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“Os passos espirituais do Caminho Sinodal”: Padre Adelson Araújo dos Santos apresenta em Manaus seu novo livro

“Os passos espirituais do Caminho Sinodal” é o título do livro do padre Adelson Araújo dos Santos apresentado na tarde do dia 25 de janeiro na sede da Faculdade Católica do Amazonas. O jesuíta manauara, professor da Universidade Gregoriana de Roma, que participou como facilitador na primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em Roma em outubro de 2023, destaca no livro os passos da espiritualidade sinodal: encontrar, escutar, discernir, inspirado em Santo Inácio. Mons. Hudson Ribeiro, diretor da Faculdade Católica do Amazonas destacou a importância de o padre Adelson voltar ao chão da Amazônia para apresentar seu livro, vendo esse gesto como responsabilidade de devolver às pessoas aquilo que refletiram. Alguém que faz parte da vida e cultura da Amazônia e que leva essas vivências a Roma, segundo o Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, que lembrou a importância do padre Adelson no caminho percorrido pela Igreja da Amazônia nos 10 últimos anos, com a criação da REPAM e o Sínodo para a Amazônia, uma região que precisa o cuidado da vida, também no âmbito eclesial. Um Sínodo que tem muito a ver com o Concílio Vaticano II, um desejo expresso do Papa Francisco. O livro pretende ser um instrumento de formação que possa nutrir o caminhar juntos e descobrir o que o Espírito Santo está inspirando à Igreja hoje e a todos os cristãos nos diversos âmbitos em que atuam, segundo o autor. Ele refletiu sobre o caminho percorrido desde a convocatória do atual Sínodo sobre a Sinodalidade, encontrando os verbos que marcam o livro na homilia da Missa de convocatória em outubro de 2021. O autor analisou os três passos, partindo do chamado do Papa Francisco a nos tornarmos peritos na arte do encontro como atitude necessária para entrar no caminho sinodal, encontro com o Senhor e promover encontros com os outros. O verdadeiro encontro só se realiza na escuta, que é o segundo passo, escuta da Palavra e escuta do outro, destacando a necessidade de nos escutarmos uns aos outros. Isso leva ao discernimento e o Papa Francisco chama a Igreja a um discernimento espiritual. Aprofundando no encontrar, o jesuíta enfatizou a importância do encontrar-se com Deus, encontrar-se com os outros, encontrar-se com a criação, vendo o caminho sinodal como um aprofundamento no encontro, expressão de uma fé que tem uma dimensão vertical, mas também uma dimensão espiritual. Um escutar que leva à escuta da Palavra de Deus, que tem que se traduzir em mudanças de vida; a escuta do outro, paradigma de quem sabe acolher, ajudando a superar o narcisismo; a escuta da criação; a escuta do próprio coração. Finalmente o discernir, que é um discernimento pessoal e comunitário, que deve ser revisado desde determinados critérios, e que tem a ver com a vigilância evangélica. Um caminho sinodal que tem que nos ajudar a avançar no discernimento eclesial, onde todos, inclusive os não batizados, são chamados a participar, porque nessa Igreja sinodal que o Papa Francisco quer impulsionar ninguém fica fora. Animados por uma espiritualidade da sinodalidade, o caminho de encontro, escuta e discernimento espiritual e comunitário permitirá, assim, que se descubra o chamado que Deus nos faz nas situações históricas e existenciais de nossas realidades particulares, como momento de graça da ação do Espírito Santo, para o bem comum do Povo de Deus”, enfatizou o jesuíta. Ele afirmou que esse caminhar junto levará espaços de consenso e de decisão conjunta, maior corresponsabilidade entre todos os membros da comunidade eclesial e um espírito de serviço e não de carreirismo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Antônio Niemec orienta retiro do clero de Coari, Tefé e Alto Solimões de 23 a 26 de janeiro

O clero das dioceses de Coari, Tefé e Alto Solimões, com a participação de mais de 30 padres, realizam de 23 a 26 de janeiro de 2024 na Casa de Retiro Santo Afonso da cidade de Coari seu retiro anual, com o tema “A identidade do missionário presbítero”. O orientador está sendo o padre Antônio Niemec, missionário redentorista, do Centro Cultural Missionário. Os participantes do retiro, que acostuma ser realizado todos os anos, agradecem a calorosa e fraterna acolhida de Dom Marcos Piatek, Bispo da Diocese de Coari, que com ajuda dos padres e seminaristas da diocese, muito colabora para que este encontro de espiritualidade aconteça da melhor forma possível. O padre Antônio Niemec recordou que todo retiro nos convida a uma mudança. Segundo o missionário redentorista, nós somos convidados em cada idade a revisitar o centro