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Diocese de Parintins: encontro de reflexão e partilha de vida dos padres com menos de 10 anos de ordenação

Boa Vista do Ramos acolhe nos dias 20 e 21 de fevereiro o encontro dos padres da diocese de Parintins com menos de 10 anos de ordenação presbiteral. O objetivo do encontro é realizar um momento de reflexão, partilhar a vida e o ministério nesses primeiros anos de vida presbiteral e os pesos da responsabilidade de ser padre, assim como a saúde física e mental dos padres. No encontro também estão presentes padres com mais de 10 anos de ministério presbiteral para mostrar colegialidade e fraternidade. A diocese de Parintins tem 11 padres com menos de 10 anos de ordenação, nove incardinados nessa Igreja local, um da diocese de Castanhal (PA) e mais um do PIME. Segundo os participantes do encontro, o momento está sendo muito proveitoso, agradecendo à Pastoral Presbiteral da diocese da diocese de Parintins por estar promovendo esse encontro dos novos padres da diocese de Parintins. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações do clero de Parintins

Retiro do clero de Roraima: “Voltar para a missão rejuvenescidos, animados, mas convictos de uma caminhada sinodal”

O clero da diocese de Roraima realiza de 17 a 21 de fevereiro de 2025 seu retiro anual em Tepequém. O retiro, assessorado pelo bispo da diocese de Borba, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, tem como tema central o seguimento de Jesus Cristo, sempre cultivando a espiritualidade presbiteral, e conta com 27 participantes. O pregador tem refletido sobre três símbolos: a cruz, a luz e a unção, renovando assim a aliança e criando as perspectivas. Neste Ano Jubilar dom Zenildo destaca a importância da esperança, “para voltarem para a missão rejuvenescidos, animados, mas convictos de uma caminhada sinodal.” Na diocese de Roraima, ele destaca ser um clero muito animado, uma igreja extremamente missionária, dizendo ter se encantado com “a alegria entre os padres, na convivência, na comunhão, na preparação das atividades, mas, sobretudo, na convivência entre eles e entre nós.” “O retiro é sempre um tempo em que a gente se retira para oração, para reflexão, para aprofundar um pouco mais sobre a nossa missão com os presbíteros neste chão que é a Diocese de Roraima”, segundo o vigário episcopal para pastoral da Diocese de Roraima, padre Celso dos Santos, que vê o retiro como “um momento muito importante de refazer as forças, reanimar para a gente voltar à missão de acompanhar as comunidades, os trabalhos pastorais”. Ele destacou que “dom Zenildo está nos ajudando a aprofundar, a meditar sobre esse momento que a gente precisa viver um pouquinho mais. Ele tem nos dito que esse é um momento de a gente buscar viver, melhorar a nossa missão, colocar a nossa vida a serviço, fundamentada no sacramento da reconciliação, na vivência da Eucaristia, na missão e tudo isso vai nos ajudando cada vez mais a reafirmar e a confirmar aquele sim que nós damos ao chamado que Deus nos fez para o ministério como presbíteros da Igreja. O padre Jefferson Almeida destacou vê o retiro como oportunidade para “nos fortalecer espiritualmente, estreitar os laços de comunhão, de unidade, de convivência, de partilha.” Junto com isso, ele disse que “é um momento de nós descansarmos um pouco entre nós, na companhia de Nosso Senhor Jesus, na Eucaristia, na Palavra. Então, é um período muito propício para que assim a gente, de fato, redescubra a motivação, a animação, o entusiasmo de ser missionário nesta terra amazônida, no Estado de Roraima, terra de muitos desafios, de muitas dificuldades, mas também de muitas luzes, de muitos testemunhos, de muitas experiências proféticas.” O missionário da diocese de Jundiaí, padre Raphael Casaca, chegado em Roraima no final de janeiro, disse que “o retiro tem sido muito bom, dom Zenildo tem tratado da nossa vida sacerdotal, configurada a Cristo, assumindo a nossa cruz de cada dia, abraçando a cruz e também sendo luz no meio do mundo. Tem sido um momento muito bom de renovação do ministério sacerdotal, um tempo de estar mais unido a Cristo, de estar mais perto de Deus, um tempo de aprofundamento de oração e também de crescimento na espiritualidade.” Da mesma diocese de Jundiai, também chegado poucas semanas atrás, o padre Samuel Maciel Romão, que vai exercer seu pastorei no sul do Estado de Roraima, ele disse que “o retiro espiritual desse ano veio