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Vida religiosa: presença eclesial nas periferias da Amazônia

O Mês Vocacional nos leva a refletir sobre as diferentes vocações e o que elas representam na vida do cristão, na vida da Igreja e também na vida da sociedade. Neste domingo, 15 de agosto, a Igreja do Brasil celebra o dia da Vida Religiosa, e isso tem que nos levar a refletir sobre esse modo de ser discípulos e discípulas no seguimento de Jesus. Na Amazônia, a presença da vida religiosa sempre teve um papel decisivo. Durante séculos, os religiosos e religiosas representaram uma presença destacada, quase única, na evangelização de uma região onde as grandes distâncias e a diversidade de povos, culturas e realidades sempre foi um desafio a mais. O padre Cláudio Perani falava de “estar onde, com e como ninguém quer estar”, um modo de vida assumido por muitos religiosos e religiosas na Amazônia. O jesuíta nascido na Itália, que nesta semana completou 13 anos do seu falecimento, considerado como um dos grandes profetas da Amazônia, promotor de iniciativas que levaram a vida religiosa a ser presença eclesial nas periferias geográficas e existências da Amazônia, ajudou a entender melhor o papel da vida religiosa no meio aos povos da região. São muitas as histórias que contam os exemplos de vida entregada dos religiosos e religiosas na Amazônia. Recentemente, visitando o cemitério dos espiritanos em Tefé, vi como muitos missionários, a grande maioria chegados de longe, doaram sua vida. É admirável ver como muitos deles morreram ainda jovens, após pouco tempo na missão, inclusive dando sua vida, literalmente, para salvar a vida de outras pessoas. Esse é só um exemplo de tantos missionários e missionárias que definharam sua vida nos rios e florestas amazônicas. Mas a vida entregada dos religiosos e religiosas na Amazônia não é só coisa do passado. Sua presença continua semeando vida em muitos cantos da região amazônica, no meio aos mais vulneráveis, acompanhando as vítimas de uma economia que mata, de projetos que só buscam favorecer os interesses de grupos de poder político e econômico. Acompanhar a vida das comunidades indígenas e ribeirinhas, do povo da periferia, dos moradores de rua, das vítimas do tráfico de pessoas, das juventudes, e de tantas outras realidades e pessoas que lutam pela vida em plenitude, é um dos elementos presentes na Vida Religiosa que peregrina na Amazônia, especialmente na vida religiosa feminina, testemunha de compromisso encarnado no meio do povo e de doação para que todos tenham vida e vida em abundância. Estamos diante de testemunhos de vida entregada até o fim, de gente que nunca mediu esforços, que colocou os outros na frente. Quando a gente se depara com missionários e missionárias que depois de 30, 40, 50 ou ainda mais anos de missão na Amazônia, continuam sendo semente de alegria na vida do povo, a gente entende que é Deus que chama e que a gente só responde à vocação recebida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Cláudio Hummes: “O povo, ele também sabe para que lado sopra o Espírito Santo”

