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Dom Odilo Scherer: Assembleia Eclesial, ver “onde o Espírito de Deus nos conduz”

A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe quer dar a conhecer o que está acontecendo a cada momento neste evento histórico e inédito. Além das transmissões ao vivo de quase todo o programa, haverá uma coletiva de imprensa diária, com a presença de um bispo, um padre, uma religiosa e uma leiaga ou leigo dentre os presentes na Casa Lago, sede da Conferência Episcopal Mexicana. No primeiro dia de trabalho, estiveram presentes o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo e primeiro vice-presidente do Celam, a mexicana Irmã María Dolores Palencia, da Comissão de Conteúdo do Celam, o Padre Leo Pérez, OMI, diretor da coleta para América Latina da Conferência Episcopal Americana, e a jovem costa-riquenha Elena Matamoros, da Equipe de Pastoral Juvenil da América Latina e Caribe.  “Um momento que vai na direção da sinodalidade da Igreja, que o Papa Francisco chama a toda a Igreja como caminho para o Sínodo de 2023”. Foi assim que o Cardeal Scherer definiu a Assembleia Eclesial, que está ocorrendo de uma forma que é a primeira da história, representando todos os ministérios do Povo de Deus, em comunhão. O Arcebispo de São Paulo salientou a importância da escuta no processo, para que a realidade e a missão da Igreja em todo o continente possam ser discutidas. Tudo isso em um caminho aberto, na expectativa de ver “onde o Espírito de Deus nos conduz”. Metade dos católicos nos Estados Unidos são de ascendência hispânica, como o Pe. Leo Pérez assinalou. Isto a torna “uma Igreja mais rica em tradições e línguas, em religiosidade popular“, o que deve levar à unidade entre a Igreja americana e a Igreja na América Latina e no Caribe. A Irmã Maria Dolores Palencia vive este momento de graça, que ela já havia vivido quando participou da Conferência de Aparecida. Todo o processo da Assembleia nos últimos meses é “aquele grão de mostarda que foi semeado em Aparecida, que está crescendo como uma árvore mais exuberante“. É uma assembleia que “nos coloca em uma situação de abertura, de saída, de esperança, de aventura”, chamando-nos a nos deixar conduzir pelo Espírito para escutar tudo o que as comunidades da América Latina e do Caribe contribuíram, mas também para “escutar as realidades crucificadas do nosso mundo”. Ela também o vê como “uma oportunidade de retomar profundamente nosso compromisso batismal e de trazer uma palavra de esperança”. “Um tempo de graça que nos chamou a todos juntos, de coração aberto, cheios de alegria, cheios de esperança”, vivido durante os últimos meses, disse Ligia Elena Matamoros. A jovem recordou as palavras do Papa Francisco nas quais ele diz que “se não queremos nos perder num mar vazio de palavras, devemos sempre olhar para os rostos dos jovens, das mulheres e dos pobres“, insistindo que os jovens esperam que sua voz seja ouvida e levada em conta neste processo. Em resposta às perguntas dos jornalistas, foram levantadas diferentes questões, como a divisão na Igreja, resultado de ideologias nascidas de escolhas políticas, que não querem dialogar. Neste sentido, o Padre Leo Pérez vê a grandeza desta Assembleia como um momento para ouvir e viver a sinodalidade. Segundo o Cardeal Scherer, é uma questão de enfrentar os desafios atuais para evangelizar, que é o que é a Assembleia Eclesial. Em suas palavras, ele lembrou a experiência de Aparecida, que refletiu sobre as diferentes maneiras de encontrar Deus que a Igreja deve realizar. A Pastoral da Juventude da América Latina quis promover o espaço e a participação dos jovens no processo da Assembleia, o que os encheu de esperança, já que seus desejos aparecem no Documento para o discernimento. Mas também, quando solicitada por jornalistas, Ligia Elena Matamoros insistiu na necessidade de “ver os jovens nos espaços onde as coisas são planejadas, onde as decisões são tomadas“, porque ali “eles estão ausentes e são necessários”. Ela também vê como um motivo de esperança para a América Latina e o Caribe a diversidade dos participantes, o que leva a corações abertos. Somos todos Igreja, algo enfatizado pela Irmã Maria Dolores Palencia, que vê a necessidade de uma missão a ser realizada de acordo com as novas situações e novas realidades, hoje marcadas pela pandemia. A Irmã pediu que o que vai ser vivido durante a Assembleia seja vivido e que todos participem do processo, insistindo mais uma vez na importância de escutar. Ela também enfatizou a necessidade de não carregar ideias preconcebidas, uma conversão para entrar no desconhecido. Junto com isto, dialogar com o diferente e com os diferentes, com a diversidade, aceitar que somos complementares e que, embora diferentes, podemos caminhar juntos. Sobre o papel da mulher, a religiosa mexicana afirmou que desde Aparecida houve progresso, “não todo o progresso que gostaríamos, mas houve progresso“. Um desses avanços tem sido no campo da teologia, onde a presença das mulheres tem avançado muito. Ela pediu para “ouvir a sabedoria das mulheres do povo, simples”, que estão na base, mulheres que fizeram o caminho a partir de seus próprios lugares. “É um ritmo lento, mas estamos dando passos e passos adiante” no papel da mulher, algo que deve ser realizado em diálogo, em escuta, no Povo de Deus. Ao abordar os desafios do processo de escuta, Ligia Elena destacou que um deles seria “garantir que no futuro os processos de escuta sejam ouvidos muito mais vozes, para que a reflexão, o processo de discernimento seja muito mais rico e nos permita encontrar melhores caminhos”. O Cardeal Scherer salientou “continuar a escutar em todos os níveis”, e que isto deveria ser feito em todas as esferas da Igreja e da sociedade civil. Maria Dolores Palencia colocou como um desafio, “que este não seja um ponto de chegada, mas um ponto de partida, e que este seja uma continuidade e que chegue a todo o Povo de Deus”, enfatizando a necessidade de diálogo e escuta. Não ter respostas prontas é outro desafio, segundo o Padre Leo Pérez, algo que ele vê como uma tendência do clericalismo, chamando a…
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Fidel Oñoro: “A Escritura nos tira do analfabetismo espiritual”.