profundo da nossa vida, onde se encontram as mais profundas motivações da nossa vocação presbiteral. Diante disso, ele fez um chamado que nos leve a ser conformados por Cristo Jesus, buscando assim o renascimento da vocação. O orientador do Retiro lembrou aos participantes que Cristo os continua chamando no hoje da sua história, um chamado contínuo para ser configurado a Ele. O padre Niemec insistiu em que é um processo lento. Identificar-se mais com Cristo, é algo que deve ser vivido no dia a dia. Trata-se de um verdadeiro esvaziamento de si mesmo, para se deixar ser por Cristo preenchido, destacou o orientador do retiro do clero das dioceses de Alto Solimões, Tefé e Coari. Lembrando as palavras de São Paulo, ele lembrou: “irmãos, sofro como em dores de parto, até que Cristo se forme em nós”. Seguindo o pensamento paulino, o padre Antônio Niemec destacou a necessidade que eu desapareça para que Ele cresça em mim. É um processo doloroso, lembrou o religioso redentorista, renascer para a vocação. Segundo ele, o presbítero deve viver ontologicamente em Cristo Jesus, fazendo um convite a termos os mesmos sentimentos que Ele. É por isso que questionou: Até que ponto vivemos esta identidade, está conformidade com Jesus Cristo? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Trabalho escravo no Brasil, uma realidade muito presente, mesmo que seja ignorada

Tem muita gente que fica surpresa quando escuta que no Brasil existe trabalho escravo, mas infelizmente essa é uma realidade presente em um país onde os direitos humanos ainda não são para todos, e existem pessoas que se aproveitam da vulnerabilidade alheia para explorar essas pessoas e se enriquecer a costa do trabalho dos outros. No próximo domingo 28 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. A data faz memória do assinato de três auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE) e seu motorista, mortos em 2004 a mando de empresários enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Uma data de grande importância e que nos leva a lutar pela manutenção do combate às condições degradantes de trabalho durante todo o ano. Desde 2003, ano em que começou a contagem dos casos, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, são mais de 40 mil pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo. A grande maioria, 94 por cento, são homens, sendo raça e cor fatores de exclusão, de desigualdade. 2023, a falta dos números definitivos, tem sido o ano com maior número de pessoas resgatadas em um país onde se estima que um milhão de pessoas trabalham em condições análogas à escravidão. São números que devem levar a sociedade brasileira a um maior empenho em acabar com uma situação que agride gravemente a condição humana dos trabalhadores e trabalhadoras. Bem sabemos que nem sempre é fácil enxergar essas situações e que as ameaças de todo tipo que sofrem os trabalhadores fazem com que eles tenham pouca condição de realizar as denúncias. Muitas vezes são pessoas em alto grado de vulnerabilidade, o que dificulta ainda mais esse tipo de denúncias. Como sociedade devemos ter a consciência de que está em nossa mão ajudar essas pessoas para que possam viver e trabalhar com dignidade. O trabalho dos auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego é fundamental e tem que ser garantidos os recursos e condições para que eles possam fazer seu trabalho com plenas garantias de êxito. Também o trabalho da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de tantas instituições da Igreja católica e da sociedade civil que lutam por condições mais humanas no mundo do trabalho. É tempo de parar e pensar, de refletir, de continuar lutando, de defender aqueles e aquelas que tem seus direitos mutilados, ignorados, massacrados. Nosso silêncio e falta de compromisso na luta tem que nos levar a entender que devemos desterrar essas atitudes de nossa vida, pois isso nos desumaniza, na medida em que não cuidado dos direitos humanos de todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – editorial Rádio Rio Mar

Igreja do Rio Negro lança Carta compromisso para prevenir as violências e o suicídio

