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Assembleia Regional: Ousadia para inculturar a fé e a espiritualidade

A pandemia da Covid-19 marcou a vida da Igreja desde há um ano e meio, também no Regional Norte 1. Depois de perder muita gente, homenageada em uma celebração neste primeiro dia, aos poucos, as atividades estão sendo retomadas, nas comunidades, nas paróquias, nas dioceses e prelazias, também no Regional Norte 1, que nesta segunda-feira, 20 de setembro, começou sua 48ª Assembleia. O tema da assembleia, que será encerrada na quarta-feira, com a presença dos bispos, também alguns bispos eméritos, e representantes das 9 igrejas particulares, é “Construindo Novos Caminhos”. Após dois anos sem assembleia, o Regional Norte 1 quer construir esses novos caminhos para a Igreja da Amazônia desde o Magistério do Papa Francisco, especialmente a Querida Amazônia, surgida do Sínodo para a Amazônia, um momento de grande importância para o Regional Norte 1, da encíclica Fratelli tutti e das Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Esses documentos fizeram parte das palavras de acolhida do presidente do Regional Norte 1, Dom Edson Damian. O bispo de São Gabriel da Cachoeira ressaltou a importância dos documentos do Papa Francisco na vida da Igreja do Regional. No relatório das atividades, realizado pelo secretário executivo do Regional Norte 1, o diácono Francisco Lima, foi mostrada a vida da Igreja, marcada pela pandemia, destacando as muitas ações de solidariedade que as igrejas do Regional têm realizado neste tempo. Tudo isso é consequência da atual conjuntura social e eclesial, analisada por Dom Leonardo Steiner. O arcebispo de Manaus constatou que na sociedade se vive uma ideologia fechada, e na Igreja, a fé hoje em vários ambientes, se tornou ideologia. Ele relatou situações hoje presentes na sociedade, notícias falsas, agressão nas palavras e nos gestos, agressão às instituições, desrespeito à Constituição, linguagem de baixo calão, gestos de descivilizados, modos de exercer o poder que pretendem se sustentar na violência. Dom Leonardo denunciou que “o governo federal governa de costas para os pobres, ataca os povos indígenas”, e junto com isso a condução da pandemia no país, que tem provocado “o momento mais dramático dos últimos tempos na história do Brasil”, mostrando seu assombro diante do fato de que pouca gente se revolta diante dessa situação. Brasil é um país onde os evangélicos e as milícias chegaram ao Planalto, onde os meios de comunicação dão cobertura ao modo de desgoverno. O arcebispo refletiu sobre a política, cada vez mais fragilizada, sobre o meio ambiente, vítima de ataques violentos e do desmonte das instituições responsáveis pelo meio ambiente, sobre a desestruturação da sociedade como um todo, sobre o desmonte do Estado. Dom Leonardo denunciou que estamos diante da crise da ética, sendo imposta a economia como aquilo que determina a sociedade, fazendo com que “neste momento, tudo se torna uma questão de produção e de consumo”. Ao falar sobre a conjuntura eclesial, Dom Leonardo destacou a maior “consciência de uma Igreja em saída, uma Igreja encontro, uma Igreja esperança”. Ao mesmo tempo, fez ver que “o papa é contestado, o bispo é contestado, a liturgia é contestada, a eclesialidade é contestada”. Junto com isso, o fato de que “estamos ausentes nas periferias, nas comunidades ribeirinhas; a nossa Igreja poderia ser mais inculturada na sua espiritualidade e na sua liturgia”. Também questionava a participação da igreja na política, de refletir sobre “a importância da política dentro de uma sociedade apolítica”, a participação nos meios de comunicação, a falta de conhecimento da doutrina social da Igreja. Nesse ponto se referia a Fratelli tutti como grande instrumento para entender uma política voltada para o bem comum. Segundo o arcebispo, a proposta de uma Igreja sinodal, ainda que com dificuldades, caminha, insistindo na necessidade de “receber uma maior participação dos leigos”, de descobrir as expressões profundas de religiosidade nas comunidades indígenas, de avançar numa Igreja mais amazônica, algo que “exigirá ousadia para podermos realmente inculturar a fé, inculturar a espiritualidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Caderno de Conflitos na Amazônia: Trazer a verdade do que acontece no campo