A reflexão teológica bíblica é um elemento importante no caminho da Igreja, pois é o fundamento da vida pastoral. Nesta perspectiva, o Padre Fidel Oñoro refletiu no primeiro dia de trabalho da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, no qual se faz um chamado a dispor o coração para discernir em comum nesta Assembleia Eclesial, tendo como referência o texto bíblico que nos convida a ouvir a Palavra de Deus e a cumpri-la. Sua reflexão sobre “A centralidade de Jesus Cristo e sua Palavra em nossa ação pastoral” teve como ponto de partida uma série de perguntas que ele respondeu durante toda a apresentação: “Por que estamos aqui? O que é que convoca e marca esta Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, sempre em comunhão com toda a Igreja? Por que tudo o que temos existe? Por que existe uma Palavra de Deus? Por que existe uma Igreja? Por que somos chamados? Por que falamos de missão? Por que estamos empenhados no discernimento comunitário? De onde vem? Qual é a fonte? Qual é a proposta fundamental?”. “Estamos aqui porque existe um projeto, um projeto que nos precede. Este maravilhoso projeto é a vontade divina“, disse o biblista colombiano. Este projeto consiste “no fato de que Deus nos chama para compartilhar sua vida e sua felicidade”. Deus nos chama para estar com ele, para conversar com ele, para viver sua vida, para trabalhar com ele”. O desafio é saber ler o plano de Deus, porque é do plano de salvação de Deus que tudo é lido. Um plano de salvação sem o qual “a Igreja não existiria”. Segundo o Padre Oñoro, a teologia tem sua razão de ser em “criar um diálogo entre esta experiência de fé e cultura, culturas“. A teologia moral em que “somos chamados a uma forma de viver de acordo com o plano de salvação de Deus e esse estilo nos dá identidade”. A liturgia nesse “plano de salvação de Deus deve ser celebrada como uma memória viva”. A pastoral no fato de que “a missão da Igreja é dar-lhe concretude em todos os níveis do ser humano, no indivíduo e na comunidade da pessoa”. Centrando-se no cuidado pastoral, o religioso Eudista afirmou que “o pastor na Bíblia é antes de tudo Deus”, que “conduz seu povo ao longo do caminho do deserto”. Por esta razão, ele insistiu que “o trabalho pastoral é sempre um exercício de caminho, em êxodo“, onde “a escuta é sempre traduzida em um caminho”. Assim se traduzem os caminhos de Deus, um Deus que se torna um caminheiro, que se encarna em Jesus, que é a Palavra, que escuta os gritos dos esquecidos, que causa um impacto, que também provoca gritos de alegria. Ser discípulo implica saber ler a cruz, pois “aquele que aprende a ler a cruz a partir da experiência do Ressuscitado é aquele que pode proclamar Jesus Cristo“. Da cruz olhamos a história de uma maneira nova, é uma gramática, “nos dá um olhar e um programa”. A Escritura está situada em um horizonte vital, que retoma o plano salvífico de Deus, que “abre janelas de observação e compreensão mais profunda”, que “nos tira do analfabetismo espiritual”. Com ele, disse Fidel Oñoro, “lemos os códigos da intervenção criativa, libertadora e sempre construtiva de Deus em nossa história“, mas também “temos luz para perceber os caminhos do Espírito dentro das tribulações que vivemos”. O biblista insistiu que “somos uma Igreja apaixonada por Jesus, que não joga pelo poder, que sabe que só tem força e capacidade transformadora na história quando se torna humilde e autêntica, quando se torna serva sem pedir nada em troca”. Os discípulos são chamados a sentir com Jesus, também a escutar, uma atitude fundamental durante a Assembleia, a escutar a Palavra e a realidade, buscando “uma ação pastoral mais vigorosa“. Um primado da Palavra no qual a Igreja na América Latina e no Caribe sempre foi pioneira, insistiu Oñoro. Partindo da Palavra, a fim de “fazer circular o Evangelho por todas as veias da Igreja”. “Somente escutando a Palavra podemos perceber o que Deus nos diz e nos pede, podemos descobrir nossa missão e aquilo a que somos chamados”, segundo o biblista, que sublinhou que “escutar, meditar, deixar a Palavra entrar em nós, permite-nos agir em harmonia com sua vontade”, a vontade de Deus. Daí surgirão novas direções, caminhos de felicidade, entendendo que “a Igreja que escuta é a Igreja em um caminho exodal, desinstalada, peregrina, aprendiz, sempre discípula, agradecida, escutando a vida que quer nascer, escutando o que bate dentro das pessoas, das coisas, mas acima de tudo a Deus”. Somos colocados nas mãos da Palavra para que ela possa nos orientar, e ele nos convidou a pedir a Deus “um coração que saiba escutar“. Oñoro terminou com as palavras do Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “Não é o mesmo tentar construir o mundo com o Evangelho que construí-lo apenas com a razão”, algo que ele convidou os membros da assembleia “a fazer durante esta semana”.