“A Conferência Eclesial da Amazônia, modelo de sinodalidade na Igreja”. Esse foi o tema do webinar organizado pelo Grupo de Pesquisa Teologia e Pastoral, da Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte, em parceria com o Centro Loyola, o Instituto Santo Tomás de Aquino e a PUC Minas. O evento, conduzido pelo Padre Geraldo de Mori e o Irmão Denilson Mariano, faz parte do projeto Tecendo Redes, diálogos on-line de Teologia Pastoral. O convidado foi Dom Cláudio Hummes, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia O cardeal Hummes começou dizendo que, a pedido do Papa Francisco, “não é uma conferência episcopal, é uma conferência eclesial”, que inclui todos aqueles que fazem parte do Povo de Deus. Estamos diante da única conferência desse tipo no mundo, salientou Dom Cláudio, afirmando que “ela quer ser uma inspiração para toda a Igreja em termos de um caminho de sinodalidade, que hoje é de fato o caminho que a Igreja quer palmilhar na direção do seu futuro”. Se faz necessário entender o que é, segundo o cardeal, sabendo que mesmo agindo ainda está esperando o reconhecimento canônico de Roma, seguindo as orientações do Papa Francisco. O estatuto que está sendo elaborado está demorando porque vai ser um modelo para outras conferencias eclesiais pelo mundo afora, insistiu o presidente da CEAMA. Ele foi apresentando a história da CEAMA, partindo da Conferência de Aparecida, onde o Papa Francisco começou a perceber a importância da Amazônia, sendo arcebispo de Buenos Aires e o presidente da comissão de redação do texto, da qual também fazia parte o cardeal Hummes. No Documento de Aparecida, lembrava o cardeal Hummes, aparecem questões que fazem referência à Amazônia, sobre o cuidado do meio ambiente, mas também sobre criar uma Igreja com rosto amazônico, uma Igreja inculturada, uma Igreja que sabe trazer elementos das culturas dos povos, uma Igreja que soubesse formular um plano de pastoral para toda essa região, formada por nove países e muitas culturas, mas que também respeitasse as diferenças, um trabalho a ser revisado continuamente, algo dinâmico, um processo. A Igreja do Brasil, seguindo as reflexões do Concilio Vaticano II, de uma Igreja Povo de Deus, uma Igreja missionária, uma Igreja inculturada, vinha assumindo isso, seguindo o apontado pelo Documento de Santarém em 1972, e sendo discutido cada ano nas Assembleias da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No início do milênio foi criada pela CNBB uma Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, que ele mesmo preside desde sua volta ao Brasil após ser Prefeito da Congregação do Clero. Ao longo da sua presidência visitou 34 dioceses e prelazias da Amazônia, visitando as comunidades locais, conhecendo as dificuldades da Igreja na Amazônia. Aos poucos, Dom Cláudio disse que foi vendo a necessidade de um trabalho em rede, que tirasse as comunidades do isolamento e resolver juntos os grandes problemas, muitas vezes similares. Nessa conjuntura foi criada, em setembro de 2014, a Rede Eclesial Pan-Amazôniaca (REPAM), onde “todo mundo começou a se dar as mãos”, começando a visitar, a ouvir, a planejar juntos, a dialogar, e conversar sobre como ser Igreja inculturada, com rosto amazônico, como tinha sugerido Aparecida. Foi algo que desde o início o Papa Francisco apoiou e abençoou. A partir dai foi surgindo a ideia de um Sínodo para a Amazônia, celebrado em outubro de 2019. Dom Cláudio destacou a importância do Documento Final e da Querida Amazônia, que são os sonhos do Papa Francisco a partir de tudo o que até ali foi formulado. O cardeal define a preparação do Sínodo para a Amazônia como “um grande exercício de sinodalidade”, em que a REPAM ouviu as comunidades para elaborar o Instrumento de Trabalho. “Ali se viu como o povo quer falar, como o povo quer ser escutado”, segundo o presidente da CEAMA, insistindo em que “o povo, ele também sabe para que lado sopra o Espírito Santo”, uma expressão do “sensus fidei”, de que “os fieis também sabem o que é que a fé nos diz sobre como viver a fé nos tempos de hoje em vista do futuro”. Ele insistiu na necessidade de os bispos escutar o povo, as famílias, pois “no batismo todos recebem o Espírito Santo que lhes dá esse sentido da fé”, algo que considera fundamental para a sinodalidade, que “se baseia nisto na verdade”, no Povo de Deus que mostra como ser discípulo missionário hoje e se santificar. Uma das propostas do Sínodo foi a criação de um organismo episcopal que pusesse em prática o Sínodo no território. Mas o Papa, que sempre está além de nós, lembrava Dom Cláudio, fez a proposta de um organismo que envolve todas as categorias do Povo de Deus, onde todos sejam membros. Um organismo com autonomia própria, o que fez com que surgisse a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Era uma coisa totalmente nova, que aos poucos tinha que ser elaborada, vinculada ao Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que segundo o cardeal também está fazendo um processo de renovação para ser mais sinodal. A CEAMA foi criada em 29 de junho de 2020, que mesmo sem ser aprovada canonicamente vem trabalhando para pôr em prática o Sínodo no território. Dom Cláudio insistiu em que é um processo, “que se autocorrige, que se autoalimenta” com a força do Espírito e o sentido da fé do Povo de Deus. Por isso, o cardeal chamava a participar, a ser sujeitos desse processo, algo que a CEAMA está fazendo ao trabalhar o plano de pastoral para dinamizar, articular e acompanhar as propostas do Sínodo no território. Ele insistiu em que “é um trabalho em rede, com todas as culturas, com todos os países”. Segundo o cardeal Hummes, não existe a formula mágica para que a sinodalidade comece a aparecer e sim o trabalho do povo para que isso avance, insistindo em sentar juntos, escutar juntos. Dom Claudio, falando do CELAM, que está preparando a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, disse que “está querendo se transformar dentro dessa dinâmica sinodal”, sendo um exemplo muito grande para as conferencias…
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Diocese de Coari conta com mais um diácono transitório: Edinei Lima de Souza

