Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Núcleo de Mulheres da REPAM é espaço de encontro, de confiança e de escuta das mulheres amazônicas

O Dia Internacional da Mulher tem sido oportunidade para o Núcleo de Mulheres da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, apresentar um calendário (abaixe aqui) elaborado em conjunto entre as mulheres da Pan-Amazônia. O grupo, que vem refletindo sobre o papel e a importância da presença da mulher na Igreja, está formado por mulheres que tem “a consciência de um território onde estamos pisando, um território específico onde realizamos as ações, e isso nos leva a um caminho sinodal”, segundo Dorismeire Almeida de Vasconcelos. Tendo como fundamento sua identidade, conhecimento e liderança, as mulheres, que na Pan-Amazônia, segundo a auditora sinodal, assumem 70% do trabalho social e missionário, tem encontrado no grupo, um espaço de encontro, de confiança e de escuta, garantindo a presença para todas as mulheres da Pan-Amazônia. Não podemos esquecer que “elas são vítimas de uma alta taxa de violência, de sobrecarga laboral e afetiva, são vitimadas com a violação de seus direitos”. O grupo surgiu dentro do processo sinodal, “a partir da nossa diversidade cultural, da nossa organização social e da nossa experiência de Igreja, tanto como leigas quanto consagradas”, afirma Dorismeire. Ela destaca entre as propostas realizadas, refletir as realidades e experiências concretas das mulheres na Pan-Amazônia e projetar uma leitura teológica contextual, do modo que foi feito no Sínodo, que permita resgatar as vozes, propostas e apostas das mulheres neste território. O núcleo está dividido em cinco subcomissões internas, pós-pandemia e pós-sínodo, mulheres e violências, teologia e espiritualidade, formação sociopolítica pastoral, diaconato e ministérios, para estudar os documentos da Igreja buscando elaborar linhas de ação para o trabalho em diferentes áreas, descobrindo as ações das mulheres nos territórios em defesa da vida, no anúncio da Boa Nova, no acompanhamento e enfretamento dos desafios da realidade nos diferentes contextos, semeando sempre sinais de esperança. Trata-se, segundo Dorismeire, “de consolidar um espaço de reflexão, articulação e ação das mulheres da Pan-Amazônia, que ofereça respostas às principais preocupações que ameaçam a vida e subsistência das mulheres”. Junto com isso, “buscar encarnar os diferentes rostos ancestrais e construir um sentimento e pensamento coletivo desde seu ser mulheres, conectado à Criação, fortalecendo a missão social e eclesial das mulheres, prevenindo a violência e garantindo os direitos, aportando uma mudança de paradigma desde a lógica do cuidado”. O dia 8 de março é momento de “fazer memória” segundo Tania Ávila. A teóloga boliviana, que foi perita no Sínodo para a Amazônia, vê essa data como “um dia que nos toca seguir resistindo e reclamando para que tenha vida digna para as mulheres”. Ela destacava a importância das vozes de mulheres da Amazônia, recolhidas num vídeo. São mulheres que vão “somando, nos dando força, fluindo”. O Núcleo de Mulheres da REPAM também conta com a presença de mulheres indígenas. Uma delas, Anitalia Pijachi, relatava as dificuldades vividas na Amazônia colombiana durante a pandemia, mostrando as dificuldades de acesso aos direitos básicos. Tem sido um tempo para “aprender a saber resistir na nossa selva”. Estamos diante de um momento que mostra a “necessidade de estarmos mais unidos em comunidade, de procurar a sabedoria dos anciãos”. Ela denunciava o governo, “que não escuta o que acontece na Amazônia colombiana”, enfatizando que estamos vivendo “um tempo de incerteza”. “Esta pandemia tem mostrado, mais uma, vez que somos os mais esquecidos pelo Estado”, afirmava Yessica Patiachi desde a Amazônia peruana, denunciando a “falta de política clara de saúde para as comunidades indígenas”. Ela lembrava que os povos originários “temos levantado nossa voz de protesta e denunciamos quando nossos direitos são vulnerados”. Ao mesmo tempo denunciava as ameaças e perseguições, “só por defender e proteger a floresta”, o que tem provocado a morte de muitos indígenas no Peru. A líder indígena faz um chamado à luta, a não se deixar enganar pelas falsas promessas das grandes empresas, que só deixam consequências fatais. Yessica Patiachi destaca a grande capacidade de resiliência, o que a leva afirmar que “vamos continuar defendo nossa floresta diante de grandes interesses, mesmo que o Estado faça a vista grossa diante de grandes concessões extrativistas, reclamando a necessidade de consulta prévia aos povos indígenas”. No tempo de pandemia, as comunidades têm voltado à medicina tradicional, destacando “a participação da mulher indígena, que junto com os anciãos são a parte vital da transmissão de conhecimentos ancestrais”. Ela, que tem sido escolhida como conselheira, querendo “ser uma voz importante para mostrar o sentir e as demandas das mulheres indígenas”, destaca a importância da REPAM como aliado importante para a resistência indígena. 8 de março é momento de “fazer memória das lutas”, segundo Rose Bertoldo, que apresentava e compartilhava o calendário, “que as mulheres da Pan-Amazônia têm construindo coletivamente”. Segundo a auditora sinodal, estamos diante de “um material de formação e informação que nos inspira passar por todo o ano como uma presença criativa e propositiva”. O calendário tem sido construído a partir de palavras, mandalas, frases, cores e fotos, tendo a terra, o fogo, a água e o ar “como elementos que nos sustentam nessa caminhada, nessa construção”, segundo a religiosa. “O calendário recolhe a inspiração que cada mulher teve nessa construção coletiva, recolhe muitos sinais dos povos da Amazônia, que tem grande diversidade”, afirma Rose Bertoldo. Estamos diante de um instrumento que teve a capacidade de “incluir muitos olhares da Pan-Amazônia, que nos possibilita ampliar para outras mulheres”. Por isso, ela ressalta que “o que aprece no calendário é expressão dessa presença do Espírito que habita na Amazônia e está presente e ativa em cada ser”. Daí a religiosa coloca como objetivo “que está rica diversidade nos impulsione a continuar a cuidar de todas as formas de vida na nossa casa comum”. O Núcleo de Mulheres REPAM é “um espaço que tem a fortaleza de nos permitir pensar juntas, sonhar juntas e construir juntas”, afirma Maria Eugenia Carrizo. Ela define o futuro “como tempo para pensar juntas que Igreja sonhamos, o que pensamos como futuro de nossa Igreja, qual o rosto amazônico que desejamos que ela tenha e em função disso a mirada ministerial, numa…
Leia mais

Buscando uma vida em harmonia com a criação

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  9 DE MARÇO: Terça-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor’. (Dn 3,37-43)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Falando do santo que sempre o inspirou e do qual tomou o mesmo nome, o Papa Francisco recorda que Francisco de Assis “manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo” (LS 10). A Quaresma é um tempo propício para que, também nós, nos perguntemos como vai a nossa relação com Deus, com os outros, com a natureza e conosco mesmo. Que o exemplo do “pobre irmão de Assis” também nos contagie a buscar viver em harmonia com toda a criação. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Queremos abraçar uma espiritualidade de ecologia integral, a fim de promover o cuidado da criação”. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 81) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Louvando a Deus pelo rosto feminino da criação

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  8 DE MARÇO: Segunda-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus!   A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?   Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!   Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!   (Sl 41,2.3; Sl 42,3.4 REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Neste Dia Internacional da Mulher, queremos louvar o “Deus da minha alegria”, como diz o salmo, pela força e o dom que são as mulheres na sociedade e na Igreja, como recorda o Papa Francisco, destacando o papel delas na evangelização da Amazónia, onde “há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decênios, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente” (QA, 99).   Que Maria, “a mãe que cuidou de Jesus” e que agora “cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido” interceda por todas as mulheres, vítimas de tantas formas de violência e preconceito, nos ajudando “a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente” (LS, 241). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A sabedoria dos povos ancestrais afirma que a Mãe Terra tem um rosto feminino. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 101) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Mulheres que ajudam a construir o Reino de Deus na Igreja e nas periferias do mundo

No dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, somos chamados a refletir sobre o papel das mulheres na sociedade e na Igreja. Olhar para o passado para poder analisar o presente e poder construir o futuro, um futuro melhor, sustentado em princípios que mostram aquilo que Deus quer. Falar de mulheres nos leva a pensar em rostos concretos, que simbolizam lutas comuns, que ajudam a construir o Reino de Deus. A Igreja brasileira, a Igreja da Amazônia tem dado passos ao longo dos últimos anos, nem sempre para frente, mas mesmo aqueles que pontualmente representaram um retrocesso, a longo prazo, ajudaram a construir o futuro evitando cair nos erros do passado. Laura, Joelma, Rosita, Roselei, são nomes atrás dos quais aparecem representadas as lutas de muitas mulheres para que a Igreja e a sociedade sejam cada mais imagem do Deus da Vida, sinal de Boa Notícia, de Evangelho, sinal do Reino de Deus. Elas são presença feminina no meio dos povos indígenas, no mundo da comunicação, entre os migrantes e refugiados, ao lado das vítimas do abuso e exploração sexual. Fruto do seu trabalho como agente do Conselho Indigenista Missionário, a Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, tem dedicado os últimos anos a acompanhar a vida do povo Karipuna, no estado de Rondônia. Ela, que também é indígena, foi escolhida como representante dos povos originários na Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, onde “nós mulheres, temos muito a contribuir”, pois segundo a religiosa “nós somos chamadas a ser essa presença e essa voz de mulher na Conferência Eclesial da Amazônia”, da qual fazem parte as Igrejas do nosso Regional Norte 1. A religiosa Catequista Franciscana vê essa presença como “uma grande responsabilidade, pois estar presente numa instituição como esta, é uma responsabilidade no sentido de que a gente está levando a presença e a voz de muitas outras mulheres que habitam o território amazônico. São avós, mães, filhas e da Vida Consagrada, que estão presentes vivendo nesse imenso bioma, nessa imensa região amazônica”. Trata-se de “mulheres que lideram famílias e comunidades inteiras, que promovem a defesa da vida e que aspiram a um espaço também maior nos espaços da Igreja”. A Ir. Laura insiste em que “nós mulheres merecemos isso, precisamos agir, falar, e não devemos permanecer invisibilizadas nesses espaços”. Daí, ela espera “que isso nos ajude a abrir nossa mente, nosso coração, e estejamos abertas e abertos às transformações que estão ocorrendo no mundo e na Igreja”. Como indígena, destaca a importância da presença dos povos originários na CEAMA, como algo que pode “ajudar a oferecer uma visão de vida, de luta, das cosmovisões, a partir de dentro dos povos originários e das comunidades amazônicas”. Estar na CEAMA é oportunidade para “trazer presente tudo aquilo que nos faz sofrer e que ameaça a vida das pessoas e desse bioma”, para “defender os seus territórios, defender a Amazônia, o ecossistema e os povos que aqui habitam, defender a nossa casa comum para que as gerações futuras possam ter vida”. Por isso insiste em que “a Igreja seja amiga e aliada dos povos da Amazônia e da Amazônia como um todo, para que dessa forma nos comprometamos com o cuidado da casa comum”. Fazer comunicação na Amazônia é “um desafio muito grande, porque quando a gente pensa essa região, ela é enorme, as distâncias são uma dificuldade que nós encontramos para poder chegar onde as coisas acontecem”. As palavras de Joelma Viana nos ajudam a descobrir que na comunicação amazônica, “a gente consegue estar mais próximo das pessoas, ouvindo, pisando o chão que eles pisam, compartilhando as suas vivências”, sempre na busca de uma comunicação diferenciada. A radialista insiste em que “quando a gente faz a comunicação a partir da Igreja, nessa região amazônica, a gente não está só para ouvir, só para recolher os depoimentos. É necessário estar próximo, compartilhando esses momentos, vivenciando esses momentos, partilhando cada um desses momentos e aprendendo juntos”. Na Amazônia, “essa comunicação acaba tendo um sentido muito maior, um sentido de comungar da vida do outro”, comungar com a vida dos povos da região. Esses desafios próprios da comunicação amazônica, aumentam quando ela é feita pelas mulheres, segundo Joelma Viana. Ela insiste em que o trabalho que é feito por mulheres, ele é diferente, pois as mulheres, “elas são sensíveis e conseguem fazer um acolhimento. E nós tentamos fazer isso, um acolhimento das pessoas que estão próximas da gente”. Na Igreja da Amazônia, as mulheres que fazem comunicação ainda se deparam com que “muita gente não acredita no trabalho que é feito por mulheres” afirma Joelma. Ela que tem um papel destacado na Rede de Notícias da Amazônia, que desde Santarém, no Estado do Pará, engloba várias rádios católicas da região, dentre elas várias no Regional Norte 1, afirma que “quando a gente olha o cenário da própria região e do próprio Brasil, a gente vai ter poucas mulheres à frente desse ramo dentro da Igreja. A gente vê mais homens no processo do que mulheres”. Diante disso, ela insiste na necessidade de ter maior presença das mulheres. Nesse avanço, Joelma destaca a importância do Papa Francisco, que “a partir do Sínodo da Amazônia, e agora também do próximo sínodo, que tem mulheres sendo representadas, acaba fortalecendo ainda mais esse trabalho que a gente vem desenvolvendo nessa região, que é tão desafiadora, mas ao mesmo tempo é tão instigante”. Isso faz com as mulheres, insiste a radialista, “nós nos sentimos o tempo todo motivadas a estar presente, a estar compartilhando aquilo que aprendemos no nosso dia a dia”. As mulheres refugiadas, as mulheres migrantes, as mulheres apátridas, “elas são mulheres persistentes, são resilientes, são de uma devoção à sua vocação de mulher e mãe, que impressiona”. Quem assim fala é a irmã Rosita Milesi, alguém que dedica sua vida a cuidar daqueles e daquelas que a sociedade despreza e explora. Nessas mulheres, a religiosa scalabriniana vê a presença de alguém que supera “com esforço, com dedicação, com carinho, com amor imensurável, todas…
Leia mais

