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Acolhida aos migrantes, “uma ação profética para nosso estado”, afirma Dom Mário Antônio da Silva

Migrantes venezuelanos em Roraima – Foto divulgação Uma corrente de xenofobia parece ter se instalado na sociedade mundial. Os discursos de alguns políticos cada vez têm mais repercussão numa sociedade que vai endurecendo seu coração. Frente a essa atitude o Papa Francisco nos diz, “que o medo não nos impeça de acolher”. Por Pe. Luis Miguel Modino. Esse chamado tem encontrado uma resposta clara na diocese de Roraima, que tem se tornado mãe para os milhares de refugiados que tem chegado desde a vizinha Venezuela. Só na paróquia de Pacaraima, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, chegam cada dia 1.500 venezuelanos esperando receber o café da manhã, para muitos seu único alimento ao longo da jornada. Podemos dizer que o contexto migratório faz da sociedade uma realidade diferente, como reconhece Dom Mário Antônio da Silva. Diante desse fenômeno, o bispo de Roraima faz um chamado a “disseminar o verdadeiro amor, que nos move e vai ao encontro das pessoas”. A Igreja católica em Roraima tem se tornado “uma ação profética para nosso estado”, afirma Dom Mário Antônio. Essa atitude encontra rejeição em boa parte da classe política local, assim como dentro da própria Igreja católica, onde tem gente que não compreende essa atitude da diocese e mostra resistência. O trabalho desenvolvido por pastorais, organismos, congregações religiosas que trabalham na diocese de Roraima lhes mostra como “líderes de uma ação eclesial”, afirma seu bispo, reconhecendo nesse trabalho “uma ação com incidência política e social”, que faz de todos os envolvidos e da própria diocese, sal, luz e fermento, revelando “verdadeiras páginas vivas do Evangelho”, insiste Dom Mário Antônio. Ele, seguindo a mensagem do Papa Francisco, diz que deve ser garantido o direito de migrar com liberdade, uma realidade cada vez mais difícil numa sociedade onde o próprio sistema prende os migrantes, lhes impedindo se libertar das correntes que os amarram. Algumas das pessoas que trabalham na acolhida aos migrantes e refugiados na diocese de Roraima, reconhecem que os migrantes os ajudaram a se abrir como Igreja, a sair dos templos, das próprias estruturas. Isso se traduz em um atendimento que se diversifica de múltiplas formas e que tem como objetivo final a interiorização dos migrantes venezuelanos no Brasil, a través do projeto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “Caminhos de Solidariedade”, que tem ajudado a milhares de pessoas nos últimos meses. Falar de migrantes tem que nos levar a descobrir a história de pessoas, de rostos concretos, de vidas, muitas vezes machucadas, exploradas por gente sem escrúpulo que se aproveita da necessidade alheia. Cada pessoa que consegue se estabelecer, representa uma vitória de todos os envolvidos, de tantos voluntários e voluntárias que tenderam sua mão ao irmão migrante. Como reconhece Dom Mário Antônio da Silva, o trabalho com os migrantes apresenta desafios para a igreja de Roraima. Um deles é a articulação entre os diferentes atores desse trabalho, mas que é difícil, pois “a cada dia surge uma nova emergência, é difícil estabelecer um processo”. No trabalho de conscientização eclesial e social, a Semana do Migrante tem um papel em destaque. Em 2019, na sua 34ª edição, que vai ser celebrada de 16 a 23 de junho, tem como tema, em relação com a Campanha da Fraternidade, “Migração e Políticas Públicas”. Lembrando as palavras do Papa Francisco, faz um chamado a “Acolher, proteger, promover, integrar e celebrar. A luta é todo dia!”. A Semana tem como propósito refletir a partir do rosto, raiz, rotas e respostas. Os migrantes são pessoas concretas, que passam por essa situação a partir de causas comuns, que entram num esquema que segue suas rotas. Tudo isso precisa de respostas da sociedade e da própria Igreja. É por isso, que podemos dizer que a diocese de Roraima tem se tornado uma referência no trabalho com os migrantes, mostrando que acima do medo, as incompreensões e resistências, a misericórdia tem que ser a atitude a seguir, fazendo assim realidade o Evangelho da vida, sempre atento ao excluído, àquele que a sociedade descarta.