O suicídio, que na região do Rio Negro atinge em cifras quatro vezes mais que a média nacional, foi tema de estudo do sexto módulo da Escola de Teologia da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que de 14 a 19 de janeiro de 2024 reuniu as lideranças das comunidades católicas do Alto Rio Negro, junto a profissionais das diversas entidades da esfera municipal, estadual e federal, que atuam em vista do bem comum nesta vasta região da Amazônia, com a assessoria do Dr. Willian César Castilho Pereira, psicólogo clínico e professor emérito da PUC-Minas, tendo como tema: “Psicologia: violência e suicídio”. “O objetivo foi refletir sobre a temática, buscando compreender a partir das comunidades indígenas, ribeirinhas e urbanas a difícil situação da violência e o complexo drama do suicídio que vem atingindo a nossa gente do Alto Rio Negro”, segundo a Carta às Comunidades do Alto Rio Negro publicada. Um trabalho iniciado em 2023, através de entrevistas-diálogo com profissionais e moradores da região, seguindo o método: Ver, Analisar, Agir. O questionário abordou, em duas perspectivas, a vivência nas comunidades e nas cidades, das seguintes temáticas: grupo familiar; juventude, violência e suicídio; bebidas e outras drogas; meios de comunicação e uso da internet; serviços de saúde mental; acesso a direitos e a justiça. A carta recolhe oito desafios: o aumento da violência (física, psicológica, cultural, sexual…); o número expressivo de mortes por suicídio que não diminui, de modo especial na juventude; o descontrole no consumo das bebidas alcoólicas e outras drogas, iniciando ainda na adolescência; enfraquecimento e ausência de políticas públicas; perda de valores na vivência comunitária e identidade cultural; conflitos nas relações interculturais; acesso à internet, que provocou uma mudança acelerada de comportamento; falta de perspectiva de futuro e oportunidades reais de estudo, trabalho e lazer. Diante destes desafios, foram assumidos nove compromissos: empenho pessoal e comunitário na luta e combate das violências; fortalecimento e participação efetiva das instituições no Comitê Municipal de enfrentamento a autolesão e suicídio; solicitação ao Governo Federal e Ministério da Saúde e dos Povos Originários da implantação do CAPS AD; trabalho em rede; capacitação de lideranças comunitárias e profissionais para o combate à violência; fortalecimento das pastorais sociais; fiscalização da entrada de bebida alcoólica nas comunidades; valorização e retomada dos saberes e conhecimentos ancestrais, como benzimentos, ritos e outros; elaboração de uma cartilha para o trabalho de prevenção ao suicídio e outras violências. Um tempo de formação que é visto como sinal de esperança, e que “busca fazer do Alto Rio Negro uma terra sem males, que desponta a cada manhã, quando cada um de nós se torna instrumento de paz e do Bem Viver para todos e todas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Passar por dificuldades nos ajuda a ter empatia com o sofrimento dos outros

Visitando as comunidades do Rio Negro, algo que era muito difícil nos últimos meses, a gente vai escutando histórias da seca, de como o povo foi superando as consequências da maior estiagem em mais de um século. As mudanças climáticas não são uma história que algumas pessoas falam, algo que a gente assiste na TV ou lê na internet, é uma realidade próxima de nós, que condiciona nossa vida. Quando a água é o único modo de se deslocar, sua falta faz com que as pessoas fiquem isoladas ou com grande dificuldade para se locomover, o que faz que o sofrimento aumente, ainda mais as pessoas idosas ou que tem alguma doença. Além da falta de recursos materiais, o povo se depara com esse medo de não saber o que fazer diante de muitas situações que fazem parte de sua vida no dia a dia. Nossa falta de cuidado do Planeta repercute na vida de todos, mas tem pessoas que são atingidas em maior medida, algo que tem que nos levar a refletir como sociedade, como humanidade. Eu tenho consciência disso? Me preocupam as situações que outras pessoas sofrem e que são consequência de minha falta de compromisso no cuidado da casa comum? O Planeta, a Natureza, a Amazônia não é um poço sem fundo de onde podemos tirar recursos a vontade, tudo tem um limite. Nós mesmos podemos colocar esse limite para evitar que esse limite nos seja imposto e o sofrimento de muita gente se torne algo irremediável. Deus perdoa sempre, o ser humano perdoa às vezes, a Natureza não perdoa nunca. Essa afirmação é algo que a gente nunca pode esquecer. O que nos leva a ter essa atitude de falta de cuidado? O que fazer para que todos possamos tomar consciência da necessidade de zelar por aquilo que Deus colocou ao dispor da humanidade, que tem sido cuidado pelos nossos ancestrais e que nós temos a obrigação de cuidar para que as gerações futuras possam continuar disfrutando daquilo que hoje nós estamos usufruindo? As situações concretas que fazem parte da vida do povo, que fazem parte da nossa própria vida deveriam nos levar a refletir, a olhar para dentro de nosso coração e poder assim aprender a cuidar. Quando a dificuldade e o sofrimento dos outros não nos atinge temos que refletir sobre nossa condição humana, nos questionar se ainda somos humanos ou estamos dominados por sentimentos animais. As dificuldades diminuíram