A conversão leva ao cuidado da criação

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  7 DE MARÇO: 3º Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias e farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu gado, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades. Porque o Senhor fez em seis dias o céu e a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso o Senhor abençoou o dia do sábado e o santificou. (Ex 20, 8-11) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A criação é, na tradição bíblica, algo tão importante, que ao concluí-la Deus quis santificar e abençoar um dia da semana para indicar com quanto amor e perfeição tudo o que existe foi feito por Ele. Neste tempo quaresmal, Laudato Si’ nos ajuda a reconhecer os pecados contra a criação, contra os quais devemos lutar: “Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado” (LS 8).   Necessitamos todos e todas de “uma conversão pessoal e comunitária que nos compromete a relacionar-se harmoniosamente com a obra criativa de Deus, que é a ‘casa comum’; uma conversão que promove a criação de estruturas em harmonia com o cuidado da criação” (DF, 18). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A sabedoria dos povos nativos da Amazônia inspira o cuidado e o respeito pela criação.(Querida Amazônia, 42) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Papa Francisco envia mensagem de condolências pelo falecimento de Dom Sérgio Castriani

  Em nota assinada pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado de Sua Santidade, enviada através do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambatistta Diquattro, o Papa Francisco tem mostrado a Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, suas condolências pelo falecimento de Dom Sérgio Eduardo Castriani, acontecido no dia 03 de março de 2021, onde expressa seus sentimentos de tristeza e pesar. Na mensagem, o Papa Francisco, informado do falecimento do Arcebispo Emérito de Manaus, “implora para ele o prémio eterno e exprime sentidas condolências a quantos se beneficiaram da sua solicitude pastoral, na Prelazia de Tefé e nessa Querida Arquidiocese de Manaus”. O texto destaca uma “existência vivida na adesão coerente e generosa à sua vocação como pai atento às necessidades do próximo e pastor fiel ao Evangelho e à Igreja”, palavras que mostram atitudes presentes na vida e missão de Dom Sérgio Castriani. No escrito, o Santo Padre concede ao clero, religiosos e fieis leigos das Igrejas de Tefé e Manaus a Benção Apostólica. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Para você, que é mulher, gratidão pelo que você é

