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Diocese de Coari realiza Assembleia Diocesana da Caritas

A Diocese de Coari realizou de 12 a 14 de novembro de 2021, no Centro de Formação Missionaria, a VI Assembleia da Caritas da Diocese de Coari, com a participação de mais de 40 representantes das paróquias da Diocese. O objetivo geral da VI Assembleia da Caritas foi “aprofundar a missão da Caritas da Diocese de Coari à luz da realidade eclesial atual e seus desafios sociais”. Entre os objetivos específicos destaca avaliar a caminhada dos anos 2020 e 2021, um tempo que foi marcado pela pandemia da Covid-19, onde o papel da Caritas tem sido de grande importância. Também foi momento para planejar as atividades durante o ano de 2022. A VI Assembleia da Caritas da Diocese de Coari contou com a assessoria do diácono Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que abordou o tema dos “Desafios sociais e eclesiais da Caritas no contexto da pandemia e na volta ao novo normal”. A articuladora Regional da Caritas Regional Norte 1, Márcia Maria Miranda, mostrou “Alguns pontos sobre as atuais ações da Caritas no contexto da pandemia e da sinodalidade”. Durante três dias os participantes da Assembleia participaram de momentos de oração, reflexão e troca de experiências. Também foi momento para realizar avaliações e elaborar o plano de ação e calendário para o ano 2022. A noite cultural foi realizada pelo Grupo de Idosos do Centro de Convivência de Coari. Nas avaliações os assambleistas viram a importância da Caritas para a Diocese de Coari, considerada um grande bem que realizou muitas ações em favor das pessoas mais necessitadas nesse tempo da pandemia. O bispo diocesano, Dom Marcos Piatek mostrou sua gratidão aos participantes, aos responsáveis pelo Centro de Formação e à diretoria da Caritas da Diocese de Coari. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações da Diocese de Coari

Seminario da 6ª Semana Social Brasileira e Grito dos Excluídos em Itacoatiara

A Prelazia de Itacoatiara realizou de 12 a 14 de 2021 uma formação sobre a 6ª Semana Social Brasileira, “Mutirão pela Vida, por Terra, Teto e Trabalho, a Amazônia que queremos”. Com a participação de mais ou menos 50 representantes das diferentes paróquias da Prelazia, foi o primeiro evento presencial desde o início da pandemia. A formação deve ajudar, segundo Raimundo Assis, da paróquia de Silves, “para que a gente possa a partir deste momento começar a pensar em nos envolver mais nas questões sociais”. Dentro do programa foi abordada a Economia de Francisco e Clara, com a assessoria da Ir. Michele Silva. A religiosa vê a terra, teto e trabalho como “direitos essenciais para todas as pessoas”. A Ir. Michele, que faz parte da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, afirma que “está muito interligada e é um eixo inclusive da 6ª Semana Social Brasileira”. Se trata de “um chamado que o Papa nos faz para re-almar a economia, que foi dirigido como provocação para os jovens de todo o mundo, mas que também cada e cada uma de nós é chamado a assumir hoje um novo estilo de vida, na nova lógica da economia ao serviço da vida”. Segundo Alessandra Miranda, definiu o encontro como “momento de muitas partilhas, muitos estudos, sobretudo para a gente colocar o nosso sonho no patamar de realização”. Segundo a Secretaria Executiva da 6ª Semana Social Brasileira, “até 2023 iremos viver a Semana Social Brasileira em todo o país”, buscando “a construção desse projeto popular que é tão importante para todo o Brasil, e a missão da Igreja para organizar e articular o Brasil que queremos”. Para a Ir. Cleide, das irmãs Negras Agostinianas, que fez parte da organização do encontro, este encontro “foi um momento significativo na história da nossa Prelazia, e desejamos que esta Semana Social possa contribuir no processo de formação de todas as pessoas”. Os participantes serão, segundo a religiosa, “responsáveis de ser multiplicadores e multiplicadoras nas nossas paróquias, falando nas bases, com o objetivo de construir a Amazônia que queremos, uma Amazônia onde todos tenham vida e vida em abundância”. O Grito dos Excluídos, realizado na tarde do dia 13, teve como tema “Não deixem que anestesiem nossa consciência social”. Para Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, destaca que foi um encontro “bastante