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50 Jovens participam da VI Ação Missionária Sem Fronteiras em Manaus de 5 a 14 de janeiro

50 jovens de diversos estados do Brasil participam em Manaus de 5 a 14 de janeiro da VI Ação Missionária Sem Fronteiras, que tem como tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”. Organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias, a Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé e a Juventude Missionária, conta com o apoio da Arquidiocese de Manaus. O objetivo é “despertar o protagonismo missionário e fortalecer vínculos e a interação entre os jovens da Juventude Missionária de todo o Brasil”, uma das atividades pós Congresso Missionário Nacional 2023, que quer beber da espiritualidade da Igreja encarnada na realidade ecológica, cultural, social e eclesial da Amazônia. Ao longo de 10 dias, a Juventude Missionária terá a oportunidade de vivenciar nas comunidades da Arquidiocese de Manaus a experiência missionaria. Um tempo de missão marcado pelo reencontro, contemplação, partilha e celebração. A VI Ação Missionária Sem Fronteiras iniciou com uma Eucaristia presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e um momento de formação, onde foi apresentada a História da evangelização da Amazônia, a realidade de Manaus, a espiritualidade missionária, a partir do tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”, e como realizar a missão nas comunidades. Segundo o padre Genilson Sousa da Silva, secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, esta ação missionária conclui o ciclo iniciado um ano atrás, quando Manaus acolheu 240 seminaristas, alguns padres e bispos para a experiência Pés a Caminho, que “nos preparou para a gente celebrar o ano do Congresso Missionário em várias regiões do país, mas também o Congresso Missionário Nacional”. Ele destacou o “ardor missionário que está no coração, na vitalidade, no compromisso desses pequenos grupos nas nossas paróquias e dioceses”. Uma experiencia da Juventude Missionária que nasceu em 2016, para “além da nossa realidade a gente puder se encontrar com outra realidade”, que tem sido realizada em cada uma das cinco grandes regiões em que se divide o Brasil, lembrou o padre Genilson Sousa. Uma experiência que é “momento de conexão, de partilha, de convivência”, e que ajuda os jovens das igrejas locais a viver a experiência de uma Igreja em saída. A Juventude Missionária organiza experiências missionárias em nível diocesano e estadual, que em 2024 tem como tema “Ide, convidai a todos para o banquete”, em sintonia com o Mês Missionário. Neste ano, a Igreja do Brasil, a través da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vai promover diretrizes e formações para despertar na juventude o ardor evangelizador, lembrou o secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, que fez um chamado a fazer esse anúncio missionário no mundo digital. Uma juventude que “nos ajuda a perceber a dinâmica na evangelização da nossa Igreja, que acontece para, mas também com as juventudes”, segundo o padre Matheus Marques, coordenador do Conselho Missionário Diocesano de Manaus, que destacou a importância dos jovens chegados de diversas partes do país se inserir nesse modelo de evangelização, modelo de Igreja que está na região amazônica. Um conhecimento da realidade que esteve presente, segundo ele lembrou, na Experiência Pés a Caminho e na semana previa ao V Congresso Missionário Nacional. Os jovens participantes dizem trazer “um coração aberto para vivenciar e experimentar novas experiências, e principalmente agregar novos aprendizados”, segundo Caio Eduardo, de Presidente Figueiredo (AM), que fez um chamado a “esvaziar os preconceitos e vir para a Amazônia abertos a ouvir e ao diálogo com as pessoas que aqui estão”. Chegado do Rio Grande do Sul, Isaac Goulart diz esperar “aprender com a Igreja da Amazônia como superar alguns desafios, como é a vivência em comunidade a partir da sua realidade, e também desconstruir muito do que a gente traz na bagagem a partir do que é a Amazônia, o que é a Igreja daqui, e também levar todos esses ensinamentos para a Igreja do Rio Grande do Sul”. Matheus Castro, da Bahia, vê a VI Ação Missionária Sem Fronteiras como uma oportunidade para compartilhar culturas e experiências através das ações missionárias que vão ser realizadas. Ele espera que “a gente possa sair daqui com a alma cheia do Espírito Santo e levando um pouco da cultura e das experiências daqui para nossas comunidades”. Finalmente, Giovana Falsarela, de São Paulo, além de conhecer todo mundo e fazer muitos amigos, espera “aprender muito e também poder contribuir para essa ação tão bonita da Juventude Missionária”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “No Dia Mundial da Paz como deixar de gritar para que deixem em paz os povos indígenas”