Neste último sábado, 7 de agosto de 2021, a diocese de Coari celebrou a Ordenação Diaconal de Edinei Lima de Souza, mais um passo a caminho do sacerdócio. A celebração, que contou com a presença dos padres, das irmas religiosas, seminaristas e representantes das dez paroquias que compõem a diocese de Coari, foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Marcos Piatek. Na celebração se fizeram presentes os pais e irmãs do novo diácono e o vice-reitor do Seminário São José de Manaus onde Edinei Lima de Souza estudou a filosofia e a teologia, padre Marciney de Oliveira Marques. Também participou da celebração o padre Silvio Marques Sousa Santos, professor do Itepes de Manaus, onde o novo diácono estudou teologia, além dos dois seminaristas da Diocese de Parintins. Dom Marcos Piatek, na sua homilia, disse que “a diocese de Coari está em festa, esta noite é abençoada”. Segundo o bispo, “toda nossa vida humana, ela é iluminada pela graça de Deus”, mostrando essa presença da graça nos sacramentos. Ao falar sobre as funções do diácono, Dom Marcos disse que o diácono é o homem da Palavra, o servidor do altar, aquele que atende as necessidades das pessoas praticando a caridade. O bispo insistiu na necessidade de o diácono olhar para Jesus Servo, aquele que não veio para ser servido, mas para servir. Por isso, ele destacou que “o diácono serve a Deus, serve à Igreja, serve ao povo”, agradecendo a Deus pela vocação do novo diácono e sua ordenação, aos formadores e professores e à família por “oferecer seu filho ao serviço do Reino de Deus”, fazendo um chamado a criar a cultura vocacional nas famílias e nas paróquias. O novo diácono transitório escolheu como lema de seu ministério: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,34). Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Ionilton: “Ouvir o grito dos infelizes e ajuda-los a se libertarem do que lhes causa sofrimento”