positivo, bastante produtivo”, destacando que “as cabeças foram pensando juntas e construindo um projeto”. Segundo o bispo foi constituída uma comissão para pensar na integração entre a 6ª Semana Social Brasileira e a Economia de Francisco e Clara. Ele destacou o trabalho da comissão organizadora do encontro. Falando sobre o Grito dos Excluídos, realizado na véspera da V Jornada Mundial dos Pobres, afirmou que foram trabalhados os temas que neste ano fizeram parte do Grito dos Excluídos em nível nacional, que na maioria das dioceses acontece no dia 7 de setembro. O bispo refletia sobre a necessidade de um maior envolvimento da parte dos católicos de Itacoatiara nesses momentos em que pretende se ligar fé e vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1  Com informações e fotos do Setor de Comunicação da Prelazia de Itacoatiara

Assembleia São Gabriel da Cachoeira: Partilha da caminhada e desejo de assumir a sinodalidade

A Diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 9 a 11 de novembro a Assembleia Diocesana de Pastoral, com a presença dos padres, uma irmã de cada comunidade religiosa e o coordenador ou coordenadora do Conselho Paroquial. Mais ou menos 50 participantes representando as 11 paróquias da Diocese. O bispo diocesano destaca o clima de grande alegria e disposição para participar depois deste longo período de isolamento social. A  Assembleia começou avaliando o Plano Diocesano de Pastoral, elaborado a final de 2019, depois do Sínodo para a Amazônia. Segundo Dom Edson Damian, duas atividades mereceram destaque, o inicio da Escola de Formação Teológica para Leigos e Leigas, com 90 participantes, nas duas últimas semanas de julho. Na última quinzena do próximo mês de janeiro será o segundo módulo do curso. Também foi partilhada a maneira como cada paróquia está realizando as itinerância, passando da visita rápida para celebrar os sacramentos para uma presença mais prolongada junto às comunidades, uma ideia presente nas reflexões do Sínodo para a Amazônia. Segundo o bispo, cada paróquia organizou uma pequena equipe itinerante para acompanhar o padre e realizar reuniões e encontros de formação com as comunidades. Os participantes da Assembleia receberam as Orientações para a Ação Evangelizadora para o Regional Norte 1 da CNBB, elaboradas na última assembleia do Regional. Dom Edson destaca a alegria provocada pelas opções que a Igreja da Amazônia vem assumindo, desde o Documento de Santarém até a Querida Amazônia, elementos presentes nas Diretrizes do Regional. A mesma coisa com o Sínodo sobre a Sinodalidade: Comunhão, Participação e Missão, que “representa a mais abrangente consulta de nossa Igreja ao povo santo e fiel de Deus”. Dom Edson destacou a importância de escutar as pessoas que estão às margens, aquelas pessoas que se afastaram das nossas comunidades, e com as diferentes instâncias da sociedade. As comunidades receberam o material para realizar o processo de escuta, algo que foi experimentado durante o Sínodo para a Amazônia, e que faz com que os leigos e leigas se sintam felizes, porque serão ouvidos e poderão dar a sua opinião. Segundo o bispo de São Gabriel da Cachoeira, “o Sínodo é o acontecimento mais importante depois do Concílio Vaticano II. Pela primeira vez, em dois mil anos de história da Igreja, um Sínodo é chamado a envolver todo o Povo de Deus”. Na Assembleia foi refletido sobre os perigos que o Papa Francisco colocou na abertura do Sínodo: o formalismo, que seja um Sínodo de fachada; o intelectualismo, com reflexões fora da realidade; o Sínodo como um grupo de estudo, com reflexões cultas, mas alheias aos problemas da Igreja e os sofrimentos da humanidade; o imobilismo, que nos leva a dizer que sempre se fez assim, buscando soluções velhas para problemas novos. A Missa de encerramento foi a abertura do Sínodo na Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O bispo destaca como algo importante a visita na Assembleia de uma das defensoras públicas da Região do Rio Negro, informando sobre as demandas judiciais que são atendidas na defensoria, informando também sobre omissões em outras instituições públicas. Dom Edson destaca a importância do Sínodo como momento de reforma da Igreja, desde a conversão das pessoas, mas também desde a reforma das estruturas para atender as necessidades do povo. Ser uma Igreja em saída, hospital de campanha, que vai ao encontro dos últimos, dos excluídos, daqueles que estão morrendo de fome, dos descartados, dos esquecidos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Pré-assembleia eclesial: preparativos finais para “uma nova forma eclesial de proceder”