em grande medida, mas imaginar o que tem acontecido na vida do povo durante a prolongada e extrema estiagem é algo que nos abre os olhos e nos mostra que para muitas pessoas a vida não é fácil e que as dificuldades aumentam em consequência da falta de compromisso de todos. Vamos tomar consciência disso, a maior falta de compromisso, maior vai ser o sofrimento. Mais uma oportunidade para pensar e refletir, para entender e assumir nossa responsabilidade em algo que é de todos e que quando deixa de ser considerado de todos tem consequências mais graves. Não olhe para o outro lado, o que está acontecendo é sua responsabilidade, minha responsabilidade, nossa responsabilidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Diocese de São Gabriel da Cachoeira inicia sexta etapa da Escola de Formação Teológica

Iniciou nesta segunda-feira 15 de janeiro de 2024 a sexta etapa da Escola de Formação Teológica da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que reúne até 27 de janeiro as lideranças das paróquias e comunidades na Casa de Encontros da Diocese. De 15 a 19 o encontro será assessorado pelo Dr. William Cesar Castilho Pereira, psicólogo, professor aposentado da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Ele abordará o tema do suicídio, tão frequente na região do Alto Rio Negro. Ele também realizará encontros com profissionais da saúde e da educação do Município de São Gabriel da Cachoeira. A metodologia será o ver, julgar, agir, buscando conhecer a realidade, o concreto da vida, os conflitos, os problemas, os desafios, as situações e condições que levam as pessoas a tirarem a própria vida. Em um segundo momento será feita uma leitura do mundo aos olhos de quem crê e tem fé. É também, o resultado da reflexão, da revisão e da correlação dos fatos entre o contexto local e a sociedade brasileira. Finalmente, a construção de ações práticas a partir da realidade analisada, procurando inventar e criar estratégias compatíveis com a capacidade de organização e de mobilização da comunidade. De 22 a 28 a assessoria será realizada por Dom Zenildo Lima da Silva, bispo auxiliar de Manaus. Dará continuidade ao estudo da eclesiologia e abordará o “Caminho Sinodal da Igreja”. No encontro está presente Mons. Vanthuy, bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que será ordenado bispo no dia 04 de fevereiro de 2024 em Boa Vista (RR), e iniciará o ministério episcopal em São Gabriel da Cachoeira no dia 11 de fevereiro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “É no estar com Jesus, no seguir a Jesus, caminhar com ele, participar de sua vida, que o conhecemos”

Lembrando que as leituras nos despertam para o chamado, para o seguimento, iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua reflexão do Segundo Domingo do Tempo Comum. Segundo o arcebispo de Manaus, “a primeira leitura abriu nossos olhos para ver o chamado a vocação do pequeno Samuel; no Evangelho os discípulos sentem-se atraídos, chamados; na segunda leitura, São Paulo, nos ensina que fomos chamados a uma vida plena”. Aprofundando na primeira leitura, ele disse que “Samuel ao ser desmamado foi entregue por sua mãe Ana, a estéril, para servir no templo: ‘Eu o entrego ao Senhor todos os dias de sua vida, pois foi pedido ao Senhor’. Samuel o desejado, o suplicado, o recebido como dom da esterilidade e da velhice, é consagrado ao Senhor. Consagrado, Deus o chama, despertando, sussurrando, sugerindo, indicando. É a lógica da graça da intimidade, da proximidade, do encontro. O chamado acontece no lugar onde se vive, no espaço da cotidianidade, sem grandes alardes. No servir o templo, Deus chama o menino pelo nome e, por quatro vezes, repetindo, sempre, a modo de mãe: ‘Samuel, Samuel!’” “No templo, no silêncio da noite, Deus busca o menino. A noite convida à oração, à escuta, à contemplação. Na noite, espaço do sonho, podem nascer indicações, orientações, a vocação; recordemos São José, os Magos. Deus pode manifestar-se, quando cessa o barulho, a natureza descansa, descansam os sentidos do corpo e despertam os da alma. É nesse momento de graça e liberdade que Deus se manifestar. No silêncio do pouco ou nada saber, Deus pode fazer alguma coisa em nós e por nós. É então que o menino Samuel pode responder de modo inocente, digno e justo: ‘Fala, Senhor que teu servo escuta’ (1Sm 3,10), lembrou dom Leonardo inspirado no comentário de Fernandes, M.A., e Fassini, D. Ele enfatizou que “a primeira leitura dá cores, gestos, palavras ao chamado de Samuel. Sem saber quem o chama, vemos a prontidão e a disponibilidade como resposta: ‘me chamaste aqui estou’. Nos eleva perceber como Deus persiste, até receber a resposta: ‘Fala, que teu servo escuta’! No chamado de Samuel tem um aprender