“Os problemas da nossa vida podem nos tirar o gosto de viver”, uma ideia que Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira disse hoje na homilia do 19º Domingo do Tempo Comum, atualizando a experiência de Elias narrada no Primeiro Livro dos Reis, onde ele pediu para si a morte. Segundo o bispo da Prelazia de Itacoatiara, “a experiência de Elias é a nossa experiência, ou seja, é uma experiência humana”. Diante disso, ele insistiu em que “faz-se necessário manter nossa comunhão com Deus e com os outros”. Mas também refletiu sobre a necessidade de “fortalecer nosso serviço pastoral de atendimento a quem enfrenta os problemas humanos e sociais: fome, doença, desemprego, drogas, ataques à democracia, aprovação de projetos de leis no Congresso que ameaça os povos indígenas, ribeirinhos, pequenos agricultores”. “O projeto de Deus para nós é a vida”, enfatizou Dom Ionilton, afirmando que “Deus tem para nós uma vocação e missão”. Segundo ele, “precisamos enfrentar os problemas com esta convicção da fé: Deus quer que vivamos, Deus quer que estejamos a serviço da vida”, se questionando se estamos agindo “para ajudar quem sofre, para libertar quem está vivendo passando grandes provações?” Seguindo o que Dom Ionilton chamou de bons conselhos de Paulo, recordou o “Espírito que mora em nós desde o nosso batismo”, de “trabalhar para pôr fim as maldades que existem no mundo que vivemos: as injustiças, a destruição do meio ambiente, as violências, as mentiras (fake news) nas redes sociais e meios de comunicação”. Junto com isso ele pediu que “Não nos cansemos de fazer o bem. Não deixemos o mal prevalecer jamais”. O bispo da prelazia de Itacoatiara fez um chamado a, imitando a Deus, “ouvir o grito dos infelizes e ajuda-los a se libertarem do que lhes causa sofrimento”, e a rezar pelas famílias, “para que a família viva o amor”. Dom Ionilton refletiu sobre a murmuração, propondo que “em vez de murmurar vamos conversar, dizer o que pensamos, colocar-nos à disposição para ajudar, pedir explicação do que se ouve e não apenas falar mal”. Também refletiu sobre a Eucaristia, afirmando à luz da reflexão do Sínodo para a Amazônia, que “milhares de católicos e católicas não podem receber a Eucaristia, porque faltam ministros que fazem a Eucaristia acontecer; porque faltam recursos para que os ministros possam ir mais vezes até as comunidades ribeirinhas e de estrada”. Diante dessa realidade, no Mês Vocacional, pedia rezar “para que a Igreja encontre caminhos para que todos possam receber todo domingo a Jesus, o Pão Vivo descido do céu”. No final da homilia, o bispo refletiu sobre realidades atuais, o Dia dos Pais, que ele definiu como “participante da obra criadora de Deus Pai”, como aquele que “não apenas gera uma nova vida, mas cuida, acompanha, educa, protege”, questionando como os filhos e filhas cuidam dos pais. Também falou sobre a vacina, mostrando os números no Brasil e no Amazonas, insistindo em que “ainda precisamos continuar tomando todos os cuidados para derrotar a Covid-19: isolamento, máscara, higienização”. Também abordou uma questão que está gerando polêmica nas últimas semanas, o voto impresso, colocando a posição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que apoia a votação eletrônica, afirmando que “achamos desnecessário retroceder ao tempo do voto impresso”, recordando a nota emitida nesta semana pelo Pacto pela Vida em apoio ao presidente do TSE que foi ofendido publicamente pelo presidente da República. Junto com isso, pediu oração “para que o Senado derrube o PL que foi aprovado esta semana na Câmara dos Deputados, que se for aprovado e virar Lei, vai trazer muito prejuízo para o meio ambiente no Brasil e aqui na Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

João Souza da Silva: Mais um Diácono Permanente para servir ao Povo de Deus do Alto Solimões

Dentro do mês vocacional, a diocese do Alto Solimões vivia neste domingo, 8 de agosto, Dia dos Pais e início da Semana da Família, um momento de grande alegria. Na catedral de Tabatinga, sede da Diocese do Alto Solimões, numa celebração presidida por Dom Adolfo Zon, era ordenado diácono permanente João Souza da Silva, conhecido por Joãozinho. O lema de ordenação do novo diácono é “Feito pela graça de Deus, ministro do Cristo para o serviço aos irmãos”. O lema está perfeitamente alinhado às prioridades do Plano de Pastoral Diocesano, e certamente continuará sua missão de anunciar a Boa Nova do Evangelho, sendo presença cuidadora e promotora da Vida, nas comunidades e entre os mais pobres e necessitados de atenção e cuidado. A celebração contou com a presencia de representantes de todas as comunidades da paróquia Santos Anjos de Tabatinga e de outras paróquias da diocese. Também estava presente a família do novo diácono, sua esposa, seus filhos e netos e vários diáconos permanentes, cada vez mais numerosos na diocese do Alto Solimões. Na homilia, o bispo diocesano ressaltou a importância do dom das diferentes vocações na Igreja e a missão do diaconato. Dom Adolfo Zon também destacou a necessidade de viver a comunhão eclesial e a disponibilidade para servir. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com Informações da diocese do Alto Solimões