Quase 450 dos mais de 1.000 participantes da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que acontecerá de 21 a 28 de novembro próximo, participaram da primeira de duas pré-assembleias na sexta-feira, 12 de novembro, que foi realizada virtualmente através da plataforma zoom e foi transmitida, como será o caso da maior parte da Assembleia, no canal YouTube e na página do Facebook do Celam e da Assembleia Eclesial. Depois de um momento de oração, que recordou o caminho percorrido e mostrou que somos um povo de Deus sinodal, em saída para as periferias existenciais, que dá vida, e que é importante estar muito aberto à novidade do Espírito, Dom Miguel Cabrejos saudou os participantes e agradeceu a Deus por todo o processo, que não termina e não deve terminar. Para o presidente do Celam, o Espírito de Deus é um elemento chave em todo o trabalho realizado. Estamos diante de “uma nova forma eclesial de proceder“, segundo o Arcebispo de Trujillo, seguindo o modelo da Igreja Povo de Deus que nos foi legado pela Lumen Gentium. Essa é a fonte, segundo Dom Miguel Cabrejos, da hermenêutica para uma Igreja como Povo de Deus, lembrando o que está contido na Evangelii Gaudium, que considera que o sujeito da evangelização é um povo a caminho para Deus e transcende todas as instâncias institucionais necessárias. A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe implica uma ressignificação das identidades eclesiais e de sua forma de participação na Igreja, afirmou o prelado peruano. Segundo ele, “o horizonte permanece aberto para relações que nos levarão a um grande nós eclesial”. Neste sentido, ele enfatizou que na América Latina foi feito um discernimento de colegialidade à luz da sinodalidade, algo único e novo, o que é um desafio. Dom Jorge Lozano lembrou que na Assembleia Geral do Celam realizada em maio de 2019 em Tegucigalpa, foi decidido solicitar uma VI Assembleia Geral do Episcopado da América Latina e Caribe. Quando foi apresentado ao Santo Padre, ele destacou a conveniência de um evento do Povo de Deus, que retomaria as discussões de Aparecida, algo em que ele mesmo insistiu em sua mensagem enviada em 24 de janeiro, por ocasião do lançamento da Assembleia Eclesial. O processo de Assembleia passou por quatro etapas, segundo o Pe. David Jasso: preparação, escuta, síntese narrativa, discernimento comunitário e sinodal. O secretário adjunto do Celam insistiu na necessidade de escuta, diálogo e encontro eclesial, como elementos para descobrir o que Deus nos pede e para podermos responder juntos. Um elemento importante neste momento do processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe é o Documento de Discernimento. Segundo Dom José Luis Azuaje, é fruto de um longo discernimento comunitário, que reúne ideias e reflexões de vários tipos, com o objetivo de perturbar e provocar novas reflexões. O objetivo é evitar a burocracia, insistindo que se trata de um documento para a vida de nosso povo. Segundo o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, é uma questão de discernimento para ver o que Deus pede a seu povo latino-americano, de Aparecida, de uma Igreja sinodal, em saída, em busca de desenvolvimento e de uma ecologia integral. A partir daí, ele destacou alguns elementos importantes no Documento, como a fidelidade à escuta de todo o Povo de Deus, sabendo que é um documento escrito em diferentes contextos e realidades culturais. O valor do documento é que ele é um instrumento para gerar reflexão, um documento eclesial, de todo o Povo de Deus, afirma o Arcebispo de Maracaibo. Por esta razão, ele enfatiza que não se trata de um documento com soluções, mas de um documento para levantar aspectos de nossos povos em busca de orientações e diretrizes pastorais. É um documento no qual todos nós somos participantes do que existe, há a presença da teologia, do sentido pastoral, antropológico e cultural. O prelado insistiu que somos todos membros da assembleia, e enfatizou a necessidade de uma atitude de oração, de confiança em Deus, de reflexão, de discernimento. Trata-se de um discernimento orante de