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Diocese de São Gabriel da Cachoeira se solidariza com seu bispo emérito, dom Edson Damian, pela Páscoa de seu pai

A diocese de São Gabriel da Cachoeira, em carta assinada pelo seu bispo, dom Raimundo Vanthuy Neto, mostrou sua solidariedade ao bispo emérito, dom Edson Damian, diante do falecimento de seu pai, o Sr. Jerônimo Damian, acontecido neste 19 de julho, aos 102 anos, em Jaguari (RS). Segundo dom Vanthuy, “A Páscoa do Sr. Jerônimo, é acolhida por nós como desígnio de Deus no mistério de seu amor”, lembrando que “Não nascemos para morrer, mas morremos para ressuscitar”. O bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira disse que “O Sr. Jerônimo entra na história dos homens bons que o Senhor concedeu na sua graça por longos dias e lhe mostrou a sua salvação”. Ao bispo emérito e seus familiares, em nome da diocese de São Gabriel da Cachoeira, lhes envia seu “abraço de comunhão e prece”. O texto da carta afirma que “com as lágrimas e mergulhados no mistério da morte, nós queremos como povo do rio Negro, 0velhas da parte do rebanho do Senhor, que cuidastes nestes últimos 16 anos como bispo e pastor, ficar perto do senhor nesta noite de vigília e amanhã no sepultamento”. Igualmente querem se “associar ao canto de gratidão ao Deus da vida pelo dom do bem viver de seu pai, senhor Jerônimo; sabemos que ecoa em vossos corações tais cantar de gratidão”. As comunidades da diocese irão celebrar neste final de semana “a memória pascal do nosso amado e mestre Nosso Senhor Jesus Cristo, trazendo-o muito perto dom Edson, familiares… e na comunhão dos discípulos do ressuscitado oferecermos a Deus nossa prece e sufrágio pelo Sr. Jerônimo, seu bom Papai”. Finalmente, dom Vanthuy envia o abraço da Igreja do Rio Negro, dizendo que “rezaremos por ti e os seus”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Luiz Soares Vieira: Como bispo na Amazônia, “a missão mudou a minha cabeça”

40 anos de bispo, “bastante tempo”, diz dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus, a arquidiocese que pastoreou por 21 anos. Um tempo desafiador, numa cidade aonde cada ano chegavam 40 mil pessoas, mas que a Igreja de Manaus enfrentou com um trabalho comum dos leigos, diáconos, padres e da Vida Religiosa. Padre na diocese de Apucarana, no Paraná, aonde voltou quando ficou emérito, foi bispo na Amazônia, uma missão que mudou bastante sua vida, se empenhando em viver seu lema episcopal: Servir e não ser servido. Ele diz ter aprendido muitos nesses 40 anos de ministério episcopal, promovendo a corresponsabilidade. Um tempo em que partilhou o caminho com bispos que se tornaram “figuras que estão na história”, especialmente nos primeiros anos de bispo, “bispos muito proféticos”. 40 anos de episcopado, muito tempo, né? Bastante tempo, 40 anos de caminhada. Eu estou com 87, quando eu fiquei bispo tinha 47 anos. Fui nomeado bispo no dia do meu aniversário, no dia 2 de maio, como bispo de Macapá. Eu fiquei sete anos e meio lá, foram anos bonitos, muitas comunidades, no interior, ao longo dos rios, nas estradas. Em 1991, o Santo Padre me nomeou para Manaus, e no dia 19 de janeiro de 1992 eu tomei posse. No dia seguinte, era a festa de São Sebastião, foi meu primeiro contato com o povo de Manaus. Foi um tempo bonito mesmo, foram 21 anos. No começo era muito desafiador a situação aqui. Manaus começou a crescer de repente, foi um inchaço da cidade, entravam mais de 40 mil pessoas por ano, vindo do interior, do Pará e do Nordeste. Foi uma época complicada, porque a Igreja não tinha condições. Mas eu encontrei uma grande coisa aqui, dom Clovis, com um grupo de padres, ele fez um projeto de evangelização das periferias envolvendo das paróquias, surgindo as regiões missionárias. Na zona Norte, onde está mais da metade da população hoje, era tudo invasão, o pessoal ia ocupando. Tínhamos uma Irmã Adoradora, a Ir. Helena, que ela foi fabulosa, ela organizou o pessoal, fazia ocupações muito bonitas. Nós fomos enfrentando a situação, os leigos, graças a Deus, padres, os diáconos também Nós recebemos apoio de outras dioceses do Brasil e também as congregações religiosas femininas, erão muitas religiosas. Em 2012, eu estava completando 75 anos, eu apresentei minha renúncia, e logo veio a nomeação de dom Sérgio Castriani. Fiquei muito feliz, porque realmente era o homem mais indicado naquela época para ser arcebispo de Manaus. Eu não quis ficar aqui em Manaus, porque havia muito tempo que eu era arcebispo, 21 anos, e voltei para a diocese onde eu era padre, diocese de Apucarana, no Paraná, e lá eu estou. Fiquei um tempo na catedral, ajudando, e depois fui para uma paróquia do interior com outro padre, e estou lá, vai fazer 10 anos nessa paróquia. Eu só tenho a agradecer a Deus esse tempo. No domingo, nosso cardeal, dom Leonardo, ele promoveu a missa para lembrar meus 40 anos de episcopado, fiquei muito feliz de reencontrar aos padres, os dois