Conselho Pastoral Arquidiocesano de Manaus realiza Processo de Escuta da Assembleia Eclesial

O Conselho Arquidiocesano de Manaus realizou neste sábado, 7 de agosto, o Processo de Escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Seguindo a proposta do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), o conselho tem respondido as questões recolhidas no site da Assembleia. A Assembleia Eclesial quer dar continuidade às propostas da última Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, celebrada em Aparecida em 2007. A Assembleia Eclesial foi uma sugestão do Papa Francisco, que convocou o Sínodo sobre a Sinodalidade, que começara sua fase diocesana no próximo mês de outubro, e tem previsto realizar sua assembleia em outubro de 2023. A Assembleia Eclesial, que acontecerá de 21 a 28 de novembro de 2021, terá sua sede na Cidade do México, onde estará reunido um pequeno grupo, e contará com a participação remota nas sedes virtuais em cada uma das Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe. A assembleia eclesial é considerada por muitos como uma preparação para o próximo sínodo, dentro do processo de reforma eclesial pretendido pelo Papa Francisco. Foi sugerido que as paroquias, áreas missionárias, comunidades e pastorais da Arquidiocese de Manaus realizem o Processo de Escuta, que será encerrado no dia 30 de agosto. Foi destacada a importância da Assembleia Eclesial e do Processo de Escuta como uma ajuda para o Sínodo Arquidiocesano de Manaus, convocado por Dom Leonardo Steiner em março de 2021 e que está sendo organizado pela comissão formada ao respeito.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Solidariedade dos Capuchinhos da Alemanha realiza o sonho de uma escola em comunidade ticuna

A educação sempre tem sido uma prioridade da Igreja na Amazônia, muitas vezes fazendo aquilo que o poder público não consegue ou não quer fazer. Não podemos esquecer que a educação é instrumento de empoderamento, especialmente para os mais pobres. Na diocese do Alto Solimões a presença dos frades capuchinhos ao longo de décadas tem ajudado no crescimento dos povos indígenas no campo da educação. Na paróquia São Francisco, de Belém do Solimões, os frades têm se empenhado em fazer realidade uma Igreja inculturada, com rosto amazônico e indígena. Mais uma prova disso é o acontecido em Nova Jutaí, a última comunidade do igarapé de Belém, um local de difícil acesso, onde recentemente tem sido inaugurada a nova escola realizada pelos Frades Menores Capuchinhos do Amazonas e Roraima. Na missa, presidida por Frei Paolo Maria Braghini, foi abençoado o projeto “Escola, futuro das crianças ticuna“. A escola, que tem sido motivo de grande alegria e gratidão para toda a comunidade, como mostram os testemunhos recolhidos, é fruto do projeto apoiado pela MZF – Missionszentrale der Franziskaner e. V. da Alemanha. Os vídeos recolhidos no blog da paróquia de Belém doSolimões mostram o agradecimento das crianças, dos jovens, dos pais e das mães, dos professores e das lideranças da comunidade. São gratos aos capuchinhos da Alemanha, mas também a Deus que suscitou a solidariedade que faz possível ter aquilo que, pelo descaso do poder público, está faltando em tantas comunidades da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1, com informações da paróquia de Belém do Solimões

Todos somos chamados, e o chamado requer uma resposta. Qual é a minha resposta?

