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Secretário Geral do Celam: “É importante fazer do tema do Sínodo um tema transversal em todas as nossas atividades”

O bispo auxiliar de Cusco e secretário-geral do Celam, Dom Lizardo Estrada, está participando da 61ª Assembleia Geral do Celam, que acontece em Aparecida de 10 a 19 de abril de 2024, onde ele diz se sentir em casa. Uma presença com a qual ele quer “tornar conhecido o que estamos fazendo” e “dizer que estamos caminhando juntos, para ser um sinal de comunhão”. O bispo peruano lembrou que o Celam nasceu no Rio de Janeiro em 1955 “para que houvesse essa ajuda entre os bispos, que ajudasse a crescer na comunhão, na colegialidade”, afirmando que “a Igreja do Brasil, a partir de sua amplitude e experiência, pode oferecer luz à América Latina e ao Caribe”, ressaltando a importância de se deixar guiar pela luz da sinodalidade. Ressaltou também a importância da conversa espiritual, que apesar das diferenças, “nos ajuda a escutar uns aos outros, a escutar verdadeiramente o Espírito Santo“, conclamando a estarmos abertos a ele, para que “possa nos inspirar, acompanhar e iluminar, para que possamos discernir o que Deus realmente quer para este tempo”. O senhor está participando pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na qual estão presentes 442 bispos. O que a CNBB representa para a Igreja na América Latina e no Caribe? O Brasil é uma das maiores conferências, tem um caminho, fez um jeito de ser Igreja. Há diferenças, o que é normal, mas há uma unidade na fé e no amor à Igreja, na construção do Reino de Deus. Eu me senti em casa, há muita unidade, fraternidade como bispos, como irmãos, como latino-americanos. Eles têm diferenças, porque é uma conferência grande, porque têm um caminho diferente, mas eu vi apenas uma linguagem, a linguagem de Deus, da Igreja, e isso foi muito proveitoso para mim. Para a América Latina, para o Celam, o Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe, é uma riqueza estarmos caminhando juntos como Igreja do continente. O Brasil tem muito a oferecer e também muito a aprender com outras conferências episcopais da América Latina e do Caribe. O senhor é secretário-geral do Celam, o que é o Celam, como o senhor explica para a Igreja no Brasil o papel que o Celam desempenha na América Latina e no Caribe e por que é importante caminhar juntos como Igreja do continente? Desde 1955, o Celam nasceu de fato no Brasil, no Rio de Janeiro, foi para que haja essa ajuda entre os bispos, que ajuda a crescer na comunhão, na colegialidade. Os valores do Celam são a comunhão, a fraternidade, a colegialidade, o diálogo entre nós, bispos, o serviço, a reflexão sobre as questões atuais. É uma resposta aos sinais dos tempos, aos desafios culturais e eclesiais de nosso tempo. O Celam nada mais é do que estar a serviço das conferências episcopais, estar a serviço dos bispos. O que o Celam faz é responder às solicitações das Conferências Episcopais, não tem outro caminho. Desde Aparecida, desde a Evangelii Gaudium, com o processo de renovação e reestruturação iniciado em 2019, o Celam quis responder a isso em chave sinodal, sabendo que o caminho que Deus espera para o Terceiro Milênio é a sinodalidade. Caminhar juntos é constitutivo da Igreja, como nos diz o Papa, para interpretar a realidade com os olhos e o coração de Deus, para que a Igreja seja participativa e corresponsável. A renovação do Celam vai nessa direção, de estar aberto ao que está acontecendo e para que a Igreja seja uma casa que está sempre se renovando. A presença do Celam aqui é para nos aproximar, para tornar conhecido o que estamos fazendo, para dizer que estamos caminhando juntos, para ser um sinal de comunhão, um sinal de unidade, em um mundo de divisão, de polarização, de egoísmo, em nosso contexto cultural, social e político. Caminhar juntos como a Igreja que somos, porque, no fim das contas, o que mais atrai é o fato de estarmos unidos, de caminharmos juntos, de nos entendermos, apesar das diferenças que existem. Desde o início, o Celam tem nos ajudado a crescer em comunhão, em comunidade, em colegialidade, em chave sinodal. Os bispos brasileiros estão preparando as Diretrizes Pastorais para os próximos anos, um trabalho que vai avançar, mas não será concluído nesta assembleia, mas somente depois de conhecer as conclusões do Sínodo sobre Sinodalidade. Caminhar juntos e diversidade são termos presentes no Magistério do Papa Francisco e da Igreja na América Latina e no Caribe. Nessa Igreja sinodal, que sempre foi a Igreja da América Latina, uma dinâmica impulsionada pelo Celam nos últimos anos, como a Igreja brasileira pode ajudar a avançar ainda mais? A Igreja do Brasil, por sua amplitude e experiência, pode oferecer luz à América Latina e ao Caribe. Fico feliz pelo fato de que estão realizando esse processo de reflexão, de discernimento e, uma vez terminada a Assembleia Sinodal, sairá o documento e, com isso, avançaremos em um estilo, uma forma à luz do Magistério do Papa Francisco e do Sínodo. Isso, que é importante, podemos aprende-lo nas Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, como integrar, como fazer do tema do Sínodo um tema transversal em todas as nossas atividades. Somos convidados a nos renovar para responder aos desafios deste tempo da Igreja, para responder aos sinais dos tempos. O que a Conferência dos Bispos do Brasil está discernindo e trabalhando neste momento é positivo, e nos próximos anos chegaremos a uma conclusão e começaremos a avançar com essas luzes. É algo muito bom, e espero que em toda a América Latina e no Caribe possamos tomar o Sínodo sobre a Sinodalidade e a Assembleia Eclesial como eixos transversais que podem avançar em nossos planos pastorais nacionais, diocesanos ou regionais. Para avançar nesse caminho, a metodologia que será usada é a da conversa no Espírito, um método que faz parte do processo sinodal. O senhor é membro da Assembleia Sinodal, participou desse método de discernimento na primeira sessão da assembleia, o que diria aos bispos…
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Dom Vanthuy: A CNBB é “sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país”

Dom Raimundo Vanthuy Neto recebeu a ordenação episcopal no dia 04 de fevereiro e 2024 e iniciou sua missão como bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira no dia 11 de fevereiro. Ele está participando pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Dom Vanthuy diz se sentir pequeno, “porque venho da maior diocese do Brasil, a diocese mais plural, 24 povos, 18 línguas, eu penso que é um processo mais do que de iniciação. Alguns bispos já são conhecidos, então são eles que de uma certa forma nos colocam nessa experiência bonita da colegialidade na Igreja do Brasil”. Ele insiste em que “eu me sinto muito querido, mesmo dos bispos que não são do Regional Norte1, tantos que me conheceram da região do Nordeste, do Sul, que vem perguntar sobre São Gabriel”, algo que considera “muito afetivo, muito bonito”. O bispo diz estar diante de algo grande, sublinhando que “a Conferência dos Bispos do Brasil tem uma história muito bela, de sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país”. Dom Vanthuy se sente “um irmão pequeno que vai se tornando também corresponsável do bem, da história da Igreja, mas também de todo o país”. Sobre o retiro com que iniciou a 61ª Assembleia Geral da CNBB, o bispo de São Gabriel da Cachoeira afirmou que a experiência da comunhão, do corpo, ideias presentes no retiro, “nos faz lembrar que o primeiro desafio nosso é entre nós mesmos, os bispos, porque pode ser que algum tome um caminho, outro tome outro caminho, mas dentro de nós tem esse espírito de um desejo de comunhão e de sentir-se corpo. Então me sinto corresponsável por você, você por mim, a Igreja do Sul não está desligada da Igreja do Norte”. O cardeal Parolin, orientador do retiro, segundo Dom Vanthuy, disse que “não é possível uma Igreja que caminha isolada, que somos uma Igreja que quer somar-se como comunhão e que se descobre como comunhão”, destacando a corresponsabilidade na missão entre as diversas igrejas. Segundo o bispo, “isso faz a gente pensar a evangelização como algo complexo, mas ao mesmo tempo muito simples, que deve atingir a pessoa que vive na capital grande a quem vive lá isolado, como eu, na região da Cabeça do Cachorro, uma tribo indígena lá encima, que pensa primeiro em responder à graça batismal, ser sinal no mundo do amor de Deus e de se tornar corresponsáveis pelo bem dos outros”. Falando sobre evangelização, ele destaca três concepções: “uma pertença a Cristo, um senso de que eu sou responsável pelos outros e de que nós todos juntos testemunhamos o amor de Cristo”. Falando sobre as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora e como incluir aquilo que faz parte da Igreja universal, da Igreja do Brasil e de realidades específicas, como é a evangelização dos povos indígenas, algo presente na diocese de São Gabriel da Cachoeira, Dom Vanthuy destaca três elementos comuns em todos os níveis de Igreja: “vivem de uma experiência muito bonita, que é a vida comunitária, não há vida cristã sem vida comunitária”, lembrando as palavras do cardeal Parolin, que insistia em que “não há vida cristã sem sermos irmãos”. O bispo insiste em que “diante desse anúncio que serve para a Igreja universal, a Igreja do Brasil, a Igreja particular do Rio Negro, acho que aqui está uma intuição que lá em São Gabriel tem uma base. A vida comunitária no contexto dos povos indígenas é algo muito concreto, não se pode viver sozinho, o viver é coletivo”. Isso é considerado pelo bispo de São Gabriel da Cachoeira como “o fermento que se junta com a massa, o anúncio de Cristo, vida de comunidade, e essas experiências dos povos indígenas que descobrem que não é possível viver sozinho, só comunitariamente”. Segundo ele, “é quase que não fosse algo estranho, mas algo que se desperta do anúncio do Evangelho, que é a vida comunitária”. Igualmente ressalta o bem dos outros, lembrando que “eu venho de uma região muito plural e é um desafio também entre os povos do Rio Negro”. Numa realidade onde as relações muitas vezes não são boas, “aí entra a questão do Evangelho, entra a novidade do Evangelho. Tem lugar também nas culturas dos povos originários daquela região que o Evangelho ainda não chegou. Nessa concepção de que somos todos irmãos, participamos do mesmo povo e somos corresponsáveis uns pelos outros. Então a diretriz universal chega bem, bem claro, lá no particular em São Gabriel, na corresponsabilidade de uns para com os outros, do zelo dos mais pequenos, dos mais frágeis e do grande sentimento de que nós somos irmãos e irmãs”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Geral da CNBB: Interessa ao povo o que a Igreja diz?

442 bispos buscando encontrar caminhos de evangelização no Brasil. Para isso tem se reunido na 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que está sendo realizada de 10 a 19 de abril de 2024 em Aparecida. Dentre eles 15 bispos do Regional Norte1, entre bispos auxiliares, titulares e eméritos. A Assembleia e os temas que nela são tratados são um bom momento para a Igreja católica poder se questionar sobre o papel a ser desenvolvido no mundo atual, até que ponto as propostas da Igreja católica encontram ressonância na sociedade atual, se o povo brasileiro está atento e está interessado pelas propostas que a Igreja faz. A boa notícia do Evangelho tem perpassado a história ao longo de 20 séculos, se tornando luz na vida do povo, fonte de vida para muitas pessoas, em diferentes momentos, culturas, lugares, realidades. Uma boa notícia que tem impactado positivamente a realidade social, marcando o caminho a seguir como fonte de plenitude para muitas pessoas. Será que isso continua sendo uma realidade? A Igreja católica no Brasil está conseguindo aproximar as pessoas do Evangelho, fazer que Deus seja experimentado como alguém próximo? O povo brasileiro continua encontrando na Igreja católica a orientação para se aproximar do Deus encarnado, do Deus que em Jesus Cristo se fez gente para caminhar no meio de nós? Os bispos querem refletir nos próximos dias sobre os passos a serem dados nessa perspectiva, sobretudo com os jovens, que tem uma estrutura mental completamente diferente daquela que está presente na mente dos adultos e daqueles que querem encontrar o caminho a seguir como Igreja. Do mesmo modo que ao longo da história a Igreja foi encontrando o caminho para que o Evangelho se fizesse presente na vida do povo, hoje, em um tempo em que as mudanças acontecem muito rápido, o desafio continua presente e a Igreja é desafiada a continuar dando respostas, oferecendo perspectivas que façam com que as pessoas se aproximem de Deus. Fazer com que as pessoas se encantem com Deus, com que as pessoas voltem a se encantar com Deus, pode ser considerado um dos grandes desafios da evangelização no mundo atual. Um trabalho a ser realizado em comunhão, juntos, como Igreja sinodal, em saída, que não tem medo de ir ao encontro do povo, ao encontro dos jovens, ao encontro daqueles que pensam de modo diverso. É tempo de agir com coragem e ousadia, de não ter medo de novas propostas que ajudem a que as pessoas sintam o Evangelho como algo cada vez mais ligado à vida do povo. Não é fácil, mas vale a pena o esforço para encontrar juntos o caminho a seguir como Igreja e que ela possa fazer com que o povo se interesse pela boa notícia do Evangelho, por aquilo que tanto bem tem feito ao longo da história a tantas pessoas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Zenildo Lima: “Quem realiza, quem atualiza a vida eclesial é o laicato”

Na renovação da Igreja e nas propostas de evangelização, tema principal da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece em Aparecida (SP), tem um papel fundamental o laicato, o que desafia à Igreja do Brasil a responder a esse apelo. Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, Dom Zenildo Lima, “é interessante perceber que embora nós estejamos em uma assembleia da Conferência Episcopal, para refletir a vida da Igreja, a sua atuação pastoral, mas é muito importante perceber quem realiza, quem atualiza a vida eclesial é o laicato”. O bispo insistiu em que “a nossa Igreja no Brasil, ela tem como sujeito as nossas comunidades eclesiais missionárias, e nas comunidades eclesiais missionárias são os cristãos leigos e leigas que fazem acontecer toda essa demanda de ação pastoral evangelizadora, tornando o Reino de Deus presente”. Segundo dom Zenildo Lima, “é bom que se diga que dentro dessa especificidade do laicato, nós damos um destaque fundamental para o papel das mulheres”. “Hoje mais do que nunca, com esse caminho de sinodalidade que a gente vai aprofundando, o laicato alcança cada vez mais uma importância, não somente na execução da ação evangelizadora, mas também na reflexão e em pautar as prioridades pastorais nas igrejas locais”, ressaltou o bispo auxiliar de Manaus. Diante de sua primeira participação na Assembleia Geral da CNBB como bispo, ele já participou como secretário executivo do Regional Norte1, ele disse que “é sempre uma experiência de expectativa inicialmente, de você participar desse colegiado que é a nossa Conferência Episcopal e desse colegiado de comunhão”, afirmando que “esta primeira assembleia como bispo nos coloca de um modo diferente, nos coloca em uma participação mais responsável no que diz respeito ao discernimento, às decisões, e não somente ao serviço, como é próprio do trabalho dos secretários executivos”. Dom Zenildo Lima, destacou que “sempre a expectativa que cada vez que a Assembleia se reúne a expressão da comunhão da Igreja do Brasil vem a tona, e a nossa responsabilidade na assembleia, mas também como bispos, dizemos sempre, são esses testemunhos que a Igreja do Brasil é uma Igreja de comunhão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: Assembleia da CNBB, “refletir o impulso missionário que nós desejamos dar a través das Diretrizes”

A 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e vista pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, cardeal Leonardo Steiner, com uma expectativa muito positiva, “porque a experiência das nossas assembleias é uma experiência de colegialidade, é uma experiência de comunhão, é uma experiência de oração, é uma experiencia de partilha, é uma experiencia de confraternização”, enfatizando que “só isso já valeria a pena nós nos reunirmos, nos encontrarmos. Mas nós vamos refletir, discutir e aprofundar as diretrizes para a Evangelização na Igreja no Brasil, um elemento fundamental para a presença da nossa Igreja no Brasil, na sociedade, o impulso missionário que nós desejamos dar a través das Diretrizes”. As Diretrizes não serão aprovadas nesta assembleia, justamente esperando o final da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus ressaltou que “a questão da sinodalidade para nós Igreja do Brasil, é uma questão vital. Nós temos uma experiência bastante grande, especialmente nós da Amazônia, de sermos uma Igreja sinodal, onde todos participam da vida da Igreja, da ação evangelizadora da Igreja. Mas nós agora veremos o resultado do Sínodo para assim irmos com maior liberdade, maior segurança, para a aprovação das Diretrizes Gerais”. O cardeal Steiner diz ter a impressão de que “nós nos sentiremos mais apoiados através de Sínodo, e também nos sentiremos com mais liberdade para propormos às nossas comunidades, às nossas dioceses, a questão da sinodalidade”. Na 61ª Assembleia Geral da CNBB vai ser usado o método da conversação no Espírito, seguindo a metodologia assumida no atual processo sinodal. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “a questão fundamental da escuta do Espírito é a escuta dos irmãos, a escuta de quem faz parte da mesa, a mesa da partilha, e nós até poderíamos dizer a mesa da escuta”. O cardeal enfatizou que “nós não discutimos as coisas, não existe debate, mas existe muita escuta para depois chegarmos a determinadas conclusões”. Segundo ele, “nesse sentido, a conversação no Espírito é muito rica, porque é um exercício de escuta, escutarmos a realidade, escutarmos a interpretação que o irmão, a irmã dá, e termos assim um horizonte mais largo para podermos assim propor mudanças no texto, para propormos uma inserção maior no texto”. Falando sobre o retiro espiritual, que acontece nos dias 10 e 11, orientado pelo secretário de estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e que tem como tema o caminho sinodal, uma dinâmica que esteve presente no início da primeira sessão da Assembleia Sinodal, onde ele participou como membro, em representação do episcopado brasileiro, dom Leonardo Steiner destaca que “invocarmos o Espírito Santo, termos abertura para o Espírito Santo é decisivo”. Ele colocou como exemplo Santo Agostinho, que “quando reunia os bispos da região, ele costumava a fazer alguns dias de oração, até que houvesse uma sintonia entre os bispos, e havia muita diferença entre eles”. É por isso que “o retiro é essa possibilidade de termos mais sintonia, de percebermos que nós estamos ao serviço da Igreja, que nós estamos ao serviço das comunidades. Através das dioceses, nós bispos estamos ao serviço do Reino de Deus, e nos dispomos à ação, estamos abertos à ação do Espírito e à possibilidade de nós contribuirmos muito para as Diretrizes, mas também outras questões que deveremos discutir e que deverão ser abordadas. Não se trata apenas das Diretrizes, mas estarmos abertos a ouvir os irmãos e estarmos abertos também de receber inspirações”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Com 442 bispos inicia 61ª Assembleia Geral da CNBB inspirada no atual caminho sinodal

Com a celebração da Eucaristia no Santuário Nacional de Aparecida, presidida por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciou nesta quarta-feira, 10 de abril, a 61ª Assembleia Geral da CNBB, que até 19 de abril, reúne 442 dos 486 bispos do Brasil, dos quais 318 titulares e auxiliares e 168 eméritos.   Na homilia, Dom Jaime Spengler destacou a força do amor, denunciando os que sabem mover-se somente nas trevas, afirmando que “a luz permite ver o que por vezes não se quer ver”, com sinais disso na vida social e eclesial, fazendo um chamado a ver “as diversas situações que caracterizam o cotidiano da vida do nosso povo com a luz de Deus”. O presidente da CNBB convidou a evitar o pragmatismo e ser “porta-vozes de um Deus que ama a todos, que acolhe a todos”, tendo como instrumentos a proximidade, amor e escuta.   O arcebispo de Porto Alegre chamou a sair sem passar de largo, a tocar sem medo, lembrando que “a Campanha da Fraternidade deste ano convida a construir pontes, abater muros, acolher a diversidade, promover a cultura do encontro e do diálogo, educar para o perdão e a reconciliação, para o sentido de justiça, a rejeitar todo tipo de violência, a alimentar a coragem da paz”, aspectos relacionados com a sacralidade da vida. Igualmente destacou a necessidade de uma atenção particular aos jovens, “com suas potencialidades extraordinárias, criatividades, sonhos”, a fazer-se próximo.   Igualmente destacou a importância de um laicato consciente, que contribui nos processos de desenvolvimento humano, na consolidação da democracia, na superação das estruturas de miséria e pobreza, na constituição de comunidades de fé vivas, no cuidado da casa comum. Dom Jaime Spengler fez um chamado a centrar-se nas urgências e a levar a termo com paixão o que for delineado na comunhão. Para isso pediu a intercessão da Mãe Aparecida em vista de desenvolver “aquilo que o tempo presente requer de nós como homens do Evangelho”.   Na abertura dos trabalhos, com a presença do Secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o nuncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, da presidência da CNBB, o reitor do Santuário Nacional, o prefeito de Aparecida e outras autoridades, dom Orlando Brandes, arcebispo local, fez um chamado a que a 61ª Assembleia Geral da CNBB seja uma experiência de fraternidade, de sinodalidade, de amizade social, de peregrinos. Uma assembleia que, como foi feito na primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, seguirá a metodologia da conversação espiritual. Nesse primeiro momento foi apresentado o relatório dos bispos falecidos, bispos transferidos, e foram apresentados os bispos nomeados desde a última assembleia, dentre eles Dom Zenildo Lima e Dom Hudson Ribeiro, bispos auxiliares de Manaus, Dom Vanthuy Neto, bispo de São Gabriel da Cachoeira, e Mons. Lúcio Nicoletto, bispo eleito de São Félix do Araguaia. Na coletiva de imprensa, o presidente da CNBB lembrou aos presentes o tema central da 61ª Assembleia, que será a elaboração das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, um caminho que não será concluído na presente assembleia, dadas as novidades que o Sínodo sobre a Sinodalidade, que terá a segunda sessão da assembleia no próximo mês de outubro, deve trazer para a Igreja do Brasil e que em sintonia com aquilo que a Igreja no mundo está refletindo, serão incluídas nas Diretrizes Gerais que estão sendo elaboradas, prestando atenção à realidade social, económica, política do Brasil, e também eclesial, enfatizou o arcebispo de Porto Alegre. O cardeal Pietro Parolin foi invitado pela CNBB para orientar o retiro dos bispos, que acontece na tarde do dia 10 e no dia 11 de abril e terá como tema o caminho sinodal. Segundo ele, o caminho sinodal deve estar presente em todos os cristãos, todos são chamados à missão, ao testemunho missionário. Na chegada ao Brasil, ele se encontrou com o presidente Lula, algo que faz parte das relações diplomáticas entre os países, tratando temas comuns entre o Vaticano e o Brasil, destacando o tema da paz, e junto com isso o acordo Santa Sé-Brasil, como implementar esse acordo, o tema da pobreza e da evangelização. O Secretário de Estado Vaticano, disse estar impressionado pelo número de bispos no Brasil e seu empenho na evangelização, um desafio diante da crescente secularização na América Latina, com um número crescente de pessoas que vivem como se Deus não existisse. Frente a isso ressaltou o papel destacado da religiosidade popular, considerando a coerência entre fé e vida como grande questão, o que mostra a importância do testemunho como um dos grandes temas da evangelização. Igualmente, o cardeal destacou que a dimensão social é uma parte fundamental da evangelização, considerando a transformação social como algo de fundamental importância, aspectos que fizeram parte da pauta da reunião com o presidente Lula. O dinamismo evangelizador é muito forte no Brasil, segundo dom Jaime Spengler, que ressaltou o grande engajamento, com comunidades constituídas de gente empenhada, dedicada, que pauta a ação do cotidiano pelo Evangelho. Isso em um contexto social que nos desafia, com situações de violência, desemprego, falta de atenção com a saúde, sobretudo dos mais frágeis, que demanda a atenção da Igreja, inspirada no princípio evangélico: “eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. O presidente da CNBB coloca como desafio da Igreja cuidar e promover a vida de todos e não só de alguns, insistindo em que a vida de fé acontece na comunidade. Em uma sociedade com mudanças culturais muito rápidas, ressaltou o desafio de propor o evangelho às novas gerações como desafio das diretrizes, dado a estrutura mental diferente nas novas gerações. Para isso se faz necessário que a Igreja se faça próxima e assim despertar nos jovens o desejo de compreender e participar da comunidade, sublinhou dom Jaime Spengler. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Com uma Eucaristia no Santuário Nacional de Aparecida inicia neste 10 de abril a 61ª Assembleia Geral da CNBB

Nesta quarta-feira, 10 de abril, com uma celebração eucarística no Santuário Nacional de Aparecida, presidida por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, inicia a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a maior conferência episcopal do mundo, que conta 486 bispos, dos quais 318 estão na ativa e 168 eméritos. Grande parte dos bispos participam da Assembleia da CNBB, que acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, em Aparecida (SP), dentre eles os 12 bispos na ativa do Regional Norte1 e alguns dos eméritos.   A temática principal da 61ª Assembleia está voltada à realidade da Igreja no Brasil e a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). Na programação, que será dividida em quatro sessões diárias, totalizando 27 ao longo das duas semanas, iniciará com a de abertura, para na tarde do primeiro dia iniciar o retiro, que terá como orientador o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado Vaticano, e se prolongará até a tarde do dia 11. Além do tema central sobre a realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, tem quatro temas prioritários: Sínodo dos Bispos 2021-2024, Jubileu 2025, Relatório da Presidência e Juventude, junto com outros assuntos a serem tratados em razão da previsão estatutária da Conferência (Doutrina da Fé, Liturgia, Relatório do anual da presidência, relatório econômico, Textos Litúrgicos – CETEL) e outros temas e informes diversos sobre a vida da Igreja Católica no Brasil, segundo informa a CNBB. Na missa do sábado 13 de abril serão instituídos catequistas de vários regionais do Brasil. Em representação do Regional Norte1 será instituída a catequista Deolinda Melchior da Silva, indígena do povo Macuxi, da diocese de Roraima. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Pastoral da Pessoa Idosa se reúne com representante Defensoria Pública do Idoso do Amazonas

No dia 04 de abril de 2024, na sede do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), se reuniram Vera Lúcia Gama, coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa do Regional, a Ir. Rosiene Gomes de Freitas, referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1, e Dr. Ali Oliveira da Defensoria Pública do Idoso do Estado do Amazonas. Na reunião, o representante da Defensoria Pública conheceu o trabalho que a Pastoral da Pessoa Idosa realiza, oferecendo a proposta de realizar uma palestra informativa sobre os serviços de atendimento da defensoria ao segmento da pessoa idosa, segundo afirmou a coordenadora da Pessoa Idosa do Regional. O propósito é “poder ajudar em questões próprias desse universo que atendemos também: conciliações, pensões, etc.”, segundo Vera Lúcia Gama. Uma oportunidade para continuar construindo pontes entre a Pastoral da Pessoa Idosa e o Poder Público em vista de um melhor atendimento àqueles que são acompanhados pela Pastoral. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Borba realiza III Congresso Bíblico 2024

Com o tema: Dízimo, expressão de amor na comunidade de fé, e o lema: “Deus ama quem dá com alegria” (2Cor. 9,7) foi realizado no II Domingo da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, intitulado pelo Papa João Paulo II, como o Domingo da Divina Misericórdia, o encerramento do III Congresso Bíblico deste ano de 2024 na Diocese de Borba, Regional Norte 1. O presente Congresso foi realizado nas Foranias São Marcos, São Mateus, São Lucas e São João. O  Bispo Diocesano, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva lançou o vídeo-convite encorajando aos cristãos a viverem o Kairós, tempo da graça do Senhor em unidade  e sinodalidade. Dom Zenildo retrata que estudar a Palavra de Deus enfatizando o Dízimo estrutura o coração generoso com a igreja de Deus. O congresso despertará no povo de Deus um maior compromisso com a evangelização, pela força do Espírito santo, a igreja-comunhão caminhará em unidade nas quatro Foranias. O tema central foi o Dízimo, onde a Comunidade Cristãé um espaço privilegiado para a vivência com Cristo. Assim, o dízimo é compromisso moral, sinal de pertença e participação na evangelização. Neste ensejo, o Padre Cleiton Silva, assessor da Forania São Marcos destacou que a principal fundamentação do dízimo está na Sagrada Escritura, este compromisso surge na Bíblia como um gesto de gratidão e de reconhecimento. O Dízimo nos traz a lembrança de que nesta vida somos meros administradores, pois Deus está acima de todas as coisas. Assim, quem tem este compromisso de ser dizimista, acolhe a Deus como soberano em sua vida. A fidelidade ao Senhor é a sua aliança (2° Cr 31, 5 – 7) logo, a comunhão com Deus e partilha dos bens é prova de amor a Deus ecomprometimento de uma vida em conexão com Ele. O Documento 106 da CNBB aponta quatro dimensões que são alcançadas por meio do dízimo; a Religiosa, a Caritativa, a Missionária e a dimensão Eclesial. Neste seguimento, o Professor Irineu Castro. assessor da Forania São Mateus aponta que o Dízimo é sinal de evangelização e compromete o cristão ao serviço colaborativo e transformador nas comunidades. O formador missionário também destacou a dimensão evangelizadora das comunidades que fomentam o dízimo. Na missa de abertura da Forania São Lucas, o padre Ubahara Raja afirmou que é importante viver a partilha na igreja de Cristo, e que a doação ao serviço é ato de amor e sacrifício. O assessor, também da Forania São Lucas, foi o missionário José Pimentel da Arquidiocese de Manaus, seu apontamento foi direcionado para os inúmeros talentos existentes na Comunidade e a fomentação deles para o fortalecimento da evangelização, “eis aí o pilar do dízimo”, destacou Pimentel. o Assessor de Trabalhos Pastorais Diocesano, Ademir Jackson afirmou que a Diocese de Borba tem caminhado nas trilhas sinodais e este Congresso Bíblico que aconteceu nos dias 05, 06 e 07 nas Foranias, vem atender a uma das urgências do Plano de Pastoral, assim Questionamentos pertinentes ao serviço evangelizador também fizeram parte nas reflexões dos congressistas – Como nasce a Pastoral do Dízimo? O padre Cleiton Silva, que foi o comunicador da Forania São Marcos completou que a Pastoral do Dízimo nasce de um Coração Ardente. Surge da Experiência de Viver o 1° Mandamento. Destaque também para a seguinte pergunta reflexiva;Qual a passagem que Jesus nos ensinou a pensar na Pastoral do Dízimo? Em resposta veio que a passagem é a multiplicação dos pães. Com a frase motivacional “Quando eu faço o que eu posso, Deus realiza os milagres que eu não posso” os estudos sobre a temática do Dízimo destacaram que não se trata de uma pastoral de finanças e sim de uma pastoral que conscientiza e evangeliza. É sobre dar com amor e fazer a generosidade fluir no coração da comunidade. Logo, o Documento 106 aponta 3 eixos para estruturar o trabalho da Pastoral do Dízimo; A conscientização, a Pastoralidade e a Comunhão-Participação, assim destacou o Padre Tom Viana, assessor da Forania São João. Para o andamento reflexivo, as Foranias partilharam as Forças e Fraquezas em relação ao dízimo em suas comunidades, bem como as oportunidades e ameaças existentes nesta pastoral. No fechamento do evento, as Foranias foram articulando o que servirá de alicerce para o fortalecimento da Pastoral do Dízimo nas Comunidades e o intuito de fomentar a conscientização sobre a vivência do Dízimo e seus fundamentos e espiritualidade. Assim, o Dízimo deve ser habitual, pois tudo que é efeito hoje, tem dimensão para o nosso amanhã, desde que caminhemos nas Dimensões missionária, eclesial, religiosa e caritativa. Dizimo é partilha! Dizimo é generosidade! Dizimo e ardor missionário!  Dizimo e sacrifício de amor!                                                           Francelina Lopes de Souza – Coordenação da Pastoral da Comunicação da Diocese de Borba

Adveniat recebe da Igreja da Amazônia “inspiração, encorajamento e testemunho de fé”

A Comissão Episcopal da Adveniat, composta por quatro bispos da Conferência Episcopal Alemã, o Conselho Fiscal, o diretor e a vice-diretora, visitou Manaus de 3 a 8 de abril, viagem que costuma fazer a cada três anos, visitando a Amazônia brasileira, dada a importância que estão dando à Amazônia e à implementação das propostas do Sínodo para a Amazônia. Para Adveniat é importante colocar os pés no chão e ter um contato vivo com o povo, o que levou a comitiva a visitar a comunidade indígena Muray no município de Autazes, uma comunidade na periferia de Manaus, uma reunião com a Equipe Itinerante e uma visita à Casa Amazônica da Economia de Francisco e Clara. Além disso, houve uma reunião com representantes de várias instituições que ajudaram a aprofundar o conhecimento da realidade sob diferentes perspectivas. Entre as várias realidades visitadas, Tanja Himer, vice-diretora da Adveniat, destaca a visita à comunidade indígena e a possibilidade de ouvir as vozes das pessoas, como elas se sentem, suas lutas pela vida, algo que ela diz ser novo para ela. Ela ressalta que da Alemanha eles podem lutar junto com a comunidade e conscientizar a população alemã de várias formas, já que muitas pessoas na Alemanha não sabem da situação dos povos amazônicos. Aqueles que vivem sua fé na Igreja alemã sabem sobre a Querida Amazônia e o que o Papa Francisco diz sobre o cuidado com a nossa casa comum, segundo Himer. A vice-diretora da Adveniat mostra o desejo dessa instituição de continuar apoiando projetos na Amazônia, especialmente com os povos indígenas, ajudando-os em sua defesa em processos judiciais e em outras situações vividas por esses povos. De acordo com o jesuíta Martin Maier, diretor da Adveniat, a visita “nos dá uma visão do que está acontecendo na Arquidiocese de Manaus”, insistindo no papel da Adveniat como ponte de solidariedade, inspiração e intercâmbio, ressaltando que as pontes são usadas em ambas as direções, na medida em que na Adveniat se dá, mas também se recebe, dizendo-se muito convencido da dimensão universal da Igreja, e que “somos uma comunhão de solidariedade, somos também uma comunhão de aprendizado“. O diretor da Adveniat, que diz ter publicado recentemente um artigo em uma igreja alemã intitulado “A Igreja na América Latina, um laboratório de mudança”, enfatiza que “a Igreja na América Latina nas últimas décadas tem desempenhado o papel de precursora e de laboratório“. Ele cita como exemplos a fundação da primeira Conferência Episcopal do mundo no Brasil em 1952, o desenvolvimento de um magistério continental nas Conferências Gerais dos Bispos em Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida. Ele também menciona a Assembleia Eclesial Continental em novembro de 2021, o Sínodo para a Amazônia, que ele vê como um aprendizado para o atual Sínodo. Sobre a Igreja latino-americana, disse ter a impressão de uma Igreja viva e jovem, em contraste com a crise na Igreja alemã, com muitas saídas da Igreja. Ele também destacou que eles receberam inspiração, encorajamento e testemunho de fé, algo que se manifesta nos muitos mártires das últimas décadas, entre eles o salesiano alemão Rodolfo Lukenbein e a irmã Dorothy Stang, que deu sua vida pela proteção do meio ambiente. Insistindo que eles não querem mártires, o jesuíta enfatiza que “os mártires mostram que o caminho de Jesus está sendo seguido“. Maier, que diz ter uma história de mais de 30 anos com El Salvador, refletiu sobre a figura de São Oscar Romero, que abriu nele, sendo um jovem jesuíta, o horizonte para a Igreja na América Latina. Sobre o que a Adveniat pode dar, ele enfatizou a solidariedade, a ajuda recolhida na coleta de Natal. Nesse sentido, ele lembra a ajuda que a Alemanha, devastada pela fome e pelo sofrimento, recebeu da América Latina após a Segunda Guerra Mundial. Quando a Alemanha se recuperou, os bispos decidiram dedicar a coleta de Natal à América Latina, que foi institucionalizada, conseguindo administrar atualmente cerca de 1.200 projetos, com um volume de mais de 30 milhões de euros. A Igreja alemã também oferece à América Latina seu caminho sinodal iniciado em 2018, tendo como ponto de partida os escândalos sexuais principalmente por parte de clérigos na Igreja, descobrindo a necessidade de um caminho de conversão e renúncia, que considera o elemento fundamental do Sínodo na Alemanha, que determinou quatro áreas de reflexão: o poder na Igreja, a vida sacerdotal e a formação de sacerdotes, a moral sexual e o papel da mulher na Igreja, o que levou a decisões que foram tomadas após um processo de trabalho. Um caminho sinodal que está contribuindo para o Sínodo universal, insistindo na coincidência dos temas e no fato de que a Igreja alemã pode contribuir com esse caminho sinodal para a Igreja na América Latina. Uma visita que tem ajudado a continuar dando passos comuns, a conhecer problemas presentes na Amazônia, como o tráfico de pessoas, uma realidade que é vista como algo natural na região e que está inter-relacionada com o tráfico de armas e drogas e a destruição do território, em cujo combate a Igreja Católica tem ajudado decisivamente, sobretudo após o Sínodo para a Amazônia, especialmente com o trabalho da Rede Um Grito pela Vida, em relação com a Cáritas e o Regional Norte1 da CNBB que tem esse combate como uma de suas ações permanentes. A Igreja Católica também tem contribuído para o estudo de questões relacionadas à violência sexual e ao tráfico de pessoas, com contribuições como o Projeto Iça de Ação e Proteção, em parceria com a Cáritas da Alemanha, buscando desenvolver tecnologia social de qualidade para o atendimento de crianças vítimas de violência sexual em comunidades amazônicas. Isso deu lugar a projetos comuns nas igrejas locais da Regional Norte1, dando respostas mais consistentes. A Igreja da Amazônia tem uma longa trajetória comum, que começou em 1952, antes da criação da CNBB, com o primeiro encontro dos bispos da Amazônia. Nessa caminhada, vale destacar o Encontro de Santarém, de 1972, que optou por uma evangelização encarnada na realidade e libertadora,…
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