Encontro Vocacional Alto Solimões: “Eu os destinei para ir e produzir frutos…”

Depois de ter acontecido um encontro vocacional no mês de junho 2021, para os jovens que expressaram iniciar um discernimento sobre a vida presbiteral, é o momento de concretizar com eles mesmos se ainda querem continuar com esse processo de acompanhamento, nesta ocasião de uma maneira mais aprofundada. Nos dias 19 e 20 de novembro de 2021 foi realizada uma Convivência Vocacional em Tabatinga-AM. Participaram 9 jovens que vêm de Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Belém do Solimões e da cidade que foi sede desta atividade. Também estavam presentes dois jovens que já estão terminando o seu processo de experiência no Centro Vocacional São João Maria Vianney de São Paulo de Olivença. As temáticas abordadas foram: o discernimento e a escolha vocacional, o testemunho e a partilha de experiências com os Padres Diocesanos (Pedro Amaral e Otaviano Gondos) e o Bispo Dom Adolfo Zon, as motivações pessoais para continuar no processo que a Diocese do Alto Solimões oferece na formação e a elaboração de uma carta onde cada jovem pudesse expressar o seu desejo de viver a experiência no Centro Vocacional durante o ano 2022. Assessoraram esta atividade o Pe. Mariano Mihai e o Ir. Jhonmar Sánchez. Contou-se também com o apoio das Irmãs Ursulinas de São Carlos e das Irmãs da Congregação de Nossa Senhora, na animação dos momentos de oração. Os jovens sentem um profundo apelo por servir a Deus na sua própria terra, reconhecem os grandes desafios que se apresentam nesta Igreja local e se dispõem com generosidade a seguir respondendo “aqui estou…”. Finalmente, animou-se aos jovens para continuar percebendo os sinais do Senhor nas suas vidas, pois Ele sempre lhes ama, chama e envia. Sabemos que o Ressuscitado não abandona a sua Igreja, e tornará fecundo o nosso empenho pastoral em prol das vocações em nossa querida Diocese. Maria, mãe da Igreja e modelo das vocações, interceda por nós! Pastoral Vocacional Diocese do Alto Solimões

Papa Francisco aos participantes da Assembleia Eclesial: escutar a Deus, mutuamente e aos pobres e esquecidos

“Impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários”. É assim que o Papa Francisco vê a Assembleia Eclesial da América Latina que iniciou neste domingo 21 de novembro. Agradecendo a presença daqueles que participam da Assembleia, que define como “uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos”. Na sua breve reflexão, o Santo Padre remete aos “pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidad: comunhão, participação e missão”. O Papa Francisco reflete em base a duas palavras: escuta e desborde. Ele, falando da escuta, insiste em que “o dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento”. Isso é fruto do intercambio, que “facilita ‘escutar’ a voz de Dios até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo até respirar nele a vontade à qual Deus nos chama”. O Santo Padre pede aos membros da Assembleia, se escutar mutuamente e escutar os clamores dos mais pobres e esquecidos. Falando do desborde, o Papa Francisco reflete sobre o discernimento comunitário, que leva a “poder encontrar juntos a vontade de Deus”, superando divisões e polarizações. Partindo do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, Deus “nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros”, a ser uma Igreja “mais evangelizadora e missionária”, insiste o Papa.   Mensagem do Papa Francisco   Aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, Cidade do México, 21 a 28 de novembro de 2021   Saúdo cordialmente aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será realizada de 21 a 28 de novembro na Cidade do México com o desejo de impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários, e animar a esperança, vislumbrando no horizonte o Jubileu Guadalupano em 2031 e o Jubileu da Redenção em 2033. Agradeço-lhes sua presença nesta Assembleia, que é uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos que tem como tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Em base a estes pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidad – comunhão, participação e missão – gostaria refletir brevemente sobre duas palavras para que as tenham em conta de modo especial neste caminho que estão fazendo juntos. A primeira palavra é “escuta”. O dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento. Numa assembleia, o intercambio facilita “escutar” a voz de Dios até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo ate respirar nele a vontade à qual Deus nos chama. Peço-lhes que procurem se escutar mutuamente e escutar os clamores de nossos irmãos e