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Moises Sbardelotto: “Viver atentos aos outros no caminho comum ao longo das rodovias digitais”

A Pastoral da Comunicação (PASCOM Brasil) realiza de 12 a 14 de julho em Aparecida (SP) seu 8º Encontro Nacional, com o tema: “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas”. Um espaço de reflexão, de partilha, de busca de novos caminhos para avançar juntos em vista do anúncio do Evangelho. Nessa dinâmica comunicativa, cada vez mais determinada pela cultura digital, Moises Sbardelotto refletia sobre “Igreja em saída nas estradas digitais”, partindo sua reflexão da ideia de caminhar juntos nas estradas digitais. Se faz necessário lembrar as palavras do Papa Francisco no Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2014: “entre as estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida”. Essa afirmação nos leva a refletir, segundo Sbardelotto, sobre a presença plena dos cristãos nas redes sociais, lembrando a colocação do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, que no número 230 afirma: “A Igreja é chamada a se inculturar digitalmente, e sua presença nos ambientes digitais é incentivada por ser um lugar de testemunho e anúncio do Evangelho. Isso exige que os cristãos e as cristãs presentes na rede consigam ir além dos instrumentos e tomem consciência das mudanças fundamentais que as pessoas, a cultura e a sociedade experimentam nesse contexto, para aí também serem sal e luz do mundo”. Uma participação nas redes sociais que tem que levar a refletir sobre o modo como pessoal e comunitariamente, se deve viver no mundo digital, com amor ao próximo, atentos aos outros no caminho comum ao longo das rodovias digitais. Algo que nos remete à sinodalidade, lembrando que no Informe de Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, o capítulo 17 fala sobre “Missionários no ambiente digital”, o que mostra que essa temática é uma preocupação da Igreja católica. Ele abordou a questão dos pedágios das estradas digitais, ressaltando que o cristão não pode ser ingênuo, “nos ambientes digitais não podemos entrar como se fosse um lugar neutro, existem problemáticas”. Sbardelotto apresentou os resultados de uma pesquisa sobre o uso das mídias sociais no Brasil, afirmando que no início a internet era um espaço livre, um lugar aberto, democrático, que se tornou um latifúndio dominado pelas plataformas: Google, Amazon, Appel, Meta, Microsoft. Ele refletiu sobre a soberania dos nossos dados, questionando para onde estão indo os nossos dados, algo de fundamental importância, porque “os dados são o petróleo contemporâneo, a grande fonte de renda dessas empresas”. De fato, a internet não é um lugar neutro, é um lugar com interesses políticos e económicos, sublinhou. Nesse sentido, ele refletiu sobre o lucro dessas empresas com as informações, que nem sempre são positivas, destacando que o que interessa é gerar lucro. Como consequência dessa realidade colocou o aumento de depressão e suicídio com o surgimento das redes sociais, surgindo assim o que denominou de “geração ansiosa”. Uma realidade que demanda da Igreja pensar no impacto que isso tem em sua missão. Partindo do livro “Influenciadores digitais católicos: efeitos e perspectivas”, Sbardelotto questionou se o que acontece é engajamento ou assujeitamento. Algo que leva à criação frequente de conteúdos que geram impacto; disputa pela visibilidade e pela relevância; temor constante de desaparecer; não transparência algorítmica das plataformas. A consequência disso é o que ele chama contratestemunhos digitais, deixar-se levar pelo bezerro digital: visibilidade, voltar os olhos para mim; futilidade, esquecendo da essência da fé cristã; falsidade; agressividade. Atitudes que levam a pisotear o Evangelho, o que tem que levar a pensar o que está acontecendo no caminho da missão digital. Se faz necessário um discernimento entre a lógica do lucro e a lógica da graça. A primeira propõe uma economia da atenção, consumo, individualidade, descarte; a segunda se concretiza na economia do dom, Deus que se entrega gratuitamente; a comunhão, a comunidade, o encontro. Desde aí abougou por uma presença discernente no ambiente digital, discernir o que nós fazemos em rede. Ele lembrou as palavras de Francisco: “Nós cristãos, não temos um produto para vender, mas uma vida para comunicar”. Diante disso afirmou a necessidade de ter clareza disso para que nossa missão seja fiel ao Evangelho, refletindo sobre as estradas digitais á luz do Caminho, que deve nos levar de volta às fontes, ao Jesus dos Evangelhos e ao Evangelho de Jesus. Daí a proposta de partir do Evangelho, de como o caminho pensado para caminhar hoje à luz do Evangelho. Sbardelotto propus alguns caminhos: o Caminho da proximidade, a