como Deus está tocando nossos corações a partir dos sinais dos tempos, disse a Irmã Birgit Weiler. A religiosa chamou para ler o Documento com uma abertura ao Espírito, a fim de nos perguntarmos como ser discípulos missionários saindo à luz destes sinais. Estes são sinais presentes na sociedade e na Igreja, fruto do processo de escuta, buscando um processo de conversão para poder responder a estes sinais. Ao apresentar o programa, Dom Miguel Cabrejos enfatizou que, acima e além dos diferentes momentos, é fundamental participar sob o Espírito de Deus. Isto é o que nos permitirá deixar-nos surpreender, como salientou o Padre David Jasso, destacando cinco verbos: recordar, escutar, discernir, responder e celebrar. O padre mexicano insistiu, citando Episcopalis Communio, que o processo sinodal tem seu ponto de partida e seu ponto de chegada no Povo de Deus. Ao mesmo tempo, ele lembrou a importância de participar da Assembleia com o Documento de Aparecida e a Palavra de Deus na mente e no coração. Antes da Assembleia Eclesial, o fundamental, segundo Mauricio López, é entrar do “eu”, a fim de passar necessariamente para o “você” e para o “nós” N´ele. Na metodologia, ele enfatizou a importância do método de conversação espiritual. Ao mesmo tempo, ele insistiu que os membros da assembleia são representantes da vida de muitas pessoas, o que deveria fazê-los ter em mente que o sujeito que discerne é a Igreja na América Latina, e a necessidade de criar o sujeito comunitário, que é algo exigente. Sem dúvida, um primeiro passo para um momento sem precedentes na vida da Igreja, que se prepara para se reunir de diferentes maneiras, mas em condições de igualdade, a partir de 21 de novembro. Antes disso, a segunda e última pré-assembleia acontecerá na próxima sexta-feira, 19 de novembro, às 17 horas, horário da Colômbia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Jornada Mundial dos Pobres: estar com os pobres como modo de evangelizar

A Jornada Mundial dos Pobres, instituída pelo Papa Francisco, tem se tornado um momento de reflexão para a Igreja e para a sociedade. Em 2021 esta Jornada acontece pela quinta vez, e nos desafia a nos questionar: “Sentes Compaixão?”. Dentro das atividades da Semana dos Pobres, a Igreja de Manaus organizou o “Seminário da V Jornada Mundial do Pobre”. Segundo Dom Leonardo Steiner, “o Papa nos dá os meios de como evangelizar, de como viver o Evangelho, um novo método de viver na Igreja”. Nesse novo modo de evangelizar, segundo o arcebispo de Manaus, é fundamental “estar com os pobres, mostrar a razão de ser o Reino de Deus”. Além das palavras, segundo Dom Leonardo, somos chamados a evangelizar a través dos gestos, da acolhida, do caminhar juntos. O arcebispo insistiu em que “nossas palavras estão perdendo sua força e vigor”, sendo desafiados a aprender com Jesus, que “tomava as crianças no colo, ressuscitava mortos, dava comida, caminhava, tocava nos migrantes”. A Igreja de Manaus é desafiada a organizar melhor a caridade, segundo seu arcebispo. Para isso está sendo criado o Vicariato da Caridade. Tudo isso, numa Igreja que tem alma missionária, tem gestos, tem braços, tem pernas, afirmou Dom Leonardo. Esses braços e pernas se concretizam na Igreja de Manaus no trabalho de diferentes pastorais, comunidades, congregações e fraternidades. Algumas delas contaram sua experiência no trabalho com os pobres, especialmente com os moradores de rua e com os migrantes. A Comunidade Nova Aliança, a Fraternidade o Caminho, a Pastoral do Povo de Rua, o Serviço Pastoral do Migrante, a Pastoral Indigenista, ajudou os participantes do Seminário a entender a necessidade de ser sinal da misericórdia, a servir e caminhar com aqueles que mais sofrem. Na Igreja de Manaus, “esta Jornada teve um impulso maior, tentando descentralizar as ações, sensibilizar as paróquias, porque a Jornada Mundial, em primeiro lugar, é para a Igreja, e a Igreja sensibiliza a sociedade”, segundo o padre Alcimar Araújo. O Vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus insistiu em que “o Seminário é extremamente importante para a gente juntar as pessoas que trabalham diretamente com os pobres, os desfavorecidos”. Isso é visto como “um embrião para depois, como é o desejo de Dom Leonardo, fazer o Vicariato da Caridade, para a gente potencializar as nossas ações, formando rede e tendo mais apoio para atender essas pessoas”, segundo o padre Alcimar. Ele destacou a importância do Seminário como espaço onde “cobrar do poder público, porque eles têm sua obrigação, eles têm a gestão do dinheiro, que é público. Esse dinheiro muitas vezes é mal gasto, esse dinheiro muitas vezes vai pelo ralo da corrupção, esse dinheiro não volta, como deveria voltar, para a sociedade civil”.     