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Mutirão Nacional da 6ª SSB: Compromisso “que acabe com o descarte das pessoas”

150 representantes dos regionais, pastorais, movimentos sociais, estão reunidos em Brasília de 20 a 22 de março de 2024 para o Encontro Nacional da 6ª Semana Social Brasileira, um momento para “continuarmos este mutirão pela vida, por terra, teto e trabalho”, segundo Dom Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por “democracia, soberania e economia”. Um Mutirão que recolhe os frutos dos mais de 200 mutirões no Brasil todo, construindo a partir das experiencias com tantos irmãos e irmãs. “Grande mutirão que nos fortalece em vista do Brasil que queremos e o bem viver dos povos”, segundo o bispo de Brejo, que ressaltou que “os povos nos ensinam o caminho do bem viver”, chamando a um compromisso com a vida humana, a criação, a inclusão, “que acabe com o  descarte das pessoas”, a quem “precisamos dar-lhes uma resposta”, a impulsionar a  solidariedade de caridade política, em palavras de Dom Pedro Casaldáliga, que promove a política que transforma e inclui, que promove a vida e a justiça, uma caridade que transforma a realidade e nos compromete com os empobrecidos, fortalecermos a vida dos povos, insistiu o bispo. Diante de tantas realidades presentes no Brasil, disse que “precisamos promover a vida e a vida com dignidade”. Um trabalho das pastorais sociais da Igreja católica reconhecido pelo governo brasileiro, segundo disse Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que disse ter participado de diversas pastorais e movimentos na Igreja. Ele denunciou que um dos maiores produtores de alimentos do mundo, não tem como justificar a fome e pobreza. Diante disso fez um chamado a de mãos dadas ajudar a tirar o Brasil do Mapa da Fome, a realizar um caminho para trabalhar juntos, a dar a mão às pessoas para poder sair da pobreza. No encontro se faz presente o padre Avelino Chico SJ, representante do Dicastério do Desenvolvimento Humano e Integral do Vaticano, que trouxe a saudação do Dicastério presidido pelo Cardeal Czerny e fez a leitura de uma carta enviada pelo Papa Francisco, que reconhece a Semana Social Brasileira como um “caminho para uma ‘Igreja em Saída’, comprometida em derrubar os muros do descarte e da indiferença, acompanhando os mais pobres e carentes dos direitos básicos em sua luta por terra, moradia e trabalho”, destacando a importância de uma nova economia e de “ver naqueles que são forçados a viver na miséria pelas injustiças sociais o rosto de Jesus que nos instiga a não permanecermos indiferentes”. Desde o início a 6ª Semana Social Brasileira insistiu no foco e na metodologia como elementos em que não podia errar, segundo frei Olavo Dotto, chamando a fazer memória do caminho percorrido e realizar um diagnóstico que permita construir juntos, sonhar o Brasil que nós queremos. O assessor da Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da CNBB insistiu em ver a Semana Social não como eventos e sim como processo, um caminho que deve nos ajudar a fortalecer a ação das pastorais sociais e os diversos organismos em vista de transformar as estruturas da sociedade. José Ricardo, representante do MST afirmou que “é tempo de combater fome com pão, violência com afeto, exploração com revolução”. Daí a importância do Mutirão e de tudo o que ele representa, um chamado a participar da ação, pisar no barro e sentir com o povo, uma expressão da nossa solidariedade, um semear os princípios da nossa humanidade. Ele relatou diversos elementos e situações que não cabem no Brasil que queremos, insistindo em que todos somos sujeitos de direitos. O Secretário Nacional da Economia Popular Solidária, do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho destacou a importância do trabalho realizado pelas pastorais sociais dentro do atual momento que o Brasil vive, um país onde grande parte da militância popular surgiu da Igreja católica, carregando um método que trouxe uma riqueza imensa. A articulação dessas pastorais sociais tem sido de grande importância diante das dificuldades, especialmente no tempo da pandemia da COVID-19, destacou Cátia Cardoso, assessora da Cáritas Brasileira no Regional Nordeste 3 da CNBB. Diante disso, a 6ª Semana Social Brasileira quer ser uma mobilização estrutural, destacou sua secretária executiva, Alessandra Miranda, que num país historicamente marcado pela escravidão, a discriminação e desigualdade, disse ter descoberto resistência popular nos mutirões realizados neste processo. Para dar passos se faz necessário analisar a realidade, buscando encontrar um retrato que leve em conta acontecimentos, cenários e relações das forças políticas e das estruturas. Desde diferentes perspectivas José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômico e da plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político, Rud Rafael, coordenação nacional do MTST e integrante da Frente Povo Sem Medo, e Sandra Quintela, da coordenação da rede Jubileu Sul, foram elencando alguns elementos presentes na sociedade brasileira