atitude do Bom Samaritano, prestar atenção às pessoas que estão à margem da nossa comunicação digital, presença samaritana nas redes; o Caminho do anúncio do Reino, pensar em estratégias coletivas de missão coletiva, para chegar naqueles que chamou de pagãos digitais, aqueles que seguem o caminho do mercado, que tem que levar às ovelhas perdidas, superando uma linguagem católica só para católicos, buscando caminhos alternativos de engajamento social. Igualmente propus o Caminho do banquete, anunciar uma coisa boa, o amor de Deus, que é Pai, que é Mãe, comunicar um banquete apetecível; o Caminho estreito, ser coerentes, fiéis ao Evangelho nesse mercado que vai muitas vezes contra o Evangelho, falando de ser um anti-influenciador digital, jogar contra a lógica dos influenciadores; o Caminho da Cruz, o missionário digital é seguidor de alguém que afastou de se mesmo a tentação da fama, do dinheiro, do poder, alguém que não condescendeu com a mercantilização da Casa do Pai, que não serviu a dos senhores. Na Cruz, ressaltou Sbardelotto, tudo foi invertido, não houve curtidas e praticamente nenhum seguidor perante a Cruz, onde todas as lógicas são relativizadas. Tudo isso seguindo o que ele chamou de método Emaús, que tem como passos o encontro, a escuta, o diálogo e o testemunho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Mons. Lucio Ruiz: “A comunicação não é uma atividade da Igreja, mas sua essência”

O Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), acolhe de 12 a 14 de julho de 2024 o 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (PASCOM Brasil), que tem como tema “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas”. Um encontro para que, segundo o bispo de Campo Limpo e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Valdir José de Castro, possamos “compartilhar nossas experiencias, alegrias, desafios, mas sobretudo que possamos renovar nosso compromisso com a Evangelho de Jesus, compromisso de sermos sinais da boa nova no mundo da comunicação, ser instrumentos de comunicação que constrói pontes e gera a cultura do encontro”. O Secretário do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, Mons. Lucio Ruiz, definiu os participantes como “um grande dom para a Igreja“, reconhecendo que “o que fazem e como fazem, a dedicação, o empenho e a sabedoria com que percorrem o caminho da Evangelização através da Comunicação são uma riqueza, não só para a Igreja que peregrina no Brasil, mas para toda a Igreja”. Na conferência de abertura, em que refletiu sobre o tema central do encontro, pediu para “nos questionarmos sobre como transmitir a Mensagem que transforma a história em um momento em que a fé, em todo o mundo, está em discussão e, como se diz, as Igrejas estão se esvaziando”. Diante disso, ele propôs “responder com coragem e criatividade para proclamar, com entusiasmo ainda maior, o que mudou nossas vidas, o que deu sentido à nossa existência, o que mudou a história, porque, como os Apóstolos, ‘não podemos calar o que vimos e ouvimos’”. Baseando-se no Relatório Síntese da primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre Sinodalidade, ele enfatizou que “todo ser humano constrói sua identidade individual em um ambiente cultural que fornece a estrutura para a compreensão de si mesmo, de seu papel na sociedade, uma hierarquia de valores e um propósito desejável para o desenvolvimento de sua vida”, algo marcado hoje pela “imersão em processos digitais que afetam a maneira como as pessoas adquirem informações, formam seus pensamentos, trocam expressões de afeto, assumem valores e compartilham vários momentos“, o que é chamado de “cultura digital”, que molda vários elementos, criando um ecossistema cultural complexo, que o Papa Francisco chama de “mudança de época”. Refletindo sobre a necessidade de inculturação do Evangelho, Mons. Lucio Ruiz lembrou que Francisco pede que “toda a Igreja ‘escute’, que tenhamos a coragem de descobrir a ‘carne sofredora de Cristo’ e que sejamos todos, em primeira pessoa, os ‘bons samaritanos’ que curam as feridas da história, com o amor salvador e redentor de Jesus”. Partindo da importância de Pentecostes, ressaltou que os apóstolos, com a presença do Espírito, pregam e o povo os entende, afirmando que “o ‘medo’ é contrariado pela coragem de ‘pregar’; o ‘estar fechado’ é contrariado pelo ‘sair’; o ser entendido somente entre eles, é contrariado pelo ‘ouvi-los falar em sua própria língua’”. A partir daí, ele insistiu que “não basta pregar, precisamos ser compreendidos!