a ouvir! Existe prontidão, ligeireza, presteza, mas falta afinação existencial para deixar tinir voz de Deus. Na casa do Senhor, o templo, lugar de encontro, Samuel vai apreendendo a ouvir o cuidado de Deus para com o seu povo. O chamado é para servir o povo de Deus da Aliança. Assim, como chamou Abraão para ser pai de um povo, como no tempo da escravidão do Egito, chamou Moisés para libertar o Povo da escravidão, como chamou os profetas para devolverem Israel à fidelidade da Aliança, chama Samuel para guiar os filhos de Abraão, Isaac e Jacó. Chamado para um novo tempo: o fim do tempo dos Juízes e lançar os fundamentos, as raízes da realeza judaica, que em Davi encontrará expressão mais elevada”. Olhando para o Evangelho, o cardeal destacou que “Jesus se apresenta, se faz visível e é identificado por João. O Batista mostra a presença do Messias, ensina a presença, ensina a ouvir a presença: ‘Eis o Cordeiro de Deus!’. O Anunciador indica aquele que chama e ‘os dois discípulos de João, ouvindo essas palavras seguiram Jesus’”. Segundo o arcebispo de Manaus, “é consolador a dinâmica do seguimento: o que estais procurando? Seguir Jesus é uma procura. Os discípulos diante da pergunta de Jesus respondem com uma outra pergunta: onde moras? Não procuravam uma coisa, não procuravam objetos, ideais, sonhos. Onde moras, qual é tua morada, qual é o teu habitar, onde podemos te encontrar, como vives, de que vives? Buscavam o mestre, buscavam o Cordeiro, aquele que salva! Jesus os convida amavelmente: Vinde ver. Foram ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele”. Dom Leonardo Steiner enfatizou que “desejavam entrar na casa, na vida, participar da vida, deixarem-se guiar pelo mestre: onde moras, onde vives?  Qual é o segredo do teu viver? Não buscam novas doutrinas, ensinamentos, mas o modo de viver de Jesus, o Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! ‘Vinde ver’: viver como Ele vivia, de maneira pobre, simples, peregrino, viandante, pregador! Ver como Jesus vivia, como ele tratava as pessoas, como acolhida, curava, animava, esperançava. Onde moras, participar de sua oração, da sua pregação, do seu peregrinar, do seu partilhar. O vinde e vede, o estar, o ser com Jesus! Experimentar a Jesus, o seu modo de vida, perceber a partir de quem ele vivia e ensinava. No seguir Jesus perceberam que o Pai do céu era tudo para Jesus e o fundamento do Reino!” Analisando o “Vinde ver”, o cardeal destacou que “é um convite de participação, mas também um movimento de desalojamento, de desinstalação. Uma desinstalação, uma saída, que abre mundos, possibilita novo horizonte de vida, descortina novo céu e nova terra. Não se trata de ver com os olhos, mas de ter sido tocado. Um ser tocado no tocar; é uma interação de encontro: ser encontrado!” “É no estar com Jesus, no seguir a Jesus, caminhar com ele, participar de sua vida, que o conhecemos. O convite vinde e vide é a possibilidade não apenas de seguir Jesus, mas viver como ele viveu, ser como ele era. Como os apóstolos, também nós perguntamos onde moras e ele, insistentemente, vai nos convidando: vinde e vede”, disse Dom Leonardo. Segundo ele, “é que estamos na busca não do lugar, da casa, de um abrigo, mas na busca da liberdade que protege, do amor que guarda e enobrece, da esperança que ilumina e conduz, da graça que transborda em santidade. São os espaços extraordinariamente livres que possibilitam chegar à maturidade de nossa humanidade, à maturidade da fé. ‘Eis o Cordeiro de Deus’: aquele que se fez nosso espaço existencial que pode nos levar à plenitude de viver e à plena maturação de nosso existir”. “Os discípulos que foram encontrados e, em saída, participaram da vida de Jesus sentem a necessidade de partilhar, codividir a graça do encontro. Por isso André, busca o seu irmão Pedro: ‘Encontramos…
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Dom Ionilton: “Devemos manter o olhar de esperança, agir e acreditar que é possível uma transformação no cuidado com a Casa Comum, na continuidade da nossa luta”

Presidente da Comissão Pastoral da Terra desde abril de 2021 e integrante da Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da CNBB (Cepast), Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira avalia o ano que se encerrou e as perspectivas para o país, a Igreja e a CPT em todo este cenário, além da mudança de região de sua atuação na Amazônia, até então atuando como bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM) em transferência para a Prelazia do Marajó (PA). Qual avaliação podemos ter do cenário do país, no ano que se encerrou? Eu diria que nós vivemos, hoje, um cenário melhor do que quando encerramos 2022. O governo que assumiu em janeiro tem sinalizado para uma mudança em determinadas áreas de atuação, retomando as chamadas ‘comissões de escuta do povo’, retirando alguns projetos danosos, como a facilitação da posse de armas e de munição; criando o Ministério dos Povos Indígenas; retornando um Ministério do Meio Ambiente que realmente cuida do meio ambiente; e um Ministério de Direitos Humanos e Cidadania com o rosto verdadeiramente de direitos humanos. Contudo, sabemos que o governo prometeu, por exemplo, desmatamento zero, e eu acho que nesse sentido ainda tem que avançar mais. Pode ser que haja a intenção, mas esse governo, eleito por uma força ampla política, tem enfrentado muita dificuldade com um Congresso ultraconservador. As causas que nós defendemos – e até diria que o governo também defende – têm encontrado muita resistência, como é o caso do Marco Temporal dos povos indígenas, da aprovação dos agrotóxicos e de uma lentidão no processo da Reforma Agrária. Creio que 2023 foi um ano para aprimorar e manter o que vínhamos querendo e lutando, e 2024 se abre como sinal de que temos que lutar mesmo. Ou seja, não se conquista direitos esperando de braços cruzados o que o Governo ou o Congresso Nacional possa nos oferecer. E em relação à Igreja brasileira? No que diz respeito à Igreja, este também foi um ano de mudança na Coordenação Nacional e na presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Aí, foi essa fase de adaptação, com alguns sinais bons, algumas manifestações bem claras, como a crítica à derrubada dos vetos do presidente à questão do Marco Temporal, mas também momentos em que houve uma certa demora para se manifestar. Espero que a CNBB possa dar passos mais firmes, inclusive fazendo com que cada organismo e comissão que trabalha determinado tema possa ter esse espaço maior para se manifestar de forma urgente. Sobre a CPT, qual sentimento deve estar presente neste ano em que se inicia a caminhada rumo ao jubileu de 50 anos? Então, acho que nós, enquanto CPT, também devemos continuar na luta, para que a gente consiga ajudar o nosso povo — camponeses, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, indígenas… — a terem seus direitos respeitados, a permanecerem em suas terras e, também, a conquistarem sua terra. Nosso trabalho e nossa missão é ao lado do povo e suas lutas, ajudando a se organizarem. A gente espera que neste ano possamos avançar neste serviço, fortalecer os grupos de base, articular melhor cada regional e as articulações que nós temos. Que tudo seja em vista deste objetivo maior, de apoiar o povo trabalhador do campo a ali viver, ali permanecer e, também, a conquistar sua terra sonhada, a partir da reforma agrária. Na nossa assembleia, que vamos realizar em abril, vamos avaliar os três anos de caminhada e planejar os próximos três anos, incluindo a celebração dos 50 anos de criação da nossa CPT. Isto com certeza vai nos fortalecer neste compromisso com os pobres da terra. Inicialmente trabalhando com os camponeses, depois, a CPT foi trabalhando com os povos indígenas — onde o Cimi1 ainda não chega —, junto aos pescadores — onde o CPP2 ainda não chega —, e com todas as pessoas que trabalham no campo. Nossa perspectiva é esta: fortalecermos nosso trabalho e compromisso de defesa, ao lado das comunidades, não fazendo no lugar delas, mas acompanhando e contribuindo para fazer acontecer a conquista dos seus direitos. O ano de 2023 foi muito marcado pelo agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, com destaque para a seca enfrentada na Amazônia, região de sua atuação mais direta. De fato, nós enfrentamos as consequências da crise climática, especialmente aqui na Amazônia, onde eu vivo e trabalho, mas também em outros lugares do Brasil, com secas e enchentes. Foi um alerta e um grito da natureza, que esperamos que tenha sido escutado por todas as pessoas, pelos governantes, igrejas e por todos os homens e mulheres de boa vontade, independentemente de ter ou não uma prática religiosa. Como é possível olhar com esperança para uma realidade tão desanimadora de empreendimentos danosos ao meio ambiente e à vida? Devemos manter, sim, esse olhar de esperança, porque ele nos faz agir e acreditar que é possível uma transformação, também no nosso cuidado com a Casa Comum, na continuidade da nossa luta em defesa dos nossos biomas. É manter essa esperança para dizer que ainda podemos, com a nossa participação, com a nossa luta, continuar enfrentando esses projetos danosos para a natureza, como são os projetos de exploração de petróleo e gás. Vamos precisar, em 2024, continuar sendo uma voz para dizer ‘Não’ à exploração do petróleo na foz do Amazonas. Precisamos continuar mobilizando as pessoas para dizer que não dá para continuar o desmatamento, seja na Amazônia, no Cerrado, na Caatinga, nos Pampas ou na Mata Atlântica. Se a gente continuar desmatando como fizemos nestes últimos anos, corremos um sério risco de ter um aumento da temperatura, de um grau tal, que a vida na Terra pode ficar insuportável.  Mas temos que manter essa esperança, porque se nós, que somos da luta e compreendemos a defesa da Casa Comum, que defendemos a floresta em pé, se a gente parar e desanimar, aí é que as coisas se complicam. Vamos ter que continuar na luta, fazendo este trabalho de conscientização ecológica e defesa dos nossos biomas e dos nossos povos, e de tudo…
