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Dom Zenildo Lima: “Nós temos um caminho de sinodalidade, e nós voltamos mais comprometidos”

No final da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o bispo auxiliar de Manaus (AM), dom Zenildo Lima, faz um balanço do que foi vivenciado de 10 a 19 de abril de 2024 em Aparecida (SP). Ele, que já tinha participado das assembleais gerais da CNBB sendo secretário executivo do Regional Norte1, participou pela primeira vez em sua condição de bispo. “A experiência é também uma experiência de reencontro, reencontro com este espaço e reencontro com a totalidade da Igreja do Brasil”, afirmou o bispo auxiliar. Segundo dom Zenildo, “a final de contas, a assembleia geral da CNBB é sempre um momento muito intenso de comunhão, e a gente percebe, experimenta de participar agora dessa comunhão de um modo muito mais comprometido”. Falando sobre o tema central da 61ª Assembleia Geral da CNBB, Dom Zenildo afirma que “acredito que esta assembleia, ela teve uma particularidade, ela foi uma assembleia de início de trabalho, as diretrizes não foram concluídas nesta assembleia. Na verdade, foi uma ocasião que apresentou elementos desafiadores para a Igreja, com a análise de conjuntura social, com análise de conjuntura eclesial, com alguns temas prioritários que foram apresentados aqui, da juventude, da inteligência artificial, nós nos descobrimos como uma Igreja diante de um mundo muito desafiador, e agora colocamos elementos para que as novas diretrizes nos ajudem a sermos uma Igreja capaz de oferecer respostas”. Falando sobre a Igreja que está na Amazônia, o bispo auxiliar de Manaus afirma que “temos uma caminhada de sinodalidade, e essa experiência de construção das diretrizes reforça o caminho que nós já fazemos como Igreja na Amazônia”. Entre os desafios a ser enfrentados, dom Zenildo afirma que “a partir do que foi apresentado aqui na análise de conjuntura social, a gente percebe esse mundo que se está construindo, muito pautado no individualismo, que gera um modelo económico muito específico, que é um modelo económico que não atende a grande parte da população, por tanto segue essa perspectiva individualista que desafia a concepção do bem comum”. Se referindo à análise com conjuntura eclesial, ele destacou “algumas tendências de um modelo eclesiológico que também corresponde a essa espiritualidade um pouco mais intimista, um pouco mais recolhida”. Diante disso, ele considera que um grande desafio da Igreja é “um desafio de abertura, saber viver nesses novos tempos, mas também um desafio de clareza, é muito importante que nós tenhamos uma comunhão aberta, participativa, mas queremos uma comunhão muito consciente, de uma Igreja que é bastante orientada no Reino de Deus, que sabe do seu compromisso na defesa da vida, no cuidado com a casa comum, e que sabe evidentemente da sua tarefa irrenunciável do anúncio de Jesus Cristo”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “embora nós tenhamos muitos desafios pontuais, esses dois grandes elementos, acolher as novidades e ao mesmo tempo a segurança da proposta comprometedora do seguimento de Jesus”. No dia dos povos indígenas, lembrando o cuidado que o Papa Francisco pede à Igreja para os descartados, ele lembrou da imagem da catequista indígena da Igreja de Roraima que recebeu seu ministério no Santuário de Aparecida durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB. O bispo destacou que “a presença desta mulher indígena, para nós sinalizou o encontro da fé com a vida desses povos, um encontro que não pode ser colonizador, um encontro que é capaz de um diálogo, mas sobretudo um encontro que reconhece a primazia desses povos em seus territórios e por tanto na história da construção da nossa Pátria. O dia de hoje é uma oportunidade para retomar que um grande desafio muito concreto da Igreja do Brasil é afirmar a dignidade desses povos, sobretudo nesses tempos de muito embate, inclusive embates no campo legislativo, onde se tenta construir legalidade para processos de comprometimento do território e da vida desses povos”. De volta para casa, dom Zenildo Lima reconhece que “de volta para casa é voltar para a arquidiocese de Manaus, é voltar para nosso Regional Norte1, é voltar para o espaço. Nós temos um caminho de sinodalidade, e nós voltamos mais comprometidos. As informações, as clarezas que a gente vai alcançando numa assembleia nacional nos ajudam depois a situar, a pontoar, a localizar esses desafios no nosso espaço, no nosso universo amazônico”. Ele lembrou que “temos um caminho, temos uma pauta, temos pela frente um novo encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, temos uma retomada do Documento de Santarém. Nós vamos continuar o caminho que já fazemos como Igreja, que é um caminho do anúncio do Evangelho, que é um anúncio de Jesus Cristo encarnado, que é um anúncio do crucificado, ressuscitado, que é um anúncio de vida para todos, e vida em abundância no cuidado da casa comum, na perspectiva da ecologia integral, na vida que Deus quer para cada comum e para cada mulher”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Presidência da CNBB encerra 61ª AG pedindo união pela causa do Evangelho e da vida