Na Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no Dia Mundial da Paz, Dom Leonardo Steiner iniciou sua reflexão afirmando que “a Igreja expressa e celebra, jubilosa, a identidade mais profunda, misteriosa e encantadora, mas, também dramática de Maria: Mãe de Deus! A Mãe de Jesus, a Mãe de Deus e, por extensão, nossa Mãe; a Mãe do Príncipe da Paz, Mãe do Menino de Belém, Mãe do Crucificado: na mãe de Deus, a nossa mãe!”.  Segundo o arcebispo de Manaus, “a Mãe de Deus nos recorda a graça da encarnação, o olhar benevolente de Deus, a presença da Paz e da concórdia. Ela como Mãe de Deus continua a oferecer-nos o Filho, como acolhimento, graça, benção e paz. No Filho não estamos desamparados, mas sempre guardados e abençoados”. O cardeal lembrou que “o Evangelho, mais uma vez, nos apresenta os pastores visitando o Menino de Belém. Eles seguem a boa notícia, aceitam o convite para a averiguação da presença do Salvador. São esses homens e essas mulheres que diante do maravilhamento e da confirmação da presença do Salvador, louvam, bendizem, agradecem. Sentem-se acolhidos e abençoado, pois ouviram o anúncio da paz”. Por isso, Dom Leonardo ressaltou que “os pastores nos mostram o paradoxo do ser cristão: o Salvador vem como um menino, indefeso, deitado numa manjedoura, envolto em faixas pobres, em meio a animais. Um Menino visitado pelos pobres e esquecidos da sociedade, se tornará o pobre Crucificado, o Cordeiro de Deus. Aos mais humildes, pequenos e marginalizados de Israel começou a brilhar, a nova luz que brilhará como salvação na Cruz e no túmulo vazio. A salvação nasce da fraqueza e com a fraqueza, da pobreza e com a pobreza, com o despojamento. A paz é possível onde há almas desarmadas, onde a diferença é graça, onde a harmonia brota da despretensão do poder e do domínio. A paz se retrai diante da prepotência, da ganância, do poder, das armas”. “No Evangelho proclamado, vemos Maria guardando, recolhendo, cuidadosamente todos os aconteceres em seu coração. Recolhida, via e ouvia tudo, buscando nos acontecimentos-palavras um sentido, os sinais da salvação. E ela a recolher tudo em si, na busca de deixar que tudo fale, tudo direcione, tudo ilumine com a clareza e clarividência, transparência e pequenez, da nudez de Deus no mundo. Sem saber o que dizer, sem saber o que pensar, apenas no silenciar-recolher está ela na receptividade de em tudo fazer a vontade de Deus. Ela a meditar e a recolher; e o Menino fazendo brotar maravilhas”, disse o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Falando sobre o ano que se inicia, ele destacou que “para nós que estamos na expectativa do ano vindouro, o recolher de Maria, nossa Mãe, ajuda a encaminhar os passos dos acontecimentos do porvir. Estamos na receptividade das manifestações e estamos na vigilância de quem está à espera do nascer e renascer da vida também nas tensões e ilusões, nas alegrias e esperança, na decepção-desolação, no amor e na fé. A nossa Mãe a nos indicar o modo do caminhar, de abrir veredas: nada de antecipação, de desespero, de dissintonia, mas abertura de quem deseja auscultar as ações de Deus nas próprias ações. No recolher, esperar, esperançar! Um silêncio ativo e altivo!”. O cardeal Steiner disse que “ao saudarmos hoje a nossa Mãe como a Mãe de Deus, a Theotokos, afirmamos o desejo de com ela aprendermos a ler a história, os acontecimentos, guardando as maravilhas da ação de Deus em nós e entre nós. Não temeremos os dias mais difíceis, as guerras, as mortes, pois desejamos ouvir e ver Deus, como a fez a Mãe de Deus”. Ele a definiu como “Mãe de Deus, silenciosa, acolhedora, repassando tudo em seu coração diante de Deus. Nada escondeu, de nada se esquivou; nenhum ressentimento, nenhum desconsolo, nenhum sentimento de amargura, de solidão. Tudo límpida e transparente diante de Deus: Eis aqui a tua serva! Não deixou a vida à mercê do medo, do desânimo ou da desilusão. Nada de fechamento, nem esquecimento, mas rememoração, meditação, diálogo com Deus. E Deus a habitar nas aflições e nas alegrias. O caminho da Mãe de Deus, nosso caminhar: meditando, recolhendo, sem desprezar a nada das alegrias e das aflições, sabedores da presença de Deus e que nele colocação nossos corações”. Comentando a segunda leitura, o arcebispo de Manaus ressaltou que “São Paulo anuncia o cumprimento do tempo messiânico: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho… (Gl 4,4). E Maria no meio das vicissitudes do tempo, nas contrariedades, escutou a plenitude dos tempos. O nosso desafio será experimentar essa plenitude no meio das dificuldades do nosso dia a dia, no ano que anuncia; dispor-nos a acolher o mistério da humanidade e da humildade de Deus, do Deus Menino, nas contrariedades, nos descompassos da história, na mudança de época. Talvez, também nós experimentaremos a plenitude de nosso tempo que é a nossa Paz. A plenitude do tempo se estivermos na escuta, no recolhimento e na guarda como a Mãe de Deus. Se vivermos sempre de novo, a cada amanhecer, o irromper da plenitude de nosso tempo. Celebrar a Mãe de Deus, significa dispor-nos a abrir a nossa vida para que a plenitude do tempo, a presença do Menino Deus, se aconteça nos apertos e alívios, nas alegrias e tristezas de cada dia (Gl 4,4-7)”. Dom Leonardo lembrou que “na Solenidade da Mãe de Deus, celebramos o Dia Mundial da Paz”, afirmando que “a paz será realidade, quando superarmos a indiferença com a cultura de solidariedade, do amor, da justiça, da fraternidade e da misericórdia. A cultura que supera a indiferença, a dominação, o poder, a violência, a ganância. Uma cultura que promove a política do bem comum, que não despreza os pobres, que acolhe os imigrantes, que não descarta a humanidade por raça, gênero, cor, religião. A paz é perturbada pela economia que mata e descarta, pelos julgamentos injustos e de interesse, pela política que beneficia a grupos, negocia o voto e perde o horizonte…
