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Manaus acolhe encontro do Projeto Cuidar da Vida, prevenção ao suicídio de adolescentes e jovens

O Projeto Cuidar da Vida, prevenção ao suicídio de adolescentes e jovens, chega neste final de semana em Manaus, onde 26 representantes dos Regionais Noroeste e o Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participam do segundo encontro dos seis em que a Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB está realizando em todo o Brasil. O primeiro foi em Cuiabá (MT), e depois deste de Manaus, estão previstos mais quatro encontros em Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Imperatriz (MA) e São Paulo (SP). O projeto, criado por um grupo de 6 psicólogos e 1 suicidólogo, todos envolvidos na evangelização das juventudes, diante do aumento do suicídio entre adolescentes e jovens, até o ponto de ser a segunda causa de morte entre jovens de 18 a 29 anos, pretende capacitar Agentes de Pastoral acerca da Prevenção do suicídio com o intuito de formar líderes que possam, posteriormente, serem multiplicadores da formação de outras lideranças locais. O trabalho deve ser realizado nos ambientes em que os adolescentes e jovens se encontram. Estamos diante de “um tema tão delicado, que é a questão da saúde mental de nossos adolescentes e jovens”, segundo o assessor da Comissão Episcopal para Juventude da CNBB, padre Antônio Gomes de Medeiros Filho, SDB. Segundo o salesiano, “já era uma situação desafiadora antes da pandemia da Covid19, e depois da pandemia da Covid19 se tornou um imperativo, tem preocupado muito nossos pastores essa questão da saúde mental, e então, a partir de um grupo de um grupo de trabalho de psicólogos, suicidólogos e pastoralistas nasce o Projeto Cuidar da Vida”. O encontro que está sendo realizado em Manaus neste final de semana, “vai tentar ajudar as pessoas que estão participando a tentarem identificar em seus trabalhos alguns sinais desta situação, pessoas que estejam com a saúde mental fragilizada, numa perspectiva de decorrência para a questão da tentativa de suicídio e perceber também toda uma rede de apoio que deve se gerar em torno das pessoas”, segundo o assessor da CNBB. Ele insistiu em “identificar nos poderes públicos a questão da importância de uma rede de apoio para os jovens. Nessa busca, a gente quer ajudar nossos agentes de pastoral a entrar nessa dinâmica também”. A organização das comunidades é vista pelo padre Antônio Gomes como um desafio grande, tendo em vista que “a gente possa ter uma qualidade de vida melhor”. Diante do aumento do suicídio, o assessor fala de questões sociais e estruturais na sociedade brasileira, marcada por “desigualdades gritantes no nosso país”, ressaltando a “separação entre empobrecidos e gente que se enriquece”, o que demanda “sonhar com um mundo melhor, um mundo mais igualitário, mais fraterno, mais solidário”. Geslane Dourado é uma jovem da Pastoral da Juventude da diocese de Roraima, considera importante o curso dado a ansiedade, depressão, que sofrem muitos jovens na sociedade atual. Ela reconhece que “ainda é um tabu falar sobre a questão da saúde mental”. Nessa perspectiva afirma que “trabalhar essas questões com as juventudes é bom porque são os principais públicos que são afetados com relação a isso, e aí muitos jovens se sentem sozinhos e acabam se suicidando”, dentre eles jovens que participam da Igreja, insistindo em trabalhar na prevenção. A jovem diz conhecer jovens que tentaram suicídio, e hoje se encontram num estado de saúde melhor. Inclusive amigos de amigos próximos dela que já se suicidaram, “jovens que a gente menos espera, que estão dentro da caminhada pastoral, que estão conversando com a gente ali, que a gente pensa que está tudo bem, mas que no fundo, a gente não conhece como está a saúde de todos”. Ir. Zaira Borges, religiosa das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que faz parte da coordenação de pastoral da arquidiocese de Porto Velho (RO), considera que “é um tema muito gritante a saúde mental dos nossos adolescentes e jovens, e tem sido esse grito dentro dos nossos grupos, da sociedade como um todo”. A religiosa ressalta que “depois da pandemia parece que aflorou ainda mais a questão do suicídio, da saúde mental”, considerando “pertinente buscar mais recursos sobre a temática e prevenir para que os nossos jovens e adolescentes não acabem entrando também nessa situação”. Isso demanda, afirmou a religiosa, que nas bases aumente o número de “multiplicadores, pessoas que conheçam sobre a temática para estar repassando para as comunidades e depois buscar ajuda”, indicando essa ajuda para as pessoas que sofrem adoecimento mental. Ao longo do minicurso será abordada a questão da prevenção do suicídio, definindo o que é o suicídio; os mitos e tabus; os dados atuais; os fatores de risco: violência física, homofobia, bullying, cyberbullying, ansiedade, depressão; a doutrina eclesial e suicídio; ações preventivas: fortalecimento de redes; importância da espiritualidade. No programa também aparece a questão do pósvenção, as tentativas não concretizadas e concretizadas (luto), sequelas físicas, depressão, recorrência; lidar com quem sofre: família, o grupo de jovens, colegas da escola. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Uma Igreja que luta por políticas públicas, pelo bem-viver de todos e todas

