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Categoria: Notícias

Dom Altevir no Corpus Christi: “Na Mesa da Vida, a Fé de um Povo que Resiste e Celebra”

O bispo da prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, presidiu a Solenidade de Corpus Christi na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Carauari, onde se encontra realizando a visita pastoral Ele iniciou sua homilia recordando que essa festa foi instituída oficialmente em 1264 pelo Papa Urbano IV, e “nasceu do desejo de exaltar publicamente o mistério da Eucaristia — presença real de Cristo entre nós. Um milagre ocorrido em Bolsena, na Itália, onde uma hóstia sangrou nas mãos de um sacerdote que duvidava, confirmou ao mundo que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia.” Segundo o bispo, “é essa presença que hoje percorre as ruas de Carauari, abençoando este povo de fé, esperança e amor. A Eucaristia é o coração pulsante da nossa Igreja. É o alimento que nos sustenta, a força que nos une, o sinal de que Deus caminha conosco.” Ele pediu que sua presença nessa paróquia “se converta em sinal de comunhão, de cuidado pastoral, de proximidade.” Segundo ele, não foi “apenas visitar, mas caminhar convosco, ouvir o povo, partilhar da realidade deste município, onde a Igreja católica se faz presente. Isso é sinodalidade: uma Igreja que caminha junto, que escuta, que se faz presente na vida do povo.” Ele destacou “como é viva esta Igreja de Carauari! Os jovens, com sua energia e entusiasmo, são uma força transformadora. Os adultos, firmes na fé, sustentam com coragem as pastorais. As mães, com suas orações silenciosas, são colunas espirituais que sustentam suas famílias. As crianças da Infância Missionária, os coroinhas, os acólitos — todos são sinais de uma comunidade que vive a fé com alegria e compromisso.” Igualmente, o bispo disse que “a visita pastoral do bispo também ecoa além dos muros da Igreja. A acolhida na Câmara Legislativa, o espaço concedido na Secretaria de Educação, a visita à escola municipal, o carinho dos religiosos da Sagrada Família — tudo isso mostra que a Igreja está presente na sociedade, dialogando com os órgãos públicos, promovendo o bem comum. Isso é testemunho de uma Igreja que não se isola, mas que ilumina o mundo com a luz do Evangelho.” Dom Altevir recordou que “a festa de hoje nos convida a renovar nossa confiança na presença real de Cristo na Eucaristia. O povo amazonense, com sua fé simples e profunda, nos ensina que Cristo está no meio de nós, nas águas dos rios, nas trilhas da floresta, nas casas humildes e nos corações que creem. A Eucaristia é o pão da esperança, o sinal de que não estamos sozinhos.” O bispo pediu que “esta procissão, que estes tapetes coloridos, que esta celebração solene sejam expressão da nossa fé viva. Que ao recebermos o Corpo e Sangue de Cristo, sejamos também nós corpo vivo de Cristo no mundo, levando consolo, justiça, paz e amor.” Dom Altevir também enviou uma mensagem à prelazia de Tefé com motivo da Solenidade de Corpus Christi, dia em que “somos convidados a renovar nossa fé e nossa esperança. O Corpo e o Sangue de Cristo, entregues por amor, são luz que ilumina os caminhos escuros e esperança que sustenta os corações aflitos.” Analisando a realidade atual, o bispo destacou que “vivemos tempos desafiadores. Nossa Amazônia, casa comum de tantos povos e culturas, está ameaçada por projetos que ferem a vida e o equilíbrio da criação: o avanço do Bloco 59 na foz do Amazonas, a exploração de petróleo, os inúmeros Projetos de Lei (PLs) no Congresso, que ameaçam nossa Amazônia, projeto de exploração de gás na região de Coari, as secas severas que nos últimos dois anos vem atingindo Tefé e o Médio Solimões, afetando comunidades tradicionais, ribeirinhos, pescadores, quilombolas e cidades inteiras. Diante disso, muitos se perguntam: onde está Deus? Diante dessas realidades, “a resposta está na Eucaristia. Cristo não nos abandona. Ele se faz pão para caminhar conosco. Ele se entrega para que tenhamos força. Ele se faz presença viva no meio do seu povo. O Corpo e o Sangue de Cristo são sinal de que Deus está conosco, mesmo nas dores, mesmo nas lutas”, disse o bispo. Ele insistiu em que “neste Ano do Jubileu da Esperança, somos chamados a olhar para a frente com coragem. A Eucaristia nos ensina que a esperança não é ilusão, mas certeza de que o amor vence. Que cada celebração, cada procissão, cada gesto de partilha seja um grito de fé: a Amazônia tem futuro, porque Deus caminha com seu povo: ‘Cristo aponta para Amazônia’”. Na mensagem, o bispo da prelazia de Tefé agradeceu a cada agente de pastoral, a cada jovem, a cada mãe que reza, a cada missionário e missionária que, mesmo em meio às dificuldades, mantém viva a chama da fé. Vocês são sinais de que a Igreja está viva, presente, comprometida com a vida e com a justiça.” Ele pediu “que esta festa nos fortaleça na fé e no compromisso com o Reino. Que o Corpo de Cristo nos una em comunhão fraterna. Como Igreja sinodal, sigamos juntos, com esperança, defendendo a vida, a dignidade e a beleza da nossa Amazônia. Que a Prelazia de Tefé assuma cada vez mais a defesa da Amazônia como um compromisso de fé, de vida e de luta — sinal claro de fidelidade ao Evangelho encarnado na história do nosso povo.”

