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Dom Leonardo propõe a misericórdia como caminho pastoral: “Quando nós vamos juntos ao encontro dos pobres, nossas divisões desaparecem”

Desafios e perspectivas para a pastoral no Brasil hoje, foi o tema abordado por Dom Leonardo Ulrich Steiner dentro da dinâmica do I Congresso Brasileiro de Teologia Pastoral, que acontece virtualmente de 3 a 6 de maio, com o tema Discernir a pastoral em tempos de crise: realidade, desafios, tarefas. Sabendo que os desafios são muitos e as perspectivas esperançosas, o arcebispo de Manaus começava refletindo sobre a fé, que “é a fidelidade do amor de Deus em Jesus Cristo, a fidelidade que é própria de Deus”, que se faz presente na vida da humanidade de diferentes modos, afirmando que “não é nós tenhamos a fé, é a fé que tem a nós”.   Ao falar sobre evangelização e pastoral, as vê “como duas palavras que guardam buscas e propõem dinâmicas do ser Igreja”, mas sabendo que tem suas diferenças. Se trata de “assumir a missão que Jesus nos confiou”, e seguindo o proposto pelo Papa Paulo VI em Evangelii Nuntuandi, descobrir que “a finalidade da evangelização é esta mudança interior, converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens”. Ele destacava a importância do conteúdo e dos meios, e que a partir do Documento de Aparecida, a evangelização se abre aos conceitos de discipulado e de missionariedade. Para a compreensão do Concilio Vaticano II a pastoralidade é um elemento fundamental, segundo Dom Leonardo Steiner, que refletia sobre o conceito de pastor, “aquele que apascenta”, o que o levava a apresentar a pastoral “como dinâmica do cuidado, do cultivo do dom recebido”, tendo como referência a Jesus Bom Pastor, que veio para servir e dar a vida. Segundo o arcebispo de Manaus, “podemos falar da pastoral como a totalidade das ações da Igreja, não como uma soma de ações justapostas, mas aquela perspectiva da mediação em Cristo e da sua redenção a partir do processo encarnatório, do qual a Igreja participa”. “A Igreja no Brasil tem percorrido um rico caminho de reflexão na busca do planejamento da pastoral”, afirmava Dom Leonardo, que fazia uma análise das Diretrizes para a Ação Evangelizadora e dos documentos surgidos a partir delas, na última década, inspirados no Documento de Aparecida e no Magistério do Papa Francisco. As atuais diretrizes tentam responder à cultura urbana, presente além das cidades, e foram pensadas a partir da missionariedade, sendo sustentadas em quatro pilares. Ele destaca como fundamental nessas diretrizes o estado permanente de missão, a Palavra e a Iniciação à Vida Cristã, colocando como exemplo a iniciação do povo Xavante. Reconhecendo a existência de muitos desafios para a pastoral no Brasil, fazia uma analise sobre o modo da ciência e da técnica, determinado pelo cálculo e o resultado, que torna tudo um objeto, inclusive o homem e Deus. O tornar absoluto o empírico, “coloca em questão o modo de existir humano, a própria existência de Deus”, insistia Dom Leonardo Steiner. Ele abordava a tensão entre o pensamento calculante e o pensamento reflexivo. Junto com isso, o arcebispo abordava a questão, ao seu modo de ver importante, das figuras de Deus, “nós vivemos de figuras, não de imagens”, afirmando que se permanecemos na figura de Deus, “criamos um ídolo e nos relacionamos com um ídolo, vivemos de uma ideologia religiosa”. Dom Leonardo denunciava que “hoje temos uma figura que não corresponde ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, nem a Jesus Cristo, somos cheios de milagres, de promessas, de curas, de dinheiro, de compra e venda”.  