positivamente ao encontro dessa minha nova etapa no exercício do meu ministério.” Ele destacou que o pregador, “nos apresentou algumas pistas para o bom êxito na missão, tendo como referência espiritual o lema que escolhemos para nossa ordenação; no meu caso: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la, e quem perder sua vida por causa de mim e do Evangelho vai ganha-la” (Mc 8,35).” A partir daí, afirmou o padre Samuel, “pude fazer uma revisão de vida, apoiando-me espiritualmente na força propulsora do primeiro amor. Realmente hoje posso afirmar que de tudo o que pensava ter perdido, na verdade tem se multiplicado, amigos, famílias, irmãos… Nesses dias de oração, além do silêncio orante e da meditação contemplativa, pude enriquecer meu humano afetivo na presença paterna do nosso bispo dom Evaristo, assim como cultivar a amizade junto aos irmãos presbíteros numa convivência fraterna e muito rica de experiências.” “Haja vista, o local escolhido também foi muito favorável, me fez contemplar a beleza e o amor de Deus através da natureza com sua diversidade de pássaros, árvores, animais e flores. O retiro espiritual realmente fez em mim maravilhas, é força necessária para recomeçar esse projeto de amor que Deus tem para comigo, de estar junto a seu povo como sinal vivo da sua presença. O retiro para os presbíteros não é um bem reservado aos padres, mas através dos padres um bem em favor de todo povo”, concluiu. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Protagonismo feminino: dar passos firmes para assumir essa dinâmica para sempre

O protagonismo feminino, a presença das mulheres em espaços de decisão, é um dos grandes debates na sociedade e na Igreja católica. Em todos os níveis de Igreja, vão se dando passos que devem ajudar a assumir uma prática que não deveria regredir, que deveria fazer parte da vida da Igreja católica para sempre. O Papa Francisco tem ajudado a avançar nesse caminho com sua reflexão, mas também com suas decisões, colocando mulheres em cargos ocupados tradicionalmente por ministros ordenados. Até pouco tempo atrás era impensável que uma mulher fosse nomeada prefeita de um dicastério da Cúria ou governadora do Estado Vaticano, algo que tem se concretizado nos últimos messes. Essa realidade está ajudando a dar passos nos diversos níveis que fazem parte da estrutura organizativa da Igreja católica. Na Igreja da Amazônia, o protagonismo feminino é algo que faz parte da vida das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais, movimentos e organismos. As mulheres assumem o comando das comunidades, inclusive de áreas missionárias e paróquias, mas também de espaços de maior responsabilidade. A coordenação de Pastoral, um espaço de grande relevância na vida das igrejas locais, conta cada vez mais com rostos femininos. No Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que compreende nove igrejas locais dos estados de Amazonas e Roraima, as mulheres assumem esse serviço em cinco dessas igrejas. Junto com isso, a secretaria executiva do Regional e a articulação das Pastorais Sociais em nível regional é um serviço assumido por mulheres. Na Igreja católica a vida pastoral, os processos de evangelização, a missão, podem ser considerados elementos decisivos. A presença das mulheres nesses espaços é um claro exemplo do avanço que as igrejas do Regional Norte 1 tem feito na concretude da sinodalidade, um modo de ser Igreja que nos leva a caminhar juntos, assumindo a diversidade como um elemento que enriquece a missionariedade da Igreja. O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral do Regional Norte 1 realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 é uma mostra disso. O modo de realizar os trabalhos, o fato de ser um espaço marcado pela liberdade para cada um, cada uma, expressar sua opinião na hora de construir o caminho coletivo, nos faz ver que isso vai se assumindo como algo que sempre deveria fazer parte da vida da Igreja. O desafio é que essa dinâmica possa se sedimentar para evitar uma volta atrás, algo que infelizmente algumas pessoas, inclusive algumas mulheres, demandam. Se faz necessário continuar avançando, concretizando, dando passos, para fazer visível uma Igreja com diversidade de rostos, uma Igreja que conta com todos e todas. Uma Igreja que escuta a diversidade de vozes em vista de uma maior e melhor evangelização, sendo também testemunho para uma sociedade que continua relegando as mulheres.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Coordenações de Pastoral e das Pastorais do Regional se encontram em vista de movimentar a evangelização nas comunidades

Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil encerraram seu encontro, realizado nos dias 18 e 19 de fevereiro em Manaus, com uma reunião com os coordenadores e coordenadoras das Pastorais Sociais em nível Regional, que contou com a presença do arcebispo de Manaus e presidente do Regional, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e do bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima. A secretária executiva do Regional Norte 1, Ir. Rose Bertoldo, apresentou brevemente os passos dados no encontro dos coordenadores e coordenadoras de Pastoral, que aconteceu em clima de sinodalidade, destacando a importância do encontro das coordenações de Pastoral das dioceses e prelazias e das Pastorais. Um momento que tem um caráter operativo, segundo salientou dom Zenildo Lima. A coordenação entre as pastorais e as coordenações de pastoral das Igrejas locais é algo que “no fundo, vai movimentar a nossa Igreja, vão movimentar a evangelização”, segundo o presidente do Regional Norte 1. Daí a importância desse encontro, que “pode dar muito fruto”. O arcebispo de Manaus insistiu na importância da comunidade, o que faz com que “as coordenações estão sempre de olho voltado para a comunidade, comunidade que importa. A comunidade é que faz a Igreja ser”, reforçando que “se existe uma Igreja particular, se existe uma diocese, se existe uma prelazia, porque existem comunidades.” O cardeal Steiner disse que “nessas comunidades é que nós vamos, devagarinho, sendo ajudados.” Ele vê as pastorais como aquelas que estão ajudando as comunidades a terem vida. É por isso, afirmou, a necessidade de “ter as pastorais que ajudem a comunidade a viver.” Nessa perspectiva, partindo da realidade da arquidiocese de Manaus, ele sublinhou que “nós percebemos que as pastorais são essenciais”, considerando as coordenações de pastoral como aqueles que “têm essa visão de saber que existe uma prelazia, existe uma diocese, existem comunidades”, e nessas comunidades existem as pastorais. O presidente do Regional lembrou que “muitas vezes também são as pastorais que nos ajudam a movimentar, inclusive socialmente e politicamente, no sentido do bem-estar da comunidade.” Ele insistiu na necessidade de partilha entre as pastorais e as coordenações de Pastoral. Na mesma perspectiva, dom Zenildo Lima destacou a importância das diretrizes para a evangelização do Regional Norte1, que o bispo auxiliar de Manaus considera horizontes de evangelização. Ele considera muito importante que sempre nessa perspectiva de sinodalidade, ir organizando o Regional e as pastorais, da partilha de uns com os outros, ajudando a conhecer as demandas, também pela presidência do Regional. Uma partilha que foi realizada durante a reunião por parte dos coordenadores e coordenadoras das pastorais em nível regional e de Pastoral nas igrejas locais. Algo que pode ajudar a melhorar o diálogo em vista de um avançar nos processos evangelizadores. Um diálogo que ajuda a buscar caminhos e estratégias a seguir, sendo a partilha uma oportunidade de crescimento em vista de descobrir as pastorais como tentativa de seguir Jesus numa comunidade, sendo o Regional algo que existe para ajudar as dioceses e as pastorais. Todos somos enviados para anunciar a plenitude do Reino em Jesus, concluiu o cardeal Steiner. Luis Miguel  Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Coordenadores de Pastoral aos bispos do Regional: “O caminho sinodal nos fortalece, nos anima e nos impulsiona ao trabalho em conjunto”

Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), reunidos na Casa de Encontro Crosta Rosa, Manaus, os dias 18 e 19 de fevereiro de 2025, escreveram uma carta aos bispos do Regional onde expressaram “o quão gratificante foi este encontro para a nossa caminhada pastoral e missão”. Um encontro em que “partilhando as nossas experiências, pudemos dividir nossas alegrias, desalentos, desafios e, sobretudo, a necessidade de continuarmos percorrendo o caminho da sinodalidade tão sonhada para a nossa Igreja”, afirma a carta. Segundo os coordenadores e coordenadoras de Pastoral, “este momento nos possibilitou identificar o que nos une, o que nos fortalece e o quanto precisamos dedicar tempo, estudo e coragem para continuarmos nossa ação evangelizadora. Nossa partilha também deixou evidente que não é possível caminharmos sozinhos, ao contrário, o caminho sinodal nos fortalece, nos anima e nos impulsiona ao trabalho em conjunto. A escuta da Palavra nos lembrou para estarmos sempre abertos e acolhedores à diversidade de carismas e ministérios que enriquecem a nossa Igreja no Regional.” Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral, renovam seu compromisso e disponibilidade “para continuarmos percorrendo o caminho da coletividade e comunhão fraterna, reforçando a importância e a necessidade do apoio e acompanhamento efetivo dos nossos pastores no serviço das coordenações de pastoral em cada Igreja local e na experiência regional”, ressaltando que “este encontro de coordenadores reacende em cada coração a chama da esperança e o desejo de trilharmos juntos a bela experiência de uma Igreja dinâmica, missionária e de portas abertas, com rosto amazônico, capaz de ser sinal nas diversas realidades sociais.” Finalmente, é mostrada mais uma vez sua “gratidão pela confiança e apoio para a realização deste momento de fortalecimento pastoral.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Coordenação de Pastoral: Ouvir as bases para construir uma ação pastoral coletiva e participativa

A coordenação de Pastoral nas nove igrejas que formam o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um serviço que expressa a sinodalidade presente na Igreja. Um serviço assumido por padres, religiosas, leigos e leigas, que desde diferentes carismas e ministérios acompanham o trabalho evangelizador nas igrejas locais. A Ir. Mónica Cestari Nascimento é coordenadora de Pastoral na diocese de Roraima. A religiosa vê esse serviço como “um grande aprendizado. Estar com o povo, viver a comunhão para criar esse testemunho de fraternidade”, algo que ela afirma ser “muito forte na minha caminhada religiosa.” A religiosa destaca o testemunho da simplicidade, o testemunho de igualdade, que “me faz ficar sempre mais atenta aos apelos e aquilo que é próprio do meu carisma, que é servir como Cristo serve.” Conciliar os trabalhos, os serviços da Congregação, com aquilo que é a necessidade real de um coordenador de pastoral diocesano é um desafio, segundo a religiosa. Junto com isso, a Ir. Mónica afirma ser um segundo desafio o fato de “criar o laço de comunhão com os agentes de pastoral, com os padres.” “O coordenador de pastoral, além de animar toda a pastoral a nível diocesano, a importância é manter essa comunhão, essa unidade entre a ação pastoral, entre todas as paróquias e a nível diocesano”, afirma o coordenador de pastoral da diocese de Coari, padre Valdivino Araújo. Entre os desafios, o padre destaca “essa escuta e também essa abertura a acolher a participação de todos dentro desse processo de construção da ação pastoral, especialmente a nível diocesano. É ouvir as bases e também fazer o discernimento disso para construir uma ação pastoral evangelizadora coletiva e participativa”, salientou. Na diocese de Borba, a coordenação de Pastoral é assumida por uma leiga e um leigo, Ademir Jackson. Ele destaca que “essa dinâmica da sinodalidade nos ajuda a, junto como cristãos e como Igreja, poder dizer que nesse desafio todos nós precisamos assumir o nosso compromisso como batizado. E depois de entendermos esse chamado como missão de batizado, o cristão leigo assumir o seu compromisso também de protagonista, de poder também assumir os serviços, os ministérios que a Igreja tem como meio de evangelização, de levar a Palavra de Deus ao povo, de organizar as pastorais, as comunidades.” “O Regional Norte 1 já tem uma prática, desde tempos idos, de reunir anualmente os coordenadores e coordenadoras de Pastoral”, lembrou a secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo. Um encontro que tem como objetivo, a partir da caminhada, “traçar linhas comuns e alguns encaminhamentos que são importantes para uma caminhada nessa dinâmica da sinodalidade, da colegialidade e da comunhão, o que é muito próprio do Regional Norte 1”, ressaltou a religiosa. A secretária executiva destacou a importância de acolher as coordenadoras e os coordenadores novos que chegam, e poder inseri-los nessa dinâmica do cuidado, da vida, da missão, da pastoral, em nível de cada diocese em particular, mas também dentro dessa dinâmica da caminhada coletiva das nove igrejas do Regional Norte 1. O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral, que está sendo realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025, está ajudando a dar passos em vista dessa ação pastoral evangelizadora em comunhão, que é fundamento da sinodalidade, um modo de ser Igreja presente no Regional Norte 1. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Desafios da Sinodalidade na Igreja do Brasil: Entender que cada batizado é um “sujeito ativo da evangelização”