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Dom Leonardo: “É na família que somos encarnados no mundo, que vamos construindo mundos”

Relatando o acontecido na Apresentação de Jesus no Templo iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua homilia da Festa da Sagrada Familia. Ele disse que “Maria e José levam Jesus menino ao templo, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Colocam-se a caminho de Jerusalém para consagrar e resgatá-lo oferenda dos pobres: um par de rolas ou dois pombinhos. Ao oferecerem os dons no Primogênito, recebem a admiração e gratidão de dois anciãos que fazem memória das promessas e, ao mesmo tempo, rendem graças por Deus ter cumprido o que prometera”. Relatando a cena, o arcebispo de Manaus disse que “Maria e José entram no templo com o Menino e encontram Simeão e Ana. A família do Menino que se apresenta para consagração e resgate; é o Menino que nos braços de Maria vai ao templo, e encontra o piedoso e justo Simeão e a profetisa Ana. São encontrados pelo Menino Deus que visibiliza a realização das promessas feita aos patriarcas e anunciado pelos profetas. Ele lhes vai ao encontro e eles são tomados de admiração e exultação, de ação de graças”. Dom Leonardo reparou na atitude dos anciãos, dizendo que “Simeão e Ana estão maravilhados diante da manifestação de Deus no Menino que vem carregado nos braços: Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. (Gl 4,1-7). Eles são testemunhas do cumprimento do amor e da fidelidade de Deus. São verificadores e cantadores da graça de no Filho serem agora filho e filha”. Citando o texto do Evangelho, o cardeal lembrou que Simeão quer dizer: “ele ouviu”, “ouvinte”. Segundo Dom Leonardo, “Ele ao ser conduzido pelo Espírito ao templo, mais que viu, ouviu. Ao ver, escutou o cuidado de Deus para com seu povo, pois nova presença, finalmente realização das promessas. Os passos do Escutante são movidos pelo Espírito que leva ao encontro da salvação esperada e ansiada. Encontrado pelo Menino, o toma nos braços, louva e bendiz com gratidão: ‘Agora, Senhor, podes deixar teu servo partir em paz: porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos’. No admirado e encantado Simeão, vemos todos os homens e todas as mulheres que se alegram com a presença de Deus que se move em nossa carne e fragilidade”. “Cumpridas foram as promessas, chegou a libertação e salvação para o povo. A admiração e louvor, pois chegou a Luz para iluminar a humanidade, chegou a glória verdadeira de Israel. Na admiração e louvor de Simeão estão todas as gerações abraâmicas, todos os povos que esperaram a salvação. Na admiração do homem do Espírito vai também nossa admiração, nosso louvor, nossa gratidão”, enfatizou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. O arcebispo de Manaus também lembro de Ana, relatando o texto que faz referência a ela, definindo-a como “a graciosa atingida por uma vida de tribulação, de pobreza e desamparo, mas tomada de esperança. Jovem viúva, perdedora do amor, se aconchega em Deus, a quem entregava o nada do não ter. Nele toda a confiança e segurança! Permaneceu na sua viuvez e desamparo nas cercanias da casa do Senhor oferecendo o esvaziamento de si mesma com os jejuns e a elevação dos sacrifícios pelas preces”. Segundo Dom Leonardo, “Dia e noite, com todos os tempos e espaços que lhe eram oferecidos, estava ela na exposição de Deus, como estar à espera do Amor; como se estivesse à espera do seu Amado. Ana, cheia de graça, que havia apreendido a olhar com o olhar de Deus, a esperar com o tempo de Deus, a plenitude do tempo. Ela a íntegra, a perseverante, a inteira, a disponível, a desejosa, a obediente, a audiente; disponível e inteira diante de Deus, justamente na sua pobreza de nada ter, e tudo ser em Deus. “Não saia do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações”; magnifica: mais de Deus que dela mesma, toda inteira diante da face de Deus-menino, a libertação de Israel”. Continuando com o texto, ele destacou que Ana, “nem o tomou nos braços, não necessitou olhá-lo, sentiu o cheiro, o odor de Deus, na corporeidade do semblante sereno e translúcido de Deus-criança e irrompe em louvor e ação de graças: finalmente, Deus meu! Nasceste, Libertador! E a todos anunciava, a todos dizia, a todos proclamava: chegou a libertação, chegou a libertação. E nela vemos as gerações e gerações de mulheres à espera de gerarem o Filho de Deus. E a velha profetisa perdeu a viuvez, tomada pela riqueza de Deus ter sido gerado. Ela por inteira, tomada de admiração e gratidão!”. “Admiração e gratidão pela presença da Salvação. Presença salvadora que desperta a gratidão. Gratidão é próprio de quem se apercebe agraciado, cuidado, acolhido. Gratidão nasce em quem foi e é amado gratuitamente. Um amor sem porque, sem para quê, sem justificativas, sem saber por que amado, amada. Gratidão como expressão da correspondência de amor. No Pequenino apresentado no templo, Simeão e Ana rejubilam, agradecem. Gratidão, nascida da grandeza e da singeleza do encontro templário. Esses sábios da espera e da esperança, tomados, invadidos pela admiração e a gratidão”, enfatizou o cardeal. Segundo ele, “é a gratidão que move os grandes homens e as grandes mulheres. Eles encantaram-se com o amor Deus manifestado, apresentado no templo carregada nos braços da nossa humanidade. Diante de tanto amor, do nada e do pouco de Deus, diante de tamanha doação: admiração, gratidão!”