Os conflitos no campo têm se tornado causa de violência e morte no Brasil, especialmente na região amazônica, foco principal desses conflitos. Já se tornou costume que a Comissão Pastoral da Terra (CPT), elabore o Caderno de Conflitos, que nesta segunda-feira, 20 de setembro, foi lançado no Seminário São José de Manaus, focando na realidade da Amazônia, que concentrou o 62,4% dos conflitos por terra em 2020. Tem sido momento para fazer memória daqueles que tem construído a história da CPT, daqueles que doaram e doam sua vida na defesa dos mais pobres, segundo lembrava Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira. O presidente da CPT denunciava que são violências que ficam escondidas, que não são divulgadas pela grande imprensa, também não pela mídia de inspiração católica. O bispo da Prelazia de Itacoatiara lembrou a importância que tem os dados recolhidos no Caderno de Conflitos como fonte de pesquisa de muitos estudiosos, mostrando vários exemplos disso. Dom Leonardo Steiner destacou que o Caderno de Conflitos é “uma maneira de guardar a memória do conflito, das mortes, mas também trazer sempre de novo a verdade do que acontece no campo”. Segundo o arcebispo de Manaus, “o que acontece por trás das mortes e dos conflitos, existem sempre interesses, que não são interesses justos, são interesses apenas econômicos e que vão lançando as pessoas numa situação cada vez mais difícil”. Dom Leonardo lembrou que “a CPT tem sido uma presença pacificadora, mas também uma presença denunciadora, uma presença profética, uma presença do direito que as pessoas tem, e o direito de ter uma vida digna”. O arcebispo fez um chamado a que “nós possamos sempre caminhar, com coragem e esperança, sem nos desanimar demais”. Ele afirmou que “a pesar do conflito ter crescido muito, e estarmos em uma situação política difícil, não podemos perder a esperança”. A CPT e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), segundo lembrou Dom Edson Damian, nasceram na Ditadura, sempre andaram demãos dadas e sempre mantiveram a sua postura profética. São duas pastorais que “nasceram para defender os mais pobres, os mais massacrados do nosso país, os povos indígenas e os trabalhadores do campo”, segundo o presidente do Regional Norte 1 da CNBB, que mostrou seu apoio ao trabalho da CPT. O coordenador de pastoral da Arquidiocese de Manaus denunciou a impunidade no Brasil, que é grande, também naquilo que faz referência à questão da terra, e que tem provocado a instalação de políticas de morte. O padre Geraldo Bendaham destacou a importância de a apresentação do Caderno de Conflitos acontecer lá onde são formados os futuros presbíteros do Regional Norte 1, e que eles tenham sensibilidade para perceber as dores da Amazônia e de seus povos. Finalmente, ele insistiu em manter a alegria que nos leva a não desistir da luta. O deputado federal José Ricardo Wendling ressaltou a importância do Caderno de Conflitos como fonte de pesquisa, inclusive para muitos parlamentares na Câmara dos Deputados em Brasília. O deputado, que faz parte do Conselho de Leigos da Arquidiocese de Manaus, destacou a importância das políticas públicas para garantir direitos em todos os campos. Ele denunciou alguns projetos no Congresso Nacional, tramitados com grande rapidez, que visam a retirada de direitos dos povos tradicionais e os indígenas. A Amazônia é uma região com grande quantidade de terra em disputa, segundo relatou Zezinho Iborra, da Articulação da CPT na Amazônia. Os indígenas e as comunidades tradicionais são os mais atingidos por esses projetos, consequência do avanço da fronteira agrícola. Quem provoca mais conflitos é o Governo Federal, os fazendeiros e os grileiros. São conflitos que tem atrás questões antropológicas, segundo Willas Dias, quem destacou a importância de que o mundo possa olhar para a Amazônia como caminho para resolver os conflitos que estão acontecendo. São conflitos presentes na Amazônia, em todos os cantos, como foi testemunhado em exemplos concretos: no Rio Abacaxis, em Parintins, Lábrea, Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Careiro, que mostram as ameaças que sofrem os povos e um bioma cada vez mais decisivo para garantir o futuro do Brasil e do Planeta. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Ionilton: “O caminho de nossa fé cristã, passa, necessariamente, pelo serviço”