e global, como o avance da extrema direita, o aumento das guerras, a xenofobia, a concentração da riqueza. Sinais de uma democracia insuficiente, que mostra a necessidade de lutar pela democracia que é promovida pelo Mutirão. Um Mutirão que segundo Dom Jaime Spengler deve nos levar a “encontrar indicações viáveis para que todos, todos, todos, como diz o Papa, possam ter acesso digno ao trabalho, ao necessário teto, para uma convivência sadia, e à terra que nos acolhe”. Diante dos desafios do tempo atual, o presidente da CNBB fez um chamado a “caminharmos sempre mais em comunhão, participando da realidade dos nossos povos e ao mesmo tempo abertos à missão evangelizadora, razão de ser da Igreja”. O Bem Viver dos Povos se concretiza na resistência do Povo de Deus, nascida de experiências concretas. Um Bem Viver presente nos povos originários, mas também na Bíblia, o que nos leva a nos questionarmos sobre o retrato de Bem Viver, desafiados a pensar a partir de nossos lugares e de nossa experiência de fé, segundo o teólogo Hudson Rodrigues. Resistências que se concretizam na ação com mulheres em busca da reparação das dívidas sociais, que acontece em Manaus (AM), segundo relatou a educadora popular Marcela…
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Mensagem de Francisco à 6ªSSB: Desde 1991, caminho para uma “Igreja em Saída”

Com o coração repleto de esperança, o Papa Francisco dirigiu-se aos 150 participantes da Encontro Nacional da 6ª Semana Social Brasileira que acontece em Brasília de 20 q 22 de março de 2024, numa mensagem em que mostra sua proximidade e suas orações pelo bom andamento do encontro. Francisco reconhece na Semana Social Brasileira, desde sua primeira edição em 1991, um “caminho para uma ‘Igreja em Saída’, comprometida em derrubar os muros do descarte e da indiferença, acompanhando os mais pobres e carentes dos direitos básicos em sua luta por terra, moradia e trabalho”. A mensagem pontifícia destaca igualmente na Semana Social Brasileira o fato de propor “uma nova economia, mais solidária, e a revitalização dos valores democráticos que auxiliam a construir uma sociedade onde haja verdadeira participação popular nos processos decisórios da Nação”, agradecendo o empenho e promoção da “Economia de Clara e Francisco”. Igualmente, Francisco agradece a escolha do tema, que retoma o chamado que ele dirigiu aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares em 2014: Terra, Teto e Trabalho. Com relação ao “Mutirão pela vida’, ligado à 6ª Semana Social Brasileira, o Santo Padre espera que “produza abundantes frutos em favor de uma sociedade mais justa, na qual, como reza a Campanha da Fraternidade deste ano, se vivam a fraternidade universal e a amizade social”. Finalmente, o Papa faz um chamado a procurar “ver naqueles que são forçados a viver na miséria pelas injustiças sociais o rosto de Jesus que nos instiga a não permanecermos indiferentes”, e para isso pede a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, fazendo o apelo final, como é costume, a que “não se esqueçam de rezar por mim”.  Mensagem do Papa Francisco AOS PARTICIPANTES DA VI SEMANA SOCIAL BRASILEIRA Queridos irmãos e irmãs, Com o coração repleto de esperança, dirijo-me a todos os participantes na VI Semana Social Brasileira, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Evangelizadora da CNBB sob o tema “O Brasil que queremos, o Bem Viver dos Povos”. Quero assegurar-lhes minha proximidade e minhas orações pelo bom andamento do encontro e seus frutos. Desde sua primeira edição em 1991, a Semana Social Brasileira propôs-se como caminho para uma “Igreja em Saída”, comprometida em derrubar os muros do descarte e da indiferença, acompanhando os mais pobres e carentes dos direitos básicos em sua luta por terra, moradia e trabalho. Além disso, propõe uma nova economia, mais solidária, e a revitalização dos valores democráticos que auxiliam a construir uma sociedade onde haja verdadeira participação popular nos processos decisórios da Nação. Agradeço-lhes vivamente por este empenho e também pela promoção, juntamente com a juventude do Brasil, da “Economia de Clara e Francisco”. Estou-lhes igualmente grato por promover o chamado, que dirigi aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares em 2014, para se responder “a um anseio muito concreto, a algo que qualquer pai, qualquer mãe, deseja para os próprios filhos; um anseio que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos, com tristeza, cada vez mais distante de ser realidade na vida da maioria das pessoas: terra, casa e trabalho” (Discurso, 28 de outubro de 2014). Assim espero que o “Mutirão pela vida’, organicamente vinculado à Semana Social Brasileira, produza abundantes frutos em favor de uma sociedade mais justa, na qual, como reza a Campanha da Fraternidade deste ano, se vivam a fraternidade universal e a amizade social. Neste sentido, procuremos ver naqueles que são forçados a viver na miséria pelas injustiças sociais o rosto de Jesus que nos instiga a não permanecermos indiferentes, pois, como Ele próprio disse: “todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a Mim que o fizestes!” (Mt 25, 40). Confiando estes votos e preces à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a todos concedo de coração a minha benção, pedindo ainda que não se esqueçam de rezar por mim. Roma, São João de Latrão, 2 de março de 2024 Francisco Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Mutirão final 6ª Semana Social Brasileira: “Uma transformação social e ambiental da realidade a partir da nossa fé”