. Falando da admiração de José e Maria, ele disse que “a admiração e a gratidão que fazem da família de Nazaré espaço de salvação para todo o povo. Agora a família de Nazaré que se faz família de Israel, família da humanidade. Na família de Nazaré todas as famílias com todas as gerações, passadas e futuras. Deus visitou o seu povo e o libertou!”. Dom Leonardo fez um chamado a “sermos tomados pela admiração! Sermos em nossas famílias tomados pela admiração! Significa, abrir-se aos outros, compreender as razões, os…
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Dom Mário Pasqualotto exige providências diante de novo assalto na Fazenda da Esperança de Maues

Diante de mais uma tentativa de assalto na Fazenda da Esperança de Maues, Dom Mário Pasqualotto, bispo auxiliar emérito de Manaus, que acompanhas as Fazendas da Esperança no Estado do Amazonas denunciou uma situação que já se repetiu por seis vezes nos três anos e meio em que funciona a Fazenda em Maues, manifestando sua tristeza diante do acontecido, pedindo a reação do povo diante de tanto roubo para que as autoridades e a polícia tomem providências. O bispo, que trabalhou como missionário em Maues de 95 a 98, não descarta a possibilidade de fechar a Fazenda da Esperança em Maues, manifestando o desejo de alguns dos internos de ir embora por medo diante do que está acontecendo, algo que ele diz entender. No último assalto, acontecido na noite desta sexta-feira um dos vigias foi vítima de um tiro de espingarda e teve ser levado para o hospital da cidade. Segundo Dom Mário Pasqualotto, os roubos em Maues se tornaram algo comum. A Fazenda da Esperança de Maues, em consequência da maior seca que já sofreu o Amazonas em mais de cem anos, ficou com grande dificuldade de acesso, disse o bispo, que relatou o fato acontecido na noite da última sexta-feira, mostrando sua preocupação e denunciando que “a gente vai lá para fazer o bem e nos roubam”. Ele denuncia a pouca presença policial em Maues e os poucos meios para realizar seu trabalho, um município com uma população de 66 mil habitantes, segundo dados do IBGE, tendo realizado diversas cobranças ao Governo Estadual e a Secretaria de Segurança do Estado, em vista de maior policiamento e controle. Ele insistiu várias vezes na necessidade do povo se manifestar e exigir responsabilidades ao poder público. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“Um apaixonado por Cristo” que viveu as bem-aventuranças: o funeral de Padre Edy Savietto na catedral de Treviso

O missionário ‘fidei donum’ de nossa diocese faleceu no último dia 20 de dezembro em Pacaraima, Brasil, onde havia iniciado sua missão há cerca de um ano   “Um apaixonado por Cristo“. Era assim que o Pe. Edy se definia. Foi assim que Dom Michele Tomasi, da Diocese de Treviso, começou sua homilia esta manhã na Catedral de Treviso para o funeral do Pe. Edy Savietto, o sacerdote ‘fidei donum’ que morreu repentinamente de um ataque cardíaco em Pacaraima, Brasil, no dia 20 de dezembro. Uma característica que todos reconheciam no Pe. Edy, tanto na diocese de Treviso quanto na diocese de Roraima (Brasil), onde ele havia chegado há pouco mais de um ano para iniciar uma missão em Pacaraima (Brasil), uma área de fronteira com a Venezuela, em estreita colaboração com as dioceses de Vicenza e Pádua. “Era difícil não ficar impressionado, e até mesmo fascinado, por seu modo de fazer as coisas, que era uma manifestação de seu modo de ser. Ele era naturalmente capaz de estar com as pessoas. Esse foi um grande dom do Pe. Edy, recebido de sua família. Mas a partir de seu encontro com Jesus, essas características e dons, recebidos como um presente, tornaram-se, por sua vez, um presente gratuito e apaixonado dirigido a todos”, disse o bispo. Concelebraram com Dom Tomasi os bispos de Pádua, Dom Claudio Cipolla; de Vicenza, Dom Giuliano Brugnotto; de Piacenza, Dom Adriano Cevolotto; Dom Alberto Bottari De Castello, ex-núncio na Hungria; Pe. Lucio Nicoletto, vigário geral da diocese de Roraima, que leu uma mensagem do bispo de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler (que celebrou o funeral do Pe. Edy em Boa Vista em 21 de dezembro), e no final da celebração expressou uma lembrança do Pe. Edy em nome de todos os sacerdotes e fiéis de Roraima que o conheceram e trabalharam com ele. Junto com eles, o Pe. Lorenzo Dall’Olmo, sacerdote originário da diocese de Vicenza, que está em missão em Roraima há pouco mais de dois anos, e o Pe. Mattia Bezze, de Pádua, também sacerdote ‘fidei donum’ em Roraima, que compartilhou a missão com o Pe. Edy. Havia muitos padres concelebrando de toda a diocese. Muitas autoridades estavam presentes, desde o ministro Carlo Nordio, até os prefeitos de Treviso, Mario Conte, de San Biagio di Callalta, Valentina Pillon, e de outros municípios onde o Pe. Edy exerceu seu ministério. “Com ele, tinha-se a impressão de que a vida era de fato intensa, plena. E se percebia claramente que tudo era um viver para o Senhor, um ‘ser para o Senhor’”, sublinhou Dom Michael, delineando