Corpus Christi em Borba: renovar a Aliança

Neste 19 de junho de 2025 a Igreja celebrou a Solenidade de Corpus Christi. O bispodiocesano de Borba, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, em sua homilia nos exortou para que adiocese seja celeiro vocacional, como foi dito na primeira leitura “o sacerdoteMelquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho” (Gênesis 14, 18) E sendo este o pão quenutre o homem e assim fortalece a vida vocacional. Celebrar a Eucaristia é renovar a aliança selada no sangue do Cordeiro, que se entregoupelos seus, fonte de vida que nos impulsiona a servir, fazendo acontecer a verdadeiracomunhão na doação ao próximo, nesta comunhão fraterna as paróquias, comunidades eáreas missionárias, em unidade saíram às ruas para exaltar o Cristo vivo que se fezalimento para a alma. As quatro Foranias da diocese de Borba seguiram a tradição católica com pinturas sacrasnas rua e a confecção manual de tapetes coloridos, conhecidos como tapetes de CorpusChristi. Essa é uma manifestação religiosa que reúne os comunitários com o intuito deenfocar os símbolos do calendário litúrgico nas ruas em que a procissão irá passar. EmBorba, o trajeto iniciou na basílica Santo Antônio, após a celebração da Santa Missa,seguindo para o bairro do Recreio, para a Comunidade de Nossa Senhora das Dores. Segundo a Sagrada Escritura, em uma noite de quinta-feira em Jerusalém, há dois mil anos,Jesus de Nazaré realizou um gesto que mudaria a história, “Jesus tomando o pão e o cálicede vinho, orou e declarou: “Isto é o meu corpo”. (Lc. 22, 19). Instituindo assim a SantaEucaristia. “Na festa de Corpus Christi o próprio Deus caminha conosco”, assim afirmou Dom ZenildoLuiz. Ele também apontou a necessidade de termos uma Igreja seguidora de Cristo eproclamadora da paz. “Este mesmo Cristo que hoje nos alimenta, também nos aponta ocaminho para a vida em plenitude, sem ódio, sem guerras e sem falsas doutrinas, uma vezque a guerra é a falta da presença de Deus”. Assim, “viver verdadeiramente o Evangelho eser luz em tempos de escuridão é a missão de cada cristão batizado”, refletiu Dom ZenildoLuiz. Nesta quinta-feira, na qual Jesus Eucarístico sai peregrinando com o povo, somosconvidados a responder ao chamado vocacional, em especial, ao ministérioordenado. Dom Zenildo pontuou que “não é fácil ser padre, mas é bacana serconsagrado e ser padre feliz, assim o povo de Deus é muito mais feliz”. Que se cumpra apromessa do Senhor Deus na vida dos nossos sacerdotes – “Tu és sacerdote eternamente,segundo a ordem do rei Melquisedec!” Assim, nossas preces ecoam em unidade para que as famílias possam se preencher doCristo, Pão vivo, maná descido do céu, e sejam fontes de vocações leigas e religiosas queproclamarão a Divindade de Jesus e seu santo Evangelho que salva e santifica. Francelina Souza – Pastoral da Comunicação da diocese de Borba

Corpus Christi em Manaus: “Não termos medo de repartir, mesmo se tivermos pouco”