“, considerando que ser compreendido é “um sinal da presença do Espírito”, para o qual é necessário “inculturar a pregação para que ela possa ser compreendida na língua do povo”. A partir dessa perspectiva, assinalou que “os processos de inculturação são necessários para estabelecer um diálogo efetivo com cada cultura e, assim, poder identificar as necessidades de cada ambiente”, algo que referiu à realidade digital, que “não é simplesmente um instrumento, mas uma cultura, a nossa”. Desde o Concílio Vaticano II, com o decreto Inter Mirifica, a comunicação passou a ser considerada como um espaço, mostrando os passos dados pelo Magistério pontifício, que “seguindo a evolução cultural, também caminhou e aprofundou a encarnação da Mensagem na cultura comunicacional”. Isso o levou a questionar “se essa consciência de inculturação, para que a Mensagem seja ‘pregada e compreendida’, projeta estruturalmente nossas homilias, nossa catequese, nossas confissões, nossos ensinamentos, nossa pastoral e nosso currículo acadêmico…“. Lucio Ruiz considera a cultura digital como um desafio missionário para a Igreja, ainda mais se levarmos em conta que 68% da população mundial está imersa na “cultura digital”, o que exige o envolvimento de toda a Igreja, o que apresenta desafios, dada a vertigem das mudanças. Isso exige uma mudança de perspectiva, e ver que “a comunicação não é uma atividade da Igreja, mas sua essência“, o que exige um retorno às origens, “à essência teológica do que é constitutivo para nós”, chamando a “passar da tecnologia ao querigma”, o que muda tudo. “Por que a Igreja ainda não reconhece e aceita a cultura digital como um espaço de evangelização e missão?“, perguntou o secretário do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé. A isso ele respondeu que “esse fenômeno se deve ao fato de que ainda não foi superada a visão instrumental do digital”, considerado uma ameaça, algo superficial, um espaço de lazer, com linguagem frívola, leve, incapaz de gerar uma comunicação válida, de ir ao encontro da pessoa e transmitir a Mensagem. Isso requer, insistiu novamente Lucio Ruiz, “passar de um instrumento a uma cultura”, que seja compartilhada, que compreenda o espaço e o tempo e que evangelize. A necessidade de passar do instrumento à cultura busca evitar “uma pastoral que usa o digital para fazer um caminho paralelo enquanto o mundo vive imerso em uma realidade diversa“. Não se trata apenas de “digitalizar a pastoral”, mas de uma “pastoral digital”, ou seja, “proclamar a Mensagem na linguagem, nos tempos, nas dinâmicas, na narrativa, na forma própria desta cultura, para que os homens e mulheres de hoje possam entendê-la e vivê-la”, sublinhou, relacionando-a com a missão, “porque se a cultura é nova, e essa cultura é habitada, então a cultura é missionária”. Para isso, é necessário usar o idioma nativo das pessoas, “para que elas conheçam, entendam e vivam a Mensagem que realmente responde às perguntas existenciais de cada homem e mulher, e que realmente muda o curso da história”. Na reflexão sobre “Inteligência Artificial: o futuro…
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Encontro de Pastoral da Prelazia de Tefé: Partilha da acolhida e recepção do Plano Pastoral

A Prelazia de Tefé está realizando de 11 a 14 de julho de 2024 seu Encontro de Pastoral, com o tema: Recepção e Aplicação do Plano de Pastoral da Prelazia de Tefé, e o lema: “Alarga o espaço da tua tenda”. Esse encontro, com 110 participantes, segundo o bispo da prelazia, dom José Altevir da Silva, “tem por objetivo a formação para lideranças, para os agentes de pastoral, os animadores de setores, catequistas, todos aqueles que fazem parte da animação missionária da prelazia”, contando com a participação de todos os padres. Um encontro que em função das distâncias só acontece uma vez por ano, que tem como ponto de partida a análise sociopolítica, com a assessoria do professor Paulo Quermes, e a análise de conjuntura eclesial. Igualmente é realizado no encontro a formação do Conselho Missionário da Prelazia (COMIPRE). Dom José Altevir considera que o destaque durante o encontro são as partilhas, momento em que as paróquias colocam em comum como está sendo implementado, acolhido e seguido o Plano de Pastoral na Prelazia de Tefé. “Esse plano foi construído em conjunto, e também está sendo muito bem propagado para ser recebido e executado”, segundo o bispo da prelazia. Ele ressalta que “as experiências até agora, elas estão sendo marcantes, coisa que a gente jamais imaginaria que estava acontecendo positivamente em nossas comunidades, paróquias”, afirmando que “o encontro deixa realmente marca de esperança e alegria na prelazia”. O encontro será encerrado no domingo 14 de julho, às 19 horas, com a missa na catedral de Santa Tereza. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

8º Encontro Nacional da Pascom Brasil: “Tudo aquilo que está inserido nessa cultura digital também impacta na prática pastoral”