a figura do Pe. Edy. “Era assim em suas atividades quando estava na paróquia, era assim em sua pronta e generosa aceitação do pedido para ir em missão, era assim nesses meses em Pacaraima e na gratidão quase infantil por ter sido enviado em missão, que ele nunca perdia uma oportunidade de me mostrar”. “De várias partes, nestes dias, me fizeram a pergunta: O que o Senhor quer nos dizer com esses eventos, com as mortes com tão pouco tempo de diferença, de sacerdotes em seu auge, dedicados e comprometidos como o Pe. Edy e o Pe. Davide, e antes disso o Pe. Raffaelle?” A pergunta ressoou na catedral e foi repetida pelo bispo Tomasi, que enfatizou: “Não tenho a pretensão de responder a essa pergunta, pelo menos sozinho: encontraremos a resposta, acredito, juntos, buscando os fundamentos de nossa fé e nosso testemunho como discípulos missionários. No entanto, sei que o Senhor já falou na vida desses nossos irmãos sacerdotes, como na de tantos outros, quando os chamou para segui-lo de perto, em uma vida dedicada a Deus, à Igreja e a seus irmãos e irmãs, para proclamar o Evangelho a todos e viver uma vida de acordo com a Boa Nova de Cristo. Para o nosso presente”, acrescentou o bispo, “a partir da meditação orante sobre a vida e a morte desses nossos irmãos, a realidade se torna mais clara e evidente para mim que nós, humanos, somos seres maravilhosos e frágeis, que somos chamados a viver intensamente e a não desperdiçar nossas vidas com coisas inúteis, e que nossa primeira tarefa é cuidar uns dos outros e amar uns aos outros“. “Gosto de interpretar a vida do Pe. Edy”, concluiu Mons. Tomasi, referindo-se ao Evangelho das Bem-aventuranças proclamado durante a celebração, “como a tensão contínua em direção à pobreza de espírito e ao amor pelos pobres; em direção à mansidão e à construção de relações sólidas de confiança; em direção à fome e à sede de justiça e à abertura de lugares onde se pode captar a verdade e a beleza dos fatos; em direção à misericórdia para com cada pessoa e toda a criação; em direção à pureza de coração com a qual se olha a vida e as pessoas. Gosto de ler sua vida como um bom caminho, que deixa sua marca com passos tenazes e diários em direção à paz, no compromisso até mesmo oneroso com a justiça e na aceitação madura das contradições que surgem ao sermos autênticos discípulos de Cristo, testemunhas de sua obra. Que o Senhor, que chamou o Pe. Edy para essa experiência de fé, esperança e caridade, lhe conceda o nome de ‘beato’ e o acolha na alegria do Reino. E nos sustente em nossa jornada”. Antes da bênção final, houve também a lembrança dos dois irmãos do Pe. Edy, Oscar e Cristian, que pediram apoio para os projetos em favor dos jovens e das mulheres que ele havia iniciado em Pacaraima, a paróquia onde ele viveu e trabalhou por menos de um ano. Assessoria de Imprensa Diocese de Treviso

Dom Leonardo Steiner: “Desejamos no Ano Novo ser testemunhas da paz”

No início de 2024, Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), deseja a todos Feliz Ano Novo. O Cardeal Steiner ressaltou que “iniciamos um novo ano, mas continuamos as mesmas pessoas, mas desejamos no Ano Novo ser testemunhas da paz”. O Arcebispo de Manaus lembrou que “no dia primeiro celebramos o Dia Mundial da Paz, e nós queremos ser testemunhas da paz, queremos ser presença de paz”. Refletindo sobre a realidade atual, o Presidente do Regional Norte1 disse que “em um mundo tão violento, em uma sociedade tão violenta, nós queremos ser a presença de paz, uma presença de reconciliação, uma presença de fraternidade”. Finalmente, Dom Leonardo Steiner pediu “que este ano de 2024 seja para todos nós um ano onde nós podemos anunciar sempre de novo a paz”, implorando “que Deus abençoe a todos e nos deixe viver na paz”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um Brasão com traços indígenas para o bispo da diocese mais indígena do Brasil

Mons. Raimundo Vanthuy Neto, que será ordenado bispo no dia 04 de fevereiro de 2024 em Boa Vista deu a conhecer seu brasão episcopal, explicando o significado de cada um dos elementos que fazem parte do desenho. O lema episcopal do bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira é: Servire in Caritate e Spe – Servir na Caridade e na Esperança. Segundo o texto divulgado junto ao convite de ordenação, “o Mistério Pascal de Jesus é a fonte da vida da Igreja e sua missão. Revelada na Cruz, ela nasce e se desenvolve como as árvores à beira das águas (Jr 17,8, Sl 1, 13), que lembram a fonte batismal, origem de toda vocação. As fontes do bispo Vanthuy Neto são três rios: o rio Apodi, no Rio Grande do Norte, onde nasce na fé pelo Batismo, e na vida da comunidade discipular; o rio Branco, onde foi gestado no sacerdócio ministerial, em meio ao povo de Deus e das comunidades de Roraima; e o grande rio Negro, para onde é enviado para servir na barca da Igreja de S. Gabriel da Cachoeira”. “O serviço e a missão do bispo é a do Discípulo/Apóstolo, que anuncia Jesus Cristo, indicado nas três pequenezas que Ele escolheu para se revelar e permanecer no meio de nós: o Presépio, a Cruz e a Eucaristia. O verdadeiro discípulo é um homem pobre, humilde e despojado, entregue à morte, crucificado, por isso livre e doado. Assim, sua vida há de ser alimento, um bom pão para a vida do mundo”, segundo a explicação