Para o vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus, “é importante que nós, sociedade civil organizada que trabalha, faz alguma coisa pelos pobres, também cobrássemos para que o governo fizesse sua parte”. Segundo o padre Alcimar, “há muita coisa que pode ser feita, e a gente precisa estar cobrando do governo para que isso seja realmente uma realidade que melhore a vida do nosso povo”. Numa sociedade em que vivemos rodeados pelos nossos problemas e nem sempre olhamos para os outros, a Dra. Alzira Costa Melo, procuradora chefe do Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima, chamou a refletir sobre o papel do Ministério Público na sociedade, sobre o papel do procurador, chamado a enxergar o sofrimento que é causado pela violação dos direitos humanos. Diante disso, se faz necessária a cobrança da parte do Ministério Público e dos órgãos de fiscalização. Segundo a procuradora, além das ameaças, que tem aumentado com a pandemia da Covid-19, existem no Brasil as ameaças políticas. Um exemplo disso é a Proposta de Emenda Constitucional conhecida como a “PEC da Mordaça”, que pretende impor limitações ao Ministério Público no seu trabalho fiscalizador em defesa dos direitos humanos. A Dra. Costa Melo insistiu em que “os recursos nunca serão suficientes para a atenção aos pobres”, incentivando a urgência de políticas que pensam em soluções além do emergencial. Estamos diante de um trabalho multidisciplinar, que precisa da colaboração de todos os atores sociais. Nesse sentido, o representante do Conselho de Segurança Alimentar insistiu em que o Conselho está querendo ser um espaço plural, onde possam ser cobrados os direitos dos brasileiros. Por isso, é importante implementar políticas diferenciadas para ajudar a superar as situações de pobreza, buscando superar as causas estruturais dessa pobreza. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Violência Estrutural: “Se a dor do outro não doe em mim, vou me desumanizando”

“Refletir sobre o fenômeno da violência estrutural como processo de construção histórica e ideológica, dentro e a partir do momento histórico em que nosso país se encontra”, foi o objetivo da “Conferência Interdisciplinar sobre Violência Estrutural: Reflexões para uma agenda de processos humanizadores”, organizada pelo Seminário São José de Manaus e o Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES). Diante de uma realidade em que “a violência estrutural sacrifica vidas todos os dias em nosso país”, a conferência abordou essa problemática desde a psicologia, a filosofia, a pastoral e a teologia. Em representação do Seminário São José, o padre Jardson Sampáio destacou a importância de os jovens refletir sobre esta temática. O diretor do ITEPES, o padre Ricardo Castro, afirmou que “o conhecimento não é só teórico, mas é um conhecimento para realidades invisibilizadas ao longo da história, que neste momento da história se tornam gritantes”. Elayne Cardoso abordou a questão da violência estrutural, refletindo sobre a relação entre violência e saúde, que segundo a psicóloga se tornou problema de saúde pública. A violência tem se convertido em algo normalizado, parte de nossos atos e modos de nos relacionarmos, segundo Elayne, que citou vários fatores que provocam violência, que considera a violência como algo que funciona em espiral, como algo que tende a crescer. A psicóloga afirmou que a violência nunca é justificável por si mesma e sempre serve alguns interesses. Segundo ela, a violência cria inimigos, o que naturaliza as ações e justifica a violência. A sociedade chegou numa situação em que a violência foi internalizada como padrão de relação social, uma realidade que no Brasil pode ser dito que se tornou violência de Estado. A realidade da violência a partir do existencialismo foi a abordagem do professor Arthur Hidalgo, tendo como referentes Franz Kafka e sua obra “O Processo”, e “A Peste” de Albert Camus, um escrito que cobrou nova relevância com a pandemia