bispos auxiliares, fui eu que ordenei presbíteros, e muitos conhecidos, muitos amigos. Tudo isso ajuda a gente a se alegrar e a agradecer a Deus por tudo o que Ele realizou. O senhor era padre no Paraná e foi bispo na Amazônia, o que mudou em sua vida o episcopado e a Amazônia? Mudou bastante, a missão muda a gente. Eu quando fui para Macapá, o Brasil é muito diferente, cultura, os costumes, a visão da vida. Para mim foi uma benção, eu mudei muito, a missão mudou a minha cabeça. Aí comecei a perceber aquilo que muitas vezes aquilo que mereceu minha atenção, não era mais importante, fui descobrindo o que era realmente essencial e importante na vida cristã, na vida da Igreja, e principalmente na vida de bispo. Quando fui nomeado, eu pensei, o que é que eu vou fazer? Lembrei de Jesus que diz que ele veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos. E falei, olha, é isso que eu vou fazer, como Jesus quis e que todo cristão deve fazer. Então, meu lema de bispo é justamente isso: Servir e não ser servido. Isso tem me orientado a vida afora, eu agradeço muito a Deus ter vindo para cá, primeiramente Macapá, depois esse desafio de Manaus, gostei da missão, ela mudou minha vida. Se pudesse voltar 40 anos atrás, o que o senhor não faria de tudo o que fez como bispo? A gente fez muita bobagem, até a gente ser trabalhado pelo Espírito Santo. As vezes a gente não tomava as medidas que devia tomar, mais passado é passado, tudo faz parte da vida, o acerto e desacerto, e aprendi muito, mesmo com os erros do passado. De tudo o que o senhor fez nos 40 anos de bispo, o que pensa que foi mais importante, o que não deixaria de fazer? Naquela época em que fiquei bispo, se falava muito de a gente fazer um panejamento participativo, chamar à participação nas linhas de pastoral, no que se deveria realizar. A gente falava muito da corresponsabilidade, da gente envolver realmente. Já em Macapá, eu parti para isto, e quando vim para Manaus, vi a necessidade de continuar o trabalho dos bispos anteriores, principalmente esse trabalho de evangelização das periferias, que era um projeto de dom Clovis Frainer. Aí, eu comecei a envolver nossa pastoral com esse planejamento participativo, que hoje é sinodal, que é outro termo. Nas nossas assembleias, que a gente realizava de dois em dois anos, levava um ano, a gente consultava as bases, nas comunidades, nas paróquias, chagava até nossa coordenação pastoral, a gente fazia tabulação, mandava de volta, novamente discutiam nas bases, aí vinha para nós, redigia, e mandava novamente para as bases. Aí a assembleia era mais celebrativa, porque a assembleia já tinha sido realizada, nesse processo de fazer todo mundo participar, a maior parte do pessoal participava. Isso foi muito bom,…
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Encontro Nacional de Atualização para Formadores conta com participação de representantes do Regional Norte1

Está sendo realizado em Belo Horizonte (MG), de 15 a 19 de julho, o Encontro Nacional de Atualização para Formadores, promovido pela Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB Nacional), vinculada à Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (Cmovic) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Com o tema “Formação presbiteral: uma perspectiva sinodal-missionária”, busca oferecer um momento de estudo, partilha de experiências e vivência sinodal como formadores dos futuros presbíteros. Do encontro participam o reitor e vice-reitor do Seminário São José de Manaus, padre Pedro Cavalcante e padre Alcimar Araújo, e o reitor do Seminário Propedêutico da diocese de Borba, padre Rodrigo Bruce. Um encontro que o padre Alcimar Araújo considera “muito importante para nós porque estamos iniciando nosso trabalho no Seminário São José e em certa forma estamos ainda engatinhando nessa tarefa tão importante na formação dos padres para Manaus e para a Amazônia”.  O encontro conta com a assessoria do arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva, “que retomou o Documento 110 da CNBB, que, ainda não o conhecemos profundamente”, lembrou o vice-reitor do Seminário São José. Foi dado muita ênfase à missão, pois “em verdade, a formação tem que estar sempre em chave missionária”, o que segundo o padre Alcimar, “é muito importante para justamente, a gente ajudar os seminaristas a entenderem que são missão, e estão em nome da Igreja, em nome de Cristo, e devem continuar a evangelização, devem continuar o projeto de Jesus. Isso nos ajuda a ter um norte, mas também percebemos a nossa fragilidade e que precisamos continuar estudando e conhecendo bem aquilo que a Igreja do Brasil oferece como diretrizes para a formação dos nossos seminaristas”. Igualmente, ele destaca os momentos de troca de experiências, que ajudam a melhorar o que é feito, em vista de “um horizonte cada vez mais missionário e profético para a formação do Seminário”, destacou o padre Alcimar. Ele colocou as redes sociais como uma