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Descomprometidos como atitude permanente

A falta de compromisso é uma atitude cada vez mais presente em nossa sociedade. A excessiva preocupação com nós mesmos faz com que fiquemos surdos e cegos diante do que acontece com os outros, diante de situações presentes em nosso mundo. Aos poucos fomos nos acostumando com aquilo que destrói a vida e consideramos que essas coisas têm que ser assim, não tem outro jeito. Ainda estamos nas primeiras semanas do ano e esse é um tempo para fazer bons propósitos, para nos questionarmos sobre a necessidade de novos olhares, de atitudes diferentes, de assumir outros compromissos. São sentimentos que tem que estar presentes em cada um e cada uma se realmente queremos que esse mundo que tanto criticamos, sempre colocando a culpa nos outros, possa mudar. As guerras, a violência, as mudanças climáticas, a falta de moradia, de saúde, de educação, de condições de trabalho… são alguns dos exemplos daquilo que está presente, muitas vezes bem próximo de nós. Como eu reajo diante dessas situações? Até que ponto me sinto atingido por essas realidades? Somos desafiados a refletir sobre nossa capacidade de empatia, de nos colocarmos no lugar dos outros, sobretudo no lugar daqueles que sofrem por diversos motivos. De fato, essa capacidade de empatia é o que define nossa condição humana, ainda mais o que demostra que acreditamos no Deus de Jesus Cristo, o Deus que se fez carne, que se fez com a gente, e também passou por momentos de sofrimento. A falta de humanidade tem a ver com a falta de capacidade para entender quem é o Deus de Jesus Cristo. Nunca seremos discípulos se não conseguirmos ser plenamente humanos, se não manifestamos empatia, compaixão diante do sofrimento alheio, uma atitude cada vez mais presente em nossa sociedade e que tem que nos levar a pensar nos caminhos que estamos trilhando em nossa vida. O individualismo exacerbado, que aos poucos quer ser imposto como a atitude a ser seguida, tem que nos levar a refletir, a pensar, mas também a fazer propostas alternativas de convivência que nos levem a poder viver e nos relacionarmos de um modo diferente, de um modo mais humano, mais cristão, um cristianismo inspirado na pessoa de Jesus, que nunca virou a cara diante do sofrimento das pessoas. Sempre é tempo de repensar, de reconduzir os caminhos da nossa vida, os caminhos da nossa sociedade. Pensar nos outros é o rumo certo, pois isso vai fazer com que possamos olhar o futuro com mais esperança, com maior confiança uns nos outros. Será que não vale a pena assumir esse jeito de viver? Será que a felicidade e o bem-estar de todos não é uma prioridade em minha vida? É tempo de pensar, de deixar para trás nossa falta de compromisso com aquilo que é de todos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “Quando levantamos os olhos, vemos mais que o nosso pequeno mundo”

Citando as palavras do texto bíblico, que nos oferece um belo itinerário na solenidade da Epifania do Senhor, iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua homilia. Os homens do oriente proclamam: “Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. E Mateus nos dizia; “Quando entraram na casa viram o menino com Maria, sua mãe, ajoelharam-se diante dele e o adoraram”. O arcebispo de Manaus lembrou que o profeta Isaías nos faz ver que “diante das dificuldades no regressar do exílio, o convite para levantar os olhos e ver. Na fragilidade e destruição era necessário levantar os olhos e ver. Ali, sinais da fidelidade de Deus, ali indicações de que Deus não havia abandonado o seu povo”. Levantar os olhos para ver: “esperança, chegou a libertação, voltamos ao lugar prometido aos nossos pais, voltamos à nossa terra. Esperança, pois também outros povos virão e oferecerão ouro, incenso e proclamando a glória do Senhor!”, insistiu Dom Leonardo. Segundo o cardeal: “somente quem levanta os olhos, vê para além dos horizontes imediatos, somente quem levanta os olhos vê as manifestações de Deus. Via no tempo do exílio e agora na terra e o templo destruídos. Com os olhos levantados, vê-se com o coração, nos diz Santo