da Covid-19. Mostrando elementos da vida de ambos autores, o professor da Faculdade Salesiana Dom Bosco, de Manaus, apresentou o existencialismo como uma corrente filosófica que tem a liberdade como princípio. Em palavras do professor, “o ser humano faz suas escolhas”, insistindo em que “somos livres para escolher, mas também responsáveis por nossas escolhas. Seguindo os postulados do existencialismo, ele afirmou que segundo essa corrente filosófica, “a vida humana não tem sentido, a não ser o sentido que se dê a ela”. A partir daí, o homem é definido como ser humano em projeto, afirmando que a vida humana tem sentido quando ela tem um projeto. Para abordar a violência, se faz necessário ter presente o horizonte da construção da cultura da paz. Segundo a Ir. Rose Bertoldo vivemos numa sociedade que “não nos deixa sentir e pensar a dor do outro”. Segundo a religiosa, “se a dor do outro não doe em mim, vou me desumanizando”. A partir do trabalho na Rede um Grito pela Vida, a Ir. Rose afirmou que “a violência sexual contra crianças e adolescentes é um crime com autor conhecido”. De fato, os números são assustadores, insistindo em que não são números, são vidas, situações que afetam diretamente o desenvolvimento do ser humano. A religiosa se perguntava: “o que fazer para quebrar os ciclos de violência?”. Ela fazia algumas propostas para isso: denunciar, capacitar os profissionais, garantir a presença das crianças na escola, ajudar as crianças a identificar as violências, fortalecer a rede de proteção… Desde a teologia e a religião, o padre Ricardo Castro salientou que somos movidos pela cultura, que é o que nos torna humanos. Segundo ele, é de Deus que emanam as compreensões do ser humano. O diretor do ITEPES insistiu na necessidade de compreender a estrutura da religião para não se converter em instrumento de violência. Ele abougou pela capacidade de fazer uma autocrítica e a necessidade de promover diálogos, seguindo as propostas e atitudes do Papa Francisco, que tem assumido essa disposição para o diálogo como postura vital.

Pobreza: uma pandemia que se supera desde a compaixão

A pobreza é uma realidade com presença secular na vida da humanidade. Podemos dizer que a pobreza tem diferentes causas, mas também somos desafiados a assumir que superar a pobreza é possível. Para isso se faz necessário estarmos dispostos olhar os outros com sentimentos diferentes, deixando para trás o egoísmo, que pode ser considerada como uma das causas da pobreza, e assumindo a partilha. A gente partilha quando sente compaixão pelos outros, uma pergunta que coloca na nossa frente a Jornada Mundial dos Pobres deste ano. Instituída pelo Papa Francisco, neste próximo domingo, 14 de novembro, acontece a quinta edição. Na sua mensagem para esta Jornada, o Papa Francisco nos lembra que “toda a obra de Jesus afirma que a pobreza não é fruto duma fatalidade, mas sinal concreto da sua presença no nosso meio”. O Santo Padre insiste em que “os pobres são verdadeiros evangelizadores”. Isso acontece, nos lembra a mensagem pontifícia, “porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai”. Além das ações, o Papa pede atenção para com os pobres, se preocupar com eles, partilhar a sua sorte, a exemplo de Jesus. Nos envolvermos diante do sofrimento dos outros, especialmente dos vulneráveis e descartados, pode ser considerado como um termómetro que mede nossa capacidade de viver a compaixão, que pode ser considerada atitude indispensável na vida dos discípulos. A partilha é uma atitude que deve ser assumida, como algo que gera fraternidade, reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça, segundo a mensagem do Papa Francisco. Num momento histórico em que a pobreza no Brasil está aumentando, devemos nos questionar sobre o que fazer para superar essa realidade que cada dia mais atinge a pessoas próximas da gente. A pandemia pode ser considerada como uma das causas do aumento da pobreza, mas não podemos negar que as decisões políticas também contribuem para o aumento da pobreza. A falta de políticas públicas, o recorte dos direitos trabalhistas, o aumento da inflação, sobretudo dos produtos de primeira necessidade, está fazendo com que a vida dos mais pobres fique cada dia mais difícil. A fome, a população de rua, o desemprego, e outros indicativos da pobreza aumentam a cada dia, e isso faz com que