Aparecida acolhe de 12 a 14 de julho de 2024, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, o 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil). O tema será “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas” e se espera a presença de 900 participantes, com uma programação que contará com conferências, roda de conversas e diversas atividades temáticas. Segundo o coordenador nacional da Pascom, Marcus Tullius, na Igreja do Brasil, no âmbito da comunicação, “a pandemia foi um divisor de águas para pensar a Pastoral da Comunicação”, insistindo em que “quem já tinha algum trabalho, teve que se reinventar, teve que renovar, criar algo novo. Quem não tinha nada e tinha alguma resistência à comunicação, teve que entender e aceitar a duras penas que não dava para não fazer nada”. “Diante disso, os desafios se duplicaram e as perspectivas também”, afirma Marcus Tullius. Ele lembrou que “se duplicaram porque nós temos um número grande de pessoas que comunicam, mas que só fazem comunicação de uma maneira muito instrumental, e que não entenderam que é comunicar na Igreja a partir daquilo que são as próprias orientações do Magistério, aquilo que a gente vem refletindo, que é fruto das práticas, dos estudos de comunicação na Igreja do Brasil”. O coordenador da Pascom Brasil vê como principal desafio “passar da visão puramente instrumental, reducionista, para uma compreensão mais ampla de comunicação”. Ele ressalta os próprios desafios da comunicação digital, da cultura digital, lembrando que o Brasil é um dos países que se tem um maior consumo de internet, cada brasileiro passa conectado uma média de nove horas e três minutos, mais do que a media global, com grandes consumo de mídias sociais, de plataformas e redes sociais, e isso também na Igreja. Isso faz com que “tudo aquilo que está inserido nessa cultura digital também impacta na prática pastoral”, segundo Marcus Tullius. Ele coloca como exemplo “a disseminação de Fake News, os processos de desinformação, as polarizações, os debates acirrados, que estão presentes nas questões sociopolíticas, mas também nas questões religiosas”. Desafios a ser enfrentados hoje, dentro dessa mudança de época, afirmou, lembrando as palavras do Papa Francisco num discursos à Cúria Romana, “não são mais acontecimentos, mudanças lineares, mas elas são cíclicas, é tudo acontecendo ao mesmo tempo”. Diante da realidade da Inteligência Artificial e sua influência na comunicação na Igreja, ele destaca que “a Inteligência Artificial, ela só vai mudar se nós partirmos daquilo que o Papa Francisco nos orienta, que deve ser uma comunicação a partir do coração, uma sabedoria que vem do coração”. Segundo Marcus Tullius, “nós talvez ainda estejamos encantados, deslumbrados com a Inteligência Artificial pelas suas potencialidades e as facilidades que ela trouxe para nós”. Exemplos disso é a produção de textos muito rápida, áudios, vídeos, imagens, e “vamos perdendo a processualidade”, afirma. Uma realidade que demanda que “nos lançar enquanto Igreja para conhecer estas realidades, como da Inteligência Artificial, e sem perder aquilo que é processo, sem perder aquilo que humano, porque se perdermos isso, vamos perder o que está na essência dos processos de evangelização, vamos perder aquilo que está na própria tradição da Igreja, na tradição comunicadora da Igreja”, ressalta Marcus Tullius. Ele faz um chamado a “olhar para essa realidade premente da Inteligência Artificial, e com discernimento, com bom senso, buscar utiliza-la de uma maneira consciente e que seja sem substituir às pessoas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Caminhar juntos não é pretender que tudo seja do meu jeito

Na última terça-feira, 09 de julho, foi publicado o Instrumento de Trabalho da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que será realizada em Roma de 02 a 27 de outubro de 2024. Numa sociedade marcada cada vez mais pela polarização, uma atitude também presente na Igreja católica, o Papa Francisco quer que os católicos aprendam a caminhar juntos, na escuta, no diálogo, na diversidade. A diversidade nos enriquece, mas vivemos numa sociedade e numa Igreja onde aceitar e respeitar os modos diferentes de pensar e agir se torna cada vez mais difícil. Queremos impor nossas ideias, nossas propostas, nossas formas de vida, nosso modo de viver a fé em Deus, desprezando àqueles que escolhem caminhos diferentes, mesmo que eles sejam válidos e lícitos. A publicação do Instrumento de Trabalho da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade tem provocado diversas reações, que nascem do fato de não encontrar na proposta de trabalho, algumas temáticas que essas pessoas consideram que tem que ser abordadas. A proposta do Papa Francisco vai além das temáticas e tem a ver com as atitudes, com o modo de fazer as coisas, com as atitudes