dificuldade, pela “ligação dos seminaristas com as redes sociais, e através delas muitas vezes também tem os formadores paralelos, que falam coisas diferentes daquilo que as Diretrizes da Igreja do Brasil apresentam para o Seminário, uma preocupação que apareceu em todos os grupos”. Igualmente, foi falado sobre “os formadores paralelos do próprio clero, que muitas vezes enchem a cabeça e o coração dos seminaristas com outras ideias que quebram a comunhão formativa”. Ao longo do encontro foi abordada a dimensão profética, a dimensão da Doutrina Social da Igreja, a necessidade de voltar às bases, botar o pé no chão, de ter uma Igreja missionária e profética, o que o vice-reitor do Seminário de Manaus considera fundamental. Isso, “porque há uma centralidade nas rendas, nos panos, na liturgia, enquanto aquilo que se apresenta como uma característica da beleza, mas não da beleza do Mistério, não da beleza do celebrado, mas a centralidade no padre, o clericalismo”. Igualmente foi refletido sobre o trato que os padres têm com os leigos e leigas, o que provoca muitas reclamações nas dioceses, fazendo um chamado para a “consciência dos formadores de que é preciso trabalhar isso na formação dos seminaristas”. O padre Alcimar disse ter sido muito importante, “porque nós não fomos devidamente preparados para assumir o seminário. Levou-se em conta a nossa experiência, a nossa caminhada, mas é necessário ter um maior conhecimento das Diretrizes, das experiências existentes”. Diante disso, ele insistiu em que “isso me desafio a conhecer mais, a me aprofundar mais, a me dedicar mais ao Seminário para que eu possa responder esses desafios como formador dos teólogos, que apareceram neste encontro”. Um encontro que ele considera “muito bom e útil, me ajudou e me desafiou para continuar esse caminho”. “A experiência ganhada aqui, ouvindo o relato de outros formadores me ajuda a compreender melhor os meus formandos”, disse o reitor do Seminário Propedêutico da diocese de Borba, padre Rodrigo Bruce. “Temos que que ser mais próximos deles, estar mais próximos deles, e assim encaminhá-los cada vez mais nesse caminho de discernimento até o sacerdócio”, enfatizou. “A experiência tem sido incrível, a gente tem escutado relatos de outros reitores, que nos ajudam muito e nos confortam, ao ponto de nos dizer, você não está só, estamos com você nessa luta, nessa labuta de trabalho. O encontro tem sido esse gerador de conhecimento, principalmente para mim que sou padre recente e acabei de assumir o Seminário Propedêutico na diocese de Borba”. Ele vê encontro como “uma experiência de uma profundidade muito grande que com certeza vai me ajudar, não só no Seminário, mas também lidar com o povo de Deus e assim ser esse exemplo para nossos seminaristas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de São Gabriel da Cachoeira se solidariza com seu bispo emérito, dom Edson Damian, pela Páscoa de seu pai

A diocese de São Gabriel da Cachoeira, em carta assinada pelo seu bispo, dom Raimundo Vanthuy Neto, mostrou sua solidariedade ao bispo emérito, dom Edson Damian, diante do falecimento de seu pai, o Sr. Jerônimo Damian, acontecido neste 19 de julho, aos 102 anos, em Jaguari (RS). Segundo dom Vanthuy, “A Páscoa do Sr. Jerônimo, é acolhida por nós como desígnio de Deus no mistério de seu amor”, lembrando que “Não nascemos para morrer, mas morremos para ressuscitar”. O bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira disse que “O Sr. Jerônimo entra na história dos homens bons que o Senhor concedeu na sua graça por longos dias e lhe mostrou a sua salvação”. Ao bispo emérito e seus familiares, em nome da diocese de São Gabriel da Cachoeira, lhes envia seu “abraço de comunhão e prece”. O texto da carta afirma que “com as lágrimas e mergulhados no mistério da morte, nós queremos como povo do rio Negro, 0velhas da parte do rebanho do Senhor, que cuidastes nestes últimos 16 anos como bispo e pastor, ficar perto do senhor nesta noite de vigília e amanhã no sepultamento”. Igualmente querem se “associar ao canto de gratidão ao Deus da vida pelo dom do bem viver de seu pai, senhor Jerônimo; sabemos que ecoa em vossos corações tais cantar de gratidão”. As comunidades da diocese irão celebrar neste final de semana “a memória pascal do nosso amado e mestre Nosso Senhor Jesus Cristo, trazendo-o muito perto dom Edson, familiares… e na comunhão dos discípulos do ressuscitado oferecermos a Deus nossa prece e sufrágio pelo Sr. Jerônimo, seu bom Papai”. Finalmente, dom Vanthuy envia o abraço da Igreja do Rio Negro, dizendo que “rezaremos por ti e os seus”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Moises Sbardelotto: “Não tem como se pensar uma Igreja sinodal se levar em conta a cultura digital”