Eleita a nova presidência do Regional Norte 1 para o quadriênio 2019-2023

    Na tarde do dia 9 de maio, os bispos do Regional Norte 1, que compreende nove (arqui) dioceses e prelazias dos estados do Amazonas e Roraima, escolheram sua nova presidência para o quadriênio 2019-2023. Foi escolhido para presidente o bispo de São Gabriel da Cachoeira, D. Edson Taschetto Damian; para vice-presidente o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus, D. Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, SDB; e para secretário Bispo da Prelazia de Borba, D. Zenildo Luiz Pereira da Silva, CSsR. O então presidente, Dom Mário Antonio da Silva, bispo da Diocese de Roraima e atualmente eleito segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), expressou sua gratidão aos que o auxiliaram no período de 2015 -2019 e a disponibilidade dos que assumem agora este regional. “Agradeço a nova Presidência do Regional Norte 1: Dom Edson, Dom Tadeu e Dom Zenildo pela prontidão em servir nossa Igreja na Amazônia.  Eu, Dom Mário Antonio, agradeço a colaboração de Dom Marcos e Dom Fernando no quadriênio que se encerra.  Gratidão ao Diácono Francisco, secretário executivo pela incansável dedicação. Gratidão a todos os Bispos pela confiança e apoio neste período de 2015-2019.  Vamos em frente com coragem e esperança! Abraços!”, disse Dom Mário Antonio.    