O encontro de coordenadores e coordenadoras de pastoral das igrejas locais do Regional Norte1, reunidos em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025, refletiu sobre a Sinodalidade e seus desafios na Igreja do Brasil a partir do Magistério do Papa Francisco. A coordenadora de pastoral da arquidiocese de Manaus, Ir. Rosana Marchetti, refletiu sobre essa realidade na Igreja do Brasil, onde “há um caminho de abertura para a sinodalidade, mas também há algumas resistências.” A religiosa lembrou a ausência de mulheres nas coordenações de pastoral das dioceses, ressaltando que a sinodalidade é ligada à vivência da comunhão e da participação. O desafio é fazer isso em todos os âmbitos e dimensões da Igreja, algo que foi incentivado pelo Concílio Vaticano II. A sinodalidade leva à corresponsabilidade missionária de todos os membros do povo de Deus, conjugando participação e autoridade. Segundo a religiosa, a sinodalidade é ser Igreja, ser sinodais significa ser fiéis ao Evangelho, encarnar-se hoje na história, viver processos e não eventos, praticar o discernimento. Para a Igreja do Brasil, a sinodalidade não é novidade, mas tem se dado um retrocesso a uma visão mais clerical, que deve levar a resgatar esse jeito de ser Igreja muito presente anos atrás. Existem diversos exemplos dessa sinodalidade: capelas e centros comunitários aonde o povo se reúne todo junto, reza, reflete, com participação de todos, lugares de celebração da Palavra, mutirões, novenas, comunidades eclesiais de base (CEBs), Movimento de Educação de Base, Campanha da Fraternidade, Encontros Intereclesiais das CEBs, pastoral de conjunto e planejamento participativo, CNBB e assembleias do episcopado, Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, CELAM e Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano e Caribenho, REPAM, CEAMA. A sinodalidade é algo presente no Magistério do Papa Francisco, que nos leva a entender que cada batizado é um “sujeito ativo da evangelização”, como nos diz Evangelii gaudium, assumindo que o Espírito fala a todo o povo de Deus. Esse processo sinodal leva a dar passos: consulta, escuta dos pastores e dos fiéis, fazer com que o povo fale. Nesse sentido, a Ir. Rosana disse que “não se tem paciência de escuta”, vendo a sinodalidade como “um processo dinâmico, mas lento, que faz com que todo o povo se sinta Igreja”. Segundo a religiosa, “a riqueza da diversidade é caraterística da sinodalidade, a beleza da Igreja é incluir o diferente.” Nesse sentido, a importância de respeitar os processos, de não os atrapalhar, no caminho sinodal, uma dinâmica que não menoscaba a autoridade dos bispos. Se faz necessário viver essa experiência de sinodalidad em todos os níveis, sendo a Igreja particular o primeiro nível de realização da sinodalidade, sustentada na interação, na corresponsabilidade missionária, na participação mais direta, na interligação dos organismos, que faz da ligação com as bases um princípio decisivo da sinodalidade, que sempre vai de baixo para cima. A sinodalidade tem como protagonista o Espírito Santo, que leva ao desejo de escutá-lo nas pessoas. Na concreção dessa sinodalidade, os coordenadores e coordenadoras de pastoral foram questionados sobre os desafios para viver a sinodalidade nas igrejas locais, os frutos da vivência da sinodalidade e os passos que precisam ser dados para avançar na compreensão desse estilo de ser Igreja. Uma dificuldade que nasce do desafio de entender a identidade cristã por parte de alguns grupos. Na vida das igrejas locais do Regional Norte 1, as mulheres têm um papel fundamental, uma realidade que deve levar a uma reflexão para avançar na sinodalidade. Junto com isso a importância da formação, da descentralização, para superar uma presença eclesial limitada à celebração dos sacramentos. Tudo isso potenciando a sinodalidade como estilo de ser Igreja, vivendo a sinodalidade nas bases e incluir na formação dos futuros presbíteros esse estilo de ser Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro de coordenadores e coordenadoras de pastoral Regional Norte 1: Ser uma Igreja profundamente inserida na Amazônia