Uma história que se repete, assim pode ser vista a Palavra de Deus, segundo lembrava Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira na homilia do 25º Domingo do Tempo Comum, ao comentar o texto do Livro da Sabedoria, onde diz: “Os ímpios dizem: Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda”. Segundo o bispo da Prelazia de Itacoatiara, “alguém que trabalha pelo bem comum, pela justiça, pela paz, pela defesa da natureza, pela defesa dos povos indígenas, dos quilombolas, dos ribeirinhos, dos pobres, excluídos, marginalizados, incomoda e se arquitetam planos para fazerem calar quem age assim”. Uma situação relatada no Salmo: “Contra mim orgulhosos se insurgem e violentos perseguem-me a vida”. Dom Ionilton lembrava “quantos cristãos e cristãs, lideranças de comunidades, pastorais, organismos, movimentos populares, ONGs, Sindicatos viveram e vivem experiências assim como o Salmista reza”. O Salmo diz: “quem me protege e me ampara é meu Deus”, algo que segundo o bispo é “verdade, mas Deus quer se utilizar de nós para ampara estas pessoas”. Daí, ele questionava “o que estamos fazendo ou o que poderemos fazer? Vamos nos dispor a ajudar a Deus?”. Ele fazia um convite: “doe um pouco de seu tempo às pastorais sociais, carcerária, saúde, criança, aids, pessoa idosa, pastoral da terra e organismos caritas, rede um grito pela vida!” Comentando a Carta de Tiago, o bispo questionava se “estamos promovendo a paz, fruto da justiça?”, afirmando que “a política existe para promover o bem comum, o bem de todas as pessoas”. Ele lembrava o chamado do Papa Francisco à melhor política no capítulo V da encíclica Fratelli Tutti. Isso nos compromete a “viver esta melhor política, promover o bem comum e jamais ser ou ajudar a fazer da política um espaço meramente de busca do poder, de disputa de cargos e empregos, de favorecimento a grupos de pessoas, família, partido, empresários, banqueiros”. No Evangelho de Marcos, Jesus, “leva os discípulos para serem andantes e missionários”, algo que deve nos questionar hoje. Em vista do Mês Missionário, a ser celebrado em outubro, lembrava o que vai ser realizado na Prelazia nesse tempo. Ele se perguntou se “ficamos calados, com medo, como os discípulos ou buscamos ajuda da Igreja para compreendermos mais e melhor aos ensinamentos de Jesus?”. Partindo da briga pelo poder entre os discípulos, Dom Ionilton insistiu em que “Jesus ensina de forma aberta e firme que o caminho de nossa fé cristã, passa, necessariamente, pelo serviço”, algo que ele mesmo assumiu. Por isso, perguntou: “Estamos servindo? Como estamos servindo? A quem estamos servindo?”. Jesus indica a quem devemos servir: famintos, sedentos, nus, presos, enfermos, estrangeiros…, segundo o bispo. Ele disse que “esta lista precisa ser atualizada sempre dentro do contexto que vivemos”. Se referindo ao Documento de Aparecida, Dom Ionilton relatou que lá se faz uma lista nova: “Comunidades indígenas e afro-americanas, mulheres excluídas, jovens, quem sobrevive na economia informal, meninos e meninas submetidos à prostituição infantil, pessoas e famílias que vivem na miséria, dependentes químicos, pessoas com limitações físicas, portadores de enfermidades graves, sequestrados, vítimas da violência, do terrorismo, de conflitos armados e da insegurança na cidade, anciãos que, excluídos do sistema produtivo, recusados por sua família como pessoas incômodas e inúteis. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Apresentação Caderno de Conflitos: “Registrar a história da luta de uma classe explorada, excluída e violentada”