Ele também abordava algo que considera uma questão fundamental para a pastoral, que é a morte de Deus, um desafio colocado por Nietzsche, que hoje se faz presente no que chamamos de pós-moderno, de mudança de época, na insistência do cuidado de se mesmo, numa vida que não transcende mais, coisificada, o existir humano sem perspectiva de Mistério. Ao falar sobre o anúncio, afirmava que “existe uma segurança relacional que faz anunciar mais o moralismo que o Reino de Deus”. Em referência aos meios de comunicação destacava a forte influência dos meios de comunicação católicos, o que leva os fieis a esquecer o Concilio Vaticano II ou defender certas opções políticas, insistindo no desafio de “ajudar esses meios preciosos para estarem ao serviço do Evangelho da libertação”. O arcebispo insistia na presença da Igreja nas periferias geográficas e existenciais, nas universidades, no mundo intelectual, no mundo da cultura, do esporte, da política, da justiça, afirmando que “estamos entregando as nossas periferias, o nosso interior às igrejas neopentecostais”, que leva a uma exploração econômica, psíquica, espiritual. A sinodalidade é atingida pela tensão entre a Igreja e as igrejas particulares. Essa sinodalidade se faz presente em diversas expressões, pedindo uma maior participação do Povo de Deus na construção das Diretrizes para a Ação Evangelizadora. Também abordava a questão das agressões à mãe Terra, cada vez mais dominada pela mentalidade calculante, que despreza o valor da natureza o dos povos indígenas que a cuidam, considerados de segunda categoria. A formação do clero, vida religiosa, dos leigos e leigas é um grande desafio, “para que possam dar as rações da própria esperança”. Entre as perspectivas, citava a Palavra de Deus, como alimento e horizonte, vendo a necessidade de aprofundar na hermenêutica, que ajude a não ver a Palavra de Deus “como um livro de normas”, um tema presente na última assembleia da CNBB. Se faz necessário refletir sobre a celebração da Palavra nas comunidades, buscando elementos de inculturação. Também falta muito por avançar na dinâmica da Iniciação à Vida Cristã e na dinâmica de autonomia das comunidades e da presença estável da Igreja nas comunidades distantes do interior, reconhecendo as culturas indígenas. Ao mesmo tempo insistia na necessidade de valorizar as expressões da religiosidade popular, que define como lugar teológico e eclesial. Os ministérios conferidos aos leigos, uma reflexão presente em Querida Amazônia, que ajudem a ter uma Igreja marcadamente laical, afirmando que “os desafios da Amazônia, exigem da Igreja um esforço para conseguir ser uma presença capilar”, algo só possível com a ajuda dos leigos, que precisam de formação. Outro desafio é…
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Faleceu Dom Aloísio Hilário de Pinho, bispo emérito da diocese de Jataí – GO

Faleceu nesta terça-feira, 4 de maio, dom Aloísio Hilário de Pinho, bispo emérito da diocese de Jataí – GO, em decorrência de um infarto. Nascido em Mariana – MG, em 14 de janeiro de 1934, entrou no seminário dos Orionitas em 1955, sendo ordenado padre em 19 de março de 1963 em Roma, onde tinha cursado a Teologia, na Universidade Gregoriana. Após realizar diferentes serviços na sua congregação, foi nomeado bispo da diocese de Tocantinópolis – TO, sendo ordenado em 20 de dezembro de 1981 pelo cardeal Paulo Evaristo Arns. Foi bispo dessa diocese até 1999, em que foi transferido para a diocese de Jataí – GO, onde permaneceu até apresentar sua renúncia, aceita em 16 de dezembro de 2009. Em nota de pesar, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, recordava “a fidelidade à Igreja, características do ministério de dom Aloísio, que tinha como lema episcopal “na caridade sincera”. Sabemos também que dom Aloísio dedicou-se à celebração dos sacramentos, especialmente o da Crisma, que lhe permitiu um contato direto com a juventude da diocese de Jataí (GO)”. A CNBB tem mostrado sua união e solidariedade “com todos os que conviveram com dom Aloísio”, enviando sua saudação “ao atual bispo da diocese de Jataí (GO), dom Nélio Domingos Zortea, aos familiares de dom Aloísio, e a todas as comunidades da diocese de Jataí”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Os bispos da Amazônia se posicionam contra o PL 510/2021, que possibilita a ocupação irregular das terras públicas