Eucaristia: Pão da Esperança, foi o tema da Solenidade de Corpus Christi em Manaus, que neste ano teve uma conotação especial, dado que completa 50 anos do IX Congresso Eucarístico Nacional, realizado em 1975 em Manaus com o tema “Repartir o Pão”. Um Jubileu que se fez presente na celebração desta quinta-feira, realizada na Praça do Congresso Eucarístico, seguida de uma procissão até o Santuário Arquidiocesano de Fátima, onde se conserva a cruz do Congresso Eucarístico, que inspirou a cruz do Jubileu da Esperança na arquidiocese de Manaus. V Oração Eucarística Na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo os ministros da Eucaristia, da Palavra e das Exéquias realizaram seu jubileu e participaram em grande número da celebração eucarística e da procissão. Na Eucaristia foi rezada a V Oração Eucarística da Edição brasileira do Missal Romano, que foi criada para o Congresso Eucarístico de 1975, e que a partir deste 19 de junho de 2025, por decreto do arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, incluirá a invocação de São José nas missas celebradas na arquidiocese de Manaus. Igualmente foi usado na celebração um dos altares do IX Congresso Eucarístico. Na homilia, o arcebispo iniciou recordando o fato de que, segundo o texto do Evangelho lido, para uma grande multidão só tinha cinco pães e dois peixes. Diante disso, “os apóstolos, os discípulos disseram a Jesus: olha despede, você está falando do reino de Deus, mas ele tem fome. Você está falando da grandeza da vida com Deus, da partilha, da comunhão. de um novo reino, de uma vida nova mas eles precisam ter o que comer.” Dá-lhes vós mesmos de comer O cardeal Steiner destacou a resposta de Jesus: “Dá-lhes vós mesmos de comer”. Mesmo com cinco pães e dois peixes, que é o que eles tinham, “foi o suficiente, porque Jesus tomando nas mãos os pães e os peixes, rezou, abençoou e distribuiu”, disse o presidente da celebração. Segundo ele, “o pouco pode ser uma bênção. O quase nada pode ser uma bênção. Quando se reparte, quando se doa.” Uma atitude presente em Manaus no tempo da pandemia, ressaltou o arcebispo, dado que “nós soubemos repartir tão pouco que tínhamos em casa e deu para todos, ninguém precisou passar fome. E fomos todos uma bênção para aqueles que tinham necessidade. E poderíamos até dizer, fomos um louvor de bênção, uma bênção de esperança. O pouco que se tem pode se transformar em muito.” Um viver a partilha que o cardeal Steiner disse ter aprendido com sua mãe. “Na nossa casa vinham aqueles que pediam, e nós éramos muitos em casa. Mas a nossa mãe nunca deixou ninguém vir bater na porta e sair sem nada. É verdade que tínhamos um pouco menos na mesa, mas ninguém saía sem receber. É que o pouco pode se tornar uma bênção quando nós sabemos repartir o pouco. Pode ser uma bênção para os irmãos e irmãs que recebem, mas especialmente uma bênção para nós, que fomos tocados pela mensagem do reino de Deus, a mensagem de Jesus, e fomos tocados pelo dom de um amor que se reparte, que se dá e que se doa”, testemunhou o arcebispo de Manaus. Sobra quando existe amor Falando sobre o “ainda sobrou”, o cardeal disse que “é claro que sobra quando existe amor, quando existe partilha, sempre sobra. Ninguém passa fome.” Um texto que na festa de Jesus Sacramentado nos convida a “não termos medo de repartir, mesmo se tivermos pouco”, nos incentivando a partilhar, a dividir, a codividir. Analisando o texto de Paulo, lido na celebração, o arcebispo ressaltou a figura de Jesus, “se dando, se doando para a salvação e permanecendo no meio de nós.” Nesse sentido, ele vê na Eucaristia “essa comunhão profunda com Jesus que se deixa no meio de nós e deseja que nós o recebamos, Não tenhamos medo de recebê-lo, irmos ao encontro, para também ele ser uma bênção para nós, mas nós podemos ser uma bênção para os outros. E assim como os outros recebem do pouco que temos, nós recebemos do muito que Deus tem para conosco.” Perceber aqueles que têm necessidade Refletindo sobre o dízimo, que aparece na primeira leitura da celebração de Corpus Christi, ele disse que “dízimo é aquela contribuição pequena que nós damos e assim nós ajudamos a tantas pessoas.” O cardeal pediu que “ao levarmos hoje a Jesus sacramentado pelas ruas da nossa cidade, que Ele nos abençoe e nos ajude a perceber os irmãos e irmãs que têm necessidade. Que ele nos ajude a abrir os olhos e o coração para podermos sempre de novo dar nos cinco pães e dois peixes o pouco que temos. Mas darmos o muito que Deus nos deu, o nosso amor, darmos o muito que Deus nos deu, o dom de podermos amar. Não apenas de dividir as coisas, o pão, mas podemos codividir a nossa vida, o dom da nossa fé. Então sim, levaremos o Pão da Esperança. Então sim, seremos sinais de esperança. Então sim, levaremos sempre a todos um sinal, um dom, o dom da esperança.” O cardeal agradeceu os ministros e ministras extraordinários da comunhão, da Palavra de Deus e das exéquias, que celebraram seu Jubileu na arquidiocese de Manaus, “por levarem Jesus, o Pão da Esperança, aos irmãos doentes, aos irmãos e irmãs idosos, por sempre estarem a serviço da comunidade e das comunidades, por levar um pedacinho de pão.” É Jesus sacramentado, que “alimenta, fortifica, consola, fortalece, dá o dom da fé, alimenta a esperança.” Ele convidou aqueles que assumem esses ministérios a que “peçam a Deus o dom de sempre de novo levarem a Jesus, sempre de novo levarem a todos o Pão da Esperança.” Forte devoção a São José Recordando os 50 anos do Congresso Eucarístico Nacional celebrado em Manaus, o cardeal justificou a inclusão da invocação de São José na Oração Eucarística V, dado que em Manaus, “nós temos uma devoção tão grande a São José, o primeiro padroeiro que chegou a nossa região com o…
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Faculdade Católica do Amazonas faz propostas em vista da COP-30