irmãs mais pobres e esquecidos. A segunda palavra é “desborde”. O discernimento comunitário precisa de muita oração e diálogo para poder encontrar juntos a vontade de Deus, e também precisa encontrar caminhos superadores que evitem que as diferenças se tornem divisões e polarizações. Neste processo, peço ao Senhor que vossa Assembleia seja expressão do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, que nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros, e que anima a Igreja para que, por um processo de conversão pastoral, seja cada vez mais evangelizadora e missionária. Queridos irmãos e irmãs, lhes animo a viver estes dias acolhendo com gratidão e alegria este chamado ao desborde do Espírito no Povo fiel de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe. Que Jesus lhes bendiga e a Virgem Santa lhes cuide com sua proteção maternal. E, por favor, não esqueçam de rezar por mim. Fraternalmente                                                              Francisco   Roma, São João de Latrão, 15 de outubro de 2021. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Miguel Cabrejos: Na Assembleia Eclesial “estamos unimos na diversidade de ministérios e carismas”.

Na Solenidade de Cristo Rei, aos pés de Maria de Guadalupe, a Igreja da América Latina e do Caribe se reuniu para a abertura da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Em uma Eucaristia presidida por Dom Miguel Cabrejos, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), ele disse que os participantes da Assembleia, mais de mil, incluindo os presentes na Cidade do México e os que participam virtualmente, estavam lá para dar “graças a Deus por esta nova experiência de viver, sentir e participar da Igreja”. Em sua homilia, o Arcebispo de Trujillo disse que a Assembleia Eclesial vem depois de “um longo caminho percorrido juntos, escutando a todos, sentindo como é belo ser membro do Corpo Místico de Cristo, protagonistas e corresponsáveis pela evangelização como discípulos missionários”. Ele pediu a Deus “que abra nossos corações para nos deixar guiar em espírito de escuta, sinodalidade e unidade eclesial, e para descobrir o que Ele quer nos dizer como o povo de Deus a caminho“. Chamando a todos a fazer a vontade de Deus, ele disse que “a verdadeira grandeza está em nos deixarmos iluminar pela Luz da Verdade, em descobrir a ação de Deus na história, em aderir o projeto de Jesus Cristo e em ter a verdade como norma suprema de comportamento”. O prelado peruano comparou esta Assembleia com a Conferência de Medellín, que ele definiu como “a ‘recepção criativa’ do Concílio Vaticano II, em um contexto marcado pela pobreza e exclusão”. Da mesma forma, ele disse que via esta Assembleia Eclesial como um momento “para ‘reviver Aparecida’, que reafirmou a renovação do Concílio, e procura contribuir para uma ‘segunda recepção’ do Vaticano II no novo contexto em que vivemos“. Segundo Dom Miguel Cabrejos, é uma Assembleia histórica, “porque, em vez de realizar a VI Conferência Geral dos Bispos, o Papa Francisco propôs esta Assembleia Eclesial, composta por representantes de todo o Povo de Deus“. Estamos testemunhando “a passagem de uma assembleia na qual apenas bispos participaram para uma assembleia plenamente eclesial”, insistiu o presidente do Celam. O arcebispo peruano destacou que na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “estamos unidos na diversidade de ministérios e carismas”. Juntamente com isto, “inaugura um novo organismo sinodal em nível continental, que coloca a colegialidade episcopal no coração da sinodalidade eclesial, expressão do vínculo entre o Bispo e o Povo de Deus em sua Igreja local, e da concepção da Igreja universal como uma ‘Igreja das Igrejas locais’, presidida em unidade pelo Bispo da Igreja de Roma, com Pedro e sob Pedro”. É um novo Pentecostes, no qual também está presente “Nossa Mãe, Maria de Tepeyac, que representa todas as invocações que sustentam a vida e a identidade de nossos povos da América Latina e do Caribe”. Ele invocou “sua fiel e poderosa intercessão, para que ela nos mostre o rosto e o olhar de Cristo neste tempo de encontro físico e virtual”. Ele também pediu a Maria de Guadalupe “para nos mostrar o caminho que Deus deseja para sua Igreja em nossa região“, e a docilidade “para assumir um processo de conversão permanente, em comunhão com o Concílio Vaticano II e o Papa Francisco, no caminho para o Sínodo sobre a Sinodalidade, e o que as exigências pastorais significam para o Jubileu do evento Guadalupano (2031) e o da Redenção (2033)”. Ele lhe ofereceu o caminho percorrido desde Aparecida, que, recordando as palavras do Papa Francisco, “ainda tem muito a oferecer”. Dom Miguel Cabrejos disse que queria, “na difícil unidade na diversidade, responder