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Padre Lucio Nicoletto nomeado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia

O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira 13 de março, o padre Lúcio Nicoletto como quarto bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). Criada em 13 de maio de 1969, teve como primeiro bispo Dom Pedro Casaldáliga, que foi sucedido por Dom Leonardo Steiner, atualmente cardeal arcebispo de Manaus. Desde 2012, a Prelazia de São Félix tem como bispo Dom Adriano Ciocca, que completa 75 anos no dia 08 de julho de 2024, a quem o Papa Francisco aceito sua renúncia. Nascido em Este, província e diocese de Pádua (Itália), em 18 de agosto de 1972, foi ordenado diácono em 25 de outubro de 1997 e presbítero em 7 de junho de 1998. Nos primeiros anos de ministério presbiteral, foi vigário paroquial na diocese de Pádua, passando em 2001 a assumir a animação diocesana para as vocações presbiterais, integrando a equipe educativa do Seminário Menor. Nesse período fez um Curso de Psicopedagogia da Formação. Em 2005 foi designado para fazer parte da missão diocesana da diocese de Pádua no Brasil, na Diocese de Duque de Caxias (RJ). Nesta diocese trabalhou em algumas paróquias e foi formador, reitor e diretor espiritual do seminário interdiocesano de Nova Iguaçu. Igualmente fez parte do conselho diocesano para a formação inicial e permanente do clero e do diaconato permanente, assumiu o Setor Juventude, sendo assistente espiritual da Pastoral da Juventude e do movimento da Renovação Carismática Católica. Em março de 2016 concluiu o Mestrado em Teologia bíblica pela Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro. Em junho de 2016 iniciou a nova missão diocesana da diocese de Pádua na diocese de Roraima, onde assumiu a paroquia de Caracaraí. Na diocese de Roraima foi responsável diocesano da Catequese e do projeto da Iniciação à Vida Cristã (IVC), também foi Vigário Geral e administrador diocesano na vacância entre Dom Mário Antônio da Silva e Dom Evaristo Spengler.​ A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviou uma mensagem ao bispo eleito onde manifesta sua alegria, agradecendo “o seu serviço à Igreja no Brasil nos últimos 19 anos como discípulo missionário no Rio de Janeiro e em Roraima”. A mensagem lembra as palavras do Papa Francisco: “A missão da Igreja é tarefa de todos os batizados. Deus dá as capacidades próprias da missão e da vocação de cada um. É um chamado que nos permite desempenhar a nossa tarefa apostólica de maneira ativa e criativa, segundo os dons e carismas que recebeu”. Na mesma data foram nomeados dom Josafá Menezes da Silva, como arcebispo de Aracajú (SE), que será transferido da arquidiocese de Vitória da Conquista, na Bahia, e dom Rubival Cabral Britto, OFMCap, como bispo da diocese de Bom Jesus da Lapa (BA), transferindo-o da Sede Episcopal de Grajaú (MA). Assessoor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “A salvação vem da Cruz, mas daquela Cruz que é Deus feito carne, não há salvação nas ideias”

No quarto domingo da Quaresma, domingo da alegria, domingo Laetare, segundo ele mesmo lembrou, o cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia dizendo que “a consolação está próxima, está próxima a Páscoa de Jesus”, uma alegria que nasce do fato de Deus ter dado seu filho ao mundo para que todos tenham a vida eterna. Segundo o arcebispo de Manaus, “as leituras da Quaresma nos indicam a conversão como caminho do encontro com Cristo crucificado, ressuscitado”, ressaltando que a Campanha da Fraternidade de 2024 “nos aproxima da misericórdia de Deus, para buscarmos reconciliação e assim vivermos como irmãos e irmãs”. Ele disse que “o caminho quaresmal é seguir Jesus como o povo da Primeira Aliança, é o tempo que nos convida a ouvir melhor a voz de Deus, como também a aclarar o sentido das tentações que temos”. Comparado com o acontecido no deserto com o povo de Israel, Dom Leonardo Steiner afirmou