A Faculdade Católica do Amazonas realizou no dia 17 de junho de 2025 o Seminário Interdisciplinar de Extensão, com o tema: COP-30 e Amazônia. Os participantes elaboraram uma Carta-Manifesto, onde afirmam seus compromissos com a Ecologia Integral. O texto afirma que “Nós, oriundos das comunidades amazônicas: ribeirinhas, indígenas, quilombolas e urbanas, estamos aqui para partilhar saberes e sabores amazônicos, aprendendo a interligar, resistir, formando uma aliança para enfrentar os grandes projetos coloniais de ontem e de hoje que desprezam e delapidam nossas condições de vida nesta parte da aldeia sagrada – o planeta Terra.” A COP30 é definida na Carta como “um acontecimento inédito”, em busca de diversidade, inclusão, cooperação e resiliência, realizada em mutirão, em um momento de um possível ponto de inflexão irreversível do bioma amazônico. No texto aparecem propostas como promotores da Ecologia Integral: educação ambiental, luta contra os racismos e injustiça ambiental, denuncia dos processos de privatização, garantia de direitos, participação cidadã na elaboração de Políticas Públicas, melhor tratamento dos esgotos. SEMINARIO INTERDISCIPLINAR DE EXTENSAO: COP-30 e AMAZONIA CARTA – MANIFESTO DOS/DAS PARTICIPANTES SABERES E SABORES AMAZÔNICOS PARA UMA ECOLOGIA INTEGRAL Na noite de lua cheia de 17 de junho de 2025, foi realizado o Seminário Interdisciplinar de Extensão da Faculdade Católica do Amazonas, com o tema: COP-30 e AMAZONIA, organizado pelos discentes e professores do Curso Filosofia e Teologia, com o apoio de nossas comunidades, pastorais, movimentos e amigos e amigas da caminhada. No ano em que comemoramos os 10 anos da Laudato Si’, documento inspirador que nos chama a mudar nossa relação com a criação de Deus, queremos afirmar nossos compromissos com a Ecologia Integral. Nós, oriundos das comunidades amazônicas: ribeirinhas, indígenas, quilombolas e urbanas, estamos aqui para partilhar saberes e sabores amazônicos, aprendendo a interligar, resistir, formando uma aliança para enfrentar os grandes projetos coloniais de ontem e de hoje que desprezam e delapidam nossas condições de vida nesta parte da aldeia sagrada – o planeta Terra. Levamos em nossas veias e em nossos territórios, o sangue dos mártires torturados e mortos na luta pela defesa dos nossos modos de vida e de nossas religiosidades e do grande Espírito que povoa, nossos territórios, fortalecem e amparam nossa peleja e nos inspiram nas práticas de cuidado e da ética do bem-viver e conviver com todas as criaturas, destas terras molhadas. A COP30 que será realizada no coração da Amazônia, a cidade de Belém do Pará, em novembro de 2025, faz lembrança dos 20 anos do Protocolo de Kyoto e 10 anos do Acordo de Paris. É um acontecimento inédito, primeiro pela sua localização, depois porque busca reafirmar e comprometer os países, na busca de valores como diversidade, inclusão, cooperação e resiliência. O conceito de mutirão, proveniente das culturas tradicionais da Amazônia,define sua metodologia e organização. Vivemos este encontro, tendo como realidade as secas, os picos mais altos de calor, o risco de um possível ponto de inflexão irreversível do bioma. A crise ecológica é um colapso progressivo dos sistemas de vida, da sociedade e da nossa condição humana. Contudo, seus impactos e responsabilidades não são distribuídos de forma igualitária. Promotores da Ecologia Integral, exigimos uma educação ambiental que promova uma consciência, primeiramente de quem promove a destruição da casa comum, quem sofre os impactos e quem deve e pode agir local e globalmente, para enfrentar os desafios ambientais com justiça. Promotores da Ecologia Integral, lutamos com respeito e solidariedade às lutas contra os racismos e injustiça ambiental pelo direito à água, ao saneamento, à moradia, à comida justa e saudável, o que corresponde ao direito de viver com dignidade. Promotores da Ecologia Integral, denunciamos os processos de privatização do sistema público de água e energia, transformando esses bens em mercadoria e não um serviço para todos. Repudiamos qualquer tentativa de destruir o encontro das águas do Rio Amazonas com o Rio Negro. Dizemos não à exploração do petróleo na foz do Rio Amazonas. Exigimos uma maior transparência no comércio de crédito de carbono, Promotores da Ecologia Integral, lutaremos e exigimos que os dispositivos da Constituição Federal, das normas internacionais, garantam e protejam os direitos por terra, vida e cultura dos povos indígenas. Repudiamos o avanço do agronegócio e da monocultura que avança pelo sul do Amazonas, do extrativismo mineral, nas terras indígenas dos povos Mura de Autazes e Yanomami em Roraima. Promotores da Ecologia integral, reivindicamos participação como sociedade civil organizada, na construção de cidades, ambiental e socialmente sustentável, incentivando a arborização urbana, estimulando a eficiência energética, o baixo consumo de carbono, a crescente substituição por fontes de energia renováveis e denunciamos as cidades do estado do Amazonas com 70% dos seus municípios que gastam recursos públicos com contratos milionários com empresas privadas (nacionais e interesses das internacionais) mostrando a ineficiência de gestão do poder público, no qual destacamos a baixa arrecadação dos municípios para manter estes contratos vultuosos (criando desiquilíbrio nos outros serviços básicos a população),  mantendo os lixões a céu aberto, que contamina o ar (gás metano), contaminação da água (lençol freático) desperdiço dos resíduos, propomos atender com o cuidado da  Ecologia Integral (cuidar das pessoas e ambiente),  de maneira sustentável, dar visibilidade as pessoas, comunidades em situação  social vulnerável (catadores nos lixões), possibilitar o reconhecimento da profissão destes catadores (as)  de acordo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sob o código 5.192-05, de acordo com a Portaria nº 397/2002 do Ministério do Trabalho e o decreto nº 11.414/2023, a oportunidade do trabalho, a reutilização dos resíduos e promover uma economia circular. Exigimos melhor tratamento dos esgotos, integrando aos corredores verdes reestabelecendo conexões com rios, riachos, lagoas e áreas úmidas, aproveitando seu potencial paisagístico e tratando seus problemas de saneamento. Sistemas de parques, essenciais para o desenvolvimento da fauna e biodiversidade, devem ser propostos com o objetivo de integrar estes espaços e devolvê-los aos cidadãos, espaços à vida cotidiana dos moradores. Promovendo a Ecologia Integral na Amazônia, celebraremos sempre a vida, a memória de nossos ancestrais, em nossos espaços acadêmicos, em comunidades, pastorais e movimentos organizados. Continuaremos nesta caminhada juntos, escrevendo textos…
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Marina Silva à Faculdade Católica do Amazonas: “A reflexão sobre ecologia integral é fundamental”