O Sínodo para a Amazônia, e os documentos que emergiram das suas reflexões, fizeram da Igreja Católica uma das principais instituições em defesa da Amazônia e dos seus povos. Nesta perspectiva, 63 bispos da Amazônia brasileira, dentre eles todos os bispos titulares e auxiliares e dois eméritos do Regional Norte 1, querendo ser uma Igreja que “sob a perspectiva da ecologia integral, busca dialogar com a sociedade pela defesa dos interesses dos mais pobres, da justiça social e da preservação do meio ambiente”, enviaram uma carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na qual pedem a retirada do Projeto de Lei 510/2021, “que altera regras de regularização fundiária em terras da União”. Na carta, os bispos mostram diferentes estudos onde são recolhidos os graves impactos contra a Amazônia e os seus povos que a aprovação desta lei traria. A isto se acrescenta, como se afirma na carta, as intenções do governo brasileiro na recente Cúpula Internacional do Clima, onde mostrou as suas intenções de preservar a Amazônia, algo que está agora sendo posto em causa. Face a esta situação, os bispos da Amazônia brasileira afirmam que aprovar o Projeto de Lei 510/2021, “significa concordar que o nosso patrimônio natural seja objeto de ocupação irregular para posterior desmatamento e titulação”, que isto ” pode acirrar ainda mais os conflitos no campo e aumentar a procura por terras”. Portanto, “deve-se, sim, punir os que roubam o patrimônio público, e não premiá-los“, dizem os bispos, que argumentam que “a criação de unidades de conservação são essenciais para a conservação da Amazônia e o uso sustentável dos recursos da região”, bem como a convocação de “audiências públicas” para discutir esta questão, “requisito que não deve ser cumprido enquanto estivermos em pandemia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Belém do Solimões se vestiu de festa para a ordenação do frei capuchinho, Marcos Darlan Gomes Pereira

Neste domingo, 2 de maio, em Belém do Solimões, diocese de Alto Solimões, uma das comunidades onde a Igreja da Amazônia tem conseguido dar passos significativos para fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico e indígena, um dos pedidos do Sínodo para a Amazônia, aconteceu a ordenação diaconal de frei Marco Darlan Gomes Pereira, presidida pelo bispo de Alto Solimões, Dom Adolfo Zon. Nascido na Amazônia, na prelazia de Itaituba – PA, o novo diácono faz parte da comunidade capuchinha de Belém de Solimões, onde vai continuar trabalhando, agora como diácono, no meio do povo ticuna. A ordenação de frei Marcos Darlan Gomes Pereira, que faz parte da Custódia dos Frades Menores Capuchinhos do Amazonas e Roraima, contou com a presença do superior da Custodia, frei Carlo Maria Chistolini, e da comunidade capuchinha local, com seu pároco frei Paolo Braghini. Também estava presente Antelmo Pereira Ângelo, o primeiro diácono permanente do povo ticuna, ordenado em março de 2020, que atualmente serve as comunidades ticunas da paróquia de Belém do Solimões. Nessa tentativa de fazer realidade um trabalho missionário inculturado e intercultural, proposta pelo Sínodo para a Amazônia, a ordenação aconteceu como encerramento do encontro com os jovens ticuna, celebrado desde qunta-feira até domingo, onde foram trabalhadas essas dimensões. Na sua homilia, Dom Adolfo Zon, recolhendo as ideias do Papa Bento XVI nas suas encíclicas Deus Caritas est e Caritas in Veritate, insistia em que a missão do diácono é estar ao serviço da caridade, não qualquer caridade, e sim uma caridade organizada e inteligente. Em suas palavras, o bispo de Alto Solimões destacava a importância de uma Igreja ministerial, que caminhando sinodalmente, tem que responder com seu serviço aos desafios que a humanidade e a sociedade de hoje apresentam. Fotos: Veronica Rubi Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Faleceu Dom Geraldo Dantas de Andrade, Bispo Auxiliar Emérito de São Luís do Maranhão