Desde o início de sua existência em 1975, a Comissão Pastoral da Terra registra os conflitos que envolvem os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e denuncia a violência sofrida por eles e elas, violências como despejos e expulsões, assassinatos, ameaças de morte, prisões. Mais uma vez, a CPT apresenta nesta segunda-feira, 20 de setembro, o Caderno de Conflitos na Amazônia. O faz, “na memória de Dom André, Dom Enemésio, Dom Tomás Balduino, Dom Pedro Casaldáliga e Dom Jorge Marskell”, segundo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara e presidente interino da CPT. Ele faz “memória de todos os Agentes Voluntários e Contratados e todos os camponeses já falecidos, especialmente quem morreu pela Covid”. Dom Ionilton também saúda os Agentes da CPT de nosso Regional Amazonas: Irmã Agostinha, Maiká e Ana Virgínia. O bispo agradece o trabalho da CEDOC (Centro de Documentação, e todas as pessoas que colaboraram para que pudéssemos ter o Caderno Conflitos no Campo Brasil 2020. É um trabalho que começou em 1985, em que a CPT criou um setor de Documentação para colher as informações sobre as violações aos direitos humanos no campo e sistematizá-las. Esses dados foram publicados em um relatório que se chamou Conflitos no Campo Brasil, que também ficou conhecido como Caderno de Conflitos. Desde 2011 as informações estão disponíveis na página da CPT: www.cptnacional.org.br. A partir de 2013, o setor passou a se denominar Centro de Documentação Dom Tomás Balduino. O trabalho realiza o tratamento e organização de documentos, tendo a sua atuação pautada não só pela mera organização documental, mas pela análise crítica e aprofundada desse material, no intuito de organizar o registro da luta e da história dos movimentos sociais do campo e a luta de posseiros/as, pequenos/as agricultores/as, acampados/as, assentados/as, assalariados rurais, indígenas, quilombolas e tantas outras comunidades tradicionais. Não podemos esquecer que a CPT é a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em escala nacional, e os seus dados são utilizados por várias instituições de ensino, pesquisadores, instâncias governamentais e pela imprensa. Segundo Dom Ionilton, documentar se faz necessário por fidelidade “ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra”, como está explicito em sua missão. O bispo afirma que a documentação possui as seguintes dimensões: Teológica – de acordo com a história bíblica, Deus ouve o clamor do seu povo e está presente na luta dos trabalhadores; Ética – porque a luta pela terra é uma questão de justiça e deve ser pensada no âmbito de uma ordem social justa. Junto com isso, ele fala da dimensão Política – o registro da luta é feito para que o trabalhador, conhecendo melhor sua realidade, possa com segurança assumir sua própria caminhada, tornando-se sujeito e protagonista da história. Também a dimensão Pedagógica – o conhecimento da realidade ajuda a reforçar a resistência dos trabalhadores e a forjar a transformação necessária da sociedade. Outra dimensão é a Histórica – todo o esforço e toda luta dos trabalhadores de hoje não podem cair no esquecimento e devem impulsionar e alimentar a luta das gerações futuras, e a Científica – a preocupação de dar um caráter científico à publicação existe não em si mesma, mas para que o acesso aos dados possa alimentar e reforçar a luta dos próprios trabalhadores. O bispo da Prelazia de Itacoatiara insiste em que “não se trata simplesmente de produzir meros dados estatísticos, mas de registrar a história da luta de uma classe explorada, excluída e violentada”. Segundo Dom Ionilton, “trata-se de um trabalho construído coletivamente, envolvendo agentes da CPT em todos os níveis e as várias equipes de documentação, contando com a contribuição dos movimentos sociais, sindicatos, igrejas e outras organizações e entidades que atuam no meio rural”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Rede Clamor Brasil: perceber o clamor de justiça na pessoa do migrante

Nós crescemos quando acolhemos, quando descobrimos o outro como um irmão. Isso nos ajuda entender o tema da mensagem do Papa Francisco dedicada ao 107º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, marcado para o próximo dia 26 de setembro: “Rumo a um nós cada vez maior”. Para refletir sobre esse tema, a Rede Clamor Brasil reuniu-se virtualmente nesta sexta-feira, 17 de setembro, um momento que também contou com a participação de Elvy Monzant, da Rede Clamor Continental, quem partilhou a caminhada da Rede em nível latino-americano e caribenho. Diante do clamor de justiça, uma realidade que está no ar, dom José Valdeci Mendes Souza, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual faz parte a Rede Clamor, insistiu em que “a grande missão da Rede Clamor é perceber o grito, o clamor de justiça que não está simplesmente no ar, mas está na pessoa do migrante, daqueles e daquelas que são vulneráveis na sociedade”. O