A Faculdade Católica do Amazonas realizou no dia 17 de junho de 2025 uma Mostra Científica, com o tema “Perspectivas Filosóficas e Teológicas diante da COP-30. Além da apresentação de Projetos de Pesquisa e a exposição de banners sobre “Casa Amazônica – Saúde e Medicina”, foi realizada uma Mesa Redonda com o tema: “COP-30 e a Amazônia”, que contou a participação de Marina Silva. Junto com a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, participaram da Mesa, moderada pelo professor da Faculdade Católica do Amazonas, Ricardo Castro, a professora da Universidade Federal do Amazonas, Marilene Corrêa da Silva, o Procurador Federal, Fernando Merloto Soave, e o diretor da Faculdade Católica do Amazonas, dom Joaquim Hudson Ribeiro. A ministra iniciou sua intervenção em vídeo cumprimentando os participantes, destacando a importância da “roda de conversa sobre nossa casa comum” e mostrando seu “apoio e respeito a essa importante iniciativa”. Segundo Marina Silva, “a reflexão sobre ecologia integral, especialmente neste momento em que o Brasil se prepara para a COP30 em Belém, é fundamental. É um chamado à ação, ao diálogo entre ciência, fé e justiça socioambiental”. Marina Silva recordou sua participação no dia da biodiversidade, 22 de maio, no Congresso Ibero-Americano: “10 anos de Laudato Si, Dívida Ecológica, Esperança Pública”, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O encontro reuniu mais de 200 reitores, contando com a participação do diretor da Faculdade Católica do Amazonas, dom Hudson Ribeiro, e do arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Um congresso onde, segundo a Ministra de do Meio Ambiente e Mudança do Clima, “pudemos dialogar sobre a agenda do cuidado e essa nossa importante responsabilidade com a vida e o bem comum”. Nessa perspectiva, Marina Silva disse esperar que a Mostra Científica realizada na Faculdade Católica do Amazonas fosse uma oportunidade para realizar “bons e transformadores diálogos”. Segundo partilhou no encontro da PUC-Rio, “as universidades têm um papel muito importante na formulação e conhecimento de inovação tecnológica”. Marina Silva insistiu em que “cada vez mais a gente vai precisar fazer políticas públicas com base em dados e evidências para o enfrentamento da mudança do clima, da perda de biodiversidade, da desertificação e para que a gente possa criar um novo ciclo de prosperidade onde a gente possa combater os danos ambientais, mas gerar riqueza, condições de vida digna para as pessoas”. Nessa perspectiva, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, defende que “as universidades têm sim um papel importante, e quando há essa disposição dos mais altos níveis das universidades se reunir para tomar um direcionamento no sentido da contribuição mais efetiva que ela pode dar, isso é muito bom para a sociedade e para a formulação e implementação de Políticas Públicas”.

Cardeal Steiner: “Celebrar a Santíssima Trindade é uma revolução no nosso modo de viver”

Na Solenidade da Santíssima Trindade, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia, recordando que “depois de termos liturgicamente acompanhado o nascer, o anúncio, o sofrer, a morte, a ressurreição, ascensão de Jesus, a vinda do Espírito Santo, termos recebido a núncio das realizações do Pai, celebramos o mistério revelado de um amor: Pai, Filho e Espírito Santo.” É meu O cardeal disse que “ouvimos na proclamação do Evangelho a grandeza, a essência, a intimidade, o amor, que deixa ser a Trindade Santa: ‘Quando, porém, vier o Espírito da Verdade ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu.’ Uma vivacidade de vida, de amor que une, deixa ser comunhão das três pessoas da Trindade Santa.” Segundo o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), “a ação das pessoas da Trindade está revestida do amor. O amor que flui e eflue das pessoas é o constituir-se da realidade relacional, a conduzir à plena verdade. O perceber-se tocado pela verdade de um amor que desperta a glorificação pela ação amorosa. O que um oferta é para ou outro na oferenda ao outro, cada uma das pessoas são anúncio benevolente, salvífico. Assim, tudo o que é do Filho e do Pai e tudo o que é do Pai e do Filho, e tudo o que é do Pai e do Filho são do Espírito Santo e tudo o que é do Espírito Santo é do Pai e do Filho.” Os três são um só Deus O arcebispo de Manaus citou as palavras de Santo Agostinho em A doutrina cristã, 1.5: “o encantado com o amor da Trindade”, que nos ensina que “não é fácil encontrar um nome que possa convir a tanta grandeza e servir para denominar de maneira adequada a Trindade. A não ser que se diga que é um só Deus, de quem, por quem e para quem existem todas as coisas (Rm 11,36). Assim, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um deles, Deus. E os três são um só Deus. Para si próprio, cada um deles é substância completa e, os três juntos, uma só substância. O Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo. O Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo. E o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho. O Pai é só Pai, o Filho unicamente Filho, e o Espírito Santo unicamente Espírito Santo. Os três possuem a mesma eternidade, a mesma imutabilidade, a mesma majestade, o mesmo poder. No Pai está a unidade, no Filho a igualdade e no Espírito Santo a harmonia entre a unidade e a igualdade. Esses três atributos todos são um só, por causa do Pai, todos são iguais por causa do Filho e todos são conexos por causa do Espírito Santo.” “Na ação doativa, dativa, sem limites e sem posse e poder, tudo se torna anúncio do amor verdadeiro e límpido, generoso e gratuito. Livres no amor, no amor livre vive a Trindade no cuidado para com o universo, para com cada uma das criaturas. Especialmente para com cada um dos filhos e filhas. O Filho verbo encarnado, humanado, fraqueza de nossa riqueza, todo a nossa riqueza e pertença: ‘é meu’. É meu diz Jesus, pois feito meu, conquistado por Ele, a serviço de toda a criatura, agora tudo pertence a ele, na liberdade de um amor único, da liberdade da cruz. Porque ‘é meu’ não possui, pois com nada ficou, mas tudo entregou nas mãos do Pai. E tudo, na liberdade do amor que redime, vai para Ele, como nos diz o apocalipse: todos diante do cordeiro a cantar”, refletiu o arcebispo. Ele citou Apocalipse 5,11-13: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e todas as coisas que neles há, dizendo: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” No texto ele percebe “a bela imagem do Apocalipse a nos dizer ‘é meu’, isto é, fomos conquistados, atraídos por um amor, pertencemos a esse amor redentor, esse amor encanado.” Participação na vida da Trindade Em palavras do cardeal Steiner: “na Trindade, no pertencimento à Trindade, na participação do amor da Trindade, nos tornamos anúncio e temos um pertencimento. ‘vos anunciará, é meu.’ Assim, ao traçarmos sobre nós a cruz e ao benzermos com a cruz, estamos manifestando nossa participação na vida da Trindade. Pois estamos afirmando nossa pertença ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Ao mesmo tempo estamos a anunciar a vida da Trindade na qual nos movemos e somos. Tudo na pertença e anúncio que nos foi possibilitado pelo amor do Crucificado e nos dons recebidos o Espírito Santo. Nas cruzes reafirmamos que fomos gerados pelo amor da cruz e ao visibilizarmos o símbolo da vida na morte anunciamos o mistério da salvação, isto é, a beleza de um amor inaudito.” Ele destacou que “No Ano Santo da esperança, nos apercebemos que essa pertença e esse anúncio é uma pertença de esperança, um anúncio de esperança. Na Trindade somos ungidos com o bálsamo da esperança, porque o Espírito Santo é o reconstrutor da esperança. Uma esperança que não desilude, uma esperança duradoura.” Uma afirmação…
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Frei Paolo Maria Braghini: Após 26 anos de missão entre os Ticunas volta para Itália