Faleceu no dia 1º de maio, festa de São José Operário, aos 89 anos, dom Geraldo Dantas de Andrade, bispo auxiliar emérito de São Luís do Maranhão – MA, segundo comunicou, por meio de nota assinada pelo arcebispo metropolitano dom José Belisário da Silva, a arquidiocese de São Luís do Maranhão. O bispo falecido será sepultado neste domingo, 2 de maio, na Catedral da Sé, numa celebração que será restrita, dados os protocolos e recomendações de prevenção à Covid-19. Nascido no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1931, dom Geraldo foi ordenado padre pela Congregação do Sagrado Coração de Jesus (SCJ) em 18 de dezembro de 1957, em Taubaté (SP). Foi nomeado Bispo de Titular de Cibaliana e Auxiliar da arquidiocese de São Luís em 18 de fevereiro de 1998. Recebeu a ordenação episcopal no dia 18 de abril desse mesmo ano das mãos de dom Paulo Eduardo Andrade Ponte, dom José Nelson Westrupp e dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges. Dentre as atividades como bispo, dom Geraldo foi vigário geral da arquidiocese de São Luís e reitor do Seminário Interdiocesano do Regional Nordeste 5 da CNBB (Maranhão). Seu lema episcopal é “Sei em quem acreditei”. Em 15 de setembro de 2010 foi aceito seu pedido de renúncia, tornando-se bispo auxiliar emérito. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em nota assinada pela presidência, manifestou seu pesar pelo falecimento do Bispo Auxiliar Emérito de São Luís do Maranhão, mostrando solidariedade aos familiares e amigos, à Igreja local e à Congregação do Sagrado Coração de Jesus. A presidência da CNBB agradece pela vida de Dom Geraldo e pede para ele a intercessão de nossa mãe Maria e São José Operário. Fonte: CNBB

Dom Fernando faz a benção da imagem de São José no Seminário de Tefé

Na tarde do dia 1° de Maio, festa de São José Operario, o bispo de Tefé, Dom Fernando Barbosa, fez a bênção da imagem de São José erguida em frente ao Seminário e a placa que marcará o Ano de São José. A Prelazia de Tefé também está comemorando os 100 anos do prédio do Seminário e do jubileu da Prelazia. A celebração contou com a presença de alguns padres e representantes das diferentes pastorais da Prelazia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Ionilton sauda os trabalhores e trabalhadoras do Regional Norte 1

Quero saudar todos os Trabalhadores e todas as Trabalhadoras da Arquidiocese de Manaus, de nossas Prelazias e Dioceses do Regional Norte 1 da CNBB, em suas Comunidades Ribeirinhas, Urbanas e Estrada e de todas as Paróquias. Obrigado pelo que vocês são e fazem no mundo do trabalho: Pescadores, Agricultores, Profissionais da Educação, da Saúde física e mental, do Transporte fluvial, rodoviário e aéreo, da Construção Civil, da Comunicação, dos Serviços Públicos, da Música, do Esporte, da Cultura, Costureiras, Garis, Comerciários, Industriários, Domésticas, Secretárias, Profissionais Liberais… Um agradecimento, também, a quem presta serviço voluntário nas Associações, Movimentos Populares, Sindicatos, ONGs – Organizações Não Governamentais. Estendo este agradecimento especial aos Agentes Voluntários de Pastorais, Organismos, Movimentos de nosso Regional e às Lideranças de nossas Comunidades Ribeirinhas, de Estrada e Urbanas. Nossa comunhão com os Trabalhadores e as Trabalhadoras que estão desempregados, desempregadas; Nossa palavra de incentivo para nossos Leigos Trabalhadores e nossas Leigas Trabalhadoras se filiarem ao Sindicato de sua classe trabalhadora, para ajudar na luta pela preservação de seus direitos e pela conquista de direitos retirados. Encerro com a letra do canto de Padre Zezinho: “Trabalhadores, Trabalhadoras, Deus também é Trabalhador!”. São José Operário, rogai por nós! Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDV – Bispo da Prelazia de Itacoatiara e Referencial para o Laicato

Início da peregrinação da imagem de São José: “A Igreja quer chegar ao coração de todos os católicos”