Na Igreja da Amazônia a comunhão missionária, a sinodalidade, uma dinâmica assumida há décadas, continua dando passos largos, buscando assim crescer em comunhão, solidariedade, confiança e missionariedade. Mais um exemplo disso está sendo vivenciado no encontro dos coordenadores e coordenadoras de pastoral das igrejas locais do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), que acontece em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025. “O Regional Norte 1 tem feito um grande esforço de ser uma igreja sinodal, uma igreja de comunhão, de participação”, disse o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Ele lembrou diversos exemplos disso: o seminário é único, o tribunal eclesiástico é único, a comissão de escuta no caso de abusos de crianças e adolescentes, a formação que o Regional está buscando proporcionar às prelazias e dioceses é única. Uma belíssima caminhada, ressaltou o presidente do Regional, que “já vem há muitos anos, já vem há décadas.” Com relação ao encontro de coordenadores e coordenadoras de pastoral, ele disse que “será um momento de troca de ideias, será um momento de irmos vendo o que é melhor para as nossas dioceses e prelazias, irmos nos ajudando mutuamente para que sempre mais a nossa igreja seja uma igreja missionária, profundamente inserida na Amazônia.” O cardeal Steiner lembrou que “temos feito algumas caminhadas em comum, por exemplo, o subsídio que fizemos para o tempo do Natal, que foi tão bem recebido”, uma proposta que vai ser também realizada no próximo ano na Campanha da Fraternidade. O presidente do Regional enfatizou a importância do encontro com as coordenações das pastorais sociais, que vão ajudando a dinamizar a vida das nossas igrejas particulares, que irá acontecer no final deste encontro. Nesse sentido, o cardeal insistiu em que “nós podemos crescer ainda muito mais na medida em que nós nos ajudarmos”, sublinhando a importância de crescer em “nossa identidade eclesial na região da Amazônia.” Ele agradeceu o trabalho da secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo, da articuladora das Pastorais Sociais, Ir. Rosiene Gomes, e dos coordenadores e coordenadoras de pastoral nas igrejas locais, padres, religiosas, cristão leigos e leigas, expressão de uma Igreja sinodal. O cardeal Steiner insistiu em que “a coordenação de pastoral é muito importante, não apenas para a diocese, mas para o Regional”, pedindo que no final do encontro seja elaborada uma carta aos bispos. Igualmente, ele destacou que “é das dioceses que vem essa dinâmica, não é do Regional. O Regional apenas acolhe para podermos ir ajudando as diversas igrejas particulares nas nossas prelazias e dioceses”, pedindo que no encontro “haja liberdade de podermos dizer o que nós pensamos. Isso sempre para o bem da Igreja, para o bem das nossas comunidades.” O encontro está sendo uma oportunidade para que as igrejas locais partilhem sua caminhada pastoral. Uma caminhada que em 2025 tem como elemento importante a programação do Jubileu da Esperança, junto com as diversas atividades que são realizadas nas igrejas locais.  Os coordenadores e coordenadoras partilharam as dificuldades e desafios, falta de pessoas para ajudar, para assumir o trabalho pastoral, pouco envolvimento dos padres, grandes distâncias, dificuldade para abrir e acompanhar os processos, cansaço nas lideranças, fações… Mas também os sinais de esperança, os caminhos a seguir que surgem nas assembleias de Pastoral, que estão levando a rearticular as pastorais, a ser uma igreja que aposta no laicato, na juventude, na missionariedade e na sinodalidade, em vista do avanço na evangelização, a fomentar a formação, sendo destacada a presença e acompanhamento dos bispos nas paróquias e comunidades e seu incentivo do trabalho pastoral. Sinais de esperança também presentes no Regional, com um maior investimento para fomentar a formação e os encontros e assim ajudar no avanço do trabalho pastoral.  Ao longo do encontro, os coordenadores e coordenadoras de Pastoral do Regional Norte 1 irão estudar as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da CNBB, que serão aprovadas na 62ª Assembleia Geral da CNBB, a ser realizada no final de abril e início de maio em Aparecida. Igualmente, no encontro será abordado o Diretório das Pastorais e organismos do Regional Norte 1. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “A bem-aventurança como caminho, como um caminhar juntos!”