Os 26 anos de missão de frei Paolo Maria Braghini entre os Ticunas de Belém do Solimões é motivo de gratidão e profunda admiração para a diocese de Alto Solimões. Nascido na Itália, o frade capuchinho tem dedicado sua vida missionária, com coração franciscano, ao povo Ticuna, o mais numeroso da Tríplice Fronteira Colômbia, Peru, Brasil, países em que vive esse povo indígena. No coração da Amazônia, com humildade, coragem e fé, frei Paolo fez-se irmão, amigo e servidor deste povo indígena, partilhando suas alegrias, dores, lutas e esperanças. Sua presença constante e amorosa ajudou a fortalecer a identidade cultural e espiritual dos Ticunas, promovendo não apenas a evangelização, mas também o respeito às tradições e à dignidade humana. Ao longo desses 26 anos, frei Paolo não apenas anunciou o Evangelho com palavras, mas o viveu com gestos concretos de amor, solidariedade e justiça. Seu testemunho de vida é sinal de esperança e exemplo luminoso de missão encarnada, se identificando plenamente com a cultura e aprendendo a língua ticuna, que ele introduziu na vida pastoral, litúrgica e espiritual desse povo. A diocese de Alto Solimões pede que sua caminhada continue sendo abençoada, e que sua história entre os Ticunas inspire novas vocações missionárias a se doarem com o mesmo zelo e entrega ao Reino de Deus. Antes de voltar para Itália o frade visitou o Seminário São José da arquidiocese de Manaus, onde se formam os seminaristas da diocese de Alto Solimões, entre os quais estão vários ticunas. Fomentar as vocações indígenas entre esse povo indígena foi uma das suas preocupações. No dia em que a Igreja celebrou a memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, ele presidiu a celebração da Eucaristia, momento em que os seminaristas puderam escutar e partilhar um pouco de sua rica experiência missionária na diocese de Alto Solimões. Frei Paolo Braghini exortou os seminaristas com palavras fortes e cheias de vida: “Não sejam estéreis, mas fecundos. Sejam santos, capazes de santificar o povo (os outros).” Os seminaristas da diocese de Alto Solimões se despedem do frade com gratidão, pedindo a intercessão de Maria Santíssima para que o acompanhe e ilumine em sua nova missão. Eles agradecem a vida doada com tanto amor nestes 26 anos à Igreja local de Alto Solimões, em particular aos Ticunas.

Pentecostes 2025 em Manaus: Uma celebração de esperança

Pentecostes pode ser considerada a grande festa católica na cidade de Manaus. Milhares de pessoas, 70 mil segundo números oficiais dos Bombeiros do Estado do Amazonas, chegadas das comunidades, áreas missionárias, paroquias, pastorais e movimentos, se reúnem desde 1998 no Sambódromo para invocar o Espírito Santo, com o tema “No Espírito Santo, Peregrinos de Esperança”. Protagonismo da Juventude Em um clima de grande festa, perceptível nos rostos dos presentes, iniciou uma longa procissão de entrada, com protagonismo especial para a Juventude, que na arquidiocese de Manaus está celebrando seu Sínodo e que na celebração de hoje foi convocada pelo arcebispo para a Assembleia Sinodal, que será realizada de 05 a 08 de dezembro, com a participação de 450 jovens e 60 adultos. Uma oportunidade, como diz a carta de convocação, que recorda o caminho percorrido ao longo de dois anos, para “discernir juntos os traços de novos caminhos”. Para isso, “conduzidos pelo Espírito Santo queremos viver nossa missão como Igreja de rosto amazónico, sinodal e profético”. Presença do arcebispo, bispos auxiliares e eméritos A celebração, presidida pelo arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, contou com a presença dos bispos auxiliares, dom Zenildo Lima, dom Hudson Ribeiro e dom Samuel Ferreira de Lima, e dos bispos eméritos, dom Mário Pasqualotto, e dom Luiz Soares Vieira, recentemente retornado para morar em Manaus, algo que o cardeal destacou no início de sua homilia, mostrando grande alegria pela presença do arcebispo emérito, uma alegria expressada pelo povo manauara com sonoras palmas. O arcebispo de Manaus ressaltou como é bonito poder celebrarmos juntos Pentecostes, “podermos louvar e bendizer a Deus pelo Espírito Santo que recebemos”. O cardeal Steiner questionou: “Ah não fosse o Espírito Santo, o que seria da Igreja? O que seria das nossas comunidades?”. Isso, porque “foi o Espírito que conduziu a Igreja através dos séculos, nos seus momentos mais difíceis. Nos seus momentos de pecado foi Ele que conduziu e continua a conduzir. E nós o experimentamos”, salientou o presidente da celebração. Peregrinos de esperança Lembrando o texto do Evangelho lido na celebração, o arcebispo recordou que Jesus enviou o Espírito Santo, sublinhando que todos nós recebemos no Batismo e na Crisma, destacando quantos adultos se crismaram ultimamente na arquidiocese de Manaus, “porque descobrem a beleza, a nobreza do Espírito Santo”. Segundo o cardeal Steiner, “foi soprado sobre nós o Espírito, um espírito novo, um espírito de justiça, um espírito de esperança”, afirmando que “por isso somos todos peregrinos, peregrinas de esperança, porque foi soprado sobre nós, foi ungido em nós o Espírito Santo”. “É por isso que peregrinamos neste mundo, caminhamos neste mundo com esperança, porque recebemos o sopro do Espírito, a vida nova”, disse o cardeal. Ele, recordando que na primeira leitura falava do vendaval do Espírito, recordou as palavras de Papa Francisco em uma festa de Pentecostes, quando disse que “o vento era forte, mas não destruidor, era forte o fogo, mas não destruidor”. Segundo o arcebispo de Manaus, “o vento que recebemos é forte, nos conduz, nos ilumina, fortifica os nossos passos, aquece os nossos corações, mas é suave, ele não se impõe, ele se insinua. E nós, na medida em que vamos criando a sensibilidade para o Espírito Santo, vamos sabendo para onde caminhar na vida”. E ainda mais, reforçou o cardeal Steiner, “quando o Espírito novo penetra em nós, somos enviados a anunciar um mundo novo, o mundo do ressuscitado, não mais o mundo da morte, não mais o mundo do pecado, mas o mundo da vida nova”. Segundo o arcebispo de Manaus, “somos todos enviados para testemunhar que Jesus ressuscitou e venceu a morte. Somos todos enviados para anunciar e dizer: o Espírito está sobre nós, está em nós e nos envia”. Um envio que é especialmente “ao encontro dos pequenos, dos pobres, os injustiçados, aqueles que ninguém quer, aqueles que não tem ninguém. É para lá que o Espírito nos envia”. Ministérios sopros do Espírito Seguindo a segunda leitura proclamada na celebração, o cardeal disse que “os nossos ministérios são todos sopros do Espírito”, ressaltando que “os nossos ministérios ordenados não são nossos, foi pela invocação do Espírito Santo que recebemos o ministério”, fazendo um chamado aos ministros ordenados a ser gratos, a “nos abrirmos à graça do Espírito Santo para não trairmos o nosso ministério, para não nos esquecermos que o ministério não é nosso, é da Igreja, para a Igreja”. Junto com isso, destacou a diversidade de ministérios que o Espírito Santo suscitou na Igreja. Finalmente, o cardeal pediu que “nossa celebração de Pentecostes seja sempre uma celebração de esperança”, fazendo um chamado a peregrinarmos no Espírito, a ser na família e na comunidade testemunha da esperança de uma vida nova, do sopro do Espírito que somos chamados a transmitir aos outros.

Regional Norte 1 participa de Formação da CNBB sobre Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Porticus e o Núcleo Lux Mundi, realiza de 03 a 05 de junho de 2025, na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília, o Encontro Formativo de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis com as lideranças da Pastoral da Criança e da Pastoral do Menor em nível nacional. E junto com essas lideranças também foram convidadas outras pessoas, entidades e os secretários e secretárias dos regionais da CNBB. Do Regional Norte 1 participa a secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo, dois representantes da Pastoral da Criança e uma da Pastoral do Menor. Fomentar a proteção O encontro, ele tem como objetivo tratar do tema da proteção de crianças e adolescentes, fazendo um resgate histórico na perspectiva da proteção de crianças e adolescentes por parte da Igreja. Nessa perspectiva, o bispo de Itumbiara e presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, trouxe muitos elementos. Ele mostrou essa preocupação que a Igreja tem no cuidado de crianças e adolescentes, apresentando os documentos do Papa Francisco, que de fato pediu que as conferências episcopais se mobilizem para um trabalho mais efetivo com relação à questão da prevenção aos abusos nos espaços eclesiais. Querendo fazer uma retomada histórica, a professora Vanildes Gonçalves dos Santos, abordou a questão da política de proteção de crianças e adolescentes na realidade brasileira. Ela mostrou que a luta pela criança como prioridade absoluta vem de uma longa história de luta dos movimentos sociais. Tudo isso sem esquecer que a Constituição Federal tem a criança como prioridade absoluta. A coordenadora do Núcleo Lux Mundi, doutora Eliane de Carli, também colocou essa preocupação e o trabalho que o Núcleo tem realizado, sobretudo junto às comissões nessa questão da formação, principalmente com a Vida Religiosa Consagrada, as comissões em nível regional, diocesano, onde já se realiza esse trabalho. Os participantes abordaram a dimensão da Legislação Civil com o assessor da CNBB, doutor Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, e o bispo auxiliar de Brasília, dom Denílson Geraldo, que apresentou de uma forma muito pastoral a dimensão da Legislação Canônica no que diz respeito à questão dos abusos nos espaços eclesiais. Os aportes dos palestrantes motivaram as rodas de conversa nos grupos para tentar aprofundar esses elementos a partir das políticas de proteção de cada Regional e de cada igreja local, abordando as orientações para o posicionamento junto à imprensa e a criação de ambientes seguros e o acompanhamento das vítimas. Foi abordado como criar a política de proteção e protocolos; as orientações para se posicionar diante da imprensa; a criação de ambientes seguros; e o acompanhamento das vítimas. Realidade do Regional Norte 1 da CNBB Segundo a secretária executiva, isso não é novidade para o Regional Norte 1 da CNBB, que já vem trabalhando através do documento, o regulamento, o decreto e o manual essa temática. Cada vez mais, enfatiza a Ir. Rose Bertoldo, “esse tema do abuso, da exploração sexual, é uma pauta que não tem mais retorno. Cada vez mais, a Igreja precisa se preocupar e trazer isso em todos os espaços. E como Regional Norte 1, a gente tem feito isso”. Segundo a religiosa, “o desafio que a gente tem é integrar os mais diversos grupos, por exemplo, a Pastoral da Criança, a Pastoral do Menor, que estão participando desse encontro, como também se integrarem no documento que o Regional Norte 1 tem. Sobretudo, no manual, onde tem orientações práticas de como proceder”, insistindo em que “esse também é um caminho processual”. “O processo de formação dos mais diversos grupos vai também nos mostrando o caminho e vai fortalecendo o trabalho em rede. Nós da Igreja, dos diversos espaços, as pastorais sociais, desde a Pastoral do Menor, Pastoral da Criança, Pastoral do Idoso, Pastoral da AIDS, e dos organismos”, disse a Ir. Rose Bertoldo. A religiosa também se referiu ao trabalho do CIMI, da CPT, da Rede Um Grito pela Vida, como um organismo da CRB, que nos ajuda também a trabalhar, sobretudo, os processos de prevenção nas igrejas locais”. Nessa perspectiva, a secretária executiva do Regional Norte 1 insistiu na “importância de criar nas nossas igrejas locais a cultura da proteção, que passa por todo um processo que vai sendo feito a partir de cada igreja local, de cada grupo, de cada pastoral, de cada organismo”. A religiosa disse que “o Regional Norte q amplia para todos os atores que participam das igrejas locais. Nós já iniciamos um processo de formação com o diaconato permanente, com as comunidades de vida, com a catequese, com as juventudes. E cada vez mais é importante nesse processo de cuidado, sobretudo a partir do trabalho de prevenção”.