Dentro das atividades do Ano de São José, a Arquidiocese de Manaus tem organizado a peregrinação da imagem de São José em todas as paróquias e áreas missionárias. Cada uma das Regiões Episcopais em que está dividida a Arquidiocese, Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora dos Navegantes, estão dando início às atividades. Coincidindo com a festa de São José Operário, neste 1º de maio, a Catedral Nossa Senhora da Conceição acolhia a celebração da Região Episcopal Nossa Senhora dos Remédios, que contou com a participação do clero, a vida religiosa e os leigos e leigas das paróquias e áreas missionárias. Monsenhor José Carlos Sabino de Andrade destacava a importância deste momento, lembrando que o Ano de São José é uma iniciativa do Papa Francisco, o que tem sido aderido pela Arquidiocese de Manaus e pela Região Episcopal Nossa Senhora dos Remédios. Monsenhor Sabino afirmava que “evidentemente, São José é um dos santos mais populares que existem para o povo brasileiro”, algo que está muito presente na devoção do povo, dado que “São José era um homem extraordinário”, segundo o Vigário Episcopal. Na sua homilia, Monsenhor Sabino destacava a figura de São José como “um modelo, um referencial” no mundo do trabalho, que ele definia como aquilo que “edifica, enobrece e dá ao ser humano mais dignidade”. O trabalho é algo que nos refere a Deus, “que criou todas as coisas com muito amor e ternura”, algo que fez parte da vida de Jesus, “que acompanhou seu pai na carpintaria e noutros trabalhos que lhe encomendavam”. Refletindo sobre o trabalho, o Vigário Episcopal disse não poder se imaginar “ninguém sem se empenhar em usar os dons e talentos, dados por Deus, para construir, edificar e fazer com que o mundo seja melhor”, insistindo em que “todo trabalho feito com dignidade é abençoado por Deus”, e caminho de santificação. Dentro das realidades muitos duras enfrentadas no mundo do trabalho, Monsenhor Sabino destacava o desemprego, uma situação cada vez mais presente no Brasil, que tem aumentado neste tempo de pandemia, fazendo com que o desemprego atinja mais de 14% da população ativa do país, situação que ele definia como uma tragedia, que provoca fome, fazendo um chamado à responsabilidade pessoal, buscando resolver essa situação. Conhecer a figura de São José se torna uma necessidade segundo o Vigário Episcopal, vendo a peregrinação da sua imagem como um modo em que “a Igreja quer chegar ao coração de todos os católicos”. Na Carta Patris corde, o Papa Francisco “lembra de tantos pais que não conseguem oferecer o básico aos seus familiares”, e também de “tantos pais ausentes que não conseguem acompanhar a vida dos filhos”, lembrava Monsenhor Sabino, que convidava a ler a carta do Papa para o Ano de São José. A celebração, como recordava o Vigário Episcopal, inicia uma peregrinação que vai se prolongar até 13 de março de 2022. A imagem vai visitar todas as paróquias, áreas missionárias e comunidades, sendo acompanhada por um livrinho que recolhe o Angelus em honra de São José, o Tríduo em honra de São José e trechos da Carta Patris corde, assim como o calendário com as datas do percurso da imagem. Estamos diante de uma oportunidade, segundo Monsenhor Sabino, para que “aprendamos também nós, neste Ano Josefino, a recorrer, ainda com mais fervor, a São José e peçamos a ele que alcance de Deus a graça de imitarmos as suas virtudes”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Temos dificuldade para compreender como existe insensibilidade para com os pobres”, afirma Dom Leonardo se referindo ao Governo e ao Congresso

Diante de uma pandemia que já provocou a morte de ao menos 400 mil brasileiros e brasileiras, o Pacto pela Vida e pelo Brasil, assinado em 7 de abril de 2020, dia Mundial da Saúde, se tornou um instrumento para “provocar a união de toda a sociedade, solidariedade, disciplina e conduta ética e transparente do governo, tomando por base as orientações da ciência e dos organismos nacionais e internacionais de saúde pública no enfrentamento da pandemia de coronavírus no País”. Concretizar isso na região amazônica é uma exigência, sobre a qual tem sido refletido no encontro organizado