do Brasão. “Abaixo da cruz, o M de Maria, entregue pelo Filho de Deus como Mãe ao Discípulo/Apóstolo. Seu sim, à luz do anúncio de Gabriel, pode ser assumido também corajosamente pelo novo bispo em sua missão. Ele a viverá na liberdade dos lírios do campo, que o Pai do céu cuida e sustenta, em inteira confiança e abandono”, afirma Mons. Vanthuy Neto. Pelo fato de assumir a missão episcopal na diocese mais indígena do Brasil, “as cores corporais dos povos originários, vermelho e preto, demarcam o chão da missão da Igreja que está no Alto Rio Negro, que inclui o cuidado da vida e da dignidade dos 23 Povos Indígenas que aí vivem. Sua vocação de guardiões das águas e das florestas aponta para a corresponsabilidade universal da Amazônia face o desafio do equilíbrio da vida do Planeta. Neste horizonte, a própria missão da Igreja Local atinge os confins do mundo”. Finalmente, explicando seu lema inspirador do ministério do bispo de São Gabriel da Cachoeira, Servire in Caritate et Spe – Servir na Caridade e na Esperança, disse que “é a Caridade de Cristo, que nos impele (2Cor 5, 14), e a perseverança na Esperança (1Tes 1,3). Como servo, está inserido na missão do Enviado do Pai, que veio para servir e não ser servido (Mc 10, 45)”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um 2023 que nos ajudou a seguir construindo um mundo melhor

Sempre é bom olhar para trás, mas nunca devemos deixar de olhar para frente. No final do ano, é bom olhar o que a gente tem vivido ao longo de 2023, mas não podemos deixar de pensar movidos pela esperança naquilo que está por vir em 2024. Um ano que iniciou com um novo governo, em clima de divisão e polarização, uma dinâmica que parece ir minguando, mas que está longe de desaparecer. Diante disso somos chamados a refletir, a nos perguntarmos o que a gente faz para combater esse enfrentamento cada vez mais presente na sociedade e que nos afasta daqueles que deveriam ser vistos de forma diferente. Na Amazônia a seca, a maior em mais de cem anos, marcou significativamente a vida do povo e nos mostra a necessidade de uma urgente conversão ecológica. O cuidado da casa comum é algo que não pode ser adiado, pois a falta de cuidado está tendo consequências cada vez mais graves, especialmente para os mais pobres, que sofrem diante das mudanças climáticas. Uma realidade onde não pode ser negada a influência do ser humano. Na Igreja católica um tempo marcado pela sinodalidade, pelo desejo do Papa Francisco de nos mostrar que caminhar juntos é a melhor escolha, que escutar os outros, também aqueles que pensam diferente, que a diversidade nos enriquece, nos ajuda a alargar a tenda, a alargar o horizonte, a alargar as miras, muitas vezes centradas em nós mesmos, nos esquecendo a importância de Deus e dos outros como instrumento de crescimento. Um ano para refletir sobre nossa vocação, uma vocação que nasce do Batismo e que se concretiza de diferentes modos, entendendo que todas as vocações são igualmente importantes, ainda mais em uma Igreja que se empenha em caminhar juntos, em escutar, em discernir o caminho a seguir em comunidade. A missionariedade esteve muito presente em nossa Igreja no último ano, que iniciou com a experiência Pés a Caminho, com a presença de mais de três centos seminaristas, acompanhados por alguns jovens, que conheceram a realidade da Igreja da Amazônia e descobriram a importância de viver sua vocação em função da missão, se formando para estar ao serviço da Igreja que envia em missão. Já no final do ano, o 5º Congresso Missionário Nacional juntou em Manaus mais de 800 pessoas, que refletiram sobre a Missão ad Gentes, sobre a necessidade de estarmos ao serviço da Igreja Universal, da Igreja do mundo todo. O convite de Jesus aos seus discípulos, a quem Ele envia até os confins do mundo, continua presente hoje em nossa Igreja e representa um desafio para nos ficarmos em nossas zonas de conforto. A Igreja de Manaus recebeu mais dois bispos auxiliares em 2023, Dom Zenildo Lima, ordenado em 15 de novembro na clausura do 5º Congresso Missionário Nacional´, e Monsenhor Hudson Ribeiro, que será ordenado no dia 02 de fevereiro de 2024. Dois padres nascidos e formados na Amazônia a quem a Igreja pede um novo serviço, que eles assumam uma nova missão. Olhemos com esperança o ano que está por vir e continuemos construindo uma sociedade mais justa, um mundo melhor para todos e todas, especialmente para os mais pobres e vulneráveis, e uma Igreja que se torna presença de vida nas periferias do mundo, onde habitam os descartados de nossa sociedade. Feliz Ano Novo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1  – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “A Criança de Belém, nos possibilitou a conhecer a Deus”

“Somos felizes, iluminados: Deus nasceu! Celebramos o nascer de Deus! Entre nós está Aquele é como nós, Não-outro de nós”, afirmou o Cardeal Leonardo Steiner na homilia do dia de Natal. Segundo o Arcebispo de Manaus, “a liturgia da vigília nos deixava cantar: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados’ (Lc 2,14).  Fomos amados, fomos desejados, e, por isso, o Pai nos enviou o próprio Filho, para que nele nos tornássemos todos filhas e filhos”. Se referindo ao Evangelho do dia, ele disse que “ilumina nossa celebração quando nos alerta: ‘A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo de a conhecer’ (Jo 1,18)’, afirmando que “a Criança de Belém, nos possibilitou a conhecer a Deus”. Inspirado no texto de Hebreus, o cardeal disse que “Deus insistente e apaixonado busca a nossa humanidade. Buscou pela manifestação dos anjos, pela vida dos patriarcas, na voz dos profetas. Mas, não resistindo ao desejo de falar ao coração do Homem, falou-nos pelo Filho. Deus fez-se, Verbo, Palavra!”, lembrando as palavras do Papa Bento XVI, que disse que “A Palavra eterna fez-se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós”. “Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré”, disse, pois, a Criança de Belém “tornou-se tão papável, tão visível, tão audível que já não falam mais profetas, mas o Filho como nosso filho”. “A Palavra eterna e criadora, a Palavra redentora, salvadora envolta nas faixas de nossa humanidade e fragilidade, acolhida pelos pobres, rodeado pelo universo criado”, enfatizou o Arcebispo de Manaus. “O ‘herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo’, feito carne da nossa carne, sangue do nosso sangue, osso de nossos ossos! Nós vemos a glória de Deus na fragilidade da criança! Aquele que viu, agora se deixa ver. Ao vemos Deus-Menino, o conhecemos!! Ele se fez Palavra encarnada: dada, doada, cordial, gratuita; entrega de amor! Manifestou-se no silêncio da noite a fala de Deus: recolhimento, acolhimento, aceitação. Revelação da gratuidade e cordialidade: redenção, salvação, vida nova, transformação!”. Ele disse que poderíamos hoje proclamar com a Carta aos Hebreus: “Nestes dias, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Hoje poderíamos fazer ressoara voz do Pai: tu és o meu Filho, eu hoje te gerei? Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho. O Filho como nosso filho, ‘todos os anjos devem adorá-lo’ (cf. Hb 1,5-6)”. Relatando a cena de Belém, o cardeal a definiu como “o esplendor de Deus enfaixado em nossa humanidade, num estábulo, rodeado dos pastores marginalizados, cheirado pelos animais, adorado e glorificado pelos anjos. Evento extraordinário, acontecer inimaginável: Deus que se revela em nosso rosto, Deus que se move na nossa fragilidade, Deus que geme na nossa carne. Em tudo eleva e transforma a existência humana. A Deus, ninguém jamais viu! e, agora o vemos e contemplamos e admiramos e louvamos na nossa humanidade!”. Ao elo do início do Evangelho de João, Dom Leonardo ressaltou que “o filho que nos foi dado é a Palavra que está no início, é o início; é ele que abre e dá início; é o princípio; o começo e o fim. Ele funda e fundamenta tudo; Ele desperta, irradia, ilumina; cria e recria todas as coisas; é sentido de tudo: da vida e da morte, da vida e da missão, dos ministérios e serviços. Ele é a razão da esperança e da samaritanidade, a medida da justiça e da solidariedade; da vida das comunidades, do existir da Igreja. Ele o céu e a terra! Ele é um novo tempo, sem tempo, para além de todo tempo: o novo Reino. Existe alguém ou algo que o Filho não ilumine, clareie, traga à luz, não sustente, não dê sentido, conceda horizonte novo? O Filho nasceu e tudo agora tudo vive na luminosidade do nascer! O Filho nos atinge, nos toca, com a singeleza e candura, a inocência e encanto. Ele agora a clarificar as dores, os sofrimentos, as desventuras, as violências com sua presença inefável!”. Com o texto do profeta na primeira leitura, o cardeal relatou que “anuncia e prega a paz: A glória de Deus é plena de beleza e elegância, pois ele mesmo se desnudou, tornou-se nu sobre a terra, revestido com a inocência da criança, com a nossa nudez-fragilidade. A fragilidade de Deus-criança, a nossa glória e esperança! A glória, esplendor, esperança da criança-Deus a indicar a glória e esplendor da humanidade frágil!”. Segundo ele, “o profeta nos falava da beleza e elegância dos pés que caminham sobre os montes anunciando e pregando a paz, o bem e a salvação. Os anjos que anunciaram a paz, o profeta anuncia e prega a paz, e vivemos em guerra. Existe no ar um cheiro de morte que passa pelas narinas das nossas existências. As violências em nossa Amazônia, as guerras pelo mundo! Guerra e violência que mata mulheres crianças, jovens e idosos. A vida humana está a perder o seu significado e valor. Diante da guerra e da violência Papa Francisco nos ensina: Antes de mais nada, deixarmos mudar o coração, permitir que, através deste momento histórico, Deus transforme os nossos critérios habituais de interpretação do mundo e da realidade. Não podemos continuar a pensar apenas em salvaguardar o espaço dos nossos interesses pessoais ou nacionais, mas devemos repensar-nos à luz do bem comum, com um sentido comunitário, como um ‘nós’ aberto à fraternidade universal. Não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando…
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Dom Leonardo: “Deus veio pedir morada, casa em que pudesse habitar e pediu licença para morar”