Ao longo da história, os processos evangelizadores foram mudando, e hoje eles estão cada vez mais influenciados pelo mundo digital, sendo a cultura digital um elemento que determina os processos evangelizadores. Diante dessa realidade, Moisés Sbardelotto acha que, “ao longo da história, o desafio sempre foi esse, estabelecer o diálogo entre fé e cultura”. Nesse ponto recorda que o Papa Paulo VI dizia que o problema se dá justamente na ruptura atual entre fé e cultura. Uma cultura digitalizada “Hoje também, com a cultura digital, mudam as linguagens, mudam os métodos, mudam os ambientes também de relação, a ponto de o Papa Francisco falar de uma cultura amplamente digitalizada. Ele diz que isso tem efeitos sobre a própria identidade e a relação que as pessoas estabelecem”, afirma Sbardelotto. Segundo o investigador, “nos últimos 30 anos, desde que a internet se disseminou na sociedade em geral, praticamente tudo o que nós fazemos mudou de alguma forma, no campo da política, da saúde, da educação. E é claro que isso vai afetar também a prática religiosa e, neste caso, também o processo de evangelização nas igrejas cristãs”. O desafio, segundo Sbardelotto, está em “tentar entender essas transformações, principalmente tentar entender essa cultura, que traz toda essa mudança, que é muito rápida, muito intensa”. Ele afirma que, “pensando na relação entre a história da Igreja, de milênios, e esta transformação digital que se dá em poucos anos, a gente tem aí um choque cultural muito forte”. Isso faz com que “a Igreja, de um ponto de vista mais institucional, demore a responder a essa nova realidade, mas é fundamental ao menos entender essa nova cultura, porque senão essa divisão entre a fé e a cultura vai aumentar cada vez mais”. Aproximação da Igreja com os ambientes digitais Sbardelotto reconhece que “a Igreja, pelo menos, vem dando passos, conscientes, reflexivos, com muita cautela, mas ao mesmo tempo com muita coragem, no sentido de fazer essa aproximação com os ambientes digitais. A tal ponto que agora, no debate que está se dando em torno ao Sínodo da Sinodalidade, esse é um dos temas centrais, votado inclusive pela Assembleia Sinodal como um foco necessário para a reflexão”. Ele lembra que “já no Relatório de Síntese a cultura digital aparece como algo positivo, como uma dimensão crucial, segundo o Relatório, para a missão da Igreja hoje. Não tem como se pensar uma Igreja sinodal se levar em conta a cultura digital, mas, ao mesmo tempo, surgem algumas problemáticas que essa cultura traz para a própria noção de evangelização”. O professor da PUC Minas define essa cultura como “muito mais efêmera, individualista, em que os vínculos também são muito mais fracos”. Segundo ele, “a noção de autoridade e de comunidade vão entrando em xeque também, e isso vai afetar, é claro, a evangelização”. Escuta, diálogo, para uma Igreja comunidade de comunidades Essa individualidade, essa efemeridade, entra em debate com a sinodalidade e uma Igreja de processos, que fala o Papa Francisco. Isso é considerado por Sbardelotto como um grande desafio, dizendo que o modo como o Sínodo está acontecendo “tem um nível comunicativo, comunicacional, que é chave em tudo isso”. Ele se refere à importância da escuta destacada pelo Papa Francisco, e o método proposto da conversa no Espírito, vendo que “a escuta, o diálogo, a conversa, são processos fundamentais para que a gente possa ser uma Igreja que seja efetivamente seja comunidade de comunidades, e não só de núcleos isolados, que quase já não dialogam mais, e esse é um risco”, afirmando que isso está na Igreja em geral e no Brasil, algo que surge “por questões políticas, por questões até culturais, questões que vão entrando na pauta pública, e o catolicismo vai se pulverizando também. E a gente vai percebendo catolicismos, no plural, que não conseguem entrar mais em diálogo”. Atitudes que Sbardelotto considera “um problema grave, um contratestemunho contra a vocação da Igreja que é ser una, como Jesus mesmo reza na Oração Sacerdotal”. Ele pensa que “tem questões que são cruciais hoje para se pensar a sinodalidade, e a comunicação entra aí, com a importância de pensá-la para além da questão midiática. É a comunicação como processo mesmo, que é fundamental para a relação entre os fiéis, as comunidades e também para poder estabelecer o diálogo com o mundo”. O professor insiste em que, “sem essa comunicação, sem a Igreja se voltar, refletir e entender esses processos de comunicação, a ideia de sinodalidade fica muito frágil, muito aérea”. Voltar às fontes Nessa dinâmica da cultura digital, onde os jovens estão muito mais envolvidos, nos deparamos com o medo da Igreja de dialogar com aquele que é diferente, com a diversidade, um medo que não tem o Papa Francisco, e que demanda que a Igreja perca o medo de dialogar de igual para igual com os jovens, com quem pensa diferente, com aqueles que estão afastados da Igreja, com quem não tem religião ou é de outras religiões. Diante dessa realidade, Sbardelotto pensa na necessidade de “voltar às fontes, voltar à pessoa de Jesus. Não tem como pensar essa abertura à diversidade sem levar em conta a própria