e acompanhar todo o povo de Deus em uma hora profundamente complexa e difícil“, insistindo em não esquecer que, nos vulneráveis, “Cristo continua a ser crucificado neles”. À luz do Evangelho do dia, ele denunciou a ruptura da comunhão e da fraternidade, que está presente “na desigualdade; na violência generalizada; nos falsos testemunhos de líderes que abandonam o sentido do serviço de suas responsabilidades; na crise sem precedentes de nossa casa comum, onde os favoritos do Senhor são os mais afetados”. Além disso, ele se sentiu desafiado pela dor das mulheres, “que sofreram abuso ou exclusão sistemática”, bem como pelos migrantes, que muitas vezes são rejeitados. Para a Assembleia que começa, o presidente do Celam pediu “o dom da escuta, aquilo que nos leva a deixar nossas posições particulares reduzidas e nos aproxima de nossos irmãos e irmãs para buscar a Deus em comum e em comunhão“. Ele também pediu para seguir o exemplo de São João Diego, “para abrir nossos corações à interculturalidade, sem medo ou dúvida”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Segunda Pre-Assembleia Eclesial: Teste final para um arranque iminente

Apenas dois dias antes do início da Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, a segunda pré-assembleia foi realizada na sexta-feira 19 de novembro, como um teste final para um momento em que a diversidade de ministérios unidos pelo mesmo batismo e a mesma vocação à santidade se tornará visível, segundo Dom Jorge Lozano. Estamos diante de uma assembleia sem precedentes e histórica, como lembrou mais uma vez Dom Miguel Cabrejos. Segundo o presidente do Celam, da mesma forma que Medellín foi a recepção criativa do Concílio Vaticano II, esta assembleia quer contribuir para uma nova recepção do Concílio Vaticano II. Esta Assembleia, segundo Dom Miguel Cabrejos, “inaugura um novo organismo sinodal em nível continental, pelo qual coloca a colegialidade episcopal no coração da sinodalidade eclesial”. Depois de rezar a oração da Assembleia, refletindo sobre o Documento para o discernimento, Ir. Liliana Franco afirmou que “mais que uma soma de temas e palavras, este documento é a cartografia com a qual o Espírito quer nos convidar a levantar o território“. A presidenta da Confederação Latino-americana de Religiosos (CLAR), nos fez perceber que “não devemos ser um empecilho para o Espírito, para buscar a vontade de Deus nesta hora crítica de nossa história”. Ela definiu o texto como “algo vivo, que tem voz, é um texto cheio de rostos”, e também “um texto que nos fala da realidade”. A religiosa nos chamou a não sermos “convidados de adorno”, mas “instrumentos através dos quais Deus pode manifestar sua vontade para a Igreja na América Latina e no Caribe“. Junto com isto, a importância de preparar o coração, de “tecer juntos, sinodalmente”, e de fazer da “contemplação da realidade o itinerário da abertura ao Espírito”. É o Espírito de Aparecida que se faz presente, “para nos lembrar que somos discípulos missionários” e que “somos também o povo de Deus e somos chamados em espírito sinodal a sair em missão, precisamente nas periferias sociais e existenciais, onde a presença e o compromisso dos crentes é urgentemente necessário”. É necessário fazer uma opção pela escuta, o que nos ajuda a descobrir novas formas de relacionamento, segundo a Ir. Liliana. O Documento nos ajuda a descobrir que “a Igreja pertence a todos e é para todos, é habitada pela diversidade e é chamada ao diálogo”. Desta forma, ela apresentou os temas presentes no Documento e as novas dinâmicas que devem surgir na Igreja, mas que já estão presentes em muitas esferas eclesiais. Deus está nos esperando nas entrelinhas do Documento, sussurrando sua vontade para nós, por isso somos chamados a ouvi-lo. Estamos diante de “um momento propício para levar adiante os sonhos discernidos pelo povo de Deus, mas também os apelos do Espírito Santo que ecoaram na Quinta Conferência Episcopal do Episcopado Latino-americano em Aparecida”, segundo o Padre David Jasso. Ao explicar a metodologia pastoral durante a Assembleia, o secretário adjunto do Celam apresentou os diferentes passos: sentido do dia, a Palavra de Deus que ilumina, reflexão da vida, grupos de discernimento, reflexão e testemunho sobre o caminho, celebração da Eucaristia, painéis, momentos de piedade popular e outros momentos, como elementos interligados. Ele então apresentou as motivações para cada dia: dispor o coração, focalizar o olhar, identificar e propor, refinar os convites do Senhor para a missão, escolher os novos caminhos, iniciar estes caminhos como discípulos missionários de Jesus. Junto com isso, os textos bíblicos que iluminam, assim como reflexões da vida para iluminar o significado de cada dia. Os pequenos grupos de