bispo pedia que “este seminário nos ajude a termos essa sensibilidade para assumirmos e sermos profetas e profetizas neste tempo de pandemia”, fazendo um chamado a “que possamos sempre mais, acolher, proteger, promover e integrar”. O padre Paulo Parise, coordenador da Missão Paz, analisando o tema da Jornada Mundial dos Migrantes, destacava que estamos diante de “um apelo à construção de um ‘nós’ universal que deve tornar-se realidade antes de tudo dentro da Igreja, chamada a fazer comunhão na diversidade”. Nesse sentido, definiu a Rede Clamor  como “um nós cada vez maior”. A mensagem, com uma estrutura muito simples, faz um duplo apelo à Igreja e à sociedade como um todo, em quatro pontos. Em primeiro lugar, o apelo é por um mundo mais inclusivo, que conduza a construir nosso futuro de paz e justiça, enriquecido pela diversidade e as relações interculturais, que nos leva a superar medos, a cuidar da Casa comum. Junto com isso uma Igreja cada vez mais católica, que viva a universalidade, a comunhão na diversidade, que seja mais inclusiva, em saída às periferias. A partir dai deve ser construido o “nós”, um apelo que nasce da imagem do Deus Uno e Trino, que supera a divisão, fruto da fragilidade humana que gera nacionalismos fechados e esquece que todos estamos no mesmo barco. A Rede Clamor, segundo o padre Agnaldo de Oliveira Junior, diretor nacional do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) e membro da coordenação da Rede Clamor Brasil, “está realizando um mapeamento dos serviços da Igreja para e com os migrantes, refugiados e de atenção a vítimas de tráfico de pessoas na América Latina e Caribe”. No Brasil são mais de 100 organizações, presenças de atenção a essas pessoas, afirmava o jesuíta, que relatava a caminhada da Rede Clamor no Brasil desde o primeiro encontro. Entre as coisas a fazer juntos, colocou a partilha de experiências, formar agentes de pastoral, produzir materiais e subsídios, campanhas de comunicação, estimular e propor ações e celebrar datas significativas.Junto com isso, foi motivado a necessidade de gerar caminhos de organização da Rede nos territórios. Não podemos esquecer que tecer e fortalecer redes é o caminho para um nós maior, que nos dá a possibilidade de chegar mais longe e de, no campo dos migrantes e refugiados, desenvolver uma maior atenção àqueles que sofrem as consequências de uma sociedade excludente que provoca que a vulnerabilidade aumente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Clero de Coari realiza encontro e celebra Missa dos Santos Óleos

Manacapuru acolheu nesta semana, de 13 a 16 de setembro a reunião do clero da Diocese de Coari. Participou o clero diocesano e os Missionários Redentoristas que trabalham na diocese. Esta foi a primeira reunião do clero em que participou o novo diácono da diocese, Edinei Lima de Souza, que proximamente será ordenado presbítero. O encontro aconteceu num clima de comunhão fraterna, sendo uma oportunidade para rezar juntos, partilhar a vida presbiteral, avaliar o trabalho pastoral que está sendo realizado e traçar pistas para o futuro da evangelização na diocese de Coari. Os trabalhos começaram com uma análise de conjuntura do momento atual e da realidade eclesial, dedicando boa parte do tempo à formação permanente do clero. O encontro serviu para tomar algumas decisões e avançar nos projetos para o ano 2022. A partilha fraterna de cada um contribuiu para uma visão mais ampla da vida presbiteral dos presbíteros da Diocese de Coari, ajudando na avaliação da caminhada eclesial em tempo da pandemia. Os trabalhos foram guiados pelas orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e do Regional Norte 1. Dentro dos trabalhos foi dedicado bastante tempo à Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e ao XVI Sínodo Ordinário dos Bispos em 2023, em Roma, com as suas três fases. Ao lado dos assuntos administrativos não faltou os momentos de confraternização e de lazer. O encontro do clero da Diocese de Coari culminou com a solene Missa Campal na Matriz da Paroquia Cristo Libertador onde na presença numerosa dos fiéis, com a observância de todas as regras sanitárias, foi celebrada a Missa dos Santos Óleos e a Renovação das Promessas Sacerdotais. Tem sido um encontro que segundo os participantes, “nos renovou na nossa vocação presbiteral, nos animou na nossa missão evangelizadora e fortaleceu os laços de comunhão presbiteral”. O clero e o bispo de Coari, Dom Marcos Piatek, agradecem ao Pe. Paulo Araújo, pároco da Paroquia Cristo Libertador, em Manacapuru, pela organização e o desenvolvimento do encontro presbiteral. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Acolher, em nome de Deus, do jeito de Maria