que temos para com as pessoas. O fundamento da Igreja tem que ser caminhar juntos, ser comunidade, poder nos sentarmos juntos e escutar, dialogar, avançar juntos no mesmo caminho. Quando essas atitudes são garantidas, se faz possível discutir temáticas, quando isso não é possível, não adianta colocar qualquer coisa em debate. O debate avança quando podemos falar com franqueza, quando sabemos que o outro está disposto a nos escutar e assumimos a necessidade de escutá-lo igualmente, quando a opinião divergente não fere e nos leva a refletir, a aceitar que a postura diversa pode ser o caminho a seguir por todos e todas. Ter atitudes fraternas, ver no outro, na outra, um irmão, uma irmã, e não adversários, são elementos que deveriam estar presentes na Igreja e assim essas atitudes se tronar testemunho para um mundo enfrentado e dividido. O desafio é grande, ainda maior quando nos achamos cheios de razão, donos da verdade, quando olhamos para os outros com suspeita, com desprezo, com ares de superioridade. São essas as atitudes presentes naqueles que querem impor o caminho a ser seguido na sociedade e na Igreja católica. Pessoas que, independentemente de seu pensamento, se empenham em dizer como é que todo mundo deve caminhar. Nunca podemos esquecer que juntos chegamos mais longe, que a presença dos outros anima a caminhada, que encontrar uma mão, um ouvido, um olhar, é algo que sempre nos fortalece. Sintamos a necessidade de caminhar juntos, de procurar caminhos comuns, de ser Igreja sinodal, de deixar que o tempo de Deus marque o momento certo para encarar os desafios, as temáticas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Em visita a Manaus, dom Heinrich Timmerevers, bispo de Dresde, destaca a alegria das comunidades

Dom Heinrich Timmerevers, bispo da diocese de Dresde-Meissen (Alemanha), está visitando a arquidiocese de Manaus. Acolhido pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, o bispo alemão visitará diversas comunidades da arquidiocese: ribeirinhas, indígenas, comunidades da periferia da capital do Amazonas. Nas visitas, ele irá conhecendo a realidade da Igreja da capital do Amazonas. Nas primeiras visitas que dom Henrique tem feito, ele tem destacado o modo da arquidiocese de Manaus engajar os leigos, o modo sinodal dos leigos participarem da vida das comunidades da arquidiocese de Manaus. Igualmente, o bispo alemão tem ressaltado a importância dos catequistas nas comunidades, e especialmente ressaltou a alegria das comunidades. Uma visita que pode ajudar a descobrir elementos que fazem parte da caminhada da Igreja da arquidiocese de Manaus e que podem ser levadas e assumidas pela Igreja da diocese de Dresde-Meissen, e pela Igreja da Alemanha. Ele agradeceu o testemunho cristão das comunidades e animou àqueles que vivenciam sua fé nas comunidades da arquidiocese de Manaus a continuar nesse caminho de vivência do Evangelho e testemunho da fé. O intercâmbio entre diversas realidades de Igreja é de grande importância e nos mostra a catolicidade, a universalidade da Igreja. Uma diversidade na vivência da fé que enriquece a caminhada de Igreja e que nos ajuda a entender que, mesmo nesses modos diversos de viver o Evangelho, é possível caminhar juntos, em sinodalidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Filho de Maria, Deus que não quis mais que ser humano”

Lembrando as perguntas que o povo de Nazaré fazia com relação a Jesus, iniciou o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Steiner, sua homilia no 14º Domingo do Tempo Comum: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria?” Segundo o arcebispo, “todos estavam tão admirados que diziam não é este o filho de Maria? O filho de Maria! A admiração de quem o conheceu, o viu criança, viu crescer. O filho do nosso vizinho, o filho do nosso parente, o filho do carpinteiro, aquele com quem conversamos, aquele com que brincamos, aquele que fez parte de nossa vida, viveu na nossa vila, esteve aqui e andou pelos nossos caminhos, foi conosco à Sinagoga, rezava conosco, fomos com ele a Jerusalém; sim, o filho de Maria”. “O Filho de Maria, aquele que até a pouco estava no nosso meio, que ajudava o pai, que trabalhava com o pai. Aquele que é como o filho nosso, identificado como o filho de alguém, pertencente a uma família: o filho de Maria e José! Aquele que tem uma referência social, aquele que pertence a uma tribo, tem uma referência de um povo. Entre tantos e tantos, todos sabem pelos documentos, pelos documentos da convivência que ele é Jesus, o filho de Maria”, enfatizou dom Leonardo. “Mas o que aconteceu com o filho de Maria?”, disse, querendo mostrar o que poderia passar pela mente do povo. “Esteve longe da sua terra e agora, quando volta, as suas palavras causam um certo encanto: ‘De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?’. Como é admirável, como é possível? como pode? Como causa orgulho, como suscita suspiros o filho de Maria. O filho de Maria tão preparado, tão culto, tão sabido, tão entendedor da palavra de Deus. O filho de Maria capaz de despertar admiração, espanto, encanto”, refletiu o cardeal. Segundo ele, “era tão filho de José e Maria que tinha os traços do pai, apesar de se dizer pelas esquinas de que não era realmente filho de José. Mas tinha todos os traços e modos do pai: justo; sim, justo: sempre uma boa medida, generosa, nunca mesquinha, nunca tacanha. Tinha os traços de José no seu modo no seu jeito, justo: todo ouvido, meio sonhador, acolhedor, mesmo acolhendo aquele que não era filho seu. O filho de Maria e José era como ele um verdadeiro israelita, fiel, devoto, trabalhador, suave. Todos o olham e ficavam encantados como se semelhava do pai José. E não passou de filho de Maria que causa admiração e respeito”. “Mas o filho de Maria sempre foi um pouco diferente, crescia em idade sabedoria e graça. Contam algumas histórias de seu nascimento, da fuga para o Egito, de ter discutido com os doutores em Jerusalém. Tinha um que de tão não sei o que, de tão não sei dizer, de tão não sei explicar; de tão humano, que nem humano às vezes parecia, pois era humano demais o filho de Maria”, destacou o presidente do Regional Norte1. “Qual a dificuldade dos habitantes de Nazaré?”, questionou dom Leonardo. Ele respondeu que “o filho de Maria! Jesus ser o filho de Maria, esse era o problema. Ele assim grudado, encarnado, pele-a-pele, de corpo e alma da nossa humanidade e fragilidade. O filho de Maria, como ela, nada de mais singelo e frágil, nada de mais dado, doado, livre; nada de mais límpido, puro, nada de mais pobre. Nada mais ex-posto e dis-posto, que o filho de Maria. Nada de mais próximo, nada de mais palpável, nada de mais visível, nada de mais identificável que o filho de Maria. Carne da nossa carne, osso de nossos ossos, alma de nossa alma; nada de mais normal que o filho de José. Impossível que o filho de Maria seja o Ungido!” O cardeal Steiner ressaltou que “realmente causava admiração, suspiros, encanto as palavras que saiam da boca do filho de Maria. Mas, não viram nele o Filho de Deus. As palavras de encanto, de admiração não abriu os olhos para que no filho de Maria, vissem o Filho de Deus. O encanto, a admiração que o filho de Maria despertou, não despertou para a realização do cumprimento das palavras ouvidas, esperadas, ansiadas, acalentadas, sonhadas e rezadas séculos e séculos, geração e geração. Não o filho de Maria, ele não, não ele não pode ser; era apenas o filho de Maria. E Jesus não pôde ali realizar nenhum milagre”. “O Filho de Maria, fosse Deus grudado, encarnado…!?; que o filho de Maria fosse Deus pele-a-pele, na nossa humanidade e fragilidade; que o filho de Maria fosse a limpidez, a pureza, a transparência de Deus; que o filho de Maria fosse na nossa pobreza, fosse a ex-posição e disposição Deus no meio da humanidade, para eles era muito pouco, pouco demais. Que o filho de Maria como Filho de Deus, Deus seria palpável demais, seria visível demais, seria identificável demais. Que o enviado, o esperado das nações, o libertador, o condutor, Deus o Filho de Deus fosse o filho de Maria, era muita pretensão da parte dele. Eles não viram a Deus no filho de Maria”, disse o arcebispo de Manaus. “Às vezes também nós desejamos um Deus forte, onipotente, todo-poderoso, todo-onisciente, e não Deus na nossa humanidade e fragilidade como o filho de Maria”, sublinhou dom Leonardo. “Mas o nosso Deus, o Deus da encarnação, o Deus da libertação, o Deus da nossa salvação é apenas o filho de Maria. Então um Deus assim desejamos também nós fora da cidade de nossas vidas, fora da cidade de nossos anseios e sofrimentos. Jesus de Nazaré seria muito pouco. Nós estaríamos necessitados de um Deus que nos cure, um Deus que resolva os nossos problemas de saúde, os nossos conflitos familiares, um Deus que…
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Roteiro orante para refletir sobre o Tráfico de Pessoas em vista do 30 de Julho, Dia Mundial de Prevenção