discernimento comunitário desempenharão um papel fundamental neste trabalho. O funcionamento destes grupos foi explicado por Mauricio López, que, segundo o coordenador do Centro de Redes para a Ação Pastoral do Celam, nos chama a ser uma Igreja, uma assembleia, com um só coração, para deixar espaço para o Espírito Santo. Trata-se de buscar em comum a perspectiva de receber em comunidade o que Deus quer nos dizer, tomando como referência os documentos que fazem parte do processo da Assembleia. Isto ajudará a encontrar os horizontes pastorais nos grupos de até 12 pessoas e com a maior diversidade possível, o mesmo durante toda a Assembleia, onde a chave será a escuta mútua. A pré-assembleia foi também uma oportunidade de conhecer o ABC do membro da Assembleia, apresentando o vídeo tutorial que ajudará os membros da Assembleia nos próximos dias, que foi posteriormente explicado por Oscar Elizalde, coordenador do Centro de Comunicação do Celam, com os passos a serem dados, lembrando que tudo pode ser encontrado no site da Assembleia Eclesial. Os membros da Assembleia tiveram uma experiência de se encontrar em pequenos grupos, que foi um primeiro momento de encontro e partilha, baseada na Palavra e na diversidade da vida e das experiências eclesiais, algo que marcará o caminho a ser seguido nesta verdadeira experiência de sinodalidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Sankofa: Aprender com o passado para ressignificar o presente na direção da construção de um futuro

Foto: Arquivo pessoal O símbolo Adinkra da Sankofa do sistema linguístico do povo Akan da África ocidental, Costa do Marfim, Gana e Togo. O pássaro que voa para frente, mas que volta seu pescoço para trás levando um ovo no bico. Significa, voltar-se para aprender com o passado para ressignificar o presente na direção da construção de um futuro. Eu sou da quarta geração pós 1888 da minha família. Tenho vontade de saber mais sobre meus antepassados, mas, como qualquer outro afrodescendente no Brasil, chega-se um momento da sua árvore genealógica que se torna difícil saber com exatidão qualquer coisa, como por exemplo, de qual região africana vieram, qual grupo étnico, sua língua, como se organizavam, suas festas, suas expressões do sagrado, etc. Cada informação que você consegue, por mínima que pareça ser, para nós é como um tesouro. Em uma pequena pesquisa que fiz com base em uma fotografia de família que foi tirada por volta de 1940-45, cheguei a calcular que meu bisavô paterno possivelmente pode ser situado na primeira geração de homens livres da minha família. Natural de Minas Gerais sabe-se que ali foi lugar de grande fluxo de escravos por causa do minério.  Outra característica importante é que meu pai é um contador de histórias, lembro que na infância ele nos sentava a beira do fogão de lenha e contava histórias sempre com um ensinamento como conclusão, meu bisavô também tinha esse hábito. É interessante essa constatação porque a oralidade é muito importante na cultura africana na transmissão da sabedoria. Outra característica importante é o fato de tanto do lado paterno quanto materno sempre teve a figura das benzedeiras e rezadores. Retornar ao passado nos ajuda a tomar consciência de quem somos e para onde vamos. Em determinado tempo da história meus antepassados foram vítimas do tráfico de pessoas.  Passaram pelo ritual de esquecimento de etnicidades, que consistia em dar nove voltas em torno da árvore do Baobá, batizados e obrigados a passar pela porta do não retorno e assim transformados em mercadorias na América. Aqueles negros e negras que nunca mais retornavam para sua terra, eram pessoas humanas com sonhos, filhos, mães, pais que cantavam, dançavam, riam e sonhavam. Não há sistema no mundo que impeça o ser humano de voar, de transcender espaços pré-estabelecidos. Meus pensamentos vão às asas da Sankofa   e imagino meus ancestrais passando pela porta do não retorno e me pergunto, quais foram os seus sentimentos naquele momento? De certa forma, eu estava lá, pois sou minha ancestralidade, e essa raiz por mais que tenha sido vítima das mais absurdas formas de atrocidades continuam pulsantes. E meus antepassados juntamente com todos os demais que foram traficados, construíram o povo brasileiro com suor e lágrimas. Dos anciãos aprenderam a contar histórias, a sabedoria popular, rezas, benzimentos, com as babás, essas mulheres angolanas que foram as primeiras pedagogas do país que formularam as bases da sociedade brasileira, com elas o brasileiro aprendeu a dar seus primeiros passos, suas primeiras palavras, as cantigas de ninar, as cantigas de roda. Tudo isso só é possível assumindo uma consciência da sua ancestralidade, não negar suas raízes, fazendo o movimento da Sankofa. Esse pássaro da resistência, que ressignifica o presente, voltando sua cabeça para o passado na construção de um futuro. Michel Carlos da Silva – Seminário São José de Manaus

