oferecer ao Menino Deus e à sociedade?

6 de janeiro é a festa dos Santos Reis, fazendo memória daqueles Magos do Oriente que seguindo a estrela chegaram em Belém e ofereceram seus presentes ao Menino Deus. Deixaram tudo para seguir aquele sinal e chegar para adorar aquele que seus conterrâneos tinham ignorado. Se alguém perguntasse para nós o que ofereceríamos como presente ao Menino Deus, com certeza muitos de nós encheríamos a boca falando sobre muitas coisas boas, dizendo que a gente ama muito a Deus e a Jesus. Diante disso, penso nas palavras da Primeira Carta de João, “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”. O desejo de oferecer ao Menino Deus tem que nos levar a sentir a necessidade de oferecer à sociedade da qual a gente faz parte, onde Ele continua se encarnando hoje, de oferecer aos mais pobres e vulneráveis, imagem daquele que nasceu no presépio, na periferia, no meio dos excluídos. A religião nunca pode ser um instrumento para se evadir da realidade concreta que faz parte da nossa vida, e sim um motivo para enxergar e nos comprometer com aqueles que são presença do Deus encarnado no meio de nós. O que a sociedade brasileira precisa de nós neste momento da história? Uma pergunta que deve ser respondida por cada um e cada uma de nós, pessoalmente, mas também uma pergunta que deve ser respondida como Igreja, como sociedade. Somos chamados a construir um mundo melhor para todos e todas a partir daquilo que a gente tem de melhor, sem guardar para nós as nossas capacidades. O individualismo, o ódio ao diferente, a falta de empatia com aqueles que sofrem, atitudes cada vez mais presentes na sociedade, também no Brasil, devem ser enfrentados como comunidade que se preocupa com um futuro cheio de incertezas. Para isso é imprescindível o envolvimento por completo de todos e todas. Não é suficiente nos envolvermos pela metade, guardarmos para nós uma parte daquilo que a gente pode e deve dar. A sociedade precisa de pessoas comprometidas com o bem comum, com mudanças sociais cada vez mais urgentes e necessárias, com elementos que façam possível superar desigualdades históricas que favorecem situações que provocam situações que nos afastam e nos enfrentam. Mas para isso devemos colocar ao dispor dos outros o que temos de mais precioso, nossa solidariedade, nosso compromisso com os pobres, com os vulneráveis, com as vítimas de todo tipo de violência, nosso compromisso com a democracia e a defesa dos direitos humanos. Refletir sobre isso se torna um desafio num ano em que o Brasil deve enfrentar processos sociais e políticos que vão marcar o futuro a médio e longo prazo. A sociedade precisa encontrar caminhos de futuro, e para isso o nosso envolvimento se torna decisivo. Não tenha medo de se comprometer e fazer realidade um mundo melhor. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar