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Sala Stampa divulga detalhes do pre-conclave que prepara eleição do sucessor de Francisco

As congregações gerais, onde os cardeais preparam o Conclave que será iniciado na tarde da quarta-feira, 7 de maio, continuaram com seus trabalhos nesta terça-feira. Estavam presentes 183 cardeais, de quais mais de 120 eleitores. Um dos participantes, que também irá entrar na Capela Sistina como eleitor, é o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner. 133 cardeais eleitores na Capela Sistina Segundo informou o diretor da Sala Stampa da Santa Sé, Mateo Bruni, dois cardeais eleitores, dos quais não foram revelados os nomes, não participarão do Conclave por motivos de saúde. Isso reduz o número de cardeais que irão entrar na Capela Sistina a 133, ficando sem contato com o mundo até a famosa fumata branca. Na congregação geral desta terça-feira teve cerca de 20 intervenções, que foram precedidas pela reflexão espiritual de dom Donato Ogliari, abade da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. As intervenções foram principalmente sobre a Igreja e sobre os desafios a serem enfrentados pelo sucessor de Papa Francisco. Foram intervenções de cardeais de diversas procedências geográficas, ressaltando a reflexão em torno que à resposta que a Igreja pode dar. Agradecimento do Colégio Cardinalício O Colégio Cardinalício decidiu enviar um comunicado ao mundo, às autoridades e ao povo de Deus, para agradecer pela participação e pela proximidade no momento da morte de Papa Francisco. Na mensagem aparece a “gratidão pela solidariedade demonstrada no momento de dor”, afirmando que a presença dos representantes do poder político mundial “foi particularmente apreciada como uma participação na dor da Igreja e da Santa Sé pela morte do Papa e como um tributo ao seu compromisso incessante em favor da fé, da paz e da fraternidade entre todos os povos da terra”. Também agradecem a todos aqueles que trabalharam, afirmando “que contribuíram, com grande empenho e generosidade, para a preparação de tudo o que era necessário para as várias celebrações, reconhecendo que, graças ao seu trabalho, tudo ocorreu em ordem e tranquilidade”. Igualmente mostram “gratidão aos milhares de adolescentes e jovens que participaram do Jubileu no domingo, 27 de abril, demonstrando o rosto de uma Igreja viva com a vida de seu Senhor Ressuscitado, e a todo o povo de Deus que caminha com esperança rumo ao futuro”.  Foram revelados detalhes do próximo Conclave, como o juramento do pessoal que irá ajudar: os enfermeiros, pessoal litúrgico, e outras pessoas, que será no 5 de maio. Igualmente foi anunciado que a Missa pro elegendo Pontífice será no dia 7 de maio às 10 da manhã, no horário de Roma, 4 da manhã em Manaus. No mesmo dia, às 16:30 será realizada a oração previa à entrada dos cardeais eleitores na Capela Sistina.

Cardeal Steiner pede a inspiração do Espírito Santo para dar à Igreja um Papa da paz, da esperança e da misericórdia

Um homem da paz, um homem da esperança, um homem da misericórdia. Esse é o Papa que o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner gostaria fosse eleito no Conclave que inicia na quarta-feira 7 de maio. Uma eleição que está sendo preparada nas congregações gerais que acontecem até dia 6 de maio e onde participam os membros do Colégio Cardinalício. Um Papa para este tempo São 134 eleitores, depois da renúncia a participar do cardeal Antônio Cañizares, arcebispo emérito de Valência (Espanha), por motivos de saúde, e da renúncia definitiva do cardeal Ângelo Becciu, segundo foi confirmado por fonte vaticanas. Para eles, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) pede a inspiração do Espírito Santo, para que “possamos dar à Igreja um Papa nesse tempo em que nós vivemos”. O cardeal Steiner disse que “as reuniões que antecedem ao Conclave estão caminhando muito bem”. Aos poucos os cardeais, tanto os eleitores, como os cardeais que já completaram 80 anos, que participam das congregações gerais, mas não entrarão na Capela Sistina na tarde de 7 de maio, vão partilhando suas reflexões em torno à situação atual da Igreja e à figura do futuro Papa. Amor de Papa Francisco pela Amazônia O arcebispo de Manaus participou das exéquias de Papa Francisco, realizadas na manhã do sábado 26 de abril, com a participação de 250 mil pessoas, além das mais de 150 mil que acompanharam o cortejo fúnebre no caminho da Praça de São Pedro até a Basílica de Santa Maria Maior, onde foi sepultado. Sobre a figura do último pontífice, o cardeal Steiner enfatizou mais uma vez, como ele vem fazendo desde o falecimento do Santo Padre que “Papa Francisco demostrou sempre um amor tão grande pela nossa querida Amazônia”. Igualmente, o cardeal brasileiro, um dos sete eleitores brasileiros do próximo Papa, disse que “no momento da celebração lembrei de todos e todos os queridos irmãos no episcopado, de todas nossas comunidades, que tanto receberam do Papa Francisco”. Finalmente, o arcebispo de Manaus pediu “que ele do céu nos acompanhe e que Deus abençoe a todos nós”.

Paróquia de Nova Olinda cria a Caritas paroquial

Nos dias 23 a 27de abril, aconteceu na paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José, em Nova Olinda do Norte, diocese de Borba, a formação para novos agentes da Caritas e a criação da Caritas Paroquial. Com a assessoria da articuladora Regional da Caritas, Marcia Maria de Souza Miranda, foram abordadas temáticas da identidade Caritas, a promoção humana, políticas públicas, sustentabilidade e o papel dos coordenadores e equipe. Também ocorreu visitas para conhecimento de realidade e encaminhamento de algumas situações que foram detectadas.  A formação contou com a presença de 30 agentes que representaram às diversas pastorais, grupos e movimentos da paróquia e que agora integram os serviços da Cáritas. Durante a formação foi escolhida a coordenação que assumiu a missão de estar à frente das ações juntamente com os voluntários. A Caritas Regional Norte 1 agradeceu o apoio do bispo diocesano da diocese de Borba, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, o pároco Frei Bosco, e o acompanhamento das Irmãs Marta e Ruth e da Secretaria executiva da Caritas Diocesana de Borba a senhora Olivia. Finalmente, a Cáritas Regional Norte 1 pediu a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré e São José e as bençãos de Deus para essa nova missão assumida pela Paróquia.

Formação da Pastoral da Saúde em Fonte Boa: “A Serviço da Vida e da Esperança

No último sábado, 26 de abril aconteceu a Formação da Pastoral da Saúde na paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Município de Fonte Boa, na Prelazia de Tefé. Com a assessoria da coordenadora Regional da Pastoral da Saúde, Guadalupe Peres, o tema abordado foi: “Pastoral da Saúde a serviço da Vida e da Esperança”. Durante o encontro foi abordado o que é Pastoral, o que é Saúde e o que é Pastoral da Saúde. Foi refletido sobre o Símbolo da Pastoral da Saúde, sua estrutura organizacional e o objetivo e finalidade da Pastoral Familiar. Igualmente, foi apresentado aos participantes do encontro formativo onde e quando acontece a Pastoral da Saúde, sua missão a as três dimensões que fazem parte da Pastoral da Saúde: Dimensão Solidária, Dimensão Comunitária, Dimensão Sociotransformadora. Ao longo da formação foi definido quem pode participar da Pastoral da Saúde e o perfil do agente da Pastoral da Saúde, sua atuação na visitação hospitalar e domiciliar, sua participação e o papel do Conselho de Saúde. O encontro foi encerrado com a Oração do Agente da Pastoral da Saúde.

V Assembleia Diocesana da Pastoral Familiar da Diocese de Coari

Nos dias 25 e 26 de Abril de 2025 aconteceu a V Assembleia da Pastoral Familiar da Diocese de Coari. O tema abordado durante o encontro foi: “Setor Pós Matrimonio” e o lema “Famílias – Peregrinas da Esperança”. A assembleia teve lugar na Paroquia Santuário São Francisco, em Anamã. Participaram, além da Coordenação Diocesana da Pastoral Familiar, as seguintes paroquias, com seus respetivos coordenadores: Paroquia São Pedro (Coari), Paroquia Sant’Ana e São Sebastião (Coari), Paroquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Coari), Paroquia Imaculada Conceição (Anori), Paroquia Nossa Senhora de Nazaré (Manacapuru), Paroquia Cristo Libertador (Manacapuru), Paroquia Santo Afonso (Manacapuru), Paroquia Nossa Senhora de Nazaré (Beruri) e a Paróquias Santuário São Francisco do Anamã. Não compareceram os coordenadores das paróquias de Caapiranga e de Codajás. No total os Coordenadores da Pastoral Familiar foram 37, mais o pessoal de apoio. A abertura oficial da assembleia aconteceu com a solene celebração da Eucaristia presidida por Dom Marcos Piatek, bispo referencial da Pastoral Familiar no Regional Norte 1 da CNBB. Concelebraram com ele o Frei José Faustino, OFM TOR, assessor eclesial regional da Pastoral Familiar, o Pe. Josinaldo Placido da Silva, pároco da paroquia em Anori e o Pe. Edinaldo, reitor e pároco da paroquia santuário, em Anamã. Na sua homilia o Dom Marcos comentou as leituras bíblicas do dia, lembrou o Ano Jubilar da Esperança e convidou todos a rezar pelo descanso eterno do Papa Francisco falecido no início da semana. O bispo lembrou que foi o Papa Francisco, que aos 09 de outubro de 2013 elevou a nossa Prelazia à categoria de Diocese de Coari.  Após a Eucaristia iniciamos os trabalhos, conduzidos pelo Casal Coordenador da Pastoral Familiar Diocesana na pessoa do casal Eliana e Moises. Com breve introdução o bispo deu as boas-vindas a todos os participantes e declarou oficialmente aberta a Vª Assembleia Diocesana da Pastoral Familiar da Diocese de Coari.  Em seguida foi feita a leitura das Atas da Assembleia de 2024. Até 22:30h foram apresentados os relatórios das paroquias sobre as atividades da Pastoral Familiar nas paroquias durante o último ano. No segundo dia da Assembleia acordamos cedo para participar, a partir das 04:00h, da liturgia do enterro do Papa Francisco no Vaticano. Após a oração damos inícios às palestras sobre o tema central da assembleia: “Setor Pós Matrimonial”. Este tema for abordado pelo Frei José Faustino, que com muita dedicação conduziu esta parte. As palestras dele, bem preparadas, nos ajudaram na compreensão como trabalhar o Setor Pós Matrimonio nas nossas paroquias. Foi um momento muito proveitoso e rico. Durante a Assembleia Dom Marcos apresentou o novo assessor diocesano da Pastoral Familiar e do ECC. O bispo depois de ouvir a voz da Coordenação Diocesana de Pastoral e a opinião do Clero nomeou o Pe. Josinaldo Placido da Silva, recém nomeado pároco em Anori, com novo assessor diocesano da Pastoral Familiar e como Diretor Espiritual do ECC na nossa diocese e agradeceu ao Pe. Elcivan Alencar pelo seu serviço na Pastoral Familiar e no ECC. Pe. Elcivan, durante últimos anos. Como a V Assembleia acontecia durante o Ano Santo – Jubileu da Esperança, o Dom Marcos apresentou brevemente o tema sobre  “Jubileu das Famílias – Peregrinas da Esperança”, fazendo algumas propostas concretas para celebrar nas paroquias o Jubileu das Famílias. Durante a assembleia tínhamos bastante tempo para as partilhas, análises da realidade familiar, as avaliações e planejamentos. Finalizamos a Assembleia Diocesana de Pastoral Familiar com a celebração da Eucaristia do Domingo da Divina Misericórdia no Santuário São Francisco, que há mais de 100 anos, acolhe as famílias e os seus peregrinos e devotos. A nossa V Assembleia Diocesana da Pastoral Familiar, em Anamã.  transcorreu num clima de comunhão fraterna, de oração, de sinodalidade, de corresponsabilidade mostrando a nossa preocupação com a evangelização nas famílias e com as famílias. Expressamos a nossa gratidão a Deus pela nossa assembleia. Louvamos e agradecemos a Deus pela doação e disponibilidade dos agentes e o apoio dos padres nesta caminhada de evangelização pelas famílias. Queremos agradecer a todos os participantes! Nossa gratidão aqueles que nos acolheram hospedando nas suas famílias. Ao Pe. Edinaldo, reitor e pároco da paroquia santuário São Francisco, em Anamã, e ao casal coordenador da Pastoral Familiar em Anamã (Gilmara e Adelson), nosso sincero agradecimento. Deus lhes pague! Que Jesus, Maria e José nos abençoem na nossa missão! Diocese de Coari

Oração, escuta, diálogo, discernimento para caminhar juntos. A missão dos cardeais até 7 de maio

Oração, escuta, diálogo, discernimento para caminhar juntos. Esse será o caminho, a missão que o povo de Deus espera que seja assumida pelos cardeais até 7 de maio, data que marca o início do Conclave em que será eleito o sucessor de Francisco. Um caminho de quase 2000 anos Nas próximas seis congregações gerais, o Colégio Cardinalício, mas especialmente os 134 cardeais que se espera entrem dentro da Capela Sistina no dia 7 de maio, são desafiados a colocar em prática a sinodalidade, a caminhar juntos. Em definitiva a ser Igreja, a superar as divisões, polarizações, enfrentamentos de todo tipo, para poder em comunhão escolher aquele que irá dar continuidade a um caminho iniciado quase 2000 anos atrás. Estamos diante do Conclave mais diverso na história da Igreja. Dado o alto número de participantes, que demanda 89 votos para ser eleito, e a diversidade de procedências, não deve ser tarefa simples encontrar aquele que irá ocupar a Cátedra de Pedro. Daí a importância das congregações gerais, sempre necessárias, mas que podemos dizer são imprescindíveis neste momento prévio ao início do 267º Papado. Desafio: conhecer todos os cardeais Muitos dos cardeais não se conhecem. Dificilmente algum dos cardeais eleitores saberia reconhecer olhando as fotos, os nomes e o serviço desempenhado para cada um dos 134 participantes do Conclave. O conhecimento de cada um dos eleitores, uma tarefa que deve ser realizada até dia 6 de maio, poderá facilitar o propósito que quer ser alcançado na Capella Sistina: escolher o pontífice. Cada um de nós, evidentemente também os cardeais eleitores, tem o retrato robô daquele que deve ser o próximo Papa. O desafio é superar aquilo que cada um espera, pois na primeira votação tudo indica, como é tradição na história dos conclaves, a diversidade de cardeais votados aponta a ser elevada. Para isso, se faz necessário, inclusive uma obrigação, escutar. Gerar unidade na Igreja e no mundo Escutar a Deus, escutar os outros cardeais eleitores e escutar o povo de Deus. Escutar para descobrir aquilo que a catolicidade, mas também a humanidade como um todo, espera do próximo pontífice. Um Papa que possa gerar unidade na Igreja, incentivar a comunhão, a sinodalidade, o caminhar junto. Mas também um Papa que ajude o mundo a superar a guerra em pedaços que estamos vivendo, a polarização cada vez mais presente na vida do dia a dia. São elementos que devem ajudar no processo de discernimento, e assim descobrir o que Deus através de seu Espírito está querendo desses 134 cardeais, mas sobretudo o que Ele espera da Igreja. Uma Igreja profética, misericordiosa, samaritana, mais preocupada em curar as feridas dos descartados que seu próprio bem-estar.  

7 de maio: o Colégio Cardinalício escolheu a data do Conclave

O Conclave que irá eleger o sucessor de Francisco já tem data marcada. Será na tarde de dia 7 de maio, depois de celebrar a Missa Pro Elegendo Pontífice na manhã da próxima quarta-feira. Isso foi decidido na Congregação Geral realizada nesta segunda-feira, 28 de maio, na Sala do Sínodo, no Vaticano. Primeira Congregação Geral para o cardeal Steiner Estavam presentes 180 cardeais, dentre eles mais de 100 eleitores. Dessas congregações, a quinta realizada desde seu início na terça-feira 22 de abril, um dia depois do falecimento de Papa Francisco, participou pela primeira vez o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos de Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Segundo informações vaticanas, na quinta congregação teve perto de 20 intervenções, sendo refletido sobre a situação da Igreja nos dias de hoje, sua relação com o mundo, os desafios a serem enfrentados e as qualidades que devem estar presentes no próximo Papa. Na congregação geral desta segunda-feira foram eleitos os três cardeais que irão ajudar o camarlengo, cardeal Kevin Joseph Farrell, na gestão das coisas ordinárias em preparação ao Conclave. Serão o arcebispo de Munique e Freising (Alemanha), cardeal Reinhard Marx, o pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, cardeal Luis Antônio Tagle, e o prefeito do Supremo Tribunal da Sinatura Apostólica, cardeal Dominique Mamberti. Tempo de diálogo e escuta O fato da data de início do Conclave para dia 7 de maio, poderia ter sido escolhida uma data entre 5 e 10 de maio, pode ser visto como sinal do desejo dos cardeais de ter mais tempo de diálogo e escuta, em vista de poder escolher um Papa que irá assumir o Papado número 267 na história da Igreja católica. Amanhã, 9 horas, será realizada uma nova congregação geral, que iniciará com uma pregação do abade da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, dom Donato Ogliari. As congregações gerais serão encerradas na terça-feira, 6 de maio, exceto 1º de maio e domingo dia 4. Os trabalhos iniciam 9 horas da manhã e encerram 13 horas da tarde, no horário de Roma, seis horas a menos em Manaus.

A Cristandade e os cardeais peregrinam ao túmulo de Franciscus

Roma, o centro do cristianismo, sempre foi um local de peregrinação. A Sé de Pedro, o túmulo da maioria dos papas da história da Igreja, há séculos convoca católicos de todos os cantos do mundo. Um chamado que sempre é redobrado nos anos do Jubileu, como está acontecendo neste Ano Santo da Esperança. Franciscus No dia em que foi celebrado o Jubileu dos Adolescentes, que junto em Roma mais de 80 mil peregrinos, os olhos do mundo se voltaram para a Basílica de Santa Maria Maggiore, um novo ponto de referência para o catolicismo. Foi lá que Franciscus foi enterrado no último sábado, 26 de abril, como diz a inscrição na laje que cobre seu túmulo simples. Desde o início do dia, quando bem cedo foi aberto ao público, mais de 30 mil pessoas até a metade da tarde Roma, segundo o Vaticano, formaram longas filas para visitar o Papa que conduziu o destino da Igreja Católica nos últimos 12 anos. “Uma multidão impressionante, como também vimos na Praça de São Pedro”, segundo reconheciam os cardeais após participar das Vésperas Solenes, nas quais a maioria do Colégio de Cardeais estava presente. Ao lado do Salus Populi Romani São 134 os eleitores que participarão do Conclave que elegerá o sucessor do primeiro Papa latino-americano, dentre eles o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Os cardeais destacam que há um silêncio palpável dentro da Basílica onde o Papa encomendou e agradeceu por cada uma de suas viagens apostólicas, rezando aos pés da Salus Populi Romani, muito perto de onde ele descansa eternamente. Um túmulo simples, como não poderia deixar de ser, já que desde o início de seu pontificado ele deixou claro que gostaria de uma Igreja pobre para os pobres. Todos os tipos de pessoas, de todas as classes sociais e origens, vêm ao túmulo, “com um recolhimento e um afeto impressionante”, enfatizou um dos cardeais. As vésperas têm sido “um momento de silêncio e oração”, lembrou. De fato, é importante  “todos os cardeais estarem juntos em torno do túmulo de Francisco para dizer nosso último adeus”, disse um dos cardeais.

Carta e ordenação diaconal marca Jubileu dos Povos Indígenas de Roraima

A diocese de Roraima realizou nos dias 25 e 26 de abril de 2025 na Missão Surumú, Raposa Serra do Sol, o Jubileu dos Povos Indígenas, que foi encerrado com a ordenação diaconal de Djavan André da Silva, indígena do povo Macuxi. No final do encontro, precedido por uma peregrinação, onde participou grande número de indígenas e contou com a presença da Presidente da Funai, Joenia Wapichana e de dom Gonzalo Ontiveros, bispo do Vicariato de Caroní (Venezuela), foi dada a conhecer a Carta do Jubileu da Aliança com os Povos Indígenas. Transbordar de esperança Um texto que iniciou recordando as palavras de dom Aldo Mongiano, bispo da diocese já falecido: “É um privilégio ter os povos indígenas em nossa Diocese”. No âmbito do Jubileu da Esperança, “um tempo de renovação da fé, da justiça e do cuidado com a criação”, a carta afirma que “as palavras do Papa Francisco nos inspiram a ‘transbordar de esperança’ (cf. Rm 15,13).” Junto com isso, “este Jubileu convida a viver a misericórdia, o perdão e a defesa da vida. É um chamado para devolver as terras aos povos originários, cancelar dívidas que oprimem os pobres e lutar pela libertação de todas as formas de escravidão (cf. Lv 25)”, diz a carta. Os povos indígenas são definidos no texto como “guardiões das florestas, dos lavrados, bem como de tantos outros biomas. Vivem em harmonia com a Casa Comum”, colocando como exemplo disso o xamã yanomami Davi Kopenawa, “que recolhe os anseios de seu povo.” Sobre os Yanomami, os povos indígenas de Roraima afirmam que “podem dispor de tudo o que precisam e têm a responsabilidade de cuidar da floresta. Há milênios, os indígenas protegem não apenas seus territórios, mas também o equilíbrio do planeta.” Denúncia do modelo económico Diante da atual situação, a carta denuncia que “o modelo econômico, que idolatra o lucro e o dinheiro, provoca uma ruptura. Os avanços da derrubada da floresta, da pecuária extensiva, do monocultivo, dos megaprojetos e da mineração ameaçam a sobrevivência dos povos indígenas e a de todos nós. A harmonia da Casa Comum foi rompida pelos projetos de conquista e colonização, realizados de modo cruel, causando violências, dor e extermínio.” “Há 300 anos a Igreja em Roraima caminha ao lado dos povos indígenas, ouvindo seus clamores e sonhos. Juntos, construímos iniciativas que fortalecem suas comunidades: as cantinas (venda de produtos básicos a preços acessíveis) e o projeto M-Cruz (criação de gado), que garantem autonomia econômica; a formação em educação, saúde e gestão coletiva, que valoriza seus saberes; a luta pela demarcação de terras e a resistência contra invasões ilegais; o diálogo entre a fé cristã e as tradições indígenas, que cria pontes de respeito mútuo”, lembra a carta. O texto denuncia “a tese do Marco Temporal, que ameaça os direitos indígenas. Esta tese impõe e viola conquistas históricas e a Constituição Federal. Temos como exemplo a proposta da PEC 48 e da Lei 14.701/23, atualmente em vigor. Some-se a isso a criação da Câmara de Conciliação e Arbitragem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão. Ela ameaça retirar direitos e favorecer interesses econômicos. O nosso marco é ancestral!” A esperança dos povos indígenas permanece viva Nessa perspectiva, os povos indígenas insistem em que “essas leis trazem dor e sofrimento, mas a esperança dos povos indígenas permanece viva. Eles clamam pelo respeito a seus territórios, culturas e modos de vida.” Para isso, dizem renovar “nossa aliança e convidamos todos a se unirem nesta luta”, colocando algumas propostas: “exigindo a derrubada dessas leis injustas e tantas outras tentativas de retirada de direitos; apoiando a demarcação de terras indígenas; protegendo a floresta e seus guardiões.” Finalmente, é sublinhado que “a Páscoa de Cristo é a nossa Esperança, garantindo que a Vida vence a morte. A cruz não O derrotou – Ele a venceu! Esta Esperança não pode ser silenciada! Celebrar este Jubileu reforça que a vida triunfa. Juntos, escrevemos uma história de justiça e de paz para os povos indígenas e para toda a humanidade. Unidos, lutemos pela justiça e pela vida, testemunhando a Páscoa!” Ordenação diaconal O bispo diocesano, dom Evaristo Spengler disse que “este Jubileu é uma memória agradecida pela luta dos povos indígenas por seus direitos, pela terra e pela liberdade”, pedindo aos jovens indígenas que “não traiam seu povo, não deixem que caminhem sozinhos”, que assumam a causa de seus povos, para que possa ser respeitado o direito ancestral dos povos indígenas. Durante o Jubileu foi abordada a presença histórica da Igreja entre os povos indígenas de Roraima, com uma opção clara pelos povos indígenas, sobretudo a partir do episcopado de dom Aldo Mongiano, levando à criação do onselho Indígena de Roraima (CIR). A ordenação de Djavan André da Silva é “um dos preciosos frutos dessa longa história de aliança”, segundo dom Evaristo Spengler. Uma ordenação que se tornou um símbolo vivo dessa caminhada. Um momento que ficará marcado não apenas na história da Diocese de Roraima, mas também na memória dos povos indígenas que seguem firmes, unindo fé, cultura e resistência. Com informações de Rádio Monte Roraima

Francisco, o Papa que partiu com seus sapatos pretos

Até o fim, mesmo em sua despedida, Francisco foi fiel a ele mesmo. O último pontífice pode ser considerado um grande metrônomo, que sabia medir o tempo e os gestos. Como um bom jesuíta, ele colocou o ser humano e o fato de ser humano em primeiro lugar e acima de tudo. Esse reconhecimento foi manifestado em seu funeral, que se tornou um grande tributo do povo. Um povo que ele acompanhou até o fim, pois apesar de sua saúde delicada, ele quis estar no meio do povo até seu último dia, dando sua bênção no domingo de Páscoa. Ele partiu sob aplausos A simplicidade dos ritos fúnebres, o fato de ser enterrado com seus próprios sapatos, seus famosos sapatos pretos desgastados, lembram sua vida. O arcebispo que andava de metrô, o Papa que se locomovia em carros populares, jamais poderia partir em meio à pompa. Pelo contrário, ele partiu em meio aos aplausos, que reconheciam o fato de que ele havia se tornado pequeno, que ele queria e conseguiu ser um entre muitos, continuar a ser o padre Jorge. A homilia do Cardeal Re foi um retrato bem enquadrado de seu pontificado. As palavras e o tom de voz de um cardeal de 91 anos são dignos de admirar, dando voz às vivências do Papa que foi gradualmente perdendo sua voz. Uma voz que permanecerá como um legado, uma voz que “tocou mentes e corações”, como disse o cardeal. Amor concretizado na misericórdia Não há dúvida do amor de Francisco por Jesus, um amor que ele concretizou na misericórdia para com os descartados. Com isso, ele deixou claro que, em sua missão como pontífice, “não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por todos”. Uma citação do Evangelho que foi lembrada pelo decano do Colégio de Cardeais, que também insistiu que “apesar de sua fragilidade e sofrimento final, o Papa Francisco escolheu trilhar esse caminho de doação até o último dia de sua vida terrena. Ele seguiu os passos de seu Senhor, o Bom Pastor, que amou suas ovelhas a ponto de dar sua própria vida por elas”. Essas ovelhas sempre tiveram o rosto das ovelhas perdidas, das ovelhas que a sociedade, e às vezes também a Igreja, descartou. Como o Cardeal Re reconheceu, ele prestou “atenção especial às pessoas em dificuldade, entregando-se sem medida, especialmente pelos menores da terra, os marginalizados”. Eles, os mais simples, o entendiam bem, ele falava a língua deles, o jargão do povo, sabia como arrancar um sorriso deles, sabia como fazer uma piada. “Ele tinha uma grande espontaneidade e uma maneira informal de se dirigir a todos”, disse o cardeal em sua homilia. Como bom torcedor, ele sempre provocava os brasileiros com a seguinte pergunta: “Quem é melhor, Pelé ou Maradona?” O Papa das periferias Um Papa de todos, todos, todos, como a Igreja que ele sonhava, “ávida por assumir os problemas do povo e os grandes males que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar para cada pessoa, para além de qualquer credo ou condição, curando suas feridas”, como lembrava o decano do Colégio Cardinalício. Um Papa das periferias e que acima de tudo viajou para as periferias, iniciando suas viagens em Lampedusa, quase sempre marcadas por estar ao lado dos invisíveis para os detentores do poder, que por outro lado não deixaram de estar ao lado de seu caixão, a grande maioria reconhecendo sua grande contribuição para um mundo ferido por guerras, pobreza, polarização e tantas outras feridas que ele se esforçou para curar seguindo o exemplo do Bom Samaritano. Uma cura de feridas que levaria a concretizar do Evangelho da misericórdia, que sempre foi a força motriz de sua vida, desde os tempos em que andava pelos becos das favelas de Buenos Aires, para tornar visível que Deus sempre perdoa e perdoa a todos. E fazer isso com alegria, com a Alegria do Evangelho, deixando de lado a cultura do descarte e assumindo a do encontro e da solidariedade, da vida em fraternidade, ideias presentes na homilia de seu funeral. O cuidado de todas as criaturas Francisco, sempre preocupado com o cuidado de todas as criaturas, seguindo o exemplo do poverello de Assis. O Papa da ecologia integral, e como lhe somos gratos por isso nós que vivemos na Amazônia, pela qual ele sempre se preocupou e na qual concretizou sua proposta de caminhar juntos como Igreja, na sinodalidade, construindo pontes e não muros. Por isso, pedimos a ele, como fez o Cardeal Re, que reze por nós, para que sua memória e seus ensinamentos continuem presentes entre nós, para que nos mova a continuar fazendo bagunça, construindo um mundo menos complicado e uma Igreja menos complicada, onde o Evangelho marque o caminho a seguir, onde os últimos possam ser os primeiros, aqueles que usam sapatos velhos ou que, muitas vezes, nem têm sapatos.