Encontro Diocesano de Pastoral no Alto Solimões busca novos caminhos na construção do Reino

A Diocese do Alto Solimões realizou de 15 a 18 de novembro de 2021 seu Encontro Diocesano de Pastoral. Setenta e três participantes, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas, além do bispo diocesano, Dom Adolfo Zon, representando as oito paróquias da diocese se reuniram no Centro de Formação Frei Ciro, em Tabatinga. O encontro teve como tema “A fecundidade da Palavra de Deus”, e como lema: “E… a Palavra de Deus crescia e se multiplicava…” (At. 12, 24). Foi um momento de fraternidade, mas também de grande alegria por poder se encontrar novamente como diocese depois do tempo de pandemia, em que as medidas sanitárias, respeitadas pela Igreja, impediram os encontros presenciais. O ponto de partida do encontro foi a lembrança das Prioridades Diocesanas, junto com as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizador da Igreja no Brasil e as Orientações do Regional Norte 1, aprovadas na última Assembleia do Regional Norte, realizada em Manaus no mês de setembro com representantes da Diocese do Alto Solimões. A avaliação dessas prioridades e as propostas das orientações, evidenciou o caminho feito e ajudou a apontar novas metas para a Diocese do Alto Solimões. Dentre elas foi colocado em destaque que a solidariedade generosa nas emergências, à luz de Palavra vivida no amor recíproco, foi experiência de Eucaristia, sobretudo junto aos mais necessitados. Também foi enfatizado durante o Encontro Diocesano de Pastoral da Diocese do Alto Solimões que as Pastorais e os Serviços diocesanos, com a lição da pandemia, adquiriram mais ânimo e determinação e, junto aos povos indígenas, aos ribeirinhos, às comunidades urbanas e rurais, estão buscando novos caminhos para colaborar na construção do Reino de Deus no mundo a partir da Querida Amazônia! A caminhada sinodal vivida no processo do Sínodo para a Amazônia e que continua sendo vivida com o novo Sínodo sobre a Sinodalidade, ajuda a manter viva a Luz do Evangelho nessa região de fronteira, onde os rios não separam os povos nem os países, mas os juntam e criam laços que brotam da fé em um Deus encarnado, que sustenta o trabalho missionário em meio dos povos da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações e fotos da Diocese do Alto Solimões 

Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: novo jeito de fazer as coisas na Igreja

A poucos dias da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será realizada de 21 a 28 de novembro, podemos dizer que estamos diante de um novo jeito de fazer as coisas na Igreja, de um claro exemplo de sinodalidade. Nunca na história da Igreja aconteceu uma assembleia em nível continental onde leigos e leigas, vida religiosa, sacerdotes e bispos, participem de um momento em que juntos, de igual para igual, possam discernir novos caminhos para a Igreja. Ainda mais, uma assembleia que acontece de modo presencial e virtual, mas que como foi enfatizado várias vezes, todos participam em igualdade de condições na hora de poder se expressar. Serão mais mil os participantes, e a grande novidade é que a maior porcentagem, 40 por cento dos assambleistas, são leigos e leigas. O Concilio Vaticano II insistiu numa Igreja Povo de Deus, constituída a partir do Batismo, e depois de mais de 50 anos nos deparamos com um evento eclesial onde isso quer se concretizar na prática. Sabemos que o desafio é grande, fruto de resistências tradicionalmente presentes na vida da Igreja, mas os caminhos que podem nascer são motivo de grande esperança. A sociedade, também a Igreja, ao longo da história tem se organizado de um modo piramidal. Passar desse modelo social e eclesial a um modelo circular, sinodal, onde a divisão seja substituída pela união, resulta um desafio. O ser humano tem dificuldade para se relacionar de igual para igual com quem é diferente, com quem pensa diferente. Custa entender que as diferenças oferecem possibilidades de enriquecimento pessoal, mas também comunitário. Pensamentos diferentes ajudam a chegar mais longe, a vislumbrar com maior facilidade novas possibilidades. Essa é uma reflexão que todos nós somos chamados a fazer, também como sociedade. Diante de polarizações que não levam a nada, que enfraquecem o tecido social e eclesial, somos chamados a fazer e assumir propostas e modos de fazer as coisas diferentes. Não podemos continuar incentivando divisões e enfrentamentos se queremos fazer realidade um futuro melhor. Essas novas práticas, cada dia mais urgentes e necessárias, se tornam um reto para o futuro da humanidade, para