Agostinho”. No Evangelho, ele ressaltou que “os magos levantam os olhos e veem a estrela. Viram uma estrela, que os pôs em movimento, a caminho. São João Crisóstomo diz que os Magos não se puseram a caminho porque viram a estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho, isto é, levantar os olhos, o olhar se ergue e vê. Levantam os olhos, estavam à procura, perscrutavam os céus e a estrela os encontrou. Mantinham o coração fixo no horizonte, podendo assim ver aquilo que lhes mostrava o céu, porque havia neles um desejo que a tal os impelia: estavam a procura: levantaram o solhos! Os magos levantaram os olhos, viviam com os olhos levantados e perscrutavam, por isso viram! ‘Vimos a sua estrela e vivemos adorá-lo’. Porque levantaram os olhos, colocaram-se a caminho e foram encontrados pela criança de Belém”. Dom Leonardo Steiner lembrou que “existem muitas estrelas, mas uma que ilumina o céu e a terra, guia pelos desertos, as cidades, os descampados, os vales, as pobrezas, os desvirtuamentos, as incertezas, os rumos, as destruições, as agressões à obra criada por Deus. Para vê-la os olhos devem buscar, abrir-se, na busca de ver”. “Quando levantamos os olhos, vemos mais que o nosso pequeno mundo, as dificuldades e problemas pessoas. Quando levantamos os olhos, nos colocamos a caminho e Deus se manifesta e despertamos para a alegria que nos vem ao encontro da parte do Menino que repousa em nossa humanidade. Os problemas da vida não desaparecem, mas sentimos que Deus nos concede as energias necessárias para caminhar com elas. Se fez um de nós e está no meio de nós. Ao levantar os olhos, vemos onde se encontra a razão da nossa fé, a razão de nossa esperança: o Menino de Belém”, afirmou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Citando o texto do Evangelho, o cardeal disse que os magos “ao levantarem os olhos, foram encontrados pela estrela e a ela os pôs a caminho. O levantar os olhos e ver a estrela os faz caminhar, procurar. Percorrem um longo caminho, vales, montes, desertos, paradas. Mas sempre com os olhos voltados para a estrela. Uma procura que se faz interrogação, leitura, perscrutação. A procura nas perguntas, nas informações, agitam Herodes e o palácio. Procura que acorda os entendidos nas Escrituras para o lugar do nascer de Deus. Mas apenas os que haviam despertado para a busca, colocam-se a caminho. Os outros não viram, apenas leram, sem entender. Viram a estrela que os levou a caminho, um caminho de procura”. Dom Leonardo Steiner destacou que “a viagem implica sempre uma transformação, uma mudança. Depois de uma longa viagem a pessoa não é a mesma. Os seus conhecimentos se alargaram, o encontro com as pessoas enriquece. As dificuldades e os riscos do caminho, quando os olhos estão perscrutando o horizonte, tornam mais decididos os passos, e o caminhar se fortalece. Perseverando no caminho e guiado pela estrela se chega ao lugar anunciado. Ali a estrela descansa, repousa, e nasce o encanto, admiração e a adoração”. “Caminhantes, procurantes, guiados pela estrela, são tomados de admiração quando entraram na casa e veem o menino e sua mãe. Na estalagem, na falta de quase tudo, na não casa, diante da simplicidade e pobreza: admiração. Admiração que se transforma em adoração. Como não adorar? Na singeleza, na simplicidade, no apenas de uma criança, no nada ter, tudo e a todos atrair, os joelhos se dobram.! Os joelhos se dobram diante do Deus feito finitude. Deus pobre, envolto em faixas não é apenas atrativo e admirável, é adorável. Depois de verem, apalparem a presença despretensiosa, gratuita, inocente, reverente, ajoelharam, o adoraram. E na adorar, de joelhos, oferecem ouro incenso e mira”, afirmou o arcebispo de Manaus. Ele lembrou que “ao verem, os magos ofertam seus dons: ouro incenso e mirra. Dons, que na pobreza, na pequenez e humildade do Menino revelam o verdadeiro mistério, maior que todas as riquezas do mundo. O ouro, a realeza do Menino, o incenso, a santidade divina e a mirra, a mortalidade. No ouro incenso e mirra, confessam o Menino como Rei, Deus e homem”. Explicando o significado, Dom Leonardo mostrou que “abriram seus cofres: com o ouro reconhecemos a dignidade e o valor inestimável do ser humano: tudo deve estar subordinado à sua fidelidade; o menino merece que se ponham a seus pés todas as riquezas do mundo. O incenso resume o desejo de que a vida desse menino desabroche e sua dignidade se eleve até o céu: todo ser humano é chamado a participar da vida de Deus, no Menino, é expressão de Deus. A mirra é medicamento para curar a enfermidade e aliviar o sofrimento: o ser humano necessita de cuidados e consolo, não de violência e agressão”, palavras…
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