que “Jesus tornou-se para nós remédio, salvação, redenção de todos os nossos males”. Segundo o arcebispo, “o povo no caminhar do deserto ficou impaciente, pôs-se a falar mal de Deus e de Moisés”, insistindo em que “não aguentando mais a dureza desértica, diante da incerteza da chegada à terra da promessa, começam a murmurar, se revoltar contra Deus e contra Moisés”, explicando o sentido da serpente de bronze para vencer as serpentes, “sinal do coração desviado, da murmuração, do pecado, da traição, que leva à morte”. O cardeal Steiner disse que “o pecado leva à morte, mas o reconhecimento do pecado conduz à vida”, destacando que “a salvação vem da Cruz, mas daquela Cruz que é Deus feito carne, não há salvação nas ideias, na boa vontade, no compromisso de ser bom, a única salvação está em Cristo Crucificado, porque só Ele, como a serpente de bronze, foi capaz de assumir todo o veneno do pecado e nos curar a todos”. No Evangelho do dia, o cardeal Steiner destacou a frase: “Deus amou tanto o mundo que deu seu filho primogénito”, ressaltando que “Deus nos amou antes que nós o amássemos”, um amor gratuito, enviando seu filho e nele “somos feitos primogenitura de Deus”, que abandonamos quando “enveredamos pelo caminho do pecado e da morte que nos destrói”. Segundo o arcebispo de Manaus, “nas contradições, nas murmurações, nas contendas, nos fechamentos, nos nossos desvios e pecados, nós nos distanciamos deste amor gratuito da Cruz, do crucificado”. Lembrando as palavras de Santo Agostinho, o cardeal disse que “as obras boas começam quando o reconhecimento das obras más”, fazendo um chamado a “olhar para Jesus e perceber onde nos encontramos, olhar para Jesus no seu amor e percebermos o nosso distanciamento, as nossas traições, os nossos desvios”. Segundo Dom Leonardo, “o desejo ardente de Deus é que vivamos, não a morte, Ele sempre nos quer salvos, libertos, livres, a caminho, mesmo quando estamos no deserto, mesmo quando estamos entre serpentes, Ele deseja salvos, vivos”. No deserto somos tentados, mas também somos libertados, destacou o cardeal, chamando a não nos deixarmos levar pela murmuração, pelas contradições. Ele insistiu em que somos “irmãos e irmãs, pois somos gerados na Cruz do amor, em Jesus”, afirmando que “a Campanha da Fraternidade insiste na amizade social porque vivemos da graça da irmandade que veio da Cruz”, o que faz com que “somos sempre únicos, únicas no amor”, mas sem esquecer que “os especiais no amor são os esquecidos e os rejeitados”. O cardeal lembrou que “vivemos no tempo da agressão, da violência nas palavras, na intolerância religiosa, política, racial, no desprezo da ética e da justiça que possibilita viver na dignidade, na verdade”. Ele destacou que “diante de um amor doação tão inaudito, não nos cabe outra resposta senão desejar de todo coração, de toda alma e mente, de todo vigor, sermos irmãos e irmãs, tecendo os fios do perdão, da reconciliação, para que surja a verdadeira fraternidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

8 de março em Manaus: “Sem as mulheres na Igreja da Amazônia, a gente não tinha praticamente nada”

No Dia da Mulher, as mulheres manauaras saíram às ruas da capital do Amazonas para continuar a luta pelos seus direitos. Muitos desses direitos são reconhecidos, mas não são efetivados, fazendo com que as mulheres, também na Amazônia, continuem sendo vítimas do feminicídio e de tantas outras situações que foram denunciadas ao longo da caminhada que partiu da Praça da Matriz e foi até o Largo de São Sebastião, na frente do Teatro Amazonas, um dos pontos mais emblemáticos da cidade. Dentre as mulheres participantes, muitas delas eram católicas, representantes da Vida Religiosa e lideranças das pastorais, movimentos e comunidades, onde não podemos esquecer, elas têm um papel fundamental para que a Igreja da Amazônia continue sendo semente do Reino. Ser mulher na Amazônia e na Igreja da região significa segundo a Ir. Sônia Matos “ser totalmente impregnada do Espírito de Deus que cria, ser solidária com a criação, solidária com os povos da floresta, com os povos da terra, e significa viver plenamente feliz, inserida neste território”. A superiora das irmãs adoradoras do Sangue de Cristo vê como desafios que são enfrentados, “o autoritarismo, o machismo, tanto na sociedade como na Igreja, e uma desqualificação, uma invisibilidade da mulher, que ela é excluída pelo simples fato de ser mulher, tanto na Igreja como na sociedade, ocupando nossos espaços que nos pertencem por direito e também pelo batismo”. Diante do grande machismo e violência que existe em Manaus, Conceição Silva afirma que “ser mulher é resistir”, insistindo que como mulheres amazônicas, as mulheres têm que se precaver em suas relações. Ela faz um chamado a que aqueles que participam das pastorais lutem contra essa violência. Para isso demanda a necessidade de estar juntos, “todos os movimentos, todas as pastorais, para refletir sobre esse enorme número de feminicídios”, sendo o Dia da Mulher mais uma oportunidade para estar junto e refletir. A mulher na Igreja da Amazônia, “ela tem que ter resiliência”, afirma a membro das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus. Ela destaca que “atualmente a Amazônia está sendo muito visada por todo mundo”, o que a leva a dizer que “nós como Igreja, nós temos que avançar, nós temos que lutar contra todo esse tipo de violência contra a natureza, contra os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos. A gente tem que estar junto com eles, porque Jesus veio para os mais necessitados, Jesus não ficou só olhando, ele esteve no meio. As pastorais, os leigos na Amazônia têm que estar dedicados a estar junto, no meio do povo, esse é o verdadeiro Evangelho”. O momento atual é de muito desafio como mulher, leiga, indígena na Amazônia, segundo Gorete Oliveira. Ela denuncia a dificuldade diante da falta de segurança, a complicação que é vivida no campo da educação, com grande dificuldade para entrar no ensino superior. A membro da Equipe Itinerante, diante dessa realidade, insiste em que “ser mulher na Amazônia é ser uma gigante, é lutar, lutar e nunca parar de lutar”. “Sem as mulheres na Igreja da Amazônia, a gente não tinha praticamente nada”, afirma Guadalupe Souza Peres. A liderança na Arquidiocese de Manaus, “a presença das mulheres na Igreja neste chão amazônico é de fundamental importância, principalmente nas comunidades”, lembrando a falta de padres em muitas comunidades falta de padres, o que faz fundamental essa presença feminina. Para esse trabalho das mulheres, ela diz que “a dificuldade é o clericalismo muito grande”. Ela insiste em que não fala de “clericalismo dos padres, mas das pessoas que querem ser donas da Igreja, e no caso as mulheres encontram muitas barreiras também nessa parte”. Se referindo à sociedade, ela disse que “a gente sabe que a gente tem esse dia, mas todos os dias a gente luta para poder ter voz e vez na sociedade que a gente vive”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

2024, Ano de Visita Pastoral na Diocese de Borba: “tempo de graça, de escuta, de sinodalidade”

A Diocese de Borba, segundo informou Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, está vivendo em 2024 a Visita Pastoral em todas as paróquias e áreas missionárias. O calendário de visitas, que iniciou no final do mês de fevereiro, tem previsto ser encerrado no mês de novembro. O bispo diocesano de Borba diz estar vivendo essa visita como um tempo de graça, de escuta, de sinodalidade, como um tempo de gerar proximidade entre o bispo e as paróquias e áreas missionárias, as lideranças e os conselhos. A visita pastoral, segundo recolhe o roteiro de orientação elaborado por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva e enviado às paróquias e áreas missionárias, é uma das missões do Bispo, uma oportunidade para o encontro e diálogo do Bispo com os fiéis, que segundo o Direito Canônico deve