sermos sociedade e Igreja. Ou caminhamos juntos, ou a cada dia vamos sofrer as consequências da divisão e do enfrentamento. Juntos somos mais e podemos gerar perspectivas melhores, que ajudem a incentivar um nós coletivo e deixar para trás os egos que, mesmo pensando que nos fazem ser mais, na verdade nos tornam menores. É tempo de apostar pela unidade, pelo cuidado mutuo, pela felicidade para todos e todas. Superemos aquilo que nos afasta dos outros e reconheçamos tudo o que de positivo existe no outro. É tempo de caminhar juntos, de sinodalidade, de apostar em um novo jeito de fazer as coisas na Igreja e na sociedade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Articulação Brasileira promove 2º Encontro Nacional pela Economia de Francisco e Clara

  A Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara realiza nesta sexta-feira e sábado, 19 e 20 de novembro, o 2º Encontro Nacional pela Economia de Francisco e Clara. Até o momento já são mais de 600 pessoas inscritas de todo o Brasil para participar desse momento. Segundo os organizadores, o encontro foi pensado para vivenciar experiências da Economia de Francisco e Clara. Também pretende consolidar que em cada estado e cidade do país haja pessoas organizadas em construir o pacto do Papa Francisco para “realmar” a Economia. As atividades vão começar na noite da sexta-feira, das 20 às 22 horas, no horário de Brasília, momento em que depois da abertura e uma apresentação da memória coletiva, Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), Eduardo Brasileiro, da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, e um representante dos Movimentos Populares vão refletir sobre a temática do dia, “Coletividade, Memória e Afeto”. Essa primeira jornada vai contar com as falas inspiradoras do jesuíta e economista francês, Pe. Gael Giraud, e de uma das políticas com mais longa carreira política no Brasil, Luiza Erundina. O primeiro dia vai ser encerrado com a Celebração das Luzes em Brumadinho (MG), local de um dos maiores crimes ambientais na história do Brasil, com a presença de Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG). No sábado 20 de novembro, das 10 às 12 horas, será abordado o tema “Potencializar o Território”, buscando a consolidação das Organizações Territoriais e a consolidação de encontros regionais. Também serão escutadas vozes da Economia de Francisco e Clara em cada região do país e serão apresentados os 10 princípios para se viver a Economia de Francisco e Clara. Na parte da tarde, a reflexão será sobre as práticas econômicas alternativas para a construção da Economia de Francisco e Clara. Dentre outras a Economia Solidária, os Bancos Comunitários e Moedas Sociais, o Cooperativismo auto gestionário, as Empresas recuperadas, o Trabalho dos catadores de material reciclável, a Convivência com o Semiárido, a Agroecologia e Soberania Alimentar, a economia agrourbana e Caritas. As falas inspiradoras contarão com a presença do economista e político equatoriano, Alberto Acosta, e da ex-ministra e ex-senadora, Marina Silva. Nessa sessão será abordada como concretizar as Casas de Francisco e Clara A noite do sábado será momento de esperançar, com as falas inspiradoras da líder indígena Sônia Guajajara e o teólogo Leonardo Boff, que abordarão a questão de como construir uma nova economia até 2030 e a construção brasileira da Economia de Francisco e Clara no mundo da pós pandemia. O encontro será encerrado com uma Celebração Ecumênica e a Carta compromisso da Economia de Francisco e Clara. Segundo a Ir. Michele Silva, da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara é motivo de alegria estar construindo desde há dois anos a Economia de Francisco e Clara no Brasil, o que “nos motiva a esperançar”. O encontro quer retomar “o caminho iniciado pelos jovens chamados pelo Papa Francisco a realmar a Economia, e de cada pessoa que acredita numa lógica econômica que esteja ao serviço da vida”. Trata-se, segundo a religiosa de “a partir da realidade pensar, debater e concretizar novas economias”. Ela conta a experiência da Amazônia Legal e do Regional Norte 1 da CNBB, onde “por meio da reflexão, da escuta, de ações para o cuidado da casa comum, o acesso à garantia dos direitos, à terra, trabalho e teto, e de transformação da lógica económica capitalista”. A Ir. Michele afirma que “procuramos construir a Economia de Francisco e Clara com o rosto amazônico, tecido pelas economias alternativas que já existem: solidária, das mulheres, indígena, ribeirinha, dos pescadores, e que precisam ser formatadas, subsidiadas para inspirar um novo estilo de vida e de consumo”. Ela insiste em que “acreditamos numa economia que gera vida, igualdade e sustentabilidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1