No 6º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia dizendo que “Jesus desce da montanha e se encontra com a multidão na planície! Monte, subida, encontro; montanha lugar da fonte, pois lugar do encontro. Encontro com o Pai. Jesus após ter desfrutado do convívio com o Pai, no alto da montanha, sente-se impelido diante da multidão que o procura a anunciar a bem-aventurança. A bem-aventurança como caminho, como um caminhar juntos! Ele veio ao mundo para transmitir a todos que todos são bem-amados, todos são o bem querer do Pai e, por isso, bem-aventurados.” “O Evangelho a nos propor quatro bem-aventuranças e quatro ‘ais’. Bem-aventurados os pobres, bem-aventurados os que tem fome, bem-aventurados os que choram, bem-aventurados quando odiados e perseguidos. Ai de vós ricos, ai de vós os fartos, ai de vós sorridentes, ai de vós elogiados”, lembrou o arcebispo, que questionou: “o que Jesus está a nos ensinar com os ‘ais’ e com as bem-aventuranças?” O cardeal Steiner recordou que “bem-aventurados é a tradução da palavra hebraica ashrei, mas que poderia ser traduzido por a caminho, permanecer a caminho, perseverar no caminhar. No caminhar, no perseverar ser transformados, fazer a aventura da pobreza, da fome, do sofrer-chorar, do ódio da perseguição; ser bem-aventurados. É um movimento da existência humana, o caminhar na fé. Em caminhar, o estar a caminho, seria um horizonte, pois estamos caminhando, atravessando o vale da existência. Jamais parar, retroceder. A caminho os humilhados, a caminho os famintos, a caminho quando odiados, exilados, difamados. Na pobreza, na humilhação, na fome, na dor, no lamento, no choro, no desprezo, diante do sofrimento, caminhar; no quase parar, dar mais um passo. Em todos os momentos guiados, iluminados pela esperança que o ensinamento de Jesus concede. Sim, pois a esperança não decepciona.” Segundo o arcebispo de Manaus, “quando tivermos percorrido todos os caminhos, quando tivermos perseverado em todas as labutas, quando tivermos ultrapassado os desânimos, somos bem-aventurados. Ser bem-aventurado, não está no começo do caminho, mas nos tornamos bem-aventurados, nos per-fizemos bem-aventurados, ao permanecermos com Jesus. Como se tivéssemos percorrido as Veredas do Grande Sertão da vida. Veredas existem porque percorridas, trilhadas, mesmo que seja o Liso Sussarão. Percorrido, temperado, provado, purificado e até vingado, é o trilhador per-feito, per-fazido. Talvez, o dizer de Jesus no evangelho proclamado, o percorrer a planície com suas intemperanças, desilusões, mas permanecendo fiel no caminhar de Jesus. somos, então transformados, como que purificados, somos todos bem-aventurados, pois permanecemos a caminho, caminhando, de cabeça voltada para o horizonte atraente da vida com Jesus. Não nos deixamos tomar pelo desânimo, pela desagregação; não sabemos o fim, não entendemos o sofrer, não vislumbramos o fim, mas caminhamos.” Então, disse o cardeal, “Bem-aventurado poderia significar aquele que, além de entrar bem numa aventura, vai dando tudo de si, a fim de percorrer de modo correto, do começo ao fim. Só então se tornará bem-aventurado, realizado, satisfeito, não tanto por ter alcançado seu objetivo, mas por ter tido a graça de perseverar, de viver com ela, até o fim. Como no caminhar e marchar foi sendo transformado enquanto a caminho que a graça possibilitou.” Inspirado em Fernandes e Frassini, comentou: “em marcha os pobres, os humilhados! Os pobres de espírito são os humilhados do sopro. Humilhados, aqueles que na consciência pacificada de sua miséria e de seu nada herdam a mais eminente das graças divinas, o sopro sagrado, o Espírito Santo, o sopro de Deus. Os pobres no espírito, os pobres no sopro, ‘os humilhados do sopro’. Os pobres são os ‘humilhados’, mais precisamente, os ‘humildes’: aqueles cuja humildade haure o seu vigor do Sopro Sagrado, do hálito ou alento do Senhor. Entendamos os ‘humilhados’ a partir de ‘humildes’ e ‘humildes’ a partir do ‘Sopro’ do Senhor.” “Estes humildes e estes humilhados