seja urgente a toma de medidas para superar uma realidade cada vez mais cruel. Ver pessoas procurando comida num caminhão de lixo não pode nos deixar indiferentes. Fazemos parte de uma sociedade que cria guetos, que considera os pobres como pessoas aparte. Na verdade, é a própria estrutura social que produz a pobreza, e isso demanda respostas concretas, fomentando a solidariedade social e a generosidade. Mas somos capazes de fazer isso? Desde a fé nossa resposta tem que ser clara: a compaixão nos faz felizes e nos ajuda a entender que salvar o outro, especialmente aquele que sofre, é nos salvarmos a nós mesmos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Mensagem dos Bispos pela COP26: “Ações urgentes, audaciosas e eficazes”

Os bispos brasileiros, o país com o maior território amazônico, considerado um dos pulmões do Planeta e com uma importância decisiva no futuro das mudanças climáticas, tem lançado uma mensagem por ocasião da COP26 (ver aqui). Assinada pelo presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, também conta com a assinatura do Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia – CNBB, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, de Dom Sebastião Lima Duarte, Presidente da Comissão Episcopal Especial para a Ecologia Integral e Mineração – CNBB, do Presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora – CNBB e do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Dom José Valdeci Santos Mendes, de Dom Erwin Kräutler, Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), do Presidente da Cáritas Brasileira, Dom Mário Antônio da Silva, de Dom Roque Paloschi, Presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), e de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT). A mensagem mostra a atenção do episcopado brasileiro “aos debates, acordos e deliberações da Conferência da ONU (COP26)”, que segundo eles “se apresenta ao mundo como esperança”. Diante do “atual contexto socioambiental que demanda ações urgentes, audaciosas e eficazes”, esperam ações que “combatam as mudanças climáticas e garantam a continuidade de todas as formas de vida”. Os bispos pedem interpelações por parte da Conferência do Clima, relatando a situação do Brasil, “que tem territórios e biomas ameaçados”, e sofre em diferentes regiões os efeitos do aumento da emissão de gases de efeito estufa. Eles também denunciam as queimadas no país, algo que contribui com o aquecimento do planeta e vai mudar as condições climáticas em algumas regiões do país, aumentando as “desigualdades sociais, degradação de territórios, fazendo desaparecer espécies animais e vegetais”. A mensagem insiste em que “a Igreja Católica no Brasil, no horizonte da Doutrina Social da Igreja e em comunhão como Papa Francisco, reafirma o seu compromisso com a justiça socioambiental, na perspectiva da Ecologia Integral”. Junto com isso, os bispos mostram sua preocupação “diante das ameaças aos povos tradicionais e seus territórios”. Afirmando que só tecnologias não conseguirão solucionar a catástrofe ambiental em curso, os bispos consideram a COP26 como “decisiva, pelo dever ético de oferecer aos governos inspirações para suas políticas locais no enfrentamento das mudanças do clima, bem como o fortalecimento da solidariedade internacional”. Também são pedidas medidas fortes para quem não promover o cuidado da Casa Comum. Finalmente, mostram seu compromisso em continuar “acompanhando as agendas socioambientais no Brasil, promovendo a dignidade da pessoa humana, o cuidado com a Casa Comum, no horizonte de uma Ecologia Integral”, assim como a exigência do cumprimento das deliberações da COP26. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Núcleo Lux Mundi promove curso de proteção de crianças, adolescente e vulneráveis

A proteção das crianças, adolescente e vulneráveis é uma das prioridades da Igreja, uma das grandes insistências do Papa Francisco. A Igreja do Brasil criou em dezembro de 2020 o Núcleo Lux Mundi, uma parceria entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Para a Igreja brasileira é fundamental enfrentar todos os casos de violências sexuais em crianças, adolescentes e vulneráveis, cometidos por presbíteros, religiosos (as), formandos (as), seminaristas e leigos. O propósito do Núcleo Lux Mundi é buscar auxiliar as dioceses na aplicação de políticas para prevenção e encaminhamentos relacionados à chaga dos casos de abusos sexuais na Igreja. Também formar e educar os conselhos diocesanos e religiosos, por meio de capacitações e itinerários orientativos personalizados. Para avançar nesse caminho, promoverá o curso de capacitação regional “O Serviço de proteção: as constituições e atribuições”. A Igreja católica no Brasil, segundo Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, avança no fortalecimento de mecanismos e ações para proteger ainda mais os pequeninos. O agir se inspira na palavra de ordem ‘Tolerância Zero’ em relação a violência! O curso, dividido em cinco sessões, acontecerá em modalidade online de 29 de novembro a 14 de dezembro e está destinado aos membros dos Conselhos Diocesanos de Proteção à Crianças e Adolescentes, como também para delegados das respectivas dioceses. O Brasil será dividido em dois grupos, o primeiro vai atingir a Região Norte e Nordeste do país, e o segundo o restante das regiões. Segundo Dom José Negri, bispo de Santo Amaro (SP) e presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, “será uma excelente oportunidade de encontro com diversos especialistas que aliados à Igreja contribuem educativamente nas mais variadas frentes e dimensões do indivíduo. Desde os últimos papas até o Papa Francisco, sempre tivemos essa ideia clara: Que as nossas Igrejas, nossos ambientes eclesiais precisam estar preparados para terem realmente uma segurança e as crianças, adolescentes e vulneráveis possam se sentir protegidos”. Durante oito horas e meia, que é a carga horária do curso, serão apresentados procedimentos para implementação de serviços de prevenção e combate ao abuso sexual nas estruturas pastorais da Igreja Católica, Dioceses e Congregações Religiosas com a função de cuidado e proteção empenhando-se em duas frentes: prevenção e Centro de Escuta. Entre os assessores do curso, o consultor jurídico da CNBB, dr. Hugo Sarubi Cysneiros, o bispo auxiliar de Brasília (DF), dom José Aparecido, a doutora em Bioética Daiane Priscila, a doutora em Direito Danielle Espezim, e o doutor em Teologia Moral padre Celito Moro. Com informações da CNBB e CRB Nacional

Coordenadores de Pastorais e Organismos recebem Diretrizes aprovadas na Assembleia Regional

Os coordenadores das pastorais e dos organismos do Regional Norte 1 se reuniram nesta terça-feira, 9 de outubro, na sede do Regional em Manaus. O encontro foi momento para apresentar e entregar as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Regional Norte 1 da CNBB 2022-2024 (aqui pode baixar em PDF) , e planificar os seminários sobre a Campanha da Fraternidade e o Sínodo da Sinodalidade, que serão realizados de 22 a 25 de novembro na Maromba, com a participação de 4 representantes de cada uma das dioceses e prelazias. As Diretrizes, segundo o diácono Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1, são fruto de uma caminhada, e foram aprovadas pelos participantes da 48ª Assembleia do Regional Norte 1 da CNBB, que foi realizada de 20 a 23 de setembro. Na evangelização da Amazônia, as diretrizes colocam a centralidade da comunidade eclesial missionária, segundo afirma Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira e presidente do Regional Norte 1, na apresentação das diretrizes. Segundo Dom Edson, nas comunidades eclesiais missionárias “deve acontecer a dinamização da ministerialidade, com destaque à figura do catequista, ao protagonismo exercido por mulheres, à formação sociotransformadora”. As Diretrizes estão “em profunda comunhão com as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, atentos as indicações do Sínodo para a Amazônia e considerando a caminhada de nosso Regional”. Nelas aparecem 5 dimensões: missionariedade, Palavra, Igreja servidora e defensora da vida, Igreja irmã da Criação e Igreja Celebrante e Contemplativa. Em cada uma das dimensões são relatados elementos do caminho percorrido desde às últimas Diretrizes, onde aparecem os passos dados em diferentes níveis. Junto com isso são colocadas as propostas de novos passos, que em cada uma das dimensões respondem a um dos sonhos da Querida Amazônia. Segundo descrito na conclusão, os sonhos da Querida Amazônia, “os trouxemos para mais próximo de nós e a estes demos uma feição mais local com indicações de operacionalidade segundo as exigências dos clamores do nosso chão”.