pelo Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES, nesta quinta-feira, 29 de abril, “Construindo o Pacto pela Vida e pelo Brasil na Amazônia”. No evento, transmitido pelas redes sociais se fizeram presentes Patrícia Cabral do Conselho do Laicato da Arquidiocese de Manaus, Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, Helso do Carmo Ribeiro Filho, presidente da Comissão de Relações Internacionais – CORI/OAB-AM e Marcivana Sateré Mawé, coordenadora Geral da COPIME, Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno. Gerar consciência crítica é um dos objetivos do Conselho Nacional do Laicato do Brasil diante do Pacto pela Vida e pelo Brasil, segundo sua presidenta na Arquidiocese de Manaus. O CNLB tem criado grupos de trabalho nos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, para se mobilizar a través de encontros de formação, que partem da realidade local. As bandeiras do CNLB, segundo Patrícia Cabral, são a vacina para todos, a defesa do SUS, o auxílio emergencial e a investigação diante da falta de responsabilidade nas decisões do poder público em relação com a pandemia. Lembrando a festa de Santa Catarina de Sena, comemorada no dia 29 de abril, uma das primeiras doutoras da Igreja, que viveu um momento de obscurantismo similar ao atual, o representante da OAB defendia a necessidade de conjugar fé e razão, de apostar numa cidadania ativa, de agir, ainda mais numa Amazônia vista como algo periférico, sem importância, para o Governo Federal. Helso do Carmo Ribeiro Filho denunciava que o alto número de vítimas da Covid-19 é consequência do obscurantismo, fazendo um chamado a fazer cobranças para o efetivo exercício de direitos da nossa cidadania, cobrando “vacina no braço e comida no prato”, uma exigência urgente diante do fato da vacinação ter sido suspensa por duas semanas em Manaus como consequência do descaso. Os povos indígenas tem sido vítimas da negação da história e de seus direitos, segundo Marcivana Sateré Mawé. Essa política que separa se faz presente hoje no fato de que quer ser negada a condição de indígenas àqueles que moram nas cidades, uma injustiça, pois “estamos no nosso território”, insistia Marcivana. Isso é provado pelos “muitos sinais da presença dos nossos ancestrais”, segundo a coordenadora da COPIME. A pandemia, que ela definia como “um dos momentos mais sombrios da história”, nega os direitos dos povos indígenas que moram nas cidades, que não estão tendo acesso à vacina, que são vítimas da falta de segurança alimentar, e tem visto sua economia, baseada no artesanato e no turismo, gravemente atingida. A liderança indígena denunciava a violação dos direitos, o que coloca em risco a existência dos povos indígenas. Não pode ser esquecido que a Amazônia é berço de muitos povos, a partir dos elementos sagrados da criação que fazem parte das cosmovisões indígenas. Ela fazia um chamado a não alimentar discursos colonialistas, algo que também está presente nos próprios povos indígenas. Isso deve levar a uma mudança de paradigma, da forma de olhar os povos indígenas, destacando a necessidade de enxergar a Mãe Terra como geradora de vida. O Brasil corre perigo, advertia Dom Leonardo Steiner, “corre perigo não apenas contra sua saúde, mas o Brasil corre perigo quanto à saúde democrática, quanto à saúde institucional, quanto à saúde na justiça”. O Pacto pela Vida e pelo Brasil é visto pelo arcebispo de Manaus como “um sinal de uma construção muito maior”, enfatizando que defendemos a vida humana e de todos os seres, a vida que está em perigo. Ele insistia em que “o Pacto deseja também superar determinados negacionismos e realmente tomar o caminho da ciência”. Ao mesmo tempo insistia na importância dos espaços em que vai se ampliando a reflexão em torno ao Pacto, como tem acontecido no encontro organizado pelo SARES. Dom Leonardo denunciava que o governo atual e o anterior está dilapidando o SUS, algo que tem mostrado sua importância decisiva para enfrentar a pandemia. Ele fazia referência à vacinação e à fome, que começa