A Igreja do Brasil se prepara para o Mutirão Nacional da 6ª Semana Social Brasileira, que será realizado em Brasília de 20 a 22 de março, com a presença de representantes de todos os cantos do Brasil. Ao longo de quatro anos, a partir de tema: “Mutirão pela Vida: Por Terra, Teto e Trabalho”, tem acontecido inúmeros encontros em vista de fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. O Mutirão final pretende ser “um momento forte da nossa caminhada como Igreja e como povo de Deus”, segundo Dom José Valdeci Mendes Santos, para que “em vista do bem-viver dos povos, das comunidades tradicionais, traçarmos o projeto popular que sonhamos e queremos para o nosso Brasil”, destaca o presidente da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o bispo da diocese de Brejo (MA), estamos diante de “um momento de fortalecimento da nossa caminhada como Igreja, nessa proposta de uma transformação de uma sociedade mais justa, mais fraterna”. No decorrer desse Mutirão, “a metodologia tem pensado um caminho em que se possa incluir todo o processo vivenciado nesses últimos anos”, ressalta Alessandra Miranda, secretária executiva da 6ª Semana Social Brasileira. Isso num encontro que “vai recolhendo um percurso bem longo, quase quatro anos, mas que nestes últimos messes tem dado uma acelerada grande”, segundo o padre Dário Bossi, assessor da Comissão para a Ação Sociotransformadora da CNBB, que afirma que “em todos os territórios trabalhamos e aprofundamos os temas de terra, teto e trabalho, preparando um projeto popular sobre o bem-viver dos povos’. O missionário comboniano ressalta a importância dos “diversos projetos de incidência política a partir da Igreja, preparados nos territórios, que vão se costurando como um mosaico que irá compor a imagem da Igreja comprometida”. Para avançar nesses processos, ele disse que esses três dias “serão um desfecho e um relance para pensar daqui para frente qual o papel para uma transformação social e ambiental da realidade a partir da nossa fé”. O Mutirão Nacional é uma oportunidade para “comemorar esse ciclo de trabalho coletivo”, segundo Sandra Quintela. A membro da Rede Jubileu Sul Brasil e da equipe executiva da 6ª Semana Social Brasileira relata as atividades realizadas ao longo dos últimos anos: cursos de formação e economia política, uma missão solidariedade com os povos quilombolas afetados pelo agronegócio no Maranhão, atividades de formação com as mulheres em sete capitais do Brasil, trabalhando o direito à moradia e cobrando as dívidas sociais que existem com as mulheres das periferias urbanas no Brasil, que estão à mingua nas ocupações. Diante das muitas atividades e processos, principalmente coletivos, Sandra Quintela lembra o lançamento de um plebiscito popular em busca de uma grande escola de formação e educação popular no Brasil, com o objetivo e metas comuns. Mais um passo num caminho de compromisso com as pessoas que “arregaçam as mangas no cotidiano da vida, tentando construir uma vida digna, um mutirão pela vida, para todas as pessoas neste país”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “A vida é para ser doada, ofertada, entregue”

No quinto domingo da Quaresma, o cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia lembrando que estamos “a caminho de Jerusalém para podermos participar do Mistério da Salvação, o Mistério da Salvação que passa pela morte”, dizendo que igual do grão de trigo que morre e dá fruto, “nós ao morrermos podemos dar muito fruto”, o que mostra a resposta enigmática de Jesus diante da pergunta dos gregos que lhe procuram. Um desejo de ver Jesus, que segundo o arcebispo de Manaus, “não era curiosidade, não era um satisfazer um ouvi dizer”. Segundo ele, “ver tem a ver com estar, escutar, ser tocado, trata-se de um anseio de escuta, de aprendizado, de direção, um novo sentido de vida”, vendo na resposta de Jesus a Felipe e André, algo que “nos mostra como nós podemos ver Jesus”. Dom Leonardo destacou que “o encontro com Jesus acontece com a Palavra que deixa ver quem é o Filho do Homem, Ele Palavra nos ensina que a vida é para ser doada, ofertada, entregue, generosidade, disponibilidade”. O cardeal ressaltou que “nada de escondimento, de só para mim e nada para ti, esse processo existencial de quem percebe que a vela é vela na sua essência quando ilumina, quando se consome. Só no seu consumir é que ela ilumina e cria o momento da oração, da prece, do recolhimento, é no consumir-se que a vela é vela, senão ela é apenas um enfeite”. “A semente lançada na terra é plena de força e vigor, toda semente é vida a explodir, vida que deseja vir à luz, a vida da semente deseja desabrochar, frutificar, essa é a graça da semente, o sentido da semente, ela morre e gera vida, morre e se multiplica”, disse o cardeal, que destacou “quanto vigor e energia da vida em tantas sementes graças á generosidade”, e junto com isso, que “porque morreu também nós podemos nos alimentar com os frutos”. Segundo Dom Leonardo Steiner, “na semente vemos a vida que nasce da morte, e no morrer gerar vida”, ressaltando que “morrer, vida nova, o segredo da semente, é o que ela carrega, vida que deseja oportunamente vir à luz, deseja frutificar”. A semente nos ensina que “Deus nos gerou plenos de vida, temos o vigor, temos vida, e a vida conquistada no amor de Jesus, a possibilidade que temos de levar nossa vida à consumação, à plenificação”, destacou o cardeal. “Quem ama não tem poder, apenas serviço, cuidado generoso, quem ama perde poder, que doa não possui, é que no amor tudo é dar, quando somos semente”, destacou o cardeal. Ele refletiu sobre a lógica da semente que morre, dizendo que “o amor serviço é contrário à vida que nos impede de possuir e desejar sempre mais”. Ele denunciou que “às vezes vivemos numa dinâmica destruidora, onde vamos acumulando, dominando, possuindo, e permanecemos como uma vela de enfeite, uma decoração, desperdiçamos a graça do amor, de dar a vida, de iluminar, de maturar, de transformar, de plenificar, consumar a nossa vida e a vida dos outros”, dizendo que “entramos numa espécie de processo de insatisfação existencial, de doença psíquica, humanamente decaímos quando nos fechamos em nós mesmo e não desejamos servir”. Ele enfatizou que “quem cuida é disponível, serve, ama, vive e ama como Deus vive e ama”. Isso porque “servir, ajudar os outros, da sentido à vida, enche o coração de alegria e esperança”, afirmando que “Jesus trouxe ao mundo uma esperança nova, e o fez como a semente, fez-se pequeno como um grão de trigo”, insistindo em que “para produzir fruto, Jesus viveu o amor até o fim, deixando-se despedaçar pela morte como uma semente que se deixa romper debaixo da terra, na Cruz foi rompido e dali nasceu vida para todos nós”, que definiu como o ponto extremo de seu abaixamento, o ponto mais elevado do amor, de onde brotou a esperança, a vida nova. A esperança nasce da Cruz, disse Dom Leonardo Steiner, que vê a Quaresma como tempo de “contemplar a Cruz, fixar nossos olhos em Jesus Crucificado”. Uma esperança que brota pela força do amor do Crucificado, e que faz com que na Páscoa, Jesus transformou assumindo sobre si mesmo nosso pecado em perdão, segundo o cardeal. Uma esperança que “supera tudo, porque nasce do amor de Jesus, que se fez grão de trigo na terra e morreu para dar vida, aquela vida plena de amor de onde nos vem vida nova”, ressaltou. Na primeira leitura destacou “a força misericordiosa de Deus, o esforço misericordioso de Deus para abrir os olhos diante da cegueira do povo, tocar o povo que estava com um coração endurecido”, insistindo o profeta Jeremias na volta ao primeiro amor, que deseja levar o povo a ver quanto era amado por Deus. “Jesus nos atrai pela sua bondade, pela sua entrega de vida na Cruz”, que no morrer a todos nós atrai, segundo Dom Leonardo Steiner. Um amor de Deus que nos leva à conversão, definindo Deus como “o crucificado, o doado, o entregue, o amoroso, o mais humano dos humanos”. O cardeal disse que “nós caminhamos ao encontro do Crucificado nesses dias, deixemo-nos atrair por ele”. Na passagem da Carta aos Hebreus destacou que às portas da Semana Santa “somos despertados por uma vida que se consumou no amor para que fossemos salvos. Seria despertar para a doação, para o serviço, para o acolhimento, para a generosidade, para a equidade, para a fraternidade”, numa vida onde “a graça de viver é servir”, segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Da Campanha da Fraternidade destacou que nos recorda que “o amor está a guiar as palavras e as escutas e as nossas relações”, enfatizando que “a irmandade não nasce da dominação”, destacando a necessidade do diálogo, o serviço, a abertura, o acolhimento, a alegria de servir, a reverência no conviver”. Por isso, ele disse que “somos convidados a construir uma fraternidade, uma irmandade que transforme a vida na nossa sociedade, tornando-a mais saudável, mais convivial”. O cardeal denunciou a violência das…
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Inês Monteiro de Freitas, Coordenadora da Pastoral da Criança do Amazonas, assume Coordenação Nacional