Quem é que não sente a necessidade de estar à vontade quando chega num lugar novo? A vida é mais fácil quando isso acontece, quando a gente se sente em casa, quando a gente não tem a sensação de ser olhado pelos outros como um estranho. Acolher deveria ser algo humano, mas ninguém pode duvidar que é algo divino, uma atitude que nos aproxima com esse Deus que sempre acolhe, escuta, cura as feridas e dá tudo o que Ele tem. Quando a gente acolhe nos tornamos instrumento de Deus na vida do povo, ainda mais na vida de tantas pessoas que, longe de casa, são vítimas da falta de escrúpulo daqueles que se aproveitam de sua vulnerabilidade. O Papa Francisco tem a acolhida dos migrantes e refugiados como um dos temas mais recorrentes do seu pontificado, animando a Igreja a assumir essa atitude. Ele fala de quatro verbos, que na verdade são quatro atitudes que deveriam estar presentes na vida de todo batizado e na vida de todas as igrejas: “acolher, proteger, promover e integrar”. Infelizmente nos deparamos com “cristãos” que diante dos migrantes e refugiados tem atitudes totalmente contrárias. A Igreja de Manaus tem mostrado nos últimos anos que essa acolhida aos migrantes, especialmente aos venezuelanos, mas também a pessoas chegadas de outros países, é uma prioridade como arquidiocese. São muitas as pessoas, especialmente a Pastoral do Migrante e a Caritas, que no dia a dia doam sua vida para que os nossos irmãos e irmãs possam se sentir à vontade, possam se sentir em casa. Neste domingo, a Arquidiocese de Manaus viveu mais um episódio dessa atitude de acolhida aos migrantes. Na Catedral Metropolitana de Manaus, Dom Leonardo Steiner entronizava a imagem de Nossa Senhora do Valle, padroeira do Oriente venezuelano. De agora em adiante, essa imagem vai estar na igreja mãe da Arquidiocese de Manaus, no centro da cidade, um lugar onde muitos migrantes venezuelanos vivem seu dia a dia. Dom Leonardo disse durante a celebração que nessa imagem os migrantes podem encontrar uma força para “para trilhar o caminho do sofrimento, da separação familiar, da saudade da pátria, do ter que pedir esmola“. Mas também insistiu em que ao entronizar a imagem na Igreja de Manaus, “desejamos assim expressar a nossa acolhida, o nosso amor, ajudar a enxugar as lágrimas, acalentar a saudade, é a manifestação do nosso amor para com nossos irmãos venezuelanos”. Estamos diante de mais um pequeno gesto, que, em palavras do Arcebispo de Manaus, “talvez, na fé, ajude a cobrir a nudez e matar a fome”. O sentimento religioso fortalece nossa vida diante das dificuldades, viver em comunidade nos dá forças para ir além, para chegar onde sozinhos a gente não consegue. Acolher esse sentimento religioso também ajuda as pessoas a se sentir parte de uma Igreja que pelo fato de ser católica, é universal, supera divisões de raças, culturas, fronteiras, nacionalidades. Nunca esqueçamos que Deus une, congrega, reúne. Ele faz isso porque o sentimento fundamental em sua vida é o amor. Caminhar com Deus tem que nos levar a amar, a exemplo dele, com os sentimentos de Maria, que desde os muros da Catedral de Manaus quer continuar sendo uma força para aqueles que sempre a imploraram do outro lado da fronteira como Nuestra Señora del Valle. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Catedral de Manaus celebra 7 anos da REPAM e entroniza Nossa Senhora do Valle