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) protagonizou a coletiva de imprensa de encerramento da 61ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024, com a participação de 442 bispos. Dom Jaime Spengler O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, que iniciou sua fala agradecendo o trabalho dos jornalistas, recordou a natureza da CNBB, “uma instância de comunhão entre os bispos do Brasil”, uma comunhão experimentada nos 10 dias “de encontro, de oração, de estudo, de debate, de construção de indicações viáveis para a evangelização no nosso Brasil’, um empenho da Conferência dos Bispos e da Assembleia Geral. Dom Jaime destacou a diversidade do Brasil, o que faz com que encontrar pontos de consenso seja um desafio, vendo cada Assembleia Geral como “um Pentecoste, é uma experiência única, pessoas, homens, de realidades tão distintas”. O presidente da CNBB relatou os passos dados ao longo da Assembleia, ressaltando o tema geral, a elaboração das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora. Dom Ricardo Hoepers Recordando que “a Assembleia é o órgão supremo da Conferência”, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, falou sobre o esforço realizado para preparar uma assembleia com recorde de participação. Ele agradeceu o trabalho realizado em equipe pelos colaboradores da Secretaria Geral, com uma participação efetiva e afetiva dos bispos. Dom Justino de Medeiros Silva Definindo a Assembleia como “um aprendizado de escuta”, onde os bispos partilham “muito da nossa vida, da nossa missão, do nosso pastoreio, dos desafios que a Igreja vive neste tempo”, o arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Justino de Medeiros Silva, afirmou que “trazemos preocupações e esperanças”, insistindo em que “escutamos uns aos outros”, criando um tecido de tantas escutas que “fortalece cada um de nós no sentido da missão”, vendo o retorno às dioceses como algo “marcado por um ânimo, um revigoramento dessa experiência de servir à Igreja no Brasil”. Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza Segundo o arcebispo de Olinda-Recife (PE) e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, “há um movimento das nossas dioceses para a Assembleia Geral, aqui trazemos nossos anseios, os grandes desafios vividos, a força pujante da Igreja, as nossas comunidades eclesiais, a beleza da Igreja católica”. Da Assembleia e do que nela é realizado e vivido, “nós saímos daqui como um grande rio caudaloso da Assembleia para a vida concreta, para as nossas dioceses”, que ele definiu como “dois movimentos que caracterizam a força e a vitalidade da Assembleia Geral da Conferência episcopal brasileira”. Uma Assembleia Geral que desafia à Igreja do Brasil a entender que “diferenças sim, mas sempre unidos pela causa do Evangelho e da vida, da vida plena para todos”, segundo frisou no final de sua intervenção o presidente da CNBB. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Adolfo Zon: “As novas Diretrizes resgatam a primazia da missão”

Os bispos do Regional Norte1 participam da 61ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024. O bispo da diocese de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte1, dom Adolfo Zon, diz ter vivido a Assembleia “com muita alegria, com muita serenidade”, destacando o fato de ter iniciado neste ano a Assembleia “do jeito que melhor se podia iniciar, com o retiro, com a orientação do Secretário de Estado Vaticano, o cardeal Parolin. Ele nos criou o ambiente espiritual para estar mais bem situados nesta assembleia onde tem se pensado as novas Diretrizes e ao mesmo tempo um aprofundamento na sinodalidade da Igreja”. Falando sobre as novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora e a sinodalidade, que tem como palavras-chave comunhão participação e missão, dom Adolfo Zon, que é missionário e bispo numa diocese onde o trabalho missionário nem sempre é fácil, afirma com relação à concretização da missionariedade na Igreja do Brasil, na Igreja da Amazônia, que “a própria assembleia, ela resgatou a prioridade da missão. Antes, que as Diretrizes estavam organizadas em pilares, a missão estava no final do processo evangelizador”. Segundo o bispo, “as novas Diretrizes resgatam essa primazia, e sobretudo essa presença ao longo de todo o processo evangelizador, porque é a missão que inicia e que nos leva a ser missionários em saída”. “Na hora de replanejar novos ministérios para a Igreja do Brasil, está se resgatando esse ministério que e fundamental e que todas as comunidades têm que ter, que é o ministério missionário”, ressaltou o bispo de Alto Solimões. Ele enfatizou que isso vai adiante, “anunciando a Palavra de Deus e fazendo que essa Palavra entre nos corações das pessoas, porque é a Palavra que transforma e que dá vida nova a nossa sociedade”. Finalmente, abordando a repercussão na vida dos bispos, na vida das Igrejas locais e no trabalho pastoral, de tudo o que é trabalhado na Assembleia, bispo enfatizou que “na diocese de Alto Solimões, as assembleias da CNBB, sobretudo quando é uma assembleia que prepara as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, marca nosso trabalho posterior. É a partir dessas Diretrizes, dessas propostas, que nós vamos elaborando nosso plano de pastoral”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

61ª AG da CNBB, coletiva de imprensa: 90 anos do Pio Brasileiro, 70 da CRB e as Causas dos Santos

Os 90 anos do Colégio Pio Brasileiro, os 70 anos da Confederação dos Religiosos do Brasil e o trabalho da Comissão para as Causas dos Santos pautaram a coletiva de imprensa do penúltimo dia da 61ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada de 10 a 19 de abril em Aparecida (SP). O Colégio Pio Brasileiro foi criado em 1934 a pedido do Papa Pio XI, lembrou o arcebispo de Olinda-Recife (PE) e segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Souza, que foi aluno dessa instituição. O objetivo foi atender a formação dos seminaristas brasileiros, até esse momento estudantes no Colégio Latino-americano, sendo confiada a direção aos Jesuítas, que permaneceram até 2013, momento em que a CNBB assumiu a direção, enviando padres diocesanos para dirigir o Colégio. Na atual Assembleia Geral da CNBB foi nomeado o terceiro reitor dessa nova etapa. No Pío Brasileiro, que hoje forma padres que fazem mestrado, doutorado e pós-doutorado nas 20 universidades católicas com sede em Roma, já passaram 2.200 estudantes, dos quais 172 se tornaram bispos e seis cardeais, alunos nesse “espaço qualificado de formação”, afirmou dom Paulo Jackson. “Falar da Comissão para a Causa dos Santos é falar do coração de Deus, porque Deus quer que todos nós sejamos santos, porque Ele é santo”, destacou o arcebispo de Pouso Alegre (MG) e presidente dessa comissão, dom José Luiz Majella. Essa comissão nasceu em 2016, em vista de um trabalho conjunto com o Dicastério dos Santos. O objetivo é, segundo o arcebispo, “orientar as nossas dioceses ou igrejas particulares nas causas que já iniciaram ou vão iniciar”, assumindo a missão de acompanhar as dioceses nesse trabalho, sobretudo dos postuladores, aquele que vai levar a causa para o dicastério Roma. Ele destacou que a causa dos santos quer “olhar as virtudes de fé de um cristão, como é que o cristão viveu seu batismo”. A Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil (CRB) completou em 11 de fevereiro 70 anos. Fundada em 1954 no Rio de Janeiro, no Congresso Nacional da Vida Religiosa. Congrega as ordens religiosas, congregações, institutos de vida religiosa consagrada, uma história que se iniciou com a chegada dos jesuítas junto com os portugueses, e que “se expressou em muitas obras de evangelização na Igreja do Brasil”, segundo o bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Ademir Mezzari. Celebrar 70 anos é “fazer uma memória da história”, de homens e mulheres que professam os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, vivem a experiência de fé de um carisma, de uma missão”, que se concretiza na vida fraterna em comunidade, na espiritualidade, e que “estão presentes em todas as realidades da evangelização”, enfatizou o bispo, que é religioso Rogacionista. 70 anos que querem “recordar a profecia da Vida Religiosa”, segundo dom Ângelo, querendo assim promover a presença dos religiosos, presentes em diversos campos e realidades. Igualmente os 70 anos querem trazer presente a esperança, em vista do Jubileu 2025, “Peregrinos de esperança”, mostrando que há esperança para a Vida Religiosa Consagrada, mesmo diante da crise vocacional, querendo tocar o coração das novas gerações para que também possam se consagrar a Deus. Tudo isso será celebrado no Congresso da Vida Religiosa, de 30 de maio a 2 de junho, em Fortaleza, com mais de 700 participantes de todo Brasil, com o tema “Memória, profecia e esperança”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “No atrai do Pai somos despertados para a gratuidade do seguir Jesus, fugindo de moralismos, da ideologização fé”

No dia em que a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece em Aparecida de 10 a 19 de abril de 2024, fez memória dos 70 anos da criação da Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil e dos 60 anos da Campanha da Fraternidade, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, refletiu sobre o ser atraídos pelo Pai, pelo “charme transparente do Pai”, que encanta, maravilha. O Pai “atrai os doentes no corpo e no espírito: famintos, cegos, mudos, coxos, leprosos, aqueles com mau espírito, com espírito mudo; atrai os andantes e desandantes das ruas e caminhos, os das esquinas da vida, para participarem do banquete da atração (cf. Mt 22,1-14). Atrai a todos, mas infelizmente nem todos, talvez até nós, apercebem-se atraídos. Jesus percebendo que eram atraídos pelo Pai, saciou de pão, lhes deu novo horizonte, concedeu mãos, ofereceu pés, caminhos, purificou, transformou no corpo e no espírito. Saiam saciados, carregando seus leitos, retornando à vida familiar e religiosa”, enfatizou dom Leonardo. Ele destacou “a possibilidade e ser filho no Filho”, enfatizando que “não o procurarias, se primeiro Ele não te tivesse procurado; não O amarias, se primeiro Ele não te tivesse amado”, inspirado nas palavras de São Bernardo. “O que atrai é o amor; atração amorosa! Um amor que procura, que seduz, pois atrai. O texto sagrado insinua que não se trata de uma atração acontecida no passado, mas que no amor, o Pai ‘atrai’ até o encontro amoroso no Reino definitivo. Um convite a estarmos sempre mais em sintonia com esse amor atrativo”, enfatizou o arcebispo. Segundo o cardeal, “não é com a necessidade, mas com o prazer; não é com a violência, mas com o deleite que somos atraídos. Não so os sentidos têm os seus deleites, mas também a alma. E um deleite para a alma o ‘atrai’ do Pai!”. Ele lembrou alguns daqueles que foram atraídos: “basta ler Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Teresinha do Menino Jesus, Hélder Câmara, Dom Luciano, Santa Dulce dos Pobres, basta olharmos para os nossos pobres, que vivem atraídos por Deus, basta acompanharmos os nossos romeiros”. Um ser atraído que nos faz “disponíveis, encantados, ativos, livres e libertos”, ressaltou. “No ‘atrai’ somos despertados para a gratuidade do seguir Jesus, fugindo de moralismos, da ideologização fé, de acharmos que podemos aprisionar em conceitos e dogmatismos as delicadezas atrativas do Pai”, destacou o cardeal. Isso porque no “atrai há liberdade, a graça de poder corresponder gratuitamente à atração”, advertindo contra a soberba, que nos leva, segundo Santo Agostinho a “considerar que chegamos a Cristo com as forças da própria vontade, por própria decisão, com as próprias forças”. Um “atrai” que nos faz ter delicadeza “para não sermos reféns de nós mesmos, das nossas ideias, das nossas ideologias, das nossas dogmatizações. Ë que o ‘atrai’ é quase uma tração que impulsiona para fora, o estar a caminho como as mulheres e os homens que buscavam a Jesus”. Um “atrai” que faz ser tomado “pelo contentamento, pela fecundidade da vida”, que “abre constantemente possibilidades existenciais frente à cotidianidade dura e às vezes aniquiladora”, que traz “uma maternidade paterna em relação aos necessitados, aos desvalidos aos que a sociedade rejeita, aqueles e aquelas que andam e navegam sem destino, sem porto, sem estrada, sem rio, sem chegada!”, disse o cardeal. Nessa perspectiva, ele questionou a necessidade de “nas Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil tornar audível, papável, saborável, visível o “atrai” do Pai”. Falando dos 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil, o cardeal, religioso Franciscano, definiu a Vida religiosa como “a visibilização na Igreja do quanto o Pai atrai em Jesus”. Segundo ele, “com a CRB fazemos memória do testemunho do ‘atrai’ do Pai, recordamos a mística da gratuidade, agradecemos a profecia da Vida Religiosa e desejamos que ela continue a ser sinal de esperança”. Ele insistiu em ver os 70 anos da CRB como “um convite reconhecer que a vida religiosa consagrada é a expressão da força atrativa de Deus e da correspondência ao amor atrativo”. Também um chamado “para renovar a graça da missão recebida: continuar a viver a liberdade do Evangelho, ser a presença do Reino de Deus em todos os espaços e geografias que o Espírito enviar”, convidando a “agradecer por tudo o que a CRB tem oferecido para a renovação da vida religiosa, para manter vivo o carisma de cada família religiosa, para ser uma presença de proximidade e libertação dos pobres, ser sinal de esperança transformativa do ‘atrai’ do Pai”. O cardeal Steiner definiu a Campanha da Fraternidade como “uma expressão da forca força atrativa do Pai, pois caminho de conversão e libertação. No caminho salvífico da quaresma somos acordados para a benevolência atrativa de Deus meditando, rezando, discutindo tantas realidades que contradizem o Reino, o cuidado amoroso de Deus”. Fazendo um chamado a sermos em tudo a fraternidade, pois atraídos pelo amor, ele disse que “a fraternidade só é possível quando o amor está a guiar as palavras e as escutas, as nossas relações”. Lembrando o lema de 2024, “Vós sois todos irmãos e irmãs”, dom Leonardo insistiu que “a irmandade não nasce da dominação, mas da atração”, vendo a Campanha da Fraternidade como convite “a construir uma Fraternidade, uma irmandade, que transforma a vida em sociedade, tornando-a mais saudável, convivial”, a participar do direito de ser cidadão, levar uma vida digna, ser respeitado como ser humano. “Uma fraternidade universal, pois vivemos numa casa comum, e todo ser participa da obra da criação”, insistiu. Ele lembrou dos 60 anos de “realidades visibilizadas que nos fizeram perceber que não correspondem à força atrativa de Deus, em Jesus”, de “realidades discutidas, meditadas, rezadas, dialogadas que puderam nos despertar para a grandeza atrativa de Deus, no cuidado dos mais pobres”. Vida Religiosa e Campanha da Fraternidade que “nos foram enviadas como Filipe, para que pudéssemos fazer a leitura da força do ‘atrai’ do Pai em Jesus, a vida do Reino, e prosseguirmos com alegria o caminho”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Geral da CNBB: Interessa à Igreja o que o povo diz?

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está realizando de 10 a 19 de abril a 61ª Assembleia Geral, tendo como tema principal a elaboração das Diretrizes para a Ação Evangelizadora. Na semana passada, a gente questionava se interessa ao povo o que a Igreja diz, e hoje seria bom se perguntar se interessa à Igreja o que o povo diz. Como elemento importante de uma Igreja sinodal, de uma Igreja que promove que todos os batizados e batizadas caminhem juntos, é proposto a necessidade da escuta. Daí a pergunta que a gente formula sobre se a Igreja está interessada naquilo que o povo diz, naquilo que o povo vive, naquilo que sustenta a caminhada de fé de todos e todas os batizados. Como a Igreja escuta, a quem a Igreja escuta, para que a Igreja escuta? O desafio é escutar com atenção, escutar a todos e todas, também àqueles que não fazem parte das comunidades e escutar para levar em conta aquilo que o povo está falando, como instrumento decisivo que ajude a avançar no caminho da evangelização. Durante a assembleia, os jovens demandaram maior escuta, maior atenção, eles disseram aos bispos que querem que a Igreja os tenha mais em conta. É um grito que tem a ver com o futuro da Igreja, mas também com o presente, com a própria vida da Igreja, que precisa a força da juventude para continuar se revitalizando constantemente. Um clamor que também chega do lado feminino da Igreja, das mulheres, daquelas que sendo a grande maioria nas comunidades, ainda são colocadas muitas vezes em segundo plano, como batizadas com direitos inferiores àqueles que tem os homens. Não escutar e tomar em consideração a voz das mulheres irá enfraquecendo cada vez mais a Igreja e os processos evangelizadores que nela acontecem. Pode servir como exemplo dessa força feminina na evangelização o fato de ter sido 18 as catequistas que receberam o ministério durante a Assembleia da CNBB, enquanto tinha só um catequista homem. Escutar o povo vai fazer com que todos e todas os batizados se sintam plenamente envolvidos nos processos de evangelização, que seja assumido com maior entusiasmo aquilo que é proposto como caminho a seguir pela Igreja do Brasil. Penetrar na vida do povo, somar forças sempre é um desafio, o maior dos desafios para quem anuncia o Evangelho e pretende que essa Boa Notícia penetre na vida de cada pessoa. Escutar com calma, sem preconceitos, se esforçando por descobrir os sinais de Deus presentes em cada pessoa, em cada realidade, também no meio daqueles que vivem nas periferias geográficas e existenciais. Quando a gente escuta, nossa voz também é escutada com maior atenção, quando a gente escuta nossa capacidade para responder às necessidade dos outros aumenta, quando a gente escuta nos aproximamos daqueles que colocam sua vida em suas palavras e esperam que seus sentimentos ecoem em nossos corações, no coração da Igreja. Sem medo de escutar e sem condicionar a palavra dos outros, demos os passos que como Igreja nos ajudem a que nossa evangelização possa transformar a vida de cada pessoa, a vida de uma sociedade que precisa de Deus e quer encontrar o caminho para chegar até Ele. 7 Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Edson Damian: “15 anos de bispo de São Gabriel da Cachoeira, a diocese não sai do coração da gente”

Na 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil participam os bispos eméritos, que segundo lembrou o arcebispo emérito de Olinda-Recife, dom Fernando Saburido, na Eucaristia com que iniciaram os trabalhos nesta quarta-feira, não são aposentados. Um desses eméritos é o bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, dom Edson Damian, que participa pela primeira vez de uma assembleia da CNBB nessa condição de emérito. Ele diz estar participando tão ativamente com os bispos do Norte1, que tem a impressão de ser bispo titular, até o ponto de às vezes esquecer e levantar a mão na hora das votações, “porque o emérito tem direito a voz, mas não tem direito a voto”, segundo ele lembrou. “15 anos de bispo de São Gabriel da Cachoeira, a diocese não sai do coração da gente, a Amazonia, e também a Conferência Nacional dos Bispos, e como eu me sinto bastante saudável, eu acho que vou continuar participando de muitas assembleias de bispos daqui para frente”, destacou Dom Edson. Os bispos eméritos continuam sua missão, “em primeiro lugar acompanhando tudo o que a CNBB organiza, lendo os documentos, colocando as observações, dando sugestões, porque quem viveu tantos anos junto da Conferência, porque eu fui assessor durante seis anos, depois bispo durante 15 anos, a CNBB está no coração da gente, e eu me sinto muito comprometido com a causa da CNBB e também na elaboração dessas Diretrizes, porque elas são muito importantes, e agora tem que colocar dentro delas a sinodalidade, que é uma das maiores conquistas do Concílio Vaticano II e que ficou em hibernação durante muito tempo”, disse dom Edson Damian. Ele ressalta que “ainda bem que o Papa Francisco, ele veio para colocar de novo essas maiores intenções do Concílio Vaticano II dentro da Igreja, em ação”. Segundo o bispo emérito, “a nossa CNBB foi aquela que em América Latina, sem dúvida nenhuma, mais assumiu o Concílio Vaticano II, e também as propostas do Papa Francisco”. Atualmente, dom Edson Damian acompanha e cuida seu pai, que acaba de completar 102 anos, em sua cidade natal no Rio Grande do Sul, algo que agradece a Deus depois de 25 anos na Amazônia, 10 anos como missionário na diocese de Roraima e 15 como bispo de São Gabriel da Cachoeira, em que às vezes os visitava uma vez por ano dada as distancias. Junto com o cuidado do pai, dom Edson Damian prega retiros, três ou quatro por ano, prestando essa ajuda, “para que os padres também assumam a caminhada da Igreja, as orientações do Papa Francisco, a sinodalidade, tudo isso que está dentro do coração da gente, eu quero ajudar as dioceses nessa caminhada”, sublinhou o bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Na 61ª AG da CNBB, presidente do Cimi destaca os caminhos de esperança e resistência dos 305 povos indígenas no Brasil

O Conselho Indigenista do Brasil (Cimi) tem sido uma voz profética da Igreja católica em defesa dos povos originários há mais de 50 anos. Um caminho que contou com a colaboração de muitos missionários e missionárias e de vários bispos que assumiram a presidência do organismo, um serviço que atualmente presta o arcebispo de Manaus (AM), cardeal Leonardo Steiner, que iniciou sua apresentação dos trabalhos do CIMI aos participantes da 61ª Assembleia Geral da CNBB, agradecendo o trabalhos dos dois últimos presidentes: o arcebispo de Porto Velho (RO), dom Roque Paloschi, o e bispo emérito do Xingú, dom Erwin Kräutler. O presidente do Cimi mostrou como foi recebida na comunidade Maturuca, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), a catequista indígena Deolinda Melchior da Silva, após receber no dia 13 de abril o Ministério de catequista no Santuário Nacional de Aparecida, durante a assembleia da CNBB. Ele lembrou que em 1974, cinquenta anos atrás, um grupo de seis bispos e de outros seis padres e freis, publicaram o documento “Y-Juca-Pirama: o índio, aquele que deve morrer. Documento de urgência de bispos e missionários”. O texto “denunciava, profeticamente, os ‘decretos de extermínio’ que pairavam sobre a vida dos povos indígenas e anunciava, com esperança destemida, os ‘caminhos de esperança’ na luta por direitos dos povos indígenas”. Nesse tempo, o Cimi como Igreja, insistindo nesse ser Igreja, “atuou na defesa da vida, dos direitos e do protagonismo dos povos indígenas, cuja existência é boa notícia para o mundo e que hoje representam um sujeito coletivo com participação expressiva na vida do país”, enfatizou dom Leonardo. Igualmente, ele destacou que nos últimos seis anos, em que o Brasil viveu um período extremamente conturbado, os povos indígenas não deixaram de mobilizar-se, destacando, com palavras do Papa Francisco, a importância do território, e da defesa da Ecologia Integral e do Cuidado de Criação, de nossa Casa Comum. No atual governo, os passos dados ainda não são suficientes, com episódios dramáticos, como aconteceu em janeiro de 2023 com o Povo Yanomami e Ye´kuana. Outra situação que demanda grande atenção é o “marco temporal”, que dom Leonardo definiu como algo que “constitui uma imoralidade e uma injustiça, porque significa uma declaração de impunidade contra todas as atrocidades cometidas contra os povos indígenas antes de 1988, com o permanente extermínio, despejo e desapropriação de seus territórios”. Diante dessa situação relatou o empenho do Cimi para conseguir derrubar essa tese no âmbito do Poder Judiciário. Diante do sofrimento dos povos indígenas, relatando diversos exemplos disso, o presidente do Cimi lembrou das palavras de Marçal de Souza Tupã’i ao Papa João Paulo II em 1980, denunciando situações de sofrimento ainda presentes na vida dos povos indígenas. Ele destacou os caminhos de esperança e resistência dos 305 povos que resistem no Brasil, com sua diversidade e espiritualidades, que “nos ajudam a todos a acreditar que é possível um mundo mais justo e sustentável, rico na diversidade”. Segundo seu presidente, “o Cimi, após 52 anos de vida e de missão, quer continuar sendo fiel às intuições pastorais e proféticas que o geraram”, dizendo caminhar com esperança diante dos desafios, apoiando a mobilização dos povos indígenas. Finalmente lembrou a orientação do Papa Francisco a ouvir os povos indígenas, e agradeceu em nome dos missionários e missionárias do Cimi o apoio nas dioceses e da CNBB, especialmente no que se refere ao Marco Temporal. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A CNBB apresenta as 4 mensagens da 61ª Assembleia Geral

Seguindo a tradição das Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a 61ª Assembleia Geral, que acontece em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024 deu a conhecer as mensagens ao Papa Francisco, ao prefeito do Dicastério para os Bispos, cardeal Robert Francis Prevost, ao povo brasileiro e às comunidades católicas, uma novidade da atual assembleia. Carta ao Papa Francisco Segundo o arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, a carta ao Papa Francisco “é uma saudação ao Santo Padre, manifestação da nossa comunhão com ele e também os temas gerais da assembleia e um agradecimento ao Papa pela riqueza de seu pontificado, aquilo que ele propõe à Igreja nesse momento”. Igualmente, o cardeal destacou na carta, que é privada, “a preocupação do Papa com as grandes questões que envolvem à humanidade hoje, a questão da paz, a questão da justiça, a questão das migrações e das pessoas que morrem no mar”. Mensagem às comunidades católicas Pela primeira vez se faz uma mensagem da Assembleia às comunidades católicas, enfatizou o arcebispo de São Paulo, cardeal Pedro Odilo Scherer, que trata da vida das comunidades. A mensagem inicia agradecendo “por tudo aquilo que de bom e belo existe para a missão”, por tudo o que é vivido e realizado nas comunidades. Igualmente o texto ressalta a santidade, com um número de “processos de beatificação e canonização como nunca houve antes”. A carta dirige uma palavra de encorajamento sobre algumas questões, tendo como pano de fundo a sinodalidade: o diálogo, o respeito pelos outros, saber divergir sem brigar, insistindo em que “nossa fé não deve dividir, mas deve ser um elemento que ajuda a criar comunidade”. Igualmente ressalta a necessária comunhão com o Papa e com os bispos e o convite a não desanimar diante das dificuldades presentes, e à participação ativa na vida das comunidades e da sociedade. Finalmente, um chamado a se preparar para o Jubileu 2025. Uma carta que pretende “encorajar, orientar, apoiar, respaldar a nosso povo católico”, enfatizou dom Odilo. Carta ao prefeito do Dicastério dos bispos Sobre a carta ao prefeito do Dicastério dos Bispos, o arcebispo de Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, disse que é uma carta reservada ao cardeal Prevost, que trata sobre o que está sendo feito na 61ª Assembleia Geral da CNBB, “coloca os problemas que nós estamos enfrentando enquanto Igreja no Brasil, coloca as soluções que a nossa assembleia está propondo”. Igualmente a carta agradece ao prefeito pelas indicações ao Santo Padre para as 20 nomeações episcopais para a Igreja do Brasil desde a última assembleia. Mensagem ao Povo brasileiro A Mensagem ao Povo Brasileiro (baixe a íntegra), “um texto em certo sentido longo”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, dada “a necessidade de abordarmos alguns elementos importantes”, que pretende ser uma mensagem de esperança, de futuro, da realidade política e climática, que aborda as eleições que se aproximam, lembrando os 60 anos de início da Ditadura e incentivando a cuidar a democracia, a violência no país, as guerras. Dom Leonardo pediu a ajuda dos meios de comunicação para que essa mensagem chegue e ajude diante da situação de tensão, de conflitos, de muita violência que a sociedade brasileira vive, provocada pelas drogas, as fações e as palavras. Uma mensagem que faz um chamado à paz, também na floresta, para os povos indígenas, ameaçados pelo Marco Temporal. O cardeal insistiu em que essa mensagem que quer levar paz e esperança, e desarmar os ânimos “nem todo mundo lê como deveria ler”, em vista de fazer a convivência social mais importante.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Geral da CNBB conhece o trabalho da Igreja numa Amazônia “tomada pelos agrotóxicos e pelo mercúrio”

A Amazônia se fez presente na plenária da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que está sendo realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024. Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) y Comissão Especial para a Amazônia, mostraram o trabalho missionário da Igreja amazônica numa região que “nos questiona todos os dias!”, segundo o bispo de Roraima e presidente da REPAM-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler. Ele denunciou a destruição da Amazônia, consequência das tensões existentes e das “violações históricas e estruturais de direitos humanos e dos direitos da natureza”, consequência do “paradigma tecnocrático e consumista que assola nossas vidas, sufoca a natureza e nos deixa sem uma existência verdadeiramente digna”, da ganância. O bispo relatou situações presentes na Amazônia: seca, realidade dos povos indígenas, incidindo na situação dos Yanomami, sofrimento dos diversos povos, o narcogarimpo, a violência no campo, nas águas e nas florestas, demarcação das terras indígenas, desmatamento, falta de consulta livre prévia e informada, grandes empreendimentos, numa Amazônia que “está tomada pelos agrotóxicos e pelo mercúrio”. Uma realidade que foi levada em novembro de 2023 a 13 ministérios do Governo Federal, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, em Brasília. Uma realidade que deve estar presente na COP 30, a ser realizada em novembro de 2025 em Belém do Pará. Diante disso, a a REPAM-Brasil pede “uma Igreja unida e caminhando com os povos da Amazônia”, saudando a esperança que chega desde a Amazônia.   A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) nasceu a partir das propostas que aparecem no Documento Final do Sínodo para a Amazônia, segundo apresentou o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, Dom Zenildo Lima. O Papa Francisco sugeriu que o organismo episcopal, proposta na assembleia sinodal, se concretizasse numa conferência eclesial, cujos estatutos foram aprovados com rapidez pelo Santo Padre, que tem apostado muito nessa conferência eclesial, dado que “ela aponta para aquilo que é um futuro viável da Igreja, estruturas sinodais’ O Bispo apresentou aquilo que poderia ser definido como “uma Igreja sinodal com rosto amazônico”, sua missão, que é  “promover a sinodalidade e a pastoral de conjunto entre as Igrejas do território, fomentar a interculturalidade da fé, ajudar a delinear o rosto amazônico da Igreja e propiciar a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora incorporando a proposta da ecologia integral e fortalecendo assim a fisionomia da Igreja na região”. Da CEAMA fazem parte as 103 circunscrições eclesiásticas na Pan-Amazônia,   O arcebispo de São Luís do Maranhão e presidente da Comissão para a Amazônia, dom Gilberto Pastana partilhou com os participantes da 61ª Assembleia Geral da CNBB, “um pouco de nossa triste e cruel realidade, a partir da escuta do Clamor dos Povos da Amazônia e da Natureza”. Lembrando a importância do Encontro de Santarém em 1972 e sua proposta de encarnação na realidade, ele denunciou que “os povos amazônidas continuam a ser desrespeitados em um dos seus direitos mais básicos: a autodeterminação”, criticando os “projetos de desenvolvimento” que continuamente querem ser impostos na região, que “acarretam impactos desastrosos na Natureza e nos habitantes da região”. Dom Gilberto Pastana ressaltou a necessidade da escuta dos clamores que da Amazônia, inclusive de uma natureza que é sujeito de direitos, mas cada vez é mais destruída, o que demanda superar a visão antropocêntrica utilitária está superada, que submete os recursos e coloca em risco a própria humanidade. Um caminho defendido pela Laudato Si´, “a Encíclica mais lida na História da humanidade”. Por isso, a Comissão Especial para a Amazônia apoia “a luta pela autodeterminação dos povos da floresta; pela demarcação dos territórios; pela consulta prévia sobre os projetos que lhes atingem, e pelo reconhecimento dos direitos da Natureza”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1