O mês de julho é marcado para o Mês de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em todo o mundo, segundo nos lembra o bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Adilson Pedro Bussin. O presidente da comissão faz um chamado a comunicar e participar “na sua comunidade, pessoalmente”, algo que também pode ser feito “também os meios de comunicação social que estão aí perto, as mídias”. O objetivo, segundo dom Adilson Busin é “que tudo aquilo que se refere ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, possa ser levado ao conhecimento nas escolas, nas comunidades onde nós celebramos, nos locais também públicos”. Daí a importância de que “sejamos nós também agentes e comunicadores, assumindo esta missão de enfrentamento ao tráfico de pessoas de onde nós estamos para o mundo também ser um mundo melhor, sem esta chaga que nos diz o Papa Francisco”. O Núcleo de Belo Horizonte (MG) da Rede um Grito pela Vida elaborou um roteiro orante, que tem como título “Cuidado com a vida, prevenção ao tráfico de pessoas” (Baixar aqui), para que ao longo do mês de julho em que se realiza a Campanha do Coração Azul, possa ser refletido, rezado, e assumido um compromisso maior, em vista do Dia Mundial de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, e a defesa e o cuidado da Dignidade e da Integridade de todas as pessoas. Não podemos esquecer que “homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como escravos pelos novos mercadores de seres humanos”, o que tem que nos levar “a nos colocar diante do Senhor na confiança de que Deus vai no ajudando a acender as luzes necessárias pelo caminho”. Para isso, foi elabora o roteiro orante, com uma oração inicial, uma apresentação da realidade, que iluminada pela Palavra de Deus leva à reflexão, partilha e propostas de ação entre os participantes. Não esqueçamos as palavras do Papa Francisco: “Sabemos que é possível combater o tráfico, mas precisamos chegar à raiz do fenômeno, erradicando as suas causas (…) É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítimas do mesmo. Se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”. Tomemos consciência disso, o tráfico de pessoas pode ser combatido, só temos que abrir os olhos e os ouvidos, deixar de sermos cúmplices. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1     

A primeira missão é cuidar de quem ninguém cuida

Cuidar da vida deve ser uma atitude presente em todos nós. Na segunda-feira, 1º de julho, foi anunciado a data de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata. Para alguém ser canonizado precisa de um milagre, que no caso de José Allamano, foi a cura de um Indígena Yanomami. Atacado por uma onça, que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana, Sorino Yanomami foi socorrido pelas Missionárias da Consolata que trabalhavam na Missão Catrimani e transportado para o Hospital de Boa Vista. A Missão Catrimani foi fundada em 1965, buscando a defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, da Casa Comum. O princípio fundamental deste modelo de missão é anunciar a alegria do Evangelho no silêncio e no diálogo gerando laços de amizade na ótica do bem viver. Durante quase 60 anos de missão, os Missionários e Missionárias da Consolata fazem missão cuidando da vida de um povo que no momento da sua chegada estava condenado a desaparecer. O acontecido com Sorino Yanomami é mais um exemplo desse cuidado. Nenhum Yanomami foi batizado ao longo dos anos de missão, mas ninguém duvida que esse povo reconheça nos missionários e missionárias que lá estão a presença de Deus, de homens e mulheres de Deus. Que o milagre que vai fazer com que o fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata seja canonizado tenha acontecido com um indígena da Missão Catrimani é mais um sinal de Deus, que se empenha constantemente no cuidado da vida. Um Deus que se faz presente na vida do povo através desse cuidado, especialmente para com os mais fracos, para com os pequenos, para com aqueles que a sociedade coloca na beira do caminho. “Pregue o Evangelho, se necessário, use palavras”, disse Francisco de Assis, nos mostrando que o maior testemunho cristão é cuidar da vida daqueles que ninguém cuida. O descaso com os povos indígenas no Brasil é uma atitude que marca a história do país, daí a necessidade e a importância da Igreja católica se comprometer no cuidado daqueles que secularmente têm sido desprezados pela sociedade dominante no país. Junto com isso é interessante que a oração das Missionárias da Consolata naquele 7 de fevereiro de 1996, o primeiro dia da novena ao Bem-Aventurado Allamano, fosse em favor do outro. Não era uma oração pedindo por elas, nem pela Congregação, era uma oração pedindo a intercessão em favor de alguém que para muitos não contava, que quase todos davam por morto. O fato de Sorino Yanomami ter recuperado milagrosamente a saúde em poucos dias e até hoje ela viva em sua comunidade indígena, nos mostra a importância de colocar nossos pedidos em favor dos outros, inclusive em favor daqueles que pelo fato de não ser batizados, algumas pessoas ousam dizer que eles não são filhos de Deus. Não queiramos fazer Deus pequeno, Ele é grande e demostra sua grandeza no cuidado de todos, também daqueles que a gente pensa que Deus nunca iria cuidar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo, dom Hudson e dom Vanthuy participam de encontro formativo na CNBB: “Uma experiência de muito ganho”