CNBB – Mensagem ao Povo Brasileiro

O Episcopado brasileiro, reunido em sua 57ª Assembleia Geral, de 1º a 10 de maio, em Aparecida (SP) emitiu no doa 7 de maio, a “Mensagem da CNBB ao povo brasileiro”. No documento, os bispos alertam que a opção por um liberalismo exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo, ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da população, favorece o aumento das desigualdades e a concentração de renda em níveis intoleráveis, tornando os ricos mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres. O documento chama a atenção para os graves problemas vividos pelos brasileiros como o crescente desemprego, “outra chaga social, ao ultrapassar o patamar de 13 milhões de brasileiros, somados aos 28 milhões de subutilizados, segundo dados do IBGE, mostra que as medidas tomadas para combatê-lo, até agora, foram ineficazes. Além disto, é necessário preservar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”. Segundo o documento, “o verdadeiro discípulo de Jesus terá sempre no amor, no diálogo e na reconciliação a via eficaz para responder à violência e à falta de segurança, inspirado no mandamento “Não matarás” e não em projetos que flexibilizem a posse e o porte de armas”. Sobre as necessárias reformas política, tributária e da previdência, os bispos afirmam, na mensagem, que elas só se legitimam se feitas em vista do bem comum e com participação popular de forma a atender, em primeiro lugar, os pobres. “O Brasil que queremos emergirá do comprometimento de todos os brasileiros com os valores que têm o Evangelho como fonte da vida, da justiça e do amor”, afirma o texto. Veja, abaixo, a mensagem na íntegra: MENSAGEM DA CNBB AO POVO BRASILEIRO “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5) Suplicando a assistência do Espírito Santo, na comunhão e na unidade, nós, Bispos do Brasil, reunidos na 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, no Santuário Nacional, em Aparecida-SP, de 1 a 10 de maio de 2019, dirigimos nossa mensagem ao povo brasileiro, tomados pela ternura de pastores que amam e cuidam do rebanho. Desejamos que as alegrias pascais, vividas tão intensamente neste tempo, renovem, no coração e na mente de todos, a fé em Jesus Cristo Crucificado-Ressuscitado, razão de nossa esperança e certeza de nossa vitória sobre tudo que nos aflige. “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20) Enche-nos de esperançosa alegria constatar o esforço de nossas comunidades e inúmeras pessoas de boa vontade em testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo, comprometidas com a vivência do amor, a prática da justiça e o serviço aos que mais necessitam. São incontáveis os sinais do Reino de Deus entre nós a partir da ação solidária e fraterna, muitas vezes anônima, dos que consomem sua vida na transformação da sociedade e na construção da civilização do amor. Por essa razão, a esperança e a alegria, frutos da ressurreição de Cristo, hão de ser a identidade de todos os cristãos. Afinal, quando deixamos que o Senhor nos tire de nossa comodidade e mude a nossa vida, podemos cumprir o que ordena São Paulo: ‘Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos!’ (Fl 4,4) (cf. Papa Francisco, Exortação Apostólica Gaudete et Exultate, 122). “No mundo tereis aflições, mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Longe de nos alienar, a alegria e a esperança pascais abrem nossos olhos para enxergarmos, com o olhar do Ressuscitado, os sinais de morte que ameaçam os filhos e filhas de Deus, especialmente, os mais vulneráveis. Estas situações são um apelo a que não nos conformemos com este mundo, mas o transformemos (cf. Rm 12,2), empenhando nossas forças na superação do que se opõe ao Reino de justiça e de paz inaugurado por Jesus. A crise ética, política, econômica e cultural tem se aprofundado cada vez mais no Brasil. A opção por um liberalismo exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo, ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da população, favorece o aumento das desigualdades e a concentração de renda em níveis intoleráveis, tornando os ricos mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres, conforme já lembrava o Papa João Paulo II na Conferência de Puebla (1979). Nesse contexto e inspirados na Campanha da Fraternidade deste ano, urge reafirmar a necessidade de políticas públicas que assegurem a participação, a cidadania e o bem comum. Cuidado especial merece a educação, gravemente ameaçada com corte de verbas, retirada de disciplinas necessárias à formação humana e desconsideração da importância das pesquisas. A corrupção, classificada pelo Papa Francisco como um “câncer social” profundamente radicada em inúmeras estruturas do país, é uma das causas da pobreza e da exclusão social na medida em que desvia recursos que poderiam se destinar ao investimento na educação, na saúde e na assistência social, caminho de superação da atual crise. A eficácia do combate à corrupção passa também por uma mudança de mentalidade que leve a pessoa compreender que seu valor não está no ter, mas no ser e que sua vida se mede não por sua capacidade de consumir, mas de partilhar. O crescente desemprego, outra chaga social, ao ultrapassar o patamar de 13 milhões de brasileiros, somados aos 28 milhões de subutilizados, segundo dados do IBGE, mostra que as medidas tomadas para combatê-lo, até agora, foram ineficazes. Além disto, é necessário preservar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. O desenvolvimento que se busca tem, no trabalho digno, um caminho seguro desde que se respeite a primazia da pessoa sobre o mercado e do trabalho sobre o capital, como ensina a Doutrina Social da Igreja. Assim, “a dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política econômica, mas às vezes parecem somente apêndices adicionados de fora para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 203). A violência também atinge níveis insuportáveis. Aos nossos ouvidos de pastores chega o…
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Dom Mário Antônio é eleito segundo vice-presidente e compõe presidência da CNBB para o quadriênio

O arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi eleito presidente da CNBB na manhã de 6 de maio, durante a 57a. Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. Na parte da tarde, foram eleitos os dois vice-presidentes, uma novidade do novo estatuto da Conferência, pois anteriormente, apenas um bispo ocupava a vice-presidência da entidade. Os dois vice-presidentes são: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e dom Mário Antonio Silva, bispo de Roraima. Como manda o Estatuto da CNBB, o até então presidente, cardeal Sergio da Rocha, perguntou aos eleitos se aceitavam os encargos. Dom Walmor disse: “Aceito com humildade, aceito com temor e aceito à luz da fé”. Dom Jaime Spengler disse: “Com temor e tremor, acolho“. E dom Mário disse a dom Sergio e à assembleia aceitar a indicação e a confiança dos irmãos bispos em nome da Amazônia e do povo brasileiro.  Dados biográficos Dom Walmor Oliveira de Azevedo nasceu em 26 de abril de 1954, dom Walmor é natural de Côcos (BA). É o primeiro baiano a estar à frente da CNBB. É doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália). Em sua trajetória de formação, cursou Filosofia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1972-1973), em Juiz de Fora (MG), e na Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras (1974-1975), em São João Del-Rei (MG). De 1974 a 1977, cursou Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora. Em 9 de setembro de 1977 foi ordenado sacerdote, incardinando-se na arquidiocese de Juiz de Fora. Foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica (1986-1995) e da paróquia do Bom Pastor (1996-1998); coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes (1988-1989); coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional (1978-1984) e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio (1989-1997). No campo acadêmico, lecionou nas disciplinas Ciências Bíblicas, Teologia e Lógica II; coordenou os cursos de Filosofia e Teologia. Em Belo Horizonte, foi professor da PUC-Minas (1986-1990). Também lecionou no mestrado em Teologia da PUC-Rio (1992, 1994 e 1995). Dom Walmor Oliveira de Azevedo foi nomeado bispo auxiliar de Salvador (BA) pelo Papa São João Paulo II, no dia 21 de janeiro de 1998. Sua ordenação episcopal foi no dia 10 de maio do mesmo ano. Em 2004, foi nomeado arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), iniciando o ministério em 26 de março daquele ano. Em outubro de 2008, dom Walmor foi escolhido para ser um dos quatro representantes do Brasil na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma. Em 1999, dom Walmor foi secretário do Regional Nordeste 3 e membro da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB. A mesma Comissão que, já com o nome de Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, presidiu entre 2003 e 2011, ou seja, por dois mandatos. É membro da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, desde 2009. O arcebispo de Belo Horizonte também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB – Minas Gerais e Espírito Santo. Em fevereiro de 2014, foi nomeado pelo Papa Francisco membro da Congregação para as Igrejas Orientais. Desde 2010, o arcebispo é referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de ordinário do próprio rito. Com mais de 15 livros publicados, dom Walmor é membro da Academia Mineira de Letras, Cidadão Honorário de Minas Gerais e dos municípios de Caeté e Ribeirão das Neves. O novo presidente da CNBB também foi agraciado com a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, da Faculdade Arquidiocesana de Mariana, e com o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2012). Dom Jaime Spengler é natural de Gaspar, em Santa Catarina, o vice-presidente eleito nasceu em 6 de setembro de 1960. Ingressou na Ordem dos Frades Menores em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). Estudou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, em Campo Largo (PR) e Teologia no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis (RJ), concluindo-o no Instituto Teológico de Jerusalém em Israel. Foi ordenado sacerdote em 17 de novembro de 1990, na sua cidade natal. O arcebispo também tem doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, de Roma, e atuou dentro da Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do país até 2010, quando foi nomeado em novembro do mesmo ano pelo papa Bento XVI como bispo titular de Patara e auxiliar de Porto Alegre (RS). No ano seguinte, em fevereiro de 2011, o bispo foi ordenado na paróquia São Pedro Apóstolo, na sua cidade natal, Gaspar, pelo Núncio Apostólico no Brasil, na ocasião, dom Lorenzo Baldisseri. Em 18 de setembro de 2013, o papa Francisco nomeou dom Jaime Spengler como novo arcebispo de Porto Alegre. Em março de 2014, o papa Francisco nomeou dom Jaime Spengler como membro da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Em abril de 2015, na 53ª Assembleia Geral da CNBB, foi eleito presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, para a gestão 2015-2019. Na ocasião, recebeu 205 votos de um total de 283 votantes, superando a maioria absoluta requerida no segundo escrutínio, que era de 143 votos. Também em 2015, o arcebispo foi eleito presidente do regional Sul 3 da CNBB, que corresponde ao Estado do Rio Grande do Sul, para a gestão 2015-2019. Dom Mário Antônio da Silva nasceu em Itararé (SP), em 17 de outubro de 1966, dom Mário Antônio da Silva estudou Filosofia e Teologia no Seminário Maior Divino Mestre, da diocese de Jacarezinho. Possui mestrado em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, na Itália. No ano de 1991, foi ordenado padre em Sengés, no estado do Paraná, por dom Conrado Walter. Era chanceler da diocese de Jacarezinho quando foi nomeado bispo auxiliar de Manaus no dia 9 de junho de 2010. Sua ordenação ocorreu na Catedral de Jacarezinho em 20…
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Escutemos o Grito que vem do Rio Juruá, afirma assessor da REPAM-Brasil

Por Luis Miguel Modino. Fotos: Francisco Lima O processo do Sínodo para a Amazônia tem sido de muita riqueza e esperança, e deve levar os povos da região a refletir e tentar assumir novas dinâmicas, novos caminhos, uma atitude que vai sendo assumida nos diferentes cantos. No Rio Juruá, que faz parte da Prelazia de Tefé se encontra a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, que recentemente refletia sobre o Sínodo, com a orientação de Francisco Lima, Secretário Executivo do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e assessor da REPAM-Brasil. A assembleia foi momento para mostrar como o Evangelho deve ser inculturado na vida do povo e as celebrações, na medida em que mostram a vida cotidiana, são instrumento que ajuda a descobrir melhor a presença de Deus. Isso apareceu, segundo Francisco Lima, em um “ambiente todo preparado de forma amazônica, com canoa, frutos, e flores, um altar feito com um tronco de árvore com uma taboa onde as mulheres ribeirinhas lavam suas roupas”. Na história da evangelização da Amazônia aparece a “lembrança de missionários e missionárias que gastaram suas vidas neste chão, também no Rio Juruá”, afirma Francisco Lima. Para lembrar essas figuras, a REPAM tem elaborado materiais audiovisuais que mostram a importância de quem deu a vida pela Amazônia e seus povos. Uma delas é a Ir. Cleuza, religiosa que trabalhou na Prelazia de Lábrea, realidade próxima da vida do povo do Juruá, de quem foi realizado um documentário sobre seu Martírio, exibido durante a assembleia. Seguindo o método do ver, julgar e agir, a partilha de vida, de experiências, mostrou muitas emoções e muitos exemplos de vida, mas também muitos desafios, segundo o Secretário Executivo do Regional Norte 1. Isso foi julgado tendo como base o texto do livro de Gênesis, 2,15, em que Deus confia ao homem e a mulher a criação divina, o que cobra sentido numa região onde os povos originários tem sabido estabelecer uma relação de harmonia com a Mãe Terra. O agir, segundo Francisco Lima, foi momento de renovar as esperanças, de sonhar, como diz o canto: “um sonho bom, sonho de muitos… sonhar ligeiro, sonhar companheiro, sonhar em mutirão”. A Igreja do Rio Juruá é uma Igreja que sonha, como foi expressado por um grupo formado pelas crianças e adolescentes que estava na assembleia, sonharam com uma Igreja que dê mais atenção a elas, que trabalhe mais a vocação, que tenha mais padres, que esteja mais próxima. Junto com isso, como informa Francisco Lima, os demais grupos pediram uma Igreja que se preocupe mais com a Casa Comum, que cuide da natureza, da criação; Uma Igreja que valorize mais os diversos ministérios que tenham diáconos permanentes, sacerdotes, missionários e missionárias, leigos e leigas, uma Igreja Sinodal, comunhão, participação. Que esteja mais perto das comunidades, que pense não a partir dos grandes centros, mas a partir da última comunidade, da mais distante, que forme seus leigos e leigas, que se preocupe com a vida de seu povo. Um gesto concreto surgiu a partir desta assembleia, as comunidades foram organizadas em setores, cada setor identificado por nomes de missionários e missionárias que gastaram a vida nesta região. Um forte Grito ecoa desde o Rio Juruá, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, nesta assembleia as cerca de 70 lideranças clamam, segundo Francisco Lima, “por uma Igreja que leve em conta que a Amazônia tem vários rostos, e um deles está aqui em Juruá, um rosto indígena, ribeirinho, jovem, feminino, caboclo, que requer por parte da Igreja uma atuação mais próxima, mais presente, sobretudo junto as comunidades distante das cidades”. O Assessor da REPAM-Brasil destaca que “a Assembleia que foi acompanhada pelas bênçãos de Deus, através da chuva foi encerrada também em meio as águas que caíram do céu”. Ele define a ocasião como um “momento bonito, vivenciado e celebrado por este povo de fé, que mesmo em meio a tantos desafios é perseverante e pede que a Igreja tenha um olhar carinhoso, que valorize sua história, suas culturas, sua vida, um olhar cuidadoso, que ajude a cuidar de suas vidas e um olhar esperançoso que toda a Igreja possa perceber que aqui neste pedaço da Amazônia chamado Juruá, é também uma grande fonte de vida para Igreja e para o mundo”.

Pascoms do Regional Norte 1 participam de Encontro da Repam para comunicadores da Amazônia

Quatro comunicadores do Regional Norte 1 participaram do Encontro de Formação da Rede Eclesial Pan-Amazônica / Repam-Brasil para Comunicadores da Amazônia, que contou com 29 representantes dos seis regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) localizados na Amazônia Legal. O evento aconteceu no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília, entre os dias 22 e 24 de março. O objetivo do encontro foi apresentar aos comunicadores convidados o plano de comunicação institucional/organizacional da Repam, construído pelo Grupo de Trabalho de articulação para as ações na área da comunicação, realizada entre os dias 8 e 10 de fevereiro, e formar uma rede de comunicadores que contribua com os processos de comunicação institucionais da Repam e também dos comitês locais, atuando na promoção da vida e da prática de uma ecologia integral, através de uma comunicação voltada para provocar, estimular e apoiar o processo de transformação social nas comunidades amazônicas e uma comunicação amazônica a partir das comunidades,  com modelo colaborativo, transversal, participativo e em rede, voltada para os anseios das comunidades. Durante o encontro houve um aprofundamento sobre comunicação amazônica e popular; oficinas de redes sociais, rádio e foto e vídeo; e também foram apresentados cases de iniciativas, como o coletivo de comunicação da rede Justiça nos Trilhos, do Maranhão; a TV da diocese de Juína, no Mato Grosso; a revista da Pastoral da Juventude do Acre, “A voz da juventude” e a revista da Arquidiocese de Manaus “Arquidiocese em Notícias”.

Regional Norte 1 realiza reunião com cordenadores para partilhar a caminhada, os desafios e os avanços

No dia 2 de março, na sede do Regional Norte 1 – AM/RR, reuniram-se as coordenações das pastorais, organismos, movimentos e serviços do Regional Norte 1.  Foi momento de partilhar a caminhada, os desafios e os avanços, a luz das três causas comuns assumidas pelo Regional, como as questões indígenas, meio ambiente, migração forçada e tráfico de pessoas, também sob a iluminação do Sínodo para a Amazônia.  A próxima reunião foi agendada para o dia 25 de maio.

Curso sobre Realidade Amazônica situa missionários recém chegados à Amazônia

Por Luis Miguel Modino Conhecer a realidade é fundamental na vida do missionário, isso ajuda a colocar os pés no chão, a se encarnar na vida do povo. Nas escutas aos povos, em preparação do Sínodo para a Amazônia, essa dimensão do conhecimento de tudo o que envolve a vida e missão na região foi recolhido em diversos momentos, mais uma prova da importância dessa atitude. Desde 10 de fevereiro a 1º de março, 28 missionários e missionárias, chegados de nove países e que vão trabalhar em seis dioceses e prelazias do Regional Norte 1, têm participado do Curso sobre Realidade Amazônica, organizado pelo Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES, de Manaus. Neste ano, teve como novidade a presença de pessoas das comunidades indígenas como participantes do curso. Um dos participantes é o Padre Paolo Cugini, missionário italiano, da diocese de Reggio Emilia, que vai trabalhar na diocese de Alto Solimões – AM. O missionário italiano, que já trabalhou durante quinze anos na diocese de Ruy Barbosa – BA, reconhece que “o Curso Sobre a Realidade é de suma importância, sobretudo para aqueles que vêm de fora, de outros estados e países”. Ele, depois de participar do curso, afirma que “a realidade amazônica apresenta alguns aspectos que não se encontram em lugar nenhum”. O Padre Cugini destaca “a presença clara dos povos indígenas, com tantos idiomas diferentes, com a cultura que muitas vezes foi massacrada”. Nesse sentido, o Presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Dom Mário Antônio da Silva, disse que “o Curso sobre Realidade Amazônica são dias de convivência para os missionários recém chegados, dias de estudos e reflexões sobre a realidade da nossa região, dias também de conhecer as belezas do bioma Amazônia e as ameaças que sofre, bem como conhecer as realidades das comunidades ribeirinhas e indígenas, comunidades do campo e da cidade”. O diretor do ITEPES, Padre Ricardo Castro define o Curso como “um tempo e um espaço para os missionários que chegam na Amazônia, e mesmo aqueles missionários da Amazônia que querem aprofundar seu conhecimento da realidade, em uma perspectiva interdisciplinar. Momento de reflexão, de partilha e, ao mesmo tempo, de um conhecimento mais profundo da realidade amazônica”. Ao longo de três semanas, os participantes do curso têm refletido sobre a realidade socioeconômica, política e histórica da Amazônia, sobre o conceito de tempo e espaço na região, tão diferente de qualquer um outro lugar, pois como dizem os moradores locais, na Amazônia tudo vai no ritmo da canoa. Junto com isso, tem sido abordado o tema dos movimentos migratórios, uma realidade muito presente na região, a ecoteologia, espiritualidade, missiologia e antropologia. Também esteve presente a reflexão sobre a realidade dos povos indígenas, o tráfico de pessoas e formas específicas de missão na Amazônia, como é a Equipe Itinerante. O Sínodo para a Amazônia tem perpassado a reflexão ao longo do curso. Nesse sentido, o diretor do ITEPES destaca um dos aspectos presentes na reflexão sinodal, que tem como base a “Laudato Si’ em relação à aplicação da Teologia da Criação e ecologia integral, promovida e oferecida pelo Papa Francisco para a realidade amazônica”. A preparação para o Sínodo, segundo o Padre Ricardo Castro, “nos anima bastante nesse ano para esses estudos, para essa reflexão, e também para a inserção dos missionários nas várias realidades amazônicas”. “Este ano de preparação para o Sínodo Especial para a Amazônia somos convidados a caminhar juntos como missionários e missionárias, caminhar juntos com as comunidades dos povos amazônicos, comunidades que são fontes de saberes e culturas, de propostas e respostas para os desafios de construir novos caminhos de evangelização para a Igreja e de propor uma ecologia integral para o mundo”, afirma Dom Mário Antônio da Silva, que espera dos missionários e missionárias que estão chegando para trabalhar na região “que a sua presença seja uma opção pela profecia e pelo Reino de Deus”. O Padre Cugini reconhece, como resumo do curso, que “a atenção é retomar as linhas do Documento de Santarém, onde frisava a importância de uma evangelização encarnada”. Junto com isso, “o segundo aspecto que é fundamental, e que é um dos pilares do Documento Preparatório do Sínodo Pan-Amazônico, é a realidade da natureza, a ecologia”, uma dimensão que tem sido abordada ao longo das três semanas de curso. “Aqui se falou da ecoteologia, de uma reflexão teológica a partir da natureza que encontramos”, destaca o missionário italiano. Por isso, não duvida em afirmar que “este curso tem como objetivo ajudar os missionários e missionárias para uma evangelização sempre mais encarnada na realidade”.

Artigo – O sínodo que incomoda

Fiquei surpreso ao saber que a Igreja Católica em Manaus está sob suspeita de estar preparando uma ofensiva contra o governo no Sínodo que vai acontecer em outubro. Ao que tudo indica, as reuniões preparatórias que aconteceram na nossa cidade foram monitoradas pelos órgãos de informação. A minha primeira reação foi de estranheza pois nada fizemos de secreto. Centenas de textos de trabalho foram distribuídas. O que levou a esta suspeita? Tudo indica que é o medo de críticas e de oposição. Além disto, atribuir a preparação do Sínodo a uma orientação política da Igreja Católica mostra que a Igreja é pouco compreendida. Faço parte da Comissão da Amazônia da CNBB que foi constituída para fazer com que a Igreja no Brasil se solidarizasse com a Igreja na Amazônia, ao mesmo tempo, sendo desta região no conjunto da Igreja. Sei quanto este Sínodo está sendo um sinal de esperança para o nosso povo, sobretudo aqueles que nunca são ouvidos. Vi e testemunhei o encontro de bispos com ribeirinhos e comunidades indígenas. Assisti a reuniões de jovens que puderam se expressar livremente sobre temas antes vistos como tabus em rodas de conversa e escutas que se multiplicaram por todo o território panamazônico. A preocupação de todos é a evangelização e a maior demanda é que se pensa na Eucaristia que não pode ser celebrada por falta de ministros. São preocupações que vem de longe. A estas se juntam à preocupação com a Casa Comum, numa Ecologia Integral. E neste aspecto os povos originários tem muito a nos ensinar. Também os ribeirinhos adquiriram a arte de viver e conviver na floresta. Os melhores projetos de desenvolvimento sustentável são os que aliam conhecimento científico e sabedoria popular. O Sínodo da Amazônia já é um evento bem-sucedido porque já provocou um grande mutirão de participação nas reflexões nunca visto em Sínodos anteriores. É o Povo de Deus que caminha na história e que quer ser ouvido em questões que são vitais para a humanidade. Questiona-se a competência da Igreja para tratar destes assuntos. Ela está presente na Amazônia desde o início da sua ocupação pelos europeus. Tem um conhecimento da realidade que vem da convivência dos seus ministros com o povo. Os bispos que participarão da Sínodo são pastores atentos à vida do rebanho e agem sem segundas intenções quando defendem seus direitos e denunciam a violação dos mesmos. Os missionários estiveram entre os primeiros a descrever a região e seus habitantes. A Igreja encara com seriedade a sua missão e sempre procurou o melhor para os seus fiéis. Não jogamos para a plateia e nem visamos o dinheiro fácil e abundante que sempre atraíram os olhares cobiçosos para esta região, fonte inesgotável de riquezas. Nos meus quarenta anos de convivência com os povos da floresta, aprendi mais que ensinei. Aprendi a respeitar a natureza. Não se brinca com ela. As consequências da destruição do meio ambiente são trágicas. Não é só a religião que afirma isto, mas também a ciência. Falar disto não é um atentado contra a soberania nacional, mas é colocar nossa pátria na vanguarda da defesa da vida no planeta. ARTIGO DE DOM SERGIO EDUARDO CASTRIANI – ARCEBISPO METROPOLITANO DE MANAUS JORNAL: EM TEMPO Data de Publicação: 17.2.2019

Bispos do Regional Norte 1 participam de reunião na Diocese de Parintins

Bispos das nove dioceses e prelazias pertencentes ao Regional Norte 1 (Amazonas e Roraima) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reúnem-se no município de Parintins para encontro anual, agendado no último encontro realizado em fevereiro de 2018, na Diocese do Alto Solimões. Neste ano o evento ocorre de 11 a 14 de fevereiro e consiste em momentos fraternos para partilhar a caminhada e encaminhar assuntos relevantes para o Regional Norte 1, sendo o dia 13, quarta-feira, dedicado ao Sínodo para a Amazônia. “A reunião dos Bispos do Regional Norte 1 da CNBB, que acontece na Diocese de Parintins, continuou, e o dia 13, foi dedicado ao Sínodo para a Amazônia. Pela manhã visitamos a área missionária São Sebastião composta por comunidades ribeirinhas, uma experiência nova na Diocese, com a concretização da busca de novos caminhos proposto na temática do Sínodo. Na parte da tarde, retornando a sede da Diocese, e foi momento de refletir a partir das escutas feitas nas nove dioceses e da carta final da assembleia territorial do Regional. Os bispos fizeram uma partilha dos processos feitos em suas Dioceses e observou-se que muitas das indicações são comuns. A noite uma celebração na a antiga Catedral da Diocese. Mas, na busca de novos caminhos, também se faz necessário parar para conhecer melhor a cultura do lugar, foi momento de contemplar a apresentação dos dois bois bumbás Garantido e Caprichoso. Realmente uma celebração da diversidade cultural de nossa gente. Assim concluímos este dia do encontro”, relatou o Diácono Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1. Confira algumas fotos da chegada e do primeiro dia do encontro.