crescer, algo cada vez sensível em Manaus. O arcebispo de Manaus reclamava sensibilidade do Governo e do Congresso Nacional, definido como “um pequeno ninho de cobras”. Nesse sentido, insistia em que “temos dificuldade para compreender como existe insensibilidade para com os pobres, insensibilidade para com a questão da justiça”. A democracia no Brasil “está sendo mais atacada, atacada no sentido de que não se respeita a democracia, não com a participação de todas as pessoas”, segundo Dom Leonardo. Em sua reflexão relacionava os elementos presentes no Pacto com os quatro sonhos do Papa Francisco em Querida Amazônia, que “falam de uma totalidade do existir”, pudendo ser considerados como “a visibilização da nossa casa comum”. No Pacto pela Vida e pelo Brasil, “nós estamos vendo a necessidade do cuidado em relação ao meio ambiente”, afirmava o arcebispo. Ele também insistia na “necessidade do cuidado e do respeito com as culturas”, lembrando a diversidade cultural presente na Amazônia e a necessidade de ser cultivadas. O Pacto, no qual a Igreja está participando ativamente, quer levar em consideração os grandes desequilíbrios presentes na sociedade amazônica, segundo Dom Leonardo. Ele insistia em que “onde existe dor, onde existe sofrimento nós temos que estar. Nós não podemos passar ao largo das dores e dos sofrimentos da humanidade e das pessoas. Nós não podemos passar longe dos problemas. Nós, como pessoas que desejam seguir Jesus, sermos seus discípulos missionários, vivermos o Evangelho, nós levamos em consideração a dor e o…
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Trabalho digno, uma realidade cada vez mais distante

O dia 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalhador, uma boa oportunidade para refletir sobre o trabalho, uma realidade cada vez mais precarizada no Brasil. Nos últimos anos, especialmente com a reforma trabalhista, as condições laborais no Brasil foram piorando. A pandemia tem acrescentado a precarização laboral fazendo aumentar o desemprego e que muitos trabalhadores e trabalhadoras sofram com condições de trabalho cada vez mais injustas, prejudicando assim o sustento de suas famílias. O Papa Francisco, na sua Carta Patris Corde, escrita com motivo do Ano de São José, nos fala sobre sua dimensão de Pai trabalhador. Ele nos diz que “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”. Diante da pandemia da Covid-19, “em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes”, nos diz a carta do Papa, “é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica”. Para isso se faz necessário lutar para que todos os trabalhadores e trabalhadoras tenham condições laborais que respeitem seus direitos. O Papa Francisco insiste na visão do trabalho como oportunidade para “desenvolver as próprias potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da comunhão”. A gente não deveria trabalhar só para garantir recursos e sim como modo de realização pessoal e de construção de um mundo melhor para todos e todas, melhorando a condição de vida da humanidade. O trabalho também tem muito a ver com a família, segundo a Carta Patris Corde. Neste tempo de pandemia, em que muitas famílias sofrem a perda de seus entes queridos, o trabalho também tem sido outra das grandes preocupações. O Santo Padre nos diz que “uma família onde falte o trabalho está mais exposta a dificuldades, tensões”. Diante dessa realidade, o Papa Francisco se pergunta, “como poderemos falar da dignidade humana sem nos empenharmos para que todos, e cada um, tenham a possibilidade dum digno sustento?”. Por isso, ele faz “um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído”. Lembremos as palavras do Papa Francisco: “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”. A Santidade se faz realidade na vida cotidiana, também fazendo realidade um trabalho digno para todos e todas, mesmo sabendo que essa é uma realidade cada vez mais distante da vida de muitos trabalhadores e trabalhadoras. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar