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Dom Leonardo: “Para o Congresso Nacional o indígena não tem valor, não tem dignidade”

O Conselho  Indigenista Missionário Norte1está realizando de 02 a 04 de fevereiro de 2024, no Xare de Manaus, sua 44ª Assembleia, com o tema “A Luta por Territorios Livres: Avanços e Retrocessos na Defesa dos Territórios dos Povos Indígenas”, e o lema “A Terra geme em dores de parto” (Rm. 8,22). Estão presentes lideranças indígenas, missionários do CIMI e também vários bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Uma assembleia para avaliar a caminhada, mas também para vislumbrar os passos a serem dados. Isso em uma Igreja, auspiciada pelo Papa Francisco, cada vez mais atenta às questões que envolvem a pobreza, a questão do meio ambiente, a questão dos povos indígenas, segundo enfatizou o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Missionário Nacional e do Regional Norte1. Falando sobre a Igreja do Brasil, o presidente do CIMI destacou sua abertura para assumir as questões sociais, as questões políticas, as questões indígenas, o apoio da Igreja do Brasil ao CIMI, como ficou evidente na questão do Marco Temporal. Mesmo reconhecendo a necessidade de um apoio ainda maior, Dom Leonardo disse que um bom número de bispos tem sensibilidade a essas questões. O cardeal Steiner denunciou o posicionamento do Congresso Nacional, contrário às questões indígenas, definindo o momento atual como difícil, inclusive para o diálogo. Segundo o presidente do CIMI, para o Congresso Nacional o indígena não tem valor, não tem dignidade. Diante disso, ele insistiu que como Igreja “nós sabemos de sua dignidade e não temos receio de apoiá-los”. Com referência ao atual Governo Federal, o presidente do Regional Norte1 destacou a criação do Ministério dos Povos Indígenas e sua abertura ao diálogo. Um governo que recebe forte pressão social e política, com menosprezo ao Ministério dos Povos Indígenas. Nesse sentido, Dom Leonardo ressaltou a necessidade da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) recuperar sua dignidade. Ele também destacou a maior organização dos povos indígenas e o empenho do CIMI em ajudá-los a isso. Finalmente, o cardeal Steiner enfatizou o chamado do Papa Francisco a inculturar a liturgia, a espiritualidade, introduzindo os elementos indígenas, para que as comunidades tenham a alma dos povos indígenas. Por isso, ele fez um chamado aos presentes para não deixarmos nunca a causa indígena. Dom Leonardo lembrou as palavras de Dom Pedro Casaldáliga: “a gente precisa ter uma causa, mesmo que ela seja perdida”, insistindo em que a causa indígena não está perdida, que como Igreja aprendamos com os povos indígenas, que os ouçamos, estar presentes, apoiá-los. Os povos indígenas no Brasil foram vítimas de uma política direcionada contra eles no governo anterior, segundo Chico Loebens. O missionário do CIMI disse que com o Governo Lula se criou uma expectativa bem positiva que o governo estaria dando espaço à questão indígena, o que não se confirmou. Mesmo diante do apoio à questão yanomami no início do governo, ficou numa questão emergencial, falta estruturar uma política permanente, disse, afirmando que não se avançou na demarcação de terras indígenas. Isso diante do embate com o Congresso Nacional, talvez o pior nos últimos anos, segundo Loebens, que insistiu na necessidade de mobilização como modo de fazer avançar as coisas, na necessidade de força política do Movimento Indígena. Partindo da Laudato Si´ e da Fratelli tutti, Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar de Manaus denunciou o avanço escancarado da violência, que o Papa Francisco coloca na Fratelli tutti. Um processo violento legitimado enquanto pensamento. Segundo ele, Laudato Si´ nos deu ferramentas para avanços nas lutas e comprometimentos com uma política ambiental que considera a Natureza sujeito de direitos, mas enfraqueceu a política para com os povos, com uma defesa dos territórios que não implica defesa dos povos, o que fragiliza a concepção de ecologia integral. Diante disso, o desafio para a Igreja é passar a um compromisso efetivo, que agora é marginal e periférico, pois não é uma questão central em nossos processos evangelizadores. É um chamado a trazer as questões da periferia para o centro das nossas discussões. Igualmente denunciou a existência de um catolicismo reacionário que sustenta os ataques contra os povos indígenas, o que demanda uma reflexão sobre o processo d catequese da Igreja em busca da amizade social. Igualmente, o bispo auxiliar de Manaus denunciou a decisão de extermínio contra as populações indígenas, e refletiu sobre a necessidade de estar presente no território virtual, um espaço dominado por grupos que investem nisso e conseguem construir narrativas nas quais os povos indígenas são vistos lá como um inimigo a ser vencido. Dom Zenildo abordou a questão dos povos indígenas no mundo urbano, e disse que em relação ao Rito Amazônico, algo que surgiu com o Sínodo para a Amazônia, que não é uma questão de anúncio, de querigma e sim de diálogo interreligioso, e que tem que levar a entender sua riqueza e pensar em uma Igreja que pode se estruturar de modo alternativo. Com relação aos povos indígenas, Dom José Altevir da Silva, bispo da Prelazia de Tefé, destacou que a Igreja sempre esteve e continua ao lado dos povos indígenas, falando da dívida muito grande da Igreja católica com esses povos. Um trabalho de aliança da Igreja de Roraima com os povos indígenas, que foi destacada pelo bispo local, Dom Evaristo Spengler. Dessa diocese, como alguém que se colocou do lado da causa indígena, Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, disse que sente o desafio de chegar na diocese mais indígena do Brasil como alguém diferente, pedindo orações pelos povos do Rio Negro e abrindo para todos as portas da diocese. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: Campanha da Fraternidade 2024, “Refletir e aprofundar a necessidade de acolher o diferente”

Ao longo de mais de 60 anos, a Quaresma no Brasil está marcada pela Campanha da Fraternidade, promovendo um tema de reflexão em torno a uma temática que leve a Igreja e a sociedade brasileira a entrar no caminho da conversão. Em 2024, a partir do dia 14 de fevereiro, em que se celebra a Quarta-feira de Cinzas, o convite é refletir sobre “Fraternidade e Amizade Social”, um tema inspirado na Fratelli tutti, tendo como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Em Manaus, a apresentação da Campanha da Fraternidade 2024 contou com a presença do cardeal Leonardo Steiner, arcebispo da Arquidiocese de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que lembrou que a Campanha iniciou na Arquidiocese de Natal em 1962, sendo hoje uma temática refletida em espaços diversos dentro e fora da Igreja, escolas, universidades, inclusive em espaços do Legislativo, com muitos subsídios que ajudam nessa dinâmica de reflexão. O cardeal lembrou o objetivo da Campanha da Fraternidade 2024: “Despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo os vínculos da amizade social, para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos”. Analisando a realidade, ele disse que nós temos hoje em nossas famílias uma divisão por uma ideologia política, uma divisão presente também nas comunidades, o que faz com que “o tema da Campanha da fraternidade possa nos ajudar a refletir e aprofundar a necessidade de acolher o diferente”, insistido na necessidade de permanecer na diferença, algo que fazemos a partir da diferença. Uma temática que é motivo de alegria e tristeza, segundo o padre Geraldo Bendaham, da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese de Manaus. “Uma alegria porque a Igreja tem coragem de tocar um assunto tão importante, da fraternidade”, destacou, vendo como uma tristeza que a Campanha da Fraternidade ajuda a “constatar esse processo de ‘cainização’ ainda é uma realidade muito negativa”, relatando a existência de “sentimentos de ódio que podem levar a desafetos e podem levar também até a morte”, o que dá sentido à Igreja propor essa campanha para que seja vivenciada durante a Quaresma, e assim possa acontecer a conversão, superando sentimentos de autoafirmação. Reconhecendo a continua existência de conflitos, o padre Bendaham fez um chamado à verdadeira amizade, a incentivar o perdão e vivência da paz, fomentando o ser irmãos e irmãs, algo que também tem que nos levar a nos sentirmos irmãos da Criação, de uma Natureza que sofre e geme pelo fato de termos machucado essa Natureza, a gerar uma capacidade amorosa com essa Natureza, destacou. Em 2024, “o tema não é um problema social, mas uma solução”, segundo a Ir. Rosana Marchetti, que também faz parte da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese. Em um mundo onde existe muita violência, nos meios de comunicação, nas nossas cidades, nas nossas comunidades, com um jeito de se relacionar que não é um jeito de paz, esta Campanha propõe a solução, a amizade social, afirmou a religiosa. Ela destacou igualmente como são desenvolvidas as questões bíblicas na Campanha, com exemplos de pessoas que viveram a amizade na Bíblia e ao longo da história, colocando a amizade como caminho para construir a paz em um mundo onde tem guerra, onde tem violência, o que demanda sermos construtores da paz nesses caminhos da amizade. Na Quarta-feira de Cinzas será realizado o lançamento, com um momento de oração, no Largo de Sebastião, algo que está motivado pelo fato da praça dever ser um espaço da amizade, da fraternidade, da conversa, segundo o padre Geraldo Bendaham, que denunciou que algumas praças têm se tornado perigosas, muitas vezes pelo abandono do poder público. O momento do lançamento quer ser uma oportunidade para descobrir a necessidade de superar qualquer preconceito, ajudando a concretizar a amizade social. “A amizade social tem como pano de fundo a fraternidade, esse respeito, essa convivência harmônica na diferença, essa confiança que nós temos nas pessoas, esse espaço onde podemos dialogar, onde podemos dizer o que sentimos, podemos partilhar as nossas aflições, que a amizade, ela acolhe, a amizade, ela reconcilia, a amizade sempre de novo fortalece, encaminha a vida”, enfatizou Dom Leonardo Steiner, que lembrou que o Papa Francisco aborda essa questão na Fratelli tutti. O arcebispo lembrou a importância dos subsídios, incentivando seu uso em diversos âmbitos, nas comunidades, famílias, escolas. Uma temática que é refletida em diversos momentos durante o ano na Arquidiocese de Manaus, ainda mais diante da tensão, da violência que hoje acontece e que faz com que a pessoa do outro não seja levada em consideração, faltando perceber a dignidade de toda pessoa. Uma Campanha da Fraternidade que é uma tradição esperada em muitas comunidades, que segundo o cardeal “tem nos ajudado nesse exercício de conversão, mas especialmente olharmos a partir de Jesus Crucificado, Ressuscitado a nossa vida e a vida das comunidades”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ordenações episcopais que fazem mais amazônico o rosto dos bispos do Regional Norte1

Nos próximos dias, a Igreja do nosso Regional Norte1 vai viver momentos importantes. Dois padres do Regional serão ordenados bispos para continuar sua missão nas igrejas do Regional. O padre Hudson Ribeiro, do clero de Manaus, receberá a ordenação episcopal amanhã sexta-feira, dia 02 de fevereiro, e assumirá o cargo de bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus. O padre Raimundo Vanthuy Neto, do clero da diocese de Roraima, será ordenado bispo no domingo 04 de fevereiro e iniciará sua missão como bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira no dia 11 de fevereiro. Essas ordenações são um exemplo de como aos poucos foi mudando o rosto da Igreja da Amazônia. Na próxima semana, os bispos na ativa, titulares e auxiliares no Regional Norte1 serão 12, e deles a metade 6, foram formados como padres na Igreja da Amazônia. Até poucos anos atrás quase todos os bispos do Regional eram estrangeiros ou de outras regiões do Brasil. Aos poucos o rosto da Igreja da Amazônia vai sendo mais amazônico. Primeiro foi o clero e a vida religiosa e agora vai sendo o episcopado. O Papa Francisco tem insistido nesse rosto amazônico da Igreja, e suas nomeações episcopais estão contribuindo para isso. Uma Igreja que vai se configurando cada vez mais com a vida do povo, com as diversas culturas, com as cosmovisões dos povos originários. Uma Igreja que em seus bispos vai conhecendo o que faz parte da vida do povo, em sua rica diversidade, pois eles mesmos têm vivenciado tudo isso ao longo de suas vidas. A cultura e os costumes em que cada um é formado fazem parte do DNA de cada pessoa. Isso é algo que fica no fundamento da personalidade e que também influencia na vivência da nossa fé, que evidentemente tem diferentes modos de se concretizar. Daí a importância do ambiente em que cada um é formado e vai descobrindo os diferentes traços da vivência religiosa. O que cada um vai descobrindo em sua vida é sem dúvida importante, mas considero ainda mais decisivo aquilo que está presente no fundamento de nossa vida, que vai nos marcando, às vezes de forma inconsciente, como algo que está inserido em nosso subconsciente e que vai influenciando nossa forma de entender a vida e tomar nossas decisões. Mas acima de tudo é tempo de agradecer pelos dois novos bispos que irão fazer parte do Regional Norte1. De modos diferentes, eles irão contribuir para que a Igreja que caminha na Amazônia, no Regional Norte1, possa ser cada dia uma presença mais fiel do Evangelho em meio às diversas realidades que fazem parte da vida dos povos da região. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Retiro do Clero de Borba: Um tempo de profunda experiência de Deus a partir da sinodalidade

O Clero da Diocese de Borba está realizando seu Retiro anual de 29 de janeiro a 1º de fevereiro na Casa de Retiro Vicente Cañas de Manaus, sob a orientação do padre Adelson Araújo dos Santos, jesuíta. Um momento para descobrir que “são essenciais, na vida cristã, a oração, a humildade, a caridade para com todos: este é o caminho da santidade”, palavras do Papa Francisco. No Retiro, o professor da Universidade Gregoriana de Roma está apresentando a bela experiência de um caminho sinodal, motivando os participantes a viver os passos espirituais do caminho sinodal: encontrar – escutar – discernir. Uma temática recolhida no livro apresentado em Manaus na no dia 25 de janeiro, que tem como título a tema do Retiro. O Retiro iniciou com uma celebração eucarística, momento em que Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, bispo da Diocese de Borba acolheu fraternamente a todos e expressou seu desejo de que este Retiro seja “tempo de meditação pessoal sobre a Palavra, tempo de revisão, tempo de encontro, tempo de silêncio”, desejando aos participantes que seja um tempo de profunda experiência de Deus a partir da sinodalidade; um tempo de rezar, celebrar, descansar e aprimorar a espiritualidade missionária, um tempo de graça, um tempo de reflexão e de encontro com Deus e com o clero diocesano. “Um tempo muito esperado pelos nossos padres, pois a comunhão presbiteral precisa ser cultivada na oração, na convivência e na missão”, insistiu o bispo. Segundo Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, o tempo de Retiro busca “que nos faça mais fraternos, que seja uma experiência de perdão de si e dos outros, que fortaleça nossa unidade e comunhão”. O Retiro está sendo realizado à luz da espiritualidade inaciana, sendo feito um convite por parte do padre jesuíta a seguir cinco passos na oração pessoal: o lugar da oração, a presença de Deus, o texto bíblico, o diálogo com Deus e anotar a experiência. Isso em vista do tema, que quer aprofundar no Caminho Sinodal nas palavras do Papa Francisco: encontrar – escutar – discernir. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Geraldo Bendaham: No Jubileu 2025 “há uma necessidade de renovar a esperança”

Foto: CNBB A Casa Dom Luciano Mendes acolheu nos dias 29 e 30 de janeiro de 2024 o encontro de preparação para o Jubileu 2025, com a participação de mais ou menos 300 pessoas de todos os regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dentre eles o Regional Norte1. Um encontro que contou com a Igreja brasileira está se preparando para o Jubileu 2025, como informa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com um encontro que contou com a presença de Dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e coordenador do Jubileu 2025. Um Jubileu que será “um momento de graça para toda a Igreja“, segundo Dom Fisichella, que animou a todos a se envolver ne Jubileu. Desde o lançamento do Jubileu, que tem como tema “Peregrinos da Esperança”, pelo Papa Francisco, se deu o envolvimento da Igreja do Brasil, que criou uma comissão preparatória e traduziu e publicou os folhetos preparatórios. Dom Rino Fisichella enfatizou a necessidade de construir um futuro sustentado pela esperança, que está ligada à fé e à caridade. A partir daí, ele destacou a necessidade de cada crente ser uma testemunha crível dessa esperança e de expressar a dimensão comunitária da esperança na Igreja. Um Jubileu que deve ser uma oportunidade para avançar na missão evangelizadora, segundo Dom Leomar Brustolin, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblica e Catequética e do Regional Sul 3 da CNBB. Ele insistiu em três aspectos: os sinais dos tempos, a conversão pastoral e a missão, lembrando que o Documento de Aparecida chama a Igreja a ser uma comunidade de comunidades, a estar sempre em estado permanente de missão, a uma conversão pastoral que priorize o essencial, a renovação pessoal e comunitária em Jesus Cristo. O Jubileu tem fundamentos bíblicos, segundo analisou o segundo vice-presidente da CNBB e arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson Nóbrega. Ele comparou o Jubileu ao ano sabático, lembrando que atualmente ele se tornou uma indulgência plenária concedida pelo Papa a cada 25 anos. Por isso, ele pediu que o Jubileu seja visto como “um projeto cíclico de esperança, que busca a libertação, a superação das desigualdades, que busca a devolução das terras à suas origens, mas também tem a perspectiva da construção de um projeto que leva as pessoas a encontrarem um Deus que é salvador”. Dentre os participantes do Regional Norte1, Andrey Braga destacou a importância de sua participação como leigo neste encontro que prepara o Jubileu 2025, e a alegria de participar da construção desse Jubileu para a Igreja do Brasil e para a Igreja da Amazônia. Ele vê o Jubileu como oportunidade para refletir sobre o Vaticano II, insistindo na necessidade de que os documentos cheguem nas bases, nas comunidades. Refletindo sobre o tema do Jubileu, algo que já faz parte da tradição da Igreja, primeiro de 100 em 100 anos, depois de 50 em 50, e agora de 25 em 25, o padre Geraldo Bendaham disse que “há uma necessidade de renovar a esperança, significa que estamos em um mundo desesperançado. Mas não é uma esperança qualquer, é uma esperança cristã, que ilumina a vida, a última esperança é Cristo”. Ele ressaltou que “a esperança faz parte das três dimensões da vida cristã: fé, esperança e caridade”. Para a vivência do Jubileu foi feita uma longuíssima preparação, destacou o padre Bendaham, que inicia em 2024, dedicado à oração e para isso serão publicados vários subsídios. Ele disse ver a “necessidade de orar para estabelecer essa comunhão com o Senhor, com Deus”. Para esse Jubileu existe um Calendário de eventos em Roma, 35 segundo a lista oficial, que farão parte da programação que inicia com a abertura da Porta Santa no dia 24 de dezembro de 2024. Se esperam 32 milhões de peregrino, dentre eles 250 mil brasileiros, e tem sido elaborado um site em 10 línguas, também em português. “A dificuldade que tal vez as Igrejas locais vão encontrar para a vivência do Jubileu 2025 seja a capacidade criativa de integrar a experiência do Jubileu, que é uma proposta da Igreja universal com as inúmeras atividades que a Igreja local já tem”, destacou o padre Geraldo Bendaham. Na Arquidiocese de Manaus, onde ele é Coordenador de Pastoral, “nós estamos em um processo pastoral, nós estamos assumindo as diretrizes, as comissões. Então como é que a Igreja pode inserir tudo isso, integrando-o, sem excluir nenhum aspecto”. Finalmente chamou a refletir sobre o fato de ficar fora do Jubileu muitos grupos, como quilombolas ou povos indígenas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima representada no Seminário a Caminho do Jubileu 2025

A Diocese de Roraima se fez representada no Seminário a Caminho do Jubileu 2025 realizado no auditório João XXIII no complexo da Casa Dom Luciano da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento promovido pela CNBB nos dias 29 e 30 de janeiro de 2024, contou com a presença de mais de 300 representantes dos regionais, comissões e organismos pastorais da CNBB. Dom Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, responsável pela animação do Jubileu em nível internacional esteve presente e trouxe uma mensagem do Papa Francisco dirigida aos participantes do seminário. O Jubileu será celebrado em toda Igreja durante todo ano de 2025 e pretende ser um ano de oração, de articulação e de unidade de toda a igreja ao Papa Francisco. As desigualdades sociais e as migrações como uma das diversas consequências diretas das injustiças sociais serão temas centrais e oportunos do Jubileu. Será um tempo de profunda revisão e conversão pastoral. O Jubileu é tempo de graça e celebração nos pequenos grupos e nos grandes eventos de toda a igreja. Uma das características do jubileu é a realização de uma peregrinação a algum centro de fé para recordar que todos e todas somos “Peregrinos da Esperança” em um tempo marcado pelo desencantamento. O tempo do jubileu é um tempo de misericórdia e um convite a viver a justiça em todas as suas dimensões, especialmente num mundo que tem investido tanto nas guerras que matam e expulsam tantos irmãos e irmãs de seus territórios. O Papa Francisco exalta que “a graça do jubileu reaviva em nós, Peregrinos da Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame ao mundo inteiro a alegria e a paz“. Marcia de Oliveira – Diocese de Roraima

Sepultado Dom Walter Ivan de Azevedo, um salesiano com uma longa vida missionária

Foi sepultado nesta segunda-feira 29 de janeiro no Mausoléu dos Salesianos do Cemitério São João Batista de Manaus Dom Walter Ivan Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira. Previamente seu corpo foi velado e foi celebrada a missa exequial na Paróquia São José Operário-Leste. A celebração foi presidida pelo Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e foi concelebrada pelos bispos auxiliares de Manaus, Dom Tadeu Canavarros, Dom Zenildo Lima, o bispo auxiliar eleito de Manaus, Mons. Hudson Ribeiro, o bispo eleito de São Gabriel da Cachoeia, Mons. Raimundo Vanthuy Neto. Também concelebraram o Inspetor dos Salesianos da Amazônia, padres salesianos e alguns padres da Arquidiocese de Manaus. Uma celebração de ação de graças por uma vida missionária, enfatizou o Cardeal Steiner, que destacou no bispo falecido sua disponibilidade em estar sempre aberto aos diversos serviços que Deus e a Igreja lhe pediu. Dom Leonardo insistiu em que a Igreja que está na Amazônia tem que agradecer a Dom Walter, pois ele ajudou a que ela fosse cada vez mais missionária, cada vez mais libertadora, cada vez mais encarnada. O padre Jefferson Luis, Superior da Inspetoria São Domingos Sávio insistiu igualmente em agradecer a Deus pela vida de Dom Walter Ivan Azevedo. No bispo falecido destacou sua fé e confiança em Deus e que sempre tinha um sorriso no rosto, um salesiano feliz, que sempre estive ao serviço da Congregação, assumindo diversos serviços depois que passo a ser bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, tendo sempre a palavra certa de conselho, com um coração verdadeiramente salesiano, marcado pela inteligência, a sabedoria e a simplicidade. Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, a gradeceu o trabalho dos Salesianos y Salesianas na região do Alto Rio Negro, destacando a missão de Dom Walter como bispo dessa diocese ao longo de 16 anos. Ele leu uma carta escrita junto com Dom Edson Damian, administrador apostólico da diocese de São Gabriel da Cachoeira, onde foram glosados alguns elementos que definiram a missão de Dom Walter Ivan de Azevedo, lembrando o animado encontro que os três tiveram em novembro passado, poucos dias depois de Mons. Vanthuy ser nomeado bispo, sem saber que essa seria sua despedida. Foi destacado que quando Dom Walter se tornou emérito foi morar por 10 anos com o Povo Yanomami, relatando alguns fatos importantes desse tempo e quanto ele amava os Yanomami, agradecendo a Deus pela sua caminhada. Finalmente, Mons. Vanthuy fez a leitura da Nota de Pesar enviada pela Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pelo falecimento do bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Nota de Solidariedade do Regional Norte1 da CNBB pela Páscoa de Dom Walter Ivan de Azevedo

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil publicou uma nota de solidariedade pela Páscoa de Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Assinada pela presidência do Regional, Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo da Arquidiocese de Manaus e Presidente do Regional Norte 1; Dom Adolfo Zon, Bispo da Diocese de Alto Solimões e Vice-presidente; e Dom José Altevir da Silva, Bispo de Diocese da Prelazia de Tefé e Secretário, é dirigida a Dom Edson Damian, administrador apostólico e Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O texto diz ter recebido com imenso pesar “a notícia do falecimento de Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, acontecida hoje, 28 de janeiro de 2024, na cidade de Manaus – AM”, monstra sua solidariedade com “a Diocese de São Gabriel da Cachoeira pela Páscoa de nosso irmão”. A nota define o bispo falecido como “um testemunho de Pastor, comprometido com a missão e as causas dos povos indígenas do Alto Rio Negro”, lembrando que “foi bispo titular da diocese de São Gabriel da Cachoeira entre 1988 e 2002”. Igualmente destaca o fato de ter sido “uma testemunha missionária salesiana fecunda e presença de comunhão e colegialidade entre os bispos em nosso Regional Norte1”. O Regional Norte1 da CNBB louva a Deus “pela vida e ministério de nosso irmão”, definindo-o como “homem das artes e intelectual que buscou compreender e viver a diversidade cultural dos povos onde missionou”. Finalmente, na nota o Regional Norte1 diz se unir “a todos e todas os que sentem sua partida, deixando saudades: diocese de São Gabriel da Cachoeira, Salesianos de Dom Bosco, familiares e amigos”. Finalmente, pedem a intercessão do Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora da Amazônia para que o conduzam à morada da Trindade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Faleceu aos 97 anos Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira

Faleceu hoje 28 de janeiro de 2024 em Manaus (AM), aos 97 anos de idade, segundo informações da Inspetoria Salesiana São Domingos Savio, Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Nascido em São Paulo (SP) no dia 8 de maio de 1926, pertencia à Congregação dos Salesianos e recentemente, no dia 8 de dezembro de 2023 completou 70 anos de ordenação presbiteral. Dom Walter Ivan de Azevedo foi ordenado bispo em 27 de julho de 1986, assumindo o cargo de bispo-coadjutor da diocese de São Gabriel da Cachoeira. Em 27 de fevereiro de 1988 passou a ser bispo titular da diocese, e aposentou-se por limite de idade em 23 de janeiro de 2002. Sendo emérito, Dom Walter viveu nas casas da Congregação Salesiana em Manaus. O velório será realizado na paróquia São José Operário Leste de Manaus (Rua Paracuuba, 178). Será aberto à visitação 9:30 da da segunda-feira 29 de janeiro, e às 14 horas será celebrada a missa de corpo presente presidida por Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB. Seguidamente será sepultado no Cemitério São João Batista. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “O espírito mau que hoje divide as nossas comunidades, as nossas famílias”

O cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia do 4º Domingo do Tempo Comum lembrando que “a primeira leitura nos mostrava a origem da profecia, do profeta. Profecia que nasce no encontro do Monte Sinai, quando o povo, aterrorizado pela presença de Deus, pede que não lhe fale diretamente, mas, por meio de um mediador (cf. Ez 20,19; Dt 5,24). Deus que fala através de Moisés no Sinai e depois do Sinai, e, posteriormente, através dos profetas”. O arcebispo de Manaus disse que “estamos acostumados com as falas duras e as denúncias dos profetas. Existe a denúncia e ela é forte, dura, afiada como uma espada. A denúncia mostrava, visibilizava o afastamento do povo da sua origem, da fonte, da eleição que Deus realizara em Abraão, Isaac e Jacó. Deus envia o profeta para reconduzir, despertar, abrir os olhos, fazer ver como o povo estava distante e distanciado de Deus. A missão do profeta é reconduzir o Povo à graça da Aliança”. “Eles denunciam, para provocar a conversão. Os profetas proclamam, agem impulsionados pela palavra recebida de Deus. Eles indicam o futuro! Não uma previsão do futuro, mas o despertar para o futuro, pois receberam a missão de converter, de reconduzir à fidelidade Deus. Missão que está fontada no amor que Deus tem pelo seu povo”, destacou dom Leonardo. Ele destacou como admirável que, “por ocasião da instituição do profetismo, na primeira leitura, por duas vezes, Deus insista em proclamar que fará surgir para seu povo um profeta semelhante a Moisés”, lembrando que “um profeta que não esteja comprometido com o centro político ou religioso, mas o porta voz da palavra confiada por Deus. Por isso, a tradição judaica sempre esperou o Messias como um novo Moisés (At 3,22-23; 7,37; Jo 1,17; 5,45-47) e a tradição cristã viu e tem Jesus Cristo como o último profeta”. Analisando o texto do Evangelho, o cardeal Steiner destacou que “a nos recordar o que ouvimos no Deuteronômio”, relatando que “na sinagoga de Cafarnaum, local do ensino oficial da Lei e sua interpretação pelos mestres autorizados, Jesus começa a ensinar. É dentro do ensinamento e autoridade da Sinagoga que Jesus começa a lançar as luzes do novo ensinamento, uma nova autoridade, um reencontro com o Deus da Aliança. Seu ensinamento tem autoridade e a sua fama se espalha rapidamente por toda a região”. “Sábado, dia sagrado, destinado a recordar, celebrar e agradecer as maravilhas que Deus operara outrora em favor de seu Povo: a libertação da escravidão egípcia. A celebração, normalmente, começava com as palavras de súplica”, recordou o arcebispo de Manaus, citando as palavras do Shema Israel. Ele lembrou que “depois dessa verdadeira profissão de fé, seguiam orações, cânticos, uma leitura da Torah e outra dos Profetas. Em seguida oferecia-se aos presentes comentários às leituras. A celebração era concluída com uma benção”. Dom Leonardo enfatizou que “Jesus, certamente apresentou o seu ensinamento a partir do texto sagrado, despertando admiração”. Segundo ele, “o seu ensinamento a partir da Lei tinha outra tonância, outra força, outro horizonte, tinha autoridade. O seu ensinar remetia às fontes, às origens do povo de Israel”. É por isso que “a autoridade de Jesus, o novo e verdadeiro profeta, a sua força vivificadora se manifesta nas palavras, na autoridade de suas palavras, e no confronto com o espírito mau”. “Ao expulsar, afastar o espírito mau, devolve o espírito da descendência de Abraão, Isaac e Jacó. Nos impressiona que o espírito mau esteja dominando o homem dentro da casa da palavra e da oração. Entre os reunidos em assembleia escutante e de prece, está o espírito mau. Jesus ao intimar que saia do homem, devolve o espírito do bem, da bondade, ao homem que se encontra na sinagoga em assembleia. O espírito bom, o da misericórdia, é cheio de zelo, de fidelidade. Faz entrever a bondade, os desejos, os amores, os anseios, as buscas. As ruínas? Reconstrói. Descaminhos? reconduz. Laços rompidos? aproxima, irmana, amoriza. Trevas? Alumia. O espírito novo a conduzir as relações humanas que dignificam, santificam, salvam. O espírito da compaixão acolhe, restaura, da vida, perdoa, enobrece, frutifica. O espírito da verdade supera as diferenças, as desavenças, concede palavras apropriadas. O espírito da compaixão se faz “fraco com os fracos (…) e tudo para todos” (1 Cor 9, 22)”, destacou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Em suas palavras, Dom Leonardo Steiner enfatizou que “Jesus no lugar da palavra e da prece, propõe um projeto de liberdade e de vida, liberta e oferece o espírito da bondade. Ao egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha; ao orgulho e à autossuficiência, propõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele oferece a tolerância e a misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites; ao medo, Ele propõe a liberdade; à morte, Ele contrapõe a vida. No expulsar o espírito mau, liberta, salva, redime! As suas palavras e ações são verdadeiramente transformadoras, capaz de libertação, abrir novos horizontes, nova vida.  Ele é a presença da Boa Nova, o espírito novo, que transformar a todos os homens e todas as mulheres da terra”. Segundo ele, “esse é o novo ensinamento de Jesus: fazer aparecer a Boa Nova do Pai nas pessoas, principalmente, aos pecadores, marginalizados, doentes, pobres, abatidos; fazer aparecer a verdadeira identidade de filhos e filhas de Deus, expulsar os espíritos maus, libertar, desacorrentar. Espírito mau que se introduz no espaço da palavra, da oração, e que não deixar saborear a palavra, distancia a Assembleia orante. Jesus um verdadeiro profeta. O profeta anunciado por Deus: Farei surgir do meio de meus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu mandar (cf. Dt 18,17-18)”. “O espírito mau que hoje divide as nossas comunidades, as nossas famílias. O espírito mau que nos distância dos pobres e dos necessitados. O espírito mau que nos separa como irmãos e irmãs. O espírito mau que suscita a violência, a morte, a separação. Jesus nos…
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