missão da Igreja, o modo como ela foi chamada a se constituir na pessoa de Jesus, o modo como ele agia com as pessoas”. Sbardelotto considera que “o problema hoje é que a Igreja, por todo o processo histórico que ela tem, o longo período histórico de vida que ela tem, vai trazendo consigo também certas cristalizações, enrijecimentos, em seus métodos, em suas linguagens”. Segundo ele, “a Igreja, de uma experiência de fé com a pessoa de Jesus, acabou se convertendo muito mais numa instituição religiosa. E uma instituição religiosa que vai tentar sempre defender os seus próprios interesses, seus próprios processos, vai precisar se resguardar para manter uma certa identidade clara, tudo isso que vai acontecendo ao longo da história”. Dialogar com as diferenças “Isso vai impedindo a Igreja de poder dialogar com as várias diferenças, por se basear em certos pressupostos, que vão impedir…
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Comunicar e ser compreendidos

Comunicar-se com os outros só é possível quando a gente é compreendido, ainda mais numa sociedade em que poucas vezes o que o outro diz interessa, em que ninguém faz grandes esforços para compreender aquilo que outro quer comunicar. Isso demanda um esforço por aprimorar nossa comunicação e fazer mais compreensível aquilo que estamos transmitindo. O outro dia escutei alguém dizer que “não basta pregar, precisamos ser compreendidos”. Ele questionava como evangelizamos, as linguagens, os modos, ainda mais na sociedade atual, midiatizada pela cultura digital. Foi uma frase que está dando voltas na minha cabeça e que me leva a refletir sobre os passos que devo dar, mas também sobre os passos que devem ser dados na Igreja. No mundo virtual, o controle do outro não existe, ninguém pode ser amarrado, ninguém fica preso. Isso faz com que as pessoas tenham que ser cativadas de um outro modo. A atenção das pessoas nunca poderá ser forçada, se faz necessário encontrar o modo de captar a atenção do outro. Daí a necessidade de melhorar nossa comunicação para que os outros sintam interesse por aquilo que estamos oferecendo. Até que ponto nos preocupamos com nosso modo de comunicar? Sentimos a necessidade de aprimorar nossos processos comunicativos em vista de ser compreendidos por nossos interlocutores? Ser compreendidos se torna uma necessidade ou continuamos pensando que quando o outro não nos entende é culpa dele e nada tem a ver com nosso jeito de fazer as coisas? Diante desses questionamentos somos desafiados a pensar em modos de evangelizar que levem os outros a nos compreender. Devemos pensar nas novas gerações, nos nativos digitais, com um modo de entender a realidade diferente daquele que tem as gerações adultas. Nada diferente daquilo que a Igreja católica fez desde seu nascimento, buscando inculturar uma mensagem que tem percorrido a história da humanidade nos últimos dois mil anos. Para sermos compreendidos nada melhor que usar uma linguagem ao alcance de todos. Um exemplo disso o encontramos no próprio Jesus, entendido por aqueles que caminhavam com Ele, e que usava em sua pregação exemplos que faziam parte da vida do povo. O desafio é falar do Deus que é Mistério na simplicidade de uma linguagem por todos entendida. Será que a gente quer? Será que a gente consegue?   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Secretárias e secretários executivos dos Regionais se encontram em Fortaleza para partilhar experiências entre regionais e a CNBB

As secretárias e secretários executivos dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão reunidos em Fortaleza (CE), sede do Regional Nordeste1, de 15 a 19 de julho. No encontro participa a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que lembra que o encontro dos secretários e secretárias acontece anualmente no mês de julho. Este encontro, segundo a secretária executiva do Regional Norte1, “tem como objetivo a partilha das experiências, aquilo que é marcante entre os regionais, bem como também a partilha da CNBB Nacional”, lembrando que no primeiro dia esteve presente o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, “que conversou com a gente alguns elementos importantes da caminhada da CNBB, bem como uma breve avaliação da Assembleia Geral da CNBB. Também escutou os secretários naquilo que se refere à caminhada dos regionais, aquilo que podemos dar como sugestão, ou também algumas questões que possam melhorar essa caminhada”. Igualmente, participa de todo o encontro o subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, padre Jânison de Sá. A religiosa destaca sua contribuição “nesse processo de escuta e de caminhada dos secretários e secretárias em nível nacional a partir de cada regional”. A Ir. Rose Bertoldo faz um agradecimento especial ao secretário executivo do Regional Nordeste1, padre Francisco Alves Magalhães, que organizou e conduziu o encontro, e ao Regional Nordeste1, por toda a organização que o Nordeste1 fez para acolher todos os secretários e secretárias. Igualmente ressalta a peregrinação a Canindé, para vivenciar, aprofundar essa dimensão da religiosidade popular do povo do Nordeste. A religiosa disse ser “muito significativo estar esses dias em Fortaleza, porque eu também faço memória de toda minha história neste chão nordestino por mais de 19 anos. E também renova em mim essa esperança de continuar firme na missão, junto aos mais pobres, nessa região do Norte, mas também do Nordeste do Brasil”. Finalmente, a religiosa destaca “essa integração entre os secretários e secretárias, a convivência, os momentos de estudo, e os momentos também prazerosos de lazer e de confraternização que o Regional Nordeste1 nos proporcionou durante estes dias”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Fotos: Alex Ferreira – Regional Nordeste1

40 anos de episcopado de dom Luiz Soares: Um serviço ao povo de Deus

A catedral de Manaus acolheu neste domingo 14 de julho a celebração para agradecer a Deus os 40 anos de ministério episcopal de dom Luiz Soares Vieira, por mais de 21 anos arcebispo de Manaus, segundo lembrou o cardeal Leonardo Steiner. O arcebispo de Manaus agradeceu dom Luiz por ter vindo em Manaus celebrar os 40 anos de episcopado, um arcebispado que “marcou as nossas comunidades”, destacou o cardeal Steiner. O homenageado mostrou sua gratidão e disse estar muito feliz. Ele iniciou sua homilia lembrando que quando uma pessoa vai envelhecendo, ele está com 87 anos, vai virando criança. Ele contou uma história em que fez referência à encarnação do Filho de Deus, enfatizando que Jesus “foi realizando aquele projeto, anunciando o Reino de Deus, a família de Deus, aquele mundo bonito em que todos se baseassem no amor, na verdade, na justiça”. Para continuar esse projeto, se referindo à passagem da Carta aos Efésios lido na segunda leitura, “por Jesus, ele nos escolheu para nós sermos filhos, filhas de Deus, santos”. Para continuar sua missão, “Jesus escolhe 12 e vai preparando os 12 para continuar a anunciar isso que o mundo está precisando realmente”, disse dom Luiz. Ele lembrou que os discípulos saem para uma experiência missionária, afirmando que a missão mesmo foi depois que Jesus ressuscitou e mandou que todos anunciassem isso pelo mundo. Segundo o arcebispo emérito, “essa missão não é muito fácil, porque há outras propostas do mundo, que encantam e levam a nada”. Na primeira leitura, ele destacou a missão difícil do profeta Amós, um lavrador, a quem Deus envia para advertir à Corte do Rei que se continuarem assim vão terminar mal. Diante disso, o sacerdote manda embora Amós, o que levou o homenageado a lembrar da missão que cada um tem, diante das guerras, da insatisfação, do povo dividido, mostrando diante disso a importância da família de Deus, fazendo um chamado a querer a felicidade do outro. Reconhecendo a existência de muitas carências, ele disse que “a carência maior é de amor, as pessoas não se sentem amadas, e quem não é amado, não ama”, fazendo um chamado a anunciar, a levar para frente essa proposta de Deus. Dom Luiz Soares Vieira lembrou que 64 anos atrás foi ordenado padre, com 22 anos de idade, sendo chamado com 47 anos ao episcopado na diocese de Macapá, momento em que ele se perguntou o que iria fazer, respondendo que isso era um serviço ao povo de Deus, o que lhe levou a escolher como lema: “Servir e não ser servido, insistindo em não servir-se da Igreja. Ele disse ter passado 21 anos em Manaus muito bons mesmo, dizendo ter muitas saudades daquele tempo. Como emérito ele disse ter rezado muito pelo povo de Manaus, “para que vocês vivam aquele projeto de Deus”, viver a família de Deus, chamando na Amazônia a se perguntar “como vamos conservar a nossa casa que está sendo depredada”. Ele disse que sua vida mudou vindo para Macapá, enfatizando a riqueza do povo, da região, e sua chegada em Manaus numa época de grande crescimento populacional da cidade, lembrando a falta de forças da arquidiocese para acompanhar. Diante disso destacou o trabalho dos padres, religiosos, religiosas, a generosidade de algumas paróquias que fundaram áreas missionárias para levar para frente, com leigos que fundavam comunidades, com o que ele disse ter aprendido. Do aprendido em Manaus destacou que “há coisas que são muito importantes, há coisas que são menos importantes e há coisas que são essenciais”. Junto com isso, ele disse ter aprendido “a hospitalidade, como vocês sabem receber as pessoas”, algo que ele disse ter marcado sua vida. Dom Luiz Soares agradeceu os bispos, os padres, a Vida Religiosa, o laicato, pelo bem que fizeram em sua vida, pedindo que o povo “seja esse projeto de Jesus de serem todos irmãos e irmãs de Jesus, filhos do Pai Eterno, animados pelo Espírito Santo, e vivendo esse caminho de Jesus”. No final da celebração o arcebispo emérito recebeu as homenagens de representantes do laicato, da Vida Religiosa, do clero, o que foi agradecido por dom Luiz Soares Vieira, que mais uma vez mostrou sua felicidade pela comemoração dos 40 anos de ministério episcopal. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