Cardeal Steiner no Seminário Faça Bonito: “Que cresça cada vez mais o cuidado de nossas crianças”

O auditório Deputado Belarmino Lins, na Assembleia Legislativa do Amazonas, acolhe de 04 a 06 de junho de 2025 o Seminário Estadual Faça Bonito, que comemora os 25 anos do 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O resultado de uma caminhada O Seminário conta com a participação de representantes da Igreja católica, dentre eles o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, e a coordenadora estadual da Rede um Grito pela Vida, Ir. Michele Silva. Na abertura, o cardeal Steiner destacou que o seminário vem precedido por um caminho de muitos anos, que “tem antecedentes, tem buscas, tem discussões, tem mulheres guerreiras, pessoas que se preocuparam até chegarmos aqui”. Ele ressaltou que “o 18 de maio é resultado de uma caminhada, de uma busca, de uma preocupação, de uma admiração, especialmente de um cuidado, um cuidado em relação às nossas crianças e adolescentes”. É por isso que “poder celebrar 25 anos é poder também agradecer a todas essas pessoas que nos ajudaram nessa longa caminhada”. Ser criança O arcebispo de Manaus fez um chamado a “não esquecer o passado, não esquecer as buscas, e por isso é uma possibilidade de estarmos aqui porque há passado, há busca, há cuidado”. Ele recordou as palavras de Jesus no Evangelho, onde ele nos chama a ser criança. O cardeal disse que “criança é o melhor ser, criança é futuro, mas futuro presente, criança é a possibilidade de ser cada vez mais pessoa, ter uma identidade própria. Criança é a possibilidade de ser mulher, de ser homem, de ser pessoa. E nós que cremos, dizemos, a possibilidade de cada vez mais ser filho, filha de Deus. É por isso que nós nos reunimos e nos preocupamos com as nossas crianças”. Uma preocupação que segundo o presidente do Regional Norte 1, é em relação “à sexualidade, a nossa preocupação em relação aos abusos que acontecem. Não ao sexo, mas à sexualidade, porque a sexualidade é uma grandeza de alma”. Analisando a etimologia da palavra sexualidade, ele disse que “ela carrega uma força, uma energia, uma vitalidade. A sexualidade é uma vitalidade de cada um de nós”. Diante disso, o cardeal Steiner refletiu sobre o ser abusado, quando a alma é abusada. Maior cuidado e políticas públicas      O cardeal Steiner pediu que o seminário seja oportunidade “para que cresça cada vez mais o cuidado de nossas crianças, mas cresça cada vez mais também políticas públicas, os nossos governos se interessem e ajudem a cuidar”. Ele destacou o compromisso da arquidiocese de Manaus “para podermos superar essa agressão à sexualidade humana”. Finalmente, o arcebispo pediu que “nós, ao olharmos as crianças, não vejamos lágrimas, mas sorrisos. Ao olhar as crianças, não vejamos crianças que se escondem. Não por vergonha, mas pela agressão recebida. E possamos vê-las na liberdade, possamos vê-las na liberdade porque pessoas, filhos e filhas de Deus, não se imaginam como nós. Ao longo do seminário serão abordados os avanços, normativas e desafios na Rede de Proteção, assim como as boas práticas na atenção às vítimas de violência sexual. Igualmente será apresentado o papel da pesquisa na prevenção da violência sexual, com os aportes de dom Hudson Ribeiro. Também será realizada uma contextualização dessa problemática no Brasil, o papel do homem na prevenção dessas violências ou os desafios a enfrentar quando o agressor também é adolescente. O último dia, será tratado sobre a “Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências e os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde”. Junto com isso a vigilância e a importância da Saúde na identificação das violências e outras questões relacionadas com o tema da Saúde.