Maria Inês Monteiro de Freitas, leiga amazonense, que era Coordenadora da Pastoral da Criança Estadual do Amazonas, aceitou o convite do novo Presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança Dom Severino Clasen, arcebispo de Maringa (PR) para assumir a Coordenação Nacional. A nova Coordenadora Nacional foi a mais indicada pelas Coordenações Diocesanas e Estaduais. Inês iniciou sua missão na Pastoral da Criança em 2009, contribuindo na Coordenação Estadual do Amazonas. Ao longo da caminhada, ela diz ter ido aprofundando seu conhecimento através das formações e vivência da missão, se tornou capacitadora e depois Coordenadora de Núcleo.  Em 2016 foi nomeada Coordenadora Estadual Interina e no ano seguinte foi ratificada com Coordenadora Estadual do Amazonas. Sua escolha foi realizada na reunião realizada na quarta-feira, 13 de março na sede da Pastoral da Criança, em Curitiba (PR), em que foram empossados os membros do novo conselho e foi confirmado o nome de Maria Inês Monteiro para coordenadora nacional da Pastoral. Junto com ela assumiram a diácono Márcio, que será o tesoureiro, Milton Dantas, novo secretário, além de Dom Severino Clasen, Diretor do Conselho Diretor. O novo conselho diretor e Coordenadora Nacional vai ter uma gestão de quatro anos. Um tempo em que, animados e esperançosos, pretendem continuar a missão da Pastoral  da Criança junto as coordenações e lideranças, para que possam realizar suas ações com compromisso e leveza e assim contribuir para que as crianças se desenvolvam  e tenham vida plena. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Lúcio Nicoletto envia saudação à Prelazia de São Félix pedindo a luz do Senhor em sua nova missão

O padre Lúcio Nicoletto, bispo eleito da prelazia de São Félix do Araguaia, enviou nesta quinta-feira 14 de março, no mesmo dia que ele fez seu juramento e profissão de fé, uma saudação ao povo de sua nova Igreja local. Após se apresentar, o texto destaca a importância da diocese de Pádua (Itália), em sua vida e tudo o que nela aprendeu, sobretudo o fato de ter sido enviado em missão ao Brasil, “um furacão que me mudou profundamente a partir do caminho da lógica da encarnação”, insistindo em que “o amor passa necessariamente pela porta da encarnação”. O bispo eleito diz viver sua nomeação como um kairós, caminhar na Prelazia de São Félix do Araguaia, que “carrega em si a marca profunda da voz do querido irmão dom Pedro”, que “deixou um legado de compromisso radical com a vida dos últimos, juntamente com o ideal do Concilio Vaticano II, de uma Igreja, sinal do Reino, pobre para os pobres, uma Igreja inteiramente ministerial e completamente comprometida com a missão de ser aliada dos que não têm voz, de ser reflexo do nosso Deus, Pai e Mãe amoroso e compassivo, que enxuga as lagrimas do rosto dos oprimidos e injustiçados derramando sobre cada um o óleo da consolação e o vinho da esperança”. Se sentindo aprendiz, e recordando os bispos que passaram nessa Igreja local, envia uma saudação a todos aqueles e aquelas que realizam sua missão em São Félix, se confiando às orações de todos, destacando a importância dos povos originários, e estendendo sua saudação a todos aqueles que chegaram na região. Para todos ele pede “que o Senhor da Vida nos ilumine e nos acompanhe nessa nova missão”. Texto da saudação Saudação ao povo que está na Prelazia de São Felix do Araguaia – MT quinta-feira dia 14 de março de 2024 Caríssimo e amado povo de Deus da querida Prelazia de São Felix do Araguaia; querido irmão e bispo Adriano: paz! Dirijo-me a vocês, após ter recebido a nomeação do querido Papa Francisco para começar a missão de caminhar como bispo com vocês e com Cristo Jesus que já amais sem o terdes visto; credes nele, sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a salvação de vossas vidas. (1Pd 1, 3-9). Apresento-me a vocês com a gratidão e a alegria de um filho que reconhece todo o amor com que a Igreja de Pádua (Itália), minha Mãe, me acolheu desde o dia do meu batismo e me acompanhou durante toda a minha vida. Foi Ela que suscitou inúmeras pessoas que foram importantes para que eu bem conhecesse Jesus Cristo e para que aprendesse a me deixar amar por Ele. Foi a Igreja que me levou a descobrir a beleza do plano de amor de Deus para toda a humanidade. Esta mesma Igreja ajudou-me a acolher a Palavra de Cristo e a me deixar moldar por Ela. Ensinou-me a reconhecer Cristo presente e atuante na vida e no testemunho de tantos homens e mulheres que ofereceram a sua existência para testemunhar com a vida os valores do Reino. Ensinou-me que não há anúncio sem o testemunho daquele amor/caridade pela qual Cristo se entregou totalmente, especialmente pelos mais pobres e os últimos, tornando-se ele mesmo pobre e último. A graça da missão chegou à minha vida como um vento forte, um furacão que me mudou profundamente a partir do caminho da lógica da encarnação. E foi no encontro com a Amazônia, no caminho junto ao amado povo da Igreja de Roraima que aprendi que “A Igreja se faz carne e arma sua tenda na Amazônia”. Este armar a tenda manifestou-se como um irrenunciável anúncio central da boa nova: anunciar aos povos o Evangelho de Jesus Cristo e de seu Reino como fonte de sentido e de libertação. (cf. Documento dos 50 anos de Santarém) Quando cheguei ao Brasil, em 2005, sabia que estava levando comigo a pérola preciosa do Evangelho que a própria igreja de Pádua me confiou ao enviar-me para a missão para que eu pudesse anunciá-lo. Mas a comunhão com todos os meus irmãos e irmãs na missão e com as comunidades com as quais o Espírito me convidou a caminhar – por onze anos na diocese de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e por oito anos aqui em Roraima – ajudou-me a sentir a missão segundo o jeito de Cristo que se esvaziou completamente, tornando-se obediente até a morte e a morte de cruz. O amor passa necessariamente pela porta da encarnação. Agradeço ao Papa Francisco que, em nome da Igreja me oferece a oportunidade de viver este Kairos na minha vida, este tempo propício para me deixar visitar pelo sopro do Espírito e me deixar moldar por Ele. Por isso considero a missão como a dimensão da fé que salvou a minha vida da indiferença insossa e manteve vivo em mim o compromisso de ser como sentinela que espera, em pé, por novos céus e uma nova terra. É com estes sentimentos que acolho o convite do Santo Padre, o Papa Francisco para esta nova missão que me levará a caminhar com vocês, amadas e amados de Deus, nessa realidade da nossa querida Amazônia, onde o grito dos oprimidos continua a não ser ouvido pelos poderosos deste mundo, mas é ouvido pelo coração de Deus. Percebo que a realidade da Prelazia de São Félix do Araguaia carrega em si a marca profunda da voz do querido irmão dom Pedro, o primeiro bispo desta terra que por mais de trinta anos fez ecoar com palavras e com gestos, oportuna e inoportunamente, a palavra do Evangelho como profeta e irmão dos pobres, fazendose pobre como Cristo. Deixou um legado de compromisso radical com a vida dos últimos, juntamente com o ideal do Concilio Vaticano II, de uma Igreja, sinal do Reino, pobre para os pobres, uma Igreja inteiramente ministerial e completamente comprometida com a…
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Padre Lúcio Nicoletto: “Na Prelazia de São Félix faço o propósito de escutar, porque eu não sei de nada”

O padre Lúcio Nicoletto acaba de ser nomeado pelo Papa Francisco Bispo de São Félix do Araguaia (MT). Missionário da diocese de Pádua (Itália), que lhe enviou ao Brasil em 2005 para fazer parte da missão diocesana na diocese de Duque de Caxias (RJ), também tem sido missionário da mesma missão diocesana na diocese de Roraima desde 2016. Ele diz ter assumido a nova missão que a Igreja lhe encomenda com as palavras do Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “Ninguém pode tirar de mim a alegria do Evangelho”, insistindo em que “nem mesmo os meus medos, nem mesmo os desafios que a gente encontra”. O bispo eleito relata sua experiência na Igreja de Roraima, que “foi uma experiência muito forte de fraternidade, de luta juntamente com o povo. Aquela fraternidade, aquela amizade que nos dá a força para olhar com confiança no presente e no futuro. No presente, o lugar para onde Deus nos chama, uma plena consciência de que Ele está nos esperando lá no lugar onde nos chama”, algo que ele diz ter lhe ajudado a “guardar a paz no coração”. Em suas palavras, o padre Nicoletto ressalta que “não vou para lá para converter ninguém, eu acho que eu vou para lá porque Deus quer que me converta um pouco mais”, afirmando que “essa conversão é fruto de muito amor, é o amor que certamente vou encontrar naquele povo, porque foi o amor que manteve de pé aquele povo até agora, mesmo diante de tanto sofrimento, tantas injustiças. E em nome da alegria do Evangelho, esse povo conseguiu aguentar até agora, mantendo viva a chama da fé, oferecendo a todos um exemplo de esperança, deixando-se alimentar na caridade, sobretudo para com os mais excluídos, os mais humilhados, de maneira especial os povos indígenas da região do Araguaia, do Mato Grosso em geral”. Segundo o missionário italiano, uma região que “tem uma história de grande luta, de grande sofrimento, discriminações, mas também uma história que a Prelazia de São Félix do Araguaia soube escrever com o exemplo exímio de inúmeros homens e mulheres encabeçados pelo exemplo de Dom Pedro Casaldáliga, que em momento nenhum substituíram a Jesus, mas eles foram reflexo do mesmo Cristo, presente no povo sofredor”. “Isso me ajudou a sentir que em primeiro lugar o carisma do missionário, primeiramente é um carisma que é para servir; segundo e um carisma que precisa dar como primeiro fruto a alegria de servir”, afirmou. Segundo o bispo eleito, “quando eu perco essa alegria significa que tem alguma coisa dentro de mim que não está batendo”. Isso lhe leva a dizer que “desde o início eu quis pedir a Deus que Ele nunca me deixe sem a paz e a alegria no coração, o restante é Ele que vai oferecer, abrir caminho, indicar os passos que precisam ser seguidos”. Ele destaca a herança de fé que ganhou em sua vida como missionário “com o povo sofrido da Baixada Fluminense, com que eu estive vivendo 11 anos, e até agora com o povo de Roraima, um povo muito compromissado com a causa dos povos indígenas, com a causa das migrações, com a causa dos pequenos produtores, agricultores”. O bispo eleito afirma que “parece que a providência já abriu o caminho e neste momento me sinto acompanhado pela mão de um Deus que não posso mentir, Ele que preparou isso tudo, eu não busquei nada. Mas como Ele foi que preparou tudo e me demostrou tanto amor ao longo deste ano, eu também como missionário, a primeira resposta que eu dei, como eu poderia recusar esse convite que Deus através da Igreja está me oferecendo, se Ele nunca se recusou de me amar”. Lembrando que Dom Pedro Casaldáliga dizia que “o medo é o contrário da fé”, aquele que irá desempenhar a mesma missão na Prelazia de São Félix do Araguaia, afirmou que “o medo, dizem os psiquiatras, é sinal de que você está bem de cabeça, porque você tem a noção de que estamos diante de um perigo”. O decisivo é como cada um reage diante do perigo, “que ajuda a pessoa a se fortalecer mais, ou a fugir”, afirma. Ele diz ter vários medos, receios, que tem aflorado inclusive depois de ter dado seu consentimento, algo que acha fazer parte da nossa condição humana. Por outro lado, “é graças ao medo que eu me dou conta que sozinho não vou para lugar nenhum”. Isso lhe leva a destacar que “a Igreja, a primeira proposta que ela faz é uma proposta de comunhão, somos Igreja quando estamos junto”. Segundo o bispo eleito, “sabendo que, como Igreja, desde nosso batismo, somos ungidos, a nossa primeira unção de catecúmenos nos lembra que a vida vai ser uma luta”. Ele se questiona se está pronto para essa luta, se ele está correndo atrás das armas que ele precisa. “A primeira arma é a comunhão, a capacidade de formar unidade dentro da Igreja”, afirma, ressaltando que “o que ameaça o projeto de Cristo dentro da Igreja são as polarizações”, e que “profecia hoje é ser gente de comunhão, gente que constrói a comunhão, gente que com paciência deixa de lado a própria auto referencialidade e deixa espaço para o outro, primeiramente para Deus, para que o outro possa crescer, eu devo diminuir”. O missionário italiano insiste em que “a Igreja é a comunidade dos que mesmo sentindo medo perante os desafios, percebem que a força nasce e brota da nossa unidade, do nosso caminhar junto, do nosso participar de uma caminhada na frente da qual está Jesus Cristo e sem Ele a gente não vai para lugar nenhum, com Ele a gente percebe que a luta vai dar certo”. A sinodalidade sempre foi um modo de ser Igreja muito presente na Igreja de São Félix do Araguaia. Diante disso, o bispo eleito diz não conhecer muito dessa Igreja, afirmando que “eu vou precisar entrar, utilizando uma frase de Dom Pedro, descalço sobre a terra vermelha”. Ele insiste em que descalço, uma coisa que…
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11 anos do Papa Francisco, o Papa que colocou a Amazônia em foco

13 de março completou 11 anos da eleição de Papa Francisco, o Papa que colocou a Amazônia em foco. Desde o início de seu pontificado, no encontro com os bispos brasileiros na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, ele destacou a importância da Igreja na Amazônia e do trabalho que os missionários e missionárias realizam na região. Com o decorrer do tempo, Papa Francisco foi se interessando cada vez mais pela Amazônia, convocando um Sínodo Especial para a Amazônia em 15 de outubro de 2017, que teve sua assembleia sinodal em outubro de 2019. No Sínodo para a Amazônia, a periferia iluminou o centro, a Igreja universal foi iluminada pela vivência da fé na região amazônica, que buscava novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Uma Igreja que cuida dos povos da Amazônia, sobretudo dos povos indígenas, uma Igreja que promove a inculturação e a interculturalidade, uma Igreja que quer avançar na configuração de seu rosto amazônico, encarnada e libertadora. Uma Igreja sempre sinodal, onde o protagonismo do laicato, das mulheres, sempre sustentou a vida de fé de um povo que nem sempre é acompanhado pela Igreja institucional e hierárquica do jeito que deveria. O fato de o Papa Francisco ser latino-americano tem lhe ajudado a compreender melhor as dinâmicas dos povos e da Igreja da Amazônia, querendo que essas dinâmicas possam ajudar no cuidado da casa comum e vivência do Evangelho em diversas realidades e latitudes. Ser discípulos e discípulas na Amazônia e da Amazônia espalhar as sementes do Verbo presentes nessa realidade. Francisco é um Papa para com quem o povo da Amazônia tem grande simpatia, ele cativou os corações dos amazônidas, pois nele tem visto um sinal de carinho e de cuidado, alguém que tem comprometido sua vida para que a Amazônia e seus povos tenham vida e vida em abundância. Ele tem sido uma voz profética em defesa de uma região e de uns povos tradicionalmente explorados, excluídos, descartados. O exemplo de Papa Francisco nos compromete e nos desafia a cuidar a casa comum, especialmente nós que vivemos na Amazônia. Um cuidado que tem se tornado imprescindível para o futuro da região e para o futuro do Planeta, mas que muitas vezes esquecemos. Que o exemplo de Papa Francisco possa nos ajudar nesse caminho do cuidado e de valorização da diversidade, fonte de riqueza para a humanidade e para a Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Serviço de Animação Vocacional realiza seu encontro anual em Brasília

O Serviço de Animação Vocacional da Conferência Nacional dos Bispos do Basil (SAV-PV), realizou de 11 a 13 de março seu encontro anual no Centro Cultural de Brasília (CCB), com a presença de 32 pessoas, dentre elas a Ir. Gervis Monteiro, referencial da Pastoral Vocacional no Regional Norte1 da CNBB. O encontro teve a abertura com a celebração Eucaristia presidida por Dom José Albuquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins e referencial do SAV-PV na CNBB. Os representantes dos mais diversos regionais e organismos que são vinculados ao SAV-PV refletiram sobre as Diretrizes para a Animação Vocacional no Brasil. No encontro foi escolhida a nova Coordenação Nacional para o próximo quadriênio, que está formada pelo diácono Leandro, do Regional Nodeste2, que será o coordenador, o padre Alexandre, do Regional Leste1, que assumiu o serviço de vice coordenador, Lia, do Regional Centro Oeste, que será a secretária, a Ir. Arlene, da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), que será conselheira. A missa e posse da nova coordenação foi presidia por Dom Ângelo Ademir Mezzari, bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo Spengler ao bispo eleito de São Félix: “Essa Igreja é uma referência muito forte para todos nós”

A diocese de Roraima celebrou nesta quarta-feira 13 de março, uma Eucaristia de Ação de Graças pela nomeação do padre Lúcio Nicoletto como novo bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). Na homilia, dom Evaristo Spengler, seguindo o texto do Evangelho do dia, disse que “para estarmos unidos a Deus, precisamos estar unidos a Cristo”, destacando a importância da união e a solidariedade entre o Pai e o Filho, que “transmite-nos a Palavra de Deus para nos transmitir a vida de Deus”, destacando a importância do amor misericordioso de Deus. O bispo de Roraima lembrou as palavras da mensagem do bispo eleito de São Félix do Araguaia ao povo de Deus que vai acolhe-lo, onde “reconhece a bondade de Deus que já lhe acolheu desde o dia de seu batismo e o acompanhou durante toda a sua vida, e ao longo da sua vida, a Igreja suscitou inúmeras pessoas que possibilitaram que ele pudesse conhecer e se encontrar com Jesus Cristo e que se deixasse amar por ele”, destacando nessa Igreja, no encontro com a Palavra, descobriu a missão, que “chegou em sua vida como um vento muito forte, como um furacão abrasador que mudou a sua vida”, levando-o á diocese de Duque de Caxias, uma Igreja encarnada, de um povo sofrido mas lutador, e posteriormente à diocese de Roraima, onde descobriu uma Igreja encarnada nessa realidade, “uma Igreja comprometida com o Reino de Deus que é fonte de libertação de todos os males”. Falando da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Evaristo disse que “essa Igreja é uma referência muito forte para todos nós”, destacando que sempre foi uma Igreja muito comprometida com os povos indígenas, na luta contra o latifúndio, destacando a luta de Dom Pedro Casaldáliga, primeiro bispo daquela Igreja, “para que o povo pudesse ter direitos respeitados em nome do Evangelho, em nome de Jesus Cristo, da fraternidade, da justiça, onde todos podem sentar à mesma mesa, onde não há lugar para a exploração, não há lugar para a exclusão”, lembrando que Dom Pedro foi ameaçado e perseguido por isso. “Uma Igreja de comunidades eclesiais de base, com aliança com os pobres, da luta por um mundo melhor, onde todos possam ter espaço”, destacou dom Evaristo, que falou da importância da formação engajada em São Félix do Araguaia. Igualmente lembrou dos outros dois bispos de São Félix, o cardeal Leonardo Steiner e Dom Adriano Ciocca, insistindo em agradecer a todos os padres fidei donum da Itália que trabalharam e trabalham na diocese de Roraima. Igualmente pediu orações pela família do padre Lúcio Nicoletto, agradecendo ao Papa Francisco pelo seu compromisso com a Querida Amazônia e o empenho em fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico. Ao bispo eleito lhe desejou que “não faltem as palavras do Espírito, de coragem, discernimento, ousadia, de um pastor que tem ficado com o povo, capaz de animar a Igreja em espírito de comunhão e de sinodalidade”, lhe convidando a voltar sempre à diocese de Roraima, uma casa que é sua. No final da celebração, o padre Lúcio Nicoletto disse que nesse momento, sua palavra única é gratidão, agradecendo a todas as pessoas que ao longo da sua vida lhe ajudaram a se encontrar com Cristo, “para não correr o perigo de reduzir a fé a um fato pessoal”. Ele agradeceu à sua família de sangue e à sua família alargada, que foi descobrindo ao longo dos anos, da missão, que ele vive como uma dádiva, pedindo a Deus ser fiel ao seu chamado, a seu projeto, àquilo que Deus lhe confia hoje. O bispo eleito de São Félix do Araguaia agradeceu aos seus colegas missionários chegados da Itália, ao presbitério de Roraima e aos bispos que ele encontrou nessa diocese, dom Mário Antônio da Silva e dom Evaristo Spengler. Também agradeceu ao povo de sua nova Igreja local e aos bispos que por lá passaram, e “tornaram a Igreja de São Félix um berço fecundo de testemunho”. Igualmente agradeceu à diocese de Pádua, onde será ordenado bispo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1