Ser uma igreja que sabe dar respostas diante do que acontece no cotidiano do povo é um desafio a ser enfrentado pela Igreja católica. Uma Igreja que vai ao encontro das pessoas e oferece luzes para poder tomar decisões à luz da fé e do Magistério, à luz da Doutrina Social da Igreja. No último final de semana acontecia o Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um momento importante para poder refletir sobre tudo aquilo que tem a ver com o trabalho realizado pela Igreja católica fora do templo. Um dos temas mais destacados durante o encontro foi a reflexão em torno às eleições municipais que serão realizadas no próximo mês de outubro. Entender a importância do voto é um dever de todo cidadão, ainda mais de quem se diz cristão. O fato de caminhar na Igreja católica tem que nos levar a refletir sobre as consequências do voto, que sempre deve ter como foco principal o bem comum. Daí a importância de refletir sobre situações que estão presentes na conjuntura política brasileira, como é a compra de votos, e outras situações que devem ser combatidas, pois a Lei brasileira diz que isso constitui um crime. O trabalho das Pastorais Sociais tem que ser fundamental para a Igreja católica e é a essa realidade que a Igreja deve dedicar os maiores esforços. Jesus participava da vida do Templo e da sinagoga, considerados os espaços litúrgicos da religião judaica, mas ele realizou sua missão no meio do povo, especialmente entre os pobres, os vulneráveis, os descartados por um sistema político e religioso que ignorava esses grupos sociais. O foco do agir da Igreja tem que estar fora do espaço sagrado, tem que centrar seu esforço para que as políticas públicas sejam garantidas para todos e todas. Nesse sentido, as eleições têm que ser uma oportunidade para eleger os candidatos e candidatas, no Brasil as mulheres também são colocadas para trás na vida política, que mais se empenhem na garantia dessas políticas públicas, que garantem o bem-viver. No meio de nós nos deparamos com católicos que assumiram o exercício da política e desempenham ou tem desempenhado cargos políticos em diferentes níveis. O fato de ser católicos deveria garantir seu compromisso com o bem comum e seu empenho em defender a vida e os direitos dos mais pobres. Não podemos esquecer que manifestamos nossa fé no compromisso, pois essa dimensão não é algo teórico e sim uma prática que nos leva a estar do lado daqueles que mais sofrem. Mas ninguém pode esquecer que todos e todas somos chamados a exercer a política, pois política é o cuidado do que é comum a todos. Preocupar-se pelo que é de todos, ainda mais numa sociedade cada vez mais individualista, onde tantos se preocupam com garantir os interesses pessoais ou de pequenos grupos de poder, é uma urgência cada vez maior, ainda mais se nós nos dizemos seguidores de Jesus de Nazaré, alguém que é presença do Deus da Vida para todos no meio do povo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

39ª Semana do Migrante: “Sair do nosso mundo egoísta e fechado, alargando o nosso coração para a Fraternidade Universal”

Inicia o próximo domingo 16 de junho a 39ª Semana do Migrante, que vai até dia 23 de junho. Em 2024, o tema é “Migração e Casa Comum” e o lema, em sintonia com o Sínodo sobre a Sinodalidade, “Alarga o espaço da tua Tenda” (Is 54,2). Uma oportunidade para uma “tomada de consciência, como Igreja e como Sociedade, frente à uma realidade que provoca migração forçada e não promove a acolhida digna”, segundo o bispo de Primavera do Leste – MT, e presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes, dm João Aparecido Bergamasco, SAC. O bispo insiste no convite “a alargar o nosso coração para uma acolhida afetiva e efetiva, como família de Deus que busca e promove a ‘amizade social’, para romper as barreiras que impede a solidariedade, a promoção e a integração de todos os irmãos e irmãs que buscam um novo lugar ou uma nova pátria. Somos chamados a fazer a experiência da Fraternidade Universal através do acolhimento, do afeto e do cuidado buscando o Bem Viver Fraterno”. Entre as causas da migração, dom Bergamasco coloca “a falta do cuidado com a Casa Comum, a polarização, a violência, a guerra, a fragilidade das relações entre as pessoas e as políticas que geram exclusões têm agravado a situação, sobretudo dos mais pobres”. Isso demanda “cuidar desta Casa Comum como espaço acolhedor da criação, sem exclusões, pois, estamos todos conectados e somos todos irmãos e irmãs”, segundo o bispo. Ele vê a Semana do Migrante como “um momento oportuno para sair do nosso mundo egoísta e fechado, alargando o nosso coração para a Fraternidade Universal”, o que demanda “uma profunda conversão no cuidado, no afeto, na amizade e na incidência política”, se fazendo necessário superar a cultura da indiferença. A reflexão para a Semana do Migrante 2024 tem como base a Laudato Si´, a Laudate Deum, a Fratelli tutti e a Campanha da Fraternidade 2024, com o tema Amizade Social. A Laudato Si´, uma ideia que é reforçada na Laudate Deum, faz um chamado ao cuidado da casa comum, algo que também tem a ver com o fenómeno da migração. Os pobres e excluídos são as principais vítimas da devastação dos biomas e florestas, da desertificação do solo, da contaminação do ar e das águas, do aquecimento global. As catástrofes climáticas, muitas vezes provocadas pela ação humana, são causa de migração. Os refugiados climáticos constituem um grupo em constante aumento. Diante disso, a Semana do Migrante faz um apelo: “Alarga o espaço da tua tenda”, inspirados no chamado do Papa Francisco a preparar a casa para todos os seres humanos e para todas as formas de vida, onde todos todos e todas possam tornar-se irmãos e irmãs no espaço dessa casa, numa vizinhança sadia e saudável. O convite é passar do viver bem egocêntrico e egoísta ao bem viver fraterno e solidário, a descobrir a riqueza da diversidade presente nas pessoas, nas culturas, nas religiões. A Semana do Migrante nos mostra que os migrantes são portadores das sementes do verbo, são artífices e protagonistas de novos tempos. Isso porque toda pessoa, grupo ou cultura cresce e se enriquece no encontro com o outro. Daí a necessidade de “passar da globalização da indiferença” para a “cultura do encontro, da fraternidade e da solidariedade”. Para isso somos chamados a tecer o fio das relações humanas, um grande desafio diante do crescimento da extrema direita, que impulsionam a divisão, que faz com que os migrantes sofram com o preconceito e a discriminação, com o racismo e a xenofobia. Diante disso, a Pastoral do Migrante faz um chamado a ver o migrante não como perigo ou ameaça e sim como oportunidade de encontro, de diálogo e de solidariedade. Um chamado a não criar guetos e sim comunidades, e assim alargar o espaço de nossa tenda em direção à amizade social com todos os povos e nações, como caminho para construir em bases firmes e sólidas a nossa casa comum. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encerrado o Seminário Regional das Pastorais Sociais: Formar lideranças atuantes de forma qualificada na realidade

“A Amizade Social e o compromisso sociopolítico da fé na construção do bem viver dos povos”, foi o tema do Seminário Regional das Pastorais Sociais realizado na Maromba de Manaus de 07 a 09 de junho de 2024, com a participação de 50 representantes das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Um seminário que tinha como objetivo principal, “contribuir na formação de lideranças para atuarem nas pastorais sociais, organismos e igrejas locais de forma mais qualificada, fortalecendo as mesmas, bem como as iniciativas no cuidado da vida a partir da fraternidade e amizade social”. O Seminário que o Ir. Danilo Bezerra considera “de fundamental importância para nos fortalecer enquanto Regional na luta pela justiça, pela fraternidade, pela solidariedade”. O irmão Marista, que trabalha na diocese de Roraima, destacou a importância de ir para as bases para “trabalhar essa formação sociopolítica”, de ir às ruas, de “ajudar às pessoas a viver de fato o Jesus de Nazaré, a viver de fato o Jesus do Evangelho, aquele Jesus que testemunha a Palavra de Deus, testemunha a amizade, a fraternidade, a justiça e o amor, e ao mesmo tempo anuncia tudo isso e denuncia os opressores”. O religioso, que foi um dos representantes do Regional Norte1 na 6ª Semana Social Brasileira, ajudou, junto aos outros participantes, a ecoar as reflexões desse “Mutirão Nacional pela Vida, por Terra, Teto e Trabalho. O Brasil que queremos: O Bem Viver dos Povos Rumo ao Projeto Popular”, sendo apresentado como as Pastorais Sociais no Regional têm se envolvido e os passos a serem dados daqui para frente, buscando algo concreto que chegue na base. Igualmente, foram colocadas sugestões para construção do Grito dos Excluídos, assim como compromissos a ser levados para as igrejas locais em vista de realizar escolas de Fé e Política e as eleições municipais de 2024. A articuladora das Pastorais Sociais e Organismos no Regional Norte1, Ir. Rosiene Gomes, destacou que “as Pastorais Sociais integram a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, considerando de suma importância esses momentos de formação, “para que as lideranças sejam atuantes de forma qualificada na nossa realidade”. A religiosa ressaltou que “em nosso Regional, a Igreja caminha com a disponibilidade desses homens e mulheres que fazem parte, que integram essas pastorais, e são multiplicadores na base”. Falando sobre os desafios, cada vez maiores, a Ir. Rosiene Gomes disse que depois das dificuldades vividas durante a pandemia, “agora estamos tentando fazer com que haja um re-encantamento com esse trabalho que era feito antes, quando as lideranças eram mais ativas, mais comprometidas”, considerando o Seminário como uma forma de “reanimar essa ação evangelizadora, essa ação pastoral que foi ficando aos poucos fria”. Para isso, a religiosa fez um chamado a dar continuidade entre todos e todas a dar continuidade a esse trabalho, “continuar a levar esperança, alegria”, caminhar juntos como lideranças, em vista de uma Igreja com um rosto de alegria, de esperança para todos. O Seminário foi concluído com o encaminhamento de propostas com relação ao trabalho das Pastorais Sociais e Organismos que fazem parte do Regional Norte1. Com relação às eleições municipais do mês de outubro, foi tirado como compromisso que cada igreja local e as Pastorais Sociais contribuam na reflexão nos grupos de base com relação à questão política, em vista de contribuir para eleger pessoas que possam representar aquilo que as pastorais, as dioceses e prelazias trabalham no cuidado e defesa da vida. Igualmente foi incentivado o trabalho em rede das diversas pastorais e organismos, preparando a celebração do Jubileu 2025, algo que será abordado na Assembleia Regional Norte1 no mês de setembro, em vista da realização de uma grande celebração, tendo presente o Jubileu da Esperança. Nessa perspectiva, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Steiner, motivou as Pastorais Sociais para trazer presente algum marco que ajude a ver o tempo do Jubileu como esperança a partir das pastorais e organismos do Regional. Dom Leonardo agradeceu muito a participação de todos, reforçando alguns encaminhamentos feitos durante o Seminário. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Fugimos e nos escondemos da verdade para o entretenimento com o vazio, com o nada”

No 10º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Leonardo Steiner iniciou sua reflexão dizendo que “o Evangelho proclamado nos apresenta um caminho: Fazer a vontade de Deus. A vontade de Deus que conduz, renova e restaura a vida humana até à consumação, pois nos integra como irmão e irmãs, como mães”. Segundo dom Leonardo, “a liturgia de hoje nos convoca a celebrar o movimento que nos leva à nossa união originária com Deus, conosco mesmos, com os irmãos, com todas as criaturas, rompida por Adão e Eva no paraíso. A vontade de Deus que Jesus nos apresenta é o início e o retorno à origem da nossa humanidade perdida, pois realização e plenificação da vida, como Jesus que fez a vontade do Pai, até à morte e morte de Cruz”. “O livro do Gênesis, a nos recordar nosso afastamento, nosso escondimento, uma espécie de fuga de Deus. Recorda o rompimento originário, o pecado original. Original porque se apresenta no modo de ser da origem. Origem, o que faz iniciar, que principia, que continua orientando, direcionando, impelindo, em todo o devir, até o seu fim. Original, pois, houve um distanciamento, um rompimento com a Origem de toda a criação: Deus”, sublinho o arcebispo. A primeira leitura, afirmou o presidente do Regional Norte1, “recorda a nossa origem: fomos gerados por Deus, segundo sua imagem e recebemos o sopro da vida divina, abençoados. Papa Francisco, nos ensina que o texto mostra a imensa dignidade da pessoa humana ‘que não é uma coisa, mas alguém’. É capaz de se conhecer, de se possuir e de, livremente, se dar e entrar em comunhão com outras pessoas, com todos os seres. Cada um de nós é fruto de um enamoramento de Deus. Cada um é querido, querida, cada um de nós é amado, amada, cada um é necessário. Graças a essa origem, a existência humana vive de três relações fundamentais, ligadas entre si: Deus, próximo e terra. Recorda, também que, com o pecado, essas três relações vitais foram rompidas e corrompidas. A harmonia entre o criador, a humanidade e toda a criação, foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas (cf. LS, 65-66). Não seguimos a sua vontade: nos apossamos do fruto proibido”. “Adão, o homem, escondeu-se de Deus. Distanciou-se daquele que o gerou, daquele é o Um, o Bem, o único Bem, o Sumo Bem, a Origem”, disse inspirado em Francisco de Assis. “Ao dessintonizar com o desejo amoroso de não experimentar a fruta proibida, o homem não seguiu a vontade de Deus. Assim, dividido, tomado pela vergonha, rompido com Deus, sua origem, foge, se esconde. Foge de si mesmo, do outro e do próprio Criador. Esconde-se e entra em decadência, isto é, perde a cadência, o ritmo de Deus, de sua origem. Perde, também, o ritmo, a cadência das criaturas, desaparece a fraternidade com a obra criada. Em vez de amigas, companheiras, irmãs tornam-se concorrentes e, por vezes, inimigas, visibilizado na serpente do paraíso. Assim, o homem entra num ritmo cada vez mais acelerado e exacerbado para o nada vazio, negativo, aniquilado. Vem a nudez, o distanciamento, a ruína. Aquilo que era um paraíso torna-se um jardim abandonado quando não um deserto de desolação, sem dono e entregue à própria sorte”, destacou, seguindo o dito por Fernandes e Fassini. Segundo ele, “o homem distanciou-se, não permaneceu na cercania do Mistério que o envolvera”. “O homem foge, se esconde, mas Deus busca, procura: ‘depois que Adão comeu da fruta da árvore, o Senhor Deus o chama: ‘Onde estás?’. É o apelo de um Pai que busca o gerado que se distanciou, para que volte ao convívio, ao amor gerativo e vivificador. Deus é fiel a si mesmo, por isso busca aquele que Ele gerara segundo sua imagem e à sua semelhança. Deus oferece o semblante para que ele volte e fique face a face com Ele”, ressaltou o cardeal. “Da busca amorosa de Deus nasce a confissão do homem: eu me escondi!”, segundo Dom Leonado. Ele disse que “Santo Agostinho nas suas ‘Confissões’, re-conhece a miséria da própria vida vivida como fuga, mas na busca que Deus faz do pecador, irrompe o louvor ao Deus misericordioso que sempre o buscou: também no pecado me procuravas! A confissão, assim, tem o sentido de começo do retorno, início do caminho para o Mistério de sua origem”. Falando sobre a realidade atual, o cardeal afirmou que “hoje, vivemos de modo cada vez mais acelerado e agitado. E, no deserto que criamos para nós mesmos, temos medo e fugimos da própria sombra, das próprias pegadas. Assim, sem jovialidade, sem alegria contida e prazerosa, para com a riqueza da finitude, fugimos para um infinito ilusório, sem comunhão com nada e com ninguém: o infinito do produzir e consumir, do cobiçar e conquistar de qualquer jeito e a qualquer custo; do angariar méritos, do obter riquezas, poderes e glórias sem horizonte, nos escondemos até de nós mesmos. Uma ilusão, um engano, um engodo. Fugimos e nos escondemos da verdade para o entretenimento com o vazio, com o nada, a não verdade. Nos damos conta que estamos nus, mas não percebemos que perdemos as vestes da filiação divina, as vestes do amor, da solidariedade, do perdão. Poderá o homem parar de fugir, entrar na sombra do mistério, e aí assentar-se? Eis o desafio que nos persegue desde nossa queda originária!”, disse inspirado em Fernandes e Fassini. “O rompimento do homem com sua Origem, a integridade com todo o criado, recebem no Evangelho de Marcos proclamado, uma expressão extraordinária: ‘Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. Na vontade de Deus tudo volta à graça originária, tudo se irmana, sintoniza, harmoniza; uma comunhão; visibilização do Reino de Deus: irmão, irmã, mãe!”, afirmou o arcebispo de Manaus. No texto proclamado, Dom Leonardo destacou que “Jesus encontra-se rodeado de seus discípulos e da multidão que…
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Seminário Regional das Pastorais Sociais: Formação política e fiscalização para continuar o envolvimento da Igreja no avanço da democracia

50 representantes das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) participam na Maromba de Manaus de 07 a 09 de junho de 2024, do Seminário Regional das Pastorais Sociais, que tem como tema “Amizade Social e o Compromisso Sociopolítico da Fé na construção do bem viver”, e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). Com a assessoria do padre Paolo Cugini, missionário fidei donum na arquidiocese de Manaus e professor da Faculdade Católica do Amazonas, foi analisada a contribuição dos cristãos/ãs nos processos da construção da democracia desde a Constituinte até hoje. Numa leitura histórica da Igreja do Brasil a partir da década de 1960, ele destacou o papel da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobretudo na década de 70 e 80, seu envolvimento no avanço da democracia, promovendo a criação de condições para que o povo se organize, com documentos proféticos, como grande protagonista do debate político, golpeando o modelo neoliberal que estava se espalhando na América Latina, fazendo uma decidida defesa dos pobres no país mais católico do mundo e ao mesmo tempo com uma das maiores desigualdades. O padre Cugini definiu a Igreja do Brasil como uma Igreja historicamente atenta aos problemas sociais, sinalizando o protagonismo do laicato, especialmente através das comunidades eclesiais de base (CEBs), um caminho eclesial abençoado pela CNBB e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), destacando seu compromisso social e político. Naquele período, a Igreja falava a linguagem do povo, como aparece nos documentos de Medellín e Puebla. Isso frente ao governo da ditadura que tinha como objetivo acabar com esse espaço de pensamento alternativo, que representavam as CEBs. Querendo fazer uma leitura cultural da conjuntura política do Brasil, o professor da Faculdade Católica do Amazonas, analisou os elementos presentes no catolicismo tradicional e o catolicismo progressista, e o fenómeno do post-cristianismo como realidade do mundo pós-moderno, falando sobre o post-teísmo, post-secularismo e post-humanismo, o que tem a ver com a inteligência artificial, um fenómeno cada vez mais determinante na sociedade atual. Partindo das considerações históricas, o assessor fez propostas sobre o que estamos chamados a fazer, propondo em primeiro lugar a formação política, tendo como conteúdo a espiritualidade profética, o profetismo de Jesus e o profetismo bíblico, e a Doutrina Social da Igreja. Ele destacou a importância da Lei 9840, a Lei de Compra de Voto, fruto da Campanha da Fraternidade de 1996, que teve como tema “A Fraternidade e a Política”. Essa Lei diz que o candidato ou candidata que oferecer dinheiro ou qualquer coisa em troca de voto, será afastado das suas campanhas ou impedido de ocupar cargos, ressaltando que comprar ou vender votos é crime eleitoral. Para isso, se faz necessário criar os comités que fiscalizam e denunciem esse tipo de crime. O assessor relatou os passos para denunciar: identificar um ato de corrupção; coletar provas; denunciar diretamente à Promotoria Eleitoral, à Polícia Federal, ao Juiz eleitoral. Igualmente os passos a serem dados pelo Comité: distribuição do panfleto, passando em todas as casas; presença nos comícios; fiscalização da compra de votos, dentre outras ações. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Inicia o Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1: “Um modo de levar a semente do Reino de Deus”

Formar os agentes pastorais na dimensão sociotransformadora é umas das prioridades do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Para concretizar esse propósito foi iniciado nesta sexta-feira, 07 de junho, o Seminário Regional das Pastorais Sociais, com o tema “Amizade Social e o Compromisso Sociopolítico da Fé na construção do bem viver”, e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). Partindo da parábola da semente, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Steiner, destacou que “Deus nos gerou para produzimos muito fruto, para abrigar, para sombrear, para levar vida, para alimentar, animar, esperançar”. Segundo ele, “nossas Pastorais Sociais são um modo de levar a semente do Reino de Deus, a vida do Reino de Deus, o modo do Reino de Deus. Esse modo do Reino de Deus que vai transformando a vida das pessoas, o Reino de Deus que vai dando muitos frutos. As nossas Pastorais Sociais que vão lançando, vão visibilizando o Evangelho, o Reino de Deus”. Essas Pastorais Sociais são nomeadas pelo Papa Francisco na Bula de convocação para o Ano da Esperança, definindo-as, lembrou o arcebispo de Manaus, que disse que “são sementes de esperança as nossas Pastorais Sociais, nossas Pastorais Sociais elevam, lutam, alimentam, dessedentam, levando sempre esperança. As nossas Pastorais Sociais são transformadoras, não porque nós queremos, mas porque são evangélicas”. Ele fez um chamado a ter sempre diante dos nossos olhos, que “o Reino é sempre um Reino de esperança, porque é um Reino de transformação”, vendo o fato de levar a paz como missão das Pastorais Sociais e assim superar os diversos conflitos. Com relação à amizade social e ao compromisso sociopolítico da fé para construirmos uma nova fraternidade, uma nova sociedade, mais justa, o presidente do Regional Norte1, denunciou a violência presente na sociedade e as mortes de muitos jovens que não vem a público, chamando a estar atento a essas realidades, como compromisso de fé, como missão da Igreja. Diante do fato da política ter perdido importância e da resistência frente a ela, desafiou a recuperar a política, lembrando que existe no Brasil um movimento da Igreja para isso. Ele insistiu para não desistir do exercício da política, pedindo que o Seminário anime a fazer “o Reino de Deus cada vez mais visível e cada vez mais presente”. Um Seminário que é um espaço de formação para todos aqueles que tem que lutar cada dia com as coisas da cidade, segundo disse o bispo da diocese de Alto Solimões e referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1, em vista de que a sociedade nos subsidie em vista do bem comum. Ele animou a conhecer aquilo que Papa Francisco chama de boa política para poder chegar ao bem comum. Juntamente, dom Adolfo Zon denunciou que “falar de política hoje na nossa Igreja, para algumas pessoas, parece que é falar do diabo”. O bispo lembrou do trabalho da Igreja católica no Brasil em busca de políticas públicas, denunciando a volta atrás e o desinteresse com relação à coisa comum na sociedade atual. Ele insistiu em que “a fé tem que ser encarnada, uma fé etérea, volátil, não existe”, isso porque “o ser humano, ele é ação, e os valores do Evangelho iluminam as nossas ações”. Daí ele disse que “uma boa política sem gente que se interesse, ela não vai chegar”, vendo a Doutrina Social da Igreja como conjunto critérios e diretrizes de ação para avançar em vista da melhor política, tendo como instrumento para isso a formação, animando os participantes do Seminário a ser multiplicadores nas bases. Depois da apresentação, acolhida e mística, os 50 representantes das nove igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 participaram do Análise de Conjuntura, momento aberto ao público em geral, onde foi debatido sobre o “Compromisso sociopolítico do cristão/ã frente às eleições municipais”, que contou com a assessoria do advogado, economista e político, José Ricardo Wendling, ex-deputado federal. Ele iniciou sua fala se referindo ao sentido da política, afirmando que a política é cuidar das pessoas da cidade, é um serviço para a sociedade. Mas ao mesmo tempo denunciou um problema em volta da política, que leva a identificar a política com assistencialismo, esperteza, corrupção, e aos políticos com gente que não presta. A política é um exercício da cidadania, lembrando o papel ativo da Igreja católica na luta por direitos garantidos da Constituição Brasileira de 1988. As políticas públicas devem ser construídas a partir das necessidades da população, segundo José Ricardo, reclamando a necessidade de debate e definir prioridades no orçamento público. O problema é, segundo o ex-deputado federal, que não há processo participativo, o povo não é ouvido, não há debate. Com relação ao processo eleitoral destacou a importância do direito de votar, de se organizar em partido político, em associações e sindicatos, o direito de se candidato, refletindo sobre a necessidade de conhecer a ideologia dos partidos. Igualmente, José Ricardo mostrou o que é a Lei Eleitoral, que muda constantemente no Brasil, e o processo eleitoral, com chapas e alianças, mais por conveniência que por projetos comuns, e com pouco debate de propostas. Ele refletiu sobre o financiamento dos partidos, a compra de votos, assistencialismo e uso da máquina pública. Diante disso, o papel do Tribunal Eleitoral, a distribuição do fundo eleitoral, as Fake News e sua influência no processo eleitoral. José Ricardo Wendling, diante das eleições municipais, falou sobre o papel dos prefeitos e vereadores, os desafios a ser enfrentados nas cidades, algo a ser considerado na hora de eleger prefeitos e vereadores, mostrando diversos exemplos disso. Ele refletiu sobre a grande e crescente influência de igrejas evangélicas, do tráfico de drogas. Com relação à Amazônia, mostrou o aumento de membros do poder legislativo que defendem a mineração e garimpo, o Marco Temporal e não demarcação de terras indígenas, a flexibilização de leis ambientais, a redução de Reserva Legal e mais desmatamento. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Adolfo Zon: “Nós bispos, tomemos nossa responsabilidade para que o nosso povo se coloque a serviço do cuidado da casa comum”

Os membros da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto com seus assessores e os bispos referenciais dessa dimensão nos regionais se reuniram na Casa dom Luciano de Brasília os dias 5 e 6 de junho para um momento de formação. Em representação do Regional Norte 1 participou o bispo da diocese de Alto Solimões (AM), vice-presidente do Regional e referencial das Pastorais Sociais, dom Adolfo Zon. Entre as temáticas abordadas, o bispo de Alto Solimões destaca o cuidado da casa comum, do meio ambiente, como parte integrante da ação evangelizadora, que contou com a assessoria do bispo da diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira, tendo como referência a encíclica Laudato Si´ e a exortação apostólica Laudate Deum. Ele sublinhou, tendo como referência a exortação apostólica pós-sinodal “Pastores Gregis”, onde São João Paulo II diz que “há necessidade, pois, duma conversão ecológica, para a qual os Bispos hão-de dar a sua contribuição ensinando a correcta relação do homem com a natureza”. Um documento que segundo dom Adolfo Zon é um chamado para que “nós bispos, tomemos nossa responsabilidade na animação, para que o nosso povo se coloque a serviço do cuidado da casa comum”, sendo feitas sugestões para trabalhar a Ecologia Integral como eixo transversal no ministério episcopal, na evangelização com o povo e nas incidências políticas nacionais e internacionais. Outra temática abordada foi sobre a dimensão sociotransformadora da fé, com a assessoria do padre Francisco Aquino Junior, que destacou elementos da Doutrina Social da Igreja, elencando as linhas mais destacadas no Magistério do Papa Francisco, sobretudo em seus encontros e mensagens aos Movimentos Populares, afirmou o bispo referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1, que igualmente ressaltou o compromisso de trabalhar cada vez mais esta dimensão na base. Estiveram presentes no início da formação o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, e o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers. O núncio apostólico, em base às enchentes no Rio Grande do Sul, destacou que têm se tornado frequentes os desastres naturais no cenário de mudanças climáticas, se referindo à solidariedade da Igreja em ajudar as pessoas atingidas pela catástrofe. Dom Ricardo Hoepers, insistindo na necessidade da Igreja do Brasil se mobilizar para a Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31), e que isso seja assumido por toda a população brasileira, destacou o trabalho realizado pela Comissão Sociotransformadora em pautas imprescindíveis como a da ecologia integral. O encontro foi oportunidade para refletir sobre o atual sistema económico, que tem como base o paradigma tecnocrático, que busca o lucro máximo com o menor custo, atingindo os pobres e o planeta Terra, um organismo vivo, onde tudo está interligado, o que faz com que “para os problemas globais, as soluções têm de ser globais”. Diante disso, dom Vicente Ferreira fez um chamado à profecia na Igreja, a partir de uma espiritualidade ecológica. Passos que devem ser concretizados em vista da Campanha da Fraternidade 2025 e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CNBB Nacional

Uma paróquia que celebra os 25 anos de uma Ministra da Eucaristia é um exemplo de Igreja sinodal

A sinodalidade não é uma teoria, é uma prática, que nos leva a caminhar juntos e a reconhecer a importância de todos e todas no trabalho pastoral, missionário, evangelizador, da Igreja, das nossas comunidades e paróquias. Às vezes a gente se depara com situações que nos enchem de esperança e nos ajudam a acreditar que essa Igreja sinodal é possível. Ontem, 05 de junho de 2024, aconteceu numa paróquia da arquidiocese de Manaus uma Eucaristia onde foi comemorado os 25 anos de serviço de uma ministra extraordinária da Sagrada Eucaristia. São muitos os leigos e leigas que nos diversos ministérios, serviços e pastorais, doam sua vida nas comunidades, nas paróquias, na Igreja. Não é comum que esse trabalho sea reconhecido publicamente pela comunidade, pelo pároco, e se é reconhecido não se da a conhecer tanto quanto outras comemorações são divulgadas. Tem um ditado que diz que aquilo que não é conhecido, não existe, daí a importância desse fato ser celebrado e divulgado. Enquanto é comum que seja celebrado e divulgado anualmente os aniversários do clero, é mais raro que isso aconteça com os leigos, algo que não é feito nem mesmo diante de muitos anos de serviço. O pecado do clericalismo sempre é uma ameaça para o bem andar da nossa Igreja católica. Nesta semana, diante de uma notícia que tinha como título: “O pároco não governará sozinho, as paroquias serão coordenadas por uma equipe de leigos e presbíteros”, um padre jovem reagia numa rede social dando risada. Uma das demandas das mulheres na Igreja é que seja reconhecido seu trabalho e que elas possam participar dos espaços de decisão. As resistências a essas demandas são fortes em alguns grupos eclesiais, e isso dificulta gravemente avançar no caminho da sinodalidade. Temos dificuldade para reconhecer que o pensamento, a vivência da fé, o serviço dos outros, nos ajuda a crescer em conhecimento, abre nosso olhar, faz melhor o trabalho evangelizador. O valor que é dado às pessoas se manifesta no reconhecimento que temos delas, quando estamos ao lado nos momentos de dificuldade, mas também quando celebramos com elas os momentos importantes em sua vida, também na vida eclesial. 25 anos de doação num serviço concreto manifestam o compromisso cotidiano com a Igreja, e em consequência com Deus. Parabéns a dona Dayse Barros pelo seu compromisso de 25 anos como ministra extraordinária da Sagrada Eucaristia. Obrigado à paróquia Rainha dos Apóstolos da arquidiocese de Manaus por nos ajudar a descobrir que numa Igreja sinodal somos chamados a reconhecer publicamente o trabalho de todos e todas, também de tantas mulheres que doam sua vida em favor das comunidades e paróquias. Sem dúvida um sinal de esperança que nos mostra que a sinodalidade é mais do que a temática do Sínodo, é um modo de ser Igreja que deve se concretizar nas comunidades e paróquias onde todos e todas vivenciamos nossa fé. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Encaminhados os últimos detalhes do Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1: uma reflexão em vista das eleições municipais

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), realiza de 07 a 09 de junho de 2024, na Maromba da arquidiocese de Manaus o Seminário das Pastorais Sociais. O tema a ser refletido é: “A Amizade Social e o compromisso sociopolítico da fé na construção do bem viver dos povos”, tendo como lema “Vos sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). Para ultimar os detalhes do encontro aconteceu no dia 04 de junho na sede do Regional uma reunião em que foram definidos os últimos detalhes do encontro que será iniciado na sexta-feira, às 19 horas, com uma análise de conjuntura aberto a todas as comunidades, grupos, pastorais e organismos. Com a assessoria de José Ricardo Wendling, economista e advogado, será abordada a questão do compromisso sociopolítico do cristão/ã frente às eleições municipais. A formação de agentes na dimensão sociotransformadora da fé é umas das prioridades que aparecem nas Diretrizes para a Ação Evangelizadora do Regional Norte 1 (2022-2024), em vista de uma Igreja servidora e defensora da vida. O objetivo do seminário, que contará com a assessoria do padre Paolo Cugini, professor da Faculdade Católica do Amazonas, é contribuir na formação de lideranças para atuarem nas pastorais sociais, organismos e igrejas locais de forma mais qualificada, fortalecendo as mesmas, bem como as iniciativas no cuidado da vida a partir da fraternidade e amizade social.   Além desse objetivo principal, o Seminário das Pastorais Sociais 2024, pretende aprofundar na Encíclica Fratelli Tutti, na Laudato Si e Laudate Deum, refletindo sobre as relações e o cuidado com as pessoas e a casa comum; fortalecer as Pastorais Sociais no Regional Norte1, neste ano em que a Campanha da Fraternidade, que contribuiu para o nascimento de muitas pastorais, está completando 60 anos; aprofundar a dimensão sociotransformadora da fé no ano eleitoral, como compromisso dos cristãos leigos e leigas na construção da boa política; e partilhar as ressonâncias da 6ª semana Social Brasileira e encaminhamentos para o Grito dos Excutidos 2024. Se espera a presença de quatro ou cinco representantes de cada Igreja local, que possam contribuir e multiplicar nas dioceses e prelazias do Regional, a través estudos que ajudem nos encaminhamentos e desdobramentos realizados no Seminário. Mais uma oportunidade para que pessoas motivadas no compromisso sociotransformador da fé nas diferentes comunidades eclesiais possam se formar para assumir essa missão da Igreja na Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1