Migrantes, religiosidade popular, a Amazônia e seus povos, elementos que estiveram presentes na celebração eucarística que se realizou na Catedral de Manaus no domingo 12 de setembro, presidida pelo arcebispo Dom Leonardo Steiner. Foi um momento de recordação dos 7 anos de caminhada da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que, segundo o arcebispo, “deseja ser uma presença maior da Igreja que está na Pan-Amazônia”. Também a entronização de Nossa Senhora do Valle, padroeira do Oriente venezuelano, uma invocação presente na vida do povo daquele país e dos migrantes que, tendo chegado a Manaus, podem encontrar na imagem uma força para “lamentar sua dor, sua distância de sua nação e de suas famílias“, disse Dom Leonardo. Ao entronizar a imagem na Igreja de Manaus, “desejamos assim expressar a nossa acolhida, o nosso amor, ajudar a enxugar as lágrimas, acalentar a saudade, é a manifestação do nosso amor para com nossos irmãos venezuelanos”, segundo o arcebispo. Ele disse que “nela encontrarão forças para trilhar o caminho do sofrimento, da separação familiar, da saudade da pátria, do ter que pedir esmola. Um pequeno gesto da nossa parte que, talvez, na fé, ajude a cobrir a nudez e matar a fome”. Trata-se de “resgatar a finitude humana”, algo que a REPAM também tem feito em seus sete anos de existência. Nas palavras de seu presidente, o Cardeal Pedro Barreto, em mensagem lida pelo secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, Irmão João Gutemberg Sampaio, “estamos neste caminho sinodal que nos leva a todos a viver uma Igreja em saída missionária”. O cardeal peruano recordou o que aconteceu em Brasília há sete anos, em uma reunião convocada pelo Departamento de Justiça e Solidariedade (Dejusol) do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), “para pensar na possibilidade de uma organização, de um espaço para coordenar nosso trabalho como Igreja Católica na Amazônia“. O que parecia ser um sonho tornou-se realidade, e isso foi “por causa do impulso que o Papa Francisco nos ofereceu”, no qual ele nos encorajou a buscar juntos esta Rede Eclesial Pan-Amazônica. Em suas palavras, ele lembrou uma frase que disse na época, que ele mesmo afirmou não ter entendido. Nela, ele destacou que “a Rede Eclesial Pan-Amazônica é a resposta de Deus às necessidades profundamente sentidas da presença da Igreja na Amazônia“. Isto tem sido capaz de motivar “um trabalho de resposta que Deus nos dá através desta Rede Eclesial Pan-Amazônica”. Naquela época, salientou o Cardeal Barreto, “ninguém imaginava que em 2019 teríamos a experiência de um Sínodo sobre a Amazônia“, nem o trabalho realizado pela REPAM no processo sinodal, que o presidente da REPAM define como “uma experiência única e sem precedentes”. O Arcebispo de Huancayo afirmou que “estamos agora trabalhando muito próximo desde Manaus, no coração da Amazônia, e isto definitivamente abre a possibilidade de olhar com esperança para o futuro próximo, tanto da REPAM como da CEAMA (Conferência Eclesial da Amazônia), para a Assembleia Eclesial de Aparecida, e em breve, para todos os preparativos para o Sínodo sobre a Sinodalidade em 2023″. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

REPAM convoca para celebrar 7 anos de caminhada na Catedral de Manaus

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), fundada em setembro de 2014 em Brasília, está comemorando 7 anos de vida, um convite para voltar ao primeiro amor, que nos lembra a Bíblia ao falar do ano jubilar. Essa ideia, proferida pelo cardeal Cláudio Hummes, primeiro presidente da REPAM, nos mostra a importância deste momento, que será celebrado com uma Eucaristia na Catedral Metropolitana de Manaus neste domingo, 12 de setembro, às 7:30 horas, no horário local. A celebração, que será presidida por Dom Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano de Manaus, contará com a presença da secretaria executiva da REPAM, que desde janeiro de 2021 tem sua sede na capital do Estado do Amazonas, e será transmitida pela página de Facebook da instituição: https://www.facebook.com/repam.amazonia. Na mesma celebração será entronizada a imagem de Nossa Senhora del Valle, padroeira do Oriente venezuelano. Será “uma celebração de vida, uma celebração de fé, de agradecimento e de desafio”, segundo o irmão João Gutemberg Sampaio, Secretário Executivo da REPAM. Ele destaca a importância da presença dos migrantes venezuelanos na celebração, um sinal de uma Igreja que caminha na Pan-Amazônia. Ao longo destes 7 anos, a REPAM tem trabalhado “para o bem dos povos amazônicos e o bem da própria biodiversidade amazônica”, segundo o irmão João Gutemberg. O religioso marista afirma que “é tempo de continuar a abrir caminhos bons, caminhos de vida, no cuidado aos temas amazônicos, tanto os povos e a vida das comunidades, como também o ambiente natural, tão