são as vítimas dos impérios do mal. Eles são vocacionados para herdar o sopro sagrado, o que faz deles membros da comunhão escatológica anunciadora e obreira, do mundo vindouro. Esta comunidade avança pela estrada da felicidade ou da infidelidade, a ideia essencial é de uma marcha avante e não de uma felicidade adquirida antecipadamente”, ressaltou. “Jesus não teria a crueldade de declarar felizes a multidão de deserdados, de opositores condenados pelas legiões romanas, por qualquer coisa que dissessem, ao suplício da cruz ou, na melhor das hipóteses, à escravidão nas galés ou nos bordéis do império. Não chamaria de felizes os homens enviados às torturas, aos massacres, genocídios, à marginalidade da sociedade. Jesus, a exemplo do salmista, convida aos homens e as mulheres da planície, daqueles que caminham em meio às tribulações e dores a se colocarem a caminho, a caminhar, a dar passos na direção do Reino de Deus, a esperança e abre a porta, introduzindo na exigência e na dinâmica da salvação, da transfiguração. Sim, porque falar de bem-aventuranças ou de felicidade na hora da partida equivale a se condenar à inação, a nunca se pôr a caminho do objetivo desejado, o Reino de Deus”, disse o cardeal inspirado em André Chouraqui. Segundo ele, “é como se Lucas estivesse a nos dizer, em marcha, a caminho, e experimentareis o quanto sois amados e desejados por Deus. Não foi na cruz que o Pai mostrou a Jesus quanto o amava. Mais; foi no alto da cruz que Jesus confessou o quanto amava o Pai.” “Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Na verdade, em marcha, os famintos de agora! Sim, sereis saciados! A confiscação constante dos romanos havia criado um estado de miséria em fome na grande maioria do povo. A situação era de quase fome absoluta. E Jesus a dizer em marcha, os famintos de agora! Sim, sereis saciados! Como andar, caminhar, esperançar na fome? E entrevemos no ensinar de Jesus a suscitar aquela força de fome de libertação e de justiça que eram generalizadas entre os pobres. Uma fome de liberdade que era maior que o do pão”, afirmou, de novo inspirado em André Chouraqui, onde ele vê “Jesus a indicar esperança,…
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Com assessoria de Dom Giuliano Frigeni, clero da Diocese de Borba realiza retiro anual

O Bispo Emérito de Parintins, Dom Giuliano Frigeni (PIME) fez a assessoria do Retiro dos Presbíteros da Diocese de Borba. O tema desenvolvido fez apontamentos a partir da “solidão” e perspectivas da necessidade que o ser humano tem de sentir-se pleno e realizado. Na temática explicativa, ficou notório que isto só é possível, se o ser humano em plenitude, viver verdadeiramente a sua humanidade que tem a sua origem e finalidade em Deus. O Retiro iniciou no dia 10 de fevereiro do corrente ano, finalizando no dia 13 com a Santa Missa. O tema abordado na sequência, foi a “Samaritana” junto ao poço, que em seu encontro com Cristo se revela a verdadeira natureza do homem; a verdadeira natureza do ‘eu’. Na continuidade do evento, a reflexão fez alusão a São Paulo, que recomenda a Timóteo que não se pode postergar o fogo que vem de Deus, deve-se reavivar o dom do Espírito, reatiçar o carisma; (2Tm 1, 6). No decorrer da partilha reflexiva os testemunhos de fé que se concretizaram em Cristo, destaque para a compreensão de que “os conceitos criam ídolos, mas os que se maravilham com Deus conhecem!“ Assim, o clero diocesano também refletiu sobre a unidade, tomando como ponto de partida a Oração Sacerdotal de Cristo (Jo 17). “Que todos sejamos um” e veremos que a solidão não existirá mais, pois permaneceremos juntos a exemplo da união entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Neste apontamento missionário, o Bispo diocesano, Dom Zenildo Luiz e os demais presbíteros desta diocese de Borba finalizaram o encontro de partilha e aprendizagem oracional. Que Maria Mãe de Deus, padroeira desta diocese, interceda junto ao Senhor por este o clero diocesano. Pastoral da Comunicação Diocesana de Borba (PASCOM)