ser realizada em toda a diocese a cada cinco anos. Dentre os objetivos dessa visita destaca a possibilidade do Bispo encontrar, conhecer e ouvir os fiéis, acolhendo e escutando aquilo que faz parte da vida do povo, renovando a esperança numa Igreja ministerial e sinodal. A visita pastoral também possibilita avaliar a eficiência das estruturas e instrumentos de evangelização, ajudar as comunidades a resolver dificuldades e ser um momento de encontro que ajuda a entender a natureza da Igreja. O bispo se encontra com os padres, o Conselho Pastoral, o Conselho Paroquial para Assuntos Econômicos, visita as escolas, as comunidades indígenas, os doentes, as autoridades, celebra missas na matriz, controle dos livros paroquiais. No final da visita será enviado ao pároco um relatório contendo considerações mais detalhadas da Visita Pastoral. Todas as paróquias e áreas missionárias da Diocese de Borba estão se preparando para a Visita Pastoral de Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, que destaca a importância dessa visita. A visita pastoral foi iniciada de 23 a 25 de fevereiro de 2024 na Paróquia de São José, no distrito do Novo Céu, no município de Autazes. Nesta semana, de 06 a 10 de março, está sendo realizada a visita pastoral na Paróquia de São Joaquim e Sant´Ana em Autazes, “visitando as comunidades, as obras sociais, toda nossa dinâmica missionária”, destacou o Bispo diocesano de Borba. Ele insiste em que “assim, vou visitar todas as áreas missionárias, todas as paróquias, até novembro, um calendário bem extenso para a gente marcar presença e ao mesmo tempo gerar proximidade, acompanhar nossas lideranças na missão”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Clero da Diocese de Coari realiza seu encontro semestral e celebra Missa dos Santos Óleos

O clero da Diocese de Coari realizou de 04 a 07 de março de 2024, na Casa de Retiro Santo Afonso, que também é o Centro Diocesano de Formação Missionária, seu encontro semestral, que contou com a participação dos 17 Padres que evangelizam nas paróquias dessa Diocese. Os Presbíteros, junto com seu bispo Dom Marcos Piatek, rezaram, trocaram as experiencias sacerdotais, refletiram sobre a sua vocação presbiteral na nossa realidade hoje, abordando também alguns assuntos administrativos e pastorais. Durante o encontro os recém-formados teólogos pela Faculdade de Teologia do Amazonas, Leonardo Rufino da Silva e Willian da Silva Aragão, foram admitidos para a Ordenação Diaconal, que será realizada no dia 15 de junho de 2024 na Catedral de Coari. No dia 06 de março todos os Padres se reuniram na Catedral Senhora Sant´Ana para celebrar a Missa dos Santos Óleos, presidida por Dom Marcos Piatek. Os padres renovaram suas Promessas Sacerdotais. Em seguida foram abençoados e consagrados os Óleos dos Catecúmenos, da Crisma e dos Enfermos. No final da solene celebração Dom Marcos agradeceu aos Padres pela sua vida doada a Deus e ao povo da Diocese de Coari, e convidou os numerosos fiéis reunidos na catedral a colaborar e rezar pelos seus respectivos padres. Seguidamente foi entregue a cada um dos padres, além dos Santos Óleos, o livro: “Presbíteros: Testemunhas da Esperança”, da autoria do Pe. Humberto Robson Carvalho. O último dia do encontro foi dedicado à confraternização e a um passeio na Lancha Catedral, até a “Freguesia de Coari” (onde nasceu a cidade de Coari) em comemoração dos 250 anos da Paroquia Sant’Ana e São Sebastiao. Dom Marcos Piatek e o clero da Diocese de Coari agradeceram à Paroquia Sant’Ana e São Sebastião, com seus respectivos padres pela bonita organização do Encontro do Clero. O bispo diocesano desejou aos nossos padres que sejam “alegres na esperança, perseverantes na tribulação, constantes na oração” (Rm 12,12), pedindo que o Espírito Santo continue os guiando e fortalecendo na sua caminhada presbiteral. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Sair nas ruas no Dia 8 de Março: Obrigação, direito ou necessidade?

A luta pelos direitos da mulher se tornou uma atitude cada vez mais assumida, nem só pelas mulheres, mas pela sociedade como um todo. O dia 8 de março é uma data significativa nessa batalha iniciada nos primeiros anos do século XX, sendo definida em 1975 como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. Uma data que provoca controversas na sociedade, que é vista como obrigação, direito ou necessidade, mas também é considerada por outras pessoas como algo desnecessário. As opiniões divergem, pois os direitos nem sempre são vistos do mesmo modo. Tem o ditado que diz que “pimenta no olho dos outros é refresco”, o que nos leva a dizer que muitas reclamações e lutas por direitos não são entendidas por aqueles que tem uma visão diferente da realidade. Na verdade, reclamar direitos nunca foi um erro e sim uma atitude de coragem em busca de uma sociedade mais justa. Essas lutas têm construído ao longo da história aquilo que tem ajudado a modelar um mundo melhor para todos e todas. Tem sido um caminho longo, dificultoso, mas que foi dando frutos, maiores ou menores, mas com o tempo os avanços têm acontecido. O que não deveria acontecer, mesmo que sabemos que muitas pessoas, inclusive muitas mulheres caem nessa tentação, é nos desentendermos de continuar lutando pelos direitos que em teoria são garantidos, mas que nem sempre são realizados em favor das mulheres. Ficar de braços cruzados não deve ser a atitude a ser seguida. Isso porque ninguém deve aceitar que seus direitos sejam menosprezados. No final das contas, os direitos são fruto da luta histórica de muitas pessoas que empenharam sua vida para que assim fosse. Continuar cobrando esses direitos em nível social e político, em todos os âmbitos que fazem parte da vida social, é uma necessidade, que vai ter seus frutos em nossas vidas, mas também na vida das gerações vindouras. O problema é que numa sociedade cada vez mais marcada pelo individualismo, onde as preocupações das pessoas não ultrapassam o próprio ego, incentivar as lutas sociais é algo cada vez mais difícil. Na maioria dos casos, não é por ser contra essas lutas e sim por falta de interesse com o que puder acontecer com os outros, inclusive com o que pode acontecer com a própria pessoa. O desmoronamento social é uma realidade cada vez mais plausível, uma realidade que serve para que aqueles que tem o poder, nos diferentes campos em que ele se concretiza, se aproveitem para impor seu modo de entender essa realidade, que de diversos modos é manipulada por aqueles que mandam. Uma situação que nem sempre é percebida e ainda menos enfrentada. Sermos conscientes disso, independentemente de nossa condição de mulheres ou homens, é uma urgência inadiável. As lutas devem ser mantidas sempre, nunca podem ser abandonadas. Cair nessa tentação vai fazer com que as pessoas deixem de ser tratadas como gente e passem a ser vistas como engrenagens de um sistema que nos consume.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Clero de Manaus realiza Retiro, “oportunidade para renovar nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo”

O clero da arquidiocese de Manaus realiza de 04 a 07 de março de 2024 seu Retiro Anual, que tem como pregador a Dom Giuliano Frigeni, bispo emérito da diocese de Parintins. Com a participação de mais ou menos 80 padres, o retiro está sendo realizado na Maromba, o Centro de Treinamento de Lideranças da arquidiocese, e tem como tema “Sempre discípulos de Cristo”, inspirado no Exercícios Espirituais que o cardeal Cláudio Hummes orientou aos membros da Cúria Vaticana em fevereiro de 2002. Um seguimento de Jesus Cristo, que segundo disse o Papa João Paulo II, no final daqueles exercícios “constitui o elemento fundamental de nossa vida”. O Retiro do Clero é um sinal de comunhão como expressão do discipulado, segundo Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, que participa do retiro junto com Dom Hudson Ribeiro, também bispo auxiliar. Dom Zenildo destacou a importância de “dar-nos a conhecer pelas atitudes”, ressaltando a importância da eloquência das atitudes e de constituirmos uma Igreja orante. O pregador do retiro disse que é “um tempo para mobilizar novas energias, para na presença de Deus nos tornarmos irmãos e irmãs”. Dom Giuliano Frigeni insistiu no retiro como “oportunidade para renovar nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo”. Refletindo sobre a temática do retiro, o bispo emérito da diocese de Parintins afirmou que “só o bom discípulo será um bom mestre da fé”, insistindo em que os ministros ordenados “somos depositários e não proprietários da Palavra de Deus”. Ele fez um chamado a “estar ao serviço da Palavra com fidelidade e disponibilidade”, dizendo que “as pastorais nascem do coração do pastor, não de um organizador”. Daí a importância de “nos educar a sermos discípulos”. Durante o Retiro do Clero os participantes têm a possibilidade, durante o tempo da quaresma, de aprofundar na oração pessoal e comunitária, sendo momento de refletir sobre a vida de cada um e o ministério ordenado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Missão na paróquia indígena de Belém do Solimões pelos 115 anos de presença capuchinha no Amazonas e Roraima

A Custódia dos Frades Capuchinhos no Amazonas e Roraima, que estão completando 115 anos de presença na região, está celebrando seu Ano Missionário. Uma oportunidade “para fazermos memória dos nossos antepassados, daqueles que nos precederam no carisma franciscano-capuchinho” e junto com isso “nos envolver para uma reanimação missionária”, segundo expressou Frei Mário Ivon Ribeiro, superior da Custódia do Amazonas e Roraima, em carta aos confrades. Segundo o frade, o trabalho missionário dos capuchinhos ao longo de mais de 100 anos, “navegando dias ao longo dos rios, levando assistência espiritual e social à população”, considerando que essa presença “foi vital para a formação e desenvolvimento das comunidades”, buscando a promoção da vida humana, servindo “como enfermeiro, engenheiro, arquiteto, atleta, músico, professor”, produzindo um encontro intercultural em busca de “uma evangelização que abandona os horizontes do ‘civilizar-se’ e tornando-se promoção humana”. A missão iniciada por missionários italianos da Provincia Capuchinha da Úmbria, hoje é continuada e animada por frades nascidos na região, “com o rosto de uma Igreja amazônica”, segundo o superior. Ele insistiu em ver o Ano Celebrativo Missionário como momento para “nos lembrar, antes de tudo, da nossa vocação missionária”. 10 frades participam de 1º a 10 de março de 2024 na paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, diocese de Alto Solimões da Missão Capuchinha. A missão acontece numa área indígena que contempla essa presença dos capuchinhos e que consolida também a permanência dos frades, segundo frei Paulo Xavier Ribeiro. O frade destacou que “nós ficamos e continuamos a evangelização, o testemunho do projeto de Deus a partir da realidade simples, conduzindo a nossa vida a partir dos sonhos que a Querida Amazônia expressa nas palavras do Papa Francisco, um sonho  social, um sonho cultural, um sonho que pode nos ajudar a consolidar sempre mais a vida dentro dessa dimensão da ecologia, e sobretudo reconhecer que como Igreja, nós podemos sonhar com uma Igreja da simplicidade, uma Igreja da humildade, uma Igreja a partir dos povos originários”. “Essa dimensão nos ajuda a compreender que com esse impulso, nós vamos continuar a testemunhar a nossa vida de frades capuchinhos, aqui no Amazonas e Roraima, favorecendo sempre esse encontro com a cultura, com os povos, com os costumes, com a vida do povo e vivendo a partir daquilo que é a vocação dos franciscanos capuchinhos, nos exercitando nesse caminho de ser uma Igreja de comunhão, uma Igreja de participação, uma Igreja missionária”, enfatizou o frade capuchinho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima, expressando que a Igreja não tem fronteiras, participa dos 102 anos do Vicariato do Caroni (Venezuela)

O Vicariato Apostólico do Caroni, na Grande Sabana venezuelana, que tem sua sede na cidade de Santa Elena de Uairén, acaba de comemorar 102 anos de sua ereção canónica. Uma celebração que contou com a participação de representantes da diocese de Roraima, dentre eles Dom Evaristo Spengler, que também esteve acompanhado por Dom Arnaldo Carvaheiro Neto, bispo de Jundiai (SP), e Dom Vicente Costa, bispo emérito da mesma diocese. “Uma festa muito bonita, com a participação das comunidades distantes”, segundo Dom Evaristo, numa região onde a maioria da população são indígenas do povo pemón. Eles realizaram diversos gestos durante a Eucaristia e depois da celebração realizaram apresentações culturais da região. Uma celebração que “trouxe o coração, a vida dessa história, 102 anos de doação de muitos missionários e missionárias“. Segundo o bispo de Roraima, “uma coisa que ficou muito forte na celebração foi que a Igreja não tem fronteiras, cada vez mais queremos estreitar os laços de união”. Ele refletiu sobre as imensas dificuldades na evangelização da região da Grande Sabana, com paróquias e comunidades muito distantes e um alto custo para realizar as viagens para o trabalho evangelizador. Dom Evaristo destacou que “é um povo com muita doação, com muita alegria, e queremos continuar a rezar por esse povo, por Dom Gonzalo, por esse Vicariato do Caroni, todos os missionários que aqui estão, aqueles que estiveram no passado e aqueles que virão à evangelização nesse belíssimo futuro deste vicariato”. O bispo local, Dom Gonzalo Alfredo Ontivares Vivas, manifestou sua alegria pela celebração vivida, destacando a participação das diversas comunidades indígenas que integram o vicariato e das igrejas de Roraima e de Jundiai, algo que ele vê como oportunidade para partilhar o que foi realizado pelos padres capuchinhos e deixaram como ensinamento, vivência e experiência de fé nesse processo de formação e de inculturação do Evangelho. O bispo destacou que o Vicariato do Caroni está vivendo uma nova etapa, com a participação de missionários de outras igrejas locais e congregações religiosas. A celebração realizada é vista por Dom Gonzalo como algo que “nos ajuda a entender a sinodalidade que o Papa Francisco está nos convocando”. Ao mesmo tempo, ele disse que tem sido mais uma oportunidade para se integrar com a Igreja do Brasil, insistindo em que a Igreja não tem fronteiras, que podem ser compartilhadas as mesmas experiências de fé com os povos originários   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: Na Amazônia, “estar ao lado dos pobres, dos povos originários, dos últimos, como o caminhar da Igreja no meio urbano”

O Congresso sobre Pastoral Urbana, organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que está acontecendo em Porto Alegre de 04 a 06 de março de 2024, refletiu, com a assessoria do cardeal Leonardo Steiner, sobre os “Desafios da evangelização na Amazônia urbana”. Segundo o arcebispo de Manaus, a maior cidade da Amazônia, com mais de dois milhões de habitantes, essa reflexão “significa uma hermenêutica da totalidade que a evangelização está a pedir”, destacando os muitos desafios da evangelização, que tem como fundamento o fato de que “somos despertados para um pertencimento: Deus feito nossa humanidade”. Ele partiu do conceito de evangelização, que tem como pano de fundo “o anúncio do Evangelho para toda a humanidade, para toda a criatura”, e que ele vê como “despertar para o modo do Reino de Deus”, tendo como elementos constitutivos “a proclamação pelo testemunho, o anúncio explícito de Jesus Cristo, a acolhida do anúncio, por meio da adesão à comunidade eclesial, o desdobramento em novo apostolado”, elementos presentes em Evangelii Nuntiandi de Paulo VI. Uma evangelização que tem como elementos uma libertação integral, o testemunho, a pregação, a liturgia e vida sacramental, a religiosidade popular, a destinação universal da evangelização e os agentes nela envolvidos, destacou o cardeal. Ele lembrou as palavras de Paulo VI: “Toda a Igreja é missionária, a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus”, destacando que “Igreja, comunidade, e evangelização pertencem ao mesmo movimento”, que é eclesial e de comunhão, pois “evangelizar é uma ação profundamente eclesial”, ressaltando que “não é um ato individual e isolado. É missão da Igreja!”. É por isso que “a evangelização em nome da Igreja, acontece em comunhão”, sem critérios e perspectivas individualistas. Refletindo sobre o conceito de evangelização no Magistério de Papa Francisco, Dom Leonardo destacou que deve ser missionária e apostólica, pois “evangelizar não é o mesmo que fazer proselitismo”. Isso porque “trata-se de uma dimensão vital para a Igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus nasce apostólica e missionária. O Espírito Santo plasma-a em saída”. Uma Igreja missionária presente na Amazônia, pois “a igreja na Amazônia, em Manaus, nasceu com os missionários e missionárias”. O cardeal destacou elementos da missão presentes no Documento de Aparecida, onde a evangelização é vista como “ação da Igreja que exerce a missão recebida de anunciar a todos os povos e a todas as criaturas”, o que demanda, num horizonte de cultura denominada urbana, um modo e uma linguagem aberta ao tempo e ao espaço que a Igreja é presente. O Encontro de Santarém de 1972 e o Sínodo para a Amazônia em 2019 são momentos que ajudam a refletir a evangelização na Amazônia, destacou o conferencista. O Documento de Santarém, “ele deu impulso e vida a ação evangelizadora na Amazônia. Santarém firmou uma Igreja encarnada e libertadora!”, ressaltou o cardeal. Uma Igreja profética, que “percebeu que deveria evangelizar, evangelizar-se e ser evangelizada”, percebendo “a necessidade de uma presença maior e melhor no meio urbano”. Uma reflexão que continuou no tempo, numa dinâmica sinodal, buscando evangelizar a partir do chão amazônico, até chegar no Sínodo para a Amazônia. Ele lembrou o encontro de 2022, com motivo dos 50 anos de Santarém, que segundo o Papa Francisco “propôs linhas de evangelização que marcaram a ação missionária das comunidades amazônicas e que auxiliaram na formação de uma sólida consciência eclesial”. O cardeal Steiner colocou o dom da fé como passo prévio na evangelização na Amazônia, destacando que “nós não temos fé, é a fé que tem a nós”. Ele disse que a fé é simples, “trata-se da experiência da gratuidade do encontro e encontro da gratuidade”, algo a ser descoberto na cultura urbana, onde subjaz a fé. Falando sobre a fé na Amazônia, Dom Leonardo destacou “a ingenuidade da fé, as relações desvestidas de aparências, uma certa harmonia com a beleza das águas e das florestas”. Após apresentar brevemente diversos elementos da realidade da Amazônia, o cardeal Steiner disse que em Manaus, as comunidades mostram a vitalidade da Igreja, afirmando que “o urbano é sustentado por uma urbanidade manifestada na solidariedade, na receptividade”, insistindo em que na realidade da Amazônia urbana “se percebe a necessidade de auscultar e dialogar para aprender a evangelizar”. Diante dessa realidade, o arcebispo de Manaus refletiu sobre os desafios e perspectivas, partindo das palavras de Papa Francisco sobre o pensamento de Romano Guardini, que o levou a dizer que “certamente, a cultura urbana está impregnada do conhecimento que busca reunir as coisas, decompô-las, ordená-las em alíneas, adquirir perícia e dominá-las”. O primeiro desafio é a encarnação e libertação, pois “o Verbo encarnado exige da Igreja uma aproximação com a realidade, a superação de modelos de evangelização que não condizem com as culturas locais e um testemunho de esperança, fundado no Evangelho”. Um caminho que segundo o Documento Final do Sínodo para a Amazônia se concretiza inculturação e interculturalidade. O segundo desafio é, seguindo a proposta da Querida Amazônia, a hermenêutica da totalidade, que “faz a Igreja evangelizar dentro do movimento das transformações da cultura urbana”, seguindo os quatro sonhos da Querida Amazônia, que “são dimensões do todo” e que considera “essenciais para uma Igreja frutuosa, misericordiosa, consoladora, inculturada, transformadora, libertadora, ilumina toda a evangelização na Amazônia e na sua totalidade”. Isso porque “a morte e ressurreição de Jesus tem implicância no universo, não apenas para os seres humanos”, destacou o cardeal. O arcebispo de Manaus considera um outro desafio ser Igreja discipula missionária, dado que a missionariedade é “o fundamento, a razão do ser da Igreja”, que leva a uma “evangelização dinamizada num caminho de comunhão e participação das comunidades de comunidades, como dinâmica da sinodalidade na Igreja. A escuta e o diálogo como caminho a ser sempre percorrido”. Ele insistiu numa “Igreja que escuta, serve e acompanha os povos e recebe os traços destes povos”, segundo diz o Documento Final do Sínodo para a Amazônia. Junto com isso, ser Igreja profética e defensora…
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