necessário para a vida humana”. Celebrar 7 anos de caminhada traz na mente do Secretário Executivo da REPAM as 7 notas musicais. Segundo o irmão João Gutemberg, “são notas diferentes, que tem intensidade diferente, ritmos diferentes, mas no conjunto formam uma grande harmonia”. Isso é comparado com a caminhada da REPAM, “que integra tantos atores, pessoas, instituições da Pan-Amazônia, de outros lugares do mundo, para formar a música cuja letra é: Pan-Amazônia: fonte de vida no coração da Igreja”. Diante disso surge um chamado, segundo o religioso, a “unirmos as forças, promovermos o bem, na defesa, no conhecimento, na incidência local e internacional para a salvaguarda do Planeta e da vida dos povos”. O fundamento dessa atitude está em que “tudo isso é baseado no Deus da Vida, no Deus da Criação, que quer o bem de tudo e o bem de todos para todos os habitantes do Planeta”. Finalmente, o Secretário Executivo da REPAM ressalta que “celebramos num clima de agradecimento, mas também de pedido de luzes, de força, para que a REPAM continue a sua missão de promover o bem comum através da promoção da ecologia integral a partir da Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A CNBB nos lembra que “É Tempo de Cuidar”, desta vez do Haiti

“É Tempo de Cuidar” é uma campanha que acompanha a vida da Igreja do Brasil, através da Caritas nos últimos anos. Especialmente durante a pandemia da Covid-19, a campanha tem sido um instrumento que tem ajudado a Igreja a ser presença samaritana na vida do povo. São muitos os relatos de pessoas que mostram sua gratidão para uma Igreja que saiu ao encontro daqueles que muitos ignoraram. No dia 14 de agosto, Haiti sofreu um terremoto que provocou a morte de milhares de pessoas, deixando muitas outras desabrigadas, mais um episodio de dor para um povo tão castigado pela pobreza, segundo Dom Walmor Oliveira de Azevedo. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no vídeo em que é feito um chamado a ajudar o povo do Haiti, afirma que “a nossa Igreja, fiel ao que pede Jesus, une-se ao Haiti em solidariedade e convida cada pessoa a oferecer o seu gesto de amor ao povo haitiano”. Esse convite é reforçado por Dom Mário Antônio da Silva, quem afirma que “sua doação chegará em forma de solidariedade às famílias das vítimas fatais dos terremotos, e em forma de cuidado às milhares de pessoas feridas, desabrigadas e desalojadas”. O segundo vice-presidente da CNBB e presidente da Caritas brasileira, informa no vídeo que “os recursos arrecadados serão para adquirir itens de primeira necessidade: alimentos, água potável, barracas, lonas, materiais de higiene e limpeza, medicamentos, atendimento médico, transporte, combustível, assim como outros itens para apoiar a população haitiana”. O presidente da CNBB lembra das palavras do Mestre: “Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã, e minha mãe”. Essas palavras de Jesus no Evangelho, levam o arcebispo de Belo Horizonte a dizer que “seguindo o mandamento do amor, fieis ao nosso Mestre, somos todos irmãos, uma família de muitos”. Dom Walmor faz um chamado entender que “as distâncias territoriais, as diferenças entre culturas, etnias e religiões não podem ofuscar esta verdade: formamos uma só família, a família humana, e somos corresponsáveis uns pelos outros”. Finalmente, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “neste momento em que o Haiti sofre as consequências de um desastre natural”, faz um pedido para que todos ajudem, insistindo em que “É Tempo de Cuidar”. Todos aqueles que caminham na Igreja do Brasil são chamados a participar pelo presidente do episcopado. Ele insiste para que cada um e cada uma “ofereça sua doação, ajude a divulgar esta iniciativa solidária que a Igreja no Brasil desenvolve em solidariedade ao Haiti”. As doações, lembra Dom Mário Antônio da Silva, podem ser realizadas nas contas bancarias disponibilizadas pela Caritas brasileira. “É seu coração solidário cuidando de corações feridos”, afirma o bispo de Roraima, insistindo em que “proclamemos unidos: É Tempo de Cuidar”. Faça sua doação:  Cáritas BrasileiraCNPJ: 33.654.419/0001-16 Banco do BrasilAgência – 0452-9Conta-Corrente – 123.969-4 Caixa EconômicaAgência: 1041Conta-Corrente – 1132-1Operação: 003 Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1