“Às vésperas do nascer do Salvador, a liturgia coloca diante de nossos olhos o mistério da encarnação do Filho de Deus pela concepção da Virgem Maria”, lembrou o Cardeal Leonardo Steiner na homilia do IV Domingo do Advento. “Deus que em Maria assume a nossa humanidade e fragilidade. Deus armou sua morada entre nós!”, frisou o Arcebispo de Manaus. Na primeira leitura, Dom Leonardo destacou que “Davi depois de ter unificado o reino e construído para si uma casa, manifesta o desejo de erguer para Deus um templo, uma casa, pois a arca continuava alojada numa tenda”, algo que considera “um nobre desejo e um propósito digno”, lembrando que “Deus concedera a Davi força, vigor, destreza, inteligência, capacidade, organização, por isso o povo tinha uma terra, uma casa”. O Arcebispo questionou: “Como Davi daria uma casa, uma morada estável a Deus que caminhara como peregrino com o povo no deserto? Como construir uma casa se Deus era o abrigo, a segurança, a casa do povo e de Davi. Como construir uma casa para aquele é a Casa, o cuidador e protetor de todos os povos e de todas as criaturas?”, afirmando que “Deus não se deixa prender num templo, por mais sagrado e amplo que seja, pois nem o céu nem o céu dos céus podem contê-lo! O universo inteiro não é capaz de o conter”. Diante disso, ele questionou novamente: “Como construir uma casa, se Ele não se prende a um lugar, pois o viver e ser de Deus é peregrino, estar no meio de todas as pessoas, povos e nações do mundo inteiro. Como construir uma casa, se Deus é a casa da humanidade?”. O cardeal lembrou que “Deus mesmo é quem daria a Davi uma descendência, uma casa”, mostrado que “hoje o Evangelho nos anuncia que Deus fez da nossa humanidade a sua morada no ventre de Maria. Veio morar em nossa casa! Jesus, é anunciado e irrompe na história da humanidade!”. “O Evangelho nos envia até Nazaré onde ouvimos e vimos o acontecer do anúncio e a aceitação”, afirmou o Presidente do Regional Norte1. Segundo ele, “o anúncio de que Miriam de Nazaré seria a mãe do Salvador e o seu sim à maternidade. Ouvimos e vimos o cumprimento de todas as promessas, de todas as esperas e rogações de todas as gerações do povo de Israel. Lucas nos remete para o encontro entre o céu e a terra, a realização de todas as profecias: Deus veio habitar entre nós, veio morar entre nós, fez da nossa humanidade a sua morada”. “O Arcanjo Gabriel foi enviado a uma virgem, cujo nome era Maria”, recordou o Arcebispo de Manaus. “A primeira palavra de Gabriel que ressoa é: Alegra-te! Alegra-te, agraciada, a cheia de graça, a toda graciosa, o Senhor está contigo. O anúncio que desperta a alegria O anúncio da alegria! A alegria das profundezas da alma que ecoa entre o céu e a terra. O convite do anjo a Maria é de alegria! A alegria que também é anunciada pelos anjos aos pastores: ‘Vos anuncio uma grande alegria’. É a alegria que conduz os pastores pelos caminhos para ver as maravilhas que Deus operou entre nós: fez sua morada em nós. A palavra última e primeira da libertação que vem de Deus não é o ódio, mas alegria; não a desilusão, mas a esperança”, disse o cardeal, pois “Cristo nasce da alegria de Deus, e morre e ressuscita para trazer sua alegria a este mundo contraditório e absurdo”, citando a Jürgen Moltmann. “Somos convidados a deixar emergir em nós a alegria do anúncio: nos tornamos morada de Deus!”, enfatizou. O Cardeal recordou que “para um mestre do espírito a saudação Ave! significa ‘sem dor’, sem ai, sem gemido, sem desilusão. É que a saudação Ave! fala da plenitude da alegria, da alegria plena e do pleno vigor da vida; alguém saudável, transbordando saudação, cheia do Espírito! Aquele que é agraciado por Deus vive a vida sem “ai”, sem lamúria, na plena cordialidade, liberdade, gratuidade de ser”. Nas palavras do místico Mestre Eckhardt: “quando a alma humana se desprende do mundo, do que é criatural, vive a vida sem ai: nela não há sofrimento, nem pena, nem gemido dolorido. Para ela, até mesmo a desventura torna-se alegria”. “Deus desejou habitar a graciosidade de Maria. Aquele que é só graciosidade, a plenitude da graça, só graça, fez morada no ventre de Maria, manifestando o desejo de uma casa para peregrinar com as mulheres e os homens neste mundo. Morada, aquela que tomara a Deus como morada e, por isso, nela tudo era transformado em alegria, mesmo o sofrimento, a pena, a desventura. Nela não havia desventura, pena e sofrimento que a retirasse da habitação da graciosidade de Deus”, destacou. Segundo o Cardeal Steiner, “Deus veio pedir morada, casa em que pudesse habitar e pediu licença para morar”, citando as palavras do Evangelho de Lucas: “Eis que conceberás e darás à luz um filho…”. Ele disse que “ela já tinha concebido o Messias no seu espírito, principalmente através da meditação das grandes promessas messiânicas. Agora, o concebia no corpo, no seu ventre. Ela já o gerava na alma; agora o geraria no seu útero. Ela já estava disposta a dá-lo à luz espiritualmente; agora lhe cabia a incumbência de dá-lo à luz corporalmente. Ela, que estava sempre de prontidão na espera do Deus que vem, agora o traria em seu corpo e o mostraria ao mundo, unido à carne de nossa humanidade. Nela, o Filho de Deus tomaria carne, a carne de nosso ser. Depois do conforto, da elucidação, da aclaração, vem a resposta: ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!’. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!”. “A Serva do Senhor: a humilde, a servidora, a servente, a pronta, a prontidão graciosa e, por isso mesmo, a magnífica, a plena, a gloriosa, graciosa. Na sua humildade concebe, gera e dá à luz o Filho de Deus, que se…
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