Foto: Pe. Guilherme Junior (CNBB)    Os bispos ordenados no último ano no Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), os auxiliares de Manaus, dom Zenildo Lima e dom Hudson Ribeiro, e o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Vanthuy Neto, junto com mais 19 bispos, participam de 1º a 05 de julho, em Brasília, no Encontro dos Bispos de Recente Nomeação, organizado pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Conhecer a CNBB e sua dinâmica de trabalho No início do encontro, os novos bispos conheceram a organização da CNBB, com apresentação do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Ricardo Hoeppers, e refletiram sobre “o bispo e sua missão”, com a assessoria do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler. Igualmente tem sido apresentado para eles as Campanhas, o papel do bispo no Código de Direito Canônico, o Regimento e Estatuto da CNBB, a proteção de Menores, a teologia da Conferência Episcopal, e conheceram o funcionamento das Comissões Episcopais. No programa também aparece uma reflexão sobre o bispo e a liturgia, visita à Nunciatura Apostólica, a Lei geral de proteção de dados, a Gestão Eclesial, uma apresentação do Centro Cultural Missionário (CCM), da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM), do Centro Nacional de Fé e Política (CEFEP), das Pontifícias Obras Missionárias (POM), visita à Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), às Edições CNBB. Finalmente, uma reflexão sobre Saúde Integral e o encerramento. O bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Mezzari, segundo informa a CNBB, destaca que o objetivo é oferecer a oportunidade para que os novos bispos conheçam a Conferência, reflitam sobre a missão própria do bispo e também o que significa a colegialidade episcopal e a pertença à uma Conferência. Dom Mezzari ressaltou que “o encontro também favorece, de modo muito particular, a partilha, a oração, a convivência e a reflexão de modo que os bispos possam se sentir verdadeiramente animados para a sua missão”. Foto: Pe. Guilherme Junior (CNBB)    Uma experiência muito enriquecedora O encontro é visto por dom Zenildo Lima como “uma experiência muito enriquecedora”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “além do encontro e convívio com os irmãos, também a possibilidade de estar nos espaços para conhecer a dinâmica da nossa conferência episcopal”. Ele reconhece que “mesmo que já tenha sido secretário do Regional, participado de diversas assembleias gerais da Conferência, ter visitado não poucas vezes a sede aqui em Brasília, é sempre um dado novo a gente perceber como a nossa CNBB, como a nossa Conferência, vai se articulando e vai apresentando um novo modo de ser resposta diante dos grandes desafios da sociedade brasileira”. Igualmente, dom Zenildo Lima ressaltou “a possibilidade também de mergulhar nas temáticas que nos são apresentadas a respeito da teologia da Conferência, da teologia do ministério episcopal, da missão e da identidade do bispo no cuidado pastoral, mas também no que diz respeito à vida litúrgica, no que diz respeito também à capacidade de gestão dos bens, abre os nossos horizontes para compreender também a implicação do exercício do ministério na comunhão com toda a Igreja”. Estabelecer laços entre eles e laços entre suas nossas igrejas “A experiência tem sido realmente de muito ganho”, destaca o bispo. Ele vê “fundamental que um bispo recém nomeado tenha esta possibilidade, nem sempre oferecida”, algo que define como “um dom da nossa CNBB”. Igualmente se referiu ao encontro com o Núncio Apostólico, com um momento de colóquio e um almoço posterior, visto como um momento muito agradável e espontâneo. Ele também se referiu à amizade e colaboração que vai se construindo entre os bispos participantes do encontro, “começamos a estabelecer laços entre nós e laços entre as nossas igrejas, o que ressalta a força, o dinamismo de comunhão de uma experiência como esta”. Finalmente, dom Zenildo Lima disse que “o fundamental para minha experiencia pessoal, ainda como bispo auxiliar, é justamente me dar conta que fazemos parte de uma comunhão, uma colegialidade pelo ministério episcopal, mas uma comunhão por estarmos vinculados a nossa Conferência”. Igualmente, ele lembrou a experiência do Regional Norte1 da CNBB, “de um grande engajamento nas assembleias regionais, mas as dinâmicas do nosso Regional são muito reforçadas em encontro como este”. Diante do vivenciado ao longo do encontro, o bispo auxiliar de Manaus diz que retornará “com a bagagem enriquecida de comunhão, de amizade, de solidariedade e de comprometimento com as nossas igrejas locais”. Foto CNBB    Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1