Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Meio ambiente, indígenas, migração forçada e tráfico de pessoas serão temáticas da 46ª. Assembleia do Regional Norte 1 realizada em Manaus

No período de 24 a 27 de setembro, leigos e padres de diversas pastorais e organismos e os bispos titulares das nove arqui/dioceses e prelazias que compõem o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Amazonas e Roraima, estarão reunidos em sua 46ª. Assembleia para tratar de temáticas comuns a todas as dioceses que são “Meio ambiente, a causa Indígena, migração forçada e tráfico de pessoa”. A abertura acontece na noite de segunda-feira (24/9), às 18h, e nos demais dias a programação acontece de 8h às 18h, no Centro de Treinamento Maromba, situado no bairro Chapada. E após dois dias de discussões, realizará uma coletiva de imprensa para divulgar o resultado das reflexões, estudos e propostas de ações a respeito do meio ambiente, dos Indígenas e da migração forçada e tráfico de pessoas em todas as prelazias, dioceses e arquidiocese, inclusive em áreas de fronteira, como é o caso da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, do Alto Solimões e de Roraima, que hoje tem recebido diariamente muitos venezuelanos que buscam sobrevivência no Brasil. Assim como em todos os anos, é um momento de comunhão, articulação, definição de estratégias para encarar desafios comuns para a ação evangelizadora na zona urbana e nas localidades ribeirinhas ou indígenas das mais distantes, de difícil acesso e comunicação, mas que são espaços muito importantes da Amazônia.  Sobre o Regional A Igreja Católica no Brasil é organizada por circunscrições eclesiásticas, atualmente é composta por 18 regionais. O ‘Norte 1’, que abrange o norte do Amazonas e o estado de Roraima, compreende nove (arqui)dioceses e prelazias, sendo elas: · Arquidiocese de Manaus· Diocese do Alto Solimões· Diocese de Coari· Prelazia de Itacoatiara· Diocese de Parintins· Diocese de Roraima· Diocese de São Gabriel da Cachoeira· Prelazia de Borba· Prelazia de Tefé Presidido pelo bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva – eleito para o cargo em 2015, o regional procura estar em sintonia com as indicações das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, em comunhão com as cinco urgências da Ação Evangelizadora, com pistas de ação para que cada Igreja particular, cada pastoral, movimento ou organismo possa caminhar de forma conjunta, criando uma grande rede de evangelização. Por Ana Paula Lourenço Pascom Regional Norte 1-AM/RR

NUPCA: Sementes de novos caminhos para uma ecologia integral

O Sínodo da Amazônia quer fazer realidade novos caminhos para uma ecologia integral. Esse propósito vai se tornar realidade na medida em que, depois de um processo de escuta, sejam conhecidas diferentes experiências que já estão presentes na realidade amazônica e que oferecem pistas nessa direção. Um dos projetos que foram aprovados pelo Fundo Nacional de Solidariedade depois da Campanha da Fraternidade de 2017, que refletiu sobre o tema dos biomas brasileiros e defesa da vida, foi os Núcleos de Proteção da Convivência com a Amazônia – NUPCA. Este projeto, coordenado pela Caritas Regional Norte 1, está baseado na organização comunitária e incidência política, tendo como perspectiva o fortalecimento do protagonismo das pessoas locais na convivência com a Amazônia. Não podemos esquecer que são os povos da Amazônia quem tradicionalmente têm criado as diferentes formas de cuidado com a Amazônia. Também está presente a necessidade uma espiritualidade ecológica. Os NUPCA está formado por cinco experiências que estão tratando de fazer realidade quatro atitudes que recebem o nome de REMO: Reaprender para proteger; Educar para conviver; Monitorar para proteger e Ouvir os gritos da Amazônia e seus povos. Essas experiências se desenvolvem em quatro dioceses do Regional Norte 1. Na zona leste de Manaus, o Grupo Artes Regionais Cuidando do Amazonas; na diocese de Parintins, o Núcleo Mocambo do Arari; na diocese de Roraima, o grupo de catadores Projeto Terra Viva; no bairro Puraquequara de Manaus, o grupo Incomoda.com; na diocese de Coari, o Núcleo Nova Esperança de Manacapuru. Em todos os projetos existe uma preocupação pelo cuidado da casa comum, existindo atividades que fazem realidade novos caminhos para uma ecologia integral, que nos chama o Sínodo da Amazônia, sendo alguns deles um instrumento de geração de renda. Não podemos esquecer que a poluição e a degradação ambiental está cada vez mais presente na Amazônia e essa atitude de cuidado deve estar cada vez mais presente na sociedade e na Igreja amazônica. Como reconhecia Márcia de Oliveira, assessora do Sínodo da Amazônia, “a convivência com a Amazônia está baseada numa troca de saberes, num ensinar e aprender”. Essa troca não pode continuar sendo injusta, atitude presente na região desde o tempo da colonização, que acaba com a convivência com a Amazônia. Nesse sentido, a professora da Universidade Federal de Roraima, insiste em que “os povos originários têm que nos ensinar a reaprender essa convivência”, uma situação nada fácil, pois existe um projeto de extermínio dos povos da Amazônia, como demonstra o fato de que o Brasil é o lugar de maior risco para os defensores dos direitos humanos e ambientais. A assessora do Sínodo reconhece que “é possível criar outros mecanismos de convivência sem destruir”, propondo o bem-viver como cultura alternativa ao mundo capitalista, que promove o desenvolvimento a qualquer custo. Essa cultura capitalista gera conflitos estruturais no mundo de hoje, que se traduzem, segundo a professora Márcia, no “não reconhecimento do outro, acumulação dos bens nas mãos de poucos e aceleração das atividades”. Isso, gera desafios, segundo ela, “reconhecer o outro, redistribuir os bens, desacelerar as atividades”, assim como, baseados no Sumak Kausay, “recuperar o que foi tirado, descolonizar nossas práticas, reaprender e lutar contra o sistema dominante”. De fato existem visões enfrentadas entre o capitalismo, que promove viver melhor com mais mercadorias, e o Sumak Kausay, que visa repartir os bens para que todos possam viver bem e a vida de todos em harmonia com a natureza. Para isso, se faz necessário algumas rupturas, com o conceito de desenvolvimento, econômica, constitucional e democrática, ética e com o estado patrimonialista. Um instrumento que ajuda nessa dinâmica são as rodas de conversa, que pretendem desenvolver três atitudes: conhecer para amar e respeitar a casa comum, conhecer para reconhecer e valorizar a Amazônia e conhecer para conviver com a Amazônia. Nessa perspectiva é importante o chamado Nhandereko-há, que é um lugar de organização social e política, de produção e transmissão de etno-conhecimento, que vê a floresta como uma casa que não tem dono. Junto com isso é importante reconhecer a resistência milenar dos povos originários e romper com o conhecimento negado. Também não esquecer que se eu cuido da terra, a terra cuida de mim, se eu cuido do outro, o outro cuida de mim. Uma atitude contrária à lógica do capitalismo, onde cada um cuida de si. Escutar, conhecer, divulgar essas experiências podem ajudar a fazer realidade esse desejo do Papa Francisco de criar novos caminhos para a ecologia integral. O caminho iniciado na encíclica Laudato Si precisa ser continuado. Sem dúvida, o Sínodo da Amazônia é uma oportunidade impar nesse sentido. Dai a importância de atividades que como essa da Caritas Regional Norte 1 pretende fazer um intercambio de saberes com os povos da Amazônia, numa busca decidida de lutar pela vida da Amazônia e de seus povos. Por Pe. Luis Miguel Modino

Bispos da Amazônia Legal realizam encontro para pensar novos caminhos para a Amazônia

  “Ouvir o clamor da Amazônia e de seus povos que estão mais do que nunca ameaçados” esta é a intenção da Igreja Católica ao convocar o Sínodo para a Amazônia, conforme afirmou Cardeal Cláudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) durante a abertura do 3.Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, que reúne cerca de 50 bispos, em Manaus, no Centro de Treinamento Maromba de 20 a 23 de agosto. A finalidade deste sínodo, conforme o papa Francisco, é encontrar novos caminhos para a evangelização da porção do povo de Deus, em especial aos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem perspectiva de um futuro sereno, e também pela floresta amazônica, pulmão do mundo. E a partir daí se formulou o tema do sínodo “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Em seu discurso o cardeal afirmou ainda que se trata de um momento histórico pois a igreja reúne-se para decidir o futuro da Amazônia. “Somos chamados a iluminar o percurso da história da Amazônia. O papa pede que sejamos uma igreja mais próxima, encurtando distâncias. Uma igreja solidária, profética que denuncia e luta por direitos e justiça, indicando caminhos…. Não é apenas repetir o que já foi dito, mas Avançar e percorrer novos caminhos. O espírito vem conduzir todo esse processo de encontrar um novo caminho, de fomentar e ser presença evangelizadora na Amazônia. O presidente do Regional Norte 1 – CNBB, Dom Mario Antônio Silva, declarou que se alegra na realização desse encontro. “O sínodo nos interpela a estarmos juntos. Querermos propostas de audácia e coragem. Consenso a luz do Espírito Santo, sem medo do novo. Mais do que nunca, celebrar as belezas da Amazônia e olhar com bondade os que sofrem”, destacou o bispo, que também lembrou o conflito em Pacaraima, na fronteira do Brasil e Venezuela, e desejou que o sínodo possa oferecer possibilidades de uma convivência serena dos nossos povos, promovendo a acolhida. O anfitrião deste encontro, o arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom Sergio Castriani, afirmou que nesta semana a Igreja de Manaus vive um tempo de graça, pois os pastores da Amazônia colocam, mais uma vez, em comum a alegria do Evangelho vivida nesta parte do Brasil. “É uma alegria serena que não esconde os grandes desafios que enfrentamos nesta tarefa que vai além das forças humanas. O que os move é a esperança em Deus que não abandona a sua criação e sua criatura mais querida, o ser humano. Este encontro reveste-se de uma importância ímpar porque se realiza às vésperas de dois sínodos cuja temática nos toca de maneira especial. Juventude e Amazônia são realidades que se complementam. Nós sonhamos com uma igreja de rosto amazônico. Esta Igreja já existe nas comunidades que se formaram e se fortaleceram a partir do encontro de Santarém. As organizações indígenas com as quais a Igreja católica colaborou e colabora, o compromisso com a luta pela terra, por saúde e educação diferenciadas marcam a pastoral indigenista. O envolvimento em projetos de desenvolvimento sustentável a partir da fé, e a luta por melhores condições de vida nas grandes periferias urbanas marcam a nossa Igreja”, afirmou Dom Sergio. “Nosso coração de pastores, estará sempre presente o atendimento e o acompanhamento pastoral das comunidades que tem direito de serem alimentadas pelo pão da Palavra e pelos sacramentos. Crescemos muito nos ministérios leigos, formamos catequistas, dirigentes de celebração, animadores de comunidades, ministros da palavra, das exéquias e da sagrada comunhão. Formamos e ordenamos um bom número de padres diocesanos e diáconos permanentes nos últimos tempos e temos já um clero local que, se não é numeroso, tem identidade própria. Mas as necessidades ainda são grandes e as nossas características regionais exigem soluções diferenciadas. Tenho certeza que este encontro fará história como os precedentes, pois quando estamos unidos o Espírito Santo age.  Bom encontro! Sintam-se em casa! É uma honra e um privilégio tê-los aqui”, “, concluiu o o arcebispo de Manaus.  

O contexto da migração na Amazônia é abordado durante Seminário de Migração Forçada e Tráfico de Pessoas

Migração interna e internacional no contexto da Amazônia, foi a temática abordada pela Dra. Márcia Maria de Oliveira, da Universidade Federal de Roraima, destacando a importância de um olhar amoroso, cuidadoso e esperançoso na construção da cultura do encontro, durante o Seminário de Migração Forçada e Tráfico de Pessoas, realizado pelo Regional Norte 1 – Amazonas e Roraima, de 31 de agosto a 2 de setembro, no Centro de Treinamento Maromba, em Manaus. O encontro reúne 110 participantes e dentre eles Dom Mário Antônio, presidente do Regional Norte 1 e bispo da Diocese de Roraima; Dom Evaristo Pascoal Spengler, da Prelazia do Marajó – Pará; e Dom José Albuquerque, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Segundo Márcia, a Amazônia é uma nova rota migratória, porém esse processo tem ocorrido “pelos fundos” e ao invés de políticas públicas para a migração, o poder público tem limitado o acesso pela fronteira e assim os migrantes tornam-se alvo de agências ou grupos nacionais e internacionais especializados na exploração deles. “O poder público cria formas de fronteiras para a circulação de pessoas, para os migrantes sempre surgem novas fronteiras, mas para mercadorias (para comércio) não há fronteiras…. Não há nada mais lucrativo para o mercado nacional do que a mão de obra do migrante, e muitos deles migram através das redes de contrabando de migrantes. Crescem, nessa dinâmica, grupos especializados na exploração do trabalho dos migrantes em muitos casos se configura em trabalho escravo”, explicou. “As migrações provocam mudanças na Amazônia, mobilizando a sociedade civil diante da temática migratória, além de mobilizar diversas instituições e organizações não-governamentais dedicadas ao atendimento de migrantes em toda a Amazônia com especial destaque para o Serviço Pastoral dos Migrantes, Rede um Grito pela Vida, comunidades, paróquias, igrejas evangélicas, dentre outras, que desenvolvem diversas atividades que vão desde a acolhida emergencial até a orientação para o emprego, aulas de língua portuguesa, momentos festivos, creches para crianças, dentre muitas outras iniciativas”, destacou Márcia, que também comentou reações contrárias quando a migração aumenta, pois em muitos casos são reveladas atitudes de racismo, de discriminação e de xenofobia. As migrações na Amazônia abriram novos debates, embora a temática não seja nova na região. Conforme um quadro histórico apresentado, nos anos de 1500, houve a chegada dos europeus colonizadores e missionários religiosos, houve também com deslocamento interno de indígenas; em 1800, a economia da borracha proporcionou a chegada de nordestinos que se tornaram soldados da borracha e também aconteceu o recrutamento de mulheres para a prostituição na região; em 1900, projetos economicista, a Zona Franca, a abertura de grandes rodovias e de portos graneleiros provocaram grandes deslocamentos de pessoas do sul para o norte do país; em 1960 ocorreu intensa migração peruana e boliviana através das fronteiras; em 2000, houve a chegada de colombianos na Amazônia, além dos deslocamentos internos e de indígenas; em 2010, a diáspora/deslocamento de haitianos; e atualmente a mobilidade humana na Venezuela. E todos esses momentos, a migração, na maioria das vezes, vem carregada de uma história de sofrimento que fez com que as pessoas tivessem que deixar sua pátria, sua casa, sua família, em busca de sobrevivência. Márcia também fez algumas provocações aos presentes, questionando quanto à necessidade também de acolher nossos irmãos também na comunidade eclesial, permitindo que também façam parte e ajudem nos trabalho da igreja. Alem de auxiliá-los como irmãos que precisam de apoio. E como trabalhar o discurso de ódio em nossas comunidades, às vezes carregados de senso comum, mas nenhuma das afirmações que costumam fazer são confirmadas, pois os números oficiais não mostram o aumento de violência e nem sobrecarga das instituições públicas e apenas 4% dos venezuelanos acessam serviços públicos em 2016 a meados de 2018. Por fim, sabe-se que o estado de emergência no atendimento é passageiro, mas a migração não é passageira. É preciso, assim como nos pede o Papa Francisco, promover a cultura do encontro que permita toda a sociedade dialogar sobre a realidade da migração. Também se faz necessário reconhecer o outro como irmão, ouvi-los, escutar suas histórias, saber o que os levou a migrar.   

Monitoramento das ações e Sínodo da Amazônia pautam o Encontro das Cáritas do Norte 1

As Cáritas do Regional Norte 1 estiveram reunidas em Manaus, nos dias 14 e 15 de agosto, para “monitorar as ações Cáritas no primeiro semestre do ano”, como reconhece Delires Brun, articuladora da Caritas Regional Norte 1, permitindo ser conscientes dos avanços, perspectivas e desafios. Participam representantes de Manaus, Itacoatiara, Borba, Parintins, Roraima, Coari, Tefé e Alto Solimões. Em muitas dessas dioceses e prelazias a organização da Caritas ainda está dando os primeiros passos. Nesta dinâmica, é importante refletir sobre a própria organização da entidade que atualmente tem como lema: “Pastoralidade e Transformação Social”. Luís Claudio Lopes da Silva (Mandela), secretário-executivo  da Cáritas Brasileira, apresentava as diferentes instancias, insistindo nas palavras recolhidas na missão institucional: “testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidaria da sociedade do bem viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social”. Junto com isso, na reflexão do secretário-executivo tem aparecido alguns conceitos próprios da Caritas, como os princípios que devem reger seus agentes, as orientações estratégicas, áreas de atuação, referencias de gestão de Cáritas, planejamento, monitoramento, avaliação e sistematização, plano de operação anual e avaliação anual, elementos que devem estar presentes nos trabalhos desenvolvidos nas dioceses e prelazias. O Sínodo da Amazônia também tem ocupado um tempo de estudo e debate ao longo do encontro. Nesse sentido, segundo Delires Brun, “tomamos como proposta animar o Sínodo da Amazônia, para que Cáritas coloque dentro de seus planejamentos de agosto a dezembro esse desafio e essa ação que é importante para a Igreja do Norte, para a Igreja da Amazônia”. Com a ajuda de Elisangela Dias Barbosa, articuladora da Rede Eclesial Pan-Amazônica no Brasil (Repam-Brasil), a reflexão partia do fato de que estamos sendo solicitados pelo papa Francisco a viver, se pronunciar, falar sobre o Sínodo da Amazônia. Esse é um Sínodo que, segundo Elisangela, no Brasil, “pede especial atenção para os povos indígenas, porque são os mais fragilizados pelo sistema e pela Igreja, que historicamente ficou às margens”. O Sínodo é um processo que podemos dizer se remonta ao Encontro dos Bispos da Amazônia em Santarém (PA), em 1972, que pode ser considerado o primeiro movimento para pensar na Amazônia e que deixou como ideia em destaque “Cristo aponta para a Amazônia”. O Sínodo tem como compromisso, recolher a voz do povo, escutar as comunidades da Amazônia. Essa atitude é de especial importância num momento em que, como reconhecia o papa Francisco no discurso aos povos indígenas em Puerto Maldonado, no Peru: “Nunca os povos da Amazônia estiveram tão ameaçados”, defendendo a terra desde a finalidade maior de defender a vida, querendo fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico e rosto indígena. Podemos dizer, segundo Elisangela Dias Barbosa, que existem alguns indicativos do Sínodo, como novos caminhos, ecologia integral, bem viver, Igreja sinodal, samaritana, a caminho, em saída, escuta, novos ministérios com rosto indígena e amazônico, Povo de Deus. Tudo isso em vista de fazer realidade uma Igreja inclusiva, onde prime a circularidade das relações e da missão. Estamos diante de um Sínodo para conhecer o bioma e seus povos, para reconhecer as lutas e resistencias desses povos, para conviver com a Amazônia, com o modo de ser de seus povos, para defender a Amazônia, seu bioma e povos ameaçados. Tudo isso dentro de um processo sinodal que, aos poucos, vai dando passos. O encontro é oportunidade para refletir sobre algumas temáticas da Cáritas Brasileira e Internacional, como migração e refugio, o Seminário Internacional, a Campanha “Compartilhe sua Viagem” e a Jornada Mundial dos pobres. Ao mesmo tempo, é um passo prévio para o Encontro Inter-regional que vai acontecer em Rio Branco (AC), de 16 a 18 de agosto. Nunca esqueçamos que, como recolhia um dos cartazes do encontro, “entre nós há muita vida renascendo, circulando, brotando, sendo defendida”. A missão do cristão é descobrir essa vida e defende-la sempre. Texto e foto: Luis Miguel Modino

Semana Coração Azul leva a sociedade do Amazonas a refletir sobre o Tráfico de Pessoas

O Teatro Amazonas tem servido como marco para dar visibilidade à realidade do tráfico de pessoas, e assim encerrar na cidade de Manaus a Semana Coração Azul. Uma peça de teatro feita pelos jovens do Projeto Oséias, da Igreja evangélica Missão, Paixão e Compaixão, assim como a abordagem às pessoas que passavam em torno e que se mostraram muito receptivas, possibilitando um diálogo e informação, foram as atividades desenvolvidas pelas instituições presentes. No dia 30 de julho é o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, instituído pela Assembleia Geral da ONU para marcar a data de aprovação do plano global de combate ao tráfico de pessoas. Com esse motivo, na semana em torno a essa data é celebrada a Campanha Coração Azul, com o propósito de sensibilizar para despertar a sociedade em relação às vítimas e encoraja-la a participar do enfrentamento ao tráfico de pessoas. A Campanha, que acontece em vários países do mundo, foi assumida no Brasil pelo Ministério da Justiça no ano de 2013. Cada ano vem crescendo o número de instituições, grupos e estados que assumem esta campanha para dar visibilidade ao tráfico de pessoas. No Amazonas, um dos estados onde o tráfico de pessoas é maior em todo o Brasil, a campanha foi coordenada pela Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos do Amazonas – SEJUC, em parceria com a Secretaria de Estadual de Educação – SEDUC, a Secretaria Municipal de Educação – SEMED, o Projeto Oséias e a Rede Um Grito pela Vida. Como conta Roselei Bertoldo, da Rede Um Grito Pela Vida de Manaus, “durante essa semana aconteceram diversas atividades, como o processo de sensibilização e prevenção junto a cinco escolas, uma abordagem numa casa abrigo com os povos indígenas warau e os migrantes venezuelanos que ali moram, onde a gente conseguiu sensibilizar, informar e alertar as pessoas sobre esse crime, principalmente o tráfico de pessoas para o fim de exploração sexual, trabalho escravo e adoção irregular, também o desaparecimento de crianças, que na cidade de Manaus é elevado”. Junto com isso, Roselei Bertoldo, reconhece a importância da campanha como instrumento para “alertar não só essas pessoas, com as quais a gente teve o contato direto, mas também a sociedade em geral, para estar atenta, informada e sobretudo fazer a denúncia dos casos de tráfico de pessoas na nossa região”. Ela destaca que “esse é um compromisso, somamos com o poder público na certeza de que é importante que todos façam a sua parte”. Nesse sentido, representante da Rede um Grito pela Vida, tem destacado que no encerramento da campanha “recebemos duas situações de exploração sexual, a qual orientamos para os encaminhamentos e o atendimento”. A importância do trabalho em comum entre as diferentes Igrejas e a sociedade civil, está segundo Valmi Bohn, que faz parte da Coordenação Nacional da Rede um Grito pela Vida, no fato de que “hoje o tráfico de pessoas é um problema social enorme que acho que não tem solução, mas aquilo que a gente consegue fazer para prevenir é importante, e sozinhos a gente não consegue fazer nada. Precisa entre Igreja, instituições governamentais e sociedade civil para unir forças e poder atingir o máximo de pessoas possíveis nessa prevenção, principalmente dos jovens e as crianças que são as maiores vítimas dentro da grande vulnerabilidades sociais que nós vivemos hoje”. Em referência à toma de consciência por parte da sociedade, Valmi Bohn ressalta que “me parece que ainda falta bastante, um caminho bem longo, para as pessoas, a sociedade se conscientizar do grande perigo que os filhos, netos correm diante da grande invisibilidade do tráfico de pessoas, que é um mal social que está aí, um crime hediondo e que precisa mais ser sempre colocado em pauta para discussões para a sociedade civil tomar consciência e principalmente pais e mães tomarem consciência de que os filhos deles, de uma forma ou de outra, correm grande perigo, correm risco, e eles têm que ter essa consciência de prevenção para poderem ver elementos e aspectos que possam ajuda-los a se precaver diante desse crime”. Por Luis Miguel Modino Martínez

Pastoral Familiar realiza a 3º Assembleia Regional Norte 1 com entrega de certificado aos particiantes do INAPAF

 Nos dias 4 e 5 de agosto, na Paróquia São Jorge, aconteceu a 3.º Assembleia da Pastoral Familiar (PAF) no Regional Norte 1 – CNBB, tendo como tema “O Evangelho da família, alegria para o mundo”. A Assembleia contou com a presença de 38 coordenadores, representantes da Arquidiocese de Manaus, Dioceses de Roraima, Coari, São Gabriel da Cachoeira e Prelazia de Borba, além de Frei Faustino, assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar do Regional Norte 1 e dos bispos, Dom Sergio Castriani, Arcebispo Metropolitano de Manaus, e Dom Marcos Piateck, bispo referencial da PAF. De acordo com Fabrício Oliveira, Coordenador Regional da Pastoral Familiar (PAF) no Regional Norte 1 – CNBB, entre os assuntos que foram abordados na programação, estiveram: palestras com Dom Marcos  Piateck sobre o temática central do encontro “O Evangelho da família, alegria para o mundo”; Estudo da Cartilha da CNBB sobre as eleições, com intuito de orientar os leigos a votar com consciência; Reflexão sobre o Sínodo da Amazônia, com o diácono Francisco Andrade; Leitura e aprovação do regimento da PAF, além da celebração de abertura e encerramento. “A finalidade do encontro foi deliberar, refletir e organizar a pastoral familiar em nível de Regional. Estamos muito felizes, pois agora a PAF já tem seu regimento, chancelado e assinado, tratando de toda a organização da PAF”, disse Fabrício. A Assembleia ainda apresentou um diferencial nessa edição, que foi a entrega dos certificados dos agentes que concluíram a primeira fase do curso do Instituto Nacional da Pastoral Familiar (INAPAF). “O curso teve três fases, iniciou em março com cerca de 100 pessoas inscritas, provenientes da Arquidiocese de Manaus, Diocese de Roraima, Coari, e Prelazia de Itacoatiara, mas foram certificados apenas 63 participantes nesta primeira fase e, ao mesmo tempo foi iniciada a segunda fase, pois queremos em até abril de 2019, encerrar as três fases, para que a partir da próxima Assembleia, só possa falar pela PAF quem tiver o certificado da INAPAF”, explicou o coordenador. Informações e fotos: Coordenação da Pastoral Familiar do Regional Norte 1        

Diocese de Roraima emite nota pública sobre o serviço aos migrantes

Após uma série de ameaças, difamações e ataques feitos contra Paróquias, Pastorais, Movimentos e Serviços, bem como contra os agentes de pastoral e colaboradores que atuam na acolhida, defesa e promoção dos direitos dos migrantes no Estado de Roraima, a Diocese de Roraima e a Rede Eclesial Pan-Amazônica-REPAM emitem nota pública. Confira o texto na íntegra: DIOCESE DE RORAIMA NOTA PÚBLICA SOBRE O SERVIÇO AOS MIGRANTES “A verdade vos libertará” (Jo 8, 32)          A Diocese de Roraima e a Rede Eclesial Panamazônica-REPAM vêm, através desta, fazer esclarecimentos e repudiar quaisquer ameaças, difamações e insinuações feitas contra Paróquias, Pastorais, Movimentos e Serviços, bem como contra os agentes de pastoral e colaboradores que atuam na acolhida, defesa e promoção dos direitos dos migrantes no Estado de Roraima.          Desde o início do atual fluxo migratório, em 2015, a Diocese vem trabalhando arduamente para amenizar o sofrimento de tantas pessoas que chegam ao Brasil, por Roraima, desde Pacaraima, porta de entrada dos imigrantes. Um conjunto de pastorais e centros especializados, dentre eles o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados-SJMR, vem oferecendo serviços de acolhida, ajuda humanitária, orientação jurídica, documentação e assessoria para a inserção social, e ações todas que cabem na verdade ao Poder Público.          Nos últimos dias, vem sendo divulgado nas redes sociais, de forma manipulada e descontextualizada, um vídeo em que um colaborador de nossos serviços informa, objetiva e criteriosamente, a um grupo de famílias migrantes venezuelanas sobre os procedimentos legais existentes no Brasil para que uma situação de despejo possa ser executada. Estas famílias vinham habitando de forma pacífica um local desocupado e haviam recebido informação de que deveriam desalojar o mesmo. No Brasil, a ação do Estado está regulada por uma série de procedimentos formais para salvaguardar os direitos fundamentais das pessoas, especialmente em situações de vulnerabilidade social. E isso era o que este colaborador estava explicando para estas famílias migrantes.          Esta situação ocorreu há mais de um mês. Porém, pessoas com má fé divulgaram recentemente um vídeo nas redes sociais, manipulando e descontextualizando seu conteúdo e incentivando o ódio e a xenofobia. Fruto disso, agentes de pastoral e colaboradores já estão recebendo ameaças através das redes sociais e nas imediações de seus lugares de trabalho e residência.          Repudiamos veementemente esta manipulação e qualquer incitação à violência e à intolerância.          A Diocese de Roraima e a Rede Eclesial Panamazônica fazem um chamado a toda a sociedade roraimense, formada por migrantes de tantos lugares diferentes, mosaico de culturas e trajetórias diversas, a afirmar que somos uma sociedade acolhedora, solidária e aberta. Fazemos um pedido especial para um uso responsável e maduro das redes sociais, de modo que sejam veículo de união e solidariedade e não sirvam para secundar posições e discursos xenófobos e violentos.          Reafirmamos, como Igreja de Roraima, nosso compromisso na defesa da vida, da dignidade e do respeito às diferenças. Nas palavras do Papa Francisco, “o imigrante não é um perigo, mas está em perigo”. Na certeza e na esperança de uma sociedade mais justa, acolhedora e solidária, nas trilhas do Evangelho,          Desde Boa Vista e Brasília, 1 de Agosto 2018 Cardeal Dom Cláudio Hummes Presidente da REPAM http://repam.org.br/

Assembleia trata novos caminhos das CEBs no coração da Amazônia

No período de 27 a 29 de julho, aconteceu a Assembleia das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Norte 1, na Casa de Retiro ACAF, situado na rua Solimões 721, bairro Japiim. O encontro contou com a participação de 35 lideranças das comunidades de base, leigos e leigas, padres e religiosas, representando a Arquidiocese de Manaus, as Dioceses do Alto Solimões, de Coari e de Roraima e as Prelazias de Borba, de Itacoatiara e de Tefé. Também estiveram presentes os bispos  Dom Fernendo ,bispo de Tefé; Dom Zenildo Silva, bispo de Coari e referencial das CEBs; Dom José Ionilton, bispo de Itacoatiara e referencial do Laicato; e Dom Sergio Castriani, bispo de Manaus e referencial da Comunicação. A acolhida deu-se na sexta-feira (27/7) com o almoço e em seguida abertura da assembleia com a mística conduzida pela diocese de Roraima, que nos trouxe a reflexão de que como homens e mulheres, chamados por Deus para vivenciar sua missão, estávamos reunidos em assembleia para refletir o tema “CEBs no coração da Amazônia, buscando novos caminhos”, numa continua caminhada diante do Deus vivo para meio de nós. Nete Sousa, coordenadora das CEBs Regional Norte 1, apresentou as pistas de ações definidas durante o 14º Intereclesial das CEBs em Londrina, onde durante a privativa dos regionais foram definidas pistas de ações para trabalhar em nossas dioceses e prelazias Em seguida Ir Eurides Oliveira trabalhou a temática “Os rostos das CEBs”, onde precisamos reconhecer a diversidade de rostos, carismas e serviços que temos em nossas comunidades e que precisamos saber conviver com estas realidades existenciais mesmo com muitos desafios muitas vezes até sociais mas que tudo isso perpassa a vida das famílias, da individualidade das pessoas, da realidade das comunidades.A ir Eurides falou da importância de sermos sinal sacramental, e que os sacramentos são o sinal visível de Deus, sinal de graça, dá esperança da pessoa humana. Após um pequeno cochicho cada diocese e prelazia partilhou sobre o que se tem de vivência nas comunidades, suas riquezas e desafios que precisam ser enfrentados em conjunto, reconhecer que tudo que esta acontecendo em nossas comunidades são trabalhos de CEBs e a importância da vivência comunitária. No segundo dia, Ir Eurides fez a retomada dos trabalhos de grupo que cada diocese e prelazia pudessem indicar novas pistas de trabalho mediante as urgências identificadas, e que novos caminhos identificamos como fortalecimento da caminhada. na sequência da programação Patrícia Cabral falou da reorganização das Cebs no regional, lembrando que durante o período de 3 anos desta coordenação tudo que havia sido proposto na última assembleia havia sido executado, também partilhou a estrutura das Cebs desde a Nacional com a participação das ampliadas que aconteceram no mês de janeiro (2014, 2015, 2016 e 2017) para a preparação do 14º Intereclesial e toda a articulação para garantir a presença dos delegados do regional no encontro que aconteceu em janeiro de 2018.  Em relação ao regional foram realizadas as visitas na prelazia de Borba, em Nova Olinda, em Roraima e Tefé e a realização do II Intereclesial das Cebs regional Norte 1 em julho de 2017 em Manaus. Mas que mesmo assim não foi possível estar em algumas dioceses devido o pouco recurso financeiro que as CEBs dispõem, é necessário que haja um projeto financeiro para poder realizar essas atividades. A tarde o Diácono Francisco Andrade apresentou a cartilha do Sínodo da Amazônia que acontecerá em novembro de 2019, mas que precisamos estudar o subsídio e contribuir com as respostas até 15 de novembro de 2018. também informou que as cartilhas já estão disponíveis para as dioceses e prelazias e que todos os grupos, movimentos e serviços devem fazer a reflexão sobre o Sínodo e contribuir com as respostas. Em seguida, o diácono Francisco e Ir Eurides conduziram a escolha da nova coordenação das cebs, e após privativas das dioceses e prelazias foram indicados para a coordenação ampliada a continuidade de Nete Sousa e indicado o nome de Zélia Guimarães por Manaus, Maria Eliani por Borba, Francisca Antônia por Roraima, Jorge por Tefé e Maria de Fátima Maia por Itacoatiara, ficando de ver com Coari, Alto Solimões, Parintins e São Gabriel da Cachoeira. Dom Sergio parabenizou a caminhada das CEBs no regional e falou da importância dessa vivência encarnada principalmente das comunidades ribeirinhas e indígenas, parabenizou a antiga coordenação e motivou a nova equipe na continuidade das atividades das CEBs no regional. A noite houve a Celebração dos mártires, onde foi lembrado muitos companheiros padres, religiosas e leigos e leigas que tombaram por defender os direitos dos mais empobrecidos. Conclui-se a noite com uma pequena noite cultural onde cada diocese e prelazia apresentou um pouco de sua cultura. O terceiro dia da assembleia iniciou com a Celebração Eucarística presidida por Dom Zenildo Silva co celebrada por Dom Ionilton, o Frei Bosco e o Diácono Francisco Andrade. Em seguida retomando a programação da assembleia Dom Ionilton refletiu a Cartilha de Orientação Política sobre a partir da Mensagem da CNBB sobre as eleições 2018 e falou da necessidade de sermos cristãos leigos coerentes com as causas de justiça e sobre tudo a busca da transformação da sociedade visando Bem Comum, nos lembrou as falas de Papa Francisco “há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço aos povos, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação”.  Dom Ionilton também falou da importância da organização dos cristãos nas questões de políticas públicas e que quando todos se unem por causas comuns conseguimos vitórias e exemplificou com a Lei contra corrupção eleitoral 9.840 e a Lei da Ficha Limpa 135/2010, que foram conquistas da igreja católica para melhor moralização das campanhas eleitorais. E precisamos durante o Ano do Laicato preparar melhor nossos cristãos leigos e leigas de nossas comunidades a terem maior participação na política e também proporcionar…
Leia mais

Nota pública sobre perdas e direitos é escrita por participantes Assembleia Regional das CEBs do CNBB Norte 1

REGIONAL NORTE 1 CNBB – AMAZONAS E RORAIMA COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE  NOTA PÚBLICA SOBRE AS PERDAS DE DIREITOS “Eu e ouvi, os clamores do meu povo e desci para libertá-lo…” (Ex 3,7ss) Nós, participantes da Assembleia Regional das CEBs CNBB Norte 1, Bispos, religiosos e religiosas leigos e leigas, em torno de 40 lideranças, representando nossas dioceses e prelazias, reunidos nos dias 27 a 29 de julho de 2018, e refletindo sobre os novos caminhos da evangelização na Amazônia, diante da triste realidade em que se encontra o serviço de saúde e segurança pública, em nosso estado, decidimos pelo seguinte posicionamento: §  Repudiamos as retiradas dos direitos dos empobrecidos e vulneráveis da sociedade, no que diz respeito à medida constitucional 95/2016, que congela por 20 anos os recursos na área da saúde, educação etc, o mesmo não acontecendo com os pagamentos de juros e amortizações “dívida pública”. §  Em nosso estado nos deparamos com os desvios de mais de 100 milhões de reais da saúde, o que levou à cassação do governador e à prisão de 3 ex-secretários de saúde do estado. Isso tudo tem ocasionado centenas de mortes… devido à precarização do serviço à saúde levando ao fechamento de inúmeras unidades saúde. §  No que diz respeito à segurança pública, vivemos um clima de medo e terror em todo estado, com alto índice de violência sobretudo contra: jovens, negros, os indígenas, e empobrecidos de um modo geral. Isto não demonstra amor à causa pública. §  Exigimos respeito à vida, transparência com os gastos públicos, investimento em políticas públicas, preferencialmente para com os empobrecidos. §  E no âmbito federal, cobramos de nossos representantes que se posicionem, pela revogação da PEC da morte, Emenda Constitucional 95/2016, e auditoria cidadã da dívida, passo importante para desmascarar o cenário de escassez e concretizar a realidade de abundância §  Exigimos democratização dos meios de comunicação e manifestamos nosso apoio às rádios comunitárias. Pedimos a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Amazonas, que interceda à Deus por todos nós, e que ilumine todos os futuros parlamentares eleitos para que possam legislar não em causa própria, mas que tenham um olhar caridoso e cuidadoso com a população especialmente pelos menos favorecidos. Manaus, 29 de julho de 2018 Comunidades Eclesiais de Base Regional Norte1 – Amazonas e Roraima