  Como é que a gente olha para as mulheres? Numa sociedade onde o preconceito contra a mulher ainda faz parte da vida cotidiana, cada um de nós, também as mulheres, deveria se fazer essa pergunta. Na próxima segunda-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que alguns questionam, mas que sempre foi e continua sendo muito necessária. O Dia Internacional da Mulher é momento para reivindicar, para refletir sobre a necessidade de tirar da nossa vida todo sentimento e atitude de preconceito, é um dia para agradecer a cada mulher, por tudo o que ela é, por tudo o que tem aportado e aporta à humanidade. 8 de março é dia para mostrar que sem o aporte das mulheres o nosso mundo seria bem pior, ele não seria possível. Não podemos querer tampar o sol com a peneira, não podemos pretender esconder ou disfarçar situações que estão presentes no meio de nós, bem perto da gente. O sofrimento de muitas mulheres, em diferentes âmbitos, simplesmente pelo fato de ser mulher, é uma realidade muito presente na sociedade atual. Também no Brasil, onde a misoginia está instalada em muita gente, inclusive em algumas mulheres, onde a máxima autoridade do país não disfarça esses preconceitos, muitas vezes estúpidos, que mostra inclusive em suas manifestações públicas. Quando a gente olha para a própria vida, cada um de nós descobre o papel decisivo que as mulheres têm em nosso dia a dia, algo insubstituível, que deve ser valorizado e defendido por todos. É urgente superar toda situação de violência contra as mulheres, de feminicídio, de exploração em qualquer âmbito, de falta de direitos, inclusive de menos direitos do que os homens. Essa tem que ser uma luta de todos e todas, uma necessidade inadiável, que tem que estar presente cada dia, mas especialmente no Dia Internacional da Mulher. A Igreja católica, que nem sempre tem reconhecido adequadamente a importância da mulher em seu dia a dia, vai dando passos nesse sentido, sobretudo nesse reconhecimento. Na Amazônia, como nos diz o Papa Francisco na exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia, Querida Amazônia, “durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente”. Essa presença decisiva das mulheres também se fez presente na assembleia sinodal, celebrada em Roma de 6 a 27 de outubro de 2019, onde em palavras do Santo Padre, “elas mesmas nos comoveram a todos com o seu testemunho”. O Papa Francisco enfatiza que a Igreja, “sem as mulheres, ela se desmorona, como teriam caído aos pedaços muitas comunidades da Amazónia se não estivessem lá as mulheres, sustentando-as, conservando-as e cuidando delas. Isto mostra qual é o seu poder caraterístico”. Por isso, ele faz um chamado a “incentivar os talentos populares que deram às mulheres tanto protagonismo na Amazónia, embora hoje as comunidades estejam sujeitas a novos riscos que outrora não existiam. A situação atual exige que estimulemos o aparecimento doutros serviços e carismas femininos que deem resposta às necessidades específicas dos povos amazónicos neste momento histórico”. É tempo de entender a necessidade de caminhar em igualdade, de reconhecer a riqueza que a gente descobre quando caminha unido, em condição de igualdade, quando supera preconceitos que nos impedem reconhecer e agradecer às mulheres pelo que elas são. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Pedindo perdão com o Papa Francisco

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  6 DE MARÇO: Sábado da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão; Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes. (Sl 102, 1-4.9-12) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Em “Querida Amazônia” o Papa Francisco recordou os crimes praticados contra os povos originários na chegada dos primeiros colonizadores e missionários, pedindo perdão por esses e também “pelos crimes atrozes que se seguiram ao longo de toda a história da Amazônia” (QA, 19). O exemplo de Francisco deve nos animar a, neste tempo de Quaresma, fazermos o nosso ato de contrição ou pedido de perdão, confiantes na misericórdia de Deus, que perdoa toda culpa e cura toda enfermidade, como diz o salmo.   De fato, “a liberdade humana pode prestar a sua contribuição inteligente para uma evolução positiva, como pode também acrescentar novos males, novas causas de sofrimento” (LS, 79) não só ao ser humano, mas a toda a criação. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Criação” é mais do que dizer natureza, porque tem a ver com um projeto do amor de Deus, onde cada criatura tem um valor e um significado. (Laudato Si’, 76) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Ir. Carmelita Conceição entra fazer parte da Presidência da REPAM

A Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, comunicou nesta sexta-feira, 05 de março, a ampliação da sua Presidência, que agora vai contar com mais três pessoas, Rodrigo Fadul Andrade – secretário adjunto, e duas mulheres, a Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição, FMA – conselheira, e Yesica Patiachi Tayori, indígena do povo Harakbut – conselheira. Eles se unem ao presidente, cardeal Pedro Barreto, vice-presidente, Dom Rafael Cob, e o secretário executivo, Ir. João Gutemberg Sampaio. Trata-se de um passo a mais no caminho da sinodalidade, que como recolhe o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, está “caracterizado pelo respeito à dignidade e igualdade de todos os batizados, pelo complemento de carismas e ministérios, pelo prazer de se reunir em assembleias para discernir juntos a voz do Espírito”. Os novos conselheiros são nascidos na Amazônia, o que deve ajudar, seguindo as propostas do Sínodo, a fazer realidade “uma Igreja de rosto amazônico” que caminha “prestando atenção especial à participação efetiva dos leigos no discernimento e na tomada de decisões, potencializando a participação das mulheres“. Escutar a voz das mulheres foi uma das insistências do último sínodo, “que elas sejam consultadas, participem da tomada de decisões”, como afirma o Documento Final, e possam “ter acesso à funções e inclusive serviços eclesiais que não requeiram a Ordem sacra e permitam expressar melhor o seu lugar próprio…”, que recolhe Querida Amazônia. Um passo a mais para fazer realidade uma Igreja encarnada, profética e atenta “para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres”, que afirma Laudato Si´, e dar respostas a estes clamores. A Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição, que depois de tomar um pouco de susto, acolhe seu novo serviço com “um sentimento de gratidão por essa continuidade à proposta do Papa Francisco, que a Igreja seja sempre mais sinodal e todas as vozes possam ser ouvidas”. Ela reconhece que “quando se propôs a presença de mulheres nascidas na Pan-Amazônia, representantes dos grupos, da vida religiosa, das comunidades tradicionais, me deu uma grande alegria em ver que realmente as coisas vão acontecendo e que é possível essa Igreja sinodal, esse sonho que o Papa Francisco coloca na Querida Amazônia, que todos tenham seu lugar, que todos tenham seu espaço”. A superiora das salesianas na Amazônia brasileira “sonha que muitos outros grupos venham sendo representados na REPAM, nas várias instâncias, nas várias comissões de reflexão, trazendo a voz da Amazônia”. Segundo a religiosa, “como pessoa daqui da Amazônia, eu sinto uma grande alegria em poder participar e também poder trazer a voz daqueles que nem sempre tem a possibilidade de ser ouvidos”. Ela diz que os novos membros da presidência, irão participar “das reuniões, dos encontros, das instâncias de reflexão, de consulta, procurando dar a nossa contribuição, na medida das nossas possibilidades, para que a Igreja seja sempre mais sinodal, sempre mais amazônica, com rosto amazônico, que esse é o nosso desejo”. A Ir. Maria Carmelita, que insiste em seu sentimento de gratidão, afirma querer “estar ligada aos outros religiosos e religiosas da Amazônia para que nós possamos também estar inseridos nessa grande luta, nessa grande proposta sinodal de que a Amazônia caminhe unida”. A religiosa, que vê esse como “um dos tantos desafios que se apresentam no meio de nós”, reconhece que junto com a alegria que traz sua nova missão, experimenta se encontrar diante de “um grande desafio para o qual peço muita ajuda de Deus”.   

O seguimento a Jesus e a “conversão ecológica”: Tudo está interligado

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  5 DE MARÇO: Sexta-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”. Os sumos sacerdotes e fariseus ouviram as parábolas de Jesus, e compreenderam que estava falando deles. Procuraram prendê-lo, mas ficaram com medo das multidões, pois elas consideravam Jesus um profeta. (Mt 21, 42-46) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus nos conta que Jesus foi criticado e perseguido pelos sumos sacerdotes e fariseus por não aceitarem a sua Boa Nova. Provavelmente, hoje também alguns grupos e pessoas que se julgam muito “religiosas” e “de bem”, perseguiriam a condenariam o Filho de Deus novamente, por não aceitarem o seu ideal de harmonia, justiça, fraternidade e paz, que se situa no lado oposto a determinados modelos econômicos e políticos, que consideram “a natureza unicamente como objeto de lucro e interesse”, trazendo “graves consequências também para a sociedade”, como recorda o Papa Francisco (LS, 82).  Jesus mesmo deixou claro a sua postura diante dos poderes do seu tempo com essas palavras: “Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo” (Mt 20, 25-26). Por isso, os cristãos devem “deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus”, vivendo uma verdadeira “conversão ecológica” (LS, 217). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Jesus vivia em plena harmonia com a criação. (Laudato Si’, 98) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