No 8º Encontro Nacional da PASCOM Brasil é lançado o 14º Muticom em Manaus

O 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil), que de 12 a 14 de julho reuniu em Aparecida (SP), pasconeiros e pasconeiras de todo o país, foi encerrado neste domingo. A celebração eucarística deu início aos trabalhos do último dia, uma celebração presidida pelo bispo de Campo Limpo e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Valdir José de Castro. No final da celebração, Marcus Tullius, coordenador da Pascom Brasil, passou seu cargo para Janaina Gonçalves, que até o momento era vice coordenadora. Os participantes refletiram sobre o tema “Artesão da comunhão: a comunicação eclesial num ambiente polarizado”, com a assessoria da Ir. Joana Puntel. Segundo a religiosa paulina, “a comunhão que partilhamos encontra as suas raízes mais profundas no amor da Trindade”. A religiosa ressaltou que “comunhão é o encontro e a interação entre as mulheres e os homens que formam o povo de Deus”, fazendo um chamado para que o agente pastoral da comunicação busque viver em comunhão. A religiosa enfatizou que a polarização religiosa coloca em jogo uma ruptura do modelo eclesiológico. Ela advertiu contra os fundamentalismos que são criados, advertindo que as Fake News estão presentes nas práticas dos influenciadores digitais católicos. Daí ela chamou a ser artesão, aquele que lida com a arte de construir comunhão, pedindo uma formação mais alargada, compromissada. Isso porque é o momento da profecia, com a que Deus deu força ao povo ao longo da história, lembrou a Ir. Joana Puntel, que desafiou a viver a profecia no mundo de hoje. Quase no final do encontro, a Arquidiocese de Manaus revelou a identidade visual do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), sendo abertas as inscrições. O evento está marcado para 25 a 28 de setembro de 2025, em Manaus, com o tema “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade“.  A 14ª Edição será realizada na Arquidiocese de Manaus e já conta, nessa fase inicial, com o apoio da Pascom Brasil, Signis Brasil e a Rede Amazônica de Televisão. Segundo a Comissão para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “o Muticom é um evento que reúne agentes de pastoral, profissionais, estudantes e entusiastas da comunicação de todo o Brasil. Ele é um espaço privilegiado para a troca de experiências, aprendizado e reflexão sobre os desafios e as oportunidades no campo da comunicação social”. Igualmente, lembra que “durante o mutirão, são realizados palestras, oficinas, painéis de debate e apresentações de trabalhos acadêmicos, experiências de comunicação popular, apresentações culturais e feiras e gastronomia local, cobrindo uma ampla gama de temas relevantes para o setor e expressões culturais”. “Um mutirão é uma prática comunitária, com um espírito baseado na solidariedade, cooperação e no senso de comunidade, onde todos contribuem com seu tempo, saberes e esforços em troca de aprendizados comuns. É uma forma de fortalecer os laços comunicacionais e promover a interdependência entre os participantes. Com isso, o Mutirão Brasileiro de Comunicação promove a integração entre diferentes setores da comunicação”, lembram desde a Comissão. Ana Cristhina Dias Bezerra, membro da coordenação da Pascom Arquidiocesana de Manaus, apresentou a arquidiocese como “uma Igreja com rosto missionário e vocacional, que convive em meio a uma grande metrópole cercada pela mata da nossa casa comum”. A pasconeira convidou a “fazer deste 14º Muticom uma experiência única em Manaus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “O Reino de Deus não é formado por um, mas por um povo, por uma assembleia de fiéis”

Lembrando que “Jesus chama e envia os doze. Foram chamados e enviados”, iniciou o cardeal Leonardo Steiner a homilia do 15º Domingo do Tempo Comum. Segundo ele, “na raiz de todo chamado e envio está a graça do encontro. A iniciativa não é do discípulo, mas do mestre que é Jesus. Ele busca, ele chama, ele convida, ele atrai. Para ser discípulo e ser enviado ele é atraído para participar do caminho, da vida de Jesus, do Reino. Discípulo que é discípulo sente-se encontrado por Jesus e, porque encontrado o segue”. Citando o Documento de Aparecida, ele disse que encontro é “um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”, destacando no mesmo documento que um “acontecimento fundante e encontro vivificante com Cristo, manifestado como novidade de vida e de missão de todas as dimensões da existência pessoal e social. Isto requer, a partir de nossa identidade católica, uma evangelização”. Na primeira leitura, o arcebispo de Manaus ressaltou o tocante testemunho de Amós: “Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas vaqueiro e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor tomou-me de detrás do rebanho e me disse: Vai profetizar a meu povo Israel.” Nesse texto, “Amós a nos indicar que o chamado é graça, é escolha de Deus. Não importa o valor da função, o status que está a exercer, o seu preparo. O que importa é o que o chamado faz com aquele que foi atraído, com aquele que foi chamado. Deus faz de um plantador de figos e um cuidado de gado um profeta. Não é tanto o que fazia, mas o que Deus agora pede que o faça”, disse o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Algo que segundo dom Leonardo também aconteceu com os discípulos: “Pedro, Tiago, João: eram pescadores; Mateus era cobrador de impostos. Jesus que chama e aquele que se sente chamado responde. Responde na condição em que vive. E porque aceita o chamado, pode ser enviado”. Ele disse que “no chamado existe um mistério do desígnio do agrado, do bem-querer de Deus! É benevolência de Deus, pois chamado é gratuidade. E a resposta é de gratuita, alegre, cheia de gratidão. O dar-se conta de ser visto, escolhido e amado por Deus desperta a alegria suave e benfazeja; uma resposta, uma correspondência de gratuidade. Não só o chamado é do Senhor, mas também o envio. O chamado-envio é de Jesus. Ninguém se chama e se envia a si mesmo”. “A vocação e a missão nascem com o chamado. No chamado nasce o profeta e na profecia recebe as palavras necessárias para o anúncio. No chamado nasce o discípulo, no chamado nascemos todos nós que seguimos a Jesus. No chamado há um envio, um desalojar, um sair para seguir e no seguir existe um segundo sair para testemunhar, ser presença de quem chamou”, ressaltou o cardeal Steiner. Relatando o feito pelos apóstolos, ele disse que “partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram demônios, ungiram os doentes e curaram. Partiram porque enviados, enviados porque chamados. Chamados e responderam, conviveram, escutaram e entraram nos ensinamentos. Chamados, enviados, pregadores. Pregadores, porque chamados e responderam. Mas, para a pregação não basta o chamado, a resposta e o envio. No envio existe uma riqueza que pede liberdade para o caminho, para as palavras, para as curas”. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus afirmou que “tanto no chamado quanto no envio percebemos uma liberdade: ‘Deixa teu pai e tua mãe!’; ‘nem pão, nem alforje, nem dinheiro!’. Existe uma dinâmica de relação que desperta para um despojamento para um revestimento. Despojamento para participação no discipulado; um despojamento para o envio missionário. É a possibilidade de participação e plenificação!” O cardeal mostrou que Papa Francisco nos ensina que “o estilo do missionário, tem dois pontos essenciais: ‘a missão tem um centro; a missão tem um rosto. O discípulo missionário tem antes de mais um centro de referência, que é a pessoa de Jesus. A narração indica isto usando uma série de verbos que têm a Ele como sujeito — «chamou», «enviou-os», «dava-lhes poder», «ordenou», «dizia-lhes» (vv. 7.8.10) — de modo que o ir e o agir dos Doze aparecem como o irradiar-se de um centro, o repropor-se da presença e da obra de Jesus na sua ação missionária. Isto manifesta que os Apóstolos nada têm de seu para anunciar, nem capacidades próprias para demonstrar, mas falam e agem porque foram «enviados», enquanto mensageiros de Jesus. (…) A segunda característica do estilo do missionário é, por assim dizer, um rosto, que consiste na pobreza dos meios. O seu equipamento responde a um critério de sobriedade. Com efeito, os Doze receberam a ordem de «que nada levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto» (v. 8). O Mestre quis que eles fossem livres e ligeiros, sem apoios nem favores, com a única certeza do amor d’Aquele que os envia, fortalecidos unicamente pela sua palavra que vão anunciar. O cajado e as sandálias são o equipamento dos peregrinos, porque eles são mensageiros do reino de Deus, não empresários onipotentes, não funcionários rigorosos nem estrelas em tournée. (…) Não eram funcionários nem empresários, mas trabalhadores humildes do Reino.’” Citando o texto evangélico: “Começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros.”, dom Leonardo destacou que “são muitos os espíritos impuros: o nosso modo de perder a interioridade, a liberdade, a misericórdia, a presença consoladora; o modo de estar nas relações de modo violento, desagregador; esse modo onde acabamos arruinando a nós mesmos, nos perdendo a nós mesmos; acharmos que temos o controle de tudo, mas na realidade perdidos até de nós mesmos, fechados num mundo envelhecido, destruído, escravizado. Esses espíritos que nos tornam ‘possessos’ na expressão de Dostoievsky. Sim, tomados pelo modo desagregador, incapazes de nos relacionarmos amorosamente, sem domínio. Os espíritos impuros que, às vezes, nos dominam, deles devemos ser libertos.” Segundo igualmente o texto do Evangelho: “Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não…
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