A Igreja do Brasil celebra em agosto o Mês Vocacional, algo que nos leva a entender a nossa vida como resposta a um chamado. Nossa vida é consequência de nossas respostas, que nos levam a fazer escolhas, mas também nos comprometem a perpetuar no tempo as opções que um dia tomamos livremente. Quem é que chama? Como reconhecer esse chamado? Como superar os medos que nos paralisam e nos impedem responder diante de tantos chamados que a gente recebe ao longo da vida? A vida tem muitas mais perguntas do que respostas e as respostas que um dia a gente deu provocam novas e numerosas perguntas ao longo da nossa vida. No final das contas, o que todo mundo procura é ser feliz, sabendo que essa felicidade tem múltiplas faces e que o que é caminho de felicidade para uma pessoa é motivo de frustração para outra. O decisivo é saber responder do modo certo, sem esquecer que as circunstâncias se tornam diferentes e que isso pode provocar mudanças futuras, pois não podemos esquecer que “o homem é o homem e a sua circunstância”, segundo disse o filósofo espanhol José Ortega y Gasset. A gente não pode controlar os chamados, pois não somos nós que escolhemos as perguntas, nem o momento em que elas acontecem. Com a gente ficam as respostas ou a falta delas, e isso a gente sabe tem consequências. Aprender a responder e confirmar as respostas ao longo do tempo representa um desafio na hora em que a gente pensa em vocação. Na sociedade e na Igreja nos deparamos com pensamentos que levam as pessoas a acreditar que tem vocações mais ou menos importantes, respondendo a parâmetros sociais e eclesiais fruto de estereótipos. A melhor vocação é aquela que ajuda a nos realizarmos pessoalmente e nos tornarmos instrumentos que ajudam a melhorar a realidade e a vida das pessoas que temos em volta. Vocação tem a ver com realização e não com posição, e ela é boa quando a gente disfruta com as escolhas que um dia fez, quando a gente vai crescendo e ajudando os outros a crescer. Vocação é caminho de felicidade e isso é algo que a gente sempre procura, de diferentes modos, cada um do seu jeito, mas que sempre vai estar presente em nosso pensamento. Não tenhamos medo de responder, tenhamos a coragem de assumir os chamados que a gente vai respondendo. Fazer isso com convicção vai nos ajudar a sermos mais felizes, mas também a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Nunca esqueçamos que o chamado não é por acaso e que a coragem sempre é necessária para que possamos continuar olhando para frente e avançando no caminho da felicidade. Será que a gente topa? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Arquidiocese de Manaus comemora 25 anos de vida sacerdotal de Dom Jóse, padre Zenildo e padre Geraldo

A Catedral Metropolitana de Manaus acolheu na festa de São João Maria Vianney a celebração dos 25 anos de vida sacerdotal de Dom José Albuquerque, bispo auxiliar de Manaus, e seus condiscípulos, padre Zenildo Lima, reitor do Seminário São José, onde são formados os seminaristas do Regional Norte 1, e o padre Geraldo Bendaham, coordenador de pastoral arquidiocesano. A celebração contou com a participação do arcebispo metropolitano, Dom Leonardo Steiner, o bispo auxiliar, Dom Tadeu Canavarros, o bispo auxiliar emérito Dom Mário Pasqualotto, o bispo da prelazia de Itacoatiara, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, e Dom Gutemberg Freire, bispo emérito de Coari. Junto com eles se fizeram presentes uma representação do clero, da vida religiosa e do laicato da arquidiocese, junto com familiares e amigos dos homenageados. Na homilia, partilhada pelos três, o padre Geraldo Bendaham destacou “a alegria de celebrar 25 anos de vida sacerdotal, esse ministério tão bonito, mas também tão exigente”.  Ele destacava a graça de Deus para poder viver este ministério, e também a colaboração das pessoas para viver seu sacerdócio. O coordenador de pastoral apelava as comunidades a cuidar da vida e da vocação dos padres para poder continuar sua missão com ardor e com alegria. O padre Zenildo Lima lembrava dois discursos proferidos 25 anos atrás, um de Dom Luiz Vieira, o arcebispo que os ordenou, e que os exortava a que fossem padres de verdade, e um outro dele próprio, em que falou “como é bom sermos portadores de uma boa notícia”, insistindo em que o mundo nunca é um ambiente hostil para o ministério sacerdotal. O reitor do Seminário São José destacava a necessidade de atualizar o ministério do padre, “para que o povo não deixe de acreditar, para que o povo não deixe de sonhar com a terra prometida, para que o povo não deixe de ter esperança, para que o povo não abandone a Aliança”. Os 25 anos de vida sacerdotal tem sido um tempo, segundo o padre Zenildo, de ampliar horizontes, de alargar a missão, a exemplo da missão de Jesus. Ele destacava como ao longo desses 25 anos a missão da Arquidiocese de Manaus cresceu, lembrando do cuidado dos moradores de rua, do trabalho que realiza a Fazenda da Esperança, a quem mostrava como novos interlocutores e destinatários da missão. “25 anos depois a alegria que a gente experimenta é de uma vocação com um talho eminentemente eclesial”, lembrava o padre. Ele insistiu em que a sua “é uma vocação de Igreja, quanto mais cresce a missão da Igreja, mais cresce os horizontes do nosso ministério”. Finalmente Dom José Albuquerque disse que “é uma graça, é um presente do céu, poder celebrar este aniversário de ordenação no dia de São João Maria Vianney”.  Segundo o bispo auxiliar, “celebrar 25 anos é reafirmar o desejo de querer continuar” insistindo em que “se nós somos apaixonados por esta Igreja particular de Manaus é porque um dia Cristo se tornou tão próximo, tão presente, que a gente quis ser como aquele padre, como aquela religiosa, como aquele agente de pastoral”, destacando a acolhida das comunidades por onde eles passaram. Segundo o bispo, sua vocação é fruto de um trabalho missionário, de homens e mulheres que foram grandes profetas e profetizas. Para Dom José, “o amor a Cristo, o amor à Igreja, o amor ao povo, fez e faz com que a gente se torne irmãos de verdade”.  Ele pedia que “Cristo nos ajude a sermos suas testemunhas e que possamos, mesmo com as nossas fraquezas, com as nossas infidelidades, com os nossos defeitos, ser um sinal, ser um incentivo para que outros jovens acreditem na vocação”. Após renovar as promessas sacerdotais na frente de Dom Leonardo Steiner, o arcebispo de Manaus destacou que os homenageados “exercem na arquidiocese ministérios importantes, serviços importantes”. Segundo ele, “há 25 anos atrás não poderiam imaginar que poderiam dar essa grande contribuição à Igreja de Manaus”, algo que o levou a agradecer pelo seu ministério e serviços. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Reiteramos apoio incondicional ao sistema eletrônico de votação”, afirma CNBB e entidades do Pacto pela Vida

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto com outras cinco entidades da sociedade civil, emitiram uma nota de solidariedade ao Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Luís Roberto Barroso. A nota lembra a postura das entidades, que fazem parte do Pacto pela Vida, que já em março de 2020, “reagiram publicamente a ameaças feitas pela autoridade máxima da Nação, contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal”, conclamando “a sociedade brasileira a zelar pelas instituições”. As entidades afirmam que “lamentavelmente, o processo de erosão democrática prossegue, atingindo contornos incompatíveis com o equilíbrio entre os Poderes e a manutenção do clima de paz e concórdia entre os cidadãos”. Por isso, criticam abertamente as tentativas a de “demolir o edifício democrático”, deixando de cuidar da pandemia, que já se cobrou mais de 550 mil vidas. O escrito denuncia as “tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje tratadas abertamente”, afirmando não tolerar as ameaças da “não realização de eleições em 2022, caso o resultado das urnas possa vir a contrariar os interesses daquele que detém o poder”, insistindo em que “não são os políticos de plantão, nem grupos civis ou militares ligados a eles, que determinarão a integridade do processo eleitoral”, defendo o papel da Constituição. Diante da grave situação reiteram “apoio incondicional ao sistema eletrônico de votação”, apelando ao Congresso Nacional para que o proteja, dado